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APRESENTAÇÃO DA REVISTA NATIVISMO ON-LINE

O projeto editorial da REVISTA NATIVISMO, iniciou em Porto Alegre quando eu trabalhava


como assessor de imprensa para uma gravadora e viajava acompanhando a explosão dos festivais
nativistas no estado.
Em uma das minhas visitas a residência do meu amigo, Glênio Fagundes, encontrei uma revista
Folklore, que era editada na Argentina. Este veiculo serviu de inspiração para eu criar um projeto
editorial similar que registrasse a cultura gaúcha e documentasse os festivais aproveitando este meio
pra circular, já que a cada semana acontecia um festival em uma cidade diferente no estado e não
existia nem uma publicação encarregada desta matéria. Com o incentivo de Dom Glenio, encarei o
desafio e viajei a cidade Santa Maria, para conhecer uma gráfica e editora que estava iniciando e que
tinha interesse neste tipo de projeto. Acertamos a parceria, pois os interesses convergiam, e assim sai
a campo para colher material e captar colaboradores, no que fui muito feliz, pois a receptividade foi
excelente, e consegui a colaboração dos mais importantes nomes entre jornalistas, poetas, músicos,
escritores e pesquisadores da cultura gaúcha. O plano era lançar a edição Nº1 na cidade de Uruguaiana
durante a realização da 12ª Califórnia da Canção Nativa, e assim aconteceu. A apresentação da revista
foi feita por Colmar Duarte, um dos fundadores do festival.
Hoje passados tantos anos, pela importância dos artigos atemporais, e com interesse em fazer
um registro de época, aproveito a evolução da mídia através da internet. Volto a editar, ora, on-line as
Revistas Nativismo que foram publicadas. Espero que tenham uma boa leitura!

Chico Sosa
EDITORIAL

FORAM 365 DIAS DE PLANEJAMENTOS. PESQUISAS. TRABALHOS. ER-


ROS E REALIZAÇOES. ESTAMOS AI DE LANÇA EM RISTE. ENFRENTANDO
O A'NO II PROCURANDO COMEÇAR COM O PE DIREITO QUE SEGUNDO A
CRENÇA DA SORTE. ESCORADOS NA EXPERIENCIA QUE NOS TROUXE
ATE AQUI. E SOLIDARIZADOS COM OS NOSSOS LEITORES QUE NOS ES-
CREVERAM. INCENTIVANDO A CONTINUAR E COM OS NOSSOS COLABO-
RADORESQUE FORAM DE VALOR INESTIMAVEL PARA A FORMAÇÃO DO
A L1CERCE DE NOSSOS TRABAL.HOS:
FORAM MILHARES DE EXEMPLARES QUE FICARAM ESPALHADOS POR
ESTE CANTO DO SUL. DOCUMENTANDO. REGISTRANDO E DIVULGANDO.
OPINIOES. PONTOS DE VISTA. BIOGRAFIAS. ILUSTRAÇOES. RELATO-
RIOS DE FESTIVAIS,PELOS MAIS RENOMADOS PESQUISADORES. PRODU-
TOHES. POETAS. JORNALISTAS E INCENTIVADORES DA CULTURA NATI-
VA DO HIO GRANDE DO SUL:
CHEGAMOS ATE AQUI. COM A CERTEZA DE QUE CUMPRIMOS UMA
L r A PA E QUE O A MOS A C U L TU R A D O E ST A O O G A U C H O A NOSSA C O N-
THIBlIlÇÃ O REGISTRA NDO OS FA TOS DIR ETOS DAS FONT ES.
ASSIM NESTA EPOCA EM QUE o GAUCHO SE ASSUME DENTRO DA SUA
CULTURA. ABRINDO-SE NUM LEQUE DE MANIFESTAÇOESATRAVESDOS
FESTIVAIS, TEATRO. SHOWS. DISCOS. ARTES PLASTICAS. LIVROS E A
TUDO MAIS ONDE A SUA VERSATILIDADEALCANÇA. ACREDITAMOS EM
84 Sl!R UM ANO MUITO PRODUTIVO E ESPERAMOS CONTINUAR CON-
TANDO COM O INCENTIVO DOS NOSSOS LEITORES. E COM A PRECIOSA
PA R TICIPA çà O O OS NOSSOS COLABORADORES.

Expecíiente Indice
Pág. 4 - UM PRESENTE DO PAMPA
AO MUNDO
Pág. 5 - INEZITA BARROSO: Uma
NATIVISMO ANO- 2 No. 5 Fotolitos: José Carlos de Almeida Paulista com o coração gaúcho
Pág. 7 - JOSt LUTZENBERGEA: Um
Uma publicação LGR ARTES Oficinas: Galdino Almeida. Alerta Ecológico
GRÁFICAS LTDA E EDITORA LGR Artes Gráficas Ltda e Edito- Pág. 11 - SINUELO DA CANÇAO NA-
TIVA
Diretor: Jorge Ubiratã Lopes. ra. Silva Jardim, 808- Fone: 221- Pág. 12 - CLÁSSICOS DO NATIVISMO
Diretor de Arte: Clovis G. Pereira 6874- Santa Maria- RS- 97100. Pág. 14 - TAU GOLlN: um Duelo com a
nossa História
Diretor de Produção e Divulgação. C.G.c. 87604930/0001-32. Pág. 15 - JAIME C. BAAUM: Minipos-

Francisco V. de Souza Os artigos assinados são de res-


Pág. 16 - CAAT AS
Editor: J. Tude. G. Munhoz. Matr. ponsabilidade dos autores e não Pág. 17 - MASCATARIA

No. 2013 refletem necessariamente a opi- Pág. 18 - MESA REDONDA


TURA
DA CUL-

Correspondência: Sarah Lopes nião dos editores. Pág. 20 - LIVROS


Pág. 21 - MASCATARIA
Ilustrações: Yara Souza, Clovis Pág. 22 - QUADRINHOS
Geyer, Byrata Ninguém está autorizado a efetuar Pág. 24 - CULTURA
Pág. 25 - HILDA FOGAÇA: Uma nova
Arte-final: Suyan P. Kehl qualquer transação comercial sem Mulher Gaúcha
Fotografia: Chico Sosa estar devidamente credenciado. Pág. 27 - CHASQUE
Pág. 28 - RODA DE CHfMAilHÃC:
Colaboradores: Adroaldo K. Bor- Nelson C. Castro

ges, Hilda Fogaça e Luiz A. Cami- Os números anteriores devem ser Pág. 30 - ENTIDADES GAÚCHAS: 50-
cíedaoe Gaúcha de Lomba
nha dos Santos pedidos a editora ao preço atual. Grande
Páq. 32 - ROTEIROS DOS FESTIVAIS.

NATIVISMO 5 3
-
ARIEL RAMIRES

UM PRESENTE DA PAMPA AO MUNDO


Nascido em Santa Fé no vizinho país da Argentina, pertencente as primeiras gera-
ções de músicos folclóricos do seu país. Assim é Ariel Ramires, maestro, composi-
tor com mais de 400 obras, algumas de <popularidade internacional. Entre estas po-
demos citar a Missa Crioula que completa este ano 20 anos de sucesso, e a música
ALfonsina y el mar que já foi gravada dezenas de vezes por intérpretes no mundo
inteiro.
Na 13a Califórnia da Canção Natíva.de Uruguaiana, onde foi convidado especial,
houve a oportunidade de colher a história dos 63 anos de musicalidade da sua pró-
pria voz.

Nascido em uma família de Eduardo Falu, Mercedes Sosa, Rio Grande, tiveram. um de-
pessoas campesinas amantes Hílárío Quadros, Hnos Dava- senvolvimento muito grande,
música crio Ia, foi iniciado na los, Jaime Davalos e Jaime chegaram a quase duzentos,
arte por seu tio, D. Catalício, Torres, com o qual faz traba- hoje estão ao redor de 50 es-
\ f que tocava guitarra, ainda lhos juntos a 25 anos. palhados por todo o territó-
quando era menino. Aos 19 Sua obra mais repercute em rio. - Por esta e outras obser-
anos foi viver ao norte nas todos os países onde passa, é vações acredita que o Rio
cidades de Salta, Tucumam a Missa Criolla que este ano Grande do Sul, a Argentina e
\ (cidade de Atahualpa Yupan- completa 20 anos de sucesso o Uruguai são idênticos na
qui) Jujuy, sempre buscando desde sua aparição. Foi criada forma de sentir, pensar de
aprender novos ritmos. para homenagear uma quanti- cultuar os mesmos costumes,
Com este mesmo propósito, dade de pessoas que o ajuda- as músicas ou tocar os instru-
viajou por todos os países an- ram em sua juventude no ini- mentos. Por isto sente-se aqui
dinos Chile, Bolívia, Peru ... cio da carreira dando condi- em casa como se estivesse em
somando conhecimentos para ções para que pudesse estu- Santa Fé, Corriente, Chaco
criar as suas obras, que são dar. Quando á escreveu diz A- ou alguma cidade pampeana
enriquecidas pelos variados riel, pensava na voz dos Fron- do seu Pais.
ritmos latinos americanos. - teiriços, um dos melhores Atualmente reside em Bue-
Quanto a isto ele frisa, nos conjuntos vocais da Argentina nos Aires, vai todos os anos a
temos a obrigação de fomen- que executou a obra em um Europa contratado para tem-
tar, ensinar, publicar porque Longa Duração que tem có- poradas. No ano de 83 este-
isto é o nosso idioma, essa é a pias no mundo inteiro. ve em Israel, Espanha e Por-
nossa raiz étnica, e que de to- Este ano no Festival de Cos- tugal. VoIta em 84 novamen-
das as músicas a mais impor- quim que é o mais antigo fes- te a Espanha, Portugal, mais
_ tante é a nossa, porque esta tival de folclore da América Itália e França. No Brasil virá
nos toca o coração quando Latina estará apresentando os em julho ao Rio de Janeiro
conhecemos a nossa história. 20 anos da Missa Criolla, com onde fará uma apresentação
Conviveu em sua carreira um coral de 200 vozes, cujo o no Teatro Cecilia Meireles.
desde o início com os maiores solista será Zamba Quipildor. REPORTAGEM E
nomes do folclore Argentino Sobre os festivais Argenti- ELABORAÇÃO:
como Atahualpa Yupanqui, nos Ariel diz que como no CRICO SOSA

4 NATIVISMO 5
- AC_

UMA PAULISTA COM


CORACÃO
~
GAÚCHO
CANTORA. ATRIZ. PROFESSÔRA DE FOLCRO.-
RE. INSTRUMENTISTA. APRESENTADORA DE
T E L E V I SÃ o.
SÃ O A P E NAS A L G UMA S DAS Q (I A -
LlDADES DE INEZITA BARROSO. ESTA PAULIS-
TA NÃO CONSEGUE ESCONDER QUE TEM UM
CORAÇÃO BEM GAÚCHO. PRINCIPALMENTE
QUANDO FALA NO FOLCl...ORE. NAS DANÇAS E
NA RIQUEZA CULTURAL DE NOSSA TERRA.
PROVA ISTO COM SEU TRABALHO. NOS SEUS
DOIS DISCOS DE DANÇAS GAÚCHAS. ELES FO-
RAM GRAVADOS A 28 ANOS ATRAS E ATE HO-
JE SÃO USADOS DIDATICAMENTE NAS NOSSAS
ESCOLAS. POIS NÃO FOI DESENVOLVIDO NE-
NHUM OUTRO TRABALHO DENTRO DO MES-
MO ESTILO E EM VOZ FEMININA.

R. N. Inezita quando co- R.N. A música quando in terior.


meçou o teu interesse pelo entrou na tua vida? R.N. E como foi o teu
[ol ci or e? ingresso na música como
INEZITA - Também foi p rofission al?
INEZITA -Tenho um in- de pequena. pois aprendi·
teresse pelo folclore desde b all et, danças foldóricas. INEZITA - Eu VIO}e. mui-
o berço. Em minha famí- violão. Sempre gostei dos to pelo Brasil e como dis-
lia tinha pessoas que to- artes. mas como profissio- se sempre tive interesse de
cavam harpa. piano. ban- nal só depois que casei. con h ecer em cad a estad o
dolim ... 'e na época não porque na época era feio. o falei ore. Casei e [u i pa-
havia tanta música es- eu can tava ap en as em ca- ra o norte. Em Pernam-
trangeira com o hoje. sa e pesquisava muito. buco me convidaram para.
pois sempre me interessei fazer um programa de rá-.
muito pelo folclore em d io, eu tom ei coragem e
R.N. E como foi este seu geral. enfrentei. Aproveitei a
interesse p-elo Rio Gran- R.N. Houve alguma liga- oportunidade e o dinheiro

,
de. sendo uma paulista? ção com o in terior na tua que ganhava para fazer
infân cia? p esq u isas no n ord este
INEZITA -I s t o é muito sem p re sob re o folctore.
curioso. pois eu sempre INEZITA -Houve. os Vim para São Paulo de
tive um amor especial por meus tios tinham fazen- volta em 1953 e fui convi-
este estado. quando pe- da. e quando chegavam dada pela Rádio Nacio-
quena chegava a procurar c.s férias ou m esm o em nal. E assim. com grande
nos mapas para est u d à-l o. qualquer bronca da família. come-
não sei explicar pois nem feriado. eu me mandava cei a cantar e fiquei um
mesmo parentes tenho para lá. Tive muito conta- ano na Rádio Nacional.
aqui. to com viola e violeiro no Depois fui para a Record.

NATIVISMO 5 5
q u r rinha também t el e-
vi,"o. (' fiz um programa
QUI' focalizava os diversos
estados do Brasil.

H N. E como foi o teu


ro n r e ro com o Rio Gr on-
dc2

INtZITA - Bem eu tinha


como já [ulei um amor pe
10 Rio Grunde. e a Tônia
Cor r er o m r: falava muito
do Sul. Também o Paulo
R u sch el () A Iberto Rus-
ch ol e isto aum.entava a Inezita arroso e Chico Sosa na Seara de Carazinho
/Jl in ha cu riosidade. Fiz H.N. Cama foi que o co n- mas a música gaúcha eu
"rI' um filme com eles teceu O LP de d an ças Siio p au lo, Para isto tive
('/)(Im ado A ngela. pela !loúchasr Quantos Lps tu mos que enfrentar muito
Cio Vera Cruz. onde o t/'IIS no t o t al? obstáculos. O pessoal ti
A Iberto cantava músicas Ilha cisma devido os r euo-
do su/. Possuia os discos INEZITA - No total eu luçoes elltre os dois esta-
do Conjunto Farroupilha gro"ei 63. O primeiro dos (' me questíonavan:
'1"1' estava começando tl «: danças gaúchas eu fiz muiro. porque eu. ume
LII tinha uma curiosidode o).m o p e s s o a I do p e ç a p/lu/istu. cantava música!
IOllca e j a r i o qualquer Nô o TI' assusta Zacarias e [jaúchas. Foi um trabalhe
coisa para vir pO,ro cá foi grovado ao vivo. M os- difícil. mas nós plantamol
Nesta cp o c a , 54 ou 55. trei poro o Erwe Cordovil a se m en t e que hoje qual-
dl/'gou em São' Paulo Bor- que era um grande m o es- quer gaúcho pode ir c
boso Lessa com umo peço t r o, ele ouviu e disse que São Paulo que tem lugar
•.ho/Jludo Não Te assusto daria um maravilhoso ar- paro cantar as suas músi·
10('(lrios. con vidou-me runjo. Assim fizem os o 2° caso A ti· nas escolas. nus
floro as,sisti-Ia e ('u fui to- 1.1' com orquestra e tudo. [vs t nha s,
í as c r ro n ns ç

d"s os noites no t co t r o . apresentam danças gaú'


(Juondo eles voltarom ao ch a s.
Hio Grunde. eu vim JUII' 11. N. Com o era aceita a R. N. E atualmente come
t o, Lle montou apeço 110 m s i r o gaúcha
ú em São estão as tuas atividades?
t cu t r o São Pedro e /Jl(' Fu u l o naquela época':'
cOII"idou para fazer um INEZITA - Eu tenho um
r(' •. i t nl li" abertura. eu fiz INEZITA - Nós tinhamos programa sertanejo nl
,. flli t u do um sucesso um grupo de gaúchos que TV Cu lt u ra. can ai 2. em
1\ p r ovcit e, para conhecer conviviamos muito em São Paulo. chamado Via·
rlldo. fuia Hio Grande. São Paulo. lá estava o Ia Minha Viola. onde
I'docos. COllheci pessoas Co nju n ro Farroupilha. o apresento e canto. No Rio
('11/110 Alltônio Augusto. I.essa também foi morar Grande ele é assistido
l lv a r u p . a [ a m ília nus- l u. tinha o Guilherme através da TV Educativa.
rhcl. Fiquei dois m esr-s no Cor r eu. Nos apresentava- Dou aulas de folcrore em
"s«l/l" pesquisanda. de' mos. e faziamos muita Minas Gerais e. as vezes.
flois voltei aqui novamen· festa juntos. faço uma temporada pelo
u- na TV Piratini. onde Este trabalho foi muito Fu n ar t e no ·teatro das Seis
r ct nr n ei várias vezes. importante. de colocar- e Meia no Rio.

fi NATIVISMO

,,
UM ALERTA
ECOLOGICO
JOSE LUTZEMBERGUER

NOS FESTIVAIS DE MÜSICA NO RIO GRANDE DO SUL


HOJE, PREDOMINAM OS TEMAS QUE VERSAM SOBRE A
ECOLOGIA, SOBRE DESTRUIÇAO DE MATAS, RIOS, E
FAUNA EM GERAL.
NESTE NÜMERO A REVISTA NATlVISMO TRAZ AOS
SEUS LEITORES, POR UMA GENTILEZA DO JORNAL DE
MESA QUE NOS CEDEU OS DIREITOS, UMA REPORTA-
GEM FEITA PELO JORNALISTA'tTOQUINHO·COM UM DOS
MAIORES NOM ES NA DEFESA DOM ElO AM BIENTE,
JOSE LUTZEM BERGUER.
COM ISTO QUEREMOS TRANSMITIR UMA VISAO MAIS
APROFUNDADA DESTE ASSUNTO TAO IMPORTANTE
QUE ESTA DIRETAMENTE LIGADO AO NATlVISMO, JA
QUE AS NOSSAS RAIZES ESTAO RELACIONADAS AO
MEIO AMBIENTE.
Sabe-se que o inseticida Bem motivo aparente- qu e tratado, conclusões, etc ...
BHC terá a sua fabrica- ao que parece ainda não BHC
ção proibida a partir do foi detectado a origem
próximo ano, ao mesmo pode transformar a região A minha suspeita é de
tempo em que surgem afetada em uma nova Mi- que os fabricantes estejam
denúncias sobre a intensi- nimata? querendo livrar-se de seus
ficação indiscriminada de Q'ual é a melhor maneira estoqu es. Isto é uma ma-
seu uso no RS, até mes- de se conduzir a luta, pela ~obra da indústria quími-
mo em galpões de fumo. preservação da natureza? ca, mas provavelmente
Sabendo-se também que A AGAPAN é o meio eles vão conseguir licença
este ven en o é can cerígen o mais eficiente para se para fabricar mais , de-
p ergu n ta-se: conduzir esta luta? Um pois, eu não me adm'i-
partido ecolõgico não se- raria. Eu acho que isso é
I. Qual é a alternativa de ria viável? 11m escândalo aplicar o
com bate ao barbeiro sem o que fazer para aumen- BHC da maneira como
envenenar o meio ambien- tar a prática ecológica nas vem sendo aplicado nas
te? cidades, em term os de residências rurais. Inclu-
2. A aplicação do venne- conscientização? sive isso é uma agressão à
no pelo próprio governo pessoa humana. Eu, na
denota o que, em sua opi- A preservação da nature- minha casa, não permiti-
nião? za está condicionada dire- ria jamais que fizessem is-
3. Que atitude a tam en te a um sistem a so- so. Eu receb eria eles à
AGAPAN pretende tomar cial alternativo ou no sis- bala. Isso é un:ta agres-
a respeito? tema capitalista é possível são. Ninguém tem o direi-
a preservação da ecolo- to de fazer isso, ainda
Sobre o derram e de m er- gia? mais que existem outros
cúrio no rio Caí -assunto 'Viagem à Europa: que métodos mais eficien tes
que saiu dos noticiários países visitou, o que foi para com bater o barbeiro.

NATIVISMO 5 7
Que método? -E a p o srçoo do governo -A AGAPAN pr
que aplica este veneno mar uma atitude
O fundamental é não per- através do m in istério da gorosa a resp eir
mitir que nas casas exis- agricultura -SUCAM-, o problemas?
tam paredes com palha. que o senhor tem a dizer?
ou com fendas, onde o in- Sim, pretende. E
seto tenha consições de se Nós sabemos que, pelo gando de uma 10
'esconder. Uma parede li- menos no passado, tanto gem e rom cn do
sa, que pade ser inclusive o ministério da agricultua mento deste prob
de barro não haverá pro- ra com o o m in istério da pouco, mas prer
blemas. Então, o que te- saúde trabalharam em procurar o secr etê
mos que fazer é ensinar o convivência total com a saúde, porque o _
pessoal a fazer .su cs casas indústria química, não é? do Estado teria c
de acordo. Não haveria o m in istério .â a agricu ltu- de proibir isso.
necessidade nenhuma de ra sempre fez tudo o que
estar en ven en an d o as p es- pode para evitar a intro-
soas, ainda mais com um dução do receituário agro- -A respeito do de
clorad o p ersisten te com o nômico -que inibiria ou mercúrio no Rio
é o BHC. Isso é um, crime acabaria com os excessos
que d-eve ser denunciado. na venda de pesticidas- a Eu não consegui
E é um absurdo, porque SDFV -Secretaria de De- informações s o bre
o BHC está prqibido nu , fesa San itária Vegetal- se sunto. O que eu
-agric'ultura e para uso do- transformou numa sucur- é que o governo n
mi-sanitário. no entanto sal da indústria química e inform açõe co
ele está sendo vendido o Ministério da Saúde Precisamos ver ã~
ain da nas farm ácias para ch egou a m od ificar a clas- vem este, m ercé rto,
uso medicianal, no com- sificação toxicolõgica dos do polo petroquí
bate ao piolho, chato, p u l pesticidas de acordo com é de indústrias gc
ga e a saúde pública está os interesses da indústria plásticas em "Co x i
aplicando. Neste casa a quím ica. na realidade, quais também,
gente chega a conclusão não estou admirado com substância. Nós
que a saúde pública, co- esta posição. A indústria mos de um esclare -
mo o ministério da agri- quím ica é tão forte que mais completo e de
cultura, está trabalhando ela dom in a este orgãos. das imediatas pa
de mãos dadas com a in- Eu espero que daqui para cesse isso. Se o m
'dústria química. isso deve diante mude esta si- provém de indúst .
ser d en u n ciad a, ' tuação. vano-plásticas

8 NA
-

cil rete-lo, o problema é


que não está havendo a
necessária pressão por
parte dos governantes. Se
o mercúrio prouêm do pó-
lo é preciso descobrir de
onde vem o mercúrio lá
dentro, se é que vem de
lá. Ê saber se eles'
estão uscn do ácido sulfú- mos de um movimento in-
rico ou soda caústica, que tensivo de in iciativa parti-
tenha mercúrio como im- cular, depressão, como
pureza. Tudo isso, toda- existe na Europaa. A
via a' p olu ição é p erjeit a- 4GAPAN é apenas u m u,
mente controlável. O pro- ·en tid ad e d e ação com un i-
blema é que estão queren- tária. Nós precisamos de
do controlar, e isso pode muito mais e precisamos
provocar aqui os mesmos tam bém fortalecer a
problemas mutagênicos AGAPAN que ainda é
acontecidos n o ; Japão. muito pequena e fraca. muita gente aí aplaudindo
Baía de Minamata- e na n OSEOS brigas. mas muito
Bahia, na enseada dos -E uma Confederação de p o u c o s que nos ajudam
Tainheiros, sem falar em associações de proteção diretamente, ou com aju-
Cubatão, uma das cida- ao meio am b ien te ou até da financeira ou com' tra-
des mais poluídas do quem sabe um partido balho. Já quanto a cria-
mundo .. ecológico não seria uma ção de um partido ecoló-
maneira de reforçar a luta gico eu tenho chegado
-Qual seria a melhor ma- preservacion ista? pessoalmente a conclusão
neira de se conduzir a lu- de preferir .n o ter
õ um
ta ecológica? Uma confederação seria partido ecológico, pelo
naturalmente desejável. menos na situação atuaf
No Brasil inteiro deve ha- mas ele requer trabalho e do Brasil. A ecologia é
ver hoje umas 200 entida- dinheiro e nós não temos importante de.mais para
âes preservacion isrcs, mas nada disso. Para chegar se tornar uma seita. Den-
a maioria delas não são lá mos a isso teriamos que tro do sistem a pariam en-
muito militantes. Nós pre- ter m ais participação do tar cada partido tem que
cisamos de mais entidades cidadão, que está sendo brigar com os demais. Se
pe participação. Precisa- r elatiuam n ete p ou ca. Tem nós formarmos um partia

NATIVISMO 5 9

.
;
do ecológico. ele será uma
seita en tre ou tras ran tas e
-E como
participar
fazer
m ais
o cidad
da lu
todos os demais partidos ecológica?
acabariam brigando com
o partido ecológico. Eu o fi meio é fazer o
prefiro que o movimento que nós estamos j az enc
ecológico seja um m avi- hoje. mas vamos p r ec is
m en to tr an sp ar tid àrio. de muito tempo ainda. c
Que o nosso pessoal esteja sejo: fazer o máximo c
em todos os p art i d os. e é discussão em públicc
o que está acontecendo. ap roveitar os meios d
Isso também tem outra com unicação sempre qL
van tggem im p ortan te. Se possível. levar a público
a ecologia se transfor- rnáximo de controvércim
masse num partido e este denunciar cada vez qu
partido ficasse forte nós des honorários de d ep u t a- ex istem casos de esc àn de
acabaríamos tendo todos dos e senadores. vão apa- los am b ien tais para cr ís
os vícios que os ou tros recendo as pessoas que ossim uma m o io r c o n s
tem ·tam bém. porque on- saberão mentir a ecologia ciência pública. Êo únic
de a política dá vantagem muito bem e o movimento meio que nós dispomos.
aparecem sempre como acabará tendo todos os Nós não tem os verba
políticos as pessoas mais incinvenientes que tem os para fazer grandes cam
cínicas. aqueles que sa- outros partidos. Eu prefi- panhas. Eri qu an t o o pró
bem mentir melhor. Ago- ro portanto que nós seja- prio governo não fizer es
ra. enquanto o movimen- mos uma força e x t r a=p a r- te tipo de trabalho. nós SI
to ecológico for neces- lamentar. uma força de p o d erem os con tin u ar fa
sarro sacrifícios pessoais. ação com unitária. Por as· zendo o que estamos [a
nós continuaremos tendo sim dizer. um quarto po- z en d o. Nós somos en t i d a-
líderes realmente autênti- der no Estado. poder do des-cidadãs de ação c o-
cos. Já no momento em cidadão que cobra. que minitária. Não temos ne·
que dá para ganhar gran- preciona. que denuncia. nhuma ajuda oficial.

10 NATIVISMO
o festival foi dividido em
apartes, que é um termo usa-
do nos rodeios campeiros
quando é feito a separação
dos animais para as suas clas-
sificações. A cada ano acon-
J tece um aparte, o ano passa-
do aconteceu o primeiro que
foi bem paltada. O seu segun-
do aparte, neste ano foi co-

SINUEL roado de êxito, mostrando


sobre o ano passado uma cres-
cente evulução, visível tanto

DA CANÇÃO no nível musical como na a-


desão do público que com-
pareceu em massa ao Clube
do Comércio, mesmo com a
chuva torrencial que caia.
Entre as músicas e artistas
NOS DIAS /3 à /5 DE JANEIRO ACONTECE EM concorrentes, os que foram a-
SÃ O SEPÉ, O FESTIVAL SINUELO DA CANÇÃO partados por decisão do júri
NA TlVA, PROMOVIDO PELO C. T.G. INDIO SE- para receberem os troféus,
PÉ. PREFEITURA MUNICIPAL, COM O APOIO são estas:
DO CLUBE DO COMÉRCIO E RADIO FUNDAÇÃO Melhor Arranjo Música
COTRISEL. REALIZADO GRAÇAS AO EM-
CAUSOS
PENHO DE PESSOAS QUE ACREDITAM NA
Letra . José Ataides Sarturi
CULTURA COMO UM INVESTIMENTO PARA O
MUNICÍPIO, COMO: JOÃO LUIZ DOS SANTOS
Música - José Roberto Pires
VARGAS, JOSÉ PAULO NASCIMENTO, ALCIR Melhor Interprete masculino
BOLZAN, JOSÉ MARIA PICADA E ANA M ARISE EDSON MOTTA
PEREIRA. Melhor Instrumentista
JOÃO MARCOS
Sepé Tiaraju, o índio corre- de música nativista, chamado Melhor Vocal
gedor da redução de São Mi- SINUELO DA CANÇÃO GRUPO HORIZONTE
guel, morto na batalha de Cai- NATIVA. Melhor Indumentária
baté. Foi santificado pela
GRUPO TERRA SANTA
crença popular por sua luta e
Música mais Popular
devoção em favor de seu po-
LIDA CAMPEIRA
vo, quando da ocupação dos Autores: Paulo Francisco P.
7 povos guaranis pelas tropas Correa e Valter Elias P. Abai-
espanholas e portuguesas. Au- de.
tor da conhecida frase, ESTA A grande vencedora foi .
TERRA TEM DONO. OUTRA VEZ
Letra: Emir Garibalde Peres
~ na cidade que leva o seu Música - José de Jesus Alves
nome, localizada no centro Camargo. Interpretada pelo
do estado, a 300 Km da capi- garoto, EVANDRO ZAM-
tal, que acontece o festival BERLÃ.

NATIVISMO 5 11
G.
LUNA TUCUMANA BAILE DO Sapucay deio das chinas 1)"
recebendo a querose
A tahualpa Yupanqui Cenair M aicá com cheiro de brilha
tl- tin<ã.
Yo no le canto
AI>I
a Ia luna
&
Neste compasso
'01
da gaita
cc.
porque al~%bra y nada
~.... do Sapucay l>~
Gt 1>~
mas 'PWI p.•••• Se bailava a noite inteira Neste compasso da gai
le canto porque ella sabe Ia- na costa d o U rugual Go."'" do sapuc~
de m i l8"r1o cam in't1' Luz de cand~iro e o chei- O mandico se alegfJva
ro da polvad~ira l>? na costa do Urugu~i (:o;
~'l Am
Ay lunita tucumana Irmanava castelh<ã.na e A té a guarda cofteira
TamborcifJ calchaq,~
,o..... AYfI
brasileiro na fronteira esqueceu do contraba9:'dc
compaiílra delos gauchos E o Sapuc"fy'" chegava
en Ias se~das de tafililY'l\ tocar se baba1f:Jo
Gr Dt
Cn-oram as pri"b:s no E a gaita Silha com a b
ESTRIBILHO compasso do bordao ba do Sapuc9'y
wi' 'C E o gu itaf:.~iro can ta toda Chegou apodrecer o i~
Perdido en Ias cerrazones a inspiraçtf'oGT neste faz que vai não v9'i
quien sabe vidTiz por don- E a corde~na no soluço
Go
de andarS .q reganchado 1>:r
mas qu~~do salga Ia lun"1i M arca o com"passo do S~o duas ~á~rias festejfrr.
cantarf~antar~""" A costeiro sap a tea~ o do nesta dftnça
a ~'itucuman querid"'i: Repartindo a mesma hf
can taFJ can tare "1M "Pa"'nça, comung<iindo
<á "1)4-
Neste compasso da gaita mésma riffla :D
E1 Go
COZi•••la esperanza e com do sapucay ~+- Disse o Cindin'lO que
pena €:t AV'I Se arrastava alpargata lá UrugJ'ai beija os nub~te.t
en los campos de Acheral na costa do U rugu~ic;.l- UNe o casal conti,?e~t
yo viz"llr'a Ia luna bu:'h~ Chinas faciiras com jeito pai Brasil mãe A rgen tin~
CII
besa'íí10 el caiíav~V;;1 provocador 1)~ E disse o p1e'a que o len·
E ea'90 !}os parexJ'lnros Vão sarandeando e é um d5"rio rio corr~nte
Cio/H·
luna dICa solecta~ con vite p ara o am or une o casal-contin~~te pa
yo A'f:;'Y andando y Levanta po~ira no saran- B rasl ·1 m ae
- A rgen tm
.áa.
cantandl}"
qU\~ m r modo de
alumbrar.
c 07

i1iI'~ II
'1-i il
12
~II NATIVISMO ~
ERA UMA VEZ ALFaNSINA Y EL MAR

e Letra: FELlX LUNA


Sil~a Rillo
Música: ARIE L RAMIREZ
Mário Barbará
I LA:/ R.E V'I'
AM'3 B::}i9 (Por La blanda) arena que lame el mar
Era uma vez um potrinho baio e.~ A~

I
a (3h2/~~/q- . A..h'l9 Tu pequena fiella no vuelve mas
Era uma vez um negrmho 50 'P~ G~ . c. .
Un sendero solo de pena y silencio
á quandç o potrinho fez-se potro 1~./n 1>", B e1-
B11.Q 81:12 ~.,- LLego hasta el agua profunda
a neÇJrinhocontinuou peque qininho 1)"", A •••
e e:~ E..t/F-# €.t!.úf+-, Am Un sendero solo de penas mudas
E cada vez mais 50 1>M 8 8"1 4•.•..•
F5- A", 9 LLego hasta Ia espuma
Cg Foi uma vez uma carreira grande S abee dios
di que angustia 4+. te acompano !'••.•
F5+ F*o . ck9C

I
a corredor era o neqrinho 50 / A e~
Que dolores viejos callo tu voz
A"",
8 i'. E~€~/FJt:. é?f61f A~9AIYI'f q I1mq
a balo-raio tropecou na rala 'O""" <;O....
Para recostarte arrullada en el canto
C
. I.?~ G? é1!-r#
l.ibi as de ouro se fizeram po
é-1"/P.JJ:A~ 'j "0-... f> ~~,q.
De Ias caracolas marinas
E o negrinho só :o..".. A •••
F~~ _ La cancion que canta en el fondo oscuro
Acenda velas quem nao sabe o resto "Dl't'I 6 /H A..,
f".1f..., t;-/'t Dei mar Ias caracolas
Da velha estória que eu cortei ao meio 'D~ 61 c.

I
Te vas Alfonsina con tu soledad
~7 e~ A "'I' "t>"'"
E ao pé das velas deixe fumo em ramo Que poemas nuevos fu iste a buscar
..= H W~ M. . A l>l 9 AII~}:j A .••.•
Para o negrmho do pastorerr o A li Una voz antigua de viento y de sal
A..., ,4M6"t' AV"I AM5-t 1I;j
Galopa hoje, palopa / H ~"'1 4~
Te requiebra el alma, y Ia esta lIevando
~ -eU'Ifr#8t ~#- 1)\0'\ c.. _
Cilvalo de assombração Y te vas hacia alia como en suenos
An! A....st~ eg-e,
Baio-r àio pelo de lua c. p~ 6~ A~
t.~-f. A...,A"1::>+A.,." Dormida Alfonsina vestida de mar
Risca chispa na escuridão Alo 'O"'"
Cinco sirenitas te lIevarán
. r;/~. A"" e~ A~
Vai o casco, fica o rastro por caminos de algas y de coral,
€-/G.:tf . Am G'
Passao vento, fica o susto c. A
1)..... G
Y fosforescentes caoallos marinôs
~ ~9- E.. . A;", AM::l+ ~ 1)"" B 1A :r
6. M
quem VIU duvida que VIU ~.K e. / harán una ronda a tu lado,
E.t,\-.f:. _ .'\m(f1tr.:r-Wl;;o- '0\"\ Aw.
quem pensa que VIU nao VIU ~ é'l
y los habitantes dei agua van a jugar
'O 'i') t:l."1/! A""
pronto a tu lado.
Bájame Ia lámpara un poco más

Ií I
déjame que duerma nodriza en paz,
Y si lIama él no le digas que estoy
dile que Alfonsina no vuelve
Y si lIama él no le digas nunca que estoy
di que me he ido.

NATIVISMO 5 13
UM DUELO

COM A NOSSA

HISTORIA
o compositor, pesqui- nos seus valores e seus bia disso, pois declaro
sador autodidata, Luis personagens para que se- em suas primeiras entre
Car/os Golin -Tau Golin-, jam colocados mais a ní- vistas: "Sei estar m exenci
residente em Santa ma- vel humano dentro de em uma vespeira". E a
ria. cidade que fica loz ali- suas épocas e assim lidos, vespas vieram e conti
zada no centro do Estado discutidos e avaliados pe- nuam vindo. pois o pró-
do Rio Grande do Sul, las gerações mais novas. prio autor declara esta
imprimiu na LGR Artes Nunca no estado um p er- receben do telefon em a
Gráficas um ensaio. pe- son agem foi tão in vestiga- am eaçadores da parte d
queno em volume, mas do quanto Bento Gonçal- pessoas que ven eram (
grande por sua repercus- ves após esta publicação, memória do "herói" Ben-
são a nível nacional. so- inclusive sendo debatido to Gonçalves da Silva.
b re a história dos vu /tos e na Assembléia Estadual que lutou dez anos pare
fatos acontecidos no esta- dos Deputados. poder implantar a repú'
do gaúcho. este seu livre- Em pesquisas feitas nos blica do Piratini, que de-
to. como foi chamado por artigos publicados pelos pois foi pacificada po
alguns críticos do meio veículos de imprensa, L uiz A lves de Lima e SiI·
tradicionalista. que fica- conclui-se que se Luis va, o grande Duque de
ram indignados com o Car/os G olin tin ha a in- Caxias. ?
lançamento. tem por títu- tenção de fazer as pessoas
lo Bento Gonçalves o he- lerem e revisarem a vida
rói L ad rão. E um relato do Gal. Bento Gonçalves, Apesar disto, Tau Go·
de episódios da vida do consegu iu seu objeivo. lin não parou ai. O seu
mais importante chefe da Não somente os cronis- último livro, a Ideologia
Revolução Farroupilha, tas e repórteres sein teres- do gauchismo, apresenta
segundo o conceito dos saram pelo assunto dando o mesmo espírito polémi-
orgãos históricos e cultu- d es t q u e, as também os co ao tratar de vários m i·
rais do estado. tradicionalistas se mostra- tos gaúchos. sta obra al-
Este opúsculo, de ape- ram indignados com o li- cançou o terceiro lugar
nas 66 páginas, já foi co- vro. A Igns, que tem em vendagem na 29 Fei· Q

mentado nos mais impor- maior apreço e veneração ra do Livro de Porto Ale-
tantes orgãos da imprensa pela vida do "herói [ar- gre, n a categoria de não·
do país. Ele nos vem pro- roupilha", chegaram a ficção e existem informa·
var a necessidade que agredir o autor do livro ções de que Tau já está
existia em fazer, de tem- usando frases de baixo ní- com mais três livros p ron-
pos em tempos, um ques- vel em seus artigos. Mas os, tod os d en t r o desta
tionamento da história parece que Tau Golin se- m esm a lin ha.

14 NATIVISMO
NATMsMo 5 15
~==================CULTURA~
07-02-1756
MORTE DE SEPÉ TIARAJU
Antes mesmo de se descobrir o ta, integrada por técnicos c milita- perguntas anteriores. Como ()
Brasil. havia sido cstubclccida a res de ambas naçõ ev, tendo como vernador de Montevidéu insis
Linha de Tordesilhas para dividir representante espanhol o Marq uês em prossegu ir, os Índios dcrur
as futuras possessões de Expunha c de Valdelírios e como represen- rédea aos seus cavalos dize
Portugal. noutros continentes. A tante oorrugués o general Gomes " No caminho nos encontr
imprecisão desse mcridiano . bem Frcirc de Andrud a. Simultanea- mos". E assim. de fato. SUCl
como a fusão das coroas de Portu- mente. casais açoriano, foram des- Nu dia 7 de fevereiro de I
gal e Espanha de 1580 a 1640. ha- tinados. por Portugal. a povoar as houve diverso .. pequenos em
viam contribuido para a caducidu- terras que os iudio s ubandonus- tros e tiroteios isolado ... se
de daquele acordo e para a neces- \('111. mortos diversos portugueses
sidade de se fixarem limites Entretanto. houve a reação mis- imprudentemente, se haviam
mais uit ido«. A <ituação SL'tornara <io nc ira. Negando-se a abandonar tudo das guardas avançadas".
mais confusa na ampla região :1 o território. os Índios iniciaram es- A descrição mais detalhada
murgcm I..·"~llll'rda do rio Uruguai: caramuças contra os demarcado- acont ccimcntos csui na "Hist
aqui SL' alternavam a Colônia do rcx. E dentro l'l11 breve estourava a do Brasi(. de R, Sourhe y. VQ
Sacramento (por tugucsa í. o Go- chamada "Guerra Guarunitica". págs,48e49:
verno Militar cIL- Montevidéu (es- com a junção do exercito de Lspa- "Em con scqué ncia disso. t
panhol). a Comandáncia Milit ar n ha e do s's;ército de Portugal. em o governador de Montevidéu,
de Rio Grande (por tugucxa l c os dcz crn hro de 1755. para a marcha sé Joaquim Viana. ordem de
Sete Povos das Missõc-, Or icntui-, contra os Sete Povos. com 300 homens a eu s t igar o
tS'spanhóis~ lguulmcntc co nfu va Eram mais ou mcno- ~.OOO os mig o. Constando ser este em gr
era a situação nos autipodu-. isto combatcnte-, c-panho i-. sob a che- de número enviou-c segundo
L;, no "outro lado" do globo ter- fia do governador tis- Bucno-, Aire- tucamcnto , dc 500 praças.
rvstrc. D. Jo,,; Ando naégui. e contan- poiar o primeiro. Mas. unte-
Pelo Tratado dL' Madri. dc do com a pre-cnça do governador chegada do reforço. tivera lugar
1750. as Filipinas e as ilhas Molu- de Montevidéu. Jos~ Joaquim Vi- ma escaramuça. em que tomo
C"". no Oriente. e a Co ló mu do una. E eram cerca de 1.600 os Se pé Tiuruju. Caiu como um
Surr.uucuro . ao domínio expu- soldados portuguc-c-. sob o co- lente Um cavaleiro pottuguc-
nhol. recebendo Portugal. da Ls- mando do gl'l1. Go m...'\ lrcirc. feriu com um lançaço quand
punha. os Sete Povos das Missões Juntaram- -,l' ~'I altura da atual cavalo do caudilho misvio ne iro
Orientais do Uruguai. Da me-m« Bagé "Distavam umas 90 léguas dou num buraco LIs-tatu. mas 1
forma que os hubit antc-, da Colo- das Rcduçõc-, ". s'sLTs'VL' Man- SL'm receber também um te rim
nia teriam de se mudar para ou- <ucto Bcrnunli "C cru princi- to. L t alvcz que Sepé ainda se
tras tcrrus portllgllc~a> - por \,,'- pios de janeiro começaram a a- f!Ul"'L'. l' \L' xalvassc. '\L' Viana I

xcmplo , a vila de Rio Grande -- vançar com cx trcrna lentidão", o houvesse morto com um tiro
os missionários c' índios dos Sere E os iudio-." "Demoravam ina- pistola. acidentalmente assim c
Povos teriam de se mudar para tivos. rcgamcnt« co nfiunt c-; no do".
outras terras espanholas -- por s'- seu número. na sua bravura p c-- A tradição popular cugrunc
xcmplo , a outra margem do rio, soul \.' 110\ -cu-, ..•anto-. Não <c ccu a figura de Se pé Tiaraju , co
Nesse sentido, o art . XVI era bem prepararam -criumcntc para a rc- ferindo-lhe o grau de sant idad
claro, permitindo que os mivsio - <isté nciu e apcna« uns 300 deles, de certa forma oficializada p.
11.l'lrO\ levassem scu-, bcns móveis ao mando de Sepé Tiaraju. cor- topcnirn ia: "São Sepc" é nome t
s' -cmovcntcs. armas, pólvora L' regedor dt' São Migu cl, se reuni- urna rio, de um município, de
munição mas determinando qUL' a ram para embnrgar o passo aos in- ma cidade nossa. A legenda des
entrega das povoaçõc , à Coroa de vasores. Às patrulhas avançadas indio-rnárrir tem sido alim cntad
Portugal seria feita com todas as dos expedicionários. perguntaram em prosa e canção, através d,
suas casas. igrejas. cdifício s. pro- os indio s o que buscavam nas suas gerações, e hoje sua força mit ol
pricdade c posse da terra. terras. pouco depois, o próprio gira é associada à resistência lat
Para a demarcação de limites Governador Viana encontrou um no-americana contra o dornirn
roi constituída uma comissão mis- piquete de Índios que repetiram as colonialista europeu,

16 NATIVISMO
;;;;;;;;;;;;======== MAS C A T A R I A~
Mascate da Cultura. é o que se pode chama,.. Adão
Ltm a çp essoo conhecida no meio nativista, que se faz
presença obrigatória em todos os festivais. E o termo
Mascate da Cultura usado pelo pessoal do jornal Tchê,
serve realmenJe muito bem para definir ~sta pessoa de
go- meia idade, ares de gringo, com uma simplicidade
\se contagiante que anda com a sua ~ra3,ília verde' su p er-:
de carregada de livros. onde se en co n rrrrm obras de todos
os autores gaúchos, principalm,ente do gênero nativis-
ta. O Rio Grande pode orgulhar-se deste batalhador
incansável do r em o livreiro. Nosso colega que cruza o
Rio Grande de ponta a ponta, da serra a fronteira, das
missões ao litoral. Levando as obras dos nossos escrito-
res ao alcançe de todos.

GRUPOS MUSICAIS que é diretor do projeto


Quero-.Quero, produtor
'

'de discos, poeta, autor do


Negro da Gaita, Pássaro
Perdido, Velho cantor,
etc. O Eraci Rocha éin-
térprete com vários trq~a-
lhos premiados nos [esti-
vais, funcionário da Edi-
tora paloti. D orotéo Fa-
gu n d es é p rop rietário do
restaurtante Vinha
Grupo Raça D 'A lho, violon ista, com-
Com a evolução da cul- nativista ou na çhamada p ositor e in térp rete. G lê-
tura, as pessoas dotadas popular gaúcha. Não po- ido Fagundes é funcio-
de algum talento artístico deríamos citar um para nário da Hob itasul, apre-
no que se refere a música, pois o número é realmen- sentador do programa na-
p o e si a ou interpretação te muito elevado. Escolhe- tivista da TV Educativa,
procu ram desen volver seu mos um para dar uma vi- escritor, violon ista. G il-
p oten cial para con correr são aos leitores de com o berto Monteiro ê com-
no mercado que aos pou- trabalham, ainda que to- p ositor, in stru m en tis,t(l e
cos vai se abrindo. Assim dos os elementos tenham está cotad o com o o m e-
foram se unindo, buscan- atividades paralelas. não lhor gaiteiro de Gaita a
do melhor con dição de vivendo exclusivamente de POnto do estado, premia-
trabalho e foram surgindo música. escolhemos o dos em vários festivais.
os grupos. Uns se reunin- GRUPO RAÇA, que faz Este é um exemplo de
do somente por ocasião um espetáculo bem elabo- gente que luta por aqf'ilo
dos festivais, outros para rado, reunindo canto, que' gosta. Apesar de to-
criar um t r ab al h o mais música instrumental e das as atribulaçÕes do dia
duradouro, ensaiando e poesia. Em cinco meses, a d ia, estas pessoas, 'c9m ()
criando um estilo próprio. realizou ap resen tações em tantas outras 'de vários
Uns voltados para a mú- amis de 15 cidades. embo- grupos, conseguem dar a
sica mais urbana, outros ra todos tenham ativida- s.ua contribuição a nossa
mais carregados de telu- des fixas em Porto cultura. E fazem isto com
rismos. Foram surgindo Alegre. Vam os com eçar muita garra, ob ten d o ex-
dezenas deles na música, pelo Gilberto carvalho celen tes resu ltad os.

NATIVISMO 5 17
- ..•...•. "

~~,

MESA REDONDA

r:
t~"-'
til
'f

/
,

RS.
DURANTE
NA TlVA
A MAIOR
NA CIDAr
FES)'A

CHICO SOSA,
TO FAGUNDES
RECER, ENTREVI~
J
o:
A í3

DE RESPEITA VEL
TURA GAÚCHA, f
PRESTADOS NESS.
PERDIÇAR VALI(
MONTADA ESTA E
DO ESTADO EM DI

PAUL O TA PAJÚS ca- rada no Rio e São Paulo contra tempo, eu pens
rioca, compositor causou delírio, porque que poderia haver a
pesquisador, produtor de apresentavam algo novo, mais problemas dos q
rád io, com 55 an os n o ra- e depois deles ainda não até agora havidos. Sabe-
mo sem interrupções. ini- apareceram lá outros tá que há sempre uma di]
ciou cantando em 1928, na hora de subir mais al- rença na troca de cm b íer
tem /O anos de Projeto gum. A música do Rio te e isto era um risco qL
M inerva, produzindo o Grande tem boa aceitação tinhamos de correr e ch
programa Domingo Musi- no Rio, o que falta é a gamos a conclusão qu
cal que vai ao ar através máquina para promover. valeu a pena. Qualquf
de 1000 em issoras de rá- coisa errada p e d ím c
dio. Foi jurado da [20 perdão. E qualquer cois
Califórn ia. RICARDO DUARTE - elogiável eu peço que sej
Batalhador pela cultura feito em n om e destas d~
Nico Fagundes -Como re- gaúcha, um dos iniciantes zen tas e tan tas p essoo
percute a Califórnia nos da Califórnia, atual pre- que formam as comissõe
meios de divulgação do sidente do festival, pionei- a que foram delegado
Rio de Janeiro? ro na mudança do am- plenos poderes.
biente fechado do Cinema
TAPAJÚS - Não ela não pampa para o ar livre·.
rep ercu te, p orq.u e esta ANTÔNIO AUGUSTC
faltando promoção do Rio Nico Fagundes -Como é FAGUNDES- composi
Grande do Sul para cima esta mudança? tor, pesquisador, profes
para o norte. A música sor de folclore, ex direto
do norte, nordeste desce RICARDO DUARTE do Museu Antropológico
m ais ao cen tro. E' posso V am os esp era r até o fim apresentador do p roqr a-
lem brar que quando o v',:';) ver com o será já to- ma Galpão Crioulo da TV
conjunto farroupilha saiu namos todas as precau- Gaúcha.
aqui do Sul e fez tempo- ções para evitar qualquer

18 NATIVISMO
· ~

A CULTURA GAUCHA
CALIFÚRNIA DA CANÇÃO
E DE URUGUAIANA, QUE É
VO GÊNERO NA TIVISTA DO

VTO COM ANTÔNIO AUGUS-


E TAMBÉM DEU O SEU PA-
ARAM ALGUMAS PESSOAS
CRÉDITO DENTRO DA CUL-
ELOS SEUS TRABALHOS JA
AREA. E PARA NÃO DES-
SISSIMAS OPINIÔES, FOI
VQUETE SOBRE A CUL TURA
VERSOS ASPECTOS.

Chico Sosa -Como tu ve mando, bebendo na nossa apenas experimentais. É


o movimento cultural do fonte. Eu vejo isto com necessário um estudo
estado agora que a coisa muita boo vontade. mais técnico sobre as
explode se abrindo para m an ifestações para ver se
todos os lados? são consolodadas.
ROSE MARIA REIS
NICO FAGUNDES - Eu GARCIA professora uni- CHICO SOSA -Sabendo
sou como tu um entusias- versitária com três cursos da crise que passou o
ta da Cal ij r n a e de
ô í
de pós graduação, com IGTF, eu pergunto como
promoções que se segui- cursos feitos na Venezue- é dirigi-Io agora?
ram cop ian do este mode- Ia, atual dirigente do Ins-
lo. Quanto a estar se tituto Gaúcho de Tradi- ROSE -Estam os neste
abrindo, eu não acerdito ção e F olcr or e. momento elaborando o
n isto, acho que a Calijbr- relatório final de 83 e [a-
nia é guardiã das carac- NICO - Com o tu ves a z en d o projetos para 84
terísticas fundamentais da Califórn ia da canção? com o intuito de conse-
nossa música. O Musi- guir verbas com outras
canto, foi uma experiên- ROSE- É sem dúvida o instituições e contamos
cia inovadora das nossas festival que mais gente com apoio estatal e priva-
m u srcos que eu acho que atrai basta ver que as ins- do. Estamos recebendo
vai perdurar porque o ní- talações precisaram ser apoio. Temos uma ponte
vel artístico foi elevado, ampliadas. E de uma muito sigin ificativa tam-
acho que há lugar para forma geral há uma proli- bém com o M. T. G. para
tudo e até me encanta em feração de gêneros musi- coletarmos dados e espe-
pensar que músicos que à cais e há uma mescla de ramos que cada C.T.G.
rigor não tem compromis- alguns aspectos não con- escreva a sua própria his-
so em ocional com o regio- solidados ainda entre o tória para ficar como
r.clismo gauchesco, este- povo, que precisam ser memória do Rio Grande
Jam aqui conosco se so- estudados para ver se são do futuro.

5 NATIVISMO 5
» •

o PRIMEIRO CAUDILHO RIOGRANDENSE


M ansueto Bernardi imortal pesquisador que tem vá- 1/,1.\.'1 r1'O /WRS,IR/II
.-.---.----- I
rias obras editadas, todas elas são um precioso docu- () PRlMDlIW C.HDlL/JO
mento dos acontecimentos que nortearam os rumos, do RIO-GR.1 \DEYSE -----I

nosso Rio Grande do Sul. Entre suas obras das quais


eram mandados vir documentos da Itália, Espanha, da
Argentina, para embasar as suas pesquisas. Foram
nieditadas e nós aconselhamos, agora que as ruinas de
São Miguel passaram a patrimônio mundial, a leitura
de dois livros seus: MISSÕES E INDIOS JESUITAS E
O PRIMEIRO CAUDILHO RIO GRANDENSE. O
primeiro faz um relato da vida dos indios nas missões,
o leitar é levado a fazer uma viagem imaginária pelos 7
povos e aprender um pouco dos 150 anos do com unis-
mo cristão. O segundo fala especificamente d e Sep ê :

Tiaraju o indio que nascera com a predistinação de


guiar a sua gente, que lutou bravamente até cair morto
sob o exército luso-espanhol.

OS PRIMEIROS GAÚCHOS
DA AMÉRICA PORTUGUESA
Para as pessoas que se interessam em saber a sua
genealogia, damos uma dica com um livro de João
Machado Ferraz . O autor nasceu em Torres no ano de
1937 depois foi residir em Rio Grande. Era funcionário
do banrisul, jornalista, pesquisador. Faleceu em 1978
vítima de atropelamento e nos seus 41 anos teve uma
imensa folha de serviços prestados que poderemos ver
por estes cargos: Presidente do Centro Rio-Grandense
de Estudos Históricos: Presidente do Centro Filatélico
do Rio Grande; Presidente da Fundação M onsenhor
Eurico de Meio Magalhães; Vice-presidente da Liga da
D efesa Nacional; Vice-presidente da Federação Gaúcha
de Filatelia e Numismática; Secretário do Conselho da
Sociedade de São Vicente de Paula e tesoureiro do
Grupo Escoteiro do Ar. Cmt. Gustavo Cramer.
Faleceu ser vem publicado este seu pacencioso traba-
lho de coletar material para este livro que se intitula
OS PRIMEIROS GAÚCHOS DA AMÉRICA POR-
TUGUESA, que é uma lista dos primeiros b atiz aâ os
ordenados crolológicamente com o nome dos pais e
padrinhos até o ano de 1753 na cidade de Rio Gran-
de. que foi o primeiro núcleo povoado pelos p ortu-
gu eses no estad o.

20 NATIVISMO
• MASCA T ARIA

COLOMBO CRUZ, Santama-


riense, A cadêmico de medici-
OS CHIMANGOS na, lanfou recentemente o
seu 10. P.
Suas músicas I'em a preen-
Cidade de Caçapva do Sul. uma das capitais do es- cher um espaço livre no mer-
tado quando este se chamava Provincia do Piratini.
cado gaúcho: A música negra
feita porquem inicia com um
durante a revoluçãe> farroupiiha. t: também a cidade
pique profissional. Vale a pe-
onde nasceu Borges de M edeiros. que recebeu do seu na escutar ... O que ouvirão é
adversário político Ramiro Barcelos o alcunha de An- uma coisa totalmente nova
tônio Chimango. em termos de música na
Ê desta histôrica cidade que surge para o Rio Gran- cultura Afro-riograndense.
de do Sul e para a região Platina eo Grupo de Arte ,'~
Nativa. Os Chimangos que incluem no seu repertório.
danças e cantos da Bolívia. Uruguai. A rgentina e Rio
Grande do Sul. Apresentam uma coreografia muito
bem elaborada. e uma idumentária de riquissímo colo-
rido que faz com que toda a graça e beleza de seus
passos.
O vjsuol que proporcionam. levanta a platéia em
aplausos por todo o lugar. onde vão. A mais de três
anos participam dos festivois de danças internacionais
do Uruguai onde já são bem conhecidos. Somente ago-
ra são descobertos pelos grandes festivais do Rio Gran-
de do Sul. fizeram shows no Musicanto e na última
Colifórnia na cidade de uruguaiana.
Podemos dizer que este grupo. em todas as pessoas
CÉSAR PASSARINHO
exercem uma atividade paralela. forma uma sólida
Veterano de festivais: intér-
comunidade. Que sobrevive pelo amor de cada elemen- prete simbolo da Califomia
to à arte. T od os são estu dan tes ou p rofission ais em d i- da Cançaõ Nativa. pel.as tan-
versas áreas. participantes ou seus pais que exercem a tas I'ezes que ganhou o troféu
função de contra-regra e se sacrificam em ficar nos de melhor intérprete. Lança
bastidores durante as apresentações de seus filhos. A u-
agora o seu 10. disco, que re-'
úne muitas qualidades. tanto
xi/iados por duas professoras de bal/et e músicos igual- pel.as músicas que lhe acom-
m en te in tegrad os ao grupo. execu tan do. q uen a. c h a- panham, quanto pelo repertó-
rango. bombo leguero. e outros instrumentos andinos. rio que trás as suas melhores
Icvam um pouco do nosso folcrore a todos os lugares interpretações: entre el.as o
-4ue passam. clássico: "Negro da Gaita".

NATIVISMO 5 21
5
HOS NATIVISMO EM QtJADRI+IOS NATMSMO EM QUADRINHOS NATMSMO EM

QuodriniztIçiio
BYRATA
'./

DAS SALAMANCAS (mtlZU1'Ctl)

Letra: Nilo Bairros de Brum


Música: Ewerton dos Anjos Ferreira
ERACI ROCHA E GRUPO TURUNA

Das salamancas dos gabinetes


Estranhos ventos te ameaçam
Coxilha agora é um perigo
Já vem do céu o inimigo
Tafonas brancas e saladeiras
Por razões bem conhecidas
Estão vazios sem movimento.
Lá fora o vento devora vidas
Devora vidas lá fora o vento
Devora o vento láfora vidas
O pala que te protege
Da geada e do minuano
Contra a garoa da radiação
Não vale nada porque é de pano
Porque é pano não vale nada
De nado vale porque é de pano

22
Montado em um foguete
Vai o ginete buscar resposta
Nos quatro cantos do continente
Todos esperam nova proposta
E as nebulosas contém segredos
Em potros lerdos ninguém aposta
Ninguém aposta porque são lerdos
Porque são lerdos ninguém aposta
E se o fantasma desse ginete
Trouxer sementes quando volttu .
Nos intt!TWJIDs dos CIlmDOS !II1ItOs

o recomeço terá lugll1'


Terá bJgarpor ser co1MÇO
Por ser começo terá bJgar.

NATIVISMO fi 23
----
Para a nossa satisfação, to- Prezados Senhores:
das as semanas temos recebi-
Venho por meio desta pedir
do muitas cartas. maiores esclarecimentos a respeito
Estamos publicando as últi- da revista que os senhores publi-
cam "Revista Nativismo ". pois só
mas que nos pedem revistas, e
agora fiquei sabendo da publica-
aproveitamos para informar ção e me e ntcrcsso pelo assunto
que os números anteriores po-
Quero saber se é possível con-
dem ser solicitados para a edi-
seguir os números anteriores, to-
tora ao preço atual. dos que já foram publicados, o
seu preço e corno devo fazer para
conseguf-los.
Para melhor facilmente nos co-
Para as demais cartas, estão municarmos, transcrevo abaixo o
sendo enviadas as respostas meu nome e endereço completo:
pelo correio. Zulmiro Drago Filho
Rua Visconde de Pelot as. 878 ap.
402 - Caxias do Sul -- RS
CEP: 95.100
Prezados Senhores:
Sem mais para o momento e
contando com sua atenção, subs-
Na condição de gradua
Revista Nativismo: crevo-me.
atenciosamente Ciências Sociais da Univ
Federal do Rio Grande do
Tenho o conhecimento que a
lulmiro Drago Filho nho desenvolvendo um
revista Nativismo existe a mais de
de pesquisa em cultura
um ano, estou interessada em adi-
quirir a assinatura da mesma. t:~ junto do Prof. Rube n Gcon
vcn do Curso de Pós-Gra
Gostaria de receber um exem- Prezado Senhor:
em Antropologia. Nosso t
plar e todas a.' informações para se encontra em fase de ,
adquirir a assinatura como tam- Venho através desta, solicitar
me nto de questões e recoll
bém as revistas publicadas ante- inforruaçõc-, sobre à assinatura da
de material.
riormc ntc. revista NA TIVIS~10.
Por meio desta deseja!
Desde de já antecipo agradeci- Li o exemplar número 03 "
ter com esta editora a reviste
mentos. gostei muito. Consegui-o em Passo
fundo c govtaria de faz e r UI11f.!. Ll~- vismo número 4 da qual
Atenciosamente
procurado em vários loc
sinatura. S<' possível.
Porto Alegre c não tivemo,
Maria de Lurdes Gomes de Alrnei- Contando com o atendimento
da - tunidudc de encontrar.
que lhe': peculiar, desde já fico ã-

A referida revista. até


Av.Paruguassú , 2920 - Capão da gradecida.
mero terceiro, tem sido im
Canoa - RS CEP 95555
te para mantermo-nos bem
Atenciosamente
mados dos acontecimento
meios arrisr icox e culturais
Mara Oliveira Mar tins
dução nativa C ti bom mate
Prezados Senhores: ~~ r a análise e arrnazcnamcrc
REVlS IA NAl IVISMO, conteúdo da musicalidade <-
Venho através desta, solicitar-
Quer ia receber os números 1.2 Pcço-lhcs que !lOS enviem
Ihes, se for possível, o envio por
e 3 da revista, também se pudes- o referido valor elo custo e
reembolso postal. de todos os nú-
sem mandar ou publicar nos pró- sas ele correio com a l11eSI1l
meros da revista NATIVISMO pu-
ximos números da revista, todas o endereço abaixo.
blicados em i983. Se o exemplar
as cidades. nomes e mais ou me- A proveito para parabcn
de janeiro já foi editado. podem
nos as datas que se realizam os pelo excelente trabalho qu
e nviá-Io , Queria
Icstivias de músicas narivisras do desenvolvendo ne\'tc setor
saber. também, se existe a possi- Rio Grande do SIII, e se for pos- desta publicação.
bilidade de assinar essa revista. sivcl o endereço para informa- Atenciosamente
desde j~í agradeço ções sobre o' festivais.
Grato. Léo Voigt
Cordialmente Rua Nigériu, 92 - 90.00
Alberto lim Arildo G. de Oliveira
Porto Alegre

24 NATIVISp,I
A NOVA MULHER GAÚCHA
.',
o

o
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a:
I-
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Z
a:
o
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o
I-
o
LI.

'HILD~ FOGA.ÇA, NO CAMPUS DA SYRACUSE UNIVERSITY


ONDE CONCLUIU CURSO DE CRITICA LITERÁRIA

Fala-se muito em ma- A "prenda" usada, às haja uma fórmula maglca


chismo versus feminismo. vezes, com o sentido de para criar a nova mulher,
Parece ser o assu n to mais "adorno" estará cedendo mesmo porque não p o-
discutido nas rodas de lugar a mulher partici- d em os esq u ecer o con tex-
chimarrão. Depois dos pativa, 'amulhar combati- to sócio cu ltu ral em que
festivais de música, é cla- va, à mulher que vai à estam os inseridos, bem
ro! luta? não a mulher-som- como o momento político
Reconhecemos, com bra. Não a mulher lem- e econômico em que esta-
frequência, a tradição brando Heloneida Stuart- mos vivendo. Todos são
machista do Rio Grande objeto de cama e mesa, fatores que nos fazem
do Sul, mas nem por isso não am ulher ofuscada agir e ineragir com o
podemos esquecer a parti- pelo brilho do macho ga- meio. No entanto, é aí
cipação, cada vez mais bola, não m ulher-m uda, mesmo que ela, nova mu-
frequente, da mulher no sem direito à participação lher, entra.
mundo rio-grandense. em conversas que "só di- O bservem os o segu in te
M as com o tem sido vis- gam respeito aos ho- quadro.
ta essa participação? De mens", não a mulher Há mulheres sós e mu-
que maneira a mulher es- criada, às voltas com lheres acompanhadas. Há
tá lutando por seu es- mamadeiras e lidas do- mulheres com filhos e
paço? Qual é o "dis- mésticas. mulheres sem filhos. Há
curso" mais usado por E, então perguntamos a mulheres que trabalham e
ela? Qual a sua postura todos vocês(holmens e mu- mulheres que não traba-
como mulher, como p ro- lheres deste Rio Grande lham. Há mulheres ricas
fission ai, com o n am ora- estará surgindo uma nova e há mulheres pobres. -E,
da, como amante, como mulher? diga-se de passagem, não
compan heira, com o es- E com o será ela? mencionei a mulher classe
posa? Acreditamos que n o õ média, haja vista a situa-

NATIVISMO 5 25
Atradicão ção econômica em que Lembremos, no
não poêle ser nos encontramos. Pobre do, de Revocata de
esquecida classe média!- Há mulhe-
res "bem comportadas" e
de R ita L abato, de ~
na de Abreu e de
mulheres "mal comporta- outras que deram su
Irmãos Frizzo tem
das". Há mulheres e mu- tiva contribuição.
toda a indumentária
gaúcha e fabrica lheres ... mos, atualm en te, -n
botas e artigos Como podemos verifi- tarei n om es para n
para montaria car. todos essas situações meter injustiças- de
da melhor qualidade. bem como conceitos que Iher das artes pl ãs
as en volvem. fazem parte da mulher nas artes

[j do quodro de' referência,


da cosm ovisão do gaúcho.
E aqui não indagaríamos
cas, da mulher na a
da mulher na polític
mulher no magistér
11II10$ fRlUO & tIL LmL a que eles pensam da mu- mulher no lar -sim,
HÁ 78 ANOS MANTENDO lher, mas o que ela pensa que também é luta-
A NOSSA TRADICÃO
de si mesma. mulher em tantos
FÁBRICA EM JAG0AR! quantos lhe permite
FILIAL ACAMPAME'!TO 599
Como é a vida da mu-
SANTA MARIA lher que está lutando pa- capacidade criativa.
ra conquistar este espaço? não é pouca!
Já imaginaram o que ér
ser. quase que ao mesmo
tempo, a mulher-compa- CR em os, firm em
nheira, a mulher-mãe, a que para sermos r.
mulher-profissional, a mulheres não preci
mos ficar contra o
mulher-intelectual, a mu- oposto -mesmo 'porq
lher-artista, a m u s l h er- ria um d e'sp er d i c
BARRACA ROSARIENSE comp rom issos finan ceiros, mas ao lado dele e,
a enfermeira, a mulher- repetir o mesmo dis
cozinheira, a mulher- propor a criação de
social, a mulher política. mundo novo, um m
a mulher dona-de-casa, a em que não precise'
mulher recepcionista, a "m ach ist as" e
mulher-telefonista? Vo- tas", mas um mund
cês já pararam para con- seado na autenti.cia.
tar quantas vezes o traba- na participação conj
lho intelectual é interrom- um mundo estrutura
pido para atender aos amor. Na crença de
am igos dos fU h os.> esse novo mundo, cr
Sem falar em q.uantas por excelência, possa
mulheres que, no Rio jetar, no futuro,
Caixa Postal.Sf G~{\nde· do Sul, des d e conscientes' de seu
fone: 231 1411 todos os tempos, vêm se na história. Seres ca
Rua Gen. Canabarro, 700 destacando no panorama de fazer acontecer
CEP 97590 artístico, social, eu /tu ral e nova história
Rosário do Sul- RS político. Grande do Sul.

26 NATIVI
Bu en o! Entramos em mais um ano. E agora! Conti-
nuemos peleondo j!,ntos. Eu proponho enterrar as má-
goas do ano p ás sc d o, montar a cavalo na experiência
adquirida. se amadrinhar no que foi produzido de bem
e ficar preparado para repontar a tropa do ano que se
inicia.
Pelo visto este ano a produção vai ser grande. Se em
83 apareceram novos espaços na cultura do Rio Gran-
de do Sul. em 84 a coisa não parou para Janeiro nós Ja
temos de novidade. u festiva/l de Rodeio de M iÍ&iCCL
Gaúcha na cidade de Vacaria e mais notícias de que
este ano se realizarão os de São Borja e de Bagé q.ue
eram para ser realizados o ano passado. Portanto para
os que gostam de acompanhar as produções do Rio
Grande fiquem de pé no estribo. Para quem tinha me-
do de que isto fosse apenas moda. eu digo que a moda
ainda vai longe. Na Argentina segundo o cantor
Argentino Luna. que esteve no Musicanto e o m ur-sr r«
A riel Ram ires que veio na 13" Califórnia. os festivais
iniciaram na década de 60e o festival de Cosquin que é
o mais an tigo com p let a este an o 24 an os, Por isto acre-
dito que moda foram as discoteques. as músicas Yan-
q u e s. e até mesmo o folclore nordestino que está em
moda. Já o nativismo é uma sintonia do povo gaúcho
com a sua própria história e por isto deve lapidar-se
para melhorar () nivel. mas não morrerá tão cedo, E
este ano a safra de navos valores pelo que se pode no-
tar vai ser grande, e daqui mais alguns anos depois de
passar pelo
funil o que e bom e tem garra fica,
BU('llo.e agora com todo O respeito eu peço espaço
para dar um alô a uns parceiros. Emprimeiro lugar eu
quero agradecer ao Ni c o Fagundes do Galpão Crioulo
que. m(' deu uma mão grande nas entrevistas durante a
13" Califórnia,

Agora vou espichar o meu grito lá para os sertões da


Goiania em Goiás e pialar outro nativo que já veio aos
festivais do Rio Grande duas vezes e levou o prêmio de
melhor intérprete,
No festival Universitário com a música CANTlLENA
que foi a 2" colocada, E no Musicanto com a LIRA
DO POVO, Obrigado pelo cartão de natal. te desejo
também um bom ano de produções com a proteção do
patrão lá de riba.

A inda em tempo falando em festivais nuvos. me chega


'IS mãos o regulamento da II Vigília do Canto Gaúcho
que se realiza em Cachoeira do Sul 'depois de ter para-
do um ano, e mais notícias que este ano se realizarão
novamente a Reculuta de Guaibo e o Postoreio de No-
vo Hamburgo. como já dizia a coisa ainda vai longe.

NATIVISMO 5 27
ENTREVISTA E REDAÇÃO CHICO SOSA

Roda de Chimarrão

Nelson Coelho de Castro, esguio olhar vago. cabelos


compridos, vencedor do Ia Musicanto Sul Americano
de Nativismo acontecido em Santa Rosa no ano de
1983. Foi um dos shows contratados pela 130 Califórnia
de Uruguaiana, tem um curriculo com vários eraba-
lhos, todos eles com ótima aceitação pelo público da
Música Pop Gaúcha. podemos considerar que as por-
tas estão se abrindo para o reconhecimento do seu era-
balho que tem sido a sua incansável nos últimos anos .
. 'frazemos a nossa roda de chimarrão este carismári-
co compositor para que os nossos leitores o conheçam
um pouco mais.
coração coração lá" ai en-
ótima que me posicionou. conerei a Berê, -que inter-
R.N. -Nelson um pouco num outro tipo de rraba- pretou a música- e ela m
d~- !M)cê an tes da música? lho. Algumas pessoas dis- pediu uma música para
seram; Bah! Nelson. ru festival. Ela queria volta;
NeLSON -.M e formei em fazendo música nativisea? a cantar. Dai eu imagin
jornalismo no ano de -Eu já fazia música naei- uma i n d i a n o vrn eio d
1977, depois fui para Tor- vista em 79, tá no meu 10 campo. Me lembrei do
res onde editei um jornal disco. Tem uma música 150 anos de comunism
durante 2' anos, se cha- chamada Ei de Ver, que é cristão dos 7 povos e fiz
mava a Folha de Torres. uma cueca boliviana. No música pensando nisso,
Fu i-pr od ut or de Televisão outro LP tem uma ouera Berê foi e fez uma [an t às
na TV Difusora. É isso chamada Junto, que é um tica ap resen tação.
ai. bailecito. Estas músicas Também levei bons músi
rodaram muito, tod o cos, com o San tan a e 0.0
mundo cantou e ninguém j ael, foram fan tásticos. f
R.N. -O Musicanto foi a ficou adm irado. isso aí! M as eu nãotinh
sua estréia nos festivais ido para ganhar, quand
nativistas. Conta como aconteceu eu até fique
foi? R.N. -E a música que pasmo, não esperava.
venceu o festival, como
NELSON -Foi maravilho- nasceu?
so; A recepção, o público. R.N. <Nelson em relaçã
E para mim foi gratifi- NELSON -Foi o seguinte, ao genero de música co
cante, uma experiência.. eu já tinha o refrão "Eu. mo tu classifica a tua?

28 NATIVISMO
NELSON -Eu não vejo,
sinto, dói no meu bolso.
Existe uma insolvência. E
parar com tudo, é não
pagar m ais as dívidas, é
rever tudo novamente, to-
mar outro rumo. É isto
política no Brasil é revisar
tudo, fazer uma revisão
na história.

R. N. -E para o futuro, al-


guma coisa a dizer?

NELSON -Fr ab alho, mui-


to. pois sem trabalho não
se chega a lugar nenhum.
e que as pessoas comprem
a revista. que haja patro-
cinadores. p c r c que ela
não morra. pois eu digo
que este trabalho é
NELSON -Eu sou nativo NELSON -Eu quero é tra-
importante para a antolo-
de Porto Alegre. portan to balhar. exercer a minha
gia da música popular. É
a minha música é nativis- profissão com direito e
I importante para mim p-
, I ta de Porto A legre. Com o com respeito e quero que
para o meu trabalho, e
eu consigo somar também me respeitem por isto. pe-
para o trabalho da cultu-
uma ursuo campeira. Eu lo meu trabalho. Eu fico
ra deste est ad o,
bebo nesta fonte, pois é a feliz quando vejo um
fonte que está mais perto compositor trabalhando.
de mim. cantando.

R.N. -Est a tua participa- R.N. -E quanto a políti-


ção nos festivais, muda ca, qual é a tua posição?
algu m a coisa?
NELSON -A política. é o
NELSON -Não, é tudo que eu estou falando des-
igual, o mais importante, de o início, já falei que o
é o Trabalho. Tenho é trabalho do músico ainda
que ser responsável como não é respeitado, seja ur-
músico, exercer a minha bano, nativista, ou outro,
profissão de músico como falar isto é política. pedir
um operário qualquer, o para ser respeitado com
mais importante é traba- direito adquirido para to-
lhar no que se propõe, car na televisão. no rádio,
con q u istar esp aços. etc., isto é política.

R.N. -É isto que tu aspira R.N. -E como vê o Brasil


com o com p osit or? político?

NATIVISMO 5 29
.
LOMBA GRANDE
.A SOCIEDADE GAOCHA DE LOMBA GRANDE,_ ciedade, L élio M osleck,
FOI A 6° ENTIDADE FUNDADA NO ESTADO convidou para dirigir o
PARA CUL TUAR AS TRADIÇÕES GAOCHAS. É depar·tamento de tr adicio-
UM MARCO MUITO IMPORTANTE NA HISTÚ- nalismo o Dr. Adroaldo
RIA DA CULTURA GAOCHA POR DESENVOL- K remer Borges, que com
VER-SE EM UM GRUPO DE PESSOAS DE ORI- o apoio de M oisés Lemos
GEM ALEMÃ, NUM MUNIC/PIO ONDE É VISI- e Nono Múeleck, procu-
VEL A PREDOMINÃNCIA DESTES IMIGRANTES. rou cultivar o espírito
O FA TO A CONTECEU EM UM A ÉPOCA QUE A nativista e desenvolver as
CULTURA GAOCHA ERA MUITO POUCO DE- potencialidades do culto
SENVOL VIDA POIS COMO PODEMOS VER SO- n esta região. T en d o com o
M ENTE EXISTIAM 5 ENTIDADES NO ESTADO. uma de suas metas a
união dos trad icion alistas,
procurou trazer para o
INFORMAÇÃO: ADROALDO K. BORGES
Lomba Grande os de Fei-
toria, distrito de SãoLeo-
Era o último dia de ja- atividades ligada ao uso p~ldo.
neiro do ano de 1938 que do cavalo. Tinham incluo Preocupado em aumen-
no distrito de L om ba sive local próprio para tar o número de adeptos
GRande que pertencia a praticar estas atividades. para acender a brasa que
São Leopoldo, hoje faz Em 1959 no dia 4 de [e- estava ainda embaixo das
parte do município de vereiro, por solicitação do cinzas, convocou uma
Novo Hamburgo. Um movimento Tradicionalis· reunião em sua residência
grupo de pessoas de ori- ta Gaúcho a Sociedade e foi eleita uma p atron a-
gem alemã que desejavam passou a chamar-se gem com gestão para dois
cultuar a tradição gaú- C.T.G. de Lomba Gran- anos que ficou assim
cha, se reuniram no salão de. con stitu i d a:
A Igayer e elgeram a p r i- Sem grandes ativida- Patrão -A droaldo K.
m eira p atr on aqem que fo- des, com o passar dos Borges.
ram chamados de funda- anos o C.T.G. passou a 1° Capataz -ASdroaldo
dores. Destes estão ainda ser apenas um departa- M oeleck
vivos Reinal.!io! Linck, mento da Sociedade Ati- 2° capataz - Astrogildo
Oscar Daudt e Oscar radores de Lomba Gran- A maral
,W inter que relataram de, somente na memória 3° capatal . Antonio Oli-
como foi criada a entida- dos seus fundadores e veira
de, revelan d o com isto a adm iradores. Com o de- L° s o t a=c a p a t a z -Ari
força da cultura gaúcha partam en to trad icion alista Becker 2° sota >

que conseguia abrir cami- da Sociedade, sempre rea- capataz -Josê L. Thieseu -
nhos, e entusiasmando lizava alguma atividade. 3° sot a-cap at az -Germano
homens de outras etnias A té depois de 1976 M oeleck.
dobrando usos e costumes sob a orien tação do trad i- A g r e g a dos R o do If o
já seculares destas corren- cionalista Nestor M oeleck Muller 2° agregado Enio
tes imigratórias. o fandango anual, e os Flores, 3° agregado Lelio
Apesar de não ser uma desfiles passaram a ser M oeleck.
zona campeira, o objetivo uma constante. INvernada Campeira:
principal da sociedade Em maio de 1980 o p r e- A ugusto Daudt, M oisés
.gaúcha era desen volver 'sid en t e emposado da SQ- Lemos e Oscar Spindler.

30 NATIVISMO 5
Em maio de 1982 foi
efetivada a separação do
C. T.G, da Sociedade Ati-
rodort>s. Em junho foi es-
colhido a nova p a t r o n a-
gem sendo empossado o
Sr. A strogildo A m aral.
batalhador incansável que
I' rom eteu levar ad ian te a
ohra. Na mesma reuniao
"pareceu o diário oficiol
ou d c foro publicado o cs-
t ut u t o com o n o m e de So-
ru- n d » Gúcha
á de Lombo
Conselhos de Vaqueanos: co n s t r u i d o um golpão Gro/lde (' ficou decidido
D'or c ç .lo à:» 8ecker. José próprio para a sede dos qll(, O C. T.G, deverio ch o-
Anti)nio Thieseu. Willi tradicionalistas. e a pa- nar-se com o nome 'origi-
A 'Sayer. E d egar CasseI. tronagem tratou de pro- nal como fora registrado.
lnado Daudt. ico Linck. curar um local com uma Hoje com d ed icac ã oe
L"o/lardo Muller.ILeopol- área que comportasse to- t r o b o Ih o . a So c i e d a d "
do M oeleck. Sergio Perei- das as atividades campei- Gaucho e Lomba Grallde.
ra. Rudi K ust. ras e artísticas. com o apoio dos admiro-
Como já se faziam pre- dores e adeptos está COIIS-
Os slIplentes eram, Ger- sentes nos desfiles. fan- t r u in do um golpão com
som P'er eir a, R om ('u Wal- dangos. congressos tradi- limo "reu d c 700m2 com
kt:r. I lIis Fernando M 01'- cionalistas. já estavam eOIlé'ho pora tiro de laço
l eck Marco A n t o n io. ro n h rcid o s, o qu(' concor- 'J() lado. o/ld,' [u t u r am ,'11-
Leandro A maral. r en cr o r (' 11 r " r" u P r c] ci t u r (l t. SI'rclO construidos rn o n-
Sch('r('r. P'a u l o V i('('/I«, M UI1;(';po/ u t r urcs d c: Lu- !lueirns.
l.l u u d t Gilberto :\Ig('yn. gt'l1io Nelson Ritz,", desti- AS."i,n confinuo P;PtI (I

Mozar! Augusto Lrrn os. nar u rn terreno que vir;o 1'1lfidudl' (PU' deu inicio
Nist « r cu n rõ o [icou de- (I suprir lodos os llC'cessi- " ('11/111 r« l' f:'(! T (i
cidid" que deveria ser dcui c«. U / (I(j U A NU LNSL

NA TI~ISMO NASCEU DE DOIS CORt,ÇÕES

SJI.:.~
Primeíro ela nasceu do coração (
do pessoal que acredita e gosta
da nossa cultura. Depois ela to-
mou corpo na LGR, em Santa
Maria, bem no coração do esta-
do. E por ter a força destes dois
corações hoje ela atinge todo o
Rio Grande
ReviSta NativiSmo - LCR Artes crancas uoa
Rua SilVa Jardim, 808 ',Fone:10551 2216874
Cep 97.100 - Santa Maria - RS '

NATIVISMO 5


ROTEIROdos
0-
FESTIVAIS
- - - - - - - - - - - - - - - - --

o MUSICANTO

Santa Rosa, entrou com o foi coroado de êxito, tan- 2° lugar: APELO DE
pé direito para o cenário to pelo nivel das composi- PAZ.
das cidades ga,úchas que ções que concorreram ao Letra e música: Elton Sal-
realizam os grandes festi- prêmio de um Ford Cor- danha.
vais no estad o. Esta cid a- cel.
de que fica na região mis-
3° lugar: QU ERÊNCIA
O festival foi unanime_
sion eira, terra color aâ a.
MAIOR.
nos elogios p ela sua orga-
Sob a coordenação do co-
'Letra: José Lu iz Vilela.
!1ização, também o privi Música: Mário Barb ar
nhecido intérprete e ins- légio de contar com um
à.

r r u r-r e n r Is r c Luiz car/os parque de exposições que Melhor interprete femini-


Bor ss, com o apoio da possui uma injr aestru tur a no: Berê -que marca o
Prt.Jeitura Municipal e das mais condizentes para seu retorno ao palco com
das--jorças vivas do muni- a realização do acampa- extraordinário sucesso-
cípio, realizou com muito mento. Tudo isto, somado com a música No Sangue
eu ceseo, o 1° MUSICAN- .com a sua proposta o tor- da terra Nada Guarany .
TO SUL AMERICANO na um festival que fará a
DE NA T1VISMO. Este integração tão esperada Melhor imterprete mascu-
festival que tem como um dos músicos nativistas aos lino: Genésio Sampaio
dos objetivos a projeção mais urbanos sem afetar compositor e interprete
para o concerto brasileiro, nenhum trabalho, e aco- goiano- com a música:
e sul americano da músi- lhendo a todos no mesmo LIRA DO POVO.
ca nativista rio grandense, pé de igualdade.
a contar das suas origens As músicas vencedoras do Melhores Instrumentistas:
históricas pastoris. E che- Musicanto foram as se- Teclado: HELIO XA-
gar através do espírito da guintes: V lER - Porca velha-
liberdade de criação de 1° lugar: NO SANGUE Cordas: SERGIO.
n ossos artistas a seu está- DA TERRA NADA Percussão: DE SANTA_
gio contemporâneo de ex- GUARANY NA.
pressão e dinâmica social. Letra e músiCa: Nelson Melhor conjunto. VOCQI:

Nesta sua primeira edição Coelho de Castro GRUPO CANTO LIVRE.

32 NATlVISMO 5
'f

!i _;;;;;;;;;;::;;;;;;::;;;;~::::;;;;;;::::;;;;;;~::::;;;;;;::::;;;;;;~~;;::;;;;;;;::;;;;;::;;;;;;::;;;;: ROfEIROdos
~ f~~IVAIS
13° CALIFÓRNIA GAUDERIADA
A cidade de Uruguaiana tornando-se também (
banhad pelo Rio Uruguai p rim eiro a levar as apre Rosário do Sul, a Capital Na-
na [ron teira com o vizi- sen tações dos concor- cional da ervilha, fundada em
ren tes para o m esnf o lo- 1859 elevada a categoria de vila
nho mais gaúcho da Ar-
em 1876, foi berço de grandes ba-
gen tin a. R eolizou o seu já cal do acampamento.
talhas na época da formação do
tradicional festival, pre- As músicas premiadal Rio Grande.
cursor do movimento na- nesta 13 Califórnia,
Q
fo· Privilegiada pela natureza, POSo
t iul st a da província de ram: suindo a mais bela praia fluvial do
Vencedora:G U R I interior do Estado, é palco da 2a.
São pedro, Califórnia da
Gauderiada da Canção Gaúcha.
Canção Nativa. Letra: João Batista ma·
Este festival atingia em sua 2a.
Este festival que comple- chado. edição uma grande evulução, que
touem 83 a sua 13 edi- Q Música: Júlio M ach a c â
o consagra firmando entre os gran-
ção, foi realizado pela da Silva Filho des festivais de música do estado.
Interprete: Cesar Couro,' Seu inicio e continuação
primeira vez em 1971 idea-
especialmente ao esforço de Ra-
lizado por um grupo de Passarinhoso.
mão Bonilha, e Lair Eich, que so-
batalhadores pela cultura Linha Campeira. nharam a realidade de hoje e
gaúcha e promovido pelo com to da a astúcia se acercaram
Centro de tradições Gaú- 1° lugar: Categoria mani· de pessoas altamente capacitadas
festação R iogran dense: para as funções que desempenham
chas Sinuelo do pago. Fo-
transformando o sonho num
ram realizados todos os COMUNICADO
grande festival capaz de mobili-
anos as .apresentações no Letra. Fran cisco A Ives. zar toda a comunidade em torno
rralco do cinema Pampa, Música: Silvio Genro de si.
I~O centro da cidade, as Interprete Oristela Alves. O nível musical desta edição

tertúlias livres, eram fei- tem visivel superioridade ao ante-


1° lugar -categoria Proje- rior, tanto nas melodias quanto
tas no parque chamado
nos poemas.
Pastoril, embora nos pri- ção F olcrórica.
As doze músicas que irão para
meiros anos houvessem CAMINHADA o disco estão equilibradas poden-
apenas meia dúzia de Letra: Colm ar D uarte do na opinião popular haver alqu-
barracas pois o público Música: Sérgio R ojas mas variações, mas sem alterar
Interprete: Ivo Fraga muito no consenso geral.
não frequentava este. tipo
No domingo após a apresenta-
de movimento. Nesta 13 Q

ção das 12 classificadas o G RU-


edição com a reforma do PO RAÇA apresentou um espetá-
Cinema foram feitas corri Melhor Arranjo: CA M I culo de música,canto,e poesia en-
muito su cesso as ap resen- NHADA. quanto os jurados se retiravam pa-
tações também no par- Melhor Conjunto Instru ra escolherem as primeiras coloca-
das que ficaram assim constitui-
que. mental: GRUPO SE~
das:
Para isto foi feito uma FRONTEIRAS.
10. Lugar - MANHAS - Chimarrita
área cobreta para as ca- Melhor Instrumentista interpretada por ORISTELA AL-
deirlas, e mais arquiban- ALBINO MANIQUE VES com autoria de José Ataides
cadas populares conse- Melhor Conjunto Vocal Sarturi e Miguel Marques.
guindo ser assistido por GRUPO CAVERA 20. Lugar - CAMINHO PERDIDO
interpretada por JOSETE SI-
um p ú.b li co num erosos, Melhor Interprete: IV(
QUEIRA composição de Lúcio
tornando-se assim mais FRAGA Yanel, Dirceu A. Abrianos e Luis
popular. Acreditasse que Melhor Tem-a Ecológicc Roberto M. Abrianos.
com isso o pinoeiro dos PESADELO 30. Lugar - LIBERDADE - de Mo-
festivais do Rio Grande Melhor Grupo Caracter acir D'avila Severo e João Ouin-
tana Vieira, interpretada por
do Sul marca uma nova z a d o : SEM FORNTEj
.JoAo QUINTANA VIEIRA.
etapa na sua .caminhada, ,RAS.

NATMSMO 5

,
;;,;;, ROTElROdos
0--------
FESJ:I'IAI$_

RODEIO CRIOULO E
RODEIO DA MÚSICA DE VACARIA
A região serrana, trajeto dos ano Bolivia, Portugal. que vieram a Esta festa que se realiza de dois
tigos birivas, Itropeiros paulistasl festa que Ihes ofereceu como t o- em dois anos, é pioneira no gene-
teve a sua maior festa campeira dos os anos espetácu los de cornpe ro e a maior do estado. Foi um
nos dias 23 à 29 de janeiro. O XV tências variadas. Enquanto nos ta iniciativa do C. T. G. Porteira 00
RODEIO CRIOULO INTERNA· blados acontecia os concursos de Rio Grande que com isto contri-
CIONAL que teve sua realizado danças, declamações, sapateios e buiu grandemente para o desenvo
sob intensa chuva nos últimos 4 instrumentos musicais entre as in- vimento do culto as tradições gaú
dias, cooperando com isto para fi vernadas ar tisticas e na outra área chas na região serrana do Estado
car provado a sua posição de ser do parque ferradura, com estrutu-
o maior rodeio crioulo do estado ra especializada para as invernadas
e fazer jus a fama que goza no ce· campeiras, disputavam gineteadas,
nário nacional. Foram milhares de tiros de laço, coleadas, e de mais
pessoas de todos os países e mais proezas que envolvem o homem e Este ano paralelo ao rodeio, fo
daleqações do Uruguai, Argent ina o animal campesino. criado pelo C.T.G. em conjuntc
com a Rádio Cidade de Vacaria
... um festival de Música, denomina-
do Rodeio da Música Gaúcha que
FESTIVAL TCHE! se propõe a permanecer todos os
anos sua realização, embora o Rc
Para en cerr cr os festivais Sapucaia, Uma Canção deio Crioulo seja bienal.
do ano, aconteceu no dia para São Borja -que só
Sua primeira edição careceu cE
17 de dezembro no Gigan- aconteceu por ocasião do
experiência aos organizadores
tinha em Porto A legre, o tricentenário no ano de mas os artistas que concorreram E
Festival Tchê, chamado 82- em São borja; e Tr o- o público que compareceu prin-
"O Fetsival dos festivais" pilha de Ajuricaba. cipalmente na última noite, deram
que reune os vencedores Outros não foram repre- aos promotores, o incentivo ne-
de todos os festivais que sentantes, que foi o caso cessário e uma amostra do que se-
ocorreram d u ran te o an o, rá no próximo anos. O nivel da!
da vencedora da 6 Q
Ci-
músicas foi bom, não dei xanrk
p ara tirar a gran de ven ce- randa de Taquara, gau- nada a desejar aos festivais m~is
d o r a, Este festival que deriada de Rosáriop e a antigos que se realizam no Estado
realizou este ano a sua Il do Chimarrão de Coronel O disco com as doze finalistas se-
edição, 'ê uma promoção Bicaco, rá editado pela gravadora Pialo
do jornal Tchê, teve o p a- A grande vencedora, foi e teve a produção da Bobby Sorr.
tyrocínio da loja Sandiz de Santa Maria. A Sonoziração E
e CAMPO PAMPA E
a Iluminação feitas pela já tr adici-
o apoio da secretaria de QU ERÊNCIA com letra
onal PROJESOM.
Cultura, secretaria de Tu- de Silvio Aymone Genro,
rismo, e Epatur. e música de João Chagas Os premiados no festival foram:
Os festivais que concorre- leite, que também é seu Melhor Intérprete: JOÃO ALME
ram este ano foram em -inter p rete; obtendo pleno DA NETO
30 Lugar: TEMPO DE VOLTAR
número bem menor que o êxito como já havia acon- Letra e Música também de Joãc
do ano passado, isto por- tercido na tertúlia de San- Neto
que alguns não se realiza- ta Maria, onde sagrou-se 22
ram durante 83 como: Vi- vencedor com unanimida-
gília de Cachoeira do SI, de pelo júri e pelo públi- 20. Lugar: SOLlTO de Mauro Se-
reculuta de Guaiba, p as- co. O show deintervalo gio Moraes e Max de Nardes Gute
res,defendido por Neto Faqundes
toreio de Novo hamburgo, que foi apresentado foi do 10. Lugar: CAMPESINO de Jos
carreta de Passo Fundo, grupo anto Livre que fora Teodoro S. Junior e Jose Claucic
Cantares de Santo Ange- escolhido o melhorshow L. Machado, interpretado por Jo
lo, Festival da CançãD de. do ano. sé Claudio L. Machado.

34 NATIVISMO

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