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Elaborador do Módulo:
Coordenador do MBA:
11- Principais Ensaios para Caracterização dos Agregados para Lastro Ferroviário ...... 152
11.1- Normas Técnicas Aplicáveis para Caracterização de Lastro Ferroviário............... 152
11.2- Propriedades Físicas de Agregado para Uso como Lastro Ferroviário ................. 153
11.3- Material para Lastro Ferroviário ......................................................................... 153
11.4- Forma de Pedra Britada para Uso como Lastro Ferroviário ................................. 153
11.5- Granulometria de Pedra Britada para Uso como Lastro Ferroviário ..................... 154
11.6- Ensaio de Abrasão Los Angeles para Lastro Ferroviário ...................................... 157
11.7- Ensaio de Resistência ao Choque (Impacto Treton) ............................................ 158
11.8- Ensaio de Impurezas e Substâncias Nocivas ....................................................... 158
INFRAESTRUTURA FERROVIÁRIA
1.1- Introdução
Ferrovia - Sistema de transporte terrestre em que os veículos se apoiam sobre uma pista de
rolamento por intermédio de elementos metálicos. Via constituída por trilhos de aço
paralelos fixados permanentemente em dormentes sobre uma plataforma onde veículos
interligados, formando o trem, trafegam apoiados e guiados por rodas de aço dotadas de
friso.
Suporte e Pista de Rolamento: os trilhos tem que manter uma condição estável e
perfeita no referente ao plano vertical (alinhamento)
Cada um desses elementos sofre uma desagregação própria ao longo do tempo, devido às
ações a que está submetido e às condições ambientais. Isso provoca alteração nas
condições iniciais de implantação da via, ou seja, mudança das características ideais,
acarretando prejuízo para a qualidade operacional do sistema.
Camada de material rochoso granular situado acima do sublastro e abaixo dos dormentes,
preenchendo também os espaços entre eles.
Uma ampla faixa de materiais é usada para lastro ferroviário e sua habilidade de
desempenhar as funções requeridas depende principalmente da resistência, formato e
granulometria do material:
São dispositivos destinados a permitir a livre passagem das águas de talvegues (rios,
córregos) que interceptam a ferrovia (bueiros de grota) ou então responsáveis por captar e
transportar as águas da chuva nos taludes e cortes (bueiros de greide). Os bueiros de greide
normalmente estão associados a dispositivos auxiliares, tais como as caixas coletoras.
Corpo: parte situada sob cortes e aterros, podendo estar sujeito a elevadas
sobrecargas;
Quanto à forma da seção: são tubulares quando a seção é circular e celulares quando
a seção é retangular ou quadrada; quando tiver seção diferente das citadas
anteriormente (ex.: elipsóide, ovóide, arco, etc.) serão classificados como de seção
especial.
Quanto ao número de linhas (seções drenantes): são simples quando houver somente
uma linha de tubos ou de células, duplos ou triplos quando houver, respectivamente,
2 (duas) e 3 (três) linhas, quádruplos quando houver 4 linhas e assim
sucessivamente.
[A] [B]
Figuras 7.A.- Canaletas com seção retangular e trapezoidal, com revestimento vegetal
7.B. – Canaletas de berma revestidas com concreto
São caixas, normalmente de concreto, construídas nas extremidades das descidas d’água e
canaletas de drenagem, para dissipação da energia hidráulica das águas coletadas, evitando
velocidades elevadas de escoamento que podem causar erosão no solo no ponto de
lançamento ou às margens da canaleta se houver extravasamento.
.
Figura 14 – Caixa de Dissipação
A drenagem profunda (ou interna) visa retirar a água que percola no interior dos maciços
terrosos (através dos poros) ou rochosos (através das fendas e fissuras), propiciando
redução das pressões neutras e a manutenção de eventuais efeitos de sucção, contribuindo
decisivamente para a estabilidade dos taludes.
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Drenos profundos
Barbacãs
Corte em Rocha
Dreno
mais
usado
Materiais aplicados
1.8.3- Barbacãs
Tubos sub-horizontais curtos instalados em muros de arrimo para captar água que percola
no interior do maciço.
b) Extremidade interna do tubo envolvida por geotêxtil ou tela de nylon (tipo Bidim®)
para impedir o carreamento de finos do maciço;
c) Fixação do geotêxtil (ou tela de nylon) feita com arame de cobre ou outro material
resistente à corrosão;
d) Material drenante executado na parte interna do muro deve atender aos critérios de
filtro;
Permeabilidade;
Não entupimento do material drenante;
Não entupimento do tubo;
Uniformidade.
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Figura 18 – Barbacã
Núcleo drenante formado por uma geomanta 3D com mais de 90% de vazios, composto por
filamentos grossos de polipropileno e termo-soldado entre 1 ou 2 geotêxteis não-tecidos
de poliéster em todos os pontos de contato.
VANTAGENS:
Objetivos:
- Produção de melhor distribuição de cargas em ambos os trilhos
- Redução dos defeitos superficiais e dos desgastes de trilhos
- Redução dos defeitos dos materiais de tração e rodantes
- Compensação parcial ou total dos efeitos da força centrífuga, reduzindo suas
consequências
Vetorização do projeto
Obtenção da superfície após a implantação do projeto sobre o terreno original
Atualização da superfície com alargamentos de cortes ou aterros
Lançamento sobre a planta vetorizada do traçado atual da via de acesso
Lançamento do traçado em planta e perfil sobre a superfície atualizada
Lançamento do traçado em planta e perfil da via de acesso sobre a planta
ENTREVIA = Distância entre os eixos de duas vias permitindo o cruzamento de trens com
espaçamento seguro entre elas
• Bitola
• Alinhamento
• Nivelamento
• Superelevação
BITOLA
Distância entre as faces internas dos trilhos de uma via medida a 16 mm abaixo da
superfície de rolamento dos trilhos. É um dos elementos mais importantes de todo o projeto
e traçado ferroviário, sendo parâmetro de definição das seguintes características da ferrovia:
Velocidade;
Capacidade de transporte;
Tipo de material rodante;
Aspectos econômicos;
Possibilidade de unificação das ferrovias existentes.
Figura 22 - Bitola
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NIVELAMENTO
Tipos de Nivelamento
- Nivelamento Transversal: diferença das cotas entre topos dos trilhos no mesmo
ponto quilométrico de uma determinada seção transversal.
ALINHAMENTO
SUPERELEVAÇÃO
Recurso utilizado pelas ferrovias para compensar o efeito da força centrífuga nas curvas
onde o veículo tende a ser deslocado para o lado externo da curva. A compensação é feita
elevando-se o trilho externo em função do raio da curva e da velocidade dos trens, para
inclinar a via para o lado interno da curva. A superelevação máxima usada pelas ferrovias é
cerca de 10% da bitola. Na FCA aplica-se uma superelevação máxima de 60 mm e na FNS de
120 mm.
Figura 28 – Superelevação
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2.2- Terraplenagem
Qualquer serviço que efetuado num terreno modifica a sua conformação natural, seja por
preenchimento (aterro) ou escavação (corte).
Equipamentos aplicados:
Trator de esteira com lâmina;
Retroescavadeira;
Pá Mecânica;
Caçamba;
Moto-niveladora;
Escarificadores;
Compactadores;
Irrigadeiras;
Valetadoras;
Perfuratriz.
2.2.1- Aterro
Preenchimento executado quando a plataforma da ferrovia possui uma cota maior que a da
superfície natural do terreno.
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Figura 29 – Aterro
2.2.2 – Corte
Escavação executada quando a plataforma da ferrovia possui uma cota menor que a da
superfície natural do terreno.
Figura 30 - Corte
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Quanto maior a aproximação das partículas, maior será a coesão e o atrito interno, e maior
a resistência ao cisalhamento.
Figura 31 – Preparando a plataforma com arado para compactação com rolo “pé de carneiro”
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Segundo Brina:
O subleito é uma camada de solo natural ou final de terraplenagem que deverá receber e
suportar as cargas provenientes do sublastro e favorecer a característica elástica ao sistema,
sendo que os últimos 20 cm da camada têm a finalidade de aumentar a capacidade de
suporte da plataforma e a resistência à penetração d’água
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Solos: Materiais passíveis de escavação por processos mecânicos simples sem a necessidade
de aplicação de técnicas especiais (Ex.: desmonte por explosivos)
Caracterização Física dos Solos - Objetivo: Ensaios que visam obter as características e
propriedades básicas dos solos para avaliar sua aplicabilidade nas obras de terra
(construção civil, rodovias, ferrovias, etc.)
Com base nos resultados dos ensaios realizados, poderemos identificar e classificar
tecnicamente os tipos de solos a serem aplicados em obras de engenharia.
Figura 33 – Indicadores que relacionam o volume e o peso das fases do solo para
determinar o estado do solo
A determinação dos índices físicos depende da inter-relação entre os pesos e volumes das
fases constituintes do solo (ar, água e sólidos) além da inter-relação entre os próprios
índices físicos, conforme apresentados no quadro de fórmulas a seguir.
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3.3.2- Granulometria
Processo de Peneiramento
Procedimento:
- Separar partículas > 2 mm (peneiramento grosso)
- Separar partículas < 2 mm (peneiramento fino)
Processo de Sedimentação
Segundo Albert Atterberg (agrônomo sueco), os solos finos apresentam variações de estado
de consistência em função do teor de umidade.
Os limites de Atterberg são os teores de umidade limite para tipos de solos, determinando
sua consistência, que consiste no grau de resistência e plasticidade do solo dependentes
das ligações internas entre suas partículas.
Sólido e Semi-sólido;
Semi-sólido e plástico;
Plástico e líquido....
Plasticidade: Propriedade dos solos finos que consiste na maior ou menor capacidade de
serem moldados sob certas condições de umidade.
ABNT - NBR 7250/82: É a propriedade de solos finos, entre largos limites de umidade, de se
submeterem a grandes deformações permanentes, sem sofrer ruptura, fissuramento ou
variação de volume apreciável.
Solos finos (silte e argila) não são caracterizados pelo ensaio de granulometria
adequadamente. Necessita-se outros parâmetros:
Busca situar o teor de umidade (w) do solo no intervalo de interesse para a utilização na
prática, ou seja, entre o Limite de Liquidez (LL) e o Limite de Plasticidade (LP).
Quantitativamente, cada um dos tipos pode ser identificado quando se tratar de argilas
saturadas pelo seu Índice de Consistência (IC), do seguinte modo:
Determinar o estágio em que uma amostra de solo saturado deixa de reduzir de volume
quando submetida ao processo de secagem
Procedimento: Moldar uma amostra com alto teor de umidade, seca-se em estufa e
determina-se a umidade da amostra contraída. Para se medir o volume da amostra de solo
totalmente seca (Vs = V2 = Volume da pastilha), emprega-se o método de deslocamento do
mercúrio, que é recolhido e medido numa proveta graduada
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Classificação Genética
Classificação Geológica
Classificação Pedológica
Classificação Genética
Classificação Textural
Nela, os solos são agrupados de acordo com o tamanho de suas partículas, através do
ensaio de granulometria. Classificação limitada, pois o comportamento não depende apenas
da granulometria, contudo é uma informação essencial para a descrição dos solos.
Classificações Geotécnicas
Figura 44 – SUCS
O 1º grupo a partir da esquerda, com o qual os valores do solo ensaiado coincidir, será a
classificação correta.
O ensaio Mini-MCT é trabalhoso, exige muito tempo para execução e cálculo das
curvas de compactação, a não ser que o equipamento seja totalmente automatizado
com aquisição eletrônica de dados.
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Os ensaios dinâmicos ou de cargas repetidas dos solos do subleito e das demais camadas
fornecem os parâmetros de deformabilidade necessários ao dimensionamento.
No decorrer dos anos com a valorização dos modais rodoviário e ferroviário e a crescente
necessidade de elevar o volume de carregamento nas vias, tornou-se imprescindível o
aprofundamento de pesquisas a fim de estudar o comportamento do pavimento e suas
respostas à aplicação de diferentes tipos de cargas, culminando com o surgimento da
mecânica dos pavimentos.
Durante muito tempo, nas primeiras décadas do século XX, o estudo do dimensionamento
do pavimento não tinha grande relevância dentro da área de Mecânica dos solos, pesquisas
que visassem métodos experimentais praticamente não existiam, ou seja, os critérios para
determinar as tensões admissíveis das camadas do pavimento eram realizados totalmente
de forma empírica através de correlações.
E modelos estruturais foram aplicados, desde a Associação de molas, passando pelas vigas
sobre apoios elásticos e o método de elemento finitos.
p = Cy
Sendo:
P = força por unidade de área
Y = deflexão
C = coeficiente de Winkler ou coeficiente de lastro, que é definido como uma tensão por
unidade de comprimento que produz uma deflexão unitária no lastro, cuja dimensional é
[F][L]-3.
Somente com Talbot, no século XX, que o procedimento para análise das propagações de
tensões na via obteve uma nova concepção, contribuindo significativamente para o
desenvolvimento dos critérios atualmente empregados no dimensionamento de pavimento
ferroviário.
p = uy
Sendo:
p = o carregamento linear uniformemente distribuído de reação do lastro às cargas de
tráfego; p
u = módulo de via, cuja dimensional é [F][L]-2;
y = deflexão do trilho.
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Figura 71 – Módulos de via sugeridos pela AREA (antiga AREMA) para as cargas por eixo
aplicadas nas ferrovias da VLI (FCA e FNS)
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Tal configuração da via férrea baseada nesses moldes de propagação de tensão é a mais
moderna existente, resultado de anos de pesquisas e inúmeras tentativas de compreender o
comportamento do pavimento, culminando assim na principal interpretação da dinâmica da
via que consiste na interação de todos os componentes da ferrovia, tanto da infraestrutura
quanto da superestrutura, a fim de representar o desempenho global da estrutura férrea.
///
Figura 72 – Modelo estrutural da via como um sistema de camadas
Com base na formula de Talbot, a AREMA (ex-AREA) – American Railway Engineering and
Maintenance-of-way Association estabeleceu a sua aplicabilidade na determinação da
espessura do lastro entre a base do dormente e o topo do sublastro considerando os
seguintes fatores:
Com novas variáveis (fatores) no trem (diferentes diâmetros da roda) e na estrutura da via,
(camada de sublastro e tipos diferentes de dormentes por material e dimensão), a AREMA
adequou a fórmula de Talbot, melhorando o modo de se determinar a tensão atuante na
face inferior do dormente (PA = αd = s0) e definiu o valor de 18 psi como a tensão
admissível de rolamento atuante sobre o subleito (plataforma ferroviária) incluindo um fator
Carga da roda (P) do veículo de maior carga por eixo (locomotiva ou vagão), que
relaciona o peso sobre o nº de rodas (em lbf)
Área de contato (A) do dormente com o lastro - comprimento x largura (em pol²)
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NOTA: Vale lembrar que a altura H definida pela AREMA para a fórmula de Talbot com a
adoção das novas variáveis e a introdução da camada de sublastro consiste na a soma da
altura do lastro (HL) com a espessura do sublastro (HSL = 20 cm). Portanto, deve-se subtrair
esta espessura do sublastro para determinar a altura do lastro.
Portanto, a formula de Talbot pode ser aplicada mediante de duas maneiras: aplicando o
sistema de medidas métrica (m, cm², kgf, km/h) ou americana (pol, pol², lbf, mph)
conforme ilustrado a seguir:
4/5 4/5
H = (53,87 x PA / PC) em cm ou H = (16,8 x PA / PC) em pol
1) Calcular o fator de impacto e a carga da roda do veículo de maior impacto (maior peso
exercido por roda (neste caso, o vagão HTH carregado de 27,5 toneladas por eixo)
2) Determinar o fator de distribuição pelo espaçamento entre os eixos dos dormentes, neste
caso 0,61 cm gerando um DF = 50%
Portanto, com base nos fatores aplicados para FCA e FNS, determinou-se as seguintes
alturas de lastro a serem aplicadas:
Além da altura, dois aspectos que caracterizam a seção transversal da via são a largura do
ombro do lastro e a razão de inclinação do talude do lastro
O lastro deverá facear a superfície superior dos dormentes sem encobri-los e cobrir toda
área de seus topos.
A razão de inclinação do talude do lastro ferroviário deve ser de 3:2, mesma razão utilizada
para aterros de infraestrutura.
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Com a aplicação destas variáveis dimensionais é possível determinar o volume de brita por
metro de via a ser aplicado como lastro ferroviário.
Veja na figura a seguir o volume em m³/m de via a ser aplicado na FCA (bitola métrica) e na
FNS (bitola larga). Lembrando que para bitola mista existente também na FCA, deve-se
utilizar o volume de brita para bitola larga (similar ao da FNS).
Figura 82 – Dimensionamento do volume do lastro por metro de via para FCA e FNS, para
diferentes dormentes e cargas por eixo
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Os problemas observáveis em taludes são similares àqueles apresentados pelo IPT (1991), a
seguir discriminados:
Os problemas expostos na tabela acima serão discutidos de forma sucinta nos tópicos
seguintes.
5.1- Erosão
Além da erosão ocasionada pelo escoamento das águas superficiais (fluxo superficial),
também existe aquela ocasionada pelo escoamento de subsuperfície (ou subterrâneo), na
qual a água faz o carreamento de partículas de solo do corpo do talude, formando condutos
ou cavidades no interior do mesmo. O solapamento formado aumenta e concentra o fluxo,
retroalimentando a erosão. Esse fenômeno está mais associado a taludes de aterro e é
denominado piping (“entubamento”). Esse fenômeno também está associado à formação de
voçorocas.
O IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo) propôs uma classificação
simplificada da erosão em canais, a saber:
O risco de erosão na plataforma é maior em áreas com cortes de grande extensão e altura,
sem a devida captação das águas pluviais através de valetas.
Concentração de águas pluviais por percolação d’água nas trincas nas canaletas:
Recuperá-las. (Se pequenas deformações, passar demão de argamassa nas juntas e
locais com trincas);
Exposição de grandes áreas suscetíveis à erosão (alto risco para ferrovia) ainda sem
intervenções emergenciais: Antes das chuvas, proteger com manta impermeável
ancoradas em cristas e bermas;
5.2- Rastejos
Figura 88 – Rastejo
5.3- Escorregamentos
Escorregamentos em cunha;
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Sabe-se que as areias têm resistência dependente do confinamento a que estão submetidas,
confinamento este que é reduzido na região das bordas de taludes íngremes. É por isso que
um corte a 90º em solo puramente arenoso não se mantém. Já um solo puramente argiloso
pode se manter estável mesmo segundo um corte de 90º, uma vez que a argila possui
coesão (que independe do confinamento).
Dessas figuras, observa-se que o fator de segurança é bastante dependente do tipo de solo,
mesmo diante da igualdade da geometria dos taludes.
Nesse sentido, recomenda-se que a seção de um talude seja executada de acordo com um
projeto de dimensionamento geotécnico, em conformidade com os ditames da NBR 11682 -
Estabilidade de Taludes, para a compatibilização entre a declividade e os condicionantes
geológico-geotécnicos.
Soluções:
As estruturas residuais são planos de fraqueza herdados da rocha mãe, caracterizados por
fraturas e xistosidades.
Soluções:
A saturação do solo pode ocorrer tanto devido à elevação do lençol freático quanto pela
infiltração de água durante períodos de chuva prolongados.
Efeitos de erosões.
Soluções:
As rupturas associadas à erosão são inicialmente pequenas, porém, por serem remontantes,
acabam por comprometer a estabilidade do talude como um todo com o passar do tempo.
Soluções:
Retaludamento;
Os corpos de tálus são materiais heterogêneos constituídos por uma mistura de solo e
blocos de rocha e encontrados na base de encostas.
São formados pela ação da gravidade sobre solos situados em cotas superiores e, por isso,
são típicos solos transportados, bastante susceptíveis a movimentações decorrentes de
variação do lençol freático.
Soluções:
Aterros construídos sobre solos de baixa capacidade de suporte (ex.: argilas moles
de formação aluvionar), como ilustra a figura a seguir;
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Soluções:
Boa parte dos problemas verificados em aterros está associada ao corpo do aterro
propriamente dito, os quais ocorrem pelos fatores a seguir:
Compactação inadequada;
Importante salientar que as bordas dos aterros são as regiões mais sujeitas por
escorregamentos. Os escorregamentos de borda ocorrem atingindo geralmente a parte
externa não compactada do aterro, e envolvendo pequeno volume de material, porém
resultando em uma cicatriz com talude subvertical. Após este escorregamento, que
normalmente é ignorado pela sua pequena expressão, o aterro torna-se instável devido à
forte inclinação resultante do talude, e inicia-se um processo remontante de trincas que
poderá gerar uma ocorrência de maiores proporções no futuro.
Soluções:
Retaludamento;
A transposição desses talvegues pode ser feita por obras de arte especiais ou obras de arte
corrente.
Sabe-se que, em determinados locais, as obras de arte corrente são bastante susceptíveis a
obstrução, que normalmente ocorre em função do carreamento de materiais por uma
enxurrada (pedaços de árvores, troncos e galhos, produto de erosão e escorregamentos a
montante, etc.).
Soluções:
Tais problemas associados à falta de proteção superficial podem acarretar infiltrações nos
taludes e na própria plataforma, causando todos os problemas decorrentes.
Soluções:
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Compactação inadequada;
Deficiências de drenagem;
Rompimento de bueiros.
Soluções:
Soluções:
Remoção de blocos de rocha soltos: Os blocos de rocha dos cortes soltos que possam
vir a cair sobre a via deverão ser retirados e transportados para local adequado;
Execução de contenções provisórias: Nos locais erodidos, onde não for possível fazer
a recomposição da plataforma com solo compactado, deverão ser construídas obras
de contenção tipo estacado de trilhos e dormentes para evitar o agravamento do
problema. Em tempo chuvoso, o reaterro poderá ser feito com material arenoso com
a última camada em argila para funcionar como selo.
.
Figura 101 – Vetiver
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Os problemas expostos na tabela acima serão discutidos de forma sucinta nos tópicos
seguintes.
6.1- Ruptura
Sobrecarga do aterro;
Soluções:
Reforço do bueiro.
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6.2- Assoreamento
Obstrução a jusante;
Soluções:
6.3- Trincas
Trincas nas estruturas dos dispositivos de drenagem ocorrem basicamente pelos mesmos
motivos que conduzem os equipamentos ao colapso, haja vista que, frequentemente, a
ruptura é precedida pelo aparecimento de trincas.
Uma exceção importante são as trincas decorrentes de efeitos térmicos, que podem não
conduzir a estrutura à ruptura, mas comprometer seu Estado Limite de Serviço.
Trincas nas estruturas de concreto das OAC’s também podem estar associadas a algumas
reações expansivas, como a corrosão das armaduras e ataque do concreto por sulfatos.
Soluções:
Tratamento da trinca com calda de cimento, cimento polimérico, injeções, etc. O tipo
de tratamento é específico para cada caso e deve ser objeto de estudo conjunto entre
o campo e a engenharia.
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6.4- Obstrução
Assoreamento intenso;
Solução:
Elas são diretrizes a serem seguidas, respeitando normas vigentes aplicáveis na definição
dos parâmetros, critérios de cálculos, cargas de utilização e análise estrutural dos itens do
projeto.
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Na execução do corpo dos aterros não será permitido o uso de solos de baixa
capacidade de suporte (ISC<2%) e expansão maior do que 4%. O solo da camada final
deverá ter expansão de no máximo 2%.
Caso seja necessário o tratamento prévio dos solos da jazida, tal procedimento
deverá ser feito com a correção da umidade (dentro dos valores estabelecidos em
projeto específico), destorroamento e homogeneização.
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Etapas Executivas:
7.2- Retaludamento
Etapas executivas:
a) Demarcação dos limites de corte: proceder a locação da crista do corte com auxílio
de equipe de topografia visando garantir a geometria estabelecida no projeto;
Proteção com tela metálica: Utilização de tela metálica fixada à superfície do talude
por meio de chumbadores, em locais onde existe a possibilidade de queda de
pequenos blocos de rocha, com consequente descalçamento e instabilização de áreas
adjacentes ou prejuízo às operações da ferrovia. Normalmente se utiliza telas
galvanizadas ou revestidas por camada de material plástico.
Objetivos: Os bueiros são dispositivos (obras de arte correntes) que visam permitir a
transposição de talvegues interceptados pelas ferrovias ou captar as águas provenientes dos
taludes e da plataforma. Atuam como conduto livre ou forçado, dependendo do
comprimento e da carga a montante. O projeto dos bueiros deve contemplar aspectos
hidrológicos, geotécnicos, estruturais e construtivos.
Materiais:
Equipamentos:
Caminhão Munck;
Caminhão de carroceria fixa ou basculante;
Betoneira ou caminhão betoneira;
Pá carregadeira;
Depósito de água ou caminhão tanque;
Retroescavadeira ou valetadeira;
Vibradores de imersão;
Compactador manual ou mecânico (“sapos”);
Ferramentas manuais.
O curso d’água deve ser desviado, quando necessário, por meio de ensecadeiras;
Para bueiros celulares, executar a laje inferior da estrutura (servindo como fundação),
devendo antes executar camada de concreto magro;
Instalação dos tubos sobre a porção superior do sobreberço, com guias ou calços de
madeira para posicionamento correto dos tubos;
Disposições Gerais:
Para declividade do bueiro > 5%, o berço deve ser ter dentes espaçados conforme
projeto;
Geralmente o corpo da estrutura trabalha a flexão e a compressão pelo peso próprio sendo
que este fato é desprezível. Em outras ocasiões o muro desempenha uma segunda missão
que é da transmissão de esforços ao terreno.
Estes muros podem ser separados em muros de gravidade ou muros de concreto armado.
Estruturas corridas opondo aos empuxos horizontais pelo peso próprio. Aplicadas para
conter desníveis pequenos ou médios, inferiores a cerca de 5 m. Podem ser construídos de
pedra ou concreto e gabiões.
Mais antigos e numerosos com uso menos frequente devido custo elevado (muros de
maior altura).
Face frontal plana e vertical - inclinação mínima de 1:30 (2°) para trás (em direção ao
terrapleno) para evitar a sensação ótica de uma inclinação do muro na direção do
tombamento para frente.
Drenagem alternativa na face posterior por manta geossintética com água recolhida
por tubos de drenagem bem posicionados.
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Muros de gabião:
Simples execução manual com blocos de rochas naturais ou artificiais sem mão de
obra especializada.
Seção transversal (por problemas estéticos e espaço limitado) com face externa
vertical e posterior com degraus internos.
Degraus também na face externa (recuo mínimo de 20 cm) entre camadas sucessivas
de gabiões visando estabilidade.
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Muros em fogueiras:
Concreto armado como material de construção para muros de arrimo motivado pela
minimização do volume da estrutura de contenção e resistência aos esforços de flexão
provocados pelo empuxo do solo. Com o terrapleno atuando como estabilizador sobre o pé
do muro de contenção, o conjunto estrutural age como uma estrutura de gravidade.
Principais tipos de muros de concreto armado são:
Muros L ou T invertido:
Composto por uma laje de base, enterrada no terreno de fundação e uma face
vertical.
Cortinas atirantadas:
Trecho livre: entre a cabeça e o trecho engastado, que transmite tração entre as
extremidades.
Atenção especial deve ser dada aos dispositivos de drenagem, pois funcionam em conjunto
e a falta de manutenção num dos componentes sobrecarregará os demais, impedindo o
perfeito escoamento das águas.
MBA Engenharia Ferroviária Infraestrutura Ferroviária e suas Aplicabilidades
f) Existência de corpos de tálus com blocos de rocha (d > 1,0 m) isolados e expostos
em superfície no talude de corte e apurar a ocorrência de eventuais descalçamentos;
IVS – Obras de Arte Correntes (OAC): Os seguintes itens deverão ser inspecionados:
b) Existência de pontos com erosões nos terrenos, nas bordas das estruturas de
drenagem (canaletas, caixas, bueiros e escadas);
h) Ocorrência de afogamento.
MBA Engenharia Ferroviária Infraestrutura Ferroviária e suas Aplicabilidades
Têm a função de dar continuidade às vias (rodovias ou ferrovias), onde não é possível a
execução de aterros, devido ao tipo de terreno ou no local da obra passar cursos d’água ou
outros obstáculos.
Figura 131 – Ponte ferroviária de Fundão (EFVM) e Ponte rodoferroviária de Marabá (EFC)
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9.3- Túneis
1. Terreno de fundação;
2. Sapata isolada;
3. Pilar lateral;
4. Laje de transição;
5. Cortina ou viga de encabeçamento;
6. Zona da passarela do pedestre;
7. Sapata corrida;
8. Pilar intermediário;
9. Aparelho de apoio;
10. Laje;
11. Tabuleiro;
12. Bloco de fundação;
13. Terrapleno.
Na figura a seguir se mostra a terminologia básica, possuindo ainda outros elementos como
os contrafortes e tirantes. A descrição dos elementos básicos pode ser:
Base: Zona que suporta o peso da estrutura e transmite ao terreno, também este
ajuda a estabilizar a estrutura;
O conhecimento dos tipos de materiais que temos na atualidade é indispensável para quem
inspeciona a estrutura de uma OAE, permitindo conhecer o comportamento do material em
serviço, entender melhor todo processo de deterioração estrutural e ter a capacidade de
avaliar as causas desta deterioração e as possíveis soluções, visando não comprometer sua
integridade estrutural. Identificaremos as principais características físicas e mecânicas dos
materiais, mais utilizados para estruturas ferroviárias:
Aço: Ferro gusa refinado com 2% de carbono e outros elementos que regulam seu
comportamento. Características físicas: Resistência (aço é isotrópico e suporta altos
valores de tração e compressão variando com o tipo de aço ou seu tratamento);
Elasticidade (valor quase independente do tipo de aço, 2.500 t/cm²); Ductibilidade
(aceita grandes deformações sobre as cargas de ação, mas quando afetados por
fadiga ou altas temperaturas, podem apresentar falha frágil); Resistência ao fogo
(muito deformável a altas temperaturas, resistência diminui drasticamente a partir de
400°C influenciando a elasticidade do aço); Resistência à corrosão (sem proteção pelo
carbono, o aço é muito pouco resistente à corrosão, exceto o aço inoxidável);
Soldabilidade (é soldável, mas é necessário dados quanto ao tipo de solda aplicável a
cada tipo de aço). Existem três tipos de aço usados nas estruturas:
Concreto armado: Concreto simples reforçado com barras de aço visando absorver os
esforços de tração, mesmo assim pode apresentar pequenas fissuras na região
tratora (≤ 0,4 mm). Os principais requisitos para o bom comportamento de uma
estrutura de concreto armado são a aderência entre os materiais e o recobrimento,
parâmetros que devem ser severamente controlados quando da execução de reforços
estruturais ou novas estruturas para garantir a boa durabilidade destas.
Características físicas: Se deforma sob efeito de cargas repetidas gerando acréscimos
nas flechas de peças fletidas. Sua deformação lenta consiste no aumento das
deformações quando submetido a tensões constantes decorridos um determinado
tempo.
Abertura exagerada das fissuras reduz a proteção das armaduras contra corrosão
(indesejável esteticamente);
Vence vãos maiores que o concreto armado; para o mesmo vão, permite reduzir a
altura necessária da viga;
As ações verticais dos trens são cargas variáveis aplicadas na estrutura, que atuam
conjuntamente com as demais ações longitudinais e transversais.
Ações Verticais: A norma NBR 7189 fixa as condições na definição do trem tipo para
projetos e verificações de esforços para estruturas existentes. Segue as classes de trens
tipos de acordo com o carregamento que esteja submetido:
Figura 138 – Tabela de valores das forças para a distribuição segundo a NBR 7189
Além do trem tipo da norma, podem ser executadas as verificações aplicando trens tipos
operacionais de cada ferrovia, considerando sua geometria, carga por eixo e condição de
carregamento.
Figura 139 – Distância entre os eixos das locomotivas e vagões da EFVM a serem
consideradas na distribuição do modelo de carregamento do trem tipo segundo a NBR 7189
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Os modelos de trens simulam os mais diferentes tipos de carregamento que podem existir
numa ferrovia, permitindo fazer os projetos muito perto da realidade, à escolha do tipo de
análise e do veículo será muito importante para tentar modelar o problema. Para atender
aos trens operacionais da VLI e a capacidade de carga que pretendemos atingir, adotamos
os trens tipo de norma multiplicado por um fator de 1,5 para a FNS e de 1,2 para a FCA.
Frenagem ou Aceleração: As cargas de frenagem deverão ser postas numa condição que
produza o efeito mais desfavorável na ponte. O valor característico da força longitudinal
provocada pela frenagem ou pela aceleração de veículos sobre as pontes deve ser tomado
como uma fração das cargas móveis, consideradas sem impacto. Nas pontes ferroviárias, a
força longitudinal devida à frenagem ou à aceleração deve ser considerada aplicada no topo
dos trilhos e igual ao maior dos seguintes valores: 15% da carga móvel para a frenagem ou
25% do peso dos eixos motores para a aceleração.
Elaboração de relatórios;
(*) Quando o nível d’água (do rio, lago ou mar) possibilita a melhor visualização das fundações, maior
facilidade de acesso nas pontes e melhores condições de segurança no desenvolvimento dos
trabalhos
Equipe experiente em OAE’s e treinada para Trabalho em altura, Espaço confinado e ROF
(Regulamento de Operações Ferroviárias):
AUXILIAR: designado para registro dos dados, elaboração de esquemas e auxílio nas
atividades necessárias à inspeção
Recursos especiais para pontes de grande extensão, altura ou com pilares altos:
Esclerômetro de Schmidt;
Potenciômetro (detecção do potencial de corrosão da armadura);
Indicador de alcalinidade do concreto;
Extratora de testemunhas de concreto;
Nível d’água e Fio de prumo;
Régua e metros precisos;
Higrômetro elétrico;
Psicrômetro (do tipo termômetro úmido e seco);
Termômetro de contato;
Pacômetro;
Aspersor de fenolftaleína (indicador de pH);
Dilatômetro;
Testemunhas de metal vidro;
Endoscópio;
Lupa graduada;
Aparelho de ultrassom;
Detector de movimentos em trincas;
Medidor da resistividade do concreto;
Detector de reação álcali agregado;
Raio x;
Gamagrafia;
Sonometria;
Clinômetro;
Deflectômetro.
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Câmera digital;
Tintas (marcadores) para identificação de fissuras e falhas;
Gravador portátil ou outro recurso para anotações;
Material de escritório – documentos técnicos:
Projeto aprovado;
Projeto modificativo;
Projeto executivo;
Boletins de sondagens;
Projeto de fundações, contenções, cortinas e arrimos;
Projeto de estruturas;
Projeto de formas;
Projeto de armação;
Projeto de instalações;
Projeto de impermeabilização;
Projeto de revestimento;
Outras informações disponíveis da obra em análise.
10.5.1- Pacometria
10.5.2- Esclerometria
Existem duas plataformas móveis atualmente na ponte sobre o rio Tocantins (uma de cada
lado), que são apoiadas no guarda corpo lateral da parte rodoviária da ponte. Fabricadas e
instaladas pela Novus Engenharia (MG) no período 2008-2009.
Status: Pouco utilizadas devido à baixa periodicidade (anual), estas plataformas encontram-
se atualmente inoperantes por falta de manutenção na parte mecânica (roletes, correntes,
etc.) e problemas na parte elétrica (devido à vandalismo).
Figura 163 - Veículo ferroviário com plataforma articulada para inspeção de pontes e
viadutos
Figura 165 – Veículo ferroviário com plataforma articulada em posição final para inspeção
de pontes e viadutos
Figura 166 – Esquemático do veículo ferroviário com plataforma articulada para inspeção de
pontes e viadutos
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Aibot X6 – Único VANT do seu tipo e desenvolvido com tecnologia multirotor (6 hélices),
controlado remotamente via Tablet-PC padrão.
Função: Inspecionar pontes e outras OAE’s com uma plataforma aérea inteligente sem afetar
sua operação normal, complementando os métodos convencionais (helicópteros, andaimes,
guindastes, acessos, etc.)
Aplicações:
Inspeções industriais
Imageamento termal e multiespectral
Mapeamento aéreo
Avaliação de acidentes e desastres
Monitoramento ambiental
Cinematografia
Vantagens:
Redução de custo devido a equipe e custos operacionais mínimos
Tempo de inspeção reduzido por ponte
Aumento da segurança
Campos de Aplicação:
Inspeções regulares (menores e maiores / sobrevoo)
Investigações de danos (ferrugem, danos por água, análise detalhada, etc.)
Planejamento de rotas
11- Principais Ensaios para Caracterização dos Agregados para Lastro Ferroviário
Pedras britadas de rochas sãs, duras, compactas, de estrutura não lamelar ou xistosa,
de elevada resistência à compressão e elevada massa específica aparente (granito,
basalto, diorito, gnaisse e quartzito).
Seixos, cascalhos, rochas lateríticas e escória de alto forno também são matéria-
prima para a formação de lastros após britagem e granulometria.
Possuir alta massa específica aparente (2,4 t/m3) e alta resistência à compressão (>
1.100 Kgf/cm2).
Forma cúbica (não alongada e não lamelar) ou poliédrica (alongada), permitindo atrito
e contato adequados de suas partículas.
Impactam no grau de atrito entre eles, contribuindo para aumentar ou diminuir a área
de contato das partículas, influenciando na melhor ou pior estabilidade da socaria.
Formas arredondadas não permitem contatos múltiplos entre suas partículas, bem
como as achatadas ou alongadas, que podem se fragmentar com o efeito do tráfego
ferroviário, alterando a distribuição granulométrica.
A graduação da pedra britada para lastro ferroviário estará limitada entre 25,4 mm
(1”) e 50,8 mm (2”), sendo aceita uma tolerância máxima de 5% de material passante
na peneira de menor dimensão de 12,7 mm (0,5”) e os percentuais admitidos para
cada graduação estão indicados nas tabelas a seguir para aplicação na FCA e FNS.
Figura 160 – Tabelas de granulometria de pedra britada para uso como lastro ferroviário nas
ferrovias da VLI (FCA e FNS)
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O lastro deve ter um mínimo possível de materiais que são considerados nocivos. Os
elementos considerados indesejados à composição do lastro e seus valores admissíveis para
aplicação na FCA e FNS mostrados nas tabelas a seguir.
Figura 164 – Tabelas de valores limites de impurezas e substâncias nocivas de pedra britada
para uso como lastro ferroviário nas ferrovias da VLI (FCA e FNS)
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Se o lastro não pode cumprir suas funções por causa da presença de muito finos, sua
restauração granulométrica e limpeza por desguarnecimento torna-se necessária. A limpeza
sistemática do lastro garante que este componente execute as funções para o qual é
requerido na via permanente: melhorar a permeabilidade/drenagem da via, distribuição
uniforme de cargas do material rodante, garantir a elasticidade da via, ajudar demais
componentes a manter a geometria de via e a resistência lateral adequada.
Esta prática de manutenção tem como finalidade principal devolver ao lastro suas
propriedades técnicas para exercer suas funções para via permanente (drenagem,
distribuição de esforços, estabilidade da grade ferroviária e elasticidade a superestrutura da
via) que vão se tornando deficientes à medida que o lastro vai sendo contaminado e
colmatado por finos, lama e outras impurezas. A regra geral para esta prática de
manutenção consiste das seguintes premissas:
Figura 165 – Percentual de finos em níveis diferentes, 27 anos após a renovação da via
O lastro obstruído é o fenômeno que ocorre quando cujos finos do lastro correspondem a
mais de 40 % do peso da amostra total coletada em campo, segundo critério da UIC (Union
Internacionale des Chamon de Fer). Um lastro novo apresenta entre 3 e 5 % de finos. Um
critério mais completo descreve que quando a posição mais próxima possível dos grãos é
alcançada, o lastro se torna completamente impermeável.
A seguir são apresentados os efeitos que o lastro obstruído traz para a via permanente.
Um lastro contaminado já não possui a elasticidade necessária. Ele se torna cada vez mais
rígido a medida que os finos vão se depositando em todos os vazios, antes preenchidos
com ar ou água (lastro saturado em regiões de drenagem deficiente).
Com dormentes de concreto existe o risco de fraturarem por impactos de rodas ovalizadas
(calejadas) e de se degradarem por abrasão em sua base quando em atrito com o lastro.
Figura 167 – Dormente de concreto fraturado e degradada devido ao lastro obstruído com
alta rigidez e baixa granulometria (perda de elasticidade da via)
Figura 168 – Dormente de madeira fendilhado e degradado devido ao lastro obstruído com
alta rigidez e baixa granulometria (perda de elasticidade da via)
O critério estabelecido pelo ERRI (European Rail Research Institute) para limpeza de lastro
estabelece que esta deve ocorrer quando o valor médio das amostras de lastro medido
como material peneirado por uma malha quadrada de 22,4 mm apresentar contaminação de
30%. E com mais de 40% de finos, a limpeza de lastro é inevitável. Discorre ainda que locais
com lastro contaminado chegam a ser socados 2 a 3 vezes por ano, pois a correção
geométrica não é eficaz. Além do retrabalho na manutenção, as restrições operacionais, ou
seja, o impacto na circulação de trens, são frequentes.
Com isso os custos operacionais de uma ferrovia são afetados pela substituição prematura e
não programada de componentes da superestrutura da via permanente (trilhos, dormentes e
fixações), por descarrilamentos provenientes de defeitos geométricos ou falha nos
componentes da via, pela correção geométrica mecanizada não programada (socaria de via
e regularização de lastro).
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A ferrovia ainda pode ter seus lucros reduzidos pelas restrições operacionais de velocidade,
por acidentes ferroviários e por consumo adicionais de insumos (brita para lastro,
combustível das máquinas) e ativos ferroviários (trilhos, dormentes, rodas, vagões, etc.)
Figura 169 – Análise granulométrica comparativa feita pela ERRI entre um lastro com 30% de
contaminação por finos (gatilho para o desguarnecimento) e um lastro obstruído em 100%
12.3.1- Atrito
Socaria gera entre 1,8 – 3,9 kg de finos com atividade de correção geométrica
Após cada 50 MTBT, finos devido ao tráfego constituem 260 kg, enquanto o
máximo que a socaria gera são 3,9 kg
Figura 170 – Via permanente altamente instável com drenagem insuficiente devido
deficiência de manutenção preventiva e corretiva na infraestrutura ferroviária
A passagem diária de trens sobre uma via permanente com dormentes de concreto provoca
atrito na interface entre a base destes dormentes e o lastro mediante vibrações, acelerações
e frenagens.
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O resultado deste atrito são os finos proveniente tanto do concreto do dormente quanto das
pedras britadas, que com o tempo vão se desgastando e perdendo sua capacidade
imbricante e de retenção lateral / escoramento periférico que exercem na grade ferroviária.
A medida que a pedra britada vai perdendo suas arestas, ela vai tendo seu formato alterado
até se transformar num seixo rolado perdendo sua capacidade de manter a geometria
transversal do lastro (formato trapezoidal regularizado) que vai se espraiando lateralmente e
provocando recalques verticais na via (desnivelamentos longitudinais e transversais).
Figura 171 – Retirada do ombro do lastro evidenciando lastro obstruído com finos
provenientes também do atrito dormente-lastro
Figura 172 – Retirada do ombro do lastro evidenciando lastro obstruído com finos
provenientes também do atrito dormente-lastro
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Desguarnecimento Manual
O serviço feito de forma manual é uma alternativa para pequenas áreas de bolsões de lama
ou problemas pontuais. Geralmente é feito apenas no ombro do lastro por questões
econômicas e para reestabelecer a capacidade de drenagem da superestrutura.
O desguarnecimento manual, mesmo considerando países com baixos custos, chega a ser
35% mais caro que o parcialmente mecanizado (desguarnecimento de ombro) e 250% mais
caro que o totalmente mecanizado (desguarnecimento total). Além disso, não tem a mesma
eficiência que ambos.
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Desguarnecimento Mecanizado
A produção em m³/h estabelece quanto lastro compactado pode ser coletado e passado
pela máquina em uma hora. Estas margens acima são relativas a produção projetada. A
produção média que pode ser obtida, depende das condições de lastro e de via. A produção
linear de uma desguarnecedora de lastro depende da profundidade e largura de corte, o
perfil do lastro e o tamanho e espaçamento dos dormentes.
Quando o lastro fica obstruído sob os dormentes (acima de 40% de finos), somente a
substituição profunda é sustentável, pois o seu alteamento constante e desguarnecimentos
anteriores já causaram problemas adicionais.
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Este trabalho é realizado por um grupo de máquinas de grande porte denominado MDZ e
composto de uma socadora de via, uma regularizadora de lastro e uma estabilizadora
dinâmica de via. Com base na experiência, a via tem de ter sua geometria corrigida ao
menos 3 vezes após o desguarnecimento do lastro.
Uma boa consolidação do lastro só pode ser alcançada se a via for estabilizada depois de
cada socaria usando uma estabilizadora dinâmica de via. A acabamento final, bem como a
segunda e terceira passagem utilizando uma MDZ são realizadas durante usos
subsequentes de via. Em seguida, a via pode ser reaberta para velocidade máxima.
Por circunstâncias que exigem uma escavação total do lastro, as desguarnecedoras de lastro
apresentam estas respectivas habilidades. Para manter a via numa altura razoável, o novo
lastro deve ser adicionado o quanto antes possível, melhor através da máquina,
imediatamente atrás da corrente de escavação.
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Há um outro modelo que trabalha por correias dentadas, conforme foto abaixo, que
também não peneira o lastro, porém é um equipamento mais compacto e tem o custo mais
baixo.
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Vias com outra contaminação vinda de fora (carreadas pelo vento, etc.);
Para coleta do lastro, basicamente dois diferentes sistemas são aplicados: rodas de
escavação ou elevadores de raspagem. O sistema de elevador de raspagem possui largura
ajustável e habilidade de ajuste infinito de altura e inclinação lateral de corte.
Outras unidades (auxiliares) são o dente escarificador para soltar o lastro sob as
extremidades do dormente, arados de ombro e vassouras de lastro.
Existe também o implemento para escavadeiras, chamado Ballast Blaster, para remoção do
lastro através de correia dentada. Não faz o recolhimento e não peneira o lastro,
necessitando assim de equipamentos auxiliares. Este implemento foi adquirido pela VLI no
ano de 2015 e é finalidade deste projeto priorizar os locais onde ele deve trabalhar.
Direção Longitudinal
Direção da seção transversal com queda transversal prescrita de 4 - 5% (1:25 a 1:20)
De acordo com experts, esta é a melhor conquista se combinarmos uma cadeia
de escavação com uma barra de corte. O lastro deve ser escavado sobre a largura
total do leito do lastro.
Desguarnecimento profundo dos finos num lastro geralmente se formam do fundo ao topo
Deve apresentar uma qualidade de escavação que atenda às necessidades da via de forma
eficaz e precisa, trazendo os resultados esperados.
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Aplicação do Track Quality Index (TQI), como ferramenta informatizada de gestão associada
ao desguarnecimento visando verificar a eficácia desta prática na melhoria da qualidade da
via permanente e a consequente redução da sua taxa de degradação.
No cenário atual, com backlog de manutenção de lastro em toda a malha ferroviária, uma
vez que desguarnecimento não era prática de manutenção na empresa, e possuindo um
implemento para escavadeiras para atuação como corretiva, não é interessante a proposta
de ciclos. Neste caso, deve-se seguir a priorização proposta.
Através de uma inspeção mais precisa e invasiva (mais não destrutiva) com o uso do Ground
Penetrating Radar (GPR), podemos verificar o quanto o lastro se deformou verticalmente, o
seu nível de contaminação por finos e a presença ou ausência do sublastro.
Figura 186 – Análise técnica do lastro obstruído e subleito impactado da via num
radargrama gerado pelo sistema GPR (Ground Penetrating Radar)
Na Austrália, Brasil e África do Sul, existem ferrovias em bitola métrica. Após começarem a
operar com desguarnecedoras totais, elas mudaram para máquinas de alta capacidade com
caixas vibratórias duplas ou triplas de peneiramento.
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A ferrovia australiana Queensland Rail (QR), de bitola métrica como a FCA, está usando uma
desguarnecedora total de lastro RM 900 desde novembro de 2011 e executa a seguinte
estratégia:
O grau de contaminação varia de lastro limpo (F1 < 1%) a lastro altamente
contaminado (F1 ≥ 40%).
A produção obtida é de até 500 m³/h, que permitiu a QR satisfazer as demandas crescentes
sobre a via, ou seja, aumento de velocidade, frequência e carga por eixo.
O crescimento do tráfego de cargas leva a uma operação de trens muito densa e as janelas
de manutenção se tornam mais escassas. Para a sustentabilidade da operação é necessário
que a diretoria de operação ferroviária garanta janelas de manutenção suficientes que
permitam manter o lastro em condições razoáveis. Uma vez que o lastro se torna muito
contaminado, um círculo vicioso se inicia: ordens lentas dificultam o tráfego dos trens e
tornam ainda mais difícil organizar as paradas para manutenção da via. A capacidade
reduzida de carga do lastro leva a danos da plataforma e a atividade de restauração de
custos múltiplos de um desguarnecimento de lastro torna-se inevitável. Esta atividade é
executada de forma vantajosa com desguarnecedoras totais com turno de 6 a 8 horas
diárias de produção duas a três vezes por semana.
Figura 188 – Ciclo proposto para desguarnecimento na VLI por rota e por tipo de
desguarnecimento
BIBLIOGRAFIA
Brina, H. L. (1988). Estradas de Ferro. Edição UFMG, Belo Horizonte, Brasil, vol. 1.
Esveld, C. (1989). Modern Railway Track. Editado e produzido por Graphics Department of
Thyssen Stahl AG e distribuído pela MRT Productions, Alemanha.
Hay, W. W. (1982). Railroad Engineering. John Wiley & Sons, EUA, 2a edição.
IHHA (2009). Guidelines to Best Practices For Heavy Haul Railway Operations: Infrastructure
Construction and Maintenance Issues. D.& F. Scott Publishing, Inc., Tx – EUA, 1ª Edição
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Selig, E.T. & Waters, J.M (2002). Track Geotechnology and Substructure Management.
Thomas Telford Publications. Londres – UK, 4ª Edição
Contato: cristianogjorge@hotmail.com