Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
NUMERO 1- /i ( J
S
!SH5i5S^SíK5?5H5E5Z5ZS35HffSS2SHSH5ES2SK2 5E5E.
A ALMA NOVA
-H*381®E«'+-
A ALMA NOVA
provérbio e disse-o lambem a historia. Não pouco um dos primeiros vultos da nossa lit-
é a vida dos homens que se glorifica; mas a j teratura o snr. Guerra Junqueiro; dizer isto
vida da humanidade-«o homem que vive é egualar a nossa civilisação às civilisações
sempre». do passado; é negar a velocidade progressi-
0 período vital decresce porque se ga- va da sciencia moderna; é fazer de Victor
nha em velocidade o que se perde em tem- Hugo uma entidade sobrenatural, o que é
po. Aos trinta annos póde-se ser um génio; quasi um crime.
no fim de um século póde-se ser um sym- A ultima phase da philosophia franceza
bolo. Victor Hugo viveu quasi um século; transformou profundamente o mundo pensa-
por isso o povo francez o glorificava como dor e tornou-se universal. A obra de Comte
um deus: á grandeza do cerebro vinha jun- foi enorme porque foi uma synthese, embora
lar-se a amplitude de um coração modelo abstracta, porque foi a alma nova de toda a
ainda palpitante. Nío se pôde ter gosado verdadeira sciencia humana. Por isso Comte
uma felicidade mais completa! é um symbolo extraordinário. Victor Hugo fi-
Cada século, como cada homem, tem um cou de fóra; mas nem por isso a historia lhe
nome; cada escóla tem um symbolo, como contestou um lugar de honra entre a galeria
cada religião tem um culto, como cada sol dos immorlaes.
tem uma órbita de attracção. Mas o século Porto.
xix tem muitos nomes; porque o exclusivis- Aureliano Cirne.
mo de qualquer escóla desappareceu como o
egoísmo heráldico diante dos turbilhões po-
pulares.
0 grande sol fraccionou-se, coro a ne-
bulosa de Laplace, para produzir • .uitos sys-
temas. A historia é essa enorme nebulosa
d'onde imergem cada dia novas concentrações j
de luz: a historia da humanidade é a histo-
ria do céu.
Ser um génio não é personificar uma épo-
ca, não é synthetisar uma civilisação. Que Não te posso chamar grata miragem,
cabeça humana poderia conter o nosso século? Essência do Senhor, visão de luz,
Por isso dizemos que Victor Hugo não é o Porque ante a tua imagem
symbolo da actualidade. Ser um génio é pos- Plantei a minha cruz.
suir um extraordinário poder de generalisa-
ção, trilhando a trajectória delineada por uma Não posso ouvir-te as trémulas endechas,
philosophia positiva e naturalista. E o tymbre seductor da tua voz,
Victor Hugo não é a vasta concepção das Pois que oiço as minhas queixas,
aspirações modernas, porque não foi um na- As minhas queixas sós.
turalista como Goethe, porque não abraçou
uma orientação positiva como Taine, porque Não sinto dentro d'alma a onda vinda
não teve uma concepção esclarecida da hu- Do teu affecto grande de explendor,
manidade como Quinei e como Spencer. Foi Porque é maior ainda
um génio çomo Baccon e como Descartes; 0 meu profundo amor.
mas não foi! nem podia ser, um encyclope-
dista como Leibnitz. 0 nosso tempo não pôde E assim nem sequer posso abençoar-te,
produzir génios no sentido histórico da pala- Erguer por ti aos ceus uma oração,
vra; o cérebro do homem será cada vez mais Porque bem vês, d'est'arte
estreito e selvagem. A sciencia dilatou-se por Não te conheço, não!
tal forma que não pôde deixar da fraccionar-
se, e d'esse fraccionamento resultou o inat- Alberto Brcmão.
tingivel progresso que vae realisando.
Não pôde dizer-se que Victor Hugo lenha
na sua obra todas as grandezas e todos os de-
feitos do seu tempo, como afflrmava ainda ha
4 A ALMA NOVA
da noite no café concerto, onde se cantava gestos e acpões uma declarapão cortada de
detestavelmente e se tocava ainda peior. suspiros intermittentes, parecia-me ébrio!
Então, elle quasi que se formalisou, mos- Então, não pude conservar-me séria; de-
trando-se agastado. Não havia remedio; com- satei uma gargalhada immensa, interminá-
prehendi que era forposo marchar para o sa- vel, como se visse um bom true de operetta!
crifício. Mas Ricardo tomou a coisa às boas. Apa-
E' aqui, querida Antónia, que entro no gou a vela que ardia no castipal e arrebatou-
vivo da situação e na execupão intima da rae nos brapos...
promessa contrahida comtigo.
Conformemente ao uso, que prevalece
ainda no mundo com/me il faut, não tinha Se este ó o mais bello dia da vida, que-
ninguém junto de mim para me dar as ulti- rida Antónia, posso aflirmar-te que não é a
mas instrucpões, nem mamã para chorar no mais bella das noites...
meu seio palpitante a scena das recordapões
e saudades.
Também, devo confessar que não sentia Pedia-lhe, pedia-lhe por tudo quanto ha-
essa falta, nem me desagradava o isolamen- via... Ai, querida, como os homens são egoís-
to. Deve ser tão ridícula essa scena de ins- tas!
trução primaria, esse insino mutuo e re-
trospectivo, ministrado pela mamã experi-
ente á filha novipa! E durante este tempo, um visinho dava
A noite de núpcias deve ser um duello murros na parede, do outro lado, resmun-
sem testemunhas. gando distinctamente: «Que diabo! não (p^'de
Sim, duello!... 0 resto do que vou con- a gente dormir socegado n'este hotel!...
tar te provará que a minha comparapão é
rigorosamente exacta.
O mais diílicil, talvez é collocar-mo-nos A's cinco horas da manhã, o hospede, do
em condipões de combater... quarto paredes meias com o nosso, recome-
Qual dos dois comeparia? pou aos murros, furiosamente.
Meu marido queria absolutamente desem- Aqui tens, minha Antónia, a acta summa-
penhar as funcpões de creada de quarto. ria que prometti enviar-te. De tudo isto, tira
Ah! não, isso não... Seria demasiado a conclusão que melhor te agradar.
ridículo, e teria-o sido ainda mais aos meus Paguei a minha divida.
próprios olhos. Até breve. Escreve-me para Nice, posta
Exilei-o, pois, para o quarto contíguo. restante. E' para ahi que vamos descansar
E então um mez,—diz meu marido.
Descanpar!... Percebo e... agradepo.
De repente, quando me julgava garanti- Tua amiguinha do corapão,
da pela sua palavra, e antes que, como no Aurélia.
jogo das escondidas, gritasse: Trai\ Traz] a 2-* "
porta reabriu-se bruscamente. Antónia Mosseuil d sua amiga Aurélia
Era Ricardo, doido de impaciência, per- Vermandois
didinho da cabepa. Tão desorientado e de- Minha querida Aurélia
sordenado que appareceu em ceroulas de
malha rosa. Vinha de camisola, cor de car- Li com attenpão a tua comedia.
ne, com intenpões allegoricas. Pelo que me dizes vejo que, quando a
Ah! minha querida Antónia, que funesta gente se casa, as coisas passam-se absoluta-
inspirapão! mente como quando a gente se não casa.
Com o seu falso ar de maillot, essa ca- Obrigada!... A'manhã escreverei mais
misola dava a meu marido aspectos choreo- extensamente.
graphicos d'uma pieguice... que excedia as Mando-te um abrapo.
maiores asneiras! Tua fiel,
E quando, estendendo os brapos e tenta- (Trad.) Antónia.
do conjugar o verbo amar, ajuntou aos seu» Dominó Azul.
G
A ALMA NOVA
:
thusiasmo ede satisfação era annunciarem-lhe De noite, pelas horas religiosas,
um qualquer leilão de livros raros ou apon- Os rios tem cantigas de ceifeiras;
tarem-lhe arfelo onde existissem rnanuscriptos E ao verem-n'os passar dizem as rosas:
de valor. Então arrostava com as agruras do — Agua que vem de terras estrangeiras...
tempo, as chuvas, as ventanias, o mais ar-
dente frio para correr pressuroso a fazer aqui- No entanto, como enormes esqueletos,
sição das novas preciosidades para a sua opu- Cobrem o rio as arvores, Hamletos
lenta bibliotheca. N'uma postura extactica e silente:
Mas fóra d'isto nada era capaz de o en-
commodar. E a lua vai boiando, á tona d'agua,
Sentado n'uma poltrona envolto no rob Gemea do amor, dos séculos, da magua,
de chambre com um montão de livros disper- Como Ofélia nas aguas da corrente...
sos envolta de si, passava dias inteiros esque- Porto.
cido do mundo, sem que a noticia do maior Antonio Sobre. J
cataclismo fosse capaz de o fazer desviar a
vista do vehemente objecto dos seus cuida-
dos. Se a biblioteca nada soffresse, o mais o
que lhe importava? Podia até acabar-se o mun-
do que elle não se encommodaria absoluta-
mente nada com isso. A MULHER N4 REPUBLICA ROMANA
Um dia, de improviso, o velho conselhei-
ro mudou completamente. Como se operou a I
conversão, as causas que a motivaram isso Se nos primeiros tempos de Roma a fami •
é que para sempre jazerá no mais impene- lia não teve a exacta e elevada significação
trável mistério. O caso 6 que elle começou a que mais tarde lhe deu o christianismo, com-
frequentar a sociedade e a cortejar as damas tudo, apesar da aviltadora dependência em
que, por fim, simpatisaram com elle, apesar da que se encontrava, conseguiu a mulher at-
sua epidérme amarellenta, apergaminhada, trair a si uma profunda consideração, deixan-
dos cabelos brancos e da semicorvalura do do de ser um instrumento passivo do marido
dorso. ao que as leis pareciam tel-a condcmnado pri-
De certo o velho conselheiro, habituado mitivamente. O caracter endurecido, bellicoso
a acariciar as toscas encadernações da idade e austero dos povos que concorreram para a
media, a traclar com amor os pequeninos formação de Roma, especialmente dos Sabel-
hjrios tvpographicos da sua collecção, sabia licos, raça a que pertenciam os Sabinos, fa-
ler com ellas meiguices especiaes, mimos es- zia com que se mantivesse inalterável a pu-
quesitos que inteirainonle as captivavam. reza da tribu e da família para o que concor-
Depois a prespectiva de uma fortuna princi- ria o seu system a de governo aristocrático- <
pesca estonteava as pequenas capeças feme- patriarchal. "
ninas, que só sonhavam n'um mundo de de- O poder do chefe de família em Roma óra I
licias, cheio de jóias caras, rendas de Bruxel- absoluto, dispondo livremente dos filhos e)
las e sedas de Pekin... dos bens, e tendo também sobre elles ... "«brf'
(Segue). a mulher o direito de vida e de morte, emLir-
Eduardo Sequeira. tude d'uma iníqua lei de Rómulo; na sua
falta ficava a esposa sob a tutella dos filhos,
que egualmente a exerciam sobre as irmãs
solteiras. Todavia a mulher era ligada pe-
los sacerdotes ao homem, que lhe ficava de-
vendo protecção, e considerava-se como enor-
me desgraça a extincção d'uma família, para
impedir o que era facultada a adopção dos
Os rios tem cantigas de ceifeiras filhos extranhos; e apesar de ser prohibida á
Bailadas esquisitas e formosas... mulher a acquizição de bens, tinha direito a
Ha lá no fundo cristallinas Piras, receber da herança paterna uma parte egual
Onde bailam creanças vaporosas. á dos filhos; nem era permittido aos maridos
à
A ALMA NOVA
repudial-as sem lhes restituírem os dotes, re- mas também os seus cultos religiosos, o amor
púdios estes bem pouco vulgares durante a do luxo e o exagero dos banquetes e dos
republica, tempo em que attingiu o mais alto praseres sensuaes, corruppão qufc era favore-
grão de desenvolvimento em Roma o respeito cida pelos opulentos despojos que os romanos
pela pureza dos costumes. As próprias leis obtinham nas suas guerras continuas.
que collocavam a esposa tão inferiormente Houve em Roma quem tentasse oppôr
na sociedade, constituíam apenas uma escra- ura dique a este estado social, resistindo
vidão apparente contra a qual nunca procu- energicamente a tudo quanto fossem innova-
raram revoltar-se, porque com as qualidades pões. A' frente d'este movimento estava Ca-
e tendências próprias do seu sexo consegui- tão o censor que procedeu com o maior ri-
ram obter o império da vida intima da famí- gor, expulsando da cidade os philosophos
lia. Entregues continuamente aos cuidados Coruades, Christolus e Diogenes; punindo co-
domésticos, a crear e a educar os filhos, a mo corruptores de costumes os Scipiões c
^ar a lã para os vestuários dos maridos Lucio Quinto Flamurico e decretando leis se-
"Uerceder por estes perante os deuses veras contra a devassidão.
para que fossem bem succedidos nas guer- Agosto de 1885.
ras, achavam-se recompensadas ao receber Candido da Cruz.
nos braços de esposas os louros das victorias
do marido que eram também os louros da pa-
tria. A salutar influencia das mulheres foi
bem reconhecida pelos romanos que promul-
garam leis tendentes a manter a boa ordem
nas famílias a Dm de que a nação, uma fa- CORRESPONDÊNCIA
mília também, se conservasse impolluta. A
profunda considerapão que lhe tributavam pro-
va-o exhuberantemente a determinapão do Acabamos de solicitar pelo cor-
senado prohibindo commelter-se irreverências reio auctorisação legal para apresen-
na sua presenpa, e a ordem obtida por Vetu- tarmos aos nossos leitores a traduc-
ria de se lhes ceder o passo na vias publi- ção de um esplendido romance de
cas. costumes que acaba de sair a lume
0 respeito pela virtude estava tão arrei- em Madrid Los Banos dei Manzana-
gado que as vestaes gozavavam de garantias res; é um trabalho primoroso e di-
notáveis como as de obter o perdão d'um gno de ser conhecido do publico
criminoso que encontrassem caminhando para portuguez. Publical-o-hemos em fo-
o supplicio, contanto que jurassem ter sido lhetim duplo nas duas ultimas psgi-
fortuito o encontro; serem as únicas mulhe- nas.
res que prestavam testemunho jurídico; pu- Solicitamos egualmente auctori-
nír-se com a pena capital a menor injuria sação do respectivo editor para pu-
que lhes fosse feita; estar a mais antiga blicarmos no nosso jornal os prin-
vestal exempla de ser julgada pelos censo- cipaes trechos do monumental livro
de Dumas (filho) La Question du
1
tícuía-nos Plutarcho, nos seus «Preceitos Dioorce-, o divorcio é uma das ques-
do Casamento», que Manlio foi expulso do tões sociaes que mais tem agitado o
senado por ter abrapado apaixonadamente mundo politico da Europa, sobre a
sua mulher na presenpa d'uma filha. qual os nossos publicistas guarda-
Este estado de coisas devia fatalmente ram uma reserva enexplicavel.
cessar pela influencia dos povos com quem Provaremos aos nossos leitores
os Romanos estavam em contacto, deixando- com as palavras eloquentes do eru-
se seduzir pelos costumes orientaes cheios de dito litterato francez que o divorcio
volupluosidade e ainda pelo contacto dos gre- é não só uma^ das conquistas mais A
gos que introduziram em Roma não só a ar- praticas da sociologia comtempora-
te e a lilteratura, que concorrera muito nea, senão também uma das mais
para o brilhantismo da civilisapão romana, luminosas aspirações do espirito mo-
embora lhes tirasse o cunho de originalidade, derno.
CHRONICA DOS THEATROS aos nossos leitores o que foi a festa
dos bombeiros voluntários, visto que
A' primeira vista parece que este todos concorreram a essa festa, sob
tempo não é fértil em acontecimen- todos os pontos de vista digna dos
tos theatra.es, que mereçam dous seus briosos promotores.
dedos de attenção. Mas é um erro. No theatro Principe Real debutou
E é um erro, porque lia tanto com a companhia equestre de D. Raphael
que occupara chronica, tanto de que Diaz, que todo o Porto conhece.
íallar, tantas coisas a dizer, que não A maior parte dos artistas da com-
sabemos por onde principiar. panhia é muito nossa conhecida, ha-
Diremos mais: josé-antonio-cas- vendo todavia alguns artistas novos,
(an heir cimente f a 11 a n d o, houveram que se destacam notavelmente pela
antas coisas, que é clifflcultatoso at- correcção dos seus trabalhos.
íender a tudo. A empreza espera mais alguns
Em primeiro lugar,—e comece- artistas, que estão de quarentena nos
mos por aqui,—mencioharemos a lazaretos.
j ker messe dos bombeiros voluntários, Realisou-se também no theatro
- 110 Palacio de Crystal. Temos uma baquet o beneficio do actor Diniz
opinião muito pouco sympathies a um bello rapaz e um bello talento
respeito" das kermesses, — devemos artístico, representando-se a quelle
«•onfessal-o antes de mais nada. Não impagável Bebé em que Antonio Pe-
é que ellas nos mereçam mau con- dro é excepcional de graça. IJma ca-
ceito, quer pela sua reprezentação. sa cheia e applausos serri conta.
quer pelos seus merecimentos..'. No theatro dos Recreios subiu á
Na Allemanha, de onde a kermes- scena pela primeira vez n'esta epo-
fe 6 oriunda (vã lá este apontamen- chs, o Fausto,—não o de Goethe,—
o biographico) desempenha ella um o outro...
papel differente d'aquelle que desem- Para um theatro popular não po-
penha entre nós. Alii, e n'outros de exigir-se mais nem melhor. A
paizes que lhe seguiram o exemplo, nova empreza, dos snrs. Coelho Fer-
nunca, ao que nos consta, a ker mes- í reira A C.% não se poupou a esfor-
$& chegou a ser tão contagiosa que çar para fazer d'um simples Faus-
obrigasse alguém a isolar-se pre- tino um Fausto digno de ver-se.
ventivamente, como acontece em Felicitamol-os e desejamos since-
ortugal. Aqui, a kermessc tomou ramente que esses esforços se iam
um caracter epidemico de tal modo coroados do melhor êxito.
nocivo ás finanças de cada cidadão, » A companhia de opera cómica do
' que dentro em pouco torna-se ne- theatro Principe Real anda ensaiando
cessário organisar uma kermesse algumas dez peças que contituem o
monstro para soccorrer os pobres seu reportorio na próxima epocha
paes de família victimas da kermes- tiíeatral. No elenco da companhia ha
somania.Não queremos com isto con- alguns artistas quasi novos para nós,
demnor os bombeiros voluntários do mas artistas de incontestável mere-
Pela sua iniciativa. Temos cimentos e de merecida reputação.
d elles uma opinião muito differente, Entre elles, mr. Moysés de Ben-
e nao nos cançaremos por isso em saude, que nós vimos na compa-
louvar os seus generosos e humani- nhia do theatro de D. Maria II. e que
tários serviços prestados aos habi- nos dizem possuir uma voz esplen-
tantes do Porto, que têem obrigação dida. A companhia trabalhará provi-
lestricta de auxiliar essa briosa ág- soriamente no theatro Baquet.
c.remmçao, visto que os membros Ra mais alguma couza a mencio-
a ena, s|m outro interesse que não nar, mas pedimos licença para so-
seja o de serem úteis, arriscam a prar á luz, deixando o resto para a
propria vida heróica e denodadamen- próxima semana. Vámos! E' preciso
l
® Para valerem aos seus concida- economisar alguma coisa...
loes.Postolisto^bstemo-nosde dizer O Reporter.
T ■■i.
ANNUARIO
DA
ACADEMIA PORTUGUEZA
PUBLICAÇÃO ANNUAL
QUE SAIIIRÁ a lume nos porto, no primeiros dias de outubro
SOB A DIRFXÇÃO DE kVMMkM 4H0K, ALUM NO DA ACADEMIA DA MESMA CIDADE
Dividir-sc-ha ein quatro secções coordenadas pela ftfrma seguinte:
a) secção burocrática—Que constará Ijl preparatórios; phase secial e politica da Aca-
de uma rápida indicação bibliographica dosQdcmia portugueza sob o ponto de vista das
livros, memorias etc; nacionaes e estrangei-IÇ candidaturas académicas por accumulaçao
ras, publicadas durante o anno; nomes e mo- li etc., etc.
radas dos professores dos cursos superiores 1J o) albuA i-itterario — Onde reunire-
de Lisboa, Coimbra etc; horários das aulas; Cornos producções originaes dos nossos princi-
horarios e preços nos caminhos de ferro en- Çi paes homens de lettras, especialmente dos
tre os principaes centros académicos; calen-Cl membros da academia,
darios e indicações postaes, etc., etc. a d) secção de annuncios—contendo a
b) secção critica—Especialmente des- !p indicação e os preços dos livros omciaimenie
tinada á apreciação e á averiguação dos fa- adoptados e dos de indole puramente littera-
ctos anormaes occorridos na Academia; pro- y ria publicadas no paiz; annuncios de estatie-
jetos de reformas dos cursos superiores ou [J lecimentos de ensino livre, etc.
Parece-nos que a projectada publicação vem preencher uma lacuna sensível 110 nosso
meio social e que está traçada em condições magnificas de ser^ utillissima aos interesses,
tão vergonhosamente descurados da Academia portugueza. E cremos bem que esta sera a
opinião dos que do coração desejam vêr prosperar a republica litteraria e os interesses da
classe nobilíssima a que pertencem.
o kmvkMb M kvkmmk MRTS&ESM dará um voluQ"'en^
200 a 300 paginas impresso em bello papel marfim e typo renascença; o seu preço nao
excederá 300 réis e por assignatura 250 réis.
Serão annunciados gratuitamente os livros de que nos forem enviados dous exemplares.
Convidamos por este meio, na impossibilidade de o fazermos individualmente, a to-
dos os membros da Academia portugueza a enviarem-nos, até ao dia 5 de setembro, o mais
tardar, os escriptos com que desejarem collaborar no novo A2í2?$ál<14 .Perlencentes a
SECÇÃO CRITICA ou ao ALBUM LITTERARIO, fineza que desde já agradecemos.
Illl-S'
que PREÇOS DOS ANNUNCIOS
v Cada pagina '^onn r^'5
800
Meia pagina "
Terço de pagina ou preço minimo de qualquer annuncio . . 000 » _
d it correspondência deve ser dirigida a Aureliano dime, run das Fontainhas, A.> — > ORIO
s<
s ES PECTACULOS Quarta-feira 2 de setembro
BÀQUET—N'este theatro funcciona provi-
Domingo SO d'agosto 11 soriaraenle a nova companhia do Pricepe Real.
PRINCEPE REAL —Companhia equestre, Representar-se ha o Boccacio.
gymnastica, acrobatica, cómica de D. Raphael REAL THEATRO S. JOÃO—.A próxima épo-
Diaz. Espectáculos todas as noites. ca lyrica inaugurar-se-ha no dia 29 de no-
RECREIOS—5." representação do Fausto. vembro. E' da Empreza Gama A- C.\ a
A nova empreza não se tem poupado a Preços avulsos—Frizas, 9?$000; i. ord..
a a
esforços para bem merecer do nosso publico 10$000; 2. ord., 7^000; 3. ord., 4$000;
—honra lhe seja. sup. 1Ã200; geral 800;gal. l. 500 2." 3.a 400.
a