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UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA
Faculdade de Ciência da Informação (FCI)
Disciplina: LINGUAGENS DOCUMENTÁRIAS – Código 182.567
Créditos: 04 - Carga horária : 60 horas/aula
Profª Draª Rita de Cássia do Vale Caribé

Explosões da
informação
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Antiguidade
• Várias civilizações desenvolveram formas de
catálogos
• Tábuas dos sumérios 3.000 a 2000 a.C
• Bibliotecas de Pergamum e Alexandria
• Catálogos – Pinakes
• Poucas categorias gerais eram suficientes para
representar os assuntos
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1ª explosão
• Filósofos gregos – geração de conhecimento
• Romanos – ramo do direito
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Idade Média – séc V - XV


• Período de pouca produção
documental
• Acesso à cultura era restrito aos
monastérios e centros religiosos
que tinham uma missão
formativa, educativa e cultural.
• A igreja dominava – produzia e
armazenava os livros
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Idade média
• Não havia demanda por livros
• O conhecimento não era solicitado de nenhuma
forma que fosse necessário usar um catálogo
• Século VIII – registro de uma lista de títulos de
livros – inventário
• Século IX até XIII – bibliotecas produziam listas
-inventários
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Idade Média
• Entre os séculos XI e XV as descobertas e invenções que
poderiam ser catalogadas como marcos do progresso
ocorriam a intervalos iguais ou superiores a uma
geração – 30 a 40 anos
▫ A bússola e a pólvora – século XII
▫ Relógio – século XIII – 1250
▫ Canhão de madeira – 1257
▫ Óculos – 1280
▫ Espelho de vidro – 1300
▫ Canhão de aço – 1323
▫ Prensa de tipos móveis – 1439
▫ Pintura a óleo - 1457
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Idade Media
• Ocorrendo tão poucas novidades e a
intervalos tão largos, era natural que o
homem dispusesse de tempo para:
▫ familiarizar-se com as novas conquistas
▫ adaptar-se às condições diferentes, advindas
do processo científico e tecnológico.
• Acervos das bibliotecas eram pequenos
• Acreditava-se na existência de pessoas
enciclopédicas!
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Exemplo de pessoas enciclopédicas


• Giovanni Pico della Mirandola, em 1486,
aos 23 anos de idade, publicou as suas
900 teses intituladas Conclusiones
philosophicae cabalisticas et
theologicae.
• Acreditava ter desvendado as bases de
todo o conhecimento da humanidade,
combinando elementos do
neoplatonismo, hermetismo e cabalismo,
lógica, matemática e física.
• Propôs uma competição pública para
discussão de suas teses.
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Escassez de livros
• Alto custo do processo
produtivo
▫ uso de pergaminhos
▫ trabalho de edição - caro e
lento - produzido e
reproduzido por copistas.
• Poucos tinham acesso
devido ao alto custo
• Em muitos casos, a posse
de livros representava
poder e status
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2ª Explosão da informação
Ocorreu devido a dois
fatores:
• Século XIV - introdução
da pasta de papel no
continente Europeu
pelos Árabes que
trouxeram da China.
• Século XV (1439), a
invenção da prensa de
tipos móveis de
Gutenberg.
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2ª Explosão da informação
• Essas tecnologias são
vistas como a solução de
um problema:
• Garantir o suprimento de
textos para atender sua
crescente demanda no
final da Idade Média,
período em que estava
aumentado o número de
homens e mulheres
alfabetizados na Europa.
(BURKE, 2002)
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2ª Explosão da informação

• A prensa permitiu a impressão em série dos documentos


– maior número de exemplares.

• O livro passa a ser passível de ser adquirido e lido por


uma maior parcela da população (não toda) – reflete na
educação e cultura

• As universidades consolidam-se entre os séculos XV e


XVI como centros de geração e difusão de conhecimento.

(BLÁZQUEZ OCHANDO, )
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2ª Explosão da informação

• A invenção da prensa e o
contexto social da época
provocaram o aumento da
quantidade de informações
disponíveis em uma
velocidade enorme.
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2ª Explosão da informação

No século XVI o problema era o da


superfluidade - autores da época:
• comentavam que havia tantos livros que não
era possível sequer ler os títulos,
• reclamavam que havia uma desordem de
livros que precisava ser controlada e
organizada (semelhante ao momento atual
com a Internet).
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Dados estatísticos
• Por volta de 1500 havia impressora em
aproximadamente 250 centros europeus, que já
haviam produzido mais de 27 mil edições.
▫ Se cada edição teve uma tiragem de 500 exemplares,
pode-se estimar que houve em torno de 13 milhões de
livros em circulação, numa população de 100 milhões
de habitantes.
• Em 1750, existiam aproximadamente 130
milhões de livros.

(BURKE, 2002)
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• Essa multiplicação de livros criou


um problema para um grupo
profissional, o dos bibliotecários.

• A enorme quantidade de livros


impressos facilitou o acesso,
porém onde encontrar o livro?
Em que biblioteca ele estaria
disponível?

• Para isso era necessária alguma


forma de organização: os
catálogos deveriam ser
organizados: por assunto, por
autor ou por ordem alfabética?
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• Blázquez Ochando ( ) comenta que o aumento


da produção documental gerou um problema: o
controle da informação.

• Tornou-se difícil e trabalhoso localizar uma


determinada obra, que tratasse de um assunto.

 Esse problema adquiriu alcance internacional.


 A produção documental não estava restrita a um único país.
 Existiam traduções de uma mesma obra para diferentes idiomas.
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• Século XVI, surgem as


primeiras iniciativas
de compilação de
catálogos de
bibliotecas e de
bibliografias.
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1º repertório geral
Konrad Gessner (1516-1565)
• Bibliotheca Universalis
▫ repertório geral europeu
▫ elaborado entre 1545 e 1555
▫ Objetivo - incluir todas as obras eruditas
▫ Organizado por autor e assunto.
▫ 15.000 obras manuscritas e impressas, escritas
em latim, grego e hebraico foram incluídas
▫ 3000 autores, em ordem alfabética de prenome,
com índice suplementar pelos sobrenomes
• 1548 – Gessner publicou o segundo volume
relacionando as obras numa ordem
classificada e codificada, acompanhadas de
índice alfabético de assuntos, remetendo para
o código de classificação.
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• Na lista de Gesner incluiu referências das variações de nomes, remetendo para a forma da entrada
aceita:

• Sugeriu aos bibliotecários copiar sua lista e usar como catálogo e inserir um número de chamada

Thobias
See Tobias
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2ª Explosão da informação
• Na Europa, em especial na França, ocorreu o movimento denominado
Enciclopedismo e Ilustração que trataram de criar obras de referência de
caráter universal que contemplassem todo o saber e conhecimento
existentes.

• As bibliografias surgiram como solução para o problema do controle das


publicações produzidas como resultado das experiências aprendidas até o
século XVIII.

• Havia o problema da localização precisa das fontes de informação ou dos


livros para que servissem de base para a elaboração de outros artigos e
pesquisas, assim torna-se necessário criar um instrumento que seja capaz
de fazer o link entre a comunidade científica e as obras produzidas por
outros estudiosos ou ilustrados.

Foi essa necessidade que gerou as primeiras bibliografias.

(BLÁZQUEZ OCHANDO, )
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• Burke (2002) comenta que, como era muito


difícil encontrar as informações bibliográficas
em um repositório tão vasto como o de Gessner,
as bibliografias gerais foram sendo substituídas
por bibliografias mais específicas e fáceis de
manusear, como bibliografias nacionais e
bibliografias especializadas nas áreas de
teologia, direito, medicina, história e outros.
Intervalo médio entre
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o aparecimento de
grandes invenções e
3ª Explosão da informação descobertas é de
apenas cinco anos!

Nos séculos XVII e XIX a invenção de novas tecnologia passou a


ocorrer de forma mais rápida:
• 1776 – James Watt – máquina a vapor  1861 – metralhadora
• 1784 - Forno reverberatório  1867 – dinamite
• 1800 - bateria galvânica e máquina de  1870 – forno elétrico
fazer papel  1876 – telefone
• 1807- primeiro navio a vapor  1877 – motor de explosão interna
comercialmente explorável
 1878 – lâmpada incandescente
• 1827 – turbina hidráulica
 1884 – turbina a vapor e linotipo
• 1828 – eletromagneto
 1888 – máquina de calcular
• 1829 – locomotiva
 1893 – máquina cinematográfica
• 1831 – dínamo
• 1835 – telégrafo elétrico
 1895 – raios x
• 1839 – fotografia
 1896 – radioatividade e TSF
• 1846 – máquina de costura  1900 – motor Diesel
• 1847 – prensa rotativa  1901 - aeroplano
• 1851 – locomotiva elétrica  1927 – Baird - televisão
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3ª Explosão da informação
• No século XVIII, em consequência da explosão da
informação, houve uma mudança da leitura intensiva
para a extensiva, citando a “famosa metáfora de Francis
Bacon, do hábito de engolir livros para o de provar
deles”.

• Essa nova modalidade de leitura extensiva estimulou


mudanças no formato e na apresentação dos livros e foi,
por sua vez, por elas estimulada.
Neste sentido foram inseridas: a divisão do texto em
capítulos, o acréscimo de sumários e índices, e notas
marginais.
(BURKE, 2002, p. 179)
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3ª Explosão da informação
• Em 1800 existia uma centena de revistas científicas, em 1850 eram mil e
em 1911 dez mil.
• Em 2011 estavam registrados no Ulrich’s Periodicals Directory mais de
300.000 títulos de periódicos ativos e correntes. (este dado consta ainda
no site)
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3ª Explosão da informação
• Séculos XVIII e XIX - grande proliferação de
livros, obras de referência, artigos de periódicos,
publicações científicas, congressos, literatura
cinzenta o que torna cada vez mais difícil o
controle documental da informação publicada.

• Nesse contexto que a bibliografia emerge como


uma ciência ou disciplina com o objetivo de gerir
o descontrole documental.
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Explosão da informação
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4ª Explosão da informação
• Período da 2ª Grande Guerra (1939-1945) e o pós-guerra
• Proliferação da literatura cinzenta.
• Problemas decorrentes do aumento da produção bibliográfica
e de seu conhecimento e controle adequados.
• Cientistas e pesquisadores inquietavam-se com a divulgação
deficiente das informações e com o desconhecimento das
novidades publicadas nas áreas específicas do conhecimento.
• Surgem técnicas e grupos de estudo são formados para
estudar novos métodos para substituição daqueles que haviam
revelado ineficientes – emerge Indexação.
• Cientistas – grupo mais interessado na solução das
dificuldades decorrentes da ineficiente recuperação da
informação necessária para apoiar seus trabalhos.
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4ª Explosão da informação
• Neste período começam a perceber que os livros
continham informação, ou seja, o mais importante era o
seu conteúdo – a informação.

• Começam a perceber que o documento não era mais que


um veículo, um suporte para o conteúdo temático que
encerrava e que se convertia em informação útil e
necessária por causa de seu próprio significado e
demanda para seu uso posterior.

• Difunde-se a ideia de que não se queriam os livros, mas o


seu conteúdo.
(CURRÁS, 1995)
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4ª Explosão da informação
• A classificação, ou seja, a colocação dos livros em classes,
de acordo com o seu conteúdo foi uma das principais
tarefas dos profissionais que trabalhavam com esses
documentos.
• Porém, as classificações demonstraram-se
demasiadamente rígidas e excessivamente estáticas para
enquadrar nelas as novas invenções e descobertas, os
novos conceitos, os novos termos que apareciam
diariamente.
• Assim, surgiu a ideia de tirar do documento o seu
conteúdo e representá-lo por palavras (palavras-chave) –
termos que seriam submetidos a ordenação posterior.
(CURRÁS, 1995)
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4ª Explosão da informação
• Todos esses termos relativos a um assunto, que formavam
parte de um vocabulário especializado, compunha uma
linguagem, por sua vez, especializada.

• Observou-se que essas linguagens deveriam estruturar-se de


alguma maneira, relacionando os termos de forma lógica, para
sua melhor localização dentro da própria linguagem e seu uso
posterior.

• Passava-se de uma linguagem natural, a dos documentos, para


uma linguagem estruturada, a da informação neles contida.

(CURRÁS, 1995)
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5ª Explosão da informação –
Sociedade da Informação
• A partir 1970 e 1990 –
tecnologia da
informação e
comunicação
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5ª Explosão da informação –
Sociedade da Informação
• Tecnologias da informação
e comunicação que
facilitam a criação,
distribuição e manipulação
da informação
desempenham um papel
essencial nas atividades
sociais, culturais e
econômicas.
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Web 2.0
• Interatividade
• Redes sociais
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