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Chico Sosa
-
ANO I, NC?3, Cr$ 300,00 LGR ARTES GRÁFICAS LTDA ABRIL 1983
MOSICAS CIFRADAS
LUIZ C. BORGES NO MINI POSTER·
CANTO LIVRE NA RODA DE CHIMARRAO
T~IXERINHA :UM GAÚCHO INTERNACIONAL
I
EDITORIAL
4 - Edilberto Teixeira
6 - Tertúlia Nativista I
EXPEDIENTE 8 - Teixeirinha: Um gaú-
cho de nome Interna-
NATIVISMO - ANO I - N? 3 CGC 8760493010001-32. Santa cional I
NATIVISMO 3
====;;;;;EDILBERTO TEIXEIRA=;;;;;;;;
Com o advento da SEMANA nome e a segunda, "carretas e car-
DO CARRETEIRO, vindos em gru- reteiros". Foi uma experiência no-
po, participam db mutirão cívico va que deu certo. A trova,
promovido pela municipalidade. cingindo-se ao tema, seguia o sen-
Com a agilização de suas vendas, tido da cuia de chimarrão, isto é, a
dá-se, no dizer do Prefeito Balbo "deixa" seguia da direita para a
Teixeira, a valorização do homem esquerda. Não aconteceu o desa-
do campo, evitando-se destarte o. fio de duplas, cansativo e pobre e
êxodo rural. foi, por isso, cognominada de
Com a organização da' "Feira "trova do mate" do agrado geral
do Carreteiro" no Parque Assis do público e dos trovadores, Foi
Brasil, além do prestígio crescente, uma esperança, dita por eles, de
são('eles envolvidos pelo carinho redenção da trova sul-rio-
do povo que justifica esse orgulho grandense.
atávico da filosofia que os mantém Participaram, também, do I
ainda na primitiva condição de car- Concurso do Jogo-de-pulso e na
reteiro. sexta e no sábado dançaram até de
Idealizada, ao que se sabe, Vendem rapidamente seus madrugadt! no Pavilhão de Recep-
pelo Dr. Luiz Carlos Barbosa Lessa produtos, trovam, cantam " se ções do Paroue.
e pelo ex-assessor de Turismo de vangloriam das aperturas do dia-a- Apezar da chuva inusitada foi
São Gabriel José .Américo Teixei- dia, da adversidade do clima, das uma Semana de deixar saudades.
ra, a SEMANA' DO CARRETEIRO estradas e das ruas de São Gabriel. O público, inédito para São Ga-
nasceu com a finalidade precípua A SEMANA DO CARRETEI- briel, aplaudiu e vibrou com os
de valorizar o homem que labuta a RO, Edição/83, superou a expec- "causes" e as trovas e participou
terra e tem raízes históricas e, so- tativa. Cerca de 30 carretas desfila- das tertúlias livres que se seguiam
ciologicamente, é a imagem viva ram pelas' ruas, custodiadas por até o clarear do dia.
deum Rio Grande distanciado no um grupo de jovens a cavalo per- A SEMANA DO CARRETEI-
tempo. tencentes ao CTG "Avelino B. Tei- RO, Edição/84, acontecerá nos
São Gabriel hoje tem o privilé- xeira", Foram recebidos em au- primeiros dias do mês de fevereiro,
gio ou a destinação histórica de ser' diência pelo Prefeito Baltazar Bal- coincidindo com a festa de Nossa
o último reduto dos carreteiros no bo Teixeira. Pela primeira vez en- Senhora dos Navegantes. Às mar-
Rio Grande do Sul. traram naquele gabinete. Embora gens do rio Vacacai, facilitará a
Nos Distritos de Vista Alegre, descalços, dado a chuva torrencial. "Feira dos Carreteiros" e, obvia-
Santo Antônio e Pau Fincado exis- daquela manhã, tiveram eles opor- mente, terá mais prazo de prepara-
tem ainda os carreteiros autênticos tunidade de dialogar francamente ção e execução. A SEMANA deste
na faina singular do trato da terra com o Prefeito, dizer de suas difi- ano foi organizada em apenas 20
em regime de economia familiar. culdades e reinvindicar melhores dias, em razão da mudança do go-
Sofrendo as limitações do minifún- condições de vida. verno municipal, mas, deixou a
dio, fazem eles da carreta o veículo Acampados no Parque A. certeza de sua maturidade,
de transporte e, por quase todos Brasil, à noite, depois de venderem caracterizando-se fundamental-
os meses do ano, transitam pelas suas quitandas (Melancias, abóbo- mente como um evento local inse-
ruas de São Gabriel vendendo seus. ras, mogangos, charque, queijos, rido no calendário turístico de nos-
produtos agrícolas. Fazem parte doces de campanha, licor de ber- so estado.
do cenário e dão um colorido pe- gamota, vinhos de limão, pimenta, Já, em razão da escassez e do
culiar as nossas ruas. alho, galinhas, maços de palha, alto custo do petróleo, muitos fa-
Arrinconados na lonjura r , cur- etc.) participaram das Rondas Ar- zendeiros de São Gabriel, alerta-
tidos pela paciência que Ihes é ina- tísticas, cantaram e trovaram. dos pela facilidade e economia da
ta, conformados com a solidão dos Assistiram o 11Encontro de li- carreta, estão voltando ao velho
distritos, com 'as asperezas da es- teratura Oral do Rio Grande do Sul hábito de seu uso no que concerne
trada, com os largos dias de via- (Concurso de Causos) e participa- aos pequenos afazeres da Estân-
gem são, porque não dizer, heróis ram do I Desafio de Trovadores da cia, como "buscar lenha no
do nosso tempo! Região da Campanha. Desafio es- mato", "encostar moeirões às cer-
Em plena era das Comunica- se desencadeado e restrito a temas cas" e transportarem produtos da
ções, os carreteiros de São Gabriel pré-determinados. lavoura. Outros, estão indo mais
consomem no mínimo seis dias de Por ter sido a Semana deste longe, estão amansando bois para
viagem de ida e volta, somados ao ano integrada as comemorações a aração das "hortas de aveia",
tempo dispendido para a venda de do Centenário do nascimento do pomares, etc.
suas quitandas nas ruas da cidade, Marechal José Baptista Masca~e- Cabe indagar, finalmente, até
para amealharem uma féria de CrS nhas de Moraes, o tema da primei- quando haverão SEMANAS DO
15.000,00 a CrS 20.000,00. ra rodada de trovadores foi o seu CARRETEIRO em São Gabrielj'
4 NATIVISMO 3
TERTÚLIA NATIVISTA que este ano é formada por
Amaury Dalla Porta (Coordenador)
Milton Monte, José F. Wasseur Ri-
cardo Jornada, Sérgio de Assis
Brasil, e com Antônio Flores dire-
tor da Tertúlia livre, juntamente
com a direção A. T. Estância do
Minuano, farão um show gratuíto
na praça central ao público em ge-
ral.
Outra inovação no sentido
técnico, é que a gravação será fei-
ta em estúdio, e quanto ao instru-
mental terá abertura para violão
com captação acústica, já a indu-
mentária será exigida ao estilo gaú-
cho, dentro dos padrões tradicio- .
nalistas.
O júri que fará a pré-seleçâo,
está composto dos seguintes no-
mes: Alcy Cheuiche, Diogo Ma-
druga Duarte, Glenio Fagundes,
Luiz Henrique de Freitas Lima e
Luiz Telles; que selecionarão com
um máximo de 36 e um mínimo de
A Sociedade Tradicionalistc bém já colocou os ingressos à ven- 27 músicas entre as mais ou menos
Estância do Minuano, que recente- da. 300 que são esperadas, que deve-
mente realizou o V rodeio crioulo, A Comissão organizadora, rão aprontar até o dia 5 de maio.
está se preparando em todos os
4ATERT.
sentidos com uma infra-estrutura
que vai deste uma bem montada
secretaria de recepção no quios-
que da-praça central, funcionando
durante todo o dia, comdois tele-
fones a disposição. atendendo pe- MUSICAL NATIVISTA
los n?s 221-9615 e-pelo 221-8665, A.T. ESTÂNCIA DO MINUANO
até os preparativos na sede da Es-
tância, aonde existe toda a estru-
tura necessária para a cidade de 10,
na como já aconteceu nos anos'
anteriores; que tem este ano como
diretor o Dr. Luiz Antero Peixoto,
que já está recebendo as inscrições
para reservas de lotes.
A secretária do quiosque da
praça está recebendo as inseri-
cões das músicas cuja ficha de
mscricão se encontra anexada 110
livrinho do regulamento que se en
contra a disposição dos músicos e
compositores interessados, e tam
CARTAZ DE JONESSY
6 NATIVISMO 3
1 -
o Coracão do Rio.L;
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8 NATIVISMO
SHOWS "CORAÇÃO DE LUTO"
E o cantor mais procurado pa- Realizado pela Companhia
ra realização de shows, tendo se LEOPOLDISSOM - Lançado em
apresentado em todos os Estados março de 1967 - Diretor Eduardo
Brasileiros, lotando ginásios, está- Leorent.
dios e clubes, realizado shows nos
Estados Unidos, Canadá e outros. "MOTORISTA SEM LIMITES"
Sempre acompanhado de Mary Realizado pela Companhia IN-
Terezinha. TER FILMES, lançamento em
1969. (Barraqan)
PROGRAMA DE RÁDIO
Teve programas nas rádios de "ELA TORNOU-SE FREIRA"
S. Paulo, vinte rádios do RS e rá- Teixeirinha Produções Artísti-
dios de Sta. Catarina e Paraná. Os cas Ltda. Lançado em
programas eram gravados em P. fevereiro 1 1971 - Diretor: Pereira
Alegre e enviado a fita para as refe- Dias
ridas rádios.
"TEIXEIRINHA A SETE PROVAS"
ATUALMENTE Produtora: Teixeirinha Produ-
Possuem programas pela rá- ções - Lançamento em março de
dio Gaúcha de Porto Alegre: de 1973 - Diretor: Barragan
manhã das 5 à"s6.30 hs "Teixeiri-
nha Amanhece Cantando". -"do- "O POBRE JOÃO zembro de 1978. Lançamento em
mingos: das 6 às 8hs "Teixeirinha Produtora: Teixeirinha Produ- Porto Alegre dia 07/maio11979.
Comanda o Espetáculo". ções Art. Ltda. - Lançado em
07.04.75 - Diretor: Pereira Dias "A FILHA DE IEMANJÁ
Mensalmente recebe muitas Produção abril11981 - Lan-
cartas, na média de 2.000 mil as "A QUADRILHA DO çamento em setembrol1981
quais são atendidas através dos PERNA DURA"
programas de rádio e ainda pes- Produtora: Teixeirinha Produ- Hoje, há um ano para comple-
soalmente com uma carta a cada ções: lançamento 15/março11976. tar um quarto de século de exitosa
ouvinte, um postal calendário dos - Diretor: Pereira Dias carreira, TEIXEIRINHA continua
artistas: estas cartas são atendidas atuando ininterruptamente, seja
por uma pessoa que se encarrega "CARMEM, A CIGANA" no disco, seja em shows, seja no
somente desse serviço. Produtora: Teixeirinha Produ- cinema. E exemplo de perseveran-
- Teixeirinha Producões Ar- ções - Realização em Porto Ale- ça de um público sempre renova-
tísticas Ltda., é uma "empresa de gre Lançamento em do, em busca da singelesa e da na-
sua propriedade, com a função de 271setembro 11976 tural invocação do gaúcho repre-
produzir e distribuir filmes, na pro- sentada por ele:
dução e distribuição de filmes, so- "NA TRILHA DA JUSTiÇA" Este seu jeito puro de cantar o
mente fitrnes de argumento do Produtora: Teixeirinha Produ- gaúcho, acompanhou seus conter-
cantor e compositor Teixeirinha. A ções - Produzido em Pântano râneos que por motivos os mais di-
mesma é estabelecida a rua Andra- Grande - RS lançamento em versos, hoje se encontram espa-
des Neves, 100. Conjs. 301/02. 25/abril/1977 lhados por vários estados do Bra-
Seus filmes são exibidos em todo o sil. E ele, TEIXEIRINHA, o artista
território brasileiro; Já toi encarni- "MEU POBRE CORAÇÃO mais requisitado do sul, para levar-
nhada documentação junto a EM- DE LUTO" Ihes as mensagens do pago e as
BRAFILME, a fim de exportação Outro filme, com uma nova lembranças dos pampas. Mato
de todos os seus filmes para os história filmado em P.Alegre, Grosso, Santa Catarina, Paraná e
U.S.A. e Canadá. S.Paulo e Portugal - Lançado em mesmo os estados do norte e nor-
fevereiro de 1978. deste recebem o artista comirnen-
FILMES so carinho. O seu estilo regionalís-
Seus filmes receberam sem- "OGAUCHO tico de exaltar sempre as qualida-
pre o certificado da EMBRAFILME DE PASSO FUNDO" des de valentia e "rnonarquisrno"
"Filme de boa qualidade" LIVRE Filmado todo na cidade de do gaúcho, fazem com que, justa-
para exportação. Passo Fundo. mente hoje, ele tenha esta grande
São filmes que falam de r.rsró- penetração em um público que lhe
rias humanas, saudáveis para qual- "TROPEIRO VELHO" é muito fiel e principalmente entre
quer nível e público: com censura Filmado na cidade de Osório- aqueles que vivem .longe do Ri
livre.
NATIVISMO 3
RS, nos meses de novembro e de- Grande do Sul.
••
9
PENAS DESCAMINHOS
Ewerton Ferreira e
Autor' Knelmo Amado Alves Antônio 'Augusto Ferreira
Compositor: Francisco Alves 4'-1 Ih DI"'1
A lan~~na da cidade .A M
IVI.DOI« E'l--/\' O t'f- Deslumbra os olhoRlda china
Uh'ia estampa f), A que quando sal do seu pago
. "71"'1
Ifflffi I
Não existem mais, não existem mais G
Sorte melhor ao campeiro
_ At ..•..
,
Nandu tuas penas "'+ F
qu~e consome na tid rI-
I a ,
1-1
São penas que chegam Seguir os rastros dos outros
Nas tardes amenas ~"" F ~'l-
As lembrancas de um piá que erguer~ ra't~ho naA'4!a
Que apenas'qtt~ria Co que erguer?m ranch~ra Vila
que erquerarn rancho na vi~
Nas correrias D~ f,
Roubar-te urng pena I.. 1>
•••
Pra poder brincar F + A mes~a luz da cida~
a mais'ciIhares fascina
A t),A
Nas grandes cidades ' se vai'Io p anta dar e~ 4 ••..•
La
1"It
Vi festas vi plumas L>,A J( l:..--'yJ vender as terras que tinha
. o.
Enfeitando aJl,va:,dade D"",
E a alegria fugaz • Buscar trabalho no povo
Na loucura da fes~a ~ Operái de oficin~, F
A
Luz e esplendor D Vender a força e saMe A
Na tristeza das penas Soltar os filhos na vida "'"
um grito de dQr.• \.",:,\ A.. DIM
(':::#J.o.1 ts~Vl'-)-·
A. l< ~ A carr~a vai vergada
O avestruz do meu pago Os o~ bras vão mais ai;da F
p
Vaid.esa arec5' (~+lO_)
São penas quep,trago •
11t1 ~b E~
Logo logo estão chanJlue~ndo
pelo prato de comida •. i"1
I
Nag.a.,.90ssof~zef-NI'°) , 6
Lava~do roupa prá fora •
f'1- lF1-fA ~nf:~tr~:~~:;~;a~~J 1 Pegando frete e capina€" .,~
A.... '"
I
E sem lib%c!?d1:-,.. I Prá en~er a boc}f.0s filhos
Não pode viver. x ~ E encher a vida vazia '1- •••
(J\c:.II'V'1s•••)4nc.!lM e encher a viJ: vazia •••••.•
~~ A.
10
7= 1'.1 " ~
NATIVISMO ;~
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========;;;;;;;;;;;;=======N~nVISM~==
CAMPESINA ~ Mário Wcrbará Dornell •• , Sérgio Napp SEMEADURA
._,:,...., F#INI E !r••• I 15..,/.••
Levantar-se a tempo de corda r o so"- . r .u.'\
';"0 ~'lI,,1/I
Prep~~ a erva parti}g~Jr1arrao
. -r' ~ C4h
6 ••• lS•..••!A
r _ T' MUSICA: Vitor Hugo Alves Ramil
LETRA: José Alberto Fogaça de Medeiros
Leite p-araos gUa~hOSroupa no vaAral
I'~ ~•. 61f hã 11 1l~'I, 2145, J'I%, '15", Br
o campo e o mar!n- .
I
e a comida quente píjra o seu peaç •.•~
3M , ~~r
"-'"' O pao da vidJk.•meu braço, meu peito
e a comida quente para o seu peao
FtI "'" nu", I" -5.... . UH-
Que ll'4her valen}:IM?~ena co~.eanheIIk flfWi/f- 6•...•
/~ ~:~~::~:;~rla morena 1(,1-1 B
Suas m~os Sã.o a~~&eu Olha~~e. guarPJr
I
QUI;([otener"''1 c.
Que'lMl!)er va~~7Ebue~ compa2Jlra l""'IOHf
GUitarra y canto libre
Me repara a casa e me enfeita a ca~;..., .
I En tJ~mafiecer"''''''
~q"'1 FII""lé~'" !I-1IPo~
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{III""~",,,,,
Aticar o foqo ora fazer o oao (/q .
.et . (•.164 "'<II,/-. No pampa ~eu P!I~ a voar K ~
milho para os ointo.s dep~Jii~emf::;dr l( v.,;....;.
{11... FIt"'~E ~'" .I~ )( Vv--..J Esteira de vento e luar
E mexer Cj,tach04?ocar pl ao
Ve~'o e lu.rr'" Bt ["""
EG:~urizada para reparar <:#? Ftt"'t fJt,.,/E
I
Nad~;r~is lhe cabe ~!Jlseu pequeno ~»51do f)}
Nós vamos semear, companheiro
Nada mais lhe cabe em seu pequeno m~ndo ~ 6..,
(D~~"",6 ••.•IFC"",c...18b F1FlIA 6b. no coraçao '31
6'1- <;j{q o., c••.•f!b manhãs e frutos e sonhos G"'1
Batp roupa"t0'fe/~ corpo enred}g campo D~
Pra um dia acabar com esta escuridão
Beblo sonho es'h~,qaa vida, enxuga o tempo I"
' 6"" F" l...... Ih t.••• »0 Nós vamos prepgrar, companheiro
FogGe"'õ
A.. e..
riso, enrola sonho, esfrega os o os
Torce a vida, bat~~ medo, e~f~l"as
Pl-
ma~s.., GIM!f
~
y. ~
Sem ilusão
E~,
B"
Um novo tempo em que a paz e a fartura
Nada mais lhe cabe em seu pequeno mUg20
Brotem das mãosEw1
Nada m~rslhe cabe e~reu pequeno mundo
.:;..... a ••• /1' "1'1 flt
Que mulher valente, buena companheira Estribilho: (E""1 &.)
d DT
"... G""I~
Suas mãos asas, seu olhar me guar a
6'" G""" eM
,..,
helr. a
,,1- Minha quitarra companheiro
fala o idioma das águas das pedras
Que
G"""
mulher blfltltlF
valente, -
buena compa!2+ c bc. •••.•
(.""1. v 1I;.-
dos cárceres, do medo, dofogo, do sal
Me repara a casa e me enfeita a cama. P?- '" "'"
Minha guitarra
1~"11
i
Tem o demônio da ternura e da tempestade
'I
Emeu arado semeando na escuridão
6'-'1 1F Um tempo de claridade
I ~If:b,
Minha guitarra é meu povo, companheiro
A
1-f< IF-"/Po,
li. ~. . !
• • I . ,
)( ~ ;.~ ~'~
NATlVISMO 3 11
: ROTEIROdos
, FESTIVAIS
o------------------~
12 NATIVISMO
-
: ROfEIROdos
~ FESTIVAIS
--------- .....
V RODEIO DA ESTÂNCIA
DO MINUANO
NATIVISMO 3 13
: ROTEIROdos
I FESTIVAIS
o------------------~
7° RODEIO
CRIOULO
DE OSdRIO
Os festivais de músicas nati-
vistas acontecem no estado, há
praticamente 12 anos; quando por
iniciativa de um grupo de idealistas
de Uruguaiana, preocupados com
a falta de espaço e desconheci-
mento das músicas que projetas-
sem o nosso folclore em todas as
camadas sociais, empenhou-se em
~l~
desenvolver com muita garra o
movimento, que levou quase nove Durante a semana santa pies: o festival nasceu em
anos para atingir a sua plenitude
aconteceu em São Borja- 1972 em uma pescaria do
no cenário nacional. Atualmente,
após estes treze anos da criação
promovido pelo Grupo grupo organizador durante
do 1? festival denominado Califór- Amador de Arte Os Angue- a semana santa, depois a
nia da Canção Nativa, em Uru- ras - o 12? Festival da gar- idéia de repetir todos os
guaiana, mais de 50 cidades no Es- ranca que reúne como to- anos nesta mesma data, as-
tado já tem seus festivais e em sua
dos os anos Os maiores no- sim foi tornando-se cada
maioria com o mesmo estilo de or-
ganização e com discos lançados,
mes do nativismo entre vez mais organizada e com
pelos mais diversos selos, desde poetas, intérpretes, músi- mais convidados que ocu-
independentes até os mais impor- cos e a imprensa do estado pam os três dias para com-
tantes do país. em um pesqueiro qualquer porem suas músicas e ela-
Mas não são somente os festi- às margens do rio Uruguai. borar seus causos sobre urr
vais que mobilizam o público adep-
tema previamente determi-
to ao telurismo gaúcho. Pois há
mais tempo que os festivais, acon- Este festival tornou-se nado que serão apresenta
tecem os rodeios crioulos, que a muito conhecido por ser um dos na última noite.
partir da cidade de Vacaria, onde festival fechado, somente Este ano entre as 2
se realiza o mais famoso rodeio, músicas apresentadas, sair
podendo participar pessoas
quase todas as cidades promovem
que estejam vinculadas ao vencedora a composição dE
o seu, e todos, com concursos ar-
tísticos poesias, danças folclóri- movimento nativista e que autoria de Elton Saldanha E
cas, trovas, etc ... e provas cam- são convidadas, antecipa- de Sérgio jacaré que forarr
peiras, como tiro de laço, ginetea- damente, para encontrar-se acompanhados por Luiz C
das, provas de rédeas... Para Borges, em segundo lugar é
em São Borja na data deter-
quem estiver a fim de conhecer;
estará se realizando na cidade de minada, de onde serão leva- composição de Hilário Re
Osório, nos dias 28 de abril à 1? de das ao pesqueiro escolhido tamozo e Juarez Chagas
maio um que está entre os três pelos organizadores; Outra que foram acompanhado
maiores do estado, promovido pe- característica deste festival por Chaloy Jara. O vence
lo C.T.G. Estância da Serra, Piq. dor entre os 18 causos apre
é a não permissão de mu-
de Laçadores, e SecoTurismo, que
conta com uma belíesima área de lheres no meio e que por is- sentados foi o denominadr
camping com completa infraestru- to já foi taxado de machis- "Como se faz um Gendar
tura. ta. Mas a explicação é sim- me" de José Luiz Vilela.
14 t-lATIVISMO
,F' ===~
/
LUIZ
I CARLOS
BORGES
Depois que o movimento dá música nativis- tocada da 9~ Califórnia, juntamente com a ven-
ta, - através dos festivais - firmou-se no Rio cedora que .foi o Esquilador.Esta música tam-
Grande do Sul, tem surgido vários n0f"!1esde mú- bém foi o titulo do Long Play que Luiz Borges
sicos, intérpretes, arranjadores, instrumentistas, lançou em 1981 por ocasião da 2~ Tertúlia Nati-
compositores, etc ... que aos poucos vão se tor- vista de Santa Maria pelo selo K-tel.
nando conhecidos em todo-o estado. Mas entre Em dezembro de 82 Borges gravou outro
todos estes, destaca-se um nome que reúne to- L.P. deno~iriado Noites, Penas e Guitarras pelo
das as qualidades e que teve a seu início de car- selo Polygram, com as canções .que. estão tam-
reira, diferente dos demais nativistas gaúchos. bém n~s discos de vários festivais em que partici-
Antes do movimento começar a desenvolver-se pou com Chapéu de Palha. Vencedora <Ia Vindi-
no Rio Grande, Luiz Carlos Borges já estava na ma de Flores da Cunha, e Pão Peão da Ronda da
Argentina gravendo o seu primeiro disco com o Canção Nativa de Alegrete.
grup"O Irmãos Borges, do qual fazia parte desde Depois de ter passado pela secretaria de tu-
os nove anos. Nascido em Santo Àngelo na capi- rismo de Santa Maria onde fez um ótimo traba-
tal-dos 7 povos, Borqes mudou-se depois para a lho com coordenador, transferiu-se para São
cidade vizinha de-São Luiz Gonzaga, onde ficou Borja no mesmo cargo. Hoje encontra-se coor-
desenvolvendo seu talento musical com o grupo denando o setor de turismo no Centro Cívico
que' mantinha constantes ligações com o vizi- Municipal de Santa Rosa, onde está preparando
nho, país do Prata. Em 1971 os Irmãos Borges um festíval que será o primeiro festival latino
foram gravar o seu disco, nesta época Borges ti- americano do estado e inclusive já foi lançado
nha 18 anos, depois em 74 gravaram outro, to- oficialmente neste Inês de abril. Também está
dos os dois na Argentina, inclusive sendo distri- preparando seu próximo LP. que tem o lança-
buídos e comercializados lá mesmo, vindo para o mento previsto para julho pela polygram.
Rio Grande apenas algumas dezenas que o gru- Assim Luiz Carlos Borges continua com um
po trouxe. Em 74 mesmo Borges foi para Santa estilo bem definido usando o seu acordeon com
María por motivos de estudo, mas sempre conti- uma mescla do ritmo rio-grandense, com o ritmo
nuou ligado a música. No ano de 1978 juntou-se platino que foi de onde tirou a sua escola rnissio-
ao grupo horizonte, com o qual fez vários traba- neira, de quem teve um professor do gabarito de
lhos de destaque que tornam-se clássicos do na- Rául Barboza que foi seu companheiro' em nu-
tivismo, como Tropa de Osso, Romance na Ta- merosas andanças nas suas jornadas pela Argen-
fona, a primeira, sendo inclusive a música mais tina.
18 NATIVISMO 3
==========CUL TURA-'
r, - -
-
INST ALACAO
,
DO PRIMEIRO
MUNiCíPIO E CÂMARA DE
VEREADORES EM RIO GRANDE
A base de todo o sistema pontrcc-aemrntstrenvo de Portugal sem-
pre residiu na instltllh;lo municipalista, e foi trazlda para o Brasil-
Col6nla com a prOprla implantação do Governo-Geral na Bahla em
1549, Com o governador Tomé de Souzachegaram um ouvidor-mor
(encarregado de supervisar a cobrança de impostos segundoo regi-
me monopolistlco da metrópole). um capitão-mor da costa (encar-
regado da defesa militar contra os corsários franceses e ingleses
que infestavam o Atl~ntlco) e um bispo (encarregado da edmlnts-
traçlo espiritual da coIOnia),
NATlVISMO 3 19
- Roda de Chimarrão
-~
Continuando com o propósito to Alegre chimarrear com o grupo balhos prestados a cultura musica
de voltar em todos os números CANTO LIVRE, que recentemente do Estado, pois neste breve tem-
com a coluna RODA DE CHIMAR- esteve em São Paulo representan- po, pela qualidade de seu trabalho
RÃO, que iniciou no anterior com do o Rio Grande do Sul. já tem agenda cheia até o final de
o grupo QUINTAL DE CLOROFI- Este grupo relativamente no- ano e é convidado especial err.
LA, a revista Nativismo foi até Por- vo, já tem uma longa folha de tra- quase todos os festivais.
20 NATIVISMO
18
•
por ocasião da Vindima em 81. tamos contentes com a aceita-
Eu havia feito uma parceria ção, pois de vários lugares nos
com o Fernando e conheci o chegaram pedidos, assim que
liI< Jair e o Jairo do corar de Câma- está sendo satisfatório; Na pri-
ra,. Eles haviam feito uma mú- meira prensagem foram 2.000
sica e eu tinha a letra. Nos reu- discos, mandamos prensar
nimos com mais a Vânia, a Sel- mais 1.000 e já estamos no fim.
ma, a Joca e a Miriam nos ins- - NATIVISMO: Em nome da dire-
crevemos para a Vindima, ga- ção, a revista Nativismo se coloca
nhamos o festival e continua- a disposição do grupo, no nosso
mos; Fomos para o disco na intuito de servir QS leitores para
Ronda do Alegrete e depois na que se alguém desejar discos entre
Ciranda de Taquara. em contato com a nossa redação
~ NATIVISMO: Então tu serias o que faremos a liqacão com o gru-
letrista do Grupo? po.
- NAPP: Eu não chamaria as- - NAPP: Queria dizer aos leito-
sim, mas na verdade eu estava -res que - ,fora Porto Alegre,
procurando alguém em que eu que tem em quase todas as lo-
pudesse apostar, fizemos um jas e nas cidades do interior on-
trabalho junto, deu certo, en- de o grupo já fez show - as lo-
tão continuamos. jas Inéosul também compra-
- NATIVISMO: Selma, me diga ram uma remessa que deve en-
quem é natural aqui de Porto Ale- trabalho do Grupo, como vocês se tregar em todas as suas lojas
gre, e quem é do interior? auto-analisariam? espalhadas no Estado.
- SELMA: Eu e a Vânia somos - NAPP: Quando se formou o - NATIVISMO: E quanto aos
de Santa Catarina, eu nasci em Grupo, se sentiu que havia um seus próprios trabalhos, Ouals são
Aorianópolis e a Vânia em Cri- espaço, para fazer um trabalho os locais?
ciúma, os demais, eu deixo que' vocal, pois o único conjunto - JAIR: Nós temos agora em
eles mesmos digam. que existia neste estilo a mui- abril, em Caxias do Sul, depois
- NATIVISMO: Então vamos lá? tos anos atrás, no Rio Grande em Santa Maria no mesmo
- MIRIAM: Eu sou da cidade do Sul foi o Farroupilha. Come- mês, em maio no encerramen-
deljui. çamos a trabalhar o estilo e já to da Tertúlia, em Santa Maria
- JAIR: Eu e o Jairo que é meu na primeira apresentação nota- de novo, ainda em maio tem
irmão, somos de Porto Alegre. mos o resultado. Neste peque- mai, dois shows a confirmar
- JOCA: Eu também sou Por- no espaço de tempo, já foi gra- em Alegrete e depois temos em
to-alegrense. vado um disco, participou-se julho uma temporada em Porto
. - NAPP: Eu e o Fernando so- de vários festivais e em julho o Alegre de três semanas no tea-
mos de Santo Ângelo. grupo faz uma temporada aqui tro da Câmara.
- NATIVISMO: Fernando, quan- em Porto Alegre e comemora o
to' aos instrumentos o que tu pode- seu segundo aniversário. Inclu-
ria dizer, como é que vocês fazem sive como já foi dito, fomos a
os arranjos? São Paulo como convidados.
- FERNANDO: Boml Ai acon- Isto para nós é a prova de que
tece algumas variações, pois quando iniciamos este trabalho
depende muito do tipo de ar- havia um espaço a ser preen-
ranjo que a música necessita. chido na cultura musical gaú-
Quem nos acompanha muitas cha.
vezes é o grupo Raizde Pedra. - NATIVISMO: E a respeito do
- JAIRO: Mas não é o Raiz de disco, que o Napp falou que foi
Pedra que faz o instrumental, lançado, Qual é a vendagem dele,
pois a base é feita por nós, o Jair e onde se encontra?
faz o violão e eu a percussão, - JAIRO: Este disco foi uma
as meninas também ficam com' produção independente, lança-
percussão, depois sentimos a do em novembro de 82. Nós o
necessidade de colocar um bai- trabalhamos nas apresenta-
xo e flauta transversa. Mas ções que fazemos, pois a distri-
quando o arranjo pede mais ou- buição independente é uma
tros instrumentos, nós convi- coisa muito difícil.
damos outros músicos. - NAPP: Realmente, a distri-
- NATIVISMO: Qual é a linha de buição, é o mais difícil, mas es-
NATIVISM03 21
-
Jonessv
a arte 'Joltada
para o nativismo
Fundamentada em uma pesquisa séria, Jonessy es-
tará expondo seus trabalhos de pintura dia 29 de abril
no Galpão da TV Imembuí em Santa Maria.
22 NATlVISMO
o requinte e o significado balhos, o gaúcho visto em
do tema proposto, pois na seus vários aspectos: o so-
sua arte a forma, técnica e cial, o econômico e até o
o tema se encontram inti- psicológico.
mamente ligados. E os as- Não é só através das
• suntos são pesquisados •.e obras de Jonessy que pode-
estudados nos mínimos de- mos perceber seu gosto pe-
talhes, formando um todo. la simplicidade e o nativis-
Jonessy, que tem suas -rno: em suas exposições de
obras voltadas ao Nativis- obras de arte prefere o chi-
mo, retrata o cotidiano do marrão, a pipoca, aos sofis-
homem rural, inserido no ticados coquetéis.
pampa gaúcho ou nos cen- Considerando a obra'
tros urbanos. A história que de arte um referencial histó-
nos conta através de sua ar- rico, diríamos que todo o
te é a de um gaúcho sim- artista deveria procurar o
ples, sofrido; a própria reali- significado das coisas, ba-
dade da vivência diária, on- seando seu trabalho em
de a bota passou a ser subs- uma busca séria, não para
tituída pelo chinelo de de- usufruir favores mas sim
do. Com isso percebemos para contar a realidade des-
3
que ele expõe em seus tra-
NATIVISMO 3
sa história.
•
23
r}~~,
AS DIFICULDADES MISSIONÂRIAS
NO RIO GRANDE DO SUL
PADRE· PAULO ARIPE
trialização pioneira do fe
e aço, a impressão do :
meiro livro do Brasil, fora
entre outros, os troféus c
orgulham a Querência
Sul, graças a ingeniosida
dos Padres Missionários.
Neste modesto res
mo, quero abordar as p
cipais dificuldades enco
tradas pelos primeir
Apóstolos da Fé, esta te-
Gaúcha:
PRIMEIRA: IMPLANT
O MÉTODO APOSTÓLlC
DA REDUÇÃO.
Não foi fácil, conve
cer os índios, nômades p
natureza, fixar residên
fundar uma c id ad-
"reduzir-se" em uma áre:
a fim de receber um ensi
mento programado, sis
mático, progressivo, o q
era impossível num estilo c
andarengos e de gaudério:
Quem pesquisa a histó- Algumas acusações, sem querência.
ria missioneira do Rio Gran- nem sempre bem funda- Não só os índios resi
de do Sul, fica surpreso mentadas, de que os Pa- tiam ao método novo c
com o espantoso progresso dres usurpavam o poder e Redução, mas os própric
alcançado nos Sete Povos. serviam mais aos interesses padres missionários, tE
Não só no plano religioso, da Espanha, não empanam miam o perigo de permam
mas nas artes, na econo- o mérito inconteste, do co- . cer comprometidos com a
mia, nas indústrias, na or- lossal trabalho realizado pe- estruturas de uma cidao
ganização social e política, los missionários, que con- ou aldeia. Além disso, ond
na cultura e em todos os seguiram realizar a inigualá- encontrar uma região pré
outros aspectos da prorno- vel República Guarani. pria, adequada, que ofere
cão, humana dos cemmil A introdução do gado cesse condições de higien
selvagens catequizados pe- vacum, a criação das pri- e de sobrevivência, inclusi
los Jesuítas. meiras estâncias, a indus- ve, segurança contra o
24 NATIVISMO
-•
constantes ataques de ou- padres, tiveram que enfren-
tras tribuos inimigas? Mas, tarm doenças e perigos de
o denôdo e a perseverança vida, que só um grande
~ levou Roque Gonzales, a ideal poderia aceitar.
criar o primeiro dos Sete
Povos, São Nicolau, aos QUARTA DIFICULDA-
três de maio de 1626 ... Os DE: CARÊNCIA DE
efeitos benéficos do siste- TRANSPORTES.
o ma de Redução, foi con- As longas distâncias,
vencendo os índios e os entre tribo e tribo, Redução
próprios Padres, que esse e Redução, aliadas a falta
era o caminho. A dificulda- absoluta de estradas ou pi-
de foi sendo vencida pro- cada, sem condução algu-
gressivamente. Em dois ma, mais que o cavalo, ge- SEXTA DIFICULDADE:
anos já haviam cinco redu- ralmente xucro, os missio- OS HÁBITOS INDíGENAS.
ções fundadas no Rio Gran- nários, muitas vezes, fa- Os índios, por nature-
de. ziam longas viagens a pé, za, eram inconstantes nos
abrindo matos e picadas, estudos, nos trabalhos e
SEGUNDA DIFICULDA- atravessando riachos e pan- nas próprias convicções re-
DE: AS DIFERENÇAS DA tanais. Poucos padres para ligiosas. A poligamia, o
LíNGUA. tantos trabalhos, e ainda adultério, aliados a uma
Sem gramática. e sem sem mobilidade fácil, era permanente bebedeira, tor-
mestre, os missionários ti- um dos grandes obstáculos nava difícil O caminho do
nham que ir como que adi- que os Padres Missionários evangelho. A mentalidade
vinhando os termos e vocá- venceram com muita re- um tanto infantil, supersti-
bulos indígenas, que, em núncia e sacrifício. ciosa, a incapacidade para
geral, variavam de tribo pa- longos raciocínios, a grande
ra tribo. Até conseguirem preguiça e indolência, fa-
escrever uma gramática e QUINTA DIFICULDADE: ziam dos índios, alunos difí-
um domínio lingüístico para ISOLAMENTO DO MUN- ceis no progresso cultural.
se comunicarem com os ín- DO CIVILIZADO. A brutalidade, a descon-
dios, os missionários sofre- Homens cultos, bacha- fiança, o espírito vingativo
ram bastante. Venceram, réis em filosofia e teologia, eram barreiras sérias para
. porém, porque o ideal de acostumados a uma vida in- uma vivência 13msocieda-
servir era bem maior que o telectual, os Padres Missio- de. O costume de mentir, a
obstáculo. nários, embrenhados na falsidade e hipocrisia, junto
selva, anos à fio, sem co- ao desconhecimento do di-
TERCEIRA DIFICULDA- municação com o mundo reito de propriedade, difi-
DE: OS PERIGOS DE VI- cultural, sem comunicação cultavam a organização so-
DA. com os próprios Provinciais cial das Reduções. O desu-
Os missionários, desa- Superiores da Ordem, tive- mano costume de enterrar
bituados da vida na selva, ram que renunciar a neces- os doentes, ainda vivos, fe-
não raro, enfrentavam sé- sidade de notícias do mun- ria os direitos a vida. O há-
rios perigos de vida, não só do, progressos da ciência e bito de esconderem as mu-
com a ferocidade dos ín- a convivência com homens lheres das visitas e dos
dios, mas também com as de cultura, em troca de um brancos, dificultava o aces-
feras, tigres, cobras epes- contato permanente com so dos Missionários às Ma-
teso Sem armas e sem re- os índios, rudes, 'e pouco mães, base da religião na
cursos farmacêuticos, os dados ao cultivo da mente. família.
NATIVISMO 3 25
===========~LlVROS==
"OS TRINTA POVOS Brindes e da Livraria Sulina "Érico Veríssimo: Reali
GUARANiS" Editora Porto Alegre - e Sociedade" - Editora G
1978. Ilustrado com docu- bb/SEC-RS
Sabemos da imensa curiosi- mentos raros e fotografias Autor: FLAvIO LOURElc
dade que capeia entre a antigas, torna-se leitura CHAVES Professor de
mocidade gaúcha sobre os abrangentesobre o tema e teratura Brasileira
grandes temas de nossa põe claridade objetiva sobre UFRGS.
História. E um dos mais em- algumas sombras que as
polgantes temas da Provín- ruínas do passado teimam Co-Edição - Instituto Es'
cia de São Pedro é justa- sempre em conservar. dual do Livro - Departame
mente o das Missões Jesuí- to de Assuntos Culturais.
ticas e suas implicações
profundas no devir político, Este é um sério estudo. L
social e religioso do Estado ensaio sobre a obra de É .
e da Banda Oriental. Este ti-o Veríssimo, no que ela t
vro "OS TRINTA POVOS de mais significativo, COí
GUARANís", de Arnaldo realismo e sociedade. Urr
Bruxel, membro do Institu- das possíveis abordage
to Histórico e Geográfico das tantas que comporta
do Rio Grande do Sul e do obra do escritor qaúcr
Instituto Anchietano de mais conhecido no muno
Pesquisas é uma Co-edicão tendo inúmeros livros
da Universidade de Caxias duzidos nos mais importa-
do Sul, Escola Superior de tes países, seja do ocidente
==
Teologia São Lourenço de seja do oriente.
M ÚSICA-=;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;I
Há poucos anos atrás, o Rio - Atualmente o Rio Grande de discos de todo o estado. Rece-
Grande do Sul se definia musical- do Sul já conta com mais dois ti- temente foram lançados os fes:
mente, por dois estilos. Um tradi- pos de músicas totalmente integra- vais, Pastoreio de Novo Hamb
cionalista e folclórico desenvolvido 'dos e aceitos como ritmos que de- go, Canção Crioula de Santiag
por Paixão Cortes, Barbosa Lessa, finem a música do sul. Urnsurqiu Sinuelo de São Sepé, Gauderia
Claucos Saraiva a partir de estudos com a criação da primeira Califór- de Rosário do Sul e temos ma
feitos sobre danças e ritmos do es- nia da Canção Nativa na cidade de festivais que os discos estão com
tado. Uruguaiana. O outro à partir de prensagem atrazada mas corn g,
Que foram executados e ar- cantores e grupos urbanos, muitos rantja dos organizadores de q
ranjados pelo próprio Paixão e o deles surgindo na linha de projeção brevemente estarão nas lojas.
extinto conjunto Farroupilha. Tam- folclore instituído pela Califórnia, Fora estes estilos citados air
bém formou-se o conjunto Os como Kleiton e Kledir dos antigos da existe um que talvez seja o qu
Gaudérios no mesmo estilo e estas Almôndegas que foram os que define' reaírnente.o gaúcho em su
danças são dançadas até hoje n~ mais se projetaram no cenário na- essência telúrica e nostálgica
centros de tradições gaúchas do cional. Hoje o Rio Grande do Sul já abrangendo toda a região platina
estado. O outro estilo, o regionalis- tem música para todos os gostos, pampeana, sendo aqui representa
ta que firmou-se a partir de Teixei- nas casas de discos podemos en- dos por Noel Guarany, Jaime Cae
rinha e continuou com Gildo de contrar músicas populares, gaú- tano Braun, e outros mis~ioneirO!
Freitas e os demais que foram sur- chas de Bebeto Alves, Grupo Sa- provenientes da região dos 7 po-
gindo, com algumas variações racura, Canto Livre, Jerônimo Jar- vos com estilos de payador quitar-
mais marcantes como Os Araga- dim, etc ... E músicas nativistas reiros seguindo a escola do Patriar
nos, Irmãos Bertussi, Dupla Mirim, dos festivais, que em sua maioria ca Pampeano Atahualpa Yupan-
etc .. gravam discos e estão nas casas qui. CHICO SOSA
26 NATIVISMO :
f -
_ C H IC O S O S A ;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;==;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;
NATIVISMO 3 27
I.E.S.U. Sapucaia do Sul, 31 de janeiro de Associação Tradiçicnalis
~ Estudantil Brasilero - 83 cia do Minuano"
lkuguayo Lema: ''Trazer o Brasil r
MontevKieo yruguay Revista Nativismo Rio Grande no Coração"
Of.Circular. LGR Artes Gráficas Fundada· em "3Q-10-195!
Postal n~ 161 - Fone: :.;
Montevideo, marzo de 1983 Antes de' mais nada, quero Santa Maria
Estimados Seüores Ihes dizer que vejo minhas
PRESeNTE esperanças-as de que este oesper- Santa Maria, 02 de março
De nuestra consideraci6n: tar telúrico se consotlde . com o
EI motivo dei envio dei Boletfn surgimento da revista NATIVIS- Senhor Diretor:
Informativo de Actividades adjun- MO. Temos a grata satis
to es solicitarle que ai recibo dei Antigo seguidor desta nossa convidar representante.
mismo nos comunique Ias posibill- cultura - que para mim, antes de" conceituado Jornal, para L
dàde que hay de realizar Intercarn- ser um prazer, é uma filosofia de rasco oferecido à Imprens
bio con Ias activldades de su lnsti- vida - me vi diante desta conscien- mariense. à ter lugar no re
tuci6n. tizaçãc relâmpago invadido por um te social da ATEM, às 20:1
AI tener Ia satisfacci6n de diri- temmro, digo, temor e um certo do dia 07 do corrente I
gimos a Ud. para comenzar o reinl- ceticismo. Temor pelos rumos que feira], ocasião em que sen
ciar el diálogo de Intercambio que essa exploração desmedida, desse lançamento oficial da 4~
esperamos continue y se afiance filão sagrado, pudesse até -desca- Musical Nativista; apresent
con el tiempo,nos es grato saludar racterizar a mensagem e a história original da capa do disco
a Uds. y reiteramos a 5US gratas que nos foi legada a custa do san- zes promocionais, bem con
6rdenes. gue de nossos antepassados. jeto referente a indurnentã
Comisi6n Directiva de Mas surge o NATIVISMO, na apresentadores.
Santa vitória do Palmar, 16 de fe-
I.E.B.U. - N/d. Palacio Brasil - sublime missão de "separar o joio Certos da vossa honro
vereiro de 1983
18de Julio 994, Piso S - Montevi- do trigo", auxiliando o "deus tem- sença, antecipamos agrade
deo po" a preservar a dar continuidade tos.
Senhor Editor:
àquito que o mereça. Atenciosamente
Através das páginas do Jornal
Meus mais sinceros e gratos
Correio do Povo, tomei conheci-
cumprimentos, e longa vida para o CAPo AMAURY DALLA P'
mento da recente publicação da
nativismo. COORDENADOR
Revista NATIVISMO. Erva' Grande, 2 de fevereiro de
1983. Mas o que realmente me leva
Solicito a Vossa Senhoria, se
àté vocêe (sem dar menos impor-
possível informar queis as condi-
Prezado Companheiro: tância ao mérito ao reconhecimen-
ções de eu conseguir uma assina-
to que Ihes é justo) é a oportunida-
tura, preço etc ... etc ... Faço minha. saudaç6ea
gaudériaa ao eatimado comp...· de de vestir um traje que demons-
Ciente do atendimento,
tre nosso amor pejo Rio Grande.
subscrevo-me nheiro. É com grande orgulho,
por .., gaúcho, e satisfação Já é hora de repudiarmos a "agres-
Atenciosamente
que li pela imprensa o lança- são estrangeira".
Sidnei Basto. de Almelda mento da Revista" Nativiamo. A CAMISETA DEVE SER Bagé, 17de março de 1983
Rua Dr. o.valdo Anaelml, 1110 Gostaria de recebê-Ia pelo DO N~ 52. Via reembolso postal
96.230 Sente V1t6rle do ••••••••• reemboI.o postal, bem como, para: Prezado Senhor:
solicitar 80 estimado índio, •• Henrique de Abreu Como patrão do CTG SI
- C •• P.108 .
voei diap6e de material sobre R. Cel. João Correa, 71 Centro NELA DA FRONTEIRA, torne
tradicionalismo gaúcho. ·93.200 Sapucaia do Sul - RS berdade de enviar a presente
Deede já entecipo agrede- o seguinte:
Giruá,11 de fevereiro de 1983 cimentos; A - Em nosso poder o
Atenciosamente. PREFEITURA MUNICIPAL DE de vI revista "NATIVISMO",
Prezados Responsáveis NOVO HAMBURGO tamos e fizemos um relato no
pela Revista NATIVISMO: Júlio Cezar Manta Estado do Rio Grande do Sul 50 CTG e os demais do municíl
AIC lnapetoria Veterinária SECRETARIA DE EDUCAÇÃO E B - Tomamos conhecirn
Conforme havia solicitado, re- Erval Gr_ - RS CULTURA· SEMEC por intermédio da Imprensa
cebi um exemplar desta revista, 88.7!iO Porto Alegre, que já está círcu
confesso que vibrei ao constatar CONVITE do o 2~ número, mas procurar
algo de alto valor para as artes na- fi! não encontrarnos-ern nossa c
28 NATMSMC
- HOS NATMSMO EM QUADRINHOS NATlVISMO EM QUADRINHOS NATlVISMO EM QUADR
DESCAMINHOS [A CIDADE
E:UI€"-fuN ~E.R.REI~ A E
fI<.lTórJlo ~J60srO 'F-ERRStRI\
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!iõj,.~!íh~ Que 6l6,EAAW\ RANGeu /J<l VILA'~-
A MES,fV\A L\.J2. rA ,'-l!JADE
A MAIS C'L-.H,q.
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'~vs.:A+'- 1R.A8ALH" '-l) pC"" I-
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50LTA~ os FILHeS fJA VIDA-
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L"S -iyp.."'I3RD'S VÃ-r ,.."AIS AINDA
I-l",~;l) L..(:GQ t.-'S"'TÂu CHA~6vEA;.JDc.~
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LAVA~t'o gc,JPA pf2,A.' R"":R.A
PEcANDO FRI2.1"E- E L-A-PfA.IA
P.'RA/ EN(r-\ER .4 SCt:"A Do'S FILIt\.."J5,
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3 29
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30 NATIVISMI