GUIA DEFINITIVO DE
ARMAS DE FOGO
Desde que Oliver Gulvont inventou a primeira arma de fogo,
elas se tornaram extremamente populares entre os povos de
Immoren Ocidental.
Hoje, com quase 600 anos de avanço tecnológico, as armas de
fogo estão por toda parte, embora não tenham evoluído
drasticamente nesse tempo (como aconteceu no mundo real).
Por isso vamos nos situar dentro da realidade dos Reinos de
Ferro e compreender em que ponto estão as armas de fogo
nesse sistema de regras e ambientação.
O período histórico que mais se encaixa na atual tecnologia
bélica dos Reinos de Ferro é entre 1810 e 1905, passando pelas
Guerras Napoleônicas, as Revoluções de 1848, a Guerra
Criméia, a Guerra Civil Americana, a Segunda Revolução
Industrial, e outros acontecimentos. Ord, Cryx e as Ilhas
Sharde no entanto parecem estar atrasados tecnologicamente,
situados na Era de Ouro dos Piratas, entre 1650 e 1730.
PRINCIPAIS
CONSIDERAÇÕES
No livro básico de Reinos de Ferro RPG podemos observar
algumas características importantes das armas de fogo.
 O design das armas remete à era de ouro dos piratas, a
guerra civil americana, a primeira guerra mundial e ao
velho oeste. Tudo com uma pitada de Full Metal
Fantasy.
 As munições são de revestimento de papel, e em raros
casos, de revestimento de metal.
 Montar uma bala, ou recarregar uma arma pelo cano
(antecarga), exige uma rodada completa (pág. 254).
 Existem metralhadoras automáticas como o Slugger
(Kings, Nations and Gods; pag. 96).
 As armas são divididas em quatro tipos principais: fuzis
(rifles), carabinas, escopetas e pistolas.
 Armas de repetição são incomuns, as armas mais
comuns são as de disparo único ou cano duplo.
 Pistolas são comuns, usadas até mesmo por simples
cidadãos e operários (pág. 261).
As regras assumem que praticamente toda arma de fogo pode
ser recarregada pela culatra (retrocarga), o que no mundo real
seria praticamente impossível usando munição revestida de
papel, pois esta deve ser prensada antes do uso. Nesse ponto
as regras buscam a praticidade.
Além disso, o livro básico explica:
“O cartucho se encaixa na câmara até o gatilho ser puxado. Ao
puxar o gatilho, o atirador solta um pino que avança para a parte de
trás da munição, furando duas bolsas de seda. Isso faz os dois
componentes da pólvora dentro das bolsas se misturarem, causando
uma reação química que explode, impulsionando a bala...”.
No mundo real o que mais se aproxima desse tipo de
acionamento são as Espingardas de Ferrolho (Bolt-Action
Rifle), que surgiram em 1841-1874, e foram usados até o início
da Segunda Guerra Mundial. Nesse tipo de arma o ferrolho
possui a agulha percutora, responsável por acionar a pólvora
da munição, e um ejetor que retira o cartucho de dentro da
arma (para munição revestida de metal).
Funcionamento da Ação de Ferrolho
Outro tipo de arma comum nos Reinos de Ferro são as
Pimenteiras, que possuem vários canos carregados
simultaneamente, podendo realizar vários disparos
consecutivos ou disparar toda munição simultaneamente
(como o Canhão de Mão Duplo ou a Pistola Quadrangular).
No mundo real esse tipo de arma surgiu em 1790, sendo
amplamente usada na Guerra Civil Americana em meados de
1830, mas desapareceu após 1850.
Demonstração de uma Pimenteira
Já as armas de repetição estão conquistando os campos de
batalha aos poucos, sua presença é mais notável nas mãos dos
soldados cygnarianos. As pistolas, carabinas e fuzis de
repetição usam “discos de munição” que são substituídos
inteiros no calor da batalha. É como remover completamente o
“tambor” de um revolver e substituir por outro.
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Os exemplos mais próximos disso seriam a substituição do
tambor de uma metralhadora Thompson ou os fuzis
fabricados pela “Jakobs” na franquia de jogos Borderlands.
Por fim, as metralhadoras seguem o padrão dos modelos
usados na Primeira Guerra Mundial, como a metralhadora
“Vickers” britânica (Slugger? É você?).
Demonstração da Metralhadora Vickers
CLASSIFICANDO AS
MUNIÇÕES
No livro básico de Reinos de Ferro RPG as munições são
divididas em 4 tipos: leve, pesada, de carga e de escopeta.
Além disso, elas podem ser revestidas de papel (mais comum)
ou de metal (raro, por ser mais trabalhoso de se fabricar e ter
um custo muito maior). Vamos analisar essas munições para
entender melhor seu funcionamento.
Sobre como classificar a munição, o livro básico explica:
“A circunferência da munição leve é inferior a 1,25 cm. A munição
pesada é encontrada em fuzis pesados, canhões de mão e armas
montadas. A circunferência de uma munição pesada é maior do que
1,25 cm. Munições de carga são aproximadamente cinquenta por
cento maiores do que as pesadas e transferem uma quantidade
enorme de energia para o alvo no impacto.”
Comparar esse padrão com o mundo real pode gerar
problemas, pois nossos calibres são calculados usando
diâmetro em polegadas, e não circunferência. Além disso,
convertendo esse valor para diâmetro temos 3,97 mm (ou .15
polegadas), e esse valor não faz sentido, visto o calibre seria
ínfimo, incapaz de perfurar metal. Para realizar uma
comparação: o calibre .22 (5,6 mm), é o calibre de potência
mais baixa, usado para caçar coelhos e esquilos.
Durante as pesquisas realizadas para criar este guia, encontrei
uma forma alternativa que permite o entendimento mais claro
da potência de cada tipo de munição: calibres capazes ou não
de matar um urso. Esse método é usado para exemplificar a
potência das armas de fogo do mundo real (quando se trata de
uso civil e caça). Outro ponto importante é que o calibre .22
seria uma piada nos Reinos de Ferro, um mundo onde os
soldados necessitam de poder de fogo para derrubar
oponentes com Armaduras de Placas e Gigantes de Guerra.
Observe o Vídeo 4 a seguir, onde uma pistola calibre .22 é
disparada contra uma placa de aço de 6.35 mm.
Veja você mesmo
Tendo isso em mente, vamos classificar corretamente as
munições de acordo com seu desempenho e valor histórico
(lembrando que usaremos padrões disponíveis até 1906). Mas
de forma geral a maioria das armas de fogo do mundo real
com calibres de baixa e média potência (capazes de matar
veados e animais menores), podem ser considerados Munição
Leve. E calibres de alta potência (capazes matar ursos e
animais maiores), podem ser considerados Munição Pesada.
Na imagem acima temos uma pilha comum tamanho AA,
uma munição .30-06 Springfield e seu projétil, uma munição .45
Colt e seu projétil, um projétil .44 esfera de chumbo, um
projétil .58 esfera minié e um projétil .69 esfera de chumbo.
Esses calibres podem ser considerados a Munição Pesada
padrão, onde as esferas de chumbo e o calibre .58 esfera minié
são as balas mais comuns, disponíveis para todas as armas,
enquanto o .45 Colt é uma munição especial de pistolas, como
o Radcliffe Firestorm e o .30-06 Springfield é uma munição
especial de carabinas e fuzis, como a Carabina Radcliffe, e
munição padrão de metralhadora, como a Slugger.
Sobre o calibre .30-06 Springfield: ele foi criado em 1906 no
período pré Primeira Guerra Mundial, por isso alguns podem
imaginar que o correto seria usar o calibre .45-70 de 1873,
porém escolhi o .30-06 pois ele era a principal munição dos
fuzis e das metralhadoras como a Lewis Gun (entre outras).
Dessa forma fica mais fácil definir que toda munição pesada
revestida de metal para fuzis, carabinas e metralhadoras sejam
do mesmo calibre. Também dividimos a munição entre
pistolas e as outras armas, pois munições para pistolas são
claramente menores.
As Munições para Escopeta são simples de se classificar: o
modelo histórico mais próximo é o .58 “carga de chumbinho”
(.58 buckshot), fabricada agrupando várias esferas de chumbo
calibre .31 e realizando amarras. Essa munição surgiu em
meados de 1860. O livro Kings, Nations and Gods define a nova
munição Grapeshot (pág. 189), que concede Rajada 8” para
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Bacamartes (exclusivamente) e serve como exemplo de uma
Munição de Escopeta (buckshot). A imagem acima representa
uma munição desse tipo, com uma esfera de chumbo calibre
.31 ao lado para comparação.
Uma observação importante é que enquanto Cygnar progride
com a tecnologia de Repetição, Khador aprimora a tecnologia
de Rajada. Portanto tenha sempre em mente: soldados
cygnarianos podem possuir mais armas de repetição, mas os
soldados khadoranos possuem mais armas de rajada e a
Guarda do Inverno (Winterguard) é especialista nesse tipo de
arma.
As Munições de Carga não possuem uma especificação
definida, apenas é dito que podem ser 50% maiores que as
Munições Pesadas. Tomando a esfera de chumbo .69 por base
(já que é a maior), temos o calibre máximo de 1.035 (ou ‪2,62‪
cm). Como exemplo deste grande poder de fogo temos o
calibre Nordenfelt de 1 polegada, usado na Metralhadora
Nordenfelt em 1873, que também foi usado posteriormente
como munição anti-torpedo.‪
Na imagem acima temos a bala de 1 polegada e seu
revestimento, ao lado de duas “pequenas” balas calibre .58
esfera minié. A Pistola Bazuca (Slug Gun) parece bem mais
poderosa agora, não é?
Agora que já falamos de todos os pesos pesados, vamos
finalizar a análise com as Munições Leves.
As munições mais comuns nos Reinos de Ferro são os calibres
.31 e .36 esfera de chumbo para pistolas, todo bucaneiro,
mercenário, salteador e cidadão que se preze anda com
algumas munições prontas desse tipo nos bolsos para
alimentar suas armas.
A imagem acima mostra uma pilha comum tamanho AA, uma
munição .303 British, uma munição .38 Special, um projétil .35
bala de chumbo, um projétil .36 esfera de chumbo, um projétil
.30 bala de chumbo e um projétil .31 esfera de chumbo.
Descrevemos menos projéteis em relação ás Munições
Pesadas, pois os calibres .303 British e .38 Special existem
apenas como munição revestida de metal, assim suas balas
não podem ser usadas em munição revestida de papel. Isso se
deve ao .303 British ter sido desenvolvido especialmente para
munição revestida de metal de uso militar britânico (inclusive
a Vickers usa essa munição, que é menos potente que o .30-06
Springfield). Já o .38 Special se encaixa em pistolas convertidas
calibre .36 esfera de chumbo, portanto também só é
desenvolvido revestido de metal. O .38 Special foi
desenvolvido em 1898 como um aprimoramento ao .38 Long
Colt e .38 Short Colt, apresentando maior poder de parada.
As balas .31 esfera de chumbo, .30 bala de chumbo, .35 bala de
chumbo e .36 esfera de chumbo são compatíveis com pistolas,
fuzis e carabinas. A única diferença real entre uma munição
desses tipos para pistolas ou armas maiores é a quantidade de
pólvora usada na fabricação do revestimento de papel.
No mundo real munições revestidas de papel precisariam de
grande preparo para o uso. Seria necessário inserir a munição
pelo cano ou frente do cilindro ou cano (antecarga), prensar e
ás vezes lubrificar com um tipo de cera, para então disparar.
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Uma munição revestida de papel é composta de quatro partes:
o recipiente (cartucho de papel), a pólvora, o projétil e
espoleta, sendo que a espoleta fica do lado de fora da arma.
Todo esse preparo é necessário para tornar a munição
utilizável e deve ser feito com cuidado para não explodi-la.

Isso exigiria uma Rodada Completa, mas as regras permitem

que a recarga seja feita pela culatra (retrocarga), usando uma
Ação Rápida, no entanto se o grupo desejar ambientar a
campanha no passado isso deve ser levado em consideração
(veja Armas de Fogo na Guerra contra os Orgoth).

A munição usada nos Reinos de Ferro funciona de forma

diferente e possui apenas três partes: a pólvora vermelha, a
pólvora negra e o projétil. Os dois tipos de pólvora são
fabricadas usando alquimia e reagem quando se misturam,
explodindo e assim disparando o projétil. Elas se misturam
quando a agulha de disparo perfura os sacos de seda que
isolam os dois tipos de pólvora.

O funcionamento é simples: quando a arma está pronta para

FUNCIONAMENTO atirar, o ferrolho fica travado, guiando o curso da agulha de

disparo. Quando o gatilho é puxado a trava solta a mola, que

DAS ARMAS DE FOGO

impulsiona rapidamente a agulha, a munição é então
perfurada, as pólvoras se misturam e o disparo acontece.

Ao fim do disparo a arma deve ser aberta pela culatra para

que uma nova munição seja inserida. Para abrir a culatra é
necessário puxar o ferrolho para trás manualmente
(destravando a câmara de munição). Durante esse movimento
o ferrolho recua a agulha e a mola. Assim que a munição for
inserida e a culatra for fechada, é necessário empurrar o
ferrolho para frente novamente, e então a arma poderá fazer
um novo disparo. O processo leva cerca de 3 a 7 segundos,
dependendo da habilidade do usuário e do acesso fácil à
munição (usando uma bandoleira).

No caso de armas de repetição o processo é o mesmo, mas a

arma só terá a culatra aberta para trocar o disco de munição
(ou inserir novas munições no disco). No entanto todas as
armas nos Reinos de Ferro (exceto metralhadoras) possuem
Ação Simples, isso significa que a cada disparo o ferrolho deve
ser operado manualmente antes do próximo disparo (para
acionar a mola e agulha novamente).

Já armas pimenteiras, como a Pistola Quadrangular, possuem

barris (canos) giratórios que devem ser operados
manualmente. Ao girar o cano, o ferrolho se posiciona
O sistema de acionamento de todas as armas nos Reinos de automaticamente.
Ferro é o mesmo: o “Fecho Forjado”, similar ao Bolt-Action do
mundo real. A imagem acima é baseada na ilustração da
página 190 do Guia do Jogador para Reinos de Ferro (d20), no
entanto a ilustração original exibia um gatilho que não
funcionaria corretamente, por isso adicionei um sistema mais
parecido com o Bolt-Action.

Dessa forma o “Fecho Forjado” se parece mais com o que se

espera de uma arma de fogo. O design é mais simplificado do
que um Bolt-Action real (que é formado de quase 30 partes).

Esse sistema não leva em consideração o acionamento através

do Cão, como em um revólver no mundo real. Observe que
mesmo a Pistola de Repetição e a Radcliffe Firestorm
possuem o mesmo princípio de funcionamento.

O mesmo é válido para Fuzis, Carabinas e Escopetas.

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No caso de fuzis e carabinas a abertura da culatra é mais
prática. Não é necessário “quebrar por cima” a arma (break-
action), pois na culatra existe um “alçapão” (trapdoor), que
permite o acesso fácil à câmara de munição. Esse tipo de
mecanismo tem se tornado mais comum com o passar dos
anos e pode em breve estar disponível para todos tipos de
armas em Immoren Ocidental (veja Tecnologias Futuras).
A imagem acima mostra um fuzil Springfield Model 1888,
calibre .45-70 com a câmara de munição aberta através do
alçapão.
LAMA, POEIRA E ÁGUA
Um dia de chuva intensa no fronte da Floresta dos Espinhos, o
mar agitado e turbulento durante uma invasão ao navio
inimigo, as areais escaldantes dos desertos do Protetorado, o
ataque dos selvagens no meio do pântano; tudo isso tende a
tornar a situação para os usuários de armas de fogo muito
complicada.
Lama, poeira e água podem prejudicar o funcionamento das
armas de fogo. Caso o personagem seja Derrubado ou
Lançado para um terreno difícil como areia, poça de água ou
lama faça uma rolagem de 1d6. Em um resultado 5 ou 6 o
funcionamento da arma será prejudicado, os componentes
internos da arma deverão ser limpos a toda munição revestida
de papel no interior da arma se tornará inútil (embora as balas
possam ser reaproveitadas).
Para limpar a arma e remover a munição é necessário realizar
uma Ação Completa. Após isso a arma deve ser municiada
novamente. Isso representa uma limpeza rápida, que
soluciona temporariamente o problema.
A critério do mestre, o Fecho Forjado pode ser danificado
exigindo outra Ação Completa com a perícia Ofício
(Fabricação de Armas de Fogo) contra o número alvo 10 para
solucionar o problema. Caso o personagem tenha tempo de
usar um Kit de Armeiro ele recebe +2 de bônus nesse teste. A
perícia relacionada a arma pode ser usada no lugar de Ofício,
porém o número alvo sobre para 13.
Um personagem que derrube ou solte sua arma nesse tipo de
terreno também deve rolar o teste. Personagens que fiquem
deitados de propósito (usando ação para deitar-se ou usando
habilidades como Pro Chão!), não tem risco de sofrer esse
efeito. Ficar sob chuva intensa também pode causar esse
efeito.
Essa é uma regra opcional, como outras que serão
apresentadas nesse guia, usá-la ou não depende da aceitação
do mestre e de seus jogadores.
FABRICAR, REPARAR
E MODIFICAR
Immoren é selvagem, os personagens vivem em um mundo
de cidades populosas, sujas de fuligem e escuras, florestas
densas com animais ferozes e povos ainda mais perigosos,
mares turbulentos abarrotados de piratas saqueadores e
fronteiras carregadas de guerra e conflito. Como se isso não
fosse o bastante, ainda existe a ameaça do destemido Império
Skorne ao leste e do desconhecido Império Orgoth a oeste,
além do mar.
As armas de fogo tiveram papel importante na luta contra os
Orgoth e hoje compõe o arsenal regular dos reinos
Immorenses, porém dificilmente alguém tem acesso livre a
essas armas e seus suprimentos fora das grandes cidades.
Quem vai vender algumas balas para você no meio das
Planícies da Pedra Sangrenta?
Esse contraste trás a tona a necessidade de possuir algum
conhecimento sobre de armas de fogo, sua fabricação, seus
cuidados e como realizar melhorias.
PRODUZINDO MUNIÇÃO
Muitos aventureiros, mercenários e soldados não podem ir ao
armazém comprar munição quando quiserem. Muitas vezes
estão distantes das cidades e com recursos escassos, por isso
precisam usar seu conhecimento e produzir sua munição.
Para produzir munição revestida de papel é necessário ter em
mãos um pedaço de madeira ou metal cilíndrico de mesmo
calibre da bala, um molde para cortar o papel corretamente e
linha ou barbante para fazer as amarras quando necessário. As
balas e os sacos de pólvora são vendidos prontos para facilitar
a produção de munição. Um personagem pode criar munições
de papel se possuir as balas, o revestimento e a mistura de
pólvora. Com um teste bem sucedido de Ofício (Fabricação de
Armas de Fogo), de Pistola ou de Fuzil, é possível criar cinco
munições por hora de trabalho (números alvo na página 183
do Livro Básico).
Ambos os vídeos a seguir demonstram técnicas de fabricação
de munições revestidas de papel do mundo real. A diferença
nos Reinos de Ferro é que no lugar de cola será usado algum
tipo de cera ou, na falta de recursos, saliva. Além disso, os
sacos de seda com pólvora são separados por algum material,
como um anel de feltro fino (que queima facilmente).
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Como fazer Munição para Pistola
Como fazer Munição para Fuzil e Escopeta
Personagens que não possuam níveis nas perícias Ofício,
Pistola ou Fuzil não podem produzir munição, e
provavelmente mal sabem atirar com uma arma de fogo
(podem atirar, mas sofrem -5 de penalidade na rolagem de
ataque).
Personagens com um kit de armeiro podem produzir munição
revestida de metal da mesma forma que produziriam munição
revestida de papel. Caso o personagem precise, também pode
derreter balas, mudar o comportamento do projétil e
aumentar ou diminuir a carga de pólvora, entre outras
modificações em sua munição (veja Modificar Munição).
Um kit de armeiro é composto de chaves para montagem e
desmontagem das armas, lixas e escovas para limpeza do
barril (cano) e outros componentes da arma, estopa, balança e
medidor de pólvora, seda para confeccionar sacos de pólvora,
alicate de molde para fabricar balas e preparar munição
revestida de metal, chumbo, camisa de cobre (revestimento de
metal) e caixas de madeira para guardar munição preparada.
O uso do alicate de molde para preparar munição revestida de
metal pode ser conferido no vídeo abaixo. O revestimento de
metal geralmente é feito de cobre, que pode amassar ou deixar
resíduos na arma, mas é mais barato e fácil de produzir. O
revestimento feito de bronze é melhor, mas raríssimo.
Produzindo uma Munição Revestida de Metal
Personagens que tenham acesso a uma fábrica e uma equipe
de operários podem conseguir produzir maiores quantidades
de munição num curto espaço de tempo. Nesse caso adicione
mais cinco munições por hora para cada 500 CO em
equipamento que a fábrica possuir, e mais uma munição por
hora para cada operário disponível para o trabalho. Para cada
500 CO em equipamento a fábrica pode ter dez operários.
Uma fábrica de grande porte com 3500 CO em equipamento
(sem contar outras estruturas do local), pode ter até 60
operários produzindo 95 munições por hora. A média de
salários por operário é de 65 CO por mês, além dos custos de
matéria prima, que são em média 0,25 CO por munição
revestida de papel, 0,50 CO para munição de carga e 0,35 CO
por munição revestida de metal. Assim o custo por hora para
essa fábrica seria de 23,75 CO para munição revestida de
papel e cerca de 16,25 CO para salários por hora (com base
em jornada de trabalho de 8 horas diárias).
Para saber mais como ter um negócio nos Reinos de Ferro
acesse este link.
Balas Rúnicas só podem ser fabricadas por Magos Pistoleiros
que usem de um Kit de Fabricação de Bala Rúnica. Balas
Rúnicas são sempre revestidas de metal.
RECUPERANDO MUNIÇÃO
Sobre recuperar munição e convertê-la, o livro básico explica:
“Muitos soldados desesperados no campo já se viram saqueando os
corpos de seus companheiros e inimigos caídos à procura de balas
para a sua arma. Nem todas as munições são compatíveis, mas a
maioria dos revestimentos de papel pode ser convertida de um tipo
para outro.
Munições de carga (o maior dos três tipos) podem ser convertidas em
munição pesada ou leve ao cortar o papel que faz o cartucho,
remodelar a bala maior em uma menor e, então, embalar novamente
com uma quantidade menor de pólvora. Essa remodelagem exige um
kit de armeiro.
Da mesma forma, uma munição pesada pode ser remodelada e
recarregada em uma leve. Para aumentar o tamanho, várias
munições menores são necessárias.”
Além disso, também há uma tabela que ilustra o processo na
página 263 (onde se encontra esse texto).
Para converter a bala em um tipo menor é necessário partir
com o alicate, lixar e polir, ou derreter e remodelar usando o
alicate de molde. Para converter a bala em um tipo maior é
necessário agrupar balas menores com uma maior (veja
“Chumbinho e Bala, Buck and Ball”).
Derreter o chumbo das balas é simples, basta coloca-lo num
copo ou panela de aço, usar uma pinça para segurar e ter uma
fogueira. Após o derretimento coloque o chumbo fundido no
molde e resfrie gradualmente. Uma fogueira comum começa a
criar chamas perto dos 100° C, a madeira fica seca e começa a
crepitar perto dos 300° C e em seu ponto mais quente atinge
até 593° C. O ponto de fusão do chumbo é de 327,5° C. Já o
ponto de fusão do cobre é de 1.085° C, por isso só é possível
criar revestimentos de metal em fábricas.
Apenas lembre-se de não usar esse copo ou panela para
ingerir líquidos ou preparar alimentos, ou irá sofrer um
envenenamento por chumbo. O simples fato de manipular
chumbo sem proteção pode causar o envenenamento gradual,
e de fato muitos operários Immorenses morrem após alguns
anos de trabalho em ambiente contaminado com chumbo.
Mais informações sobre os efeitos do chumbo aqui.
Personagens com pelo menos dois níveis nas perícias
Medicina ou Ciência Forense que precisem muito de munição
e tenham estômago forte podem remover balas alojadas em
cadáveres, aliados baleados ou de si mesmos.
É necessário um Kit Cirúrgico para realizar a operação. Ou na
falta de um Kit Cirúrgico uma faca quente pode ser utilizada,
com uma penalidade de -2 na rolagem. Caso o personagem
tente operar a si mesmo ou um aliado e tenha uma falha
abaixo de 5 pontos menor que o número alvo do teste, aplicará
imediatamente o efeito Ferimentos Críticos sobre o alvo da
operação (pág. 213).
Role um teste contra o número alvo 12 para cadáveres, 14 para
personagens vivos ou 16 para operar a si mesmo. Em uma
operação bem sucedida a bala alojada pode ser recuperada,
porém estará deformada e será necessário fazer a limpeza e
derretimento do chumbo.
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6
 MODIFICANDO MUNIÇÃO
Atenção: as regras a seguir, assim como as regras para modificar
armas adiante, são de caráter totalmente opcional e tendem a mudar
drasticamente a letalidade das armas de fogo nos Reinos de Ferro.
Usar essas regras pode tornar seu jogo um verdadeiro “bang-bang”,
portanto use com sabedoria, visto que em certos tipos de campanhas
essa ação desenfreada descaracteriza o jogo.
Personagens com pelo menos dois níveis em Ofício
(Fabricação de Armas de Fogo) podem fazer melhorias em
munições usando as ferramentas do Kit de Armeiro, com
moldes e materiais personalizados.
Modificar uma munição é tão trabalhoso quanto produzir,
portanto para todos os efeitos é como se o personagem
estivesse produzindo a munição do zero. Cada modificação
tem um número alvo a ser atingido para que a munição seja
modificada com sucesso, no caso de uma falha a munição e
sua matéria prima são totalmente perdidas.
As perícias Pistolas e Fuzil não podem ser utilizadas nesse
teste, pois modificar a munição exige um conhecimento
avançado de balística e pressões suportadas pela arma.
Apenas munições leves e pesadas podem ser modificadas.
PROJÉTIL OGIVAL
Custo: Normal.
Alcance Efetivo: -.
Alcance Extremo: -.
Modificador de Ataque: 0.
POD: Normal.
Descrição: a munição de bala ogival (round nose bullet) é a
munição padrão de ponta redonda com chumbo exposto. Essa
munição apresenta uma boa expansão no impacto e pode
atravessar uma chapa de 10mm de espessura.
Regras Especiais: Nenhuma.
PROJÉTIL DE PONTA OCA
Custo: x3.
Alcance Efetivo: -.
Alcance Extremo: -.
Modificador de Ataque: 0.
POD: +2.
Descrição: a munição de bala de ponta oca (hollow point bullet)
é uma munição poderosa e letal. Essa munição apresenta um
“buraco” no meio e por isso tem uma expansão maior no
impacto, causando mais danos.
Regras Especiais: Apenas munições revestidas de metal
podem ter a ponta oca. O número alvo para produzir um
projétil de ponta oca é 14.
Um personagem atingido por um projétil de ponta oca
precisará de uma cirurgia para remover a bala, visto que sua
expansão dificulta a remoção e causa ferimentos mais graves.
PROJÉTIL DUNDUM
Custo: Normal.
Alcance Efetivo: -4m (-2”).
Alcance Extremo: -28m (-14”).
Modificador de Ataque: -1.
POD: +2.
Descrição: a munição de bala dundum (expanding bullet) é
uma munição designada para matar rápido, sem chance de
sobrevivência. Essa munição apresenta cortes em cruz no
centro da bala e por isso tem uma expansão ainda maior no
impacto do que a bala de ponta oca. O diâmetro da bala pode
dobrar e se estilhaçar, causando danos internos severos.
Devido aos cortes na ponta da bala, ela perde precisão e
capacidade de penetração, sendo ineficiente contra Gigantes a
Vapor. Nesse caso aplique uma penalidade de -2 no POD da
arma (ignorando o bônus de +2).
Regras Especiais: O número alvo para produzir um projétil
dundum é 15. Cortar a bala corretamente é difícil e deve ser
feito depois que a munição estiver montada, caso contrário a
bala não encaixará no alicate de molde para montagem. Caso
o personagem tenha uma margem de falha inferior a 5 pontos
abaixo do número alvo a munição explodirá em suas mãos,
espalhando estilhaços e causando dano igual a 2d6 + POD 12.
Caso a margem seja inferior a 10 pontos, role imediatamente
na Tabela de Lesões.
Um personagem atingido por um projétil dundum precisará
de uma cirurgia para remover a bala, visto que sua expansão
dificulta a remoção e causa ferimentos mais graves. Caso o
dano infligido seja superior a 5 pontos, o alvo sofre o efeito
Ferimentos Críticos imediatamente.
PROJÉTIL JAQUETADO
Custo: x2.
Alcance Efetivo: +4m (2”).
Alcance Extremo: +16m (8”).
Modificador de Ataque: +2.
POD: -1.
Descrição: a munição de bala jaquetada (full metal jacket bullet)
é a munição de ponta redonda com chumbo revestido de
cobre ou latão. Essa munição perde poder de parada, pois
apresenta menos expansão, mas facilita a perfuração
(podendo atravessar o alvo).
Regras Especiais: Apenas munições revestidas de metal
podem ser jaquetadas. O número alvo para produzir um
projétil jaquetado é 12.
Uma bala jaquetada causa +2 de Dano contra Gigantes a
Vapor. Além disso, caso atinja um alvo com uma Armadura
Leve ou Média, atravessará o alvo se deslocando 2m (1”)
adicionais, caso seja disparada por um pistola, ou 6m (3”)
adicionais, caso seja disparada por uma carabina ou fuzil. Um
personagem atingido pela bala após esse deslocamento sofre
um rolagem de dano com POD 6.
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