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LIVRO DE RESUMOS

Realização

Universidade de São Paulo


Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto
Departamento de Química

Copyright © 2010 Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras

Todos os resumos publicados neste livro foram reproduzidos de cópias fornecidas pelos
autores. O conteúdo dos resumos é de exclusiva responsabilidade de seus autores. A
Comissão organizadora do 2º Encontro Nacional de Química Forense não se
responsabiliza por conseqüências decorrentes do uso de quaisquer dados, afirmações e
opiniões inexatas publicados neste livro.

i
II. ENQFor- Encontro Nacional de Química Forense
APRESENTAÇÃO

Após a criação do primeiro curso de bacharelado em Química Forense


no Brasil (em vigor desde 2006), bem como a realização do 1º ENQFor
(Encontro Nacional de Química Forense), o Departamento de Química da
Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP-USP)
pretende oferecer à comunidade científica brasileira, a segunda edição do
referido evento, o qual também será dedicado à apresentação de trabalhos de
pesquisa em análises forenses, bem como à apresentação de mini-cursos e
palestras. Neste contexto, espera-se que o 2º Encontro Nacional de Química
Forense se torne uma oportunidade de divulgação dos principais métodos e
técnicas da química aplicados à busca pela justiça e na promoção da
cidadania, bem como o marco inicial de um ciclo de eventos nacionais desta
natureza, os quais possam consolidar-se na esfera científica brasileira.

Em seqüência ao 1º ENQFor realizado em 2008, pretende-se nesta


edição, uma abordagem mais ampla do papel da química na área forense, com
foco na apresentação e discussão de temas relacionados com o foro criminal
(métodos químicos de identificação e análise de vestígios em locais de crimes
ou correlatos), bem como aqueles temas destinados ao foro cível (perícias
cíveis, assessorias técnicas), no campo desportivo (exames químicos anti-
doping), dentre outros, englobando desta forma o amplo significado e a
abrangência da área de química forense, um dos campos pioneiros da perícia
brasileira.

A interação entre pesquisadores, principalmente aqueles que trabalham


nas universidades, e os peritos oficiais, encontra-se ainda em fase embrionária
no Brasil. Serão discutidas neste evento as perspectivas sobre a pesquisa em
química forense no Brasil, bem como as sugestões para um maior
estreitamento no relacionamento entre a universidade e a perícia criminal.

Esse evento representa, portanto, uma tentativa de integração entre


pesquisadores e peritos criminais estaduais e federais de todo o Brasil, com
foco no desenvolvimento das análises laboratoriais no campo forense, tendo
como palco a Universidade de São Paulo.

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II. ENQFor- Encontro Nacional de Química Forense
COMISSÃO ORGANIZADORA

Prof. Dr. Marcelo Firmino de Oliveira (Coordenador) DQ-FFCLRP-USP


Profa. Dra. Aline Thaís Bruni DQ-FFCLRP-USP
Prof. Dr. Bruno Spinosa De Martinis DQ-FFCLRP-USP
Prof. Dr. Celso Teixeira Mendes Junior DQ-FFCLRP-USP
Prof. Dr. Daniel Junqueira Dorta DQ - FFCLRP-USP
Prof. Dr. Jesus Antonio Velho DQ - FFCLRP-USP
Profa. Dra. Márcia Andréia Mesquita Silva da Veiga DQ-FFCLRP-USP

COMISSÃO CIENTÍFICA

Dr. Alberi Espíndula Centro de Perícias Forenses – AL


Profa. Dra. Alice da Matta Chasin FOC – SP
Profa. Dra. Aline Thais Bruni DQ-FFCLRP-USP
Profa. Dra. Anamaria Dias Pereira Alexiou Mackenzie - SP
Dr. André Dias Cavalcanti Setor Técnico-Científico da PF - MG
Dr. Antonio J. M. Guarita dos Santos Setor Técnico-Científico da PF – PA
Prof. Dr. Bruno Spinosa De Martinis DQ-FFCLRP-USP
Prof. Dr. Celso Teixeira Mendes Junior DQ-FFCLRP-USP
Dr. César Silvino Gomes Setor Técnico-Científico da PF – AC
Prof. Dr. Cláudio Cerqueira Lopes UFRJ – RJ
Profa. Dra. Dalva Lúcia de A. Faria IQ – USP – SP
Prof. Dr. Daniel Junqueira Dorta DQ - FFCLRP-USP
Dr. Domingos Tocchetto Instituto Geral de Perícias - RS
Profa. Dra. Flavia Thiesen PUC-RS
Prof. Dr. Henrique Eisi Toma IQ – USP – SP
Prof. Dr. Jesus Antonio Velho DQ - FFCLRP-USP
Prof. Dr. Jorge Eduardo de Souza Sarkis IPEN – SP
Dr. Jorge Jardim Zacca Instituto Nacional de Criminalística– DF
Dr. José Arthur Vasconcelos Neto Setor Técnico-Científico da PF – PI
Profa. Dra. Márcia Andréia M. Silva da Veiga DQ-FFCLRP-USP
Prof. Dr. Marcelo Firmino de Oliveira DQ-FFCLRP-USP
Dra. Maria Cristina Brunini Silva Instituto de Criminalística – SP
Prof. Dr. Mauricio Yonamine FCF-USP
Dra. Regina C. P. de O. Branco Instituto de Criminalística – SP
Dr. Ricardo Guanaes Cosso Setor Técnico-Científico da PF -SP
Profa. Dra. Vera Lúcia Ribeiro Salvador CNEN - SP

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II. ENQFor- Encontro Nacional de Química Forense
PATROCÍNIO

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II. ENQFor- Encontro Nacional de Química Forense
Sumário
BIOQUÍMICA E BIOLOGIA MOLECULAR (BQ)
Avaliação da associação de SNPs do gene SLC45A2 com a pigmentação humana e
sua aplicabilidade forense. ............................................................................................ 1
A reação de quimiluminescência do luminol e os testes confirmatórios de detecção e
caracterização de sangue humano................................................................................. 2
CRIMINALÍSTICA (CRI)
Assinaturas químicas de resíduos de disparo de armas como estratégia para
identificação do tipo de arma utilizada. ........................................................................ 3
Análises Instrumentais na elucidação de variações do “Golpe da Nota Preta”: Estudo
de Caso. ........................................................................................................................ 4
Utilização de características físicas de comprimidos na detecção de falsificações de
medicamentos: os exemplos do Viagra® e do Cialis® ................................................ 5
Perícia civil aplicada a combustíveis: análise técnica para contestar o critério de
distribuição por volume e as perdas decorrentes. ......................................................... 6
Análise de autos findos de homicídio: prática didática de Assistência Técnica dentro
do Processo Penal. ........................................................................................................ 7
Análise de distância de disparos por residuografia em anteparos:o que o CSI não
conta ............................................................................................................................. 8
O ensino grafodocumentoscópico para alunos do curso Química Forense .................. 9
Ocorrências da família Sarcophagidae (Insecta, Díptera) em carcaças de Sus scrofa
Linnaeus (Suidae), colonização da carcaça e sua relação com o tempo de morte do
animal. ........................................................................................................................ 10
Espectroscopia Raman aplicada à análise de delitos de trânsito: estudo de caso ....... 11
A importância das análises químicas para a perícia de incêndio ................................ 12
ELETROQUÍMICA E ELETROANALÍTICA (EL)
Determinação de chumbo em RDAF utilizando microeletrodo de ouro .................... 13
Análise Voltamétrica de ∆9-tetraidrocanabinol utilizando eletrodo de carbono vítreo
.................................................................................................................................... 14
Análise voltamétrica de cocaína utilizando eletrodo de platina quimicamente
modificado com bases Schiff ...................................................................................... 15
Análise voltamétrica de cocaína utilizando eletrodo de carbono vítreo quimicamente
modificado com bases Schiff ...................................................................................... 16
Desenvolvimento de língua eletrônica voltamétrica para a classificação de cachaças
utilizando eletrodos descartáveis. ............................................................................... 17
Estudo eletroquímico da cocaína através de eletrodos quimicamente modificados com
base de Schiff Ni SS Salcn ......................................................................................... 18
Desenvolvimento de um método eletroanalítico para análise de Flunitrazepam
(ROHYPNOL®). ......................................................................................................... 19
FÍSICO-QUÍMICA (FQ)
SERS em química forense: pós e contras. .................................................................. 20
Verdadeiro ou falso? ................................................................................................... 21
QUÍMICA ANALÍTICA (QA)
Análise do açúcar cristal vendido no comércio varejista de Uberaba ........................ 22
Determinação de GHB, GBL e 1,4-BD em amostras apreendidas e bebidas por HPLC
e MEKC. ..................................................................................................................... 23
Correlação entre as concentrações de etanol presentes em amostras de medula óssea e
bile em relação ao sangue. .......................................................................................... 24
Determinação de metais tóxicos absorvidos em cabelo por ET AAS. ....................... 25

v
II. ENQFor- Encontro Nacional de Química Forense
Comparação entre duas técnicas analíticas, utilizadas na certificação de materiais de
referência gasosos aplicados na calibração de etilômetros. ........................................ 26
Metodologia para eliminação de falsos positivos, distinção de cocaína e outras
drogas: uma alternativa do Test de Scott .................................................................... 27
Detecção de LSD em papel por análise direta de superfície utilizando a técnica EASI-
MS (Easy Ambient Sonic-spray Ionization-Mass Spectrometry) .............................. 28
Classificação de tintas de canetas azuis empregando a espectroscopia no
infravermelho médio e técnicas quimiométricas de reconhecimento de padrões
supervisionadas ........................................................................................................... 29
Validação de metodologias hplc e ce para determinação de sufentanil livre e
complexado com hidroxipropil--ciclodextrina em plasma. ...................................... 30
9, 10-DIIDRO-LSD: uma nova substância encontrada em selos e micropontos. ...... 31
Determinação de anfetaminas e adulterantes em comprimidos de ECSTASY por
HPLC e eletroforese capilar. ...................................................................................... 32
Otimização e validação do método para análise de etanol por Cromatografia Gasosa
de Alta Resolução (CGAR) em amostras medula óssea e bile. .................................. 33
Detecção de cafeína em documentos artificialmente envelhecidos usando LC-MS-MS
.................................................................................................................................... 34
Análise de Δ9-THC em Cosméticos ........................................................................... 35
Avaliação da conformidade do teor de sódio em preparados instantâneos tipo “sopão”
.................................................................................................................................... 36
Determinação de antimônio, bário e chumbo por ET AAS em resíduos de disparo de
arma de fogo. .............................................................................................................. 37
Estudo comparativo entre resíduos ocupacionais e resíduos provenientes de disparo
de arma de fogo (Pb, Ba e Sb). ................................................................................... 38
Validação da técnica extração sólido-líquido com partição em baixa temperatura
(ESL-PBT) para determinação de carbamatos em bolo e brigadeiro. ........................ 39
Determinação de resíduos de carbamatos em borra e café. ........................................ 40
TOXICOLOGIA (TOX)
Obtenção de cocaína de elevada pureza para a produção de material de referência
certificado ................................................................................................................... 41
Determinação de metais traço em amostras de cabelo por ICP-MS: um método
simples e rápido assistido por ultra-som visando a aplicação em análise forense. .... 42
Determinação de metais tóxicos por ICP-MS em praguicidas frequentemente
aplicados na agricultura brasileira para avaliação toxicológica. ................................ 43
Identificação de Delta-9-THC em creme hidratante comercializado no Rio de Janeiro
por CG-EM ................................................................................................................. 44
Metodologia para identificação de drogas de abuso em Humor Vítreo ..................... 45
Desenvolvimento de método analítico para detecção de drogas de abuso em amostras
de sangue total colhidas de vítimas fatais de acidentes de trânsito. ........................... 46
Análise da Contaminação de Cédulas de Dinheiro por Cocaína Utilizando
Cromatografia Líquida de Alta Eficiência.................................................................. 47
Desenvolvimento de um método analítico empregando LPME e GC/MS para
determinação de barbitúricos em amostras de fígado postmortem. ............................ 48
Determinação de opiáceos em sangue total e humor vítreo por GC-MS ................... 49
Método para determinação de carboxihemoglobina em sangue. ................................ 50
Carboxihemoglobina em vítimas fatais suspeitas de intoxicação por Monóxido de
Carbono ...................................................................................................................... 51
OUTROS TÓPICOS (OT)
Possibilidade de Uso de Fitas de Uroanálise em Análises Forenses .......................... 52

vi
II. ENQFor- Encontro Nacional de Química Forense
Impressões Digitais: uma Técnica Analítica da Ciência Forense no ensino de química
orgânica ...................................................................................................................... 53
Química forense e interdisciplinaridade: conceito e aplicação para sua abordagem em
química no ensino médio ............................................................................................ 54
Análise pericial de diferentes lâmpadas de farol automotivo utilizando técnica
Microscopia Eletrônica de Varredura acoplada a Espectroscopia de Energia
Dispersiva (MEV-EDS) .............................................................................................. 55
Química forense como recurso didático: a química na ponta dos dedos .................... 56
Uma proposta didática no ensino de reações de oxi-redução utilizando a Quimica
Forense ....................................................................................................................... 57

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II. ENQFor- Encontro Nacional de Química Forense
BIOQUÍMICA E
BIOLOGIA MOLECULAR
(BQ)
BQ001

Avaliação da associação de SNPs do gene SLC45A2 com a pigmentação


humana e sua aplicabilidade forense.
1 1 1 2
Andrade, EA ; Andrade, CCF , Simões, AL ; Mendes-Junior, CT
1
Departamento de Genética, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de
2
São Paulo. Departamento de Química, Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de
Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo.
edileneandrade@usp.br

Palavras-chave: pigmentação, SNPs, SLC45A2, genética de populações,


genética forense

Polimorfismos de nucleotídeo único (SNPs) em genes relacionados com a


pigmentação, quando associados aos diferentes fenótipos podem vir a auxiliar
na predição da aparência física dos indivíduos. O gene SLC45A2 (5p13.3)
codifica uma proteína envolvida na diversidade da cor da pele. Este estudo
objetivou verificar a existência de associação de três SNPs deste gene
[rs250413 (íntron 1 C>T), rs181832 (íntron 2 T>C) rs2287949 (éxon 4 G>A,
T329T)] com a pigmentação humana. O DNA foi extraído a partir de amostras
de sangue de 150 indivíduos de Ribeirão Preto (SP), utilizando-se o método
salting-out. As genotipagens foram realizadas por PCR-RFLP, PAGE e
coloração com AgNO3. Para o SNP rs250413, o alelo T apresentou associação
com pele média (p < 0,0349; OR = 5,2857; IC95% = 1,1381-24,5491). O alelo
C do rs181832 apresentou associação com pele média (p < 0,0089; OR =
2,9841; IC95% = 1,3370-6,6605) e com a ausência de sardas (p < 0,0334; OR
= 9,2463; IC95% = 0,5531-154,5658), enquanto que o alelo T está associado
com pele clara (p < 0,0001; OR = 9,2814; IC95% = 2,1745-39,6165). O alelo A
do rs2287949 apresentou associação com olhos castanho-escuros (p < 0,0303;
OR = 2,7586; IC95% = 1,1423-6,6621). Os três SNPs mostraram ter valor
preditivo das características fenotípicas. Contudo, estudos mais amplos,
incluindo análises de haplótipos, são necessários para determinar os efeitos
dos SNPs do gene SLC45A2 na pigmentação humana e sua aplicação forense.

1
II. ENQFor- Encontro Nacional de Química Forense
BQ002

A reação de quimiluminescência do luminol e os testes confirmatórios de


detecção e caracterização de sangue humano

Washington Xavier de Paula, Valéria Rosalina Dias e Santos


Instituto de Criminalística de Minas Gerais
A evidência física de delitos violentos é constituída por vestígios deixados na
cena do crime tais como armas ou fragmentos de explosivos, mas também e
mais freqüentemente vestígios não visíveis de impressões digitais, pegadas,
sangue, que o criminoso deixa ou com ele transporta. A aplicação da reação
quimioluminescente do luminol em testes presuntivos para detecção de
manchas de sangue latente é conhecida há mais de 40 anos na ciência
forense. Esta reação baseia-se na emissão de luz através da reação química
entre o luminol, um agente oxidante, meio básico e catalisador (metal).
O objetivo deste trabalho foi verificar a influência do teste presuntivo luminol
sobre testes sorológicos confirmatórios baseados na identificação de sangue
humano através da detecção da gamaglobulina humana, quantificação e
tipagem de DNA por microssatélites.
Foram analisadas amostras preparadas com sangue e solução de luminol (SL)
em três diferentes concentrações, contendo luminol, peróxido de hidrogênio e
carbonato de sódio; as amostras foram identificadas de acordo com a
concentração de luminol e com o tempo de incubação.
Os resultados indicaram que o teste se constitui apropriado para o estudo de
possíveis manchas de sangue em análises forenses, não afetando testes
confirmatórios baseados em análises imuno-hematológicas e tipagem de
microssatélites de DNA nuclear.

2
II. ENQFor- Encontro Nacional de Química Forense
CRIMINALÍSTICA (CRI)
CRI001

Assinaturas químicas de resíduos de disparo de armas como estratégia


para identificação do tipo de arma utilizada.

Adriana Lebkuchen, Jorge Eduardo Sarkis, João Carlos de Freitas, Patrícia Cunha
Instituto de Pesquisas Enérgicas e Nucleares- IPEN, São Paulo, SP

Nos últimos anos no estado de SP, houve um aumento significativo no número


de crimes envolvendo armas de fogo. Somente nos dois primeiros trimestres do
ano de 2010, foram registrados cerca de 2000 casos de homicídios. No mesmo
período, foram apreendidas cerca de 10.000 armas sendo 65% revólveres,
30% pistolas semi-automáticas e os 15% restantes, outros modelos. (1). A
técnica mais comumente utilizada na identificação de resíduos de disparo de
armas (GSR) é o EDX (2). Esta técnica possui a vantagem de ser não destrutiva
e muito seletiva. Entretanto é demorada podendo identificar apenas partículas
com até 5 micrômetros. Mas, recentemente, foi desenvolvida uma metodologia
baseada na técnica de espectrometria de massas de alta resolução com fonte
de plasma indutivamente acoplado, HR-ICPMS. (3). O método baseia-se na
coleta de amostras das mãos dos atiradores voluntários, utilizando swabs
(cotonetes) embebidos em uma solução de EDTA (ácido
etilenodiaminotetracético) usado como agente complexante, a recuperação dos
resíduos por meio de lixiviação ácida assistida por ultra som sendo a
interpretação dos dados feita por meio de gráficos ternários. Neste trabalho
serão apresentados resultados demonstrando a capacidade desta metodologia
para a identificação não somente da presença dos GSR como também do tipo
de arma utilizada ( pistolas calibre 9mm e 0,40 e revolver calibre 0,38).

(1) Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo,


www.ssp.sp.gov.br
(2) Identification of gunshot residue: a critical review, Forensic Science
International
(3) Identificação de resíduos de disparo de armas de fogo por meio da
técnica de espectrometria de massa de alta resolução com fonte de
plasma indutivo, Química Nova vol. 27, no 3

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II. ENQFor- Encontro Nacional de Química Forense
CRI002

Análises Instrumentais na elucidação de variações do “Golpe da Nota


Preta”: Estudo de Caso.
Maurício Leite Vieira e Márcio Talhavini
Departamento de Polícia Federal

Ao longo dos últimos anos a Polícia tem se deparado, com certa frequência,
por um tipo peculiar de estelionato baseado na promessa de ―fabricação
mágica‖ de cédulas mediante a aquisição de um ―kit‖ composto basicamente de
um pacote de papéis pretos e um número de reagentes químicos. O
estelionatário demonstra a técnica de transformação de papel preto em cédulas
de dinheiro, ao aplicar reagentes do kit em uma cédula preta, ―transformando-
a‖ em dinheiro real. A vítima desta forma adquire o kit, que na verdade se trata
de papéis pretos e alguns reagentes químicos. Normalmente o mecanismo que
explica o processo de descoloração consiste em revestir uma cédula
verdadeira com iodo ou permanganato de potássio, e para o processo de
descoloração usa-se um reagente redutor como o bissulfito de sódio.
Recentemente a Polícia Federal recebeu uma solicitação de um caso de nota
preta, onde o processo de descoloração usava um método inverso: a cédula
era revestida com uma pasta contendo principalmente óxido de manganês e
era descolorida mediante processo oxidativo, usando-se uma mistura composta
por solução ácida de água oxigenada, fenol e ácido cítrico. As substâncias
foram identificadas por espectroscopia Raman, infravermelho, cromatografia
gasosa acoplada à espectrometria de massas e microdifração de raios-X.

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II. ENQFor- Encontro Nacional de Química Forense
CRI003

Utilização de características físicas de comprimidos na detecção de


falsificações de medicamentos: os exemplos do Viagra® e do Cialis®
1 2 2 3
Rafael S. Ortiz , Kristiane Mariotti , Renata P. Limberger , Jandyra M. G. Fachel , Paulo
4
Mayorga
1 2
Setor Técnico-Científico, Polícia Federal no Rio Grande do Sul, Laboratório de
3
Toxicologia, Faculdade de Farmácia, UFRGS, Núcleo de Assessoria Estatística, Instituto
4
de Matemática, UFRGS, Laboratório de Desenvolvimento Galênico, Faculdade de
Farmácia, UFRGS.

O perfil (―profiling‖) de comprimidos contendo determinada substância ativa


pode ser obtido utilizando diferentes conjuntos de características, incluindo
aspectos físicos e químicos. As primeiras medições efetuadas em comprimidos
são de características físicas, também denominadas características pós-
compressão. Tais dados podem ser valiosos, em um primeiro estágio, no
sentido de detectar falsificações de medicamentos. Este trabalho centra-se
sobre as características físicas de comprimidos de Cialis e de Viagra
apreendidos pela Polícia Federal no Rio Grande do Sul. Comprimento (maior e
menor), espessura e massa mostraram-se características confiáveis e
relevantes, numa perspectiva pericial, na análise de comprimidos suspeitos de
falsificação. Com a utilização da análise discriminante, distribuições de
amostras de Cialis falsificados (n=38) distinguiram-se muito bem de amostras
autênticas. No caso de comprimidos de Viagra falsificados (n=19) houve casos
de má classificação. Em conclusão, observou-se a validade do emprego das
características pós-compressão em de modo rápido, confiável e sem preparo
de amostra, auxiliar na rotina pericial de detecção de falsificações de Cialis e
de Viagra.

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II. ENQFor- Encontro Nacional de Química Forense
CRI004

Perícia civil aplicada a combustíveis: análise técnica para contestar o


critério de distribuição por volume e as perdas decorrentes.
1 2 3 4
Aline Thaís Bruni , Elizeu Trabuco , Vitor Barbanti Pereira Leite , Evandro Luiz Fraga ,
4
Alessando Luiz Gomes .
1 2. 3 4
.DQ/ FFCLRP-USP; DQCA/IBILCE-UNESP; .DF/IBILCE-UNESP; . AdHoc Consultoria
Jurídica.
A medida de quantidade de matéria para a aquisição de combustíveis pelos
postos distribuidores no Brasil é estabelecida pelo volume. Internacionalmente,
no entanto, as distribuidoras adquirem os produtos por meio da medida de sua
massa. A resolução n 6/70 de 35 de junho de 1970 do então Conselho
Nacional de Petróleo obriga a correção da densidade e do volume dos
combustíveis para 20C no ato de sua comercialização. Este trabalho tem o
objetivo de avaliar se há ou não perda de quantidade de matéria quanto à
aquisição por medida de volume e não de massa. A variação de volume é
obtida por meio da diferença entre os volumes em temperaturas diferentes de
20C. Para corrigir os valores foi necessário saber a temperatura diária para a
cidade de São José do Rio Preto. Por meio de dados fornecidos pelo Instituto
Agronômico de Campinas (IAC) foram avaliadas as temperaturas diárias
mínima, máxima e média. Os dados relativos à entrega diária de combustíveis
(álcool-aditivado e hidratado; gasolina-aditivada e comum; óleo diesel) durante
um período de até 20 anos foram analisados para o posto-problema. Para cada
entrega foi calculada a perda diária de volume e estas foram somadas para
cada período, por meio de um programa computacional especialmente
desenvolvido para este caso. As perdas encontradas foram significativas e
variaram de um mínimo de 13.883,31L para o até o valor máximo de
195.331,10L para a gasolina comum.

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II. ENQFor- Encontro Nacional de Química Forense
CRI005

Análise de autos findos de homicídio: prática didática de Assistência


Técnica dentro do Processo Penal.
1 1 1 2
Aline Thaís Bruni , Bruna Possato , Lídia Renata Zanão , Ana Maria de Oliveira
1 2
DQ, FFCLRP/USP . Juiza de Direto da Comarca de Caçu, GO
A perícia em casos de crime contra a vida é de extrema importância para
solucionar casos que afrontam a sociedade.
Com as mudanças no Código de Processo Penal pela Lei 11.690 de 2008, foi
introduzida a figura do assistente técnico.
O Artigo 159 do referido Código, em seus parágrafos e incisos, dispõe
que facultadas ao Ministério Público, ao assistente de acusação, ao ofendido,
ao querelante e ao acusado a indicação de assistente técnico, que atuará a
após a conclusão dos exames e elaboração do laudo pelos peritos oficiais. O
material probatório que serviu de base à perícia poderá ser disponibilizado no
ambiente do órgão oficial e na presença de perito oficial, para exame pelos
assistentes.
O objetivo deste trabalho didático é fazer com que os alunos avaliem um
autos findos e a parte pericial neles contidas, como prática de trabalho de
assistência técnica.
Os casos avaliados foram selecionados entre crimes de homicídio com
trânsito em julgado. Nesta análise foram utilizados os princípios estudados nas
disciplinas de criminalística para avaliar os elementos da responsabilidade do
agente e observar eventuais discrepâncias entre as perícias já realizadas e as
conclusões retiradas da análise crítica da assistência técnica.

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II. ENQFor- Encontro Nacional de Química Forense
CRI006

Análise de distância de disparos por residuografia em anteparos:o que o


CSI não conta
Jesus Antônio Velho, Aline Thaís Bruni, Ana Rita Martins dos Santos, Andre Vinicius
Moreira Fernandes, Bruna Possato, Daiana Maria Furlan, Fernanda Pereira Domingues,
Gabriella Rodrigues Daniel, Greyce Kelly Steinhorst Alcantara, Isabela Ferreira Sodré
dos Santos, Josana Maria Messias, Letícia Paifer Marques, Lídia Renata Zanão, Túlio de
Castro Agostinho, Yuri Alexandre Pepe de Andrade.

Departamento de Química, Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão Preto,


Universidade de São Paulo.
A mortalidade por causas externas, principalmente com o emprego de armas
de fogo, tem tomado cada vez mais vulto no Brasil. Para a investigação e
esclarecimentos da dinâmica dos fatos e busca de autoria de delitos
envolvendo disparos de arma de fogo, é essencial a estimativa da distância em
que o atirador efetuou o(s) disparo(s). Uma das técnicas mais utilizadas para a
caracterização da distância de tiros pelas instituições de polícia técnico-
científica é a residuografia em anteparos, feita pela análise dos resíduos
gerados na detonação da espoleta e na queima da pólvora, os quais são
projetados contra o alvo no momento de deflagração do tiro. O presente
trabalho descreve a técnica de análise residuográfica em anteparos,
comparando o perfil de liberação de resíduos em disparos efetuados com
pistolas, espingardas e revólveres, em diferentes distâncias do alvo. Os
resultados indicam que a análise realizada por esse método é dependente do
tipo de arma e das características da munição utilizada nos disparos, e ainda
que não é possível a estimativa precisa da distância de disparos efetuados a
mais de um metro do alvo.

8
II. ENQFor- Encontro Nacional de Química Forense
CRI007

O ensino grafodocumentoscópico para alunos do curso Química Forense

Jesus Antônio Velho, Aline Thaís Bruni, Ana Rita Martins dos Santos, Andre Vinicius
Moreira Fernandes, Bruna Possato, Daiana Maria Furlan, Fernanda Pereira Domingues,
Gabriella Rodrigues Daniel,, Greyce Kelly Steinhorst Alcantara, Isabela Ferreira Sodré
dos Santos, Letícia Paifer Marques, Lídia Renata Zanão, Yuri Alexandre Pepe de
Andrade.

Departamento de Química, Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão Preto,


Universidade de São Paulo.
A perícia grafodocumentoscópica é de extrema importância no que diz respeito
à determinação de crimes de falsificação previstos no Código Penal.
O objetivo deste trabalho é avaliar, por meio de experimentos, validade das
Leis do Grafismo e determinar se é possível, de maneira didática, avaliar as
causas modificadoras da escrita.
Para isso, dois experimentos foram feitos:
-No primeiro deles, foram colhidos padrões de escrita de uma única pessoa, no
modo de cópia e no modo de ditado. O mesmo padrão foi colhido para esta
pessoa após o consumo de álcool.
- No segundo experimento, foram colhidos padrões no modo ditado e no modo
copiado de irmãos gêmeos.
Os examinadores dos padrões foram os alunos do curso de Química Forense
da disciplina de Criminalística II, oferecida na grade curricular regular. Cada um
dos alunos fez a análise nos dois experimentos de acordo com variáveis
previamente escolhidas em cada caso. As variáveis escolhidas tiveram
componentes genéricas e genéticas e a avaliação seguiu a Norma de
Procedimento de Grafoscopia do Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias
de Engenharia de São Paulo (IBAPE-SP).

9
II. ENQFor- Encontro Nacional de Química Forense
CRI008

Ocorrências da família Sarcophagidae (Insecta, Díptera) em carcaças de


Sus scrofa Linnaeus (Suidae), colonização da carcaça e sua relação com
o tempo de morte do animal.
Thaissa Fernandes da Silva Rodrigues
Paula Daniela Raiol Bitar
Gustavo Caminoto Geiser

Centro Universitário do Estado do Pará – CESUPA


Instituto de Pesquisa Museu Emílio Goeldi

O presente trabalho visa verificar a ocorrência de Dípteros de interesse forense


em uma carcaça de suíno, sua colonização e relação com o tempo de morte do
animal, dando maior ênfase na família Sarcophagidae, por constituírem fauna
constante e obrigatória de carcaça e por utilizarem esse substrato como sítio
de procriação. A colonização da carcaça por insetos é profundamente
relacionada às condições climáticas, sendo a região norte do país aquela que
tem menor número de estudos a esse respeito. O experimento foi realizado em
uma área de mata, localizada nas dependências do Instituto de Pesquisa
Museu Emílio Goeldi, em Belém-Pa. Foi utilizado como isca um suíno (Sus
scrofa L.) inteiro (com vísceras), de 14,5 Kg, recém abatido, exposto sob
armadilha do tipo suspensa modificada, adequada para coletas de insetos
adultos, tendo sido coletadas larvas e pupas, diretamente na carcaça. A
ocorrência dos insetos adultos e de seus estágios larvais foi correlacionada
com o tempo de morte do animal, a fim de possibilitar futuras inferências de
tempo de morte com base na presença e dispersão destes insetos. O tempo de
decomposição e a duração de cada estágio de decomposição foram
registrados, bem como as condições climáticas. Não foram observadas
diferenças quanto ao padrão de sucessão, em relação a estudos realizados em
outras regiões.

10
II. ENQFor- Encontro Nacional de Química Forense
CRI009

Espectroscopia Raman aplicada à análise de delitos de trânsito: estudo


de caso
Leonardo Costa dos Santos* e Jesus Antônio Velho**
*Centro de Pericias Cientificas “Renato Chaves” – PA,
** Setor Técnico-Científico da Policia Federal no Estado do Pará.

A aplicação da escpectroscopia Raman na Criminalística vem crescendo muito


nos últimos anos, devido a sua eficácia na identificação de substâncias de
forma não destrutiva. Esta técnica proporciona, em poucos segundos,
informação química e estrutural de um número muito grande compostos,
orgânicos e/ou inorgânicos, fornecida através de espectros, representativos
das vibrações atômicas. Os espectros vibracionais Raman de substâncias
podem ser considerados suas ―impressões digitais‖, pois possuem uma
correspondência unívoca com determinada molécula, possibilitando a distinção
entre materiais. Nesse estudo foi utilizada a espectroscopia Raman para a
comparação de amostras de tintas provenientes de dois veículos supostamente
envolvidos numa colisão de trânsito. Em setembro de 2010, Peritos do Centro
de Perícias Científicas de Castanhal do estado do Pará foram acionados para
examinar um local de acidente de trânsito na rodovia PA 118, que culminou
com duas mortes. A colisão se efetivou entre uma motocicleta vermelha marca
Honda e outro veículo de maior massa (provável caminhão branco) que evadiu
do local, sendo supostamente localizado através de uma denúncia
anônima, horas depois do acidente. Esse veículo foi encaminhado à perícia,
que constatou a presença de amassamentos na região fronto-angular esquerda
com presença de tinta vermelha. Os peritos analisaram os resíduos de tinta
vermelha presentes no caminhão por espectroscopia Raman e constataram
que não possuíam correspondência de composição química com a tinta da
motocicleta, um forte indicativo material para excluir a participação do referido
caminhão na colisão que produziu as duas vítimas fatais na PA 118.

11
II. ENQFor- Encontro Nacional de Química Forense
CRI010

A importância das análises químicas para a perícia de incêndio

Vanessa Teixeira da Silva*, Antonio Carlos Figueredo dos Santos**, Antonio José Moraes
Guarita dos Santos** e Jesus Antonio Velho**
* Centro de Ensino Universitário do Pará
** Setor Técnico - Cientifico da Polícia Federal no Pará
Um dos objetivos primordiais na análise de incêndios é determinar o que iniciou
o incêndio, tentando compreender e correlacionar os fatos que ocorreram antes
e como o incêndio se propagou. Estas informações são de importância ímpar
para determinar se o incêndio foi criminoso ou não. A busca dessas
informações objetivas é o desafio central da perícia de incêndio, pois essa área
da criminalística apresenta uma grande desvantagem na preservação dos
vestígios em relação a outros tipos de perícia. Enquanto que, em outros
exames periciais, as provas, geralmente, se mantêm após o evento, os
vestígios decorrentes do incêndio já foram duramente testados pela ação direta
das chamas e do calor e o que resta é, não raras vezes, insuficiente para a
detecção. Considerando esse contexto, é fundamental no levantamento pericial
de incêndios o emprego de um protocolo de análise química sensível e robusto
para a caracterização da presença ou não de acelerantes nos resíduos de
queima presentes no local do incêndio. Neste trabalho, é apresentado um
roteiro para coleta e análise de materiais em locais de incêndio, exemplificando
a importância das análises químicas no desdobramento de um caso real,
ocorrido em um prédio comercial, localizado no centro da capital paraense.

12
II. ENQFor- Encontro Nacional de Química Forense
ELETROQUÍMICA E
ELETROANALÍTICA (EL)
EL001

Determinação de chumbo em RDAF utilizando microeletrodo de ouro


Maiara Oliveira Salles e Mauro Bertotti
Instituto de Química – Universidade de São Paulo

Resíduos de disparos de armas de fogo (RDAF) foram coletados das mãos de


diferentes atiradores. Três munições diferentes foram usadas nos disparos
efetuados: spl, exp. 158 e clean range. Todos os disparos foram realizados
com um revólver calibre 0.38 polegadas e por pessoas treinadas. A coleta dos
resíduos foi realizada conforme descrito por Reis et al. [1]: um algodão
embebido com solução de EDTA 2% foi friccionado nas mãos de cada atirador
antes e após os disparos com o intuito de remover todo o resíduo. Cada
algodão foi colocado em tubos plásticos e a eles foram adicionados 10 mL de
uma solução de HNO3 10% (m/v). Os frascos foram então submetidos ao
ultrassom a uma temperatura de aproximadamente 60 oC por duas horas. A
solução resultante foi analisada por voltametria de onda quadrada por
redissolução anódica utilizando um microeletrodo de ouro (r = 12,5 µm) como
eletrodo de trabalho, um eletrodo de platina como auxiliar e um eletrodo de
Ag/AgCl (KCl sat.) como referência. Os resultados obtidos mostraram que com
a técnica proposta foi possível determinar a quantidade de chumbo presente
nos RDAF coletados nas mãos dos atiradores, inclusive na munição do tipo
clean range, que em teoria não deveria conter chumbo.
[1] E.L.T. Reis, J.E.S. Sarkis, O.N. Neto, C. Rodrigues, M.H. Kakazu, S.
Viebig, J. Forensic Sci., 48 (2003) 1269.

13
II. ENQFor- Encontro Nacional de Química Forense
EL002

Análise Voltamétrica de ∆9-tetraidrocanabinol utilizando eletrodo de


carbono vítreo
1 2 3 1
Marco A. Balbino , Adelir A. Saczk , Leonardo L. Okumura , José F. de Andrade ,
1
Marcelo F. de Oliveira
1 – USP – FFCLRP – Departamento de Química – Av. Bandeirantes 3900 – Ribeirão
Preto,SP – CEP 14040-901.
2 - UFLA – Departamento de Química – Cx. Postal 3037 – Lavras,MG – CEP 37200-000.
3 – UFV – Departamento de Química - Avenida Peter Henry Rolfs, s/n - Viçosa, MG – CEP
36570-000

Entre os diferentes tipos de drogas ilícitas apreendidas pela polícia, a maconha


e a cocaína lideram a lista de apreensão. Os métodos convencionais de análise
química analítica nos laboratórios policiais são na maior parte dos casos,
técnicas cromatográficas e espectrométricas (HPLC, GC, FTIR, entre outros).
Por outro lado, os testes colorimétricos (spot tests) são utilizados como testes
presuntivos, devido a sua praticidade de aplicação na cena do crime. Métodos
eletroanalíticos constituem uma classe importante de técnicas instrumentais,
oferecendo uma ampla variedade de informações sobre as espécies químicas
estudadas, sendo empregadas em diferentes áreas de atuação, tais como:
clínicas, industrial e forense. Embora existam vários artigos científicos sobre
análises voltamétricas de substâncias de interesse forense, não tem sido
observado na literatura, o estudo voltamétrico do Δ 9-tetraidrocanabinol (∆9-
THC), componente psicoativo da maconha. Assim, o objetivo deste trabalho foi
investigar o comportamento voltamétrico da Δ9-THC em meio misto
(orgânico/água). A análise voltamétrica de ∆9-THC foi realizada em meio DMF e
água (9:1, v/v) utilizando TBATFB 0,1 mol L-1 como eletrólito suporte e eletrodo
de disco de carbono vítreo. Após etapa de pré-concentração em 30 s, é
observado pico de corrente anódica definido em 0,0 V vs. Ag/AgCl.A
dependência linear de detecção da amostra foi conduzida no intervalo de 7,6 x
10-9 mol L-1 a 3,6 x 10-9 mol L-1, com um coeficiente de correlação linear de
0,999 e limite de detecção de 1,0 x 10-9 mol L-1.

14
II. ENQFor- Encontro Nacional de Química Forense
EL003

Análise voltamétrica de cocaína utilizando eletrodo de platina


quimicamente modificado com bases Schiff
1 1 2 2
Laura S. de Oliveira , Yuri A. P. de Andrade , Andressa T. Vieira , Antonio C. F. Batista ,
2 1 1
Hugo de S. Rodrigues , José F. de Andrade , Marcelo F. de Oliveira
1
Departamento de Química – FFCLRP - USP – Avenida Bandeirantes 3900 – Ribeirão Preto, SP – CEP 14040-
901.
2
Faculdade de Ciências Integradas do Pontal – UFU - Av. José João Dib, 2545 – Ituiutaba, MG – CEP 38302-
000

O uso ilícito de substâncias químicas entorpecentes acaba por ocasionar


o aumento da criminalidade, bem como da violência urbana e doméstica. Tais
substâncias passaram a ser denominadas pela sociedade atual como drogas
de abuso. A cocaína representa uma dessas drogas, e segundo ZARZUELA, a
cocaína constitui o mais importante alcalóide natural extraído das folhas do
arbusto Erythroxylon coca.
A cocaína, por agir como anestésico local e ser uma droga
psicoestimulante, têm sido consumida a fim de obter um alto estado de alerta,
euforia e excitação, além da insônia e supressão do apetite. Dentro do
organismo humano, a cocaína é metabolizada no interior das células do fígado
e do soro plasmático por enzimas microssômicas em metil-ester-ecgonina
(EME), ecgonina (ECG) e benzoilecgonina (BE).
Considerando a praticidade e baixos custos das técnicas voltamétricas
de análise, este trabalho tem por objetivo desenvolver eletrodos quimicamente
modificados com filmes de Bases Schiff, sendo estas compostas por espécies
SALEN e SALCN à base de vanadila, cobre e uranila, sobre a superfície do
eletrodo de platina, com por exemplos: Cu (II) 5-MeO sal SALEN, Vo cis
SALCN e 3-MeO-UO2 SALCN. Sendo que o intervalo de trabalho obtido foi de
1,57 x 10-7 a 9,07 x 10-6 mol L-1.

15
II. ENQFor- Encontro Nacional de Química Forense
EL004

Análise voltamétrica de cocaína utilizando eletrodo de carbono vítreo


quimicamente modificado com bases Schiff
1 1 1 2
Yuri A P de Andrade , Laura S de Oliveira , José F de Andrade , Maria L. F. O. Carvalho ,
1
Marcelo F de Oliveira
1
Departamento de Química – Avenida Bandeirantes 3900 – Ribeirão Preto, SP – CEP
14040-901.
2 Observatório Sócio Ambiental-Universidade de Taubaté- UNITAU

O aumento nos índices de criminalidade, na maioria das vezes


decorrente de atividades ligadas ao tráfico de drogas, afeta drasticamente a
qualidade de vida do ser humano. As técnicas eletroquímicas como voltametria,
que além de oferecerem LDs em análise de traços de substâncias orgânicas e
inorgânicas, oferecem vantagens operacionais como a compreensão de
mecanismos pato-fisiológicos de várias drogas, dentre elas a cocaína e seus
metabólitos, uma vez que a cocaína constitui o mais importante alcalóide
natural extraído das folhas do arbusto Erythroxylon coca.
Dentro do organismo humano, a cocaína é metabolizada no interior das
células do fígado e do soro plasmático por enzimas microssômicas em metil-
ester-ecgonina (EME), ecgonina (ECG) e benzoilecgonina (BE).
Este trabalho visa desenvolver uma metodologia eletroanalítica por meio
de eletrodos quimicamente modificados com filmes de Bases Schiff, compostas
por espécies SALEN e SALCN à base de vanadila, cobre e uranila, sobre a
superfície do eletrodo de carbono vítreo, com por exemplos: Cu (II) 5-MeO sal
SALEN, Vo cis SALCN, Vo trans SALCN e 3-MeO-UO2 SALCN. Sendo que o
intervalo de trabalho obtido foi de 1,57 x 10 -7 a 9,07 x 10-6 mol L-1, uma vez que
os picos de corrente são proporcionais à concentração de cocaína em solução.

16
II. ENQFor- Encontro Nacional de Química Forense
EL005

Desenvolvimento de língua eletrônica voltamétrica para a classificação de


cachaças utilizando eletrodos descartáveis.
1 1 2 2
Lígia Bueno , Thiago R. L. C. da Paixão , Marina A. A. Monteiro , Eduardo M. Richter ,
2
Rodrigo A. A. Muñoz
1
Centro de Ciências Naturais e Humanas, Universidade Federal do ABC, Santo André –
SP
2
Instituto de Química, Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia – MG

O presente trabalho propõe o desenvolvimento de língua eletrônica


voltamétrica para a classificação de cachaças. Para o desenvolvimento deste
tipo de sensor, foram estudados os eletrodos descartáveis impressos de
carbono (screen printed electrodes) e eletrodos de cobre (fabricação própria).
Foram realizados experimentos utilizando a voltametria cíclica como técnica
eletroquímica, em eletrólitos de diferente composição (nos quais as amostras
foram diluídas), para a obtenção dos registros voltamétricos para cada amostra
(n=3). Os sinais voltamétricos foram utilizados como dados de entrada do
método não-supervisionado de reconhecimento de padrões (análise de
componentes principais (PCA)). Dessa forma, pode-se concluir que com base
em um banco de dados contendo informações sobre uma grande variedade de
cachaças, o dispositivo proposto pode ser potencialmente útil em um contexto
forense para detectar amostras adulteradas da bebida estudada.

17
II. ENQFor- Encontro Nacional de Química Forense
EL006

Estudo eletroquímico da cocaína através de eletrodos quimicamente


modificados com base de Schiff Ni SS Salcn

1 1 2 3 4 1
Oiye, E. N. ; Andrade, J. F. ; Dockal, E. R ; Saczk, A. A. , Okumura, L. L. ; Oliveira, M. F.
1 – USP – FFCLRP – Departamento de Química – Av. Bandeirantes 3900 – Ribeirão
Preto,SP – CEP 14040-901.
2 - Universidade Federal de São Carlos – Departamento de Química – São Carlos - SP
3 - UFLA – Departamento de Química – Cx. Postal 3037 – Lavras,MG – CEP 37200-000.
4 – UFV – Departamento de Química - Avenida Peter Henry Rolfs, s/n - Viçosa, MG –
CEP 36570-000

Cocaína é o principal alcalóide da Erythroxylum coca que há muito tempo é


conhecida pelo uso e abuso dela, sendo alvo de muitas apreensões pela
polícia. Com isso, tornam-se necessários novos métodos precisos e de baixo
custo para sua identificação.
O presente estudo tem como objetivo verificar novos procedimentos para a
detecção do entorpecente a partir de eletrodos de pasta de grafite
quimicamente modificados com bases de Schiff, utilizando-se a técnica de
Voltametria Cíclica. Dentro da pesquisa, observou-se que o SS Ni Salcn
apresenta resposta e posteriormente foram feitos eletrodos quimicamente
modificados com a substância em diferentes proporções. Outras variáveis
estudadas foram os pH’s das soluções contendo o analito e a melhor faixa de
concentração a ser trabalhada.
Assim, há uma análise das melhores condições para alcançar um resultado
otimizado e ao final ter-se a elaboração de um sensor eletroquímico inédito na
literatura.

18
II. ENQFor- Encontro Nacional de Química Forense
EL007

Desenvolvimento de um método eletroanalítico para análise de


Flunitrazepam (ROHYPNOL®).
1,3 2,3
Laila Aparecida Deliberto , Zeki Naal
1 2
Depto. de Química da FFCLRP-USP, Ribeirão Preto, SP; Depto. de Física e Química da
3
FCFRP-USP, Ribeirão Preto, SP; Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de
Bioanalítica, UNICAMP, Campinas.
O flunitrazepam é considerado um benzodiazepínico hipnótico usado
ilicitamente para sequestros seguidos de roubos e abusos sexuais, comumente
apelidado de ―boa noite cinderela‖. Neste sentido existe um interesse no
desenvolvimento de uma metodologia de análise que possa ser aplicada em
campo, sem etapas de extração e purificações prévias. Negrusz e col.[1]
analisou flunitazepam e 7-aminoflunitrazepam em urina após dose única pelo
método de imuniensaio enzimático e CG-MS. Foi encontrado níveis de
flunitrazepam até 2,8 ng/mL em nove pacientes após 6 h da administração do
fármaco. Honeychurch e Hart [2] analisaram flunitrazepam em bebidas por
HPLC com detecção eletroquímica, utilizando eletrodo de carbono. Este
trabalho mostra a aplicação de eletrodos eletropolimerizados com derivado de
bis-N-(3pyrrol-1-yl-propil)-4,4’-bipyridinium-hexafluorophosphate (DPPB) na
determinação de flunitrazepam em solução aquosa de tampão fosfato pH 7. O
potecial de redução mediado pelo DPPB foi 150 mV menos negativo
comparado com o eletrodo de carbono vítreo polido. A curva analítica foi linear
até 40 M mostrando maior sensibilidade e seletividade em relação ao eletrodo
de carbono vítreo polido. Os resultados são promissores para o
desenvolvimento de um método mais seletivo e que possa ser aplicado em
análises de campo com eletrodos descartáveis.
1. Negrusz A, Moore CM, Stockham TL, Poiser KR, Kern JL, Palaparthy R, Le
NL, Janicak PG, Levy NA, J Forensic Sci. 2000 Sep;45(5):1031-40
2. Kevin C. Honeychurch & John P. Hart, J Solid State Electrochem (2008)
12:1317–1324

19
II. ENQFor- Encontro Nacional de Química Forense
FÍSICO-QUÍMICA (FQ)
FQ001

SERS em química forense: pós e contras.


Dalva L. A. de Faria e Nathália D’Elboux Bernardino
Laboratório de Espectroscopia Molecular, IQUSP-SP, Brasil, C.P. 26077, 05513-970
A sofisticação das práticas ilícitas tem feito com que métodos analíticos,
usualmente restritos a laboratórios de Instituições de pesquisa, começassem a
ser utilizados em criminalística. Uma dessas técnicas é a espectroscopia
Raman, por ser uma ferramenta não destrutiva, específica, rápida e seletiva.
Vantagens adicionais decorrem do seu uso acoplado a um microscópio óptico.
Uma das maiores restrições é a presença de luminescência (mais comumente
fluorescência) na amostra, uma vez que o espalhamento Raman ordinário tem
secção de choque 13 ordens de grandeza menor que a da emissão
fluorescente, fazendo com que as bandas Raman fiquem obscurecidas. É
sabido que o efeito SERS (Surface Enhanced Raman Scattering) atua
intensificando o sinal Raman e também suprimindo fluorescência e sua
utilização em investigações forenses vem sendo considerada. Há, entretanto,
alguns problemas que usualmente não são explicitados e que são de extrema
importância, como (i) o fato de que geralmente a intensificação é seletiva, o
que pode causar problemas de atribuição do espectro, (ii) espécies químicas
de estruturas similares porém distintas podem ser confundidas, (iii) a
sensibilidade trás como efeito colateral o risco de contaminação, o que implica
em cuidados adicionais e (iv) trata-se de um procedimento invasivo. Neste
trabalho serão apresentados exemplos de utilização do efeito SERS em
química forense e será dado destaque às restrições acima enumeradas.

20
II. ENQFor- Encontro Nacional de Química Forense
FQ002

Verdadeiro ou falso?
Dalva L. A. de Faria e Thiago S. Puglieri
Laboratório de Espectroscopia Molecular, IQUSP-SP, Brasil, C.P. 26077, 05513-970

Falsificações de qualquer natureza são crimes contra a economia e vem


ganhando cada vez mais em sofisticação, o que exige ferramentas igualmente
mais sofisticadas na sua detecção. Tais métodos devem idealmente ser não
destrutivos, eficientes, rápidos e seletivos, pelo possível valor do bem
analisado e também pela necessidade de preservá-lo para a realização de
contra provas. É nesse contexto que se insere a espectroscopia Raman, que
quando acoplada a um microscópio fornece ainda a possibilidade da resolução
espacial. Um tipo de falsificação que tem profundo impacto na economia é a de
obras de arte. Como inferir se uma determinada obra é verdadeira ou falsa?
Especificamente no que diz respeito a pinturas e desenhos coloridos, a
identificação de pigmentos empregados é um aliado importante nessa tarefa,
devido à introdução no mercado de substâncias sintéticas, em datas bem
específicas, as quais podem ser empregadas como marcadores. Esse é o
caso, por exemplo, das ftalocianinas (azul), das quinacridonas (magenta ao
vermelho), naftóis e naftalinidas (ambos vermelhos). Espectros Raman de
pigmentos e corantes têm um padrão único para cada substância, que permite
sua detecção e a determinação do período de produção da obra, desde que
descartadas intervenções posteriores visando sua restauração. Neste trabalho
serão apresentados exemplos de desenhos feitos com lápis de cor e atribuídos
a Tarsila do Amaral e de quadro a óleo atribuído a Benedito Calixto.

21
II. ENQFor- Encontro Nacional de Química Forense
QUÍMICA ANALÍTICA
(QA)
QA001

Análise do açúcar cristal vendido no comércio varejista de Uberaba


1 2 3
Karla Santos de Araújo ; Admildo Costa de Freitas , Jose Luiz Rodrigues Torres
1 2
Estudante do Curso Técnico em Açúcar e Álcool - bolsista PIBIC; Prof. Doutorando do
3
Instituto Federal do Triângulo Mineiro (IFTM) campus Uberaba – MG; Prof. Dr. Em
Produção Vegetal do IFTM campus Uberaba-MG.

O açúcar cristal é composto de cristais grandes e transparentes, relativamente


difíceis de serem dissolvidos em água. O produto final deve ser embalado e
armazenado para chegar ao consumidor em condições adequadas,
conservando suas características de alimento. Durante o processo de produção
deve-se manter um rigoroso controle dos itens especificados para o produto
para garantir um elevado nível de qualidade do açúcar. O objetivo deste estudo
foi avaliar parâmetros físico-químicos do açúcar cristal vendidos no comércio
varejista de Uberaba. Foram utilizadas oito amostras em triplicata, onde foram
analisadas a polarização, cor, sulfito, amido, resíduos insolúveis, granulometria,
pontos pretos, açúcares redutores totais, cinzas condutimétricas e umidade de
oito marcas de açúcar cristal comercializadas na região. Todas as
metodologias seguiram as recomendações da International Commission for
Uniform Methods of Sugar Analysis. As oito marcas analisadas apresentaram
não conformidades relacionadas às características de classificação quanto ao
tipo de açúcar cristal declaradas no rótulo do produto pelo fabricante. Quanto
aos parâmetros físico-químicos, apresentaram valores médios adequados para
o consumo humano, apesar de alguns aspectos analisados não estarem de
acordo com as especificações estabelecidas.

22
II. ENQFor- Encontro Nacional de Química Forense
QA002

Determinação de GHB, GBL e 1,4-BD em amostras apreendidas e bebidas


por HPLC e MEKC.
Diogo Lima da Silva (PG), Elizabete Campos de Lima (PQ)
Universidade Federal do ABC

O ácido -hidróxibutírico (GHB) atua no sistema nervoso central como um


depressor, causando principalmente amnésia e incoordenação motora. É
utilizado nos golpes conhecidos como ―Boa-Noite Cinderela e, mais
recentemente, vem sendo utilizado como droga de abuso por causar efeitos
semelhantes ao ecstasy quando ingerido em baixas concentrações. A ingestão
de análogos de GHB, como -butirolactona (GBL) e 1,4-butanodiol (1,4-BD),
costumam causar os mesmos efeitos fisiológicos causados pelo GHB, pois são
rapidamente convertidos ao mesmo no organismo. Estas substâncias muitas
vezes são utilizadas como substitutas pela maior facilidade em obtê-las devido
a falhas na legislação de diversos países. Neste trabalho, foi otimizado um
método para determinação de GHB e seus análogos por HPLC, investigando-
se a proporção dos constituintes da fase móvel (metanol, água acidificada com
H3PO4 ou tampão fosfato pH=3), fluxo (0,5 mL/min - 1,5 mL/min), temperatura
(25ºC - 35ºC) e concentração do tampão (3 mM - 25 mM) em uma coluna C18
(Shimpack - 4,6 mm x 150 mm, 5 µm). Alternativamente, desenvolveu-se um
método para determinação dos mesmos analitos por cromatografia micelar
eletrocinética (MEKC), utlizando como eletrólito de corrida SDS (100mM – 175
mM) e ácido benzóico (5mM – 20mM) em pH=10 com detecção indireta.
Ambas as análises mostraram-se viáveis e serão validadas e aplicadas para
análise de bebidas comumente comercializadas em raves e casas noturnas.

23
II. ENQFor- Encontro Nacional de Química Forense
QA003

Correlação entre as concentrações de etanol presentes em amostras de


medula óssea e bile em relação ao sangue.

Cardoso, K. R. L. 1; 2; Aguiar, P. F. 2. Riehl, C. A. S. 2.


1.Departamento de Química Analítica-Instituto de Química Universidade Federal do Rio
de Janeiro. 2. Instituto Médico Legal Afrânio Peixoto, Rio de Janeiro.

Introdução. É importante apresentar as correlações da concentração de etanol


em várias matrizes, com relação ao sangue, nos casos onde este não estiver
disponível (hemorragia, etc.), ou se encontre contaminado, já que várias
espécies de microrganismos e fungos possuem a habilidade de sintetizar
etanol e em amostras de sangue post mortem principalmente em cadáveres
putrefeitos. Material e Método. Foram analisados os teores de etanol nas
matrizes bile (BI) e medula óssea (MO) em relação à concentração de etanol
detectada no sangue (SG) retirado da veia femoral, num total de 30 cadáveres
com tempo de morte estimado até 24 h. Através de CGAR-DIC, e separação
por técnica do espaço confinado. Resultados e discussões. As matrizes como
bile e medula óssea, podem se tornar boas alternativas quando o sangue não
estiver disponível ou encontrar-se contaminado. As concentrações de etanol
encontradas nas matrizes gerou um fator de correção de 1,05±0,21 (BI/SG) e
0,59±0,17 (MO/SG). Conclusão: A bile pode ser usada como amostra
complementar para análise de álcool, em cadáveres de morte recente. A
medula óssea por ser mais preservada anatomicamente da ação dos
microorganismos pode ser boa opção em cadáveres putrefeitos, fornecendo
subsídios para a determinação da etiologia do etanol.
Aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do HCFF-UFRJ. Protocolo
Nº057/09.

24
II. ENQFor- Encontro Nacional de Química Forense
QA004

Determinação de metais tóxicos absorvidos em cabelo por ET AAS.

Maria Júlia Tasso (IC), André Luiz Tognon (MS), Márcia A. Mesquita Silva da Veiga (PQ)
Departamento de Química, FFCLRP, USP

Desde 1858, quando os resultados da primeira análise de metais traço em


cabelos foram publicados por Hoppe (que determinou Arsênio no cabelo de
cadáveres exumados 11 anos após o sepultamento), vem sendo estudada a
relação entre os metais e demais substâncias presentes no organismo e sua
absorção nos cabelos. Considerado um dosímetro biológico, o cabelo pode
apresentar em sua composição uma vasta gama de elementos químicos e
outras substâncias que surgem após o indivíduo ser exposto a elas por
determinado espaço de tempo; a acumulação destas dá-se a partir da raiz e
incorpora-se ao cabelo continuamente enquanto houver exposição. Desta
forma, pode-se relacionar as substâncias absorvidas no cabelo com diferentes
hábitos de vida e até mesmo a doenças, visto que, no caso de metais
presentes no organismo, a deficiência ou excesso destes podem causar
distúrbios biológicos. O trabalho realizado destinou-se a determinação, para
posterior comparação, da concentração de alguns metais em amostras de
cabelo de 5 diferentes grupos de pessoas, sendo esses: idosos, fumantes,
jovens que consomem bebidas alcoólicas, jovens que não consomem bebidas
alcoólicas e homens entre 50 e 60 anos que nunca fumaram. As amostras
foram lavadas e digeridas por via úmida (HNO3 e H2O2, 100 °C), e a solução
resultante foi analisada por ET AAS para a quantificação dos metais. Os
resultados encontrados colocam todos os grupos dentro de intervalos
aceitáveis das concentrações, mas é possível observar uma grande variação
dentre os grupos como, por exemplo, a concentração de Pb ser
aproximadamente 10 vezes maior para homens entre 50 e 60 anos.

25
II. ENQFor- Encontro Nacional de Química Forense
QA005

Comparação entre duas técnicas analíticas, utilizadas na certificação de


materiais de referência gasosos aplicados na calibração de etilômetros.
1 2
Denise Cristine Gonçalves Sobrinho , Cristiane Rodrigues Augusto , Claudia Cipriano
2 2 2
Ribeiro , Andreia de Lima Fioravante , Valnei Smarçaro da Cunha

1- Aluna do Programa de Mestrado em Metrologia e Qualidade do Inmetro- Diretoria de


Programas.
2- Inmetro - Divisão de Metrologia Química- Laboratório de Análise de Gases.

A Lei nº 11.705/2008, que ficou conhecida popularmente como ―Lei Seca‖,


estabelece o limite zero de álcool no organismo de condutores de veículos
automotores e impõe penalidades rígidas para aquele que dirigir sob influência
do álcool. Após dois anos que esta Lei entrou em vigor, estudos mostram uma
diminuição dos acidentes de trânsito, evidenciando sua contribuição para
resultados menos nefastos nas estatísticas de trânsito. Acatando a
recomendação da Organização Internacional de Metrologia Legal (OIML-R126),
a detecção do teor alcoólico nos motoristas é realizada com etilômetros, que
são equipamentos capazes de determinar o teor alcoólico a partir da expiração
do ar alveolar pela boca. Devido à importância forense do resultado dado pelo
etilômetro, como prova da presença de etanol no organismo dos motoristas, é
necessário que este equipamento tenha confiabilidade. Na aprovação do
modelo e verificações periódicas, os etilômetros portáteis devem ser
submetido a ensaios utilizando Materiais de Referência Certificados (MRC).
Visando garantir a rastreabilidade desse processo o Inmetro está
desenvolvendo MRC de etanol em fase gasosa, cuja a etapa de verificação
analítica é fundamental. Neste contexto, este trabalho objetiva apresentar a
comparação, através de testes estatísticos, entre as técnicas analíticas de
Cromatografia Gasosa e Infravermelho Não-Dispersivo, aplicadas na etapa de
verificação analítica dos materiais de referência gasosos de etanol.

26
II. ENQFor- Encontro Nacional de Química Forense
QA006

Metodologia para eliminação de falsos positivos, distinção de cocaína e


outras drogas: uma alternativa do Test de Scott
Jacqueline Querino Alves, Marcelo Firmino de Oliveira.
Universidade de São Paulo
O problema amplamente conhecido do teste colorimétrico para a cocaína – o
Test de Scott – são os falsos positivos para outros alcalóides. No caso do
estudo objeto do presente resumo visou-se diferenciar a cocaína da lidocaína e
da procaína – substâncias que também dão positivo no referido. Ao proceder-
se à mistura de uma solução de cocaína, em meio de clorofórmio, com uma
solução aquosa do tiocianato de cobalto, houve a formação de um precipitado
azul, que migrou para a fase orgânica (clorofórmio), inferior. Como a solução
de tiocianato estava em excesso (maior que doze vezes), restou o complexo de
tiocianato de cobalto em fase aquosa ([Co(SCN)(H2O)5]+(aq)), que é rosa. De
fato, no referido teste, a cocaína forma o complexo azul com o tiocianato,
mesmo estando aquela em solução aquosa, diferindo no seguinte aspecto: em
clorofórmio, o complexo formado migra para a fase orgânica e fica em solução,
e quando em fase aquosa, o precipitado permanece sólido. A diferença
apresentada na metodologia desenvolvida é o fato de que ao ser adicionada a
solução aquosa de tiocianato de cobalto, às soluções de lidocaína e procaína,
em meio de clorofórmio, não houve a formação do precipitado azul e tampouco
sua migração para a fase orgânica, tal como acontecera com a solução de
cocaína. Destaca-se: quando a adição de tiocianato se dá em meio aquoso,
tanto a lidocaína, quanto a procaína reagem, tal como ocorre com a cocaína.
Desta feita, eliminou-se dois ―falsos positivos‖ do Teste de Scott.

27
II. ENQFor- Encontro Nacional de Química Forense
QA007

Detecção de LSD em papel por análise direta de superfície utilizando a


técnica EASI-MS (Easy Ambient Sonic-spray Ionization-Mass
Spectrometry)
ab a a
Rogério A. Lordeiro (PG) , Rodinei Augusti (PQ) , Clésia C. Nascentes (PQ) , Ilza
a
Dalmázio (PQ)
a
Departamento de Química - Instituto de Ciências Exatas da Universidade Federal de
Minas Gerais – DQ-ICEX-UFMG
b
Seção Técnica de Química e Física Legal da Divisão de Laboratórios do Instituto de
Criminalística da Polícia Civil de Minas Gerais
INTRODUÇÃO -- A espectrometria de massas tem mostrado ser uma poderosa
ferramenta, com aplicações em vários ramos da ciência. Técnicas recentes de
ionização tem tornado possível a realização de análises diretas em vários tipos
de superfícies. No presente trabalho, fez-se uso da técnica denominada EASI-
MS (Easy Ambient Sonic-spray Ionization Mass Spectroscopy), um método
analítico simples e eficiente, para identificar a presença da Dietilamida do Ácido
Lisérgico (LSD) diretamente na superfície do papel (selo) apreendido pela
Polícia Civil do Estado de Minas Gerais.
RESULTADOS/DISCUSSÕES – A fonte EASI foi construída em nosso
laboratório, a qual, foi acoplada ao espectrômetro de massas LCQFleet
(ThermoElectron, San Jose, CA). O spray foi gerado pelo bombeamento de
uma mistura de acetronila/água (50/50 v/v), num fluxo de 13 L min-1, o qual foi
submetido a um jato de nitrogênio. O spray assim gerado foi direcionado à
superfície do selo, colocada próximo à entrada do espectrômetro de massas.
As análises foram conduzidas no modo positivo de ionização. O LSD apresenta
íon m/z igual a 324 e pode ser confirmado, por fragmentação, pelos íons m/z
197, 223 e 281.
CONCLUSÃO -- A técnica EASI-MS mostrou-se muito eficaz na detecção do
LSD diretamente na superfície do selo, com pequeno tempo de análise e
apresentou grande potencial de aplicação na rotina de laboratórios forenses.

28
II. ENQFor- Encontro Nacional de Química Forense
QA008

Classificação de tintas de canetas azuis empregando a espectroscopia no


infravermelho médio e técnicas quimiométricas de reconhecimento de
padrões supervisionadas
1 1 2 3 4
C. S. Silva , F. de S. L. Borba , M. J. C. Pontes , R. S. Honorato , C. Pasquini , M. F.
1
Pimentel
(1) Universidade Federal de Pernambuco, UFPE,(2) Universidade Federal Rural de
Pernambuco,UFRPE, (3) Departamento de Polícia Federal - Superintendência Regional
em Pernambuco, (4) Instituto de Química, UNICAMP
O emprego da espectroscopia no infravermelho médio (MID) na análise de
documentos é vantajoso principalmente por ser um método não destrutivo e
rápido. Neste trabalho foi utilizada a espectroscopia MID associada a técnicas
de reconhecimento de padrões supervisionadas: SIMCA (Soft Independent
Modeling of Class Analogy) e LDA (Linear Discriminant Analysis) com seleção
de variáveis pelo SPA (Successive Projections Algorithm) para classificar tintas
de canetas de diferentes tipos e marcas. Um conjunto de dados representativo
foi formado por canetas azuis de três tipos e diferentes marcas: esferográficas
(5 marcas), roller ball (2 marcas) e gel (3 marcas). Para cada marca, foram
adquiridas 10 canetas (5 de lotes diferentes e 5 do mesmo lote). Registros
foram realizados com cada caneta (círculos com raio aproximado de 1 cm), a
partir dos quais foram adquiridos os espectros das tintas. Um total 457
espectros foram obtidos empregando o equipamento Spectrum400 com
acessório UATR (Universal Attenuated Total Reflectance). Os espectros foram
pré-processados com Standard Normal Variate, normalização pelo máximo e 1ª
derivada pelo método de S. Golay com janela de 21 pontos. O algoritmo
Kennard Stone foi utilizado para selecionar os subconjuntos de Treinamento,
Validação e Teste. O melhor resultado obtido foi para o SPA-LDA, em que
todas as canetas foram classificadas corretamente de acordo com o tipo e a
marca.

29
II. ENQFor- Encontro Nacional de Química Forense
QA009

Validação de metodologias hplc e ce para determinação de sufentanil livre


e complexado com hidroxipropil--ciclodextrina em plasma.
1 1,2 2
Alessandra C. Santos Akkari , Daniele R. de Araujo , Giovana R. Tófoli , Elizabete C. de
1
Lima
1 2
Centro de Ciências Naturais e Humanas-UFABC, Depto. de Bioquímica, IB-Unicamp.

Analgésicos opióides, como o sufentanil (SUF), são amplamente utilizados na


clínica médica. A inclusão desses fármacos em ciclodextrinas favorece a
solubilidade aquosa, potencializa o efeito terapêutico e reduz a toxicidade
sistêmica. O presente trabalho de iniciação científica teve como objetivo
desenvolver e validar metodologias HPLC e CE para determinação de SUF
livre e complexado com HP-β-CD. Para os experimentos HPLC, utilizou-se um
sistema UFLC Shimadzu 20 AT, com sistema de injeção automatizado, forno
para coluna e detector DAD. As análises HPLC foram conduzidas utilizando-se
uma coluna C18-Shim-pack CLC ODS, fase móvel composta por solução de
ácido fosfórico (pH 3,0) e acetonitrila (60:40, v/v) e detecção UV a 200 nm.
Para os experimentos CE, utilizou-se o equipamento da Beckman Coulter
P/ACE MDQ equipado com detector DAD. As análises CE foram realizadas
utilizando-se como eletrólito tampão fosfato 25 mmol/L pH 2,5, injeção
hidrodinâmica 50mBar/3,5s e detecção em 200 nm. Ambas as metodologias
foram validadas satisfatoriamente de acordo com o protocolo ICH Q2(R1),
obtendo-se um alto coeficiente de correlação (r > 0,99) e precisão intra e inter-
ensaio dentro do intervalo aceitável (CV< 13%). Obteve-se LD e LQ menores
para o método CE (LD= 1,754 mg/L e LQ= 5,315 mg/L). Assim, o método CE
validado foi aplicado em amostras de sangue obtidas de ratos Wistar tratados
com SUF ou SUF-HP (1μg/kg) via intra muscular (CEEA-Unicamp n°.1788-1).

30
II. ENQFor- Encontro Nacional de Química Forense
QA010

9, 10-DIIDRO-LSD: uma nova substância encontrada em selos e


micropontos.
1 2 1 1
Débora Lima de Souza , Wender Alves da Silva , Élvio Dias Botelho e Marcio Talhavini .
Instituto Nacional de Criminalística, Departamento de Polícia Federal
Departamento de Química - UNB.

A dietilamida do ácido lisérgico (LSD), sintetizada por Hoffman em 1938, é a


substância de maior poder alucinógeno conhecida. O LSD foi estudado e usado
terapeuticamente por muito tempo em diversos países; no Brasil ele é
considerado uma substância de uso proibido para todo e qualquer fim,
proibição essa balizada por leis e regulamentações específicas. Como ocorre
com quase todas as substâncias psicoativas, existe um mercado negro de
distribuição e consumo de LSD no Brasil e no mundo. É uma das tarefas da
Polícia Federal caracterizar a presença de LSD em selos apreendidos em
operações policiais. Para essa caracterização geralmente se usam as técnicas
de CCD, FTIR e de CG/EM; normalmente a caracterização é simples e permite
a emissão de Laudos rapidamente. A partir de 2004, entretanto, alguns
materiais suspeitos passaram a apresentar resultados negativos para LSD,
entretanto os espectros de massas e de FTIR eram bastante semelhantes aos
espectros de LSD; tornou-se então necessário determinar qual a nova
substância que estava sendo apreendida. Extratos de selos contendo material
suspeito foram analisados por FTIR/ATR, GC/MS, HPLC/TOF e HPLC/MS/MS;
os resultados foram comparados com análises similares feitas com LSD padrão
e também com espectros de bibliotecas eletrônicas. Os resultados obtidos
sugerem que a molécula suspeita tenha uma estrutura similar ao LSD, porém
com uma dupla ligação hidrogenada, na posição 9,10.

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II. ENQFor- Encontro Nacional de Química Forense
QA011

Determinação de anfetaminas e adulterantes em comprimidos de


ECSTASY por HPLC e eletroforese capilar.
Fabio W. Rodrigues; Elizabete C. de Lima
Universidade Federal do ABC, R. Sta. Adélia, 166, Bloco B, Lab. 204, Santo André, SP,
Cep 09210-170
No presente trabalho são mostrados alguns dos resultados obtidos a partir do
desenvolvimento de metétodo para a separação e determinação simultânea de
uma mistura contendo as principais anfetaminas do ecstasy: anfetamina,
metanfetamina, MDA, MDMA, MDEA, além de alguns dos adulterantes
presentes nos comprimidos: paracetamol, cafeína e cetamina. Investigou-se o
efeito da velocidade do fluxo, temperatura, concentração de tampão e aditivos
na separação das substâncias de interesse utilizando Cromatografia Líquida de
Alta Eficiência.
Outro método foi desenvolvido utilizando a técnica de Eletroforese Capilar para
determinação dos analitos em estudo.
Os métodos desenvolvidos serão validados segundo o protocolo ICH Q2(R1) e
serão aplicados em amostras de comprimidos de ecstasy apreendidas na
região do Grande ABC.

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II. ENQFor- Encontro Nacional de Química Forense
QA012

Otimização e validação do método para análise de etanol por


Cromatografia Gasosa de Alta Resolução (CGAR) em amostras medula
óssea e bile.
Cardoso, K. R. L.* 1; 2; Aguiar, P. F. 2. Riehl, C. A. S. 2.
1. Departamento de Química Analítica-Instituto de Química Universidade Federal do Rio
de Janeiro. 2. Instituto Médico Legal Afrânio Peixoto, Rio de Janeiro.
O trabalho apresenta as condições otimizadas para a análise de etanol por
cromatografia gasosa de alta resolução, com detector por ionização em chama
(CGAR-DIC), e separação por técnica do espaço confinado para as amostras
de bile(BI) e meduala óssea(MO). Material e Método: Coluna capilar de sílica
fundida DB-WAX® (30 m x 0,25 mm x 0,3µm), amostras de medula óssea e
bile isentas de etanol, onde foram adicionadas as concentrações de 0,55; 1,1;
11; 22; 44 dg/L de etanol e padrão interno isobutanol. Resultados e
Discussão: As melhores condições cromatográficas foram: temperatura do vial
95ºC, seringa 110 ºC, injetor 110 ºC, detector 200ºC. A temperatura inicial da
coluna foi de 30°C e aquecida até 165°C, com uma rampa de 5°C/min., com
um fluxo de gás de (1,5mL/min.), tempos de equilíbrio do forno e de pré-
tratamento da amostra: 10 min., tempo de análise 20 min. O método validado
foi linear no intervalo estudado, (r2 =0,99), para a bile e medula óssea,
recuperação média foi 99,89% ±2,89 (BI) e de 96,78%±3,2 (MO), o coeficiente
de variação obtido foi de 7,10 e 4,87 % (BI) e 6,20 e 4,07 % (MO), para
concentrações de 11,00 e 22,00 dg/L respectivamente (precisão inter-ensaio),
os limites de detecção; 0,3 e de quantificação; 0,9 dg/L para as duas matrizes.
Protocolo de submissão ao Comitê de Ética do HCFF-UFRJ: Nº057/09.

33
II. ENQFor- Encontro Nacional de Química Forense
QA013

Detecção de cafeína em documentos artificialmente envelhecidos usando


LC-MS-MS
Élvio D. Botelho*, BS; Jorge J. Zacca, PhD, Márcio Talhavini, PhD.
Instituto Nacional de Criminalística, Polícia Federal, Brasília, Brasil.

O processo artificial de envelhecimento de papel é uma prática bastante


difundida entre os falsificadores de documentos. Esta é uma demanda
constante para os peritos de documentoscopia no Brasil em casos de grilagem
de terras e falsificação de escrituras, livros de registro de funcionários, entre
outros documentos oficiais. Um dos processos conhecidos para simular que um
documento falsificado é antigo consiste em mergulhar o documento em bebidas
como refrigerantes carbonatados, café e chá preto diluídos em água. A
detecção de cafeína em diferentes partes do documento indica que ele sofreu
esse processo de envelhecimento artificial. Como casos reais, foram
analisados um passaporte e um livro de registro de funcionários de uma
empresa privada. Diferentes fragmentos de papel foram removidos de partes
dos documentos questionados e submetidos a extração com uma mistura
acetonitrila:água (50:50) por um período de 12 horas. A seguir, as soluções
foram devidamente filtradas e separadas para realização das análises por
CLAE-EM em um espectrômetro de massas triplo quadrupolo com ionização
por eletronebulização — electrospray (ESI) — em modo positivo. A
identificação da cafeína foi baseada nas informações sobre tempo de retenção
e monitoramento MRM. Foi investigado se os níveis de cafeína encontrados
nas regiões questionadas poderiam ou não ser atribuídos a eventuais
contaminações ambientais.

34
II. ENQFor- Encontro Nacional de Química Forense
QA014

Análise de Δ9-THC em Cosméticos


Matheus Manoel Teles de Menezes, Marcelo Firmino de Oliveira
Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, Universidade de São Paulo (FFCLRP-USP)

Devido ao aumento do uso de maconha e seus produtos, o estudo sobre os


componentes psicoativos da droga faz-se muito importante. Dentre todos os
canabinóides contidos na Cannabis sativa L., o Δ9-THC (Δ9-tetraidrocanabinol)
é o principal composto ativo com efeito psicoativo em humanos, agindo
diretamente no sistema nervoso central.
No presente trabalho fez-se uso da cromatografia gasosa com espectrometria
de massas para estudar o Δ9-THC em cosméticos importados (xampu,
condicionador e spray).
Para o estudo utilizou-se um equipamento CG-MS HP 5988A, cromatógrafo
5890 série 2, coluna HP 1, tendo como gás de arraste hélio ultra puro num
fluxo de 5 mL/min. As amostras, quando necessárias, foram diluídas em dicloro
metano. O volume de injeção foi de 0,5 µL.
A temperatura inicial do forno era de 100ºC e foi estabelecida uma rampa de
aquecimento com o acréscimo de 10ºC/min até que a temperatura final fosse
de 250ºC.
O Δ9-THC padrão comercial aparece num tempo de 25.43 minutos. Sob as
mesmas condições, o xampu apresenta um sinal para Δ9-THC em
25.71minutos, o condicionador em 25.70 minutos e o spray em 25.48 minutos,
sendo o sinal deste último muito menor comparativamente aos dois primeiros
analitos. O espectro de massa dos três picos comprovam o Δ9-THC.

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II. ENQFor- Encontro Nacional de Química Forense
QA015

Avaliação da conformidade do teor de sódio em preparados instantâneos


tipo “sopão”

Analice Miranda Silva, Mariana Borges de Lima da Silva, Admildo Costa de Freitas
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro – Campus
Uberaba.

A rotulagem das embalagens de alimentos orienta o consumidor sobre a


qualidade e a quantidade dos constituintes nutricionais dos produtos, podendo
promover escolhas alimentares apropriadas. O consumo populacional
excessivo de cloreto de sódio é uma causa importante da Hipertensão Arterial.
Este trabalho teve como objetivo avaliar a conformidade do teor de sódio de
preparados instantâneos tipo ―sopão‖ com as informações declaradas na
rotulagem nutricional. Foram avaliadas 7 marcas de preparados instantâneos
tipo ―sopão‖ sabor carne quanto ao teor de sódio, que foi determinado por
calcinação seguida de titulação com cloreto de prata, de acordo com
metodologia do Instituto Adolfo Lutz (PREGNOLATTO & PREGNOLATTO,
1985). Os resultados obtidos foram comparados aos limites estabelecidos pela
Resolução RDC nº 360 da ANVISA de 23 de dezembro de 2003. Os resultados
das análises demonstraram que 42,8% das amostras estiveram em desacordo
para teor de sódio de acordo com o limite imposto pela RDC nº. 360, por
ultrapassar 20% da tolerância permitida de tal legislação vigente onde houve
uma variação média de 1256mg/sódio em 100g/preparado instantâneos tipo
―sopão‖. Verifica-se a necessidade de coerência entre valor declarado na
rotulagem nutricional e valor obtido em análise para teor de sódio em
preparados instantâneos tipo ―sopão‖.

36
II. ENQFor- Encontro Nacional de Química Forense
QA016

Determinação de antimônio, bário e chumbo por ET AAS em resíduos de


disparo de arma de fogo.
1 1 2
Washington Xavier de Paula , Eduardo Auharek , José Bento Borba da Silva , Janine
2
França
1 2
Instituto de Criminalística de Minas Gerais, Universidade Federal de Minas Gerais
Resumo: A determinação de metais (Pb, Ba e Sb) em resíduos de tiro foi
efetuado pela primeira vez por Harrison e Gilroy em 1959. Desde aquela época
muitas técnicas têm sido empregadas como ativação neutrônica, voltametria de
redissolução anódica, espectrometria de absorção atômica e microscopia
eletrônica, sendo as duas últimas as mais utilizadas atualmente.
No presente estudo foram desenvolvidas metodologias para determinação de
Pb, Ba e Sb por espectrometria de absorção atômica e forno de grafite (ET
AAS). As amostras foram coletadas nas mãos do atirador (palma e dorso),
além do padrão do corpo, utilizando um kit que consiste de seis frascos de
polipropileno contendo ―swabs‖, solução de ácido nítrico 5% em volume e um
par de luvas. Após os disparos, os ―swabs‖ foram embebidos na solução ácida
e passados nas mãos do atirador. Para o desenvolvimento da metodologia foi
selecionada a amostra da palma direita. Volumes de 20 L para Ba e 40 L
para Pb e Sb foram introduzidos no forno de grafite e investigados com os uso
e o não uso de modificadores, sendo o mais efetivo o rutênio. Após estudos por
curvas de temperatura de pirólise e de atomização, o melhor modificador para
Pb e Sb foi o rutênio permanente, enquanto que para o bário foi o não uso de
modificador. Os estudos demonstraram para amostras coletadas das mãos do
atirador valores acima de 0,1 g L-1 para Sb, 1,0 g L-1 para Pb e 0,5 g L-1
para Ba.

37
II. ENQFor- Encontro Nacional de Química Forense
QA017

Estudo comparativo entre resíduos ocupacionais e resíduos provenientes


de disparo de arma de fogo (Pb, Ba e Sb).

Washington Xavier de Paula, Eduardo Auharek


Instituto de Criminalística de Minas Gerais
Resumo: O objetivo desse trabalho foi o estudo comparativo entre os resíduos
obtidos por disparos de armas de fogo e os resíduos ocupacionais, utilizando
espectrofotometria de absorção atômica, testes colorimétricos e microscopia
eletrônica de varredura. As otimizações do modificador e das temperaturas do
programa de forno para cada metal foram obtidas através de temperaturas de
pirólise e de atomização na amostra da palma direita. A seleção pelo melhor
modificador levou em conta sensibilidade e forma do pulso de absorção.
Os disparos foram realizados utilizando revólver calibre .38‖, marca TAURUS,
com a seguinte variação: um tiro com as duas mãos (n=15), um tiro com uma
mão (n=15), dois tiros com as duas mãos (n=5). Os resíduos ocupacionais
foram coletados em vinte diferentes ocupações (n=3). Os testes colorimétricos
foram realizados utilizando rodizonato de sódio.
Comparando as médias dos teores dos três metais nos resíduos ocupacionais
e aqueles produzidos por disparos de armas de fogo, observam-se teores bem
superiores para os produzidos por arma de fogo, indicando que a característica
ocupacional não interfere na análise dos resíduos
Os resultados obtidos por testes colorimétricos para os disparos de arma de
fogo demonstraram 95% com resultado negativo para Pb e Ba, enquanto que
os resultados por ET AAS apresentaram 100% positivo para Pb, Ba e Sb.

38
II. ENQFor- Encontro Nacional de Química Forense
QA018

Validação da técnica extração sólido-líquido com partição em baixa


temperatura (ESL-PBT) para determinação de carbamatos em bolo e
brigadeiro.
Simone Machado Goulart, Renata Domingos Alves, Maria Eliana Lopes Ribeiro de
Queiroz, Antônio Augusto Neves, José Humberto de Queiroz, Washington Xavier de
Paula
Universidade Federal de Viçosa
Alimentos de coloração escura como bolos e chocolates são freqüentemente
encontrados em casos de ingestão acidental, suicídio e homicídios envolvendo
carbamatos. O objetivo deste trabalho foi validar a técnica ESL-PBT para
determinação de aldicarb, carbofuran e carbaryl em bolo e brigadeiro por
cromatografia líquida de alta eficiência com detector ultravioleta. No método
otimizado, 1,0 g de matriz é colocado em contato com 2,0 mL de água e 4,0 mL
de acetonitrila. Após homogeneização em mesa agitadora por 5 minutos, a
amostra é colocada em freezer por 3 horas para separação das fases e análise
do extrato. A taxa de recuperação obtida para os compostos variou de 83 a
91%, com coeficientes de variação inferiores a 9%. Os parâmetros de
validação seletividade, linearidade do método, precisão e exatidão foram
satisfatórios. Os limites de detecção foram 15,0; 12,0 e 8,0 µg L-1 e os limites
de quantificação foram 50,0, 40,0 e 25,0 µg L-1, para aldicarb, carbofuran e
carbaryl respectivamente. Esses resultados foram semelhantes para as duas
matrizes estudadas. A linearidade foi confirmada pelos testes de Jacknife,
Ryan-Joiner, Levene e Durbin-Watson. A extração sólido-líquido com partição
em baixa temperatura (ESL-PBT) apresentou vantagens como praticidade, alta
freqüência analítica, reduzido número de etapas, baixo consumo de solventes,
além de confiabilidade e seletividade.

39
II. ENQFor- Encontro Nacional de Química Forense
QA019

Determinação de resíduos de carbamatos em borra e café.


Renata Domingos Alves, Simone Machado Goulart, Tamires Condé de Assis, Guilherme
Vittorazzi Salvador, Antônio Augusto Neves, Washington Xavier de Paula e Maria Eliana
Lopes Ribeiro de Queiroz.
Universidade Federal de Viçosa
Aldicarbe e carbofurano, agrotóxicos de uso agrícola, são utilizados
irregularmente como raticida (chumbinho). A mistura do chumbinho em café (pó
e bebida) é uma alternativa freqüente de envenenamento em função do forte
odor e cor do café que disfarçam a presença do mesmo. Os objetivos desse
trabalho foram verificar a quantidade desses compostos que seriam extraídos
para a bebida preparada com pó de café contaminado e a fração remanescente
na borra de café após extração aquosa a quente. Avaliou-se também
estabilidade desses compostos em café bebida, em função da temperatura.
Nesse estudo foi preparada uma bebida 8% (m/v) de café em pó fortificado
com os princípios ativos. Amostras de café bebida e da borra de café foram
submetidas à extração líquido-líquido e sólido-líquido com partição a baixa
temperatura. O extrato orgânico obtido foi analisado por CLAE-UV. Para avaliar
a estabilidade dos princípios ativos em função da temperatura, o café bebida foi
fortificado a 83 + 3 ºC e a 35 + 3 ºC e submetido às etapas de extração e
análise. Os resultados mostraram que o preparo da infusão com pó de café
contaminado, leva a perda de 50% e de 58% para aldicarbe e carbofurano,
respectivamente. Na borra de café foram encontrados 15% de aldicarbe e 49%
carbofurano, mostrando que os mesmos se ligam à matéria orgânica e não são
totalmente arrastados pela água quente. As temperaturas avaliadas não
afetaram a estabilidade dos princípios ativos.

40
II. ENQFor- Encontro Nacional de Química Forense
TOXICOLOGIA (TOX)
TOX001

Obtenção de cocaína de elevada pureza para a produção de material de


referência certificado
3 1 2
Junior, Amadeu Cardoso ; Borges-Oliveira, Rodrigo ; de Oliveira, Eudes Rocha ; Santelli,
3 1,2
Ricardo Erthal ; Sabino, Bruno Duarte .
1 2
Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial; Instituto de
3
Criminalística Carlos Éboli; Universidade Federal do Rio de Janeiro
Na análise forense de pós e pedras apreendidos suspeitos de conterem
cocaína (COC), o uso de materiais de referência certificados (MRC) é uma
ferramenta importante na garantia da qualidade da análise pericial. Essas
análises se baseiam principalmente em técnicas comparativas (TLC, GC,
HPLC, etc.) que requerem o uso de tais MRC. Entretanto, as exigências legais
para importação dificultam a aquisição destes MRC. Assim, este trabalho
objetiva produzir, no Brasil, através de parceria entre ICCE e INMETRO, um
MRC de COC de elevada pureza. Para tal, uma amostra de COC em pó foi
purificada: A 100 g de pó foi adicionado HCl 0,1 M até pH 5, seguindo uma
filtração. Ao filtrado adicionou-se hidróxido de amônio 6 M até pH 10. A esta
solução adicionou-se éter etílico e, após agitação, a fase orgânica foi
evaporada. O resíduo foi recristalizado com metanol:água 1:2 obtendo-se
cristais purificados de COC base livre. O material de partida e o produto final
foram analisados por GC-MS. O produto final também foi analisado por FTIR. A
análise do material de partida revelou a presença de COC, benzoilecgonina
(BE), cis e trans-cinamoilecgonina, ao passo que o produto final mostrou-se
livre dos adulterantes e da BE, principal contaminante e produto de
degradação. O espectro obtido por FTIR é compatível com COC base livre. As
próximas etapas consistirão na remoção das impurezas remanescentes
utilizando-se LC semi-preparativa e a subsequente produção do MRC.

Apoio FAPERJ.

41
II. ENQFor- Encontro Nacional de Química Forense
TOX002

Determinação de metais traço em amostras de cabelo por ICP-MS: um


método simples e rápido assistido por ultra-som visando a aplicação em
análise forense.

Bruno Lemos Batista*, Jairo Lisboa Rodrigues**, Vanessa Cristina de Oliveira Souza* e
Fernando Barbosa Junior*.

* Laboratório de Toxicologia e Essencialidade de Metais - FCFRP- USP


**Departamento de Ciência e Tecnologia – UFVJM

Neste trabalho é proposto um método de extração assistido por ultra-som para


determinação de elementos traço em amostras de cabelo por espectrometria
de massas com plasma acoplado indutivamente (ICP-MS) para investigação
forense. Para as análises 25mg de amostra são tratados com 2mL de HNO 3
20% v/v e sonicado por 2 min (50W e 100% amplitude utilizando ponteira ultra-
sônica), então dilui-se para 10mL com água ultra-pura e centrifuga-se,
analisando o sobrenadante. O método foi aplicado para os seguintes analitos:
Al, As, Ba, Be, Cd, Co, Cr, Cu, Mn, Pb, Tl, U, V e Zn com limites de detecção (3
s, n = 20) de 0.1, 0.4, 0.2, 0.09, 0.08, 0.04, 0.1, 2.9, 1.0, 0.9, 0.04, 0.05, 0.1 e
4.2 ng/g, respectivamente. O Rh foi utilizado como padrão interno. A precisão e
exatidão do método foram testadas pelos materiais de referência certificada
CRM 85 e 86 da International Atomic Energy Agency (IAEA) e do Institut
National de Santé Publique Du Quebec (Canadá). O método é muito rápido e
simples podendo ser aplicado em rotina, pois se elimina dispendiosas etapas
de tratamento de amostra como a digestão ácida em sistema fechado.

42
II. ENQFor- Encontro Nacional de Química Forense
TOX003

Determinação de metais tóxicos por ICP-MS em praguicidas


frequentemente aplicados na agricultura brasileira para avaliação
toxicológica.

Flávia Garcez da Silva*, Bruno Lemos Batista, Vanessa Cristina de Oliveira Souza*,
Rodolfo de Freitas* Taisa Maira de Carvalho Manginelli e Fernando Barbosa Junior*.

* Laboratório de Toxicologia e Essencialidade de Metais - FCFRP- USP

O Brasil possui uma área produtiva de mais de 61 milhões de hectares e o uso


de defensivos agrícolas, como os praguicidas, desempenham fundamental
importância dentro do sistema de produção agrícola. O uso de tais substâncias
tem sido alvo de crescente preocupação por parte dos diversos segmentos da
sociedade em virtude de risco ao meio ambiente e a exposição ocupacional. O
objetivo deste trabalho foi determinar as concentrações de metais tóxicos em
43 amostras de praguicidas adquiridas em estabelecimentos comerciais
especializados da região de Ribeirão Preto-SP. O método analítico empregado
seguiu-se por digestão das amostras de praguicidas em microondas utilizando-
se HNO3 (14M) sub-destilado, H20 Milli-Q e H2O2 seguido de determinação das
concentrações dos metais por espectrometria de massas com plasma acoplado
indutivamente ICP-MS (PerkinElmer). Os resultados obtidos estão expressos
em valores de média, mínimo e máximo: Al: 383,32 ppm (0,046 - 5378) ppm;
As: 2,6 ppm (0,54 - 64,57) ppm; Pb: 3,07 ppm com variação de 0,2 ppb a
112,77 ppm; Cd: 17,66 ppb (0,22-134,89) ppb; V: 1,17 ppm (1,03-174,61) ppb e
U: 73,96 ppb (1,77-397,12) ppb. Conclui-se que os valores obtidos
apresentaram considerável variabilidade e concentrações elevadas, sendo
necessários estudos complementares para avaliação da exposição ocupacional
e possível transferência de metais tóxicos para alimentos.

43
II. ENQFor- Encontro Nacional de Química Forense
TOX004

Identificação de Delta-9-THC em creme hidratante comercializado no Rio


de Janeiro por CG-EM
Adriana Sousa de Oliveira, Maria José Andrade de Costa Dourado, Bruno Duarte Sabino
Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE), Rua Pedro I, 28 – Centro – RJ

A Cannabis sativa, popularmente conhecida como maconha, contém pelo


menos 60 alcalóides conhecidos como ―canabinóides‖, sendo o principal deles
o Delta-9-THC. A maconha comercializada ilicitamente geralmente se
apresenta sob a forma de erva seca, picada e prensada contendo folhas, flores,
frutos e sementes e a sua identificação é feita através da análise botânica das
características morfológicas típicas da planta, bem como pela identificação
química dos principais canabinóides. Neste trabalho, utilizou-se a técnica de
cromatografia gasosa acoplada à espectrometria de massas (CG-EM) para a
identificação de Delta-9-THC em uma amostra de creme hidratante
comercializada na Cidade do Rio de Janeiro que declarava conter óleo de
semente de Cannabis sativa em sua formulação. Uma alíquota do produto foi
extraída com metanol e centrifugada. Em seguida, o sobrenadante, após etapa
de concentração, foi injetado no CG-EM (marca Shimadzu) no modo de
monitoramento seletivo de íons (MSI), nas seguintes condições: injetor com
divisão de fluxo (1:20) a 250 ºC, coluna capilar RTx-5MS (30m x 0,25mm x
0,25μm) e com a seguinte programação de forno: 60 ºC (1 min) seguida por
aquecimento a 15 ºC min-1 até 280 ºC (5 min), íons monitorados (m/z): 231,
243, 271, 299, 300, 314. Os espectros obtidos comparados com os espectros
das bibliotecas do equipamento e com do material de referência de Delta-9-
THC permitiram concluir pela presença de Delta-9-THC na amostra examinada.

44
II. ENQFor- Encontro Nacional de Química Forense
TOX005

Metodologia para identificação de drogas de abuso em Humor Vítreo


1 2 3
Mariana Dadalto Peres , Fabrício Souza Pelição , Bruno Spinosa De Martinis
1
Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto - USP
2
Laboratório de Toxicologia do Departamento Médico Legal, Vitória-ES / Faculdade de
Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto - USP
3
Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão Preto - USP
Introdução: O humor vítreo é uma matriz relativamente simples em termos
analíticos, estável e pouco susceptível a mudanças post-mortem. Pode ser
colhido facilmente durante o exame necroscópico e deste modo utilizado para
determinação de drogas.
Objetivo: Desenvolver uma metodologia para identificar drogas de abuso em
humor vítreo.
Metodologia: Foi adicionado em 1mL de humor vítreo padrões de cocaína,
cocaetileno, benzoilecgonina, ∆-9-TCH, COOH-THC, anfetamina,
metanfetamina, anfepramona, femproporex e MDMA e padrão interno
deuterado. As amostras foram extraídas em colunas de extração em fase-
sólida (SPE), derivatizadas e analisadas por cromatografia em fase gasosa
acoplado a espectrometria de massas.
Resultados: A técnica de SPE permitiu a obtenção de extratos limpos e a
extração de todas as drogas da matriz. Pela análise cromatográfica foi possível
identificar todos os padrões adicionados com ótima separação. Ensaios
preliminares mostraram limite de quantificação inferior a 10ng/mL para todas as
drogas.
Conclusão: O método foi capaz de identificar as anfetaminas, cocaína, ∆-9-
TCH e metabólitos em amostras de humor vítreo.
Agradecimento: FAPESP

45
II. ENQFor- Encontro Nacional de Química Forense
TOX006

Desenvolvimento de método analítico para detecção de drogas de abuso


em amostras de sangue total colhidas de vítimas fatais de acidentes de
trânsito.
1 2 3
Fabrício Souza Pelição , Mariana Dadalto Peres , Maria das Graças Corrêa de Faria ,
4
Bruno Spinosa De Martinis
1
Laboratório de Toxicologia do Departamento Médico Legal, Vitória-ES / Faculdade de
Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto - USP
2
Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto – USP
3
Laboratório de Toxicologia do Departamento Médico Legal, Vitória-ES
4
Departamento de Química da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão
Preto - USP

Introdução: Estudos dos riscos e causas de acidentes de trânsito envolvendo


a condução de veículos automotores sob a influência de drogas tem sido um
tema de crescente preocupação em países desenvolvidos.
Objetivo: Desenvolver um método simples e sensível para análise de
diferentes classes de drogas de abuso em amostras de sangue total coletadas
de vítimas fatais (condutores) de acidentes de trânsito.
Metodologia: As amostras de sangue total foram adicionadas com padrões de
cocaína e metabólitos (cocaetileno e benzoilecgonina), canabinóides (∆9-THC e
11-nor-9-COOH-∆9-THC) e compostos anfetamínicos (anfetamina,
metanfetamina, ecstasy, fenproporex e anfepramona) e submetidas à técnica
de extração em fase sólida (SPE). Os extratos ácido e básico foram recolhidos
juntos, evaporados à secura e derivatizados com MSTFA por 1 hora (90 ºC) e
analisados (1 L) por cromatografia em fase gasosa/espectrometria de massas.
Resultados: A técnica de SPE permitiu a obtenção de extratos limpos e a
análise cromatográfica mostrou boa separação entre os picos estudados.
Todos os analitos se mostraram lineares no intervalo de 5 a 500 ng/mL.
Ensaios preliminares demonstraram limites de detecção (LOD) e quantificação
(LOQ) próximos a 10 ng/mL para todas as drogas estudadas.
Conclusão: O método proposto foi capaz de identificar e quantificar
concentrações pequenas para todos os analitos estudados.
Agradecimento: FAPES.

46
II. ENQFor- Encontro Nacional de Química Forense
TOX007

Análise da Contaminação de Cédulas de Dinheiro por Cocaína Utilizando


Cromatografia Líquida de Alta Eficiência
1 2 2
Nathalia Maria Rodrigues , Pablo Alves Marinho , Mario Guedes , Vinicius Gomes
1
Barbosa

1: Instituto de Criminalística de Minas Gerais; 2: Centro Universitário UNA – Belo


Horizonte/MG

A cocaína é uma das drogas mais problemáticas no Brasil, devido seu impacto
social e toxicológico para os usuários e a sociedade em geral.Uma das formas
de utilização desta droga é pela via intranasal, quando a mesma se encontra
na forma de cloridrato de cocaína, podendo ser aspirada utilizando cédulas de
dinheiro como artefato. O presente trabalho objetivou analisar cédulas de R$ 2
reais de Belo Horizonte-MG, a fim de verificar a porcentagem de notas com
resíduos de cocaína e traçar um perfil quantitativo das mesmas. As notas
(n=50) foram coletadas em estabelecimentos comerciais no centro de Belo
Horizonte. Notas novas, fora de circulação, obtidas junto ao Banco Central,
foram utilizadas como branco da amostra. As cédulas foram extraídas com
metanol e fase móvel em ultrasom. O método utilizou a técnica de HPLC e foi
validado, sendo estudado linearidade, precisão recuperação, seletividade e
limites de detecção e quantificação. Após as análises, as cédulas foram
devolvidas à circulação sem nenhuma danificação. Das 50 notas analisadas,
43 (86%) apresentaram resíduos de cocaína. A concentração média de
cocaína encontrada nas notas foi de 136,9 µg , sendo que a maior parte
possuía teores entre 0,5 a 50 µg/nota (35%). Deste modo, conclui-se que as
cédulas de R$ 2 reais na região central de Belo Horizonte, têm alta
porcentagem de contaminação por cocaína, podendo esta ser proveniente de
contaminação direta da droga na nota ou indireta entre notas contaminadas e
superfícies contaminadas.

47
II. ENQFor- Encontro Nacional de Química Forense
TOX008

Desenvolvimento de um método analítico empregando LPME e GC/MS


para determinação de barbitúricos em amostras de fígado postmortem.

1 1 2
Rafael Menck de Almeida , Silvia Satie Kawamura , Saskia Carolina Seulin , Vilma
2 3 1
Leyton , Victor Alexandre Percinio Gianvecchio , Mauricio Yonamine
1
Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP. São Paulo - SP
2
Departamento de Medicina Legal, Ética Médica e Medicina Social e do Trabalho da
Faculdade de Medicina da USP. São Paulo – SP
3
Instituto Médico Legal do Estado de São Paulo. São Paulo – SP

As amostras biológicas mais comumente coletadas durante a autópsia para


análise toxicológica são sangue, urina e conteúdo estomacal. Nos casos em
que estas amostras estão indisponíveis para análise, outros espécimes
biológicos postmortem devem ser coletados e analisados. Dentre essas
amostras, o fígado tem sido classificado como a segunda amostra de
importância na interpretação de casos em Toxicologia Forense, porém, é uma
amostra bastante complexa do ponto de vista analítico. O objetivo deste
trabalho é o desenvolvimento de um método analítico empregando a
microextração em fase líquida (LPME) e GC/MS para a determinação de
barbitúricos (fenobarbital, secobarbital, pentobarbital e butalbital) em amostras
de fígado postmortem. Amostras de fígado (125 mg) são adicionadas com HCl
0,1 mol/L (4 mL). Em seguida foi impregnado decanol nos poros de fibra oca,
no interior da fibra são adicionados 100µL de tampão pH 12 e introduzida na
amostra. Padrões deuterados foram utilizados como padrão interno. Após a
extração, o resíduo obtido é derivatizado com hidróxido de trimetilfenilamônio
(TMAH) e injetado no GC-MS. Os limites de detecção obtidos foram abaixo de
200 ng/g de amostra. A recuperação está em torno de 70% e se demonstrou
linear na faixa de trabalho. O método demonstrou ser preciso (CV < 10%) e
sensível, podendo ser aplicado em casos de interesse forense em que haja
suspeita do envolvimento de barbitúricos.

48
II. ENQFor- Encontro Nacional de Química Forense
TOX009

Determinação de opiáceos em sangue total e humor vítreo por GC-MS


Sanches, L. R*; Seulin, S. C.**; Leyton, V.**; Yonamine, M.*
Dep. de Análises Clínicas e Toxicológicas/FCF-USP;**Dep. de Medicina Legal Ética
Médica Medicina Social e do Trabalho/FMUSP, São Paulo-SP
Em toxicologia postmortem a avaliação da intoxicação é feita através da
análise da concentração sanguínea de um possível agente tóxico envolvido.
Entretanto, a detecção de substâncias em espécimes postmortem possui
especial dificuldade comparada com amostras coletadas para ensaios clínicos.
A alteração da natureza do espécime pelos fenômenos subseqüentes à morte
limita a direta aplicabilidade de métodos validados para esses ensaios. O
sangue postmortem, por exemplo, não é um fluido biológico homogêneo. A
hemólise é comum nesses casos e, por essa razão, o sangue total deve ser
analisado. O emprego de técnicas de derivatização é necessário para detecção
de opiáceos nessas amostras por GC-MS. Assim como há a necessidade de
realização de procedimento de hidrólise da forma conjugada para determinação
da morfina total. O presente trabalho tem como objetivo o desenvolvimento e
validação de um método analítico para determinação de opiáceos em sangue
total e humor vítreo com finalidade forense. O método foi validado em amostras
de sangue total até o presente momento. O procedimento mostrou ter boa
eficiência com taxas de recuperação acima de 70%. Analisando o efeito matriz
exercido pelos dois tipos de amostra, foi possível verificar que o sangue total
exerce maior efeito sob a detecção dos analitos de interesse do que o humor
vítreo. O método descrito mostra sensibilidade, eficiência e precisão
adequadas.

49
II. ENQFor- Encontro Nacional de Química Forense
TOX010

Método para determinação de carboxihemoglobina em sangue.


1 1 1 2 1
Luchini, P. D. ; Endo, L. G. ; Sinagawa, D. M. ; Jesus, M. G. S. ; Ponce, J. C. ; Muñoz, D.
1 1
R. Leyton, V.
1
Departamento de Medicina Legal, Ética Médica e Medicina Social e do Trabalho da
Faculdade de Medicina da USP. São Paulo – SP
2
Instituto Médico Legal do Estado de São Paulo. São Paulo – SP

O monóxido de carbono (CO) é um gás incolor, inodoro, insípido e é produzido


pela combustão incompleta de material orgânico como madeira, papel e
gasolina. Quando o ambiente estiver com concentrações elevadas deste gás
pode ocorrer intoxicação nos indivíduos que estiverem expostos. O CO, após a
absorção que se faz por via pulmonar, combina-se com a hemoglobina,
originando a carboxihemoglobina (COHb) que é cerca de 300 vezes mais
estável que a oxihemoglobina e incapaz de transportar oxigênio. Para
estabelecimento da causa da morte quando há suspeita de intoxicação por CO,
a quantificação da COHb no sangue é importante. São vários os métodos
utilizados para esse fim envolvendo técnicas como a espectrofotometria, a
cromatografia gasosa com condutividade térmica e a microdifusão. Os métodos
mais utilizados são os que utilizam espectrofotômetros convencionais ou
equipamentos automatizados conhecidos por CO-oxímetros. Esses últimos,
são de alto custo e nem sempre disponíveis em laboratórios de toxicologia
forense. Neste estudo, os autores propõem um método prático para determinar
a COHb em amostras de sangue, utilizando espectrofotômetro convencional. O
método é baseado na formação de dois pigmentos pela redução da
oxihemoglobina e metahemoglobina pelo hidrossulfito de sódio. A leitura de
absorbância desses pigmentos é realizada em 420 e 432 nm. O método
apresenta boa precisão e exatidão, além de ser de fácil execução e de baixo
custo. (LIM-40-HC-FMUSP)

50
II. ENQFor- Encontro Nacional de Química Forense
TOX011

Carboxihemoglobina em vítimas fatais suspeitas de intoxicação por


Monóxido de Carbono
1 2 2 1 2
Salles, K. R. R. D. ; Takitane, J. ; Ponce, J. C. ; Imada, C. S. ; Sinagawa, D. M. ;
2 2 2
Luchini, P. D. ; Muñoz, D. R. ; Leyton, V. .
1
Instituto Médico Legal do Estado de São Paulo. São Paulo – SP
2
Departamento de Medicina Legal, Ética Médica e Medicina Social e do Trabalho da
Faculdade de Medicina da USP. São Paulo – SP

A determinação quantitativa da carboxihemoglobina (COHb) no sangue é


importante em casos de suspeita de morte por intoxicação por monóxido de
carbono (CO). Concentrações de COHb inferiores a 10% não são associadas a
sintomas clínicos. Entre 10% e 50%, podem produzir sintomas neurológicos
como dores de cabeça, tonturas, debilidade, náuseas, vômitos e colapso e,
valores acima de 50% estão associados à morte. O objetivo deste estudo foi
determinar, através de análises laboratoriais, a concentração de COHb no
sangue de vítimas necropsiadas no Instituto Médico Legal de São Paulo com
suspeita de intoxicação por CO. Foram realizadas dosagens de COHb em
amostras de sangue de 28 vítimas, utilizando método espectrofotométrico. Do
total das vítimas, 25% apresentaram concentrações de COHb inferiores a 10%
com média de 4,2% (0,5 - 9,9%) e, nesses casos, a causa da morte certamente
não foi a intoxicação por CO. Valores de COHb entre 10% e 50% foram
encontrados em 18% das vítimas com média de 24,4% (14,3 - 46,9%) e a
causa da morte, em alguns casos, poderia ter sido influenciada pela exposição
ao CO, uma vez que fatores individuais como idade e problemas respiratórios,
entre outros, tornariam as vítimas mais susceptíveis à ação do CO. Níveis
superiores a 50% de COHb foram encontrados em 57% das vítimas, com valor
médio de 72,4% (56,1 - 91,3%), o que sugere que a intoxicação por CO tenha
sido a causa da morte. (LIM-40-HC- FMUSP/IML-SP)

51
II. ENQFor- Encontro Nacional de Química Forense
OUTROS TÓPICOS (OT)
OT001

Possibilidade de Uso de Fitas de Uroanálise em Análises Forenses


1 1
Elvis Medeiros de Aquino , André Peixoto Vieira D´Ávila , Alexandre Alves Lima
1 1 2
Hamada , Maria Paula de Oliveira Valadares , Magda Leite Medeiros , Paulo Roberto H.
3
Moreno
1: Instituto de Criminalística de São Paulo;2: Faculdade de Ciências Farmacêuticas da
Universidade de São Paulo (FCF-USP); 3: Instituto de Química da Universidade de São
Paulo (IQ-USP)

Fitas de Uroanálise têm sido amplamente utilizadas na avaliação de


parâmetros físico-químicos da urina devido ao baixo custo, à rapidez, à
simplicidade do método e, sobretudo, à sua versatilidade, uma vez que estas
possibilitam à análise simultânea de diferentes parâmetros, como o pH, a
presença de nitrito e de hemoglobina, em um tempo de análise de cerca de 2
minutos. Com base nessas propriedades, levantou-se a possibilidade de sua
utilização em análises forenses, tanto em campo, como em laboratório, com
destaque para a pesquisa de substâncias hematóides comumente presentes
em cenas de crime. Assim sendo, foram realizados testes preliminares para a
determinação da sensibilidade e de possíveis interferentes na análise de
substância hematóide. Os resultados para sangue não hemolisado indicam a
possibilidade de detecção deste material ainda que o mesmo esteja diluído.
Também verificou-se a possibilidade de excluir uma série de interferentes. O
trabalho discute ainda, a possibilidade de utilização da fita em pesquisa de
nitrito para a determinação de recentidade de disparo de arma de fogo, bem
como a determinação de pH de soluções de lavagem de gases, fator
importante em perícias de engenharia forense. Além das qualidades
anteriormente citadas, as fitas de uroanálise oferecem ainda a possibilidade de
um teste de fácil padronização e rastreabilidade de resultados, o que vai de
encontro às atuais tendências de normatização do trabalho pericial.

52
II. ENQFor- Encontro Nacional de Química Forense
OT002

Impressões Digitais: uma Técnica Analítica da Ciência Forense no ensino


de química orgânica
1 2
Júnior, José Carlos Quilles ; Escremin, João Vicente .
1 – Discente do Curso de Licenciatura Plena em Química com Atribuições Tecnológicas.
2 – Docente do Curso de Licenciatura Plena em Química.

Instituição: UNIFEV – Centro Universitário de Votuporanga

A Química Forense continua expandindo e se tornando indispensável,


diante da criminalidade, utilizando todas as áreas da ciência, em especial a
química, como forma de investigação. Um dos métodos utilizados para
investigação é a datiloscopia, onde seus princípios estão relacionados com a
identificação humana através das impressões digitais. O trabalho tem como
objetivo aplicar a técnica como instrumento introdutório do ensino de
compostos orgânicos, tanto no ensino médio, apresentando funções orgânicas,
como no superior, voltado para a química orgânica avançada, com abordagem
dos ataques nucleofílicos e os mecanismos de reação para a formação do
composto púrpura de Ruhemann. A identificação das impressões digitais pode
ser realizada através da reação química da ninidrina, com os resíduos
orgânicos deixados pela impressão digital. As impressões digitais são deixadas
devido às substâncias que estão presentes no suor, principalmente
aminoácidos e cloretos. A ninidrina tem grande afinidade com aminoácidos por
eles pertencerem a um grupo químico de função mista. A técnica utilizada é a
reação da ninidrina com os aminoácidos presentes no suor, que promovem a
―quebra‖ de proteínas em aminoácido, tornando a revelação da impressão
digital com a formação da coloração púrpura. A partir dessa técnica, pode-se
comprovar o princípio da classificabilidade da datiloscopia, o qual indica o
potencial de uso dos desenhos digitais na identificação humana.

53
II. ENQFor- Encontro Nacional de Química Forense
OT003

Química forense e interdisciplinaridade: conceito e aplicação para sua


abordagem em química no ensino médio

Grazieli Olinda Martins, Tatieli Felisbino de Lima Rego


Orientador: M. Sc. João Vicente Escremin
Centro Universitário de Votuporanga – UNIFEV

O trabalho tem como objetivo incorporar nos conteúdos didáticos, o


conceito da Química Forense e suas aplicações, revelando seus mitos e, a
extrema importância da interdisciplinaridade, para seu contínuo estudo
investigativo com metodologias de ensino que incentivem e desperte nos
alunos o interesse pela disciplina.
Ao trazer a Química Forense para dentro das salas de aulas, muitos
professores deverão observar que há conceitos equivocados sobre o assunto e
que, muitas vezes, são transmitidos pela mídia, como é o caso dos seriados de
televisão os quais apresentam análises laboratoriais de modo ―instantâneo‖.
Outro aspecto a ser abordado em sala de aula é a interdisciplinaridade
contextualizada das áreas de química, física, biologia e matemática. Na
química, por exemplo, tem-se o contexto da quimiluminescência a partir da
reação de óxido-redução entre o luminol com compostos do sangue; na
biologia, o sistema respiratório e suas características; na física, equações de
cálculos de velocidades de um corpo em queda e na matemática o uso e
compreensão de cálculos, gráficos e equações.
Com isso, o estudo de um tópico tão importante como a Química
Forense, resulta no melhoramento da educação dentro do ensino de química
devido às suas diversas aplicabilidades dentro da área, despertando o
interesse neste estudo.

54
II. ENQFor- Encontro Nacional de Química Forense
OT004

Análise pericial de diferentes lâmpadas de farol automotivo


utilizando técnica Microscopia Eletrônica de Varredura acoplada a
Espectroscopia de Energia Dispersiva (MEV-EDS)
Marco Antonio Balbino, Glauco Fiaschi, Marcelo Firmino de Oliveira
Departamento de Química - Faculdade de Filosofa, Ciências e Letras de Ribeirão
Preto - Universidade de São Paulo.

Os Acidentes decorrentes de colisão entre veículos ou atropelamentos


são frequentemente ocasionados pelo não cumprimento da
obrigatoriedade do acionamento de faróis dos veículos automotores
quando o mesmo trafega em período noturno ou em locais de baixa
visibilidade. Tais vestígios podem ser decisivos na investigação das
possíveis causas dos acidentes. As lâmpadas automotivas estão cada
vez mais sofisticadas e há uma procura muito grande pelas lâmpadas de
xenônio. Estas são constituídas de diferentes materiais quando
comparadas com as lâmpadas convencionais halógenas. Um estudo
comparativo entre lâmpadas automotivas halógenas e lâmpada de
xenônio utilizando as técnicas microscopia de varredura linear acoplada
ao espectrômetro de energia dispersiva (MEV-EDS) é apresentado. De
acordo com os resultados obtidos, tanto para as lâmpadas halógenas
quanto para a lâmpada de xenon, a técnica permite possibilidade de
análises topográficas e qualitativas de amostras de interesse forense do
tipo lâmpadas automotivas para a elucidação de acidentes de trânsito.

55
II. ENQFor- Encontro Nacional de Química Forense
OT005

Química forense como recurso didático: a química na ponta dos dedos


Dalva L.A. de Faria, Patrícia C. Miani e Nathália D. Bernardino
Laboratório de Espectroscopia Molecular, IQUSP-SP, Brasil, C.P. 26077, 05513-970

Experimentos em química são essenciais para fixar conceitos e despertar


interesse de alunos, mas duas grandes dificuldades se apresentam para que
atinjam seus objetivos: necessidade de laboratório e experimentos capazes de
capturar a atenção dos alunos. Este trabalho propõe um experimento que
exemplifica as transformações das substâncias, empregando reações químicas
simples e conhecidas, mas que tem aplicação em química forense.
Especificamente, o experimento baseia-se na revelação de impressões digitais,
é compatível com os Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino
Fundamental e pode ser realizado em sala de aula, desde que a mesma seja
ventilada. O suor é rico em sais minerais, ácidos e proteínas e as reações
químicas empregadas na revelação das impressões usam essas substâncias.
Serão utilizados iodo, soluções de amido e AgNO3 e cola à base de
cianoacrilato. Papel sulfite deverá ser manuseado pelos alunos e exposto,
separadamente, a (i) vapores de I2 com posterior tratamento com solução de
amido; (ii) solução alcoólica de AgNO3 1% e posterior exposição à luz e (iii)
vapores de cianoacrilato obtido por aquecimento suave de Superbonder. No
primeiro caso destaca-se a maior afinidade do I2 pela gordura do que pelo
papel e o caráter lábil da interação que depende da formação de um complexo
com amido para sua fixação. No segundo caso a ênfase é a formação de sólido
pouco solúvel (AgCl) e a reação fotoquímica posterior (gerando Ag e Cl 2) e a
terceira situação permite discutir reações de polimerização.

56
II. ENQFor- Encontro Nacional de Química Forense
OT006

Uma proposta didática no ensino de reações de oxi-redução utilizando a


Quimica Forense
Gustavo Maximiano Ferreira, Joveline Campanhol Milinski, Mayra Tezini Camilo, Ronaldo
Henrique Souza Marques (Graduandos) e Deividi Márcio Marques (Pesquisador)
Universidade Federal de Uberlândia - UFU
Em virtude da propagação pela mídia de seriados, documentários e
filmes que envolvem crimes de difícil solução, o uso de algumas práticas
químicas por profissionais específicos e treinados na coleta e análise de provas
criminais e também a busca de novas estratégias e metodologias de ensino e
aprendizagem em química nos motivaram a elaborar uma proposta de ensino
tendo como temática a química forense. O desenvolvimento do projeto partirá
da exibição de um episódio do seriado CSI (Crime Scene Investigation), no
qual os alunos deverão observar e levantar todos os termos e práticas que
considerarem ter alguma relação com conceitos químicos. Em seguida por
meio da discussão de quatro textos motivadores e do levantamento feito, será
apresentada então a prática da química forense e o conceito de reações de oxi-
redução. A próxima etapa compreenderá uma aula experimental, em que os
alunos poderão ter contato com o teste de Kastle-Meyer e uma visão
macroscópica das reações de oxi-redução. Na seqüência será introduzida a
visão microscópica de reações de oxi-redução contextualizada com a prática
da perícia criminal. A finalização do projeto compreende a visita de um
profissional da área (perito criminal), que se faz fundamental para o
esclarecimento aos alunos sobre essa área.

57
II. ENQFor- Encontro Nacional de Química Forense
ÍNDICE REMISSIVO DE AUTORES

A E

Agostinho, T. C. .............................................. 8 Endo, L. G. ..................................................... 50


Aguiar, P. F. ............................................. 24, 33 Escremin, J. V. ......................................... 53, 54
Akkari, A. C. S. .............................................. 30
Alcantara, G. K. S. ....................................... 8, 9
Almeida, R. M. ............................................... 48 F
Alves, J. Q...................................................... 27
Alves, R. D. .............................................. 39, 40 Fachel, J. M. G. ................................................ 5
Andrade, C. C. F. ............................................. 1 Faria, D. L. A. ..................................... 20, 21, 56
Andrade, E. A. ................................................. 1 Faria, M. G. C. ................................................ 46
Andrade, J. F ................................................. 18 Fernandes, A. V. M. ..................................... 8, 9
Andrade, J. F. .......................................... 14, 15 Ferreira, G. M. ................................................ 57
Andrade, Y. A. P. ............................. 8, 9, 15, 16 Fiaschi, G. ...................................................... 55
Aquino, E. M. ................................................. 52 Fioravante, A. L.............................................. 26
Araujo, D. R. .................................................. 30 Fraga, E. L. ....................................................... 6
Araújo, K. S.................................................... 22 França, J......................................................... 37
Assis, T. C...................................................... 40 Freitas , A. C. ................................................. 36
Augusti, R. ..................................................... 28 Freitas, J. C. ..................................................... 3
Augusto, C. R. ............................................... 26 Freitas, R. ....................................................... 43
Auharek, E. .............................................. 37, 38 Furlan, D. M. ................................................. 8, 9

B G

Balbino, M. A. .......................................... 14, 55 Geiser, G. C. ................................................... 10


Barbosa Junior, F. .................................. 42, 43 Gianvecchio, V. A. P. ..................................... 48
Barbosa, V. G. ............................................... 47 Gomes, A. L. .................................................... 6
Batista, A. C. F............................................... 15 Gonçalves Sobrinho, D. C. ........................... 26
Batista, B. L. ............................................ 42, 43 Goulart, S. M. ........................................... 39, 40
Bernardino, N. D...................................... 20, 56 Guedes, M. ..................................................... 47
Bertotti, M. ..................................................... 13
Bitar, P. D. R. ................................................. 10 H
Borba, F. S. L. ................................................ 29
Borges-Oliveira, R......................................... 41 Hamada, A. A. L. ............................................ 52
Botelho, E. D............................................ 31, 34 Honorato, R. S. .............................................. 29
Bruni, A. T. ........................................... 6, 7, 8, 9
Bueno, L. ....................................................... 17
I

C Imada, C. S. .................................................... 51

Camilo, M. T. .................................................. 57
Cardoso, K. R. L. ..................................... 24, 33 J
Carvalho, M. L. F. O. ..................................... 16
Cunha, P. ......................................................... 3 Jesus, M. G. S. ............................................... 50
Cunha, V. S. ................................................... 26 José F de Andrade ........................................ 16
Junior, A. C. ................................................... 41
Júnior, J. C. Q. ............................................... 53
D

D´Ávila, A. P. V. ............................................. 52 K
Dalmázio, I. .................................................... 28
Daniel, G. R. ................................................. 8, 9 Kawamura, S. S. ............................................ 48
de Oliveira, E. R............................................. 41
de Paula, W. X. .......................................... 2, 37
L
Dei Marques, D. M. ........................................ 57
Deliberto, L. A................................................ 19 Lebkuchen, A. .................................................. 3
Dockal, E. R ................................................... 18
Leite, V. B. P. .................................................... 6
Domingues, F. P. ......................................... 8, 9
Leyton, V. ..................................... 48, 49, 50, 51
Dourado, M. J. A. C. ...................................... 44 Lima, E. C. .......................................... 23, 30, 32
Lordeiro, R. A. ................................................ 28
Luchini, P. D. ............................................ 50, 51

58
II. ENQFor- Encontro Nacional de Química Forense
Rodrigues, F. W. ............................................ 32
M
Rodrigues, H. S. ............................................. 15
Rodrigues, J. L. ............................................. 42
Manginelli, T. M. C........................................ 43
Rodrigues, N. M. ............................................ 47
Marinho, P. A. ................................................ 47
Rodrigues, T. F. S. ......................................... 10
Mariotti, K. ....................................................... 5
Marques, L. P............................................... 8, 9
Marques, R. H. S............................................ 57 S
Martinis, B. S. .......................................... 45, 46
Martins, G. O.................................................. 54 Sabino, B. D. ............................................ 41, 44
Mayorga, P. ...................................................... 5 Saczk, A. A. .............................................. 14, 18
Medeiros, M. L. .............................................. 52 Salles, K. R. R. D. ........................................... 51
Mendes-Junior, C. T........................................ 1 Salles, M. O. ................................................... 13
Menezes, M. M. T. .......................................... 35 Salvador, G. V. ............................................... 40
Messias, J. M. .................................................. 8 Sanches, L. R ................................................. 49
Miani, P. C. ..................................................... 56 Santelli, R. E. .................................................. 41
Milinski, J. C. ................................................. 57 Santos, A. C. F. .............................................. 12
Monteiro, M. A. A. .......................................... 17 Santos, A. J. M. G. ......................................... 12
Moreno, P. R. H. ............................................ 52 Santos, A. R. M. ........................................... 8, 9
Muñoz, D. R. ............................................ 50, 51 Santos, I. F. S. .............................................. 8, 9
Muñoz, R. A. A. .............................................. 17 Santos, L. C. ................................................... 11
Santos, V. R. D. ................................................ 2
Sarkis, J. E. ...................................................... 3
N
Seulin, S. C. .............................................. 48, 49
Silva, A. M. ..................................................... 36
Naal, Z. ........................................................... 19
Silva, C. S. ...................................................... 29
Nascentes, C. C. ............................................ 28
Silva, D. L. ...................................................... 23
Neves, A. A. ............................................. 39, 40
Silva, F. G. ...................................................... 43
Silva, J. B. B. .................................................. 37
O Silva, M. B. L. ................................................. 36
Silva, V. T. ...................................................... 12
Oiye, E. N. ...................................................... 18 Silva, W. A. ..................................................... 31
Okumura, L. L. ......................................... 14, 18 Simões, A. L. .................................................... 1
Oliveira, A. M. .................................................. 7 Sinagawa, D. M. ....................................... 50, 51
Oliveira, A. S. ................................................. 44 Souza, D. L. .................................................... 31
Oliveira, L. S. ........................................... 15, 16 Souza, V. C. O. ......................................... 42, 43
Oliveira, M. F...............14, 15, 16, 18, 27, 35, 55
Ortiz, R. S. ........................................................ 5
T

P Takitane, J. ..................................................... 51
Talhavini, M. ......................................... 4, 31, 34
Paixão, T. R. L. C. .......................................... 17 Tasso, M. J. .................................................... 25
Pasquini, C. ................................................... 29 Tófoli, G. R. .................................................... 30
Paula, W. X......................................... 38, 39, 40 Tognon, A. L. ................................................. 25
Pelição, F. S. ............................................ 45, 46 Torres, J. L. R. ............................................... 22
Peres, M. D............................................... 45, 46 Trabuco, E. ....................................................... 6
Pimentel, M. F. ............................................... 29
Ponce, J. C............................................... 50, 51
V
Pontes, M. J. C. ............................................. 29
Possato, B. .............................................. 7, 8, 9
Valadares, M. P. O. ........................................ 52
Puglieri, T. S. ................................................. 21
Veiga, M. A. M. S. ........................................... 25
Velho, J. A. ....................................... 8, 9, 11, 12
Q Vieira, A. T. ..................................................... 15
Vieira, M. L. ...................................................... 4
Queiroz, J. H. ................................................. 39
Queiroz, M. E. L. R. ................................. 39, 40
Y

R Yonamine, M. ........................................... 48, 49

Rego, T. F. L. ................................................. 54
2 Z
Renata P. Limberger ...................................... 5
Ribeiro, C. C. ................................................. 26
Zacca, J. J. ..................................................... 34
Richter, E. M. ................................................. 17
Zanão, L. R. .............................................. 7, 8, 9
Riehl, C. A. S............................................ 24, 33

59
II. ENQFor- Encontro Nacional de Química Forense

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