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Material Teórico
Biomas brasileiros
Revisão Textual:
Profa. Ms. Alessandra Fabiana Cavalcanti
Biomas brasileiros
• Introdução
• Domínios morfoclimáticos e fitogeográficos
OBJETIVO DE APRENDIZADO
· Caracterizar os biomas brasileiros, considerando a interligação entre
os elementos físicos e humanos.
ORIENTAÇÕES
Nesta Unidade, vamos aprender sobre um importante tema: os biomas
brasileiros.
Para melhor compreensão do que iremos tratar procure ler, com atenção, o
conteúdo disponibilizado e o material complementar. Não esqueça! A leitura
é um momento oportuno para registrar suas dúvidas; por isso, não deixe de
registrá-las e transmiti-las ao professor-tutor.
Além disso, para que a sua aprendizagem ocorra num ambiente mais
interativo possível, na pasta de atividades, você também encontrará as
atividades de Avaliação, uma Atividade Reflexiva e a videoaula. Cada material
disponibilizado é mais um elemento para seu aprendizado, por favor, estude
todos com atenção!
Contextualização
Vamos ler a notícia a seguir.
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Introdução
O território brasileiro, em função de sua grande extensão norte-sul (variação de
latitude e climas) e diversidade pedológica, geológica e geomorfológica, apresenta
um mosaico muito significativo de paisagens naturais, incluindo neste a existência
de biomas únicos em termos mundiais.
Amazônico
Cerrado
Mares de Morros
Caatinga
Araucárias
Pradarias
Faixas de transição
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Para as populações locais, o igarapé é o lugar de onde se retira o peixe, a água
de beber e de cozinhar, se as águas apresentarem condições adequadas de uso
(figura 2).
Figura 2 – Igarapé Água Branca: um dos poucos de Manaus-AM que têm água limpa
Fonte: Wikimedia Commons
Assim como diversos cursos de água pela floresta amazônica, os igarapés têm
sofrido com o assoreamento, a ocupação irregular das margens e a poluição das
águas (figura 3).
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As áreas ocupadas pelo bioma Cerrado apresentam duas estações do ano bem
definidas, sendo uma chuvosa e a outra seca. A vegetação, bem como a fauna, se
adaptou a este ambiente através de um longo processo evolutivo.
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Embora as feições morfológicas sejam muito diversificadas, o domínio dos
Cerrados apresenta os cerrados (sentido restrito) e os cerradões, predominantemente
nos interflúvios e vertentes suaves dos diferentes planaltos regionais.
O Cerrado é o bioma brasileiro que mais tem sofrido, nas últimas décadas, com
a ocupação humana (figura 6).
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Para que essa produção possa ser escoada para os centros consumidores e
corredores de exportação, toda uma infraestrutura é necessária, desde locais de
armazenamento e de rodovias, o que contribui, também, para o desmatamento e a
transformação das áreas florestadas.
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Um dos fatores que facilitam estas atividades é a presença de um relevo plano,
em quase toda a sua extensão, o que facilita o avanço das máquinas agrícolas que
rapidamente desmatam grandes áreas verdes.
Por que existe uma região tão vasta com clima semiárido em nosso país que
apresenta em torno de 90% de seu espaço dominado por climas úmidos subúmidos?
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A explicação para a existência de tal área é um tanto complexa, pois são vários
os fatores atuantes, dentre os quais se destacam e se combinam:
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PLANALTO
1 - Planaltos e chapadas da
bacia o Paraíba
2 - Planalto de Borborema
3 - Chapada do Araripe
4 - Planaltos e serras do
Atlântico-Leste-Sudeste
DEPRESSÃO
5 - Depressão Sertaneja
6 - Depressão do São Francisco
PLANÍCIE
7 - Planície Litorânea e tabuleiros
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Nesta região a Caatinga sofre com pressões tanto das populações mais pobres
como dos grandes latifundiários que têm investido em grandes plantações (irrigadas)
de frutas para exportação. O desmatamento, a principal causa da destruição da
Caatinga, deve-se à extração da mata nativa, que é convertida em lenha (utilizada
pela população local) e carvão vegetal destinados principalmente aos polos gesseiro
e cerâmico do Nordeste e ao setor siderúrgico de Minas Gerais e do Espírito Santo.
Também foram desmatadas grandes áreas para a agricultura destinada à produção
de plantas para biocombustíveis, além da pecuária bovina. Ocorreu, ainda, o
desmatamento para a implantação de projetos de fruticultura irrigada (figura 12).
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O (polêmico) projeto de transposição das águas do Rio São Francisco tem como
objetivo a integração deste rio (perene) aos rios temporários do semiárido, por meio
de canais artificiais nos estados de Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e
Ceará. Desta forma, de acordo com o projeto, uma parte significativa da população
local seria beneficiada pela presença da água, podendo ampliar suas atividades
agropecuárias. A questão que colocamos para reflexão é: Esse fato aumentaria
a pressão sobre a caatinga levando a uma redução ainda maior de sua extensão,
uma vez que a legislação de proteção da caatinga prevê que somente 35% da
vegetação nativa da área de uma propriedade deve ser mantida no momento em
que a vegetação for removida?
Estudos apontam que a caatinga pode estar extinta até 2070, se nada for feito
para preservar esse bioma, pois poucas áreas de preservação foram criadas nas
últimas décadas.
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Figura 14 – Manguezal
Fonte: Wikimedia Commons
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Observe na figura 17, a distribuição da população brasileira. Podemos identificar
que a maioria da população está concentrada em uma faixa (extensa, hoje) ao
longo do litoral brasileiro.
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Fato interessante que pode ser percebido neste domínio das florestas atlânticas
é a presença de matas de cerrado e da caatinga em áreas específicas que não
apresentam características climáticas para a existência destas formações na
atualidade. Como é possível encontrarmos vegetação típica da caatinga e do
cerrado em algumas áreas do estado de São Paulo? Responderemos essa questão
mais adiante, quando discutirmos a Teoria dos redutos e relictos.
pelas árvores mais altas, adultas, que recebem toda a intensidade da luz solar que chega à
superfície do planeta.
Em sua área de ocorrência original se localizava nas partes mais elevadas dos
planaltos de solo fértil dos estados da região Sul do Brasil, em redutos florestais de
serras da região Sudeste, como nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas
Gerais. Essa formação vegetal, típica de climas com temperaturas moderadas a
baixas no inverno, praticamente desapareceu, pois estava “no caminho” do avanço
da fronteira agrícola do Sul do país, especialmente, nos planaltos ondulados da
vasta hinterlândia dos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, com
predominância de climas temperados úmidos de altitude.
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Trata-se de um dos biomas menos preservados no país e a criação de áreas de
proteção de remanescentes desse domínio encontra resistência dos proprietários
rurais e ocorrendo, ainda, a falta de estrutura do governo federal na delimitação e
fiscalização destas áreas.
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As pradarias mistas
Bioma que ocorre no Sul do Brasil instalado nas coxilhas, topografia típica das
Campanhas Gaúchas, onde o relevo se apresenta, em geral, de forma plana com
suaves ondulações, se estendendo pela Argentina e pelo Uruguai.
Também denominado como Pampa, só foi reconhecido como bioma brasileiro
em 2004. Por não ser considerado como uma área de grande biodiversidade como
as florestas e de haver a crença de ser um bioma pobre foi negligenciada e ocupada
de forma predatória.
Além da paisagem natural, a área ocupada por este bioma é dotada de uma
grande importância histórica e cultural para o povo gaúcho.
Somente em 2009, a região das pradarias mistas do Sul do Brasil foi incluída na
lista de biomas protegidos pela Constituição, junto ao Cerrado e à Caatinga.
A composição das pradarias mistas é, predominantemente, de plantas herbáceas,
principalmente as gramíneas (bem adaptadas ao clima seco e frio, com baixa
pluviosidade e as características morfoclimáticas), sendo que as condições climáticas
não favorecem o desenvolvimento de vegetação de grande porte, embora o solo
seja, em grandes áreas das pradarias, naturalmente bastante fértil. Constitui as
formações típicas de campos temperados (figura 21).
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Figura 22 – Aspecto de área em processo de arenização
Fonte: www.ufrgs.br
Essas áreas foram estudadas por Dirce Suertegaray, da UFRGS, em que foi
possível verificar que estava ali instalado um processo de arenização. As rochas
sedimentares que formam o substrato desta região do Rio Grande do Sul são
resultantes da compactação de areias que formaram um deserto que ali existia
há milhares de anos atrás. A mudança climática ao longo do tempo geológico
modificou, também, a vegetação permitindo a existência das pradarias nesta parte
do país e fazendo com que formações vegetais se contraíssem e se expandissem
pelo território nacional.
A explicação para que vestígios (redutos, relictos ou enclaves) de formações
vegetais típicas de um determinado ambiente apareça em outro, é o que discutiremos
a seguir.
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A partir destes exemplos, vamos responder a seguinte questão: De que forma pode
ser explicada a existência de uma formação vegetal fora de sua área de ocorrência?
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Quando há menos umidade e calor disponível, o desenvolvimento das florestas
fica prejudicado e elas recuam para áreas onde estas condições estejam presentes,
mas as plantas (e os animais) adaptadas a climas mais secos se espalham e ocupam
os lugares deixados pela vegetação em recuo. Assim as formações vegetais se
expandem e recuam em função das condições favoráveis ou não.
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Outro fato interessante sobre esta teoria pode ser corroborado pelo fato de
espécies de animais e plantas serem encontradas tanto na Floresta Amazônica
quanto na Mata Atlântica, o que leva os pesquisadores a afirmar que houve a
existência de uma única e grande floresta que se estendia de norte ao sudeste do
país há milhares de anos atrás.
Desta forma as formações vegetais e a fauna que nela se instala mudam com o
passar do tempo, deixando registros de sua existência para além das áreas em que
são encontradas na atualidade.
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Sites
Moradores esperam as mudanças com a transposição do Rio São Francisco
Estea artigo trata de uma reportagem feita a partir de entrevistas com moradores das
áreas que estão como futuras beneficiárias pelo projeto de transposição das águas do
Rio São Francisco. Bastante interessante, pois demonstra a realidade e as expectativas
da população local em relação à chegada da água
http://goo.gl/3Zh1P0
Arenização no RS: um problema que cresce. Entrevista especial com Dirce Suertegaray
O artigo traz uma entrevista com a Profª Drª Dirce Suertegaray da Universidade
Federal do Rio Grande do Sul sobre o processo de arenização que vem ocorrendo em
uma extensa áre do Rio Grande do Sul. Muito interessante para compreender de que
forma as práticas agropecuárias mal planejadas podem causar a destruição ambiental
(dos biomas, dos solos e da economia local).
A professora explica, também, a diferença entre arenização e desertificação.
http://goo.gl/XgLKOB
Vídeos
Parque Nacional das Emas TERRA DA GENTE 02.
O vídeo, muito interessante, mostra a área do Parque Nacional das Emas, área de
preservação do Cerrado e as atividades agrícolas que foram desenvolvidas nos espaços
devastados desse bioma. Mostra ainda de que maneira foram criadas ações de
recuperação ambiental e a proteção de uma das nascentes do Rio Araguaia.
https://goo.gl/qir4pR
Domínios Morfoclimáticos - Mares de Morros
Vídeo muito interessante e bastante didático sobre a formação geológica e
geomorfológica da formação dos Mares de Morros. Mostra ainda a degradação
ambiental desse domínio
https://goo.gl/hRf9XJ
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Referências
AB´SABER. A. Os domínios de natureza no Brasil – potencialidades paisagísticas.
São Paulo: Ateliê Editorial, 2003.
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