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Sistemas de Energia Solar

Prof. Rafael R. Araujo


Célula Solar de Película Fina

No mercado de energia solar fotovoltaica existem basicamente duas famílias


de tecnologias: a do silício cristalino e a dos filmes finos ou película fina.

A tecnologia cristalina, à qual pertencem os silícios mono e policristalino, é


responsável pela maior fatia de mercado e responde pela quase totalidade das
células e dos módulos fotovoltaicos fabricados no mundo.

Por outro lado, há um interessante nicho de mercado para a tecnologia


denominada filmes finos.
Célula Solar de Película Fina

Uma célula solar de filme fino é uma segunda geração de células solares que é
feita depositando uma ou mais camadas finas ou filme fino (TF) de material
fotovoltaico em um substrato, como vidro, plástico ou metal.
A espessura do filme varia de alguns nanômetros (nm) a dezenas de
micrômetros (µm). O filme é muito mais fino que a tecnologia rival, a célula
solar convencional de silício cristalino de primeira geração (c-Si), que usa
discos com até 200 µm de espessura.

Isso permite que as células de filme fino sejam flexíveis e com menos peso.
Célula Solar de Película Fina

É utilizado na construção de sistemas fotovoltaicos integrados e como material


de envidraçamento fotovoltaico semitransparente que pode ser laminado nas
janelas.
A tecnologia de filme fino sempre foi mais barata, mas menos eficiente que a
tecnologia c-Si convencional.

Enquanto na tecnologia cristalina as células são fabricadas a partir da


serragem de lingotes sólidos de silício, as células e os módulos de filmes finos
são fabricados a partir da deposição de pequenas partículas de
semicondutores sobre superfícies que podem ser rígidas ou flexíveis.
Célula Solar de Película Fina

A técnica de deposição de filmes finos é empregada em muitas áreas da


indústria e é um importante campo de estudo da ciência dos materiais.
A deposição de um filme fino é o ato de aplicar uma fina camada de um
material à superfície de outro material, modificando as características físicas
ou químicas do material receptor.

O processo de deposição de um filme fino pode ser realizado por vários


métodos, dentre os quais um dos mais utilizados é a deposição física de vapor
(PVD – physical vapor deposition).
Célula Solar de Película Fina

A técnica PVD corresponde à deposição de um material sobre uma superfície


através de sua vaporização dentro de uma câmara de vácuo aquecida.
O material a ser depositado é vaporizado pela aplicação de uma alta
temperatura. A deposição pode ocorrer através de um processo puramente
físico ou pode envolver reações químicas na superfície do substrato (material
que recebe o filme fino).

O resultado da deposição física de vapor é a produção de uma fina película,


conhecida mais comumente como filme fino, do material que foi vaporizado.
Célula Solar de Película Fina

A velocidade da vaporização pode ser controlada, permitindo o ajuste da


espessura da camada. É possível também submeter o substrato a diversas
etapas de deposição, acrescentando gradualmente diversas camadas do
mesmo material ou de materiais diferentes.

Testes de vida acelerada de módulos de filmes finos em condições de


laboratório mediram uma degradação um pouco mais rápida em comparação
com o PV convencional, enquanto geralmente se espera uma vida útil de 20
anos ou mais.
Célula Solar de Película Fina

Tipos de células fotovoltaicas de película fina:

Muitos dos materiais fotovoltaicos são fabricados com diferentes métodos de


deposição em uma variedade de substratos. As células solares de película fina
são geralmente classificadas de acordo com o material fotovoltaico utilizado.
De acordo com esses critérios, são os seguintes tipos de células fotovoltaicas
de película fina.
Célula Solar de Película Fina

● Silício amorfo (a-Si)

● Telúrio de cádmio (CdTe)

● Cobre-índio-gálio-selênio (CIS ou CIGS)


Célula Fotovoltaicas a-Si

O silício amorfo (sem forma) não possui uma estrutura cristalina, mas sim uma
rede irregular. Por isso se formam ligações livres que absorvem hidrogênio até
a saturação. Esse silício amorfo hidrogenado (a-Si:H) é criando em reatores
plasmáticos, através de vaporização química de silano gasoso (SiH4), que
requer temperaturas relativamente baixas, em torno de 200°C a 250°C

A grande desvantagem das células de a-Si é a sua baixa eficiência, que


diminui nos primeiros 6 a 12 meses de funcionamento, devida à degradação
provocada pela luz, pelo chamado Efeito Staebler-Wronski, até atingir um valor
estável.
Célula Fotovoltaicas CIGS

O CIGS (cobre-índio-gálio-selênio) é um dos principais materiais atualmente


empregados na fabricação de células fotovoltaicas de filmes finos.

O CIGS tem um bom coeficiente de absorção da luz solar, permitindo o uso de


camadas mais finas do que as que seriam necessárias com outros tipos de
semicondutores.

Células CIGS já foram fabricadas em laboratórios com eficiências superiores a


21% e comercialmente os módulos têm eficiências variando entre
aproximadamente 15% e 18%, muito próximas das eficiências dos módulos de
silício cristalino.
Célula Fotovoltaicas CIGS

CIGS é uma das únicas tecnologias de materiais, ao lado do CdTE, que


conseguem competir comercialmente com o silício cristalino.

Enquanto o grande mercado de geração de energia emprega massivamente o


silício cristalino, há diversas aplicações em que as células CIGS destacam-se.

Os filmes CIGS podem ser depositados sobre superfícies plásticas ou de vidro,


permitindo a criação de uma variedade de produtos fotovoltaicos, como
módulos flexíveis e telhas com diversos formatos.
Célula Fotovoltaicas CIGS
Célula Fotovoltaicas CIGS
Célula Fotovoltaicas CIGS
Célula Fotovoltaicas CIGS
Célula Fotovoltaicas CIGS

Por que CIGS?


Quando o objetivo é produzir células e módulos fotovoltaicos flexíveis ou que
tenham formatos não planos, a única opção possível é o uso de filmes finos.

Módulos fotovoltaicos flexíveis, telhas, toldos, coberturas de veículos e


elementos decorativos para fachadas de prédios podem ser produzidos a partir
de filmes finos. Silício cristalino não é uma opção nesses casos.
Célula Fotovoltaicas CIGS

● Produção sustentável, com o uso de menos recursos energéticos e


menor volume de matéria prima. Uma célula CIGS é 100 vezes menos
espessa do que uma célula cristalina de silício;
● Coeficiente térmico reduzido. Esta é uma vantagem encontrada em
todos os filmes finos, que sofrem menos com a elevação da
temperatura;
● Módulos de filmes finos são bons absorvedores de luz difusa, sendo
adequados para a instalação em posição vertical, o que permite sua
integração à arquitetura. Podem ser usados como revestimento em
fachadas de prédios e instalados em locais que tipicamente não são
adequados para o emprego de módulos cristalinos;
Célula Fotovoltaicas CIGS

● Podem ser fabricados em dimensões pequenas ou grandes, sem as


restrições de tamanho conhecidas nos módulos cristalinos devido à
fragilidade das células;

● Não sofrem com o problema de microcracks como os módulos cristalinos;

● Módulos CIGS chegam perto da eficiência de módulos cristalinos


comerciais, com as vantagens dos filmes finos.
Célula Fotovoltaicas CIGS
Célula Fotovoltaicas CIGS
Célula Fotovoltaicas CIGS
Célula Fotovoltaicas de Película Fina

● Problema # 1 Eficiência muito baixa significa que você precisa de um


telhado enorme!

● Problema # 2 Tecnologia imatura

● Problema # 3 Processo de produção extremamente sujo.

● Problema # 4 Custo mais alto de instalação

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