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ENGENHARIA CIVIL – Portos, Rios e Canais

Professor/Orientador: Engº Paulo Vaz Filho


Aluno: Alexandre Belardinuci Scache

1 – Apresentação

Este relatório apresenta os estudos desenvolvidos para elaboração do Projeto

Básico de um canal no Município de Araraquara, Estado de São Paulo. Desenvolvido

por alunos do Curso de Graduação em Engenharia Civil das Faculdades Integradas de

Araraquara – Logatti, o local em questão é a micro-bacia do Córrego Marivan.

O Córrego do Marivan, localizado a Noroeste do Município com

1,421 km de extensão, integra à Bacia do Ribeirão das Cruzes, com uma

micro bacia de aproximadamente 1,9 km² e perímetro de 5,549 km.

A Bacia do Córrego marivan, atualmente com 70% de sua área

urbanizada e impermeabilizada é potencialmente caracterizada por uma

ocupação de fins comerciais e residenciais e parte restante ocupada por

parcelas de uso rural e áreas de proteção permanentes.

Este potencial urbanização e consequentemente impermeabilização

do solo, imprimiram à Bacia e ao Córrego do Marivan uma situação

clássica porem ameaçadora de alteração ciclo hidrológica, de

transferência de impactos pluviais às regiões baixas, aumento da

velocidade do escoamento superficial, redução do tempo de

concentração do deflúvio, erosão, assoreamento e poluição do Córrego

das Cruzes, manancial superficial responsável por 30% do

abastecimento público municipal.

2 – Introdução

Com sua fundação ocorrida em 2 2 de Agosto de 1817, o Município

de Araraquara está localizado na região central do Estado de São Paulo,

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distante 270 km da capital. Ocupando uma área de aproximadamente

1.006 km², latitude de 2 1º48’21”e longitude de 48º10’52 ”, apenas 76,5

km² (76.559.770 ,67m²) cerca de 7,6 % do seu território é ocupado por

sua área urbana. Possui clima “Tropical de Altitude” CWA pela

classificação Köppen, tendo como características duas estações bem

definidas, com verão apresentando temperaturas e pluviosidade

elevadas e com inverno de baixa pluviosidade e temperaturas amenas.

Geologicamente situa-se em uma área integrante do planalto Ocidental

formado pelos derrames de lavas processadas durante o período

triássico ou jurássico. Seu relevo é levemente ondulado com altitude

média de 6 46 m acima do nível do mar. Sua vegetação primária

apresentava espécies do tipo peroba, pau d’alho, figueira branca, entre

outras, vegetação cujas características pertence à áreas de solo tipo

Latossolo Roxo.

Em relação à sua hidrografia, o Município de Araraquara está

localizado em duas Unidade de Gerenciamento de Recursos Hídricos, a

do Mogi-Guaçú – UGRHI 9 e a do Tietê – Jacaré – UGRHI 13 criadas

através da Lei Estadual nº 9.034/94.

Figura 1: Unidades de Gerenciamento de Recursos Hídricos


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Araraquara apresenta um perfil moderno em seu desenvolvimento

urbano, caracterizado pela qualidade de vida oferecida aos seus

moradores. Sua urbanização, arborização, jardins e praças, além de um

alto IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), são algumas de suas

características que merecem ser relevadas.

Porém, todo este desenvolvimento não foi capaz de conter um

crescimento urbano desordenado que influenciou de forma negativa em

sua preservação ambiental. Com uma superfície de drenagem

aproximada de 1,9 km² (1.906.431,08 m²), a micro-bacia do Córrego

Marivan está localizada à noroeste da zona urbana do Município de

Araraquara, em uma região de grande concentração populacional, o que

torna sua preservação ainda mais difícil de ser mantida.

3 – Objetivo

Este trabalho tem por objetivo caracterizar a micro-bacia do

Córrego Marivan com a proposta de implantação de um canal de

drenagem superficial naquele local, visando sua preservação e

minimizando os efeitos nocivos da urbanização desordenada, devido a

importância de sua contribuição ao sistema de abastecimento de água

ao Município de Araraquara.

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4 – Metodologia de Cálculos

Para a formulação do projeto de implantação do canal de

drenagem superficial do Córrego Marivan, foram realizados os seguintes

trabalhos:

Levantamento de informações, tais como a equação de chuvas

para Araraquara, junto aos órgãos públicos;

Consultas a materiais didáticos de hidrologia, juntamente com a

execução dos cálculos necessários;

Trabalhos de campo;

Visita técnica ao local proposto para implantação do canal.

4.1 – Caracterização da Micro-Bacia do Córrego Marivan

A caracterização da micro-bacia hidrográfica quanto à sua

localização no Município de Araraquara, com a finalidade de avaliar a

importância da sua contribuição ao sistema de abastecimento de água

do município, juntamente com a necessidade de sua preservação

ambiental, foi realizada utilizando as informações obtidas junto ao

Departamento Autônomo de Água e Esgoto de Araraquara (DAAE) e

Departamento de Águas e Energia Elétrica do Estado de São Paulo

(DAEE “site”).

4.2 – Caracterização Hidrológica

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Todas as informações hidrológicas, tais como área de contribuição

da micro-bacia hidrográfica, coordenadas geográficas do ponto de

estudo, tempo de concentração, índice pluviométrico, vazões media e

mínima, entre outras informações, foram obtidas através de cálculos

realizados conforme o Manual de Cálculo das Vazões Máximas, Médias e

Mínimas nas Bacias Hidrográficas do Estado de São Paulo.

4.3 – Área de Contribuição da micro-bacia do Córrego Marivan

A área de contribuição da micro-bacia hidrográfica do Córrego

Marivan foi calculada utilizando mapa fornecido pelo DAAE elaborado

através de levantamento feito em 2.003, por foto aérea na escala

1:2.000, pela empresa AEROCARTA.

Figura 2: Foto aérea do local de projeto integrante das 128 fotos do levantamento (DAAE).

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4.4 – Densidade de Drenagem (Dd)

Para o cálculo da densidade de drenagem foi calculada utilizando

a equação à seguir:

Dd = ∑L (1)
A

Onde:

Dd = Densidade de drenagem (km/km2 )

∑ L= Comprimento total de todos os cursos d’água (km)

A = Área de contribuição da bacia (km2)

4.5 – Declividade Equivalente Constante

A declividade equivalente constante foi calculada através da média

das várias declividades ao longo do curso d’água.

C85% − C10%
I2 = (2)
75% ⋅ L

Onde:

C85%
= Cota de montante a 85 % do comprimento do curso d’água.

C10%
= Cota de jusante a 1 0% do comprimento do curso d’água.

L = Comprimento do curso d’água.


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4.6 - Tempo de Concentração (Tc)

O cálculo do tempo de concentração foi realizado através da equação à

seguir:

0 , 385
 Li 2 
Tc = 57 *  
 S  (3)

Onde:

Tc = Tempo de concentração (min)

L = Comprimento do talvegue do rio (km)

S = Declividade equivalente (m/km)

4.7 – Intensidade da Chuva (I)

A intensidade da chuva foi calculada utilizando a Equação de

Chuvas de Araraquara “DAEE – FCTH” (Martinez e Magni) “Posto do

Chibarro”– C5-017.

[
I = 32,4618 * ( Tc + 15)
−0 ,8684
] + [2,1429( Tc + 15) −0 , 5482
] * − 0,4772 − 0,9010 * In * In TT−1 
  

(4)
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Onde:

I = Intensidade da chuva (mm/h)

Tc = Tempo de concentração (min)

T = Período de retorno em (anos)

4.8 – Vazão de projeto (Qproj)

O cálculo da vazão de projeto foi realizado através do Método

Racional, devido à bacia possui uma área inferior a 2 km².

Qproj = C * I * A (5)

Onde:

Qproj = Vazão de projeto ou de cheia (m3/s)

C = Coeficiente de escoamento superficial (adimensional)

I = Intensidade da chuva (mm/h)

A = Área de contribuição da bacia (km2)

4.9 – Determinação da Seção do Canal

Para a determinação da seção do canal foi necessário a adoção de

alguns parâmetros mostrados à seguir, sem os quais não seria possível a

realização dos cálculos.

4.9.1 – Material do Canal

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O material adotado para os cálculos da seção do canal foi o

concreto. O coeficiente de rugosidade para o tipo de material adotado

foi η = 0,016 para concreto em condições regulares, conforme a tabela

à seguir. Poderia ter sido utilizado um coeficiente de rugosidade para

um concreto em condições boas ou muito boas, porém, à favor da

segurança, foi utilizado um coeficiente menos favorável.

Tabela 1 - Valores do Coeficiente de Rugosidade da Equação de Manning

CONDIÇÕES
NATUREZA DAS PAREDES Muito
Boas Regulares Más
Boas
Tubos de ferro fundido sem revestimento .......................................... 0,012 0,013 0,014 0,015
Idem, com revestimento de alcatrão
................................................... 0,011 0,012 0,013 -
Tubos de ferro galvanizado ................................................................ 0,013 0,014 0,015 0,017
Tubos de bronze ou de vidro .............................................................. 0,009 0,010 0,011 0,013
Condutos de barro vitrificado, de esgotos .......................................... 0,011 0,013 0,015 0,017
Condutos de barro, de drenagem ........................................................ 0,011 0,012 0,014 0,017
Alvenaria de tijolos com argamassa de cimento: condutos de
0,012 0,013 0,015 0,017
de esgoto, de tijolos ............................................................................
Superfícies de cimento alisado ........................................................... 0,010 0,011 0,012 0,013
Superfícies de argamassa de cimento ................................................. 0,011 0,012 0,013 0,015
Tubos de concreto .............................................................................. 0,012 0,013 0,015 0,016
Condutos de aduelas de madeira ........................................................ 0,010 0,011 0,012 0,013
Calhas de pranchas de madeira aplainada .......................................... 0,010 0,012 0,013 0,014
Idem, não aplainada ........................................................................... 0,011 0,013 0,014 0,015
Idem, com pranchões ......................................................................... 0,012 0,015 0,160 -
Canais com revestimento de concreto ............................................ 0,012 0,014 0,016 0,018
Alvenaria de pedra argamassada ........................................................ 0,017 0,020 0,025 0,030
Alvenaria de pedra seca ..................................................................... 0,025 0,033 0,033 0,035
Alvenaria de pedra aparelhada ........................................................... 0,013 0,014 0,015 0,017
Calhas metálicas lisas (semicirculares) .............................................. 0,011 0,012 0,013 0,015
Idem, corrugadas ................................................................................ 0,023 0,025 0,028 0,030
Canas de terra, retilíeos e uniformes .................................................. 0,017 0,020 0,023 0,025
Canais abertos em rocha, lisos e uniformes ....................................... 0,025 0,030 0,033 0,035
Canais abertos em rocha, irregulares ou de parede de pedra
0,035 0,040 0,045 -
irregulares e mal arrumadas ...............................................................
Canais dragados ................................................................................. 0,025 0,028 0,030 0,033
Canais curvilíneos e lamosos ............................................................. 0,023 0,025 0,028 0,030
Canais com leito pedregoso e vegetação aos taludes ......................... 0,025 0,030 0,035 0,040
Canais com fundo de terra e taludes empedrados .............................. 0,028 0,030 0,033 0,035

ARROIOS E RIOS

Limpos, retilíneos e uniformes ........................................................... 0,025 0,028 0,030 0,033

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Como em 1, porém com vegetação e pedras ...................................... 0,030 0,033 0,035 0,040
Com meandros, bancos e poços poucos profundos, limpos ............... 0,035 0,040 0,045 0,050
Como em 2, águas baixas, declividades fracas .................................. 0,040 0,040 0,045 0,050
Como em 3. com vegetação e pedras ................................................. 0,033 0,035 0,040 0,045
Como em 4, com pedras ..................................................................... 0,045 0,050 0,055 0,060
Com margens espraiadas, pouca vegetação ....................................... 0,050 0,060 0,070 0,080
com margens espraiadas, muita vegetação
......................................... 0,075 0,100 0,125 0,150

Fonte: Apostila de Canais: Ábacos, Figura e Tabelas do Depto de Hidráulica e Saneamento da FIAR

4.9.2 – Declividade de Fundo do Canal (I)

Para que não ser ultrapassada a velocidade permitida para canais

à céu aberto, cujo bom senso recomenda ser no máximo 4 m/s, a

declividade de fundo adotada para a realização dos cálculos foi I =

0,002 m/m.

4.9.3 – Determinação do Talude

A relação adotada entre as dimensões horizontais e verticais do

talude da seção transversal do canal foi de 2H : 1V.

4.9.4 – Seção de Máxima Eficiência

Para a obtenção da seção transversal trapezoidal do canal de

drenagem com o menor custo possível, a mesma foi calculada como uma

seção de máxima eficiência, para tanto foi utilizado o Método de

Dimensionamento de Canais do Prof. Bandini (EESC/USP) através

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equação à seguir, que garante a condição para que ocorra o M.P.M.

(Mínimo Perímetro Molhado).

m=
b
yo
= 2* ( 1+ z2 − z ) (6)

Onde:

b = Largura da base do canal trapezoidal (m)

yo = Altura da lâmina d’agua (m)

z = Relação H:V do talude (m)

4.9.5 – Determinação do Coeficiente Dinâmico (M)

A determinação do Coeficiente Dimânico foi obtida através da

seguinte equação:

3
η * Q  8
M =   (7)
 I 

Onde: M = Coeficiente dinâmico

Q = Vazão (m³/s)

η = Coeficiente de rugosidade

I = Declividade de fundo (m/m)

4.9.6 – Determinação da Altura da Lâmina d’Água (yo)

A determinação da lâmina d’agua foi obtida através da seguinte

equação, cujo coeficiente de forma K é dada pela tabela abaixo:

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M
yo = (8)
K

Onde:

yo = Altura da lâmina d’agua (m)

M = Coeficiente dinâmico

K = Coeficiente de forma

Tabela 2 - Valores do Coeficiente de Forma K


b/yo Z=0,00 Z=0,50 Z=1,00 Z=1,25 Z=1,50 Z=1,75 Z=2,00
0,00 - 0,530 0,771 0,859 0,935 1,001 1,061
0,25 0,343 0,665 0,868 0,945 1,102 1,072 1,126
0,50 0,516 0,778 0,954 1,023 1,083 1,138 1,187
0,75 0,649 0,875 1,032 1,093 1,149 1,199 1,245
1,00 0,760 0,961 1,103 1,159 1,210 1,257 1,299
1,25 0,856 1,038 1,168 1,221 1,268 1,311 1,351
1,50 0,942 1,109 1,229 1,278 1,322 1,362 1,400
1,75 1,020 1,175 1,586 1,332 1,373 1,411 1,446
2,00 1,091 1,236 1,340 1,383 1,422 1,458 1,491
2,25 1,156 1,293 1,392 1,432 1,469 1,502 1,534
2,50 1,217 1,347 1,440 1,478 1,513 1,545 1,575
2,75 1,275 1,398 1,486 1,523 1,556 1,586 1,615
3,00 1,329 1,446 1,531 1,565 1,597 1,626 1,654
3,25 1,380 1,493 1,573 1,606 1,637 1,665 1,691
3,50 1,429 1,537 1,614 1,646 1,675 1,702 1,727
3,75 1,475 1,579 1,653 1,684 1,712 1,738 1,762
4,00 1,520 1,620 1,692 1,721 1,748 1,773 1,796
4,25 1,562 1,659 1,728 1,757 1,782 1,806 1,829
4,50 1,603 1,697 1,764 1,791 1,816 1,839 1,861
4,75 1,643 1,734 1,798 1,825 1,849 1,871 1,893
5,00 1,681 1,770 1,832 1,858 1,881 1,903 1,923
5,25 1,718 1,804 1,865 1,889 1,912 1,933 1,953
5,50 1,754 1,837 1,896 1,921 1,942 1,963 1,983
5,75 1,788 1,870 1,927 1,951 1,972 1,992 2,011
6,00 1,822 1,902 1,958 1,980 2,001 2,021 2,039
6,25 1,855 1,933 1,987 2,009 2,030 2,048 2,066
6,50 1,887 1,963 2,016 2,038 2,057 2,076 2,093
6,75 1,918 1,992 2,044 2,065 2,084 2,102 2,120
7,00 1,948 2,021 2,072 2,092 2,111 2,129 2,145
7,25 1,978 2,049 2,099 2,119 2,137 2,154 2,171
7,50 2,007 2,077 2,125 2,145 2,163 2,180 2,196
7,75 2,035 2,103 2,151 2,145 2,188 2,204 2,220
8,00 2,063 2,130 2,177 2,195 2,213 2,229 2,244
8,25 2,090 2,156 2,202 2,220 2,237 2,253 2,268
8,50 2,116 2,181 2,226 2,244 2,261 2,276 2,291
8,75 2,412 2,206 2,250 2,268 2,284 2,299 2,314
9,00 2,168 2,231 2,274 2,291 2,307 2,322 2,336
9,25 2,193 2,255 2,297 2,314 2,330 2,345 2,358
9,50 2,218 2,278 2,320 2,337 2,352 2,367 2,380
9,75 2,242 2,302 2,343 2,359 2,374 2,388 2,402
10,00 2,266 2,325 2,365 2,381 2,396 2,410 2,423
10,25 2,289 2,347 2,387 2,403 2,418 2,431 2,444
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10,50 2,312 2,369 2,408 2,424 2,439 2,452 2,465


10,75 2,335 2,391 2,430 2,445 2,459 2,473 2,485
11,00 2,357 2,413 2,451 2,446 2,480 2,493 2,505
11,25 2,379 2,434 2,471 2,487 2,500 2,513 2,525
11,50 2,401 2,455 2,492 2,507 2,520 2,533 2,545
11,75 2,422 2,475 2,512 2,527 2,540 2,552 2,564
12,00 2,443 2,496 2,532 2,546 2,559 2,572 2,583
12,25 2,464 2,516 2,552 2,566 2,790 2,561 2,602
12,50 2,484 2,536 2,571 2,585 2,598 2,610 2,621

Fonte: Apostila de Canais: Ábacos, Figura e Tabelas do Depto de Hidráulica e Saneamento da FIAR

5 – Memória de Cálculo

5.1 – Área de Contribuição da micro-bacia do Córrego Marivan (A)

A área da micro-bacia do Córrego Marivan é de 1,9 km².

5.2 – Densidade de Drenagem (Dd)

A densidade de drenagem foi calculada utilizando a equação 1.

Dd = ∑ L = 1,421 = 0,75 km
A 1,9 km 2

Onde:

∑L = 1,421 km (comprimento do curso)

5.3 – Declividade Equivalente Constante

C85% − C10% 663,00 − 637,00


I2 = => I 2 = = 0,02439m / m
75% ⋅ L 75% ⋅1.421,42

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5.4 - Tempo de Concentração (Tc)

O tempo de concentração foi calculado utilizando a equação 3 .

0 , 385 0 , 385
 Li 2   1,898 2 
Tc = 57 *   = 57 *   = 27,30 min
 S   24,39 

5.5 – Intensidade da Chuva

A intensidade da chuva crítica foi calculada utilizando a equação 4

e Tempo de Retorno (T) de 100 anos, segundo a orientação contida no

Manual de Cálculo das Vazões Máximas, Médias e Mínimas nas Bacias

Hidrográficas do Estado de São Paulo conforme mostra a tabela à

seguir.

Tabela 3 – Período de Retorno (T) Mínimos

TIPOS DE USO E
OBRAS DE MICRO DRENAGEM T (ANOS)
OCUPAÇÃO DO SOLO
Residencial 2
Galeria e Ruas Comercial, Edif. Públicos 5
Comercial, Alta Valorização 5 a 10
OBRAS DE MACRO DRENAGEM TIPO DE REVESTIMENTO T (ANOS)
Terra
Gabião
50
Canal a céu aberto Pedra Argamassada
Rachão
Concreto 100
Pontes, Bueiros e Estruturas Afins Concreto 100
Canal em galeria Concreto 100
Diques marginais (em áreas urbanas) Concreto 100

Fonte: Manual de Cálculo das Vazões Máximas, Médias e Mínimas nas Bacias Hidrográficas
do Estado de São Paulo – 1994

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ENGENHARIA CIVIL – Portos, Rios e Canais
Professor/Orientador: Engº Paulo Vaz Filho
Aluno: Alexandre Belardinuci Scache

[
I Tc ,T = 32,4618 ⋅ ( Tc + 15)
−0 ,8684
]+

[
+  2,1429 ⋅ ( Tc + 15)
− 0, 5482
] ⋅ − 0,4772 − 0,9010 ⋅ ln ln T T− 1  
    

[
I Tc ,T = 32,4618 ⋅ ( 27,30 + 15)
−0 ,8684
]+

[
+  2,1429 ⋅ ( 27,30 + 15)
− 0, 5482
] ⋅ − 0,4772 − 0,9010 ⋅ ln⋅ ln 100100− 1 
    

mm mm
ITc ,T = 2,2650 = 135,90
min h

5.6 – Vazão de projeto (Qproj)

A vazão de projeto foi calculada utilizando a equação 5, Método

Racional. Para o cálculo da vazão utilizaremos o coeficiente de

escoamento superficial C = 0,60, fazendo uma média dos dados obtidos

através da tabela à seguir:

Tabela 4 – Coeficiente de Escoamento Superficial


USO DO SOLO OU GRAU VALORES
DE URBANIZAÇÃO Mínimos Máximos
Área totalmente urbanizada
0,50 0,70
Urbanização futura
Área parcialmente urbanizada
0,35 0,50
Urbanização moderada
Área predominantemente de
plantações, pastos, etc 0,20 0,35
Urbanização atual

Fonte: Manual de Cálculo das Vazões Máximas, Médias e Mínimas nas Bacias
Hidrográficas do Estado de São Paulo – 1994


Qproj = C ⋅ I ⋅ A ⋅ = 0,60 ⋅ 135,90 ⋅1,9 = 154,94
s

5.7 – Determinação da Seção Transversal do Canal

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Professor/Orientador: Engº Paulo Vaz Filho
Aluno: Alexandre Belardinuci Scache

Para a determinação da seção transversal do canal foram

utilizados os seguintes dados:

Material do Canal: Concreto em condições regulares (η = 0,016)

Taleudes: 2H : 1 V

Declividade de Fundo: I = 0,00 2 m/m

Vazão Máxima de Projeto: Q = 154,94 m³/s

Como o canal é de Mínimo Perímetro Molhado (M.P.M), pela

equação 6 foi obtido:

m=
b
yo
= 2* ( ) ( )
1 + z 2 − z = 2 * 1 + 2² − 2 = 0,472 ≅ 0,50

O cálculo do Coeficiente Dinâmico foi calculado através da equação 7.

3 3

 η * Q   0,016 * 154,94  8
8
M =  = = 4,51
 I   0,002 

O cálculo da altura da lâmina d’água foi calculado através da equação 8.

M 4,51
yo = = = 3,799 ≅ 4,00 m
K 1,187

Assim, o cálculo da largura da base do canal foi obtido através da

seguinte equação:

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b b
m= ⇒ 0,50 = ⇒ b = 2,00 m ;
yo 4,00

Diante dos cálculos efetuados e dos parâmetros adotados para o

cálculo da seção transversal do canal, esta terá as seguintes

características geométricas:

20.00
18.00

4.50
V=1

yo
H=2
b
4.00
2.00

Seção Transversal
medidas em metros - sem escala
Figura 3 – Seção Transversal

Uma vez determinada a área da seção transversal, foi calculado o

valor da velocidade de escoamento, cujo valor não deve exceder 4 m/s.

 18,00 + 2,00 
A=  * 4,00 = 40,00 m²
 2 

Q 154,94
V= = = 3,87m / s ⇒ OK !
A 40,00

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Aluno: Alexandre Belardinuci Scache

6 – Bibliografia

PORTO, RODRIGO DE MELO Hidráulica Básica. EESC-USP, São Carlos/SP 2004.

Manual de Cálculo das Vazões Máximas, Médias e Mínimas nas Bacias Hidrográficas
do Estado de São Paulo. São Paulo/SP 1994.

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ANEXO 1
Fotos

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Foto 1: Início do Canal

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Foto 2: Exutório da Bacia do Córrego Marivam.

Foto 3: Exutório da Bacia do Córrego Marivam (Represa das Cruzes)

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ANEXO 2
Desenhos

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