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A Liberdade Guiando o Povo

A Liberdade Guiando o Povo é uma pintura de Eugène Delacroix em comemoração à


Revolução de Julho de 1830, com a queda de Carlos X.

História
No momento em que Eugène Delacroix pintou o quadro, ele já era o líder reconhecido da
escola romântica de pintura francesa. Nascido durante a Era do Iluminismo, deixou-se levar
pelas ideias e pelo estilo do romantismo, rejeitando a ênfase no desenho preciso que
caracterizava a arte acadêmica de seu tempo, e valorizou a cor livre.

Delacroix pintou A Liberdade no outono de 1830. Numa carta ao seu irmão, datada de 21 de
outubro daquele ano, escreveu: "O meu mau humor está desaparecendo graças ao trabalho
árduo. Embarquei num tema moderno - a barricada. Mesmo que eu não tenha lutado pelo
meu país, pelo menos pinto para ele">. O quadro foi exibido pela primeira vez no Salão de
Maio de 1831.

Simbolismo
Simbolismo
Delacroix retratou a Liberdade, como figura alegórica de uma deusa e como uma robusta
mulher do povo. O monte de cadáveres funciona como uma espécie de pedestal, do qual a
Liberdade se lança, descalça e com o peito meio descoberto, da tela para o espaço do
espectador. Ela usa barrete frígio que se tornara símbolo da liberdade durante a Primeira
República Francesa (1789-1794). Ela segura pelo mastro uma bandeira tricolor, que ocupa
o eixo médio da tela. A pintura tem sido vista como um marco do fim da Era do Iluminismo,
já que muitos estudiosos identificam o fim da Revolução Francesa como o início da Era
Romântica.

Distinguem-se quatro outros personagens à beira da barricada. Há dois meninos de rua -


um deles, usando uma boina e segurando duas pistolas, pode ter sido a inspiração para o
personagem Gavroche, de Les Misérables de Victor Hugo; o outro, abaixado, quase rente
ao solo, usa um boné de policial e segura uma espada. Há também um homem de cartola, o
que sugere se tratar de um burguês, e, atrás dele, um proletário, usando uma boina e com
um sabre na mão. Atrás, pode-se ver um estudante da prestigiosa École Polytechnique,
identificado pelo tradicional bicorne. O que todos têm em comum é o olhar intenso e
determinado. Ao longe, emergindo da densa névoa, veem-se as torres de Notre-Dame. A
identidade do homem da cartola tem sido amplamente debatida. A sugestão de que seria
um auto-retrato de Delacroix foi eliminada pelos historiadores da arte moderna. No final do
século XIX, foi sugerido o diretor teatral Étienne Arago; outros têm sugerido o futuro curador
do museu do Louvre, Frédéric Villot, mas não há consenso sobre este ponto. Os principais
personagens se inscrevem dentro de um triângulo em cujo vértice está a bandeira. As cores
predominantes são azul, branco e vermelho, que se destacam dos tons de cinza e marrom
predominantes.

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