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APRESENTAÇÃO DA REVISTA NATIVISMO ON-LINE

O projeto editorial da REVISTA NATIVISMO, iniciou em Porto Alegre quando eu trabalhava


como assessor de imprensa para uma gravadora e viajava acompanhando a explosão dos festivais
nativistas no estado.
Em uma das minhas visitas a residência do meu amigo, Glênio Fagundes, encontrei uma revista
Folklore, que era editada na Argentina. Este veiculo serviu de inspiração para eu criar um projeto
editorial similar que registrasse a cultura gaúcha e documentasse os festivais aproveitando este meio
pra circular, já que a cada semana acontecia um festival em uma cidade diferente no estado e não
existia nem uma publicação encarregada desta matéria. Com o incentivo de Dom Glenio, encarei o
desafio e viajei a cidade Santa Maria, para conhecer uma gráfica e editora que estava iniciando e que
tinha interesse neste tipo de projeto. Acertamos a parceria, pois os interesses convergiam, e assim sai
a campo para colher material e captar colaboradores, no que fui muito feliz, pois a receptividade foi
excelente, e consegui a colaboração dos mais importantes nomes entre jornalistas, poetas, músicos,
escritores e pesquisadores da cultura gaúcha. O plano era lançar a edição Nº1 na cidade de Uruguaiana
durante a realização da 12ª Califórnia da Canção Nativa, e assim aconteceu. A apresentação da revista
foi feita por Colmar Duarte, um dos fundadores do festival.
Hoje passados tantos anos, pela importância dos artigos atemporais, e com interesse em fazer
um registro de época, aproveito a evolução da mídia através da internet. Volto a editar, ora, on-line as
Revistas Nativismo que foram publicadas. Espero que tenham uma boa leitura!

Chico Sosa
-

ANO I, NC?3, Cr$ 300,00 LGR ARTES GRÁFICAS LTDA ABRIL 1983

SEMANA DO C·ARRETEIRO '

MOSICAS CIFRADAS
LUIZ C. BORGES NO MINI POSTER·
CANTO LIVRE NA RODA DE CHIMARRAO
T~IXERINHA :UM GAÚCHO INTERNACIONAL
I

EDITORIAL

Ao abrir este editorial, não poderlamos, em primeiro lugar,


,
deixar de agradecer ecerinhoss receptividade dos mais variados
pontos do Estado e das mais diversas personalidades culturais
que nos enviaram cumprimentos, apoio e estImulo. E é de toda
esta gama de reconhecimentos pelo nosso trabalho, da simpatia
com que fomos e somos recebidos que apresentamos hoje ao pú-
blico leitor do Estado, o n.o3 da revista NA TIVISMO, onde procu-
ramos concretizar um pouco das coisas do Rio Grande do Sul: o
folclore, a tradição, a música e as artes plásticas, além de colocar
em evidência, fatos de nossa história e nomes que devem ser
mais conhecidos do gande público.
Estamos eufóricos e convictos de nossa responsabilidade,
ao mesmo tempo que confiantes e gratos à todas as pessoas, en-
tidades e autoridades que tiveram a sensibilidade de aprender o
sentido de nossa missão e o alcance cultural que só poderemos :
levar adiante - e levaremos - através de uma equipe unida e I·

dessepúblico que acreditou em nós.


I
íNDICE I

4 - Edilberto Teixeira
6 - Tertúlia Nativista I
EXPEDIENTE 8 - Teixeirinha: Um gaú-
cho de nome Interna-
NATIVISMO - ANO I - N? 3 CGC 8760493010001-32. Santa cional I

PUBLICAÇÃO DA LGR Artes Grá- Maria. !mOO - RS.


10 - Clássicos do Nativis-
ficas Ltda. e Editora - Os artigos assinados são de
DIRETOR: Jorge U.S. Lopes - Responsabilidade dos autores e
mn
DIRETOR DE ARTE: CIÓvisG. Pe- não refletem necessariamente a· 12 - Roteiro dos Festivais
reira - DIRETOR DE PRODUÇÃO E opinião da Revista. 18 o Luiz Carlos Borges
DIVULGAÇÃO: Francisco V. Sou- - Ninguém está autorizado a efe- 19 - Cultura I
za - EDITOFt:· Antônio C. Arbo - tuar qualquer transação comercial
20 - Roda de Chimarrão -
COLABORADORES: Edilberto sem estar devidamente credencia-
Teixeira, Paulo Aripe, Reinaldo Pe- do.
Grupo Canto Livre
droso, Ligia Fagundes - CIFRAS - Os n?s anteriores devem ser pe- 22 - Jonessy: A Arte Vol-
MUSICAL: Cesar Prieb - ILUS- didos à editora ao preço atual. tada Para o Nativismo
TRAÇÕES: Vara Souza, Ulisses 24 - Ponto de Vista -
Dornelles, Clóvis Geyer e Byrata -
Paulo Aripe
FOTOLlTO E MONTAGEM: José
C. Almeida - CORRESPON- 26 - Livros •
DÊNCIA: Sara W.C. Lopes 27 - Chasque
Depto. de Arte: Ulisses Dor- 28 - Cartas
neles - LGR 29 - Nativismo em Quadri-
Artes Gráficas Ltda .. Silva Jar-
nhos
dim, 808 . Fone: (055) 221.6874 -
30 - Cartum

NATIVISMO 3
====;;;;;EDILBERTO TEIXEIRA=;;;;;;;;
Com o advento da SEMANA nome e a segunda, "carretas e car-
DO CARRETEIRO, vindos em gru- reteiros". Foi uma experiência no-
po, participam db mutirão cívico va que deu certo. A trova,
promovido pela municipalidade. cingindo-se ao tema, seguia o sen-
Com a agilização de suas vendas, tido da cuia de chimarrão, isto é, a
dá-se, no dizer do Prefeito Balbo "deixa" seguia da direita para a
Teixeira, a valorização do homem esquerda. Não aconteceu o desa-
do campo, evitando-se destarte o. fio de duplas, cansativo e pobre e
êxodo rural. foi, por isso, cognominada de
Com a organização da' "Feira "trova do mate" do agrado geral
do Carreteiro" no Parque Assis do público e dos trovadores, Foi
Brasil, além do prestígio crescente, uma esperança, dita por eles, de
são('eles envolvidos pelo carinho redenção da trova sul-rio-
do povo que justifica esse orgulho grandense.
atávico da filosofia que os mantém Participaram, também, do I
ainda na primitiva condição de car- Concurso do Jogo-de-pulso e na
reteiro. sexta e no sábado dançaram até de
Idealizada, ao que se sabe, Vendem rapidamente seus madrugadt! no Pavilhão de Recep-
pelo Dr. Luiz Carlos Barbosa Lessa produtos, trovam, cantam " se ções do Paroue.
e pelo ex-assessor de Turismo de vangloriam das aperturas do dia-a- Apezar da chuva inusitada foi
São Gabriel José .Américo Teixei- dia, da adversidade do clima, das uma Semana de deixar saudades.
ra, a SEMANA' DO CARRETEIRO estradas e das ruas de São Gabriel. O público, inédito para São Ga-
nasceu com a finalidade precípua A SEMANA DO CARRETEI- briel, aplaudiu e vibrou com os
de valorizar o homem que labuta a RO, Edição/83, superou a expec- "causes" e as trovas e participou
terra e tem raízes históricas e, so- tativa. Cerca de 30 carretas desfila- das tertúlias livres que se seguiam
ciologicamente, é a imagem viva ram pelas' ruas, custodiadas por até o clarear do dia.
deum Rio Grande distanciado no um grupo de jovens a cavalo per- A SEMANA DO CARRETEI-
tempo. tencentes ao CTG "Avelino B. Tei- RO, Edição/84, acontecerá nos
São Gabriel hoje tem o privilé- xeira", Foram recebidos em au- primeiros dias do mês de fevereiro,
gio ou a destinação histórica de ser' diência pelo Prefeito Baltazar Bal- coincidindo com a festa de Nossa
o último reduto dos carreteiros no bo Teixeira. Pela primeira vez en- Senhora dos Navegantes. Às mar-
Rio Grande do Sul. traram naquele gabinete. Embora gens do rio Vacacai, facilitará a
Nos Distritos de Vista Alegre, descalços, dado a chuva torrencial. "Feira dos Carreteiros" e, obvia-
Santo Antônio e Pau Fincado exis- daquela manhã, tiveram eles opor- mente, terá mais prazo de prepara-
tem ainda os carreteiros autênticos tunidade de dialogar francamente ção e execução. A SEMANA deste
na faina singular do trato da terra com o Prefeito, dizer de suas difi- ano foi organizada em apenas 20
em regime de economia familiar. culdades e reinvindicar melhores dias, em razão da mudança do go-
Sofrendo as limitações do minifún- condições de vida. verno municipal, mas, deixou a
dio, fazem eles da carreta o veículo Acampados no Parque A. certeza de sua maturidade,
de transporte e, por quase todos Brasil, à noite, depois de venderem caracterizando-se fundamental-
os meses do ano, transitam pelas suas quitandas (Melancias, abóbo- mente como um evento local inse-
ruas de São Gabriel vendendo seus. ras, mogangos, charque, queijos, rido no calendário turístico de nos-
produtos agrícolas. Fazem parte doces de campanha, licor de ber- so estado.
do cenário e dão um colorido pe- gamota, vinhos de limão, pimenta, Já, em razão da escassez e do
culiar as nossas ruas. alho, galinhas, maços de palha, alto custo do petróleo, muitos fa-
Arrinconados na lonjura r , cur- etc.) participaram das Rondas Ar- zendeiros de São Gabriel, alerta-
tidos pela paciência que Ihes é ina- tísticas, cantaram e trovaram. dos pela facilidade e economia da
ta, conformados com a solidão dos Assistiram o 11Encontro de li- carreta, estão voltando ao velho
distritos, com 'as asperezas da es- teratura Oral do Rio Grande do Sul hábito de seu uso no que concerne
trada, com os largos dias de via- (Concurso de Causos) e participa- aos pequenos afazeres da Estân-
gem são, porque não dizer, heróis ram do I Desafio de Trovadores da cia, como "buscar lenha no
do nosso tempo! Região da Campanha. Desafio es- mato", "encostar moeirões às cer-
Em plena era das Comunica- se desencadeado e restrito a temas cas" e transportarem produtos da
ções, os carreteiros de São Gabriel pré-determinados. lavoura. Outros, estão indo mais
consomem no mínimo seis dias de Por ter sido a Semana deste longe, estão amansando bois para
viagem de ida e volta, somados ao ano integrada as comemorações a aração das "hortas de aveia",
tempo dispendido para a venda de do Centenário do nascimento do pomares, etc.
suas quitandas nas ruas da cidade, Marechal José Baptista Masca~e- Cabe indagar, finalmente, até
para amealharem uma féria de CrS nhas de Moraes, o tema da primei- quando haverão SEMANAS DO
15.000,00 a CrS 20.000,00. ra rodada de trovadores foi o seu CARRETEIRO em São Gabrielj'

4 NATIVISMO 3
TERTÚLIA NATIVISTA que este ano é formada por
Amaury Dalla Porta (Coordenador)
Milton Monte, José F. Wasseur Ri-
cardo Jornada, Sérgio de Assis
Brasil, e com Antônio Flores dire-
tor da Tertúlia livre, juntamente
com a direção A. T. Estância do
Minuano, farão um show gratuíto
na praça central ao público em ge-
ral.
Outra inovação no sentido
técnico, é que a gravação será fei-
ta em estúdio, e quanto ao instru-
mental terá abertura para violão
com captação acústica, já a indu-
mentária será exigida ao estilo gaú-
cho, dentro dos padrões tradicio- .
nalistas.
O júri que fará a pré-seleçâo,
está composto dos seguintes no-
mes: Alcy Cheuiche, Diogo Ma-
druga Duarte, Glenio Fagundes,
Luiz Henrique de Freitas Lima e
Luiz Telles; que selecionarão com
um máximo de 36 e um mínimo de
A Sociedade Tradicionalistc bém já colocou os ingressos à ven- 27 músicas entre as mais ou menos
Estância do Minuano, que recente- da. 300 que são esperadas, que deve-
mente realizou o V rodeio crioulo, A Comissão organizadora, rão aprontar até o dia 5 de maio.
está se preparando em todos os

4ATERT.
sentidos com uma infra-estrutura
que vai deste uma bem montada
secretaria de recepção no quios-
que da-praça central, funcionando
durante todo o dia, comdois tele-
fones a disposição. atendendo pe- MUSICAL NATIVISTA
los n?s 221-9615 e-pelo 221-8665, A.T. ESTÂNCIA DO MINUANO
até os preparativos na sede da Es-
tância, aonde existe toda a estru-
tura necessária para a cidade de 10,
na como já aconteceu nos anos'
anteriores; que tem este ano como
diretor o Dr. Luiz Antero Peixoto,
que já está recebendo as inscrições
para reservas de lotes.
A secretária do quiosque da
praça está recebendo as inseri-
cões das músicas cuja ficha de
mscricão se encontra anexada 110
livrinho do regulamento que se en
contra a disposição dos músicos e
compositores interessados, e tam
CARTAZ DE JONESSY

6 NATIVISMO 3
1 -
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TEIXEIRINHA
1
UM GAúCHO DE NOME
I
J~ INTERNACIONAL
Se podemos falar sobre uni
I artista que chegou ao sucesso de-
pois de enfrentar inúmeras cir-
cunstâncias adversas, este é TEI-
XEIRINHA.
Um homem simples, nascido
no interior do Rio Grande do Sul,
cujo talento e, principalmente,
muito trabalho e vontade de ven-
der, o levaram para uma carreira
artística, de êxitos e vitórias, levan-
do seu nome a ser conhecido em
todo o Brasil e também no exte-
rior.
O problema maior do artista
não é apenas alcançar a fama e -
muitas vezes - uma efêmera gló-
ria: O grande problema é manter-
se requisitado, admirado e respei-
tado em seu trabalho durante uma
vida toda. E isto TEIXEIRINHA
conseguiu. Sem nunca fugir de
suas origens e de seu estilo, este
artista, vem há mais de 20 anos,
cantando, produzindo discos e fil-
mes e levando alegria aosseus mi-
lhões de fãs do Brasil inteiro, mer-
cê da seriedade com que realiza
seu trabalho artistico e da continui-
dade que dá ao mesmo, sem es-
morecimento, sem descanso. Este shows, bailes populares, logo após dagem de discos.
o segredo do sucesso para VI C- percorrendo o Estado. Foi contratado, repetidas ve·
TOR MATHEUS TEIXEIRA, um Gravou seu primeiro disco em zes, para cantar suas músicas no
gaúcho de nome internacional. 1959, com relativo sucesso, mas já exterior, inclusive nos Estados Uni-
deixando prever que nascia um no- dos e Canadá.
DADOS BIOGRÁFICOS vo astro, o que realmente aconte- Autou em 12 filmes de lonqa-
ceu dois anos após, em 1961, metraqern. a maioria deles produ-
Nasceu em Mascareda, Santo quando gravou um compacto sim- zidos e realizados por sua própria
Antônioda Patrulha,boje município ples, duas de suas músicas que até produtora. Nos relatórios oficiais
de Rolante. hoje se inscrevem entre seus maio- da Empresa Brasileira de Filmes,
Aprendeu a ler e a. escrever res sucessos: "Coração de Luto" e do Ministério da Educação e Cultu
durante os poucos anos em que "Gaúcho de Passo Fundo". ra, seus filmes aparecem sempre
freqüentou escolas. Não estudou De lá para cá, em vinte anos, entre os dez maiores recordistas de
canto nem música. sua voz é um gravou 55 "lonq-plavs", um verda- bilheteria.
dom natural que trouxe do berço. deiro recorde de produção Seus discos são bem vendi-
·Em Passo Fundo, começou a mantendo-se, permanentemente, dos em Portugal, U.S.A. e outros
cantar no ano de 1954 em parques, entre os primeiros lugares em ven- países.

8 NATIVISMO
SHOWS "CORAÇÃO DE LUTO"
E o cantor mais procurado pa- Realizado pela Companhia
ra realização de shows, tendo se LEOPOLDISSOM - Lançado em
apresentado em todos os Estados março de 1967 - Diretor Eduardo
Brasileiros, lotando ginásios, está- Leorent.
dios e clubes, realizado shows nos
Estados Unidos, Canadá e outros. "MOTORISTA SEM LIMITES"
Sempre acompanhado de Mary Realizado pela Companhia IN-
Terezinha. TER FILMES, lançamento em
1969. (Barraqan)
PROGRAMA DE RÁDIO
Teve programas nas rádios de "ELA TORNOU-SE FREIRA"
S. Paulo, vinte rádios do RS e rá- Teixeirinha Produções Artísti-
dios de Sta. Catarina e Paraná. Os cas Ltda. Lançado em
programas eram gravados em P. fevereiro 1 1971 - Diretor: Pereira
Alegre e enviado a fita para as refe- Dias
ridas rádios.
"TEIXEIRINHA A SETE PROVAS"
ATUALMENTE Produtora: Teixeirinha Produ-
Possuem programas pela rá- ções - Lançamento em março de
dio Gaúcha de Porto Alegre: de 1973 - Diretor: Barragan
manhã das 5 à"s6.30 hs "Teixeiri-
nha Amanhece Cantando". -"do- "O POBRE JOÃO zembro de 1978. Lançamento em
mingos: das 6 às 8hs "Teixeirinha Produtora: Teixeirinha Produ- Porto Alegre dia 07/maio11979.
Comanda o Espetáculo". ções Art. Ltda. - Lançado em
07.04.75 - Diretor: Pereira Dias "A FILHA DE IEMANJÁ
Mensalmente recebe muitas Produção abril11981 - Lan-
cartas, na média de 2.000 mil as "A QUADRILHA DO çamento em setembrol1981
quais são atendidas através dos PERNA DURA"
programas de rádio e ainda pes- Produtora: Teixeirinha Produ- Hoje, há um ano para comple-
soalmente com uma carta a cada ções: lançamento 15/março11976. tar um quarto de século de exitosa
ouvinte, um postal calendário dos - Diretor: Pereira Dias carreira, TEIXEIRINHA continua
artistas: estas cartas são atendidas atuando ininterruptamente, seja
por uma pessoa que se encarrega "CARMEM, A CIGANA" no disco, seja em shows, seja no
somente desse serviço. Produtora: Teixeirinha Produ- cinema. E exemplo de perseveran-
- Teixeirinha Producões Ar- ções - Realização em Porto Ale- ça de um público sempre renova-
tísticas Ltda., é uma "empresa de gre Lançamento em do, em busca da singelesa e da na-
sua propriedade, com a função de 271setembro 11976 tural invocação do gaúcho repre-
produzir e distribuir filmes, na pro- sentada por ele:
dução e distribuição de filmes, so- "NA TRILHA DA JUSTiÇA" Este seu jeito puro de cantar o
mente fitrnes de argumento do Produtora: Teixeirinha Produ- gaúcho, acompanhou seus conter-
cantor e compositor Teixeirinha. A ções - Produzido em Pântano râneos que por motivos os mais di-
mesma é estabelecida a rua Andra- Grande - RS lançamento em versos, hoje se encontram espa-
des Neves, 100. Conjs. 301/02. 25/abril/1977 lhados por vários estados do Bra-
Seus filmes são exibidos em todo o sil. E ele, TEIXEIRINHA, o artista
território brasileiro; Já toi encarni- "MEU POBRE CORAÇÃO mais requisitado do sul, para levar-
nhada documentação junto a EM- DE LUTO" Ihes as mensagens do pago e as
BRAFILME, a fim de exportação Outro filme, com uma nova lembranças dos pampas. Mato
de todos os seus filmes para os história filmado em P.Alegre, Grosso, Santa Catarina, Paraná e
U.S.A. e Canadá. S.Paulo e Portugal - Lançado em mesmo os estados do norte e nor-
fevereiro de 1978. deste recebem o artista comirnen-
FILMES so carinho. O seu estilo regionalís-
Seus filmes receberam sem- "OGAUCHO tico de exaltar sempre as qualida-
pre o certificado da EMBRAFILME DE PASSO FUNDO" des de valentia e "rnonarquisrno"
"Filme de boa qualidade" LIVRE Filmado todo na cidade de do gaúcho, fazem com que, justa-
para exportação. Passo Fundo. mente hoje, ele tenha esta grande
São filmes que falam de r.rsró- penetração em um público que lhe
rias humanas, saudáveis para qual- "TROPEIRO VELHO" é muito fiel e principalmente entre
quer nível e público: com censura Filmado na cidade de Osório- aqueles que vivem .longe do Ri
livre.

NATIVISMO 3
RS, nos meses de novembro e de- Grande do Sul.
••
9
PENAS DESCAMINHOS

Ewerton Ferreira e
Autor' Knelmo Amado Alves Antônio 'Augusto Ferreira
Compositor: Francisco Alves 4'-1 Ih DI"'1
A lan~~na da cidade .A M
IVI.DOI« E'l--/\' O t'f- Deslumbra os olhoRlda china
Uh'ia estampa f), A que quando sal do seu pago
. "71"'1

Da pampa Pelas luzJf=>


se f~sclna D'\1
Vai desapare~er 0,'1 Nas gr9fras maos calej~as
De sanga planta e capina
Não tem liberdade
A '-.. ...
Não pode correr A .P '" Se aéende luz do desejo !.A•••
Não pode cofrer, não pode correr de cambiar de pago e sina
I\-} {!'~I
A máquina e o homem 0,<\ Vê seu rancho tão pequeno
~I\ (,t- <-
Cortaram as distâncias ", que os de casgfontamina~
E léguas de estârPcias Sonha os filhos emp~gados
Wao existem malhA
A
C> AIt\
As c har Ias pe Ias vizm
.. lias'1"-1

Ifflffi I
Não existem mais, não existem mais G
Sorte melhor ao campeiro
_ At ..•..
,
Nandu tuas penas "'+ F
qu~e consome na tid rI-
I a ,

1-1
São penas que chegam Seguir os rastros dos outros
Nas tardes amenas ~"" F ~'l-
As lembrancas de um piá que erguer~ ra't~ho naA'4!a
Que apenas'qtt~ria Co que erguer?m ranch~ra Vila
que erquerarn rancho na vi~
Nas correrias D~ f,
Roubar-te urng pena I.. 1>
•••
Pra poder brincar F + A mes~a luz da cida~
a mais'ciIhares fascina
A t),A
Nas grandes cidades ' se vai'Io p anta dar e~ 4 ••..•
La

1"It
Vi festas vi plumas L>,A J( l:..--'yJ vender as terras que tinha
. o.
Enfeitando aJl,va:,dade D"",
E a alegria fugaz • Buscar trabalho no povo
Na loucura da fes~a ~ Operái de oficin~, F
A
Luz e esplendor D Vender a força e saMe A
Na tristeza das penas Soltar os filhos na vida "'"
um grito de dQr.• \.",:,\ A.. DIM
(':::#J.o.1 ts~Vl'-)-·
A. l< ~ A carr~a vai vergada
O avestruz do meu pago Os o~ bras vão mais ai;da F
p
Vaid.esa arec5' (~+lO_)
São penas quep,trago •
11t1 ~b E~
Logo logo estão chanJlue~ndo
pelo prato de comida •. i"1

I
Nag.a.,.90ssof~zef-NI'°) , 6
Lava~do roupa prá fora •
f'1- lF1-fA ~nf:~tr~:~~:;~;a~~J 1 Pegando frete e capina€" .,~
A.... '"

I
E sem lib%c!?d1:-,.. I Prá en~er a boc}f.0s filhos
Não pode viver. x ~ E encher a vida vazia '1- •••
(J\c:.II'V'1s•••)4nc.!lM e encher a viJ: vazia •••••.•
~~ A.

I e ench~r a vida vazia~

10
7= 1'.1 " ~
NATIVISMO ;~
"....

========;;;;;;;;;;;;=======N~nVISM~==
CAMPESINA ~ Mário Wcrbará Dornell •• , Sérgio Napp SEMEADURA
._,:,...., F#INI E !r••• I 15..,/.••
Levantar-se a tempo de corda r o so"- . r .u.'\
';"0 ~'lI,,1/I
Prep~~ a erva parti}g~Jr1arrao
. -r' ~ C4h
6 ••• lS•..••!A
r _ T' MUSICA: Vitor Hugo Alves Ramil
LETRA: José Alberto Fogaça de Medeiros
Leite p-araos gUa~hOSroupa no vaAral
I'~ ~•. 61f hã 11 1l~'I, 2145, J'I%, '15", Br

1 A água na cacirn a e varrer o c ao


FII~ FIf1/(Jb .9"" 5J<1/A
Bate a roupa, torcel'~F,;Wpo, enre'1a o campoCJI~
e:",
medo nao a
8+.
Nós vamos prosseguir companheiro
~ h,E ••.•
15-r
No rumo certo da estrada 1::"",
.

Beb~~onho, ~jf",el!-a a vida.,~xuga o temrpo,../A


unidos vamos crescer e andar
Fog~~~so, enr~la O'sonho, esfrZj~ os~olho
nós vamos repanr, companheiro
Torce a vida~ate o medo'.J~ola j~T.a~osfl/"'/e E"I'\-I

o campo e o mar!n- .

I
e a comida quente píjra o seu peaç •.•~
3M , ~~r
"-'"' O pao da vidJk.•meu braço, meu peito
e a comida quente para o seu peao
FtI "'" nu", I" -5.... . UH-
Que ll'4her valen}:IM?~ena co~.eanheIIk flfWi/f- 6•...•
/~ ~:~~::~:;~rla morena 1(,1-1 B
Suas m~os Sã.o a~~&eu Olha~~e. guarPJr

I
QUI;([otener"''1 c.
Que'lMl!)er va~~7Ebue~ compa2Jlra l""'IOHf
GUitarra y canto libre
Me repara a casa e me enfeita a ca~;..., .
I En tJ~mafiecer"''''''
~q"'1 FII""lé~'" !I-1IPo~
1hFlM
{III""~",,,,,
Aticar o foqo ora fazer o oao (/q .
.et . (•.164 "'<II,/-. No pampa ~eu P!I~ a voar K ~
milho para os ointo.s dep~Jii~emf::;dr l( v.,;....;.
{11... FIt"'~E ~'" .I~ )( Vv--..J Esteira de vento e luar
E mexer Cj,tach04?ocar pl ao
Ve~'o e lu.rr'" Bt ["""
EG:~urizada para reparar <:#? Ftt"'t fJt,.,/E

I
Nad~;r~is lhe cabe ~!Jlseu pequeno ~»51do f)}
Nós vamos semear, companheiro
Nada mais lhe cabe em seu pequeno m~ndo ~ 6..,
(D~~"",6 ••.•IFC"",c...18b F1FlIA 6b. no coraçao '31
6'1- <;j{q o., c••.•f!b manhãs e frutos e sonhos G"'1
Batp roupa"t0'fe/~ corpo enred}g campo D~
Pra um dia acabar com esta escuridão
Beblo sonho es'h~,qaa vida, enxuga o tempo I"
' 6"" F" l...... Ih t.••• »0 Nós vamos prepgrar, companheiro
FogGe"'õ
A.. e..
riso, enrola sonho, esfrega os o os
Torce a vida, bat~~ medo, e~f~l"as
Pl-
ma~s.., GIM!f
~
y. ~

Sem ilusão
E~,
B"
Um novo tempo em que a paz e a fartura
Nada mais lhe cabe em seu pequeno mUg20
Brotem das mãosEw1
Nada m~rslhe cabe e~reu pequeno mundo
.:;..... a ••• /1' "1'1 flt
Que mulher valente, buena companheira Estribilho: (E""1 &.)
d DT
"... G""I~
Suas mãos asas, seu olhar me guar a
6'" G""" eM
,..,

helr. a
,,1- Minha quitarra companheiro
fala o idioma das águas das pedras
Que
G"""
mulher blfltltlF
valente, -
buena compa!2+ c bc. •••.•
(.""1. v 1I;.-
dos cárceres, do medo, dofogo, do sal
Me repara a casa e me enfeita a cama. P?- '" "'"
Minha guitarra

1~"11
i
Tem o demônio da ternura e da tempestade

E como um cavalo que rasga


que rasga o ventre da noite
Beija o relâmpago
E desafia os senhores da vida e da Morte

Minha guitarra é minha terra, companheiro

'I
Emeu arado semeando na escuridão
6'-'1 1F Um tempo de claridade

I ~If:b,
Minha guitarra é meu povo, companheiro
A
1-f< IF-"/Po,
li. ~. . !
• • I . ,
)( ~ ;.~ ~'~

NATlVISMO 3 11
: ROTEIROdos
, FESTIVAIS
o------------------~

« Quando a última carreta desaparecer aqui (e progresso não existia, as estra-


das surgiram sendo dernarcadas
talvez na América) se dará o estertor de um come- pelas rodas das carretas, e o qaú-
ço, pois, o Rio Grande nasceu e cresceu em rela- cho utilizava-a como um meio de
ção ao potencial do boi. Através do boi montou a sobrevivência, que tanto servia de
cavalo e para o seu transporte o fez boi manso. transporte ou rancho. Onde os po-
Com o boi jungido a .canga, e puxando a carreta, voados distantes faziam estradas
demarcou as primeiras estradas e abriu com a frin- longas, e na quebrada da noite
quando o rninuano batia forte
chá de suas rodas os nossos primeiros e sempre
seus únicos companheiros eram OE
Novos Caminhos.» Edilberto Teixeira bois e o ranger da própria carreta.
Teve-se na Semana do Carre-
teiro, uma inovação em termos de
A Semana do Carreteiro A partir das oito horas do dia concursos em festivais, pois
realizou-se em São Gabriel, de sete oito, na terça-feira, até o dia treze, efetivou-se o jogo de pulso, de
a treze de março de 1983, promovi- os acontecimentos passaram a qual foi vencedor Dácio Moeira.
.da pela Prefeitura Municipal, Ad- realizar-se no Parque Assis Brasil, E como em outros festivais
ministracão Baltazar B. Teixeira. O na denominada Cidade de Lona. não faltou o chimarrão e o concur-
evento f'oi de grande importância, Fizeram-se presente um grande so de causo no qual venceu em pri-
tendo o apoio de diversos órgãos, número de pessoas da região, en- meiro lugar o porto-alegrense Pau-
entre outros, Governo do Estado, tre historiadores, folcloristas e linho Pires, e em segundo João V
Secretaria de Cultura, Desporto e poetas ... Alves da cidade de São Sepé.
Turismo, através de Edilberto Tei- Os participantes da Semana No concurso desafio de trova
xeira. do Carreteiro, foram, na grande dores, onde o tema era livre e vá
Esta manifestação tradiciona- maioria, os próprios carreteiros da rios concorrentes' participaram
lista aconteceu pela segunda vez, região: homens simples, engaja- venceu Vil mar Menezes.
ocorrendo além do " Encontro de dos nos trabalhos e lidas campei- Dando ênfase ao nome d{
Literatura Oral do Rio Grande do raso E, a começar pelas pessoas evento foi realizado o concurst
Sul, o I Desafio de Trovadores da presentes, pode-se dizer que foi Penca dos Carreteiros e o vence
Região da Campanha. um evento culturalmente diferente dor foi o cavalo denominado To
A abertura oficial deu-se dia dos demais, visto que mate.
sete, às vinte horas, pelo Prefeito caracterizou-se nitidamente.a figu- A Semana do Carreteiro fc
Baltazar Teixeira, tendo como lo- ra do carreteiro, homem marginali- um acontecimento que mostro.
calo Plenário da !;âmara de Verea- zado e sacrificado, onde a expres- nossas raizes, mais que um festiva
dores. Logo após, o historiador são do próprio rosto conta a sua foi a valorização de uma cultura, i
Osório Santana Figueiredo discor- história de luta. história de um povo, contada pe~
reu sobre o tema "Carretas e Car- Neste encontro mostrou-se a autenticidade do homem campei
reteiros" . história desde um tempo em que o ro. ,

12 NATIVISMO
-
: ROfEIROdos
~ FESTIVAIS
--------- .....
V RODEIO DA ESTÂNCIA
DO MINUANO

A capital gaúcha sofre muito a


influência dos grandes centros ur-
banos do Brasil e por esse motivo
torna mais difícil cultuar o tradicio-
nalismo em sua área. Aos poucos,
à exemplo das demais cidades do
interior que há bastante tempo rea-
lizam os seus rodeios crioulos e
festivais de músicas nativas, vai
abrindo suas portas para estes
eventos, graças a iniciativa de al-
guns devotos da tradição e para fe-
licidade geral dos demais adeptos
que por motivos diversos se en-
contram presos na capital, re-
moendo a saudade dos festejos
crioulos das suas cidades'.
No início do ano foi a apresen-
tação do festival "Tchê" no gigan-
tinho, que reuniu os maiores no-
A Sociedade Tradicionalista INVERNADA ARTíSTICA MIRIM:
mes da música nativista do Rio
Estância do Minuano realizou no C.T.G. Esteio da Tradicão de San-
Grande do Sul, concorrendo para
dia 25 à 27 de março o seu V RO- ta Maria. .
a campeoníssima, composições'
DEIO CRIOULO que contou com a CHULA: Felipe Medeiros da Luz -
que haviam tirado o 1? lugar em 21
participação em massa de todos os C.T.G. Tarumã - São Gabriel.
dos maiores festivais ocorridos no
tradicionalistas da região e do pú- DECLAMAÇÃO: Cleber Saydelles-
estado o ano passado. E nos dias
blico em geral dando uma amostra Sociedade Tradicionalista Estância
26 e 27 de março apresentação de
do que será a tertúlia a realizar-se do Minuano - Santa Maria.
uma promoção denominada POR-
no mês de maio. No domingo TO ALEGRE CAMPEIRO, no pãr-
aproveitando o dia que estava PROVAS CAMPEIRAS:
que Harmonia, ou seja, 10 Encon-
magnífico, a massa se aproximou PROVAS DE RÉDEAS POR EQUI-
tro Campeiro incluido nos festejos
dos 10.000 expectadores. Também PE: Venceu o C.T.G. índio Sepé
da 24~ Semana de Porto Alegre. E
na sexta-feira anterior, acontec~- da cidade-de São Sepé.
assim a capital teve a oportunidade
ram apresentações artísticas lotan- PROVAS DE RÉDEAS INDIVI-
de ver dentro de sua"área urbana
do das 20:00 h até depois da meia- DUAL: Jaime Farias do C.T.G. ín-
apresentações autênticas de pro:
noite as dependências da Estância dio Sepé de São Sepé.
vas artísticas e campeiras por pes-
do Minuano para assistirem as di- PEALO A PE: Equipe São Joaquim
soas que convivem diariamente
versas modalidades que concorre- de Tupanciretã.
com as tradições, seja através da
ram entre danças, declamações e RÉDEAS MIRIM: Carlos Kreber da
música, danca ou poesia; ou' na
sapateios. Estância do Minuano.
habilidade das rédeas para condu-
LAÇO INDIVIDUAL: Izidoro Bair-
zir um cavalo, ou em "tiros de la-
RESULTADO DOS ros - Santa Bárbara do Sul.
ço", e.até mesmo nas gineteadas,
CONCURSOS ARTíSTICOS LAÇO.EM EQUIPE: Vicente Salda-
que é o dom natural que tem o ho-
GAITA A PONTO: Alnei Rosbach- nha - Santa Maria
mem (ginetel de se manter em ci-
Piq. Laçadores Fazenda Branca ESTAFET AS: Equipe São João de
SãoSepé ma de um cavalo bravio sem a se-
São Francisco de Assis. .gurança dos arreios, usando ape-
GAITA PIANO: José Dorneles GINETEADAS: Antonio Santos de
nas as crinas do cavalo como sus-
Centro de Pesquisas Folclóricas São Gabriel.
tentação. Assim podemos notar
Piá do Sul - Santa Maria. TOMBOLA MUSICAL: Equipe
que o sentimento de retorno as raí-
INVERNADA ARTíSTICA ADUL- Cancela da Fronteira de São Vi-
zes que toma conta do estado che-
TO: C.T.G. Júlio de Castilhos, de cente do Sul e INDIVIDUAL: Val-
ga a capital da Província de São
Júlio de Castilhos. dir Almeida da mesma equipe.
P0rlro e ao que parece para ficar.

NATIVISMO 3 13
: ROTEIROdos
I FESTIVAIS
o------------------~

7° RODEIO
CRIOULO
DE OSdRIO
Os festivais de músicas nati-
vistas acontecem no estado, há
praticamente 12 anos; quando por
iniciativa de um grupo de idealistas
de Uruguaiana, preocupados com
a falta de espaço e desconheci-
mento das músicas que projetas-
sem o nosso folclore em todas as
camadas sociais, empenhou-se em
~l~
desenvolver com muita garra o
movimento, que levou quase nove Durante a semana santa pies: o festival nasceu em
anos para atingir a sua plenitude
aconteceu em São Borja- 1972 em uma pescaria do
no cenário nacional. Atualmente,
após estes treze anos da criação
promovido pelo Grupo grupo organizador durante
do 1? festival denominado Califór- Amador de Arte Os Angue- a semana santa, depois a
nia da Canção Nativa, em Uru- ras - o 12? Festival da gar- idéia de repetir todos os
guaiana, mais de 50 cidades no Es- ranca que reúne como to- anos nesta mesma data, as-
tado já tem seus festivais e em sua
dos os anos Os maiores no- sim foi tornando-se cada
maioria com o mesmo estilo de or-
ganização e com discos lançados,
mes do nativismo entre vez mais organizada e com
pelos mais diversos selos, desde poetas, intérpretes, músi- mais convidados que ocu-
independentes até os mais impor- cos e a imprensa do estado pam os três dias para com-
tantes do país. em um pesqueiro qualquer porem suas músicas e ela-
Mas não são somente os festi- às margens do rio Uruguai. borar seus causos sobre urr
vais que mobilizam o público adep-
tema previamente determi-
to ao telurismo gaúcho. Pois há
mais tempo que os festivais, acon- Este festival tornou-se nado que serão apresenta
tecem os rodeios crioulos, que a muito conhecido por ser um dos na última noite.
partir da cidade de Vacaria, onde festival fechado, somente Este ano entre as 2
se realiza o mais famoso rodeio, músicas apresentadas, sair
podendo participar pessoas
quase todas as cidades promovem
que estejam vinculadas ao vencedora a composição dE
o seu, e todos, com concursos ar-
tísticos poesias, danças folclóri- movimento nativista e que autoria de Elton Saldanha E
cas, trovas, etc ... e provas cam- são convidadas, antecipa- de Sérgio jacaré que forarr
peiras, como tiro de laço, ginetea- damente, para encontrar-se acompanhados por Luiz C
das, provas de rédeas... Para Borges, em segundo lugar é
em São Borja na data deter-
quem estiver a fim de conhecer;
estará se realizando na cidade de minada, de onde serão leva- composição de Hilário Re
Osório, nos dias 28 de abril à 1? de das ao pesqueiro escolhido tamozo e Juarez Chagas
maio um que está entre os três pelos organizadores; Outra que foram acompanhado
maiores do estado, promovido pe- característica deste festival por Chaloy Jara. O vence
lo C.T.G. Estância da Serra, Piq. dor entre os 18 causos apre
é a não permissão de mu-
de Laçadores, e SecoTurismo, que
conta com uma belíesima área de lheres no meio e que por is- sentados foi o denominadr
camping com completa infraestru- to já foi taxado de machis- "Como se faz um Gendar
tura. ta. Mas a explicação é sim- me" de José Luiz Vilela.

14 t-lATIVISMO
,F' ===~

/
LUIZ
I CARLOS
BORGES
Depois que o movimento dá música nativis- tocada da 9~ Califórnia, juntamente com a ven-
ta, - através dos festivais - firmou-se no Rio cedora que .foi o Esquilador.Esta música tam-
Grande do Sul, tem surgido vários n0f"!1esde mú- bém foi o titulo do Long Play que Luiz Borges
sicos, intérpretes, arranjadores, instrumentistas, lançou em 1981 por ocasião da 2~ Tertúlia Nati-
compositores, etc ... que aos poucos vão se tor- vista de Santa Maria pelo selo K-tel.
nando conhecidos em todo-o estado. Mas entre Em dezembro de 82 Borges gravou outro
todos estes, destaca-se um nome que reúne to- L.P. deno~iriado Noites, Penas e Guitarras pelo
das as qualidades e que teve a seu início de car- selo Polygram, com as canções .que. estão tam-
reira, diferente dos demais nativistas gaúchos. bém n~s discos de vários festivais em que partici-
Antes do movimento começar a desenvolver-se pou com Chapéu de Palha. Vencedora <Ia Vindi-
no Rio Grande, Luiz Carlos Borges já estava na ma de Flores da Cunha, e Pão Peão da Ronda da
Argentina gravendo o seu primeiro disco com o Canção Nativa de Alegrete.
grup"O Irmãos Borges, do qual fazia parte desde Depois de ter passado pela secretaria de tu-
os nove anos. Nascido em Santo Àngelo na capi- rismo de Santa Maria onde fez um ótimo traba-
tal-dos 7 povos, Borqes mudou-se depois para a lho com coordenador, transferiu-se para São
cidade vizinha de-São Luiz Gonzaga, onde ficou Borja no mesmo cargo. Hoje encontra-se coor-
desenvolvendo seu talento musical com o grupo denando o setor de turismo no Centro Cívico
que' mantinha constantes ligações com o vizi- Municipal de Santa Rosa, onde está preparando
nho, país do Prata. Em 1971 os Irmãos Borges um festíval que será o primeiro festival latino
foram gravar o seu disco, nesta época Borges ti- americano do estado e inclusive já foi lançado
nha 18 anos, depois em 74 gravaram outro, to- oficialmente neste Inês de abril. Também está
dos os dois na Argentina, inclusive sendo distri- preparando seu próximo LP. que tem o lança-
buídos e comercializados lá mesmo, vindo para o mento previsto para julho pela polygram.
Rio Grande apenas algumas dezenas que o gru- Assim Luiz Carlos Borges continua com um
po trouxe. Em 74 mesmo Borges foi para Santa estilo bem definido usando o seu acordeon com
María por motivos de estudo, mas sempre conti- uma mescla do ritmo rio-grandense, com o ritmo
nuou ligado a música. No ano de 1978 juntou-se platino que foi de onde tirou a sua escola rnissio-
ao grupo horizonte, com o qual fez vários traba- neira, de quem teve um professor do gabarito de
lhos de destaque que tornam-se clássicos do na- Rául Barboza que foi seu companheiro' em nu-
tivismo, como Tropa de Osso, Romance na Ta- merosas andanças nas suas jornadas pela Argen-
fona, a primeira, sendo inclusive a música mais tina.

18 NATIVISMO 3
==========CUL TURA-'

r, - -
-
INST ALACAO
,
DO PRIMEIRO
MUNiCíPIO E CÂMARA DE
VEREADORES EM RIO GRANDE
A base de todo o sistema pontrcc-aemrntstrenvo de Portugal sem-
pre residiu na instltllh;lo municipalista, e foi trazlda para o Brasil-
Col6nla com a prOprla implantação do Governo-Geral na Bahla em
1549, Com o governador Tomé de Souzachegaram um ouvidor-mor
(encarregado de supervisar a cobrança de impostos segundoo regi-
me monopolistlco da metrópole). um capitão-mor da costa (encar-
regado da defesa militar contra os corsários franceses e ingleses
que infestavam o Atl~ntlco) e um bispo (encarregado da edmlnts-
traçlo espiritual da coIOnia),

No burgo de Salvador ersueram se I>S pri'llelros casebres e. em


praça pública. levantau-~e o maaeirame ao "pelourinho" como
simbcto da Justiça dei-Rei. E a forMaç!odeste primeiro municipio
brasileiro se efetivou pela elelç!o e posse de um "Conselho de Ho-
mens Bons" (Càmara de Vereadores>. constituído pelos homens de
maior prestigio na comunidade,

Antes mesmo do Rio Grande do Sul ter Sidocriado como Capitania


(o que somente aconteceria em 18(7), já a tradição municipalista se
fazia sentir. com a criação da vila de Rio Grande por Provisão Real
datada de 17 de julho de 1747:

"Dom João, por graça de Deus. Rei de Portugal e dos Algarv.es,


d'aquém e dalém mar em Africa, Senhor de Guiné. etc. faço saber a
vós Gomes Freire de Andrada. governador ecapit!a-general da Ca-
pitania do Rio de Janeiro. que sendo-me presente a,conta que me
deu o Ouvidor Geral da Comarca de Paranaguá sobre ser preciso e
conveniente criar-se Vila o presidio do Rio Grande de São Pedra. e
que informastes neste particular. em que foi ouvido o Procurador da
minha coroa: fui servido ordenar ao referido Ouvidor Geral, por r~
solução de 11 do presente mês e ano em consulta do meu Conselho
Ultramarino. passe logo àquele presídio e que-nele crie uma Vila
com dois juízes ordinários. três vereadores, um procurador do con-
selho. que depois façam seus almotacéis, um escrivào da câmara ti
almotaçaria, e outro de órfãos que por ora sirvam também de tabe-
liães do público judicial e notas. com distribuição que Ihes pode fa-
zero juiz ordinária, que será inquiridor. e que logo faça esta eleição
com petouro para três anos na forma de ordenação, e que aos tais
escrivães passe provimento por três meses para servirem; e que o
mesmoouvidor. com os novos oficiais da Càmara e homens bons da-
queles moradores assistentes na mesma povoação, Ihes fizesse e
dispusesse suas posturas e acbrdãos para melhor se regerem, se-
gundo o tráfego e comercio do pais, dividindo e assinalando o seu
termo com o da Lagun3 pela costa do mar e com o da Vila de Curitl-
ba pelo sertão e serra acima",

A vila foi instalada a 16 de dezembro de 1751 pelo Ouvidor Geral do


Presidio e da Ilha de Santa Catarina, desembargador Manuel José
de Faria e. com esta data histórica, presta-se homenagem aos ve-
readorese Municipios de todo o Rio Grande do Sul.

NATlVISMO 3 19
- Roda de Chimarrão
-~

Continuando com o propósito to Alegre chimarrear com o grupo balhos prestados a cultura musica
de voltar em todos os números CANTO LIVRE, que recentemente do Estado, pois neste breve tem-
com a coluna RODA DE CHIMAR- esteve em São Paulo representan- po, pela qualidade de seu trabalho
RÃO, que iniciou no anterior com do o Rio Grande do Sul. já tem agenda cheia até o final de
o grupo QUINTAL DE CLOROFI- Este grupo relativamente no- ano e é convidado especial err.
LA, a revista Nativismo foi até Por- vo, já tem uma longa folha de tra- quase todos os festivais.

- NATIVISMO: o grupo tem al-


gum porta voz encarregado de re-
latar os trabalhos do qrupo?
- JAIR: Não, todos tem condi-
ção de falar em nome do grupo,
pois nos arranjos, seleções mu-
sicais, distribuição de voz, tudo
é feito democraticamente.
- NATIVISMO: de onde originou-
se o nome do grupo?
- MIRIAM: Começou quando
a gente foi participar do festival
Vindima da Canção (na cidade
de Rores da Cunha, em 19811
para defender uma música, cu-
jo o nome era Canto livre. Na
hora o locutor da Rádio Guaíba,
Paulo Diniz que estava transmi-
tindo - não sabendo o nome,
pois éramos um grupo anôni-
mo -= disse: "O Canto Livre vai
defender a música Canto
Livre", ficamos sabendo e ado-
tamos o nome.
- NA TIVISMO: Então o grupo componentes já teria antecedentes trabalho. Nos indicou, e fo
Canto Livre iniciou em 19817 de trabalhos musicais? aceito.
- JAIR: Sim, nos unimos para - JAIRO: Sim eu e o meu ir- - VÂNIA: Talvez tenha in
defender a música, deu certo, mão o Jair, a Vânia e a Selma já fluenciado na decisão, uma re
vencemos o festival e continua- havíamos pertencido ao coral portagem que foi feita pela re
mos. de Câmara e nos reunimos com vista Veja a poucos dias ante!
- NATIVISMO: Qual o nome dos a Miríam, a Joca e o Fernando onde destacava os trabalho
componentes do grupo e qual é a para arranjos vocais. musicais do grupo Canto Livre
função de cada um? - NATIVISMO: E este convite a - NAPP: Eu tenho a impressi
- FERNANDO: Como é um São Paulo como foi que aconte- de que foi tudo junto: A repe
grupo vocal, eu vou dizer a fun- ceu? . tagem que destacou o grupo
ção de cada um apresentado - MIRIAM: Teve uma Feira Na- a indicação do Carlinhos.
por voz: Soprano, SELMA e cional de Arte em que todos os - NATIVISMO: Napp, você ser.
VÂNIA; Contralto, MIRIAM e Estados reuniram algumas pes- o oitavo elemento do grupo, cone
JOCA; Tenor, JAIR; Barítono, soas ligadas a arte para esco- para os nossos leitores como aco-
FERNANDO e JAIRO. lher os que iriam representar e teceu essa ligação 7
- NATIVISMO: Antes do encon- na reunião estava Carlinhos - NAPP: Bom, a minha ligaçãc
tro que formou o grupo, algum dos Hartlieb que conhecia o nosso com o grupo nasceu tam .

20 NATIVISMO

18

por ocasião da Vindima em 81. tamos contentes com a aceita-
Eu havia feito uma parceria ção, pois de vários lugares nos
com o Fernando e conheci o chegaram pedidos, assim que
liI< Jair e o Jairo do corar de Câma- está sendo satisfatório; Na pri-
ra,. Eles haviam feito uma mú- meira prensagem foram 2.000
sica e eu tinha a letra. Nos reu- discos, mandamos prensar
nimos com mais a Vânia, a Sel- mais 1.000 e já estamos no fim.
ma, a Joca e a Miriam nos ins- - NATIVISMO: Em nome da dire-
crevemos para a Vindima, ga- ção, a revista Nativismo se coloca
nhamos o festival e continua- a disposição do grupo, no nosso
mos; Fomos para o disco na intuito de servir QS leitores para
Ronda do Alegrete e depois na que se alguém desejar discos entre
Ciranda de Taquara. em contato com a nossa redação
~ NATIVISMO: Então tu serias o que faremos a liqacão com o gru-
letrista do Grupo? po.
- NAPP: Eu não chamaria as- - NAPP: Queria dizer aos leito-
sim, mas na verdade eu estava -res que - ,fora Porto Alegre,
procurando alguém em que eu que tem em quase todas as lo-
pudesse apostar, fizemos um jas e nas cidades do interior on-
trabalho junto, deu certo, en- de o grupo já fez show - as lo-
tão continuamos. jas Inéosul também compra-
- NATIVISMO: Selma, me diga ram uma remessa que deve en-
quem é natural aqui de Porto Ale- trabalho do Grupo, como vocês se tregar em todas as suas lojas
gre, e quem é do interior? auto-analisariam? espalhadas no Estado.
- SELMA: Eu e a Vânia somos - NAPP: Quando se formou o - NATIVISMO: E quanto aos
de Santa Catarina, eu nasci em Grupo, se sentiu que havia um seus próprios trabalhos, Ouals são
Aorianópolis e a Vânia em Cri- espaço, para fazer um trabalho os locais?
ciúma, os demais, eu deixo que' vocal, pois o único conjunto - JAIR: Nós temos agora em
eles mesmos digam. que existia neste estilo a mui- abril, em Caxias do Sul, depois
- NATIVISMO: Então vamos lá? tos anos atrás, no Rio Grande em Santa Maria no mesmo
- MIRIAM: Eu sou da cidade do Sul foi o Farroupilha. Come- mês, em maio no encerramen-
deljui. çamos a trabalhar o estilo e já to da Tertúlia, em Santa Maria
- JAIR: Eu e o Jairo que é meu na primeira apresentação nota- de novo, ainda em maio tem
irmão, somos de Porto Alegre. mos o resultado. Neste peque- mai, dois shows a confirmar
- JOCA: Eu também sou Por- no espaço de tempo, já foi gra- em Alegrete e depois temos em
to-alegrense. vado um disco, participou-se julho uma temporada em Porto
. - NAPP: Eu e o Fernando so- de vários festivais e em julho o Alegre de três semanas no tea-
mos de Santo Ângelo. grupo faz uma temporada aqui tro da Câmara.
- NATIVISMO: Fernando, quan- em Porto Alegre e comemora o
to' aos instrumentos o que tu pode- seu segundo aniversário. Inclu-
ria dizer, como é que vocês fazem sive como já foi dito, fomos a
os arranjos? São Paulo como convidados.
- FERNANDO: Boml Ai acon- Isto para nós é a prova de que
tece algumas variações, pois quando iniciamos este trabalho
depende muito do tipo de ar- havia um espaço a ser preen-
ranjo que a música necessita. chido na cultura musical gaú-
Quem nos acompanha muitas cha.
vezes é o grupo Raizde Pedra. - NATIVISMO: E a respeito do
- JAIRO: Mas não é o Raiz de disco, que o Napp falou que foi
Pedra que faz o instrumental, lançado, Qual é a vendagem dele,
pois a base é feita por nós, o Jair e onde se encontra?
faz o violão e eu a percussão, - JAIRO: Este disco foi uma
as meninas também ficam com' produção independente, lança-
percussão, depois sentimos a do em novembro de 82. Nós o
necessidade de colocar um bai- trabalhamos nas apresenta-
xo e flauta transversa. Mas ções que fazemos, pois a distri-
quando o arranjo pede mais ou- buição independente é uma
tros instrumentos, nós convi- coisa muito difícil.
damos outros músicos. - NAPP: Realmente, a distri-
- NATIVISMO: Qual é a linha de buição, é o mais difícil, mas es-

NATIVISM03 21
-
Jonessv
a arte 'Joltada
para o nativismo
Fundamentada em uma pesquisa séria, Jonessy es-
tará expondo seus trabalhos de pintura dia 29 de abril
no Galpão da TV Imembuí em Santa Maria.

Jonessy Jonard Nu- cartazes promocionais refe-


nes, nascido em Porto Ale- rentes à XI Califórnia da
gre em 1950, formado em Canção Nativa, onde obte-
Desenho pela Escola Nacio- . ve o segundo lugar.
nal de Desenho, na mesma Jonessy tern rnostrado
cidade. Residindo desde que seu trabalho quando
1974 em Santa Maria, é ar- não está direcionado à pu-
tista plástico, publicitário e blicidade liga-se a arte gaú-
produtor. cha, onde através das ilus-
Descendente de uma trações das capas de discos
família humilde, enfrentou da 1~ Coxilha, 1~ e 2~ Seara
dificuldades para cursar a da Canção Nativa, 3~ Tertú-
escola de desenho e um lia de Santa Maria e nota-
mercado de trabalho escas- velrnente quando venceu o
so, no início da carreira, em concurso do cartaz referen-
Porto Alegre. Sendo assim, te a XII Califórnia, tern dado
transferiu-se para o Rio de seu recado sério.
Janeiro onde trabalhou co- Sua arte é fruto de
rno publicitário e aperfei- rnuita pesquisa e talento, e Sobre Jonessy, poo
çoou-se como gráfico. está baseada na experiência se dizer que é urn artis
Embora tendo iniciado plástica e publicitária que que sabe usar com deser
sua carreira profissional em possui e em urn estudo tan- penha e perfeição tanto
centros grandes como Rio e to técnico corno social. Tal- grafite corno o guache, j
Brasília, foi aqui no Rio vez por isso ele apresente gando rnuito com as cores
Grande do Sul, através dos um trabalho de técnicas usando tonalidades suave
festivais nativistas que sua apuradas, mas criativo e Desse modo, consegue d
obra tornou-se conhecida, perceptível. Cada ponto ou harmonia e vida às SUé
principalmente após ter par- traço é-estudado e coloca- obras, retratando ern rru,
ticipado do concurso para do na obra corn minuciosa tas destas a realidade sacie
escolha da capa do disco e hahilidade. de nossa época. sem perd~

22 NATlVISMO
o requinte e o significado balhos, o gaúcho visto em
do tema proposto, pois na seus vários aspectos: o so-
sua arte a forma, técnica e cial, o econômico e até o
o tema se encontram inti- psicológico.
mamente ligados. E os as- Não é só através das
• suntos são pesquisados •.e obras de Jonessy que pode-
estudados nos mínimos de- mos perceber seu gosto pe-
talhes, formando um todo. la simplicidade e o nativis-
Jonessy, que tem suas -rno: em suas exposições de
obras voltadas ao Nativis- obras de arte prefere o chi-
mo, retrata o cotidiano do marrão, a pipoca, aos sofis-
homem rural, inserido no ticados coquetéis.
pampa gaúcho ou nos cen- Considerando a obra'
tros urbanos. A história que de arte um referencial histó-
nos conta através de sua ar- rico, diríamos que todo o
te é a de um gaúcho sim- artista deveria procurar o
ples, sofrido; a própria reali- significado das coisas, ba-
dade da vivência diária, on- seando seu trabalho em
de a bota passou a ser subs- uma busca séria, não para
tituída pelo chinelo de de- usufruir favores mas sim
do. Com isso percebemos para contar a realidade des-

3
que ele expõe em seus tra-

NATIVISMO 3
sa história.

23
r}~~,
AS DIFICULDADES MISSIONÂRIAS
NO RIO GRANDE DO SUL
PADRE· PAULO ARIPE
trialização pioneira do fe
e aço, a impressão do :
meiro livro do Brasil, fora
entre outros, os troféus c
orgulham a Querência
Sul, graças a ingeniosida
dos Padres Missionários.
Neste modesto res
mo, quero abordar as p
cipais dificuldades enco
tradas pelos primeir
Apóstolos da Fé, esta te-
Gaúcha:

PRIMEIRA: IMPLANT
O MÉTODO APOSTÓLlC
DA REDUÇÃO.
Não foi fácil, conve
cer os índios, nômades p
natureza, fixar residên
fundar uma c id ad-
"reduzir-se" em uma áre:
a fim de receber um ensi
mento programado, sis
mático, progressivo, o q
era impossível num estilo c
andarengos e de gaudério:
Quem pesquisa a histó- Algumas acusações, sem querência.
ria missioneira do Rio Gran- nem sempre bem funda- Não só os índios resi
de do Sul, fica surpreso mentadas, de que os Pa- tiam ao método novo c
com o espantoso progresso dres usurpavam o poder e Redução, mas os própric
alcançado nos Sete Povos. serviam mais aos interesses padres missionários, tE
Não só no plano religioso, da Espanha, não empanam miam o perigo de permam
mas nas artes, na econo- o mérito inconteste, do co- . cer comprometidos com a
mia, nas indústrias, na or- lossal trabalho realizado pe- estruturas de uma cidao
ganização social e política, los missionários, que con- ou aldeia. Além disso, ond
na cultura e em todos os seguiram realizar a inigualá- encontrar uma região pré
outros aspectos da prorno- vel República Guarani. pria, adequada, que ofere
cão, humana dos cemmil A introdução do gado cesse condições de higien
selvagens catequizados pe- vacum, a criação das pri- e de sobrevivência, inclusi
los Jesuítas. meiras estâncias, a indus- ve, segurança contra o

24 NATIVISMO
-•
constantes ataques de ou- padres, tiveram que enfren-
tras tribuos inimigas? Mas, tarm doenças e perigos de
o denôdo e a perseverança vida, que só um grande
~ levou Roque Gonzales, a ideal poderia aceitar.
criar o primeiro dos Sete
Povos, São Nicolau, aos QUARTA DIFICULDA-
três de maio de 1626 ... Os DE: CARÊNCIA DE
efeitos benéficos do siste- TRANSPORTES.
o ma de Redução, foi con- As longas distâncias,
vencendo os índios e os entre tribo e tribo, Redução
próprios Padres, que esse e Redução, aliadas a falta
era o caminho. A dificulda- absoluta de estradas ou pi-
de foi sendo vencida pro- cada, sem condução algu-
gressivamente. Em dois ma, mais que o cavalo, ge- SEXTA DIFICULDADE:
anos já haviam cinco redu- ralmente xucro, os missio- OS HÁBITOS INDíGENAS.
ções fundadas no Rio Gran- nários, muitas vezes, fa- Os índios, por nature-
de. ziam longas viagens a pé, za, eram inconstantes nos
abrindo matos e picadas, estudos, nos trabalhos e
SEGUNDA DIFICULDA- atravessando riachos e pan- nas próprias convicções re-
DE: AS DIFERENÇAS DA tanais. Poucos padres para ligiosas. A poligamia, o
LíNGUA. tantos trabalhos, e ainda adultério, aliados a uma
Sem gramática. e sem sem mobilidade fácil, era permanente bebedeira, tor-
mestre, os missionários ti- um dos grandes obstáculos nava difícil O caminho do
nham que ir como que adi- que os Padres Missionários evangelho. A mentalidade
vinhando os termos e vocá- venceram com muita re- um tanto infantil, supersti-
bulos indígenas, que, em núncia e sacrifício. ciosa, a incapacidade para
geral, variavam de tribo pa- longos raciocínios, a grande
ra tribo. Até conseguirem preguiça e indolência, fa-
escrever uma gramática e QUINTA DIFICULDADE: ziam dos índios, alunos difí-
um domínio lingüístico para ISOLAMENTO DO MUN- ceis no progresso cultural.
se comunicarem com os ín- DO CIVILIZADO. A brutalidade, a descon-
dios, os missionários sofre- Homens cultos, bacha- fiança, o espírito vingativo
ram bastante. Venceram, réis em filosofia e teologia, eram barreiras sérias para
. porém, porque o ideal de acostumados a uma vida in- uma vivência 13msocieda-
servir era bem maior que o telectual, os Padres Missio- de. O costume de mentir, a
obstáculo. nários, embrenhados na falsidade e hipocrisia, junto
selva, anos à fio, sem co- ao desconhecimento do di-
TERCEIRA DIFICULDA- municação com o mundo reito de propriedade, difi-
DE: OS PERIGOS DE VI- cultural, sem comunicação cultavam a organização so-
DA. com os próprios Provinciais cial das Reduções. O desu-
Os missionários, desa- Superiores da Ordem, tive- mano costume de enterrar
bituados da vida na selva, ram que renunciar a neces- os doentes, ainda vivos, fe-
não raro, enfrentavam sé- sidade de notícias do mun- ria os direitos a vida. O há-
rios perigos de vida, não só do, progressos da ciência e bito de esconderem as mu-
com a ferocidade dos ín- a convivência com homens lheres das visitas e dos
dios, mas também com as de cultura, em troca de um brancos, dificultava o aces-
feras, tigres, cobras epes- contato permanente com so dos Missionários às Ma-
teso Sem armas e sem re- os índios, rudes, 'e pouco mães, base da religião na
cursos farmacêuticos, os dados ao cultivo da mente. família.

NATIVISMO 3 25
===========~LlVROS==
"OS TRINTA POVOS Brindes e da Livraria Sulina "Érico Veríssimo: Reali
GUARANiS" Editora Porto Alegre - e Sociedade" - Editora G
1978. Ilustrado com docu- bb/SEC-RS
Sabemos da imensa curiosi- mentos raros e fotografias Autor: FLAvIO LOURElc
dade que capeia entre a antigas, torna-se leitura CHAVES Professor de
mocidade gaúcha sobre os abrangentesobre o tema e teratura Brasileira
grandes temas de nossa põe claridade objetiva sobre UFRGS.
História. E um dos mais em- algumas sombras que as
polgantes temas da Provín- ruínas do passado teimam Co-Edição - Instituto Es'
cia de São Pedro é justa- sempre em conservar. dual do Livro - Departame
mente o das Missões Jesuí- to de Assuntos Culturais.
ticas e suas implicações
profundas no devir político, Este é um sério estudo. L
social e religioso do Estado ensaio sobre a obra de É .
e da Banda Oriental. Este ti-o Veríssimo, no que ela t
vro "OS TRINTA POVOS de mais significativo, COí
GUARANís", de Arnaldo realismo e sociedade. Urr
Bruxel, membro do Institu- das possíveis abordage
to Histórico e Geográfico das tantas que comporta
do Rio Grande do Sul e do obra do escritor qaúcr
Instituto Anchietano de mais conhecido no muno
Pesquisas é uma Co-edicão tendo inúmeros livros
da Universidade de Caxias duzidos nos mais importa-
do Sul, Escola Superior de tes países, seja do ocidente

==
Teologia São Lourenço de seja do oriente.
M ÚSICA-=;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;I
Há poucos anos atrás, o Rio - Atualmente o Rio Grande de discos de todo o estado. Rece-
Grande do Sul se definia musical- do Sul já conta com mais dois ti- temente foram lançados os fes:
mente, por dois estilos. Um tradi- pos de músicas totalmente integra- vais, Pastoreio de Novo Hamb
cionalista e folclórico desenvolvido 'dos e aceitos como ritmos que de- go, Canção Crioula de Santiag
por Paixão Cortes, Barbosa Lessa, finem a música do sul. Urnsurqiu Sinuelo de São Sepé, Gauderia
Claucos Saraiva a partir de estudos com a criação da primeira Califór- de Rosário do Sul e temos ma
feitos sobre danças e ritmos do es- nia da Canção Nativa na cidade de festivais que os discos estão com
tado. Uruguaiana. O outro à partir de prensagem atrazada mas corn g,
Que foram executados e ar- cantores e grupos urbanos, muitos rantja dos organizadores de q
ranjados pelo próprio Paixão e o deles surgindo na linha de projeção brevemente estarão nas lojas.
extinto conjunto Farroupilha. Tam- folclore instituído pela Califórnia, Fora estes estilos citados air
bém formou-se o conjunto Os como Kleiton e Kledir dos antigos da existe um que talvez seja o qu
Gaudérios no mesmo estilo e estas Almôndegas que foram os que define' reaírnente.o gaúcho em su
danças são dançadas até hoje n~ mais se projetaram no cenário na- essência telúrica e nostálgica
centros de tradições gaúchas do cional. Hoje o Rio Grande do Sul já abrangendo toda a região platina
estado. O outro estilo, o regionalis- tem música para todos os gostos, pampeana, sendo aqui representa
ta que firmou-se a partir de Teixei- nas casas de discos podemos en- dos por Noel Guarany, Jaime Cae
rinha e continuou com Gildo de contrar músicas populares, gaú- tano Braun, e outros mis~ioneirO!
Freitas e os demais que foram sur- chas de Bebeto Alves, Grupo Sa- provenientes da região dos 7 po-
gindo, com algumas variações racura, Canto Livre, Jerônimo Jar- vos com estilos de payador quitar-
mais marcantes como Os Araga- dim, etc ... E músicas nativistas reiros seguindo a escola do Patriar
nos, Irmãos Bertussi, Dupla Mirim, dos festivais, que em sua maioria ca Pampeano Atahualpa Yupan-
etc .. gravam discos e estão nas casas qui. CHICO SOSA

26 NATIVISMO :
f -
_ C H IC O S O S A ;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;==;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;

à Rio Grande acordou e parece que a


coisa agora é para valer pois de repente
CHASQUE JUÇ)2 f\H)
Ao que parece, para a nossa satis-
o pessoal descobriu que música no es-
fação, a "sua revista Nativismo"
tado dá ibope e dá-lhe festival! Agora
está atingindo seus objetivos. Pois
este ano já tem planos de mais 5 cida-
com muito prazer temos recebido
des com festivais, por enquanto: Santa
constantes visitas, à nossa redação
Rosa, São Gabriel, Dom Pedrito, Bagé
de amigos que vem nos trazer seus
e São Borja. Com estes já passaram de
trabalhos. Recentemente nos visi-
meia C~E~ntena,até o fim do ano vamos
ver quantos vai. tou Ademar Trevisan Filho com um
álbum-trabalho, denominado LEM-'
BRANÇAS - que foi lançado em
* * *
'Santa Maria. Vale a pena ser visto,
tanto pelo seu acabamento quanto
No dia 23 deste mês está de aniver-
pela beleza de seus traços. .
sário O C.T.G. 35 de Porto Alegre e,
ao 'que parece, terá uma festa das
* * *
bagual no Parque Harmonia, ali na
beirinha ~o Guaíba e.vem gaúchos
Os autores santa-marienses, estão em
de tudo que é ponta da província
franca atividade, pois recentemente,
dá São Pedro.
foram lançados dois livros nesta cida-
de, um do pesquisador Tau Golin, que
* * *
está causando uma enorme polêmica
Em Buenos Aires tem um local chama-
no estado, tem por título Bento Gon-
doBalderrarna que é o ponto de en-
çalves, O Herói Ladrão. O outro, com o
contro dos cantores, músicos e poetas
título Coragem, de vários poetas entre
folclóricos da noite do país irmão. No
eles Colombo Cruz que além de com-
Rio Grande faltava um destes. "Falta-
positor, é músico, intérprete e está
val" pois agora não faJta mais, o To-
concluindo o seu disco que brevemen-
maz Barcelos e o Doroteo Fagundes
te será lançado.
tomaram a iniciativa e o sucesso foi ga-
rantido. Todas as noites ~ casa cheia.
Para confirmar. é em Porto Alegre na * * *
Travessa do Carmo.

* * * Recebi do Eracy Rocha o disco do


Pastoreio da Canção Crioula de No-
Jaime C. Braurn o maior payador do vo Hamburgo onde ele se classifi-
Rio Grande, finalmente lança seu dis- cou em primeiro lugar. Aliás 1? lu-
co. Esp.erem só um pouco que a novi- gar para ele não é mais novidade
dade é para maior. Ele vem bem apa- nos festivais e aproveito para agra-
drinhado, pois no violão está Lúcio Ya decer sensibilizado a festa de ani-
nel e no bandonion, nada menos que o versário que comemoramos em
Chaloy Jara. Falando em disco, o meu conjunto no terraço do Nilo Brum,
amigo Cena ir Maicá também já está que é outro índio flor de bueno e
com .o seu mais recente, trazendo por grande compositor já premiado vá-
título: "Canto dos Livres", já à venda rias vezes, em vários festivais.

NATIVISMO 3 27
I.E.S.U. Sapucaia do Sul, 31 de janeiro de Associação Tradiçicnalis
~ Estudantil Brasilero - 83 cia do Minuano"
lkuguayo Lema: ''Trazer o Brasil r
MontevKieo yruguay Revista Nativismo Rio Grande no Coração"
Of.Circular. LGR Artes Gráficas Fundada· em "3Q-10-195!
Postal n~ 161 - Fone: :.;
Montevideo, marzo de 1983 Antes de' mais nada, quero Santa Maria
Estimados Seüores Ihes dizer que vejo minhas
PRESeNTE esperanças-as de que este oesper- Santa Maria, 02 de março
De nuestra consideraci6n: tar telúrico se consotlde . com o
EI motivo dei envio dei Boletfn surgimento da revista NATIVIS- Senhor Diretor:
Informativo de Actividades adjun- MO. Temos a grata satis
to es solicitarle que ai recibo dei Antigo seguidor desta nossa convidar representante.
mismo nos comunique Ias posibill- cultura - que para mim, antes de" conceituado Jornal, para L
dàde que hay de realizar Intercarn- ser um prazer, é uma filosofia de rasco oferecido à Imprens
bio con Ias activldades de su lnsti- vida - me vi diante desta conscien- mariense. à ter lugar no re
tuci6n. tizaçãc relâmpago invadido por um te social da ATEM, às 20:1
AI tener Ia satisfacci6n de diri- temmro, digo, temor e um certo do dia 07 do corrente I
gimos a Ud. para comenzar o reinl- ceticismo. Temor pelos rumos que feira], ocasião em que sen
ciar el diálogo de Intercambio que essa exploração desmedida, desse lançamento oficial da 4~
esperamos continue y se afiance filão sagrado, pudesse até -desca- Musical Nativista; apresent
con el tiempo,nos es grato saludar racterizar a mensagem e a história original da capa do disco
a Uds. y reiteramos a 5US gratas que nos foi legada a custa do san- zes promocionais, bem con
6rdenes. gue de nossos antepassados. jeto referente a indurnentã
Comisi6n Directiva de Mas surge o NATIVISMO, na apresentadores.
Santa vitória do Palmar, 16 de fe-
I.E.B.U. - N/d. Palacio Brasil - sublime missão de "separar o joio Certos da vossa honro
vereiro de 1983
18de Julio 994, Piso S - Montevi- do trigo", auxiliando o "deus tem- sença, antecipamos agrade
deo po" a preservar a dar continuidade tos.
Senhor Editor:
àquito que o mereça. Atenciosamente
Através das páginas do Jornal
Meus mais sinceros e gratos
Correio do Povo, tomei conheci-
cumprimentos, e longa vida para o CAPo AMAURY DALLA P'
mento da recente publicação da
nativismo. COORDENADOR
Revista NATIVISMO. Erva' Grande, 2 de fevereiro de
1983. Mas o que realmente me leva
Solicito a Vossa Senhoria, se
àté vocêe (sem dar menos impor-
possível informar queis as condi-
Prezado Companheiro: tância ao mérito ao reconhecimen-
ções de eu conseguir uma assina-
to que Ihes é justo) é a oportunida-
tura, preço etc ... etc ... Faço minha. saudaç6ea
gaudériaa ao eatimado comp...· de de vestir um traje que demons-
Ciente do atendimento,
tre nosso amor pejo Rio Grande.
subscrevo-me nheiro. É com grande orgulho,
por .., gaúcho, e satisfação Já é hora de repudiarmos a "agres-
Atenciosamente
que li pela imprensa o lança- são estrangeira".
Sidnei Basto. de Almelda mento da Revista" Nativiamo. A CAMISETA DEVE SER Bagé, 17de março de 1983
Rua Dr. o.valdo Anaelml, 1110 Gostaria de recebê-Ia pelo DO N~ 52. Via reembolso postal
96.230 Sente V1t6rle do ••••••••• reemboI.o postal, bem como, para: Prezado Senhor:
solicitar 80 estimado índio, •• Henrique de Abreu Como patrão do CTG SI
- C •• P.108 .
voei diap6e de material sobre R. Cel. João Correa, 71 Centro NELA DA FRONTEIRA, torne
tradicionalismo gaúcho. ·93.200 Sapucaia do Sul - RS berdade de enviar a presente
Deede já entecipo agrede- o seguinte:
Giruá,11 de fevereiro de 1983 cimentos; A - Em nosso poder o
Atenciosamente. PREFEITURA MUNICIPAL DE de vI revista "NATIVISMO",
Prezados Responsáveis NOVO HAMBURGO tamos e fizemos um relato no
pela Revista NATIVISMO: Júlio Cezar Manta Estado do Rio Grande do Sul 50 CTG e os demais do municíl
AIC lnapetoria Veterinária SECRETARIA DE EDUCAÇÃO E B - Tomamos conhecirn
Conforme havia solicitado, re- Erval Gr_ - RS CULTURA· SEMEC por intermédio da Imprensa
cebi um exemplar desta revista, 88.7!iO Porto Alegre, que já está círcu
confesso que vibrei ao constatar CONVITE do o 2~ número, mas procurar
algo de alto valor para as artes na- fi! não encontrarnos-ern nossa c

vistas do Rio Grande do Sul, gos- limo. Sr. Diretor de.


taria entretanto de receber todos Por soncttecãc do Prefeito C - Além de ser patrão
os exemplares, ou melhor, núme- PREFEITURA MUNICIPAL Municipal Sr. ATALiBIO FOSCA- CTG, eu' mantenho há"3 anos
ros. Já existê uma campanha de DE NOVO HAMBURGO RINI, a Secretaria de Educação e jornal local "CORREIO DO SU
assinaturas? Se sim, sei de algu- Cultura foi incumbida com a honra uma coluna tradicionalista com
mas pessoas que se interessaram Prezado Senhor de organizar o tal"1çamentofestivo tuto de "CAMPEREADAS".
muito quando apresentei à elas es- do Disco "1~ PASTOREIO DA O - E, me interessa ficar
se exemplar. Um primo meu e so- Tendo chegado ao nosso cc- CANÇÃO CRIOULA", realizado agente de vI revista nesta zona,
brinho do Cenair Maicá, ficou por nhecimento, através do artigo do em 1982 sob a presidência de An- os amigos aceitarem, mande dt
demais interessado e também quer "Correio do Povo", a criação da tonio C: de Alencastro. a comissão e já podem enviar r
receber a revista, trata-se de tRA- revista NATIVISMO e estando este Neste sentido temos a grata mero para venda isto se poss~
JA UBIRATA MAICA - Rua Ge- departamento interessado na aqui- satisfação em convidar V. S ~, para antes do dia 30, uma vez que sat
rônimo Sanbruno, 358 - Giruá - sição de publicações dessa ídole a solenidade de lançamento do dis- do dia 2 realiza-se em Candiota I
RS, sendo ele um garoto de ape- para a Biblioteca Municipal, solici- co em referência que terá lugar no Encontro. de Patrões da la~~
nas 13 anos de idade e que gosta tamos que nos envie maiores expli- salão da- Sociedade Aliança de gião, onde vai reunir mais de i
de cantar e declamar, acho justo cações sobre a periodicidade e Hamburgo Velho, no dia 1a de CTGs, oportunidade que farernt
vocês enviarem a ele um exemplar custo da assinatura, acompanhada março, sexta-feira, às 20h 3Omin. apresentação da Revista, com ve
da Nativismo. se possível por um exemplar de Contamos realmente com da ou com alguns números atras
Gostaria de ter lido todo o amostra da revista. V .S~, no sentido de testemunhar o dos com cortesia para os patrÕf!
'Ponto de Vista de Tau Golin, mas Gratos pela - atenção apoio' a nossa Cultura e em espe- dos CTGs.
infelizmente meu exemplar veio subscrevemo-nos cial ao folclore Gaúcho. E - O meu endereço ê o SE
faltando as págs. 7. a,"'25 e 26, pois Atenciosamente guin te : ADEOMAR DOS SANTo!
o Tau Golin, fala do pauperrism6 Atenciosamente - Caixa Postal 371, Bagé - C
de nossa cultura e 'diz que ela de· Prof. ERNEST SARLET 96.400.
pende entre tantos, dos Maicás, e .João E.B.P. Lupi Secretário de EdUÇllÇio • Cul· No aguardo de sua res
isso me lisongeou muito. Chefe do Depto. de Cultura tura aproveitamos para subscreve
mos,
Abraços: A Prof . .JOÃO E. B. P. LUPI Atenciosamente
LGR ARTES GRAFICAS C_do~todeCuI- _do. Sentoe - P.
Cecília Maicá Santa Maria - RS tura trio

28 NATMSMC
- HOS NATMSMO EM QUADRINHOS NATlVISMO EM QUADRINHOS NATlVISMO EM QUADR

DESCAMINHOS [A CIDADE

E:UI€"-fuN ~E.R.REI~ A E
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A MES,fV\A L\.J2. rA ,'-l!JADE
A MAIS C'L-.H,q.
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LÁ -";E \'AI ,:"' r':Af\J"r~\,.u" ",I
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'~vs.:A+'- 1R.A8ALH" '-l) pC"" I-
OPE'iCÁRIlJ DE ,."1fI':-i/v'A
VEtJOCR A FOl'\;A E SAVD€
50LTA~ os FILHeS fJA VIDA-
/' A ("I\-R~E T Ar IJM VERC-:A-DA
L"S -iyp.."'I3RD'S VÃ-r ,.."AIS AINDA
I-l",~;l) L..(:GQ t.-'S"'TÂu CHA~6vEA;.JDc.~
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LAVA~t'o gc,JPA pf2,A.' R"":R.A
PEcANDO FRI2.1"E- E L-A-PfA.IA
P.'RA/ EN(r-\ER .4 SCt:"A Do'S FILIt\.."J5,
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~ fl'--I(I--IEk.''\' VIC>A vAZIA
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3 29
==========REINALDO=

30 NATIVISMI

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