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Introdução aos Sistemas Fotovoltaicos

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Unidade Didática 02:

Engº. Lucas S. Santana www.bluesol.com.br


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SUMÁRIO
1. TECNOLOGIAS DE CÉLULAS FOTOVOLTAICAS ...................................................... 5

1.1 Célula fotovoltaica de Silício cristalizado ..................................................... 5

1.1.1 Silício Monocristalino (m-Si) ....................................................................... 5

1.1.2 Silício Policristalino (p-Si) ............................................................................ 7

1.2 Célula fotovoltaica PERC ............................................................................. 8

1.3 Célula fotovoltaica de Silício amorfo ........................................................... 9

1.4 Célula fotovoltaica orgânica ...................................................................... 10

1.5 Referências ............................................................................................... 11

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1. TECNOLOGIAS DE CÉLULAS FOTOVOLTAICAS

1.1 CÉLULA FOTOVOLTAICA DE SILÍCIO CRISTALIZADO


O Silício (Si), é o segundo componente químico mais abundante no mundo, ficando atrás
apenas do Oxigênio (O2) e equivalente a 28% da massa da Terra. Por ser um material
semicondutor e fotossensível quando combinado com Boro (B) e Fósforo (P), é um dos
responsáveis pela existência do efeito fotovoltaico, como já estudado anteriormente.

Por apresentar excelentes características para condução elétrica, o Silício é muito


utilizado na indústria da eletrônica integrada e informática, sendo responsável por
compor os circuitos eletrônicos. Para esse fim, a pureza do Silício deve ser de
99,9999999%, sendo conhecido como “Silício grau-eletrônico” ou “9-Noves”.

Na indústria fotovoltaica, onde o Silício é o principal composto da célula fotovoltaica,


utilizá-lo no mesmo padrão de pureza da indústria eletrônica é inviável, por impactar
diretamente no custo do módulo fotovoltaico. Por isso, visando a larga aplicação da
tecnologia, desenvolveu-se o “Silício grau-solar” ou “6-Noves” com pureza de 99,9999%.

Dos mais variados métodos de produção desse tipo de Silício, dois ficaram bastante
conhecidos e são aplicados até hoje na produção da célula fotovoltaica de Silício
Monocristalino (m-Si) e no desenvolvimento da célula de Silício Policristalino (p-Si).

1.1.1 Silício Monocristalino (m-Si)


As células fotovoltaicas de Silício Monocristalino são aquelas que apresentam o maior
grau de eficiência energética e pureza do composto. Por esse motivo, também é o
processo mais complexo e custoso para a obtenção das células.

O Método Czochralski, um dos mais empregados e que leva o sobrenome do


pesquisador que polonês inventor do processo de cristalização do Silício, é capaz
produzir lingotes de material na forma de um único cristal. Por possuir tal forma, a célula
fotovoltaica monocristalina (de um único cristal), possui maior eficiência energética e
tem aspecto único em sua coloração.

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Na Figura 1, a seguir, onde o método é exemplificado, é possível identificar que os


cristais de Silício purificados são colocados no interior de um recipiente, passam por um
processo de dopagem química em alta temperatura e alinhamento das moléculas de
Silício para todas fiquem “na mesma direção”. Ao final, o monocristal é resfriado
lentamente para formação do lingote e posteriormente fatiado nas células fotovoltaicas.

Figura 1 - Método Czochralski. Fonte: https://en.wikipedia.org/wiki/File:Czochralski_Process.svg

Na Figura 2, está ilustrado um lingote de Silício Monocristalino (m-Si) resultante da


produção pelo Método Czochralski.

Figura 2 - Lingote de Silício monocristalino. Fonte: https://www.tf.uni-


kiel.de/matwis/amat/elmat_en/kap_6/illustr/i6_1_2.html

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O processo de produção de uma célula fotovoltaica de Silício Monocristalino deriva de


um lingote cilíndrico. Por esse motivo, na etapa de corte das lâminas, há perdas em
excesso de matéria-prima para que a célula tenha o formato quadrado, como
exemplificado na Figura 3, a seguir.

CORTE

Figura 3 - Corte na célula de m-Si. Fonte: autor.

Dessa forma, para que o refugo seja aproveitado, eles são novamente integrados ao
processo de derretimento do Silício para a formação de novos lingotes.

1.1.2 Silício Policristalino (p-Si)


A produção das células fotovoltaicas de Silício Policristalino, como o nome já diz, tem
em sua formação vários tipos de cristais de Silício. Esse processo, diferentemente do
Czochralski, pode ser aplicado em mais larga escala e possui menor custo no processo
fabril por ser menos complexo. Por esse motivo, são as células mais encontradas no
mercado.

O processo de fabricação do Silício Policristalino utiliza do derretimento de variados


blocos de Silício purificado para a obtenção de um novo lingote, assim como acontece
no processo do Monocristalino. Porém, as duas principais diferenças é que não se utiliza
da dopagem química em alta temperatura e alinhamento das moléculas do Silício para
a formação de um monocristal. O outro ponto é que o lingote não é resfriado através de
um processo controlado de temperatura.

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Por esse motivo, as células policristalinas possuem menor eficiência energética em


decorrência das diferentes características construtivas dos blocos utilizados em sua
formação. Uma das características visuais mais marcantes que diferem as células
monocristalinas das policristalinas, é que a segunda tem uma coloração heterogênea,
como ilustrado na Figura 4, a seguir.

Figura 4 - Célula fotovoltaica de Silício Policristalino. Fonte:


https://pt.wikipedia.org/wiki/Sil%C3%ADcio_policristalino

1.2 CÉLULA FOTOVOLTAICA PERC


A palavra PERC é a sigla para Passivated Emitter Rear Cell. Em uma tradução livre, é
aquela célula que possui contato traseiro com emissor passivo. Inventada há mais de 30
anos pela Universidade de South Wales na Austrália, mas somente há 2 anos começou
a ser empregada comercialmente.

Esse processo permite produzir células fotovoltaicas com metade da espessura de uma
célula monocristalina tradicional. O benefício direto desse método é a drástica redução
de custos de fabricação do módulo fotovoltaico. Porém, por ser mais fina, naturalmente
a célula tem menor capacidade de conversão direta da energia solar em eletricidade.

Para acabar com o problema da eficiência energética da célula, a tecnologia PERC aplica
uma camada de material dielétrico que aumenta o rendimento da célula, maximiza a

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radiação absorvida pelo Silício por um processo de reflexão dos raios solares e tem
menor perda de energia.

Por esse motivo, a nova geração de células fotovoltaicas com Silício Monocristalino PERC
vêm ganhando cada vez mais mercado mundo afora, levando para os consumidores,
módulos fotovoltaicos com alto rendimento e baixo custo.

1.3 CÉLULA FOTOVOLTAICA DE SILÍCIO AMORFO


A palavra amorfo, no dicionário, tem o significado de aquilo que não possui forma
definida. Dessa forma, o Silício Amorfo (a-Si) se diferencia dos demais por não possuir
formato de cristal como os monos e policristalinos. Esse é o principal motivo que as
tornam flexíves, podendo ser aplicadas nas mais variadas superfícies.

Outro ponto relevante das células Amorfo é que esse material possui alto potencial
ótico. Por isso, tem a capacidade de absorver grande quantidade de luz solar com fina
espessura da célula. Essa característica permite que módulos fotovoltaicos de Silício
Amorfo sejam menos espessos que os convencionais com Silício cristalizado.
Consequentemente, no mercado são conhecidos como módulos de película fina.

Por outro lado, por serem extremamente finas, uma das desvantagens das células
fotovoltaicas produzidas com o Silício Amorfo é que possuem alta perda de eficiência ao
longo de sua vida-útil. Esse desabono obriga os fabricantes a utilizarem duplas ou até
triplas camadas de Silício Amorfo em uma única célula para que o rendimento possa se
manter por um período maior, encarecendo o processo de fabricação.

Para somar à essa conta, os módulos com Silício Amorfo são mais pesados, pela grande
quantidade de vidro e as estruturas fotovoltaicas para esse fim também são especiais e,
como resultado, mais caras.

Figura 5 - Comparação entre células fotovoltaicas de Silício. Fonte:


https://www.porquecomoydonde.net/2017/02/que-es-un-panel-solar.html

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1.4 CÉLULA FOTOVOLTAICA ORGÂNICA


As células fotovoltaicas orgânicas (OPV), assim como as de Silício Amorfo, possuem fina
espessura e tamanha elasticidade que dão à célula a capacidade de se aderir a
praticamente qualquer tipo de superfície.

Diferentemente das células tradicionais que utilizam do Silício para a obtenção do


material semicondutor de eletricidade, as células orgânicas utilizam de compostos
derivados da indústria petroquímica impressos em camadas de vidro ou PET
(Politereftalato de etileno).

O processo de fabricação de uma célula OPV requer uso de menor quantidade de


energia que a tecnologia tradicional. Por isso, o custo envolvido também é menor.
Porém, a principal desvantagem dessa tecnologia é que ainda sofre forte redução do
rendimento energético em presença constante da radiação solar pela degradação dos
compostos polímeros e orgânicos. Por isso, ainda não fabricados em pequena escala.

Figura 6 - Célula fotovoltaica orgânica. Fonte: https://itsolar.com.br/energia-solar/o-que-e-opv-paineis-solares-


fotovoltaicos-organicos/

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1.5 REFERÊNCIAS
ARTICLE WORLD. Czochralski process. Disponível em:
<http://www.articleworld.org/index.php/Czochralski_process>. Acesso em: 12 de
agosto de 2020.

BEZERRA, Marcelo Soares. Série Rochas e Minerais Industriais – O Potencial dos


Agrominerais Alternativos na Região Nordeste do Brasil. Disponível em:
<https://www.cetem.gov.br/series/serie-rochas-e-minerais-
industriais/item/download/1694_1d2db6e0900ffe23fb2ceedc14daf8ad>. Acesso em:
10 de agosto de 2020.

PINHO, João Tavares e Galdino, Marco Antonio. Manual de engenharia para sistemas
fotovoltaicos. Rio de Janeiro: CEPEL - CRESESB. Março de 2014. Disponível em:

VILLALVA, Marcelo Grandella. Tecnologia PERC - a nova geração de células


fotovoltaicas. Disponível em: <https://canalsolar.com.br/artigos/artigos-
tecnicos/item/64-tecnologia-perc-a-nova-geracao-de-celulas-fotovoltaicas>. Acesso
em: 14 de agosto de 2020.

WIKIPEDIA. Célula solar polimérica. Disponível em:


<https://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%A9lula_solar_polim%C3%A9rica>. Acesso em: 14
de agosto de 2020.

WIKIPEDIA. Método Czochralski. Disponível em:


<https://en.wikipedia.org/wiki/Czochralski_method>. Acesso em: 12 de agosto de
2020.

WIKIPEDIA. Silício Policristalino. Disponível em:


<https://pt.wikipedia.org/wiki/Sil%C3%ADcio_policristalino>. Acesso em: 10 de agosto
de 2020.

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