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Biblioteconomia e Ciência da Informação

Me. Daianny Seoni de Oliveira

1
AULA

História Social do Conhecimento

Objetivo:
Aprender sobre os aspectos históricos do conhecimento e sua relação com a
informação.

2
O Conhecimento

● O conhecimento tem sua história tratada por Peter Burker (2003). E o que é o
conhecimento? De acordo com o autor, o conhecimento é o que foi processado,
classificado e a informação é algo efetivamente “crua”.

● A atividade bibliográfica teve seu início com eruditos, com o advento da invenção da
escrita e seu registro pelos “ordenadores do universo”. Na Biblioteca de Alexandria,
Calímaco (sec. III a.c.) já organizava os livros por grandes temas ou gêneros, sendo
modelo para as primeiras bibliotecas de Roma.

● Na idade média, as bibliotecas se encontravam nos mosteiros e em casas de nobres, pois


os livros eram caros e destinados aos “homens do saber”. Com a invenção da prensa
tipográfica por Gutenberg em 1450, a propagação de textos ficou intensa. E o que
antes era restrito para privilegiados, a partir daquele momento, começou a se
popularizar.

● Segundo Burke (2003), o que as pessoas sabiam estavam relacionadas ao lugar


onde viviam, desse modo, a “geografia do conhecimento”, também se refere
às "sedes do conhecimento”. As sedes tradicionais, no século XVI, refere-se a
mosteiro, universidade e hospitais que se juntavam a novos lugares, como as
bibliotecas, livrarias e cafés.

● Em 1640, a biblioteca aumentou de importância e como a livraria e o café


eram ambientes que encorajavam a comunicação oral com a impressa e não
havia exigência de silêncio.

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● A partir dos mosteiros e da instalação das universidades no século XVI e XVII, o
número de estudiosos cresceu consideravelmente. É um período em que a
função de secretários, bibliotecários e conselheiros é cada vez mais necessária,
criando-se redes de informação ligando os grupos de intelectuais entre si
(GOMES, 2017).

● A igreja e o estado, eram as duas grandes organizações da época, e


centralizava os documentos e livros em prédios construídos para consulta
pública desse material, principalmente em centros europeus. Havia censura
dos livros, realizada por essas duas instituições.

● Houve o aumento das obras de referência, bibliografia,


dicionários, e enciclopédias, modificando as formas de leitura:
consulta e leitura fracionada.

● No final do século XVII começaram a surgir os debates acerca da


organização da grande massa de livros bem como a sua
classificação por tema ou ordem alfabética.

● Os catálogos das bibliotecas seguiam a mesma ordem. Por


exemplo, a Biblioteca de Bodleian, 1605, separava os livros em
quatro grupos - artes, teologia, direito e medicina - utilizando um
índice de autores e de Aristóteles e da Bíblia.

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● Na Biblioteca da Universidade de Leiden, 1610, conforme gravura abaixo,
os livros eram organizados em sete categorias: teologia, direito, medicina,
matemática, filosofia, literatura e história (BURKE, 2003).

● Nesta época as melhores bibliotecas se encontravam nas maiores


cidades, como Florença, Veneza, Milão e Roma na Itália e Paris na
França.

● De acordo com Burke (2003) “a sistematização do conhecimento


nas cidades e fora delas era parte de um processo mais amplo de
elaboração ou “processamento”, que incluía compilar, checar,
editar, traduzir, comentar, criticar, sintetizar ou, como se dizia na
época, “resumir e metodizar””.

● Dessa forma, o conhecimento era “produzido” aos menos letrados


e só era possível com pois tinha a participação de burocratas,
artistas e impressores.

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● Segundo Curty (2004), a enciclopédia surge como um marco
histórico do conhecimento, pois é uma das precursoras das
inúmeras obras de referência hoje existentes que emergiram
como solução para um problema ainda atual, mas que já remontava
àquele período o da “recuperação da informação”, revolucionou a
pesquisa, acentuou o “comércio do conhecimento” e o “consumo de
cultura”.

● Em decorrência da crescente demanda social por informações,


surgem os primeiros catálogos, guias e livros de endereços. Passa-
se de um conhecimento centralizado à necessidade de seu
compartilhamento e distribuição e de descobertas globais, o que
fortalece significativamente as traduções e as reproduções de
documentos e livros (CURTY, 2004).

● Em decorrência da crescente demanda social por informações,


surgem os primeiros catálogos, guias e livros de endereços. Passa-
se de um conhecimento centralizado à necessidade de seu
compartilhamento e distribuição e de descobertas globais, o que
fortalece significativamente as traduções e as reproduções de
documentos e livros (CURTY, 2004).

● Os currículos universitários foram alterados com o passar do


tempo possibilitando a ramificação das ciências e das áreas do
conhecimento, que por consequência, forçou uma nova
estruturação das bibliotecas e a busca de novas formas de
classificação e organização.

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Referências
BURKE, P. Uma história social do conhecimento: de Gutenberg a
Diderot. Rio de Janeiro: Zahar, 2003.

GOMES, Hagar Espanha. Marcos históricos e teóricos da organização do


conhecimento. Informação & Informação, [S.l.], v. 22, n. 2, p. 33-66, out.
2017. ISSN 1981-8920. Disponível em:
<http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/informacao/article/view/31
442>. Acesso em: 12 dez. 2020. doi:http://dx.doi.org/10.5433/1981-
8920.2017v22n2p33.

O que é conhecido sempre


“sistemático, parece
provado, aplicável e evidente
para aquele que conhece. Da mesma forma,
todo sistema alheio de conhecimento sempre
parece contraditório, não provado, “
inaplicável, irreal ou místico.

Fleck

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