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5548 Diário da República, 1.ª série — N.

º 207 — 27 de outubro de 2014

PRESIDÊNCIA DO CONSELHO DE MINISTROS diferenciação e simplificação face a anteriores períodos


de programação, disponibilizará uma porta de entrada
Decreto-Lei n.º 159/2014 comum de acesso ao financiamento dos fundos a todos os
interessados, para além de disponibilizar toda a informação
de 27 de outubro relevante sobre a aplicação dos FEEI, nomeadamente in-
Os fundos europeus estruturais e de investimento (FEEI) formação sobre as operações aprovadas, os montantes atri-
são um instrumento essencial de apoio ao desenvolvimento buídos e os beneficiários apoiados, facilitando o acesso à
do país e à correção das assimetrias regionais que ainda informação e constituindo-se como um importante garante
persistem. da acessibilidade e transparência do sistema, prevendo-se
O Acordo de Parceria que Portugal assinou com a ainda que será obrigatório publicitar no Balcão Portugal
Comissão Europeia, designado Portugal 2020, adota, 2020 a lista do conjunto das operações apoiadas, por PO,
para o período de programação de 2014 a 2020, os prin- por PDR e por fundo, a qual tem de ser atualizada men-
cípios de programação estabelecidos para a implementação salmente;
da «Estratégia Europa 2020» e consagra as políticas de — Estabelece-se que o regime jurídico de aplicação dos
desenvolvimento económico, social, ambiental e terri- fundos fica disponibilizado e acessível eletronicamente,
torial necessárias para apoiar, estimular e assegurar um numa versão permanentemente atualizada e consolidada,
novo ciclo nacional de crescimento inteligente (baseado no portal do Portugal 2020;
no conhecimento e na inovação), de crescimento susten- — Consagra-se o princípio da desmaterialização, pelo
tável (com uma economia mais eficiente, mais ecológica que se prevê que as candidaturas são, em regra, submetidas
e competitiva) e de crescimento inclusivo (uma sociedade pelos beneficiários por via eletrónica, através de meios de
com níveis elevados de emprego e coesão social). autenticação segura, nomeadamente o cartão do cidadão e
Neste contexto, a intervenção dos FEEI em Portugal a Chave Móvel Digital;
é subordinada às prioridades de promoção da compe- — Prevê-se que os órgãos de governação dos fundos
titividade e internacionalização da economia, de edu- não podem onerar injustificadamente os beneficiários com
cação e formação de capital humano, de promoção da pedidos de informação sobre os quais a Administração já
inclusão social, emprego, coesão social e territorial e disponha de dados acessíveis;
da reforma do Estado, no quadro do desenvolvimento — Consagra-se a obrigação de os órgãos de governação
sustentável e das exigências do processo de consolidação dos FEEI solicitarem aos beneficiários por uma só vez a
orçamental. informação de que necessitem em cada fase;
A concretização das prioridades enunciadas reflete-se — Fixa-se como regime regra a concessão do apoio
numa significativa focalização e coordenação dos apoios mediante a assinatura de termo de aceitação pelo bene-
públicos proporcionados pelos fundos estruturais e de coe- ficiário.
são, pelos fundos agrícolas para o desenvolvimento rural e
pelo fundo para os assuntos marítimos e das pescas.
Tendo o Decreto-Lei n.º 137/2014, de 12 de setembro, A relação dos órgãos de governação com os benefi-
estabelecido o modelo de governação do Portugal 2020, ciários assenta no princípio da confiança, sem prejuízo
o presente decreto-lei vem consagrar as regras gerais de das informações necessárias às adequadas verificações de
aplicação dos programas operacionais (PO) e dos progra- gestão. Em contrapartida, são reforçadas as penalizações,
mas de desenvolvimento rural (PDR) financiados pelos em caso de incumprimento das obrigações assumidas ou
FEEI, para o período de 2014-2020. falsidade das informações prestadas.
O presente decreto-lei aplica-se, ainda, com as devidas Consagra-se ainda um regime de concorrência no acesso
adaptações, aos PO de cooperação territorial europeia, no aos fundos, assim se promovendo a valorização do mérito
respeito do princípio do acordo entre os Estados-membros relativo das operações e dos resultados que com elas se
que os integram e a Comissão Europeia, e ao PO do Fundo pretendem alcançar. Por isso, adota-se o concurso como
Europeu de Apoio a Carenciados (FEAC). regime-regra de apresentação de candidaturas, sempre
Nele merece particular destaque o princípio da orienta- que existam múltiplos potenciais beneficiários para a con-
ção para resultados concretos que perpassa todo o regime cretização da mesma tipologia de operação, devendo os
jurídico de aplicação dos FEEI. Assim, o presente decreto- concursos ser enquadrados num plano anual oportuna e
-lei prevê a valorização dos resultados de uma operação, amplamente divulgado, só se admitindo a apresentação
decorrendo da sua avaliação consequências financeiras, de candidaturas por convite em casos excecionais devi-
sendo que o grau de cumprimento e de incumprimento dos damente fundamentados.
resultados acordados no âmbito de uma operação releva, Por último, preveem-se procedimentos especialmente
nos termos a definir na regulamentação específica, como exigentes para avaliar a qualidade, os benefícios líquidos
critério de determinação do montante de apoio financeiro esperados, a viabilidade dos investimentos e a sustentabili-
a conceder, na operação em causa e no momento do paga- dade financeira dos projetos públicos de custo total elegível
mento do saldo final, bem como fator de ponderação no superior a 25 milhões de euros, garantindo a publicitação
procedimento de seleção de candidaturas subsequentes dos dos documentos de suporte à decisão.
mesmos beneficiários, independentemente dos fundos e Foram ouvidos os órgãos de governo próprio da Região
das tipologias das operações em causa. Autónoma dos Açores, os parceiros sociais com assento na
São ainda de realçar as medidas tendentes à simplifi- comissão permanente de concertação social e a Associação
cação e transparência de todo o sistema de aplicação dos Nacional de Municípios Portugueses.
FEEI, designadamente as seguintes: Foi promovida a audição dos órgãos de governo próprio
— Prevê-se a existência de um portal comum, desig- da Região Autónoma da Madeira e da Comissão Nacional
nado por Portugal 2020, que, como principal elemento de de Proteção de Dados.
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Assim: 5 — O disposto no presente decreto-lei aplica-se ainda,


Nos termos da alínea a) do n.º 1 do artigo 198.º da Cons- com as devidas adaptações:
tituição, o Governo decreta o seguinte:
a) Aos PO de cooperação territorial europeia, no respeito
do princípio do acordo entre os Estados-membros que os
Artigo 1.º integram e a Comissão Europeia;
Objeto b) Ao programa operacional financiado pelo Fundo
Europeu de Apoio aos Carenciados (FEAC).
O presente decreto-lei estabelece as regras gerais de
aplicação dos programas operacionais (PO) e dos progra- Artigo 3.º
mas de desenvolvimento rural (PDR) financiados pelos
fundos europeus estruturais e de investimento (FEEI), Definições
compreendendo o Fundo Europeu de Desenvolvimento Para efeitos do disposto no presente decreto-lei, entende-
Regional (FEDER), o Fundo Social Europeu (FSE), o -se por:
Fundo de Coesão (FC), o Fundo Europeu Agrícola de
Desenvolvimento Rural (FEADER), o Fundo Europeu a) «Adiantamento», a antecipação do pagamento do
dos Assuntos Marítimos e das Pescas (FEAMP), para o apoio concedido;
período de programação 2014-2020. b) «Ajuda ou incentivo reembolsável», o apoio finan-
ceiro, com caráter temporário, concedido a um beneficiá-
Artigo 2.º rio, contra o reembolso, de acordo com um calendário
preestabelecido;
Âmbito c) «Data da conclusão da operação», salvo disposição
1 — Os PO financiados pelos FEEI são os seguintes: específica em contrário, a data da conclusão física e finan-
ceira da operação;
a) Quatro PO temáticos: d) «Data do início da operação», salvo disposição espe-
i) Competitividade e Internacionalização; cífica em contrário, a data do início físico ou financeiro da
ii) Inclusão Social e Emprego; operação, consoante a que ocorra primeiro, ou, não sendo
iii) Capital Humano; possível apurar estas datas, a data da fatura mais antiga;
iv) Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos; e) «Decisão de aprovação», o ato através do qual a
autoridade de gestão, ou outra entidade com competência
b) Cinco PO regionais no continente, correspondentes ao para o efeito, concede o apoio solicitado, define as condi-
território de cada Nomenclatura das Unidades Territoriais ções da sua atribuição e assegura a existência da respetiva
para Fins Estatísticos (NUTS) II: cobertura orçamental;
f) «Dívida», o montante financeiro a recuperar, por
i) Norte; execução de garantias prestadas, por compensação ou
ii) Centro; reposição, junto do beneficiário de uma operação, em
iii) Lisboa; consequência da verificação de desconformidade, irregu-
iv) Alentejo; laridade ou erro administrativo;
v) Algarve. g) «Fundos da política de coesão», o FEDER, o FSE
e o FC;
c) Dois PO regionais, correspondentes às regiões autó- h) «Indicadores de realização da operação», os parâ-
nomas dos Açores e da Madeira; metros utilizados para medir os produtos gerados pela
d) Um PO de assistência técnica; concretização das atividades de uma operação;
e) Um PO de âmbito nacional, designado Mar 2020. i) «Indicadores de resultado da operação», os parâme-
tros utilizados para medir os efeitos diretos gerados pela
2 — Os PDR financiados pelos FEEI são os seguin- operação na concretização dos seus objetivos;
tes: j) «Instrumentos financeiros», o meio de facilitação
de acesso a capital, de caráter reembolsável, que pode
a) O PDR 2020, para o continente; assumir a forma de investimentos em capital próprio, ou
b) O PRORURAL+, para a Região Autónoma dos Aço- quase-capital, ou em capital alheio, nomeadamente através
res; de linhas de empréstimos, garantias ou outros instrumentos
c) O PRODERAM 2020, para a Região Autónoma da de partilha de risco;
Madeira. k) «Irregularidade», a violação de uma disposição da
legislação europeia ou nacional aplicável que tenha ou
3 — O conjunto dos programas referidos nos números possa ter por efeito lesar o orçamento geral da União
anteriores é designado por Portugal 2020. Europeia, quer pela diminuição ou supressão de receitas
4 — O disposto no presente decreto-lei aplica-se, com provenientes dos recursos próprios cobradas diretamente
as necessárias adaptações, aos PO e PDR das regiões autó- por conta das comunidades, quer pela imputação de uma
nomas dos Açores e da Madeira, designadamente no que despesa indevida ao orçamento europeu;
se refere a prazos, impedimentos e condicionamentos e l) «Objetivo específico», o resultado que se pretende
fundamentos de redução ou revogação dos apoios, nos alcançar com uma prioridade de investimento, através da
termos a definir pelos respetivos governos regionais, desde execução das ações ou medidas nela previstas e definidas
que salvaguardadas as matérias de responsabilidade das num contexto específico nacional ou regional;
autoridades nacionais relativas aos pagamentos dos apoios, m) «Organismo intermédio», o organismo, público ou
à certificação, à monitorização, à avaliação, à comunica- privado, que age sob a responsabilidade de uma ou mais
ção, à auditoria e ao controlo. autoridades de gestão ou que exerce competências em
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nome dessas autoridades, nomeadamente em relação aos i) As orientações e os instrumentos necessários à apli-
candidatos e beneficiários que executam as operações; cação do quadro de desempenho, da competência da CIC
n) «Programa»,os PO, para efeitos dos fundos da política Portugal 2020.
de coesão e do FEAMP, e os programas de desenvolvi-
mento rural (PDR), para efeitos do FEADER; 3 — Compete à Agência, I. P., adotar as orientações
o) «Subvenção», o apoio financeiro concedido a um técnicas e de gestão aplicáveis de forma transversal aos PO
beneficiário, podendo assumir caráter reembolsável ou temáticos, regionais do continente e de assistência técnica,
não reembolsável, conforme estabelecido no Regulamento assim como assegurar a sua aplicação pelas autoridades de
de Execução (UE) n.º 184/2014, da Comissão, de 25 de gestão, designadamente no que respeita à harmonização
fevereiro de 2014; de procedimentos e de interpretação do regime jurídico
p) «Termo de aceitação», o compromisso, subscrito pelo aplicável.
beneficiário em papel ou em suporte digital, de execução 4 — Compete às autoridades de gestão do PDR 2020
de uma operação em concreto, nos termos e condições defi- e do Mar 2020 aprovar as orientações técnicas, aplicáveis
nidos na decisão de aprovação adotada no âmbito de um de forma transversal ou dirigida a medidas, ações ou tipo-
PO ou PDR e na legislação europeia e nacional aplicável, logias de ação, dos respetivos programas.
designadamente quanto às obrigações dele decorrentes e 5 — As orientações referidas nos números anteriores
das consequências por incumprimento. respeitam estritamente a regra de não transferibilidade
de recursos entre diferentes categorias de regiões, preva-
Artigo 4.º lecendo a regra de elegibilidade territorial em função do
local onde ocorrem as operações ou onde residam os seus
Regime jurídico de aplicação dos fundos
europeus estruturais e de investimento beneficiários.
6 — As orientações referidas na alínea e) do n.º 2 são
1 — O regime jurídico de aplicação dos FEEI é cons- aprovadas após audição:
tituído:
a) Da Agência, I. P., quanto aos PO temáticos, aos PO
a) Pela legislação europeia aplicável; regionais do continente e ao PO de assistência técnica;
b) Pelo Decreto-Lei n.º 137/2014, de 12 de setembro; b) Da CCN, quanto ao PDR 2020;
c) Pelo presente decreto-lei; c) Da CCF, quanto ao Mar 2020.
d) Pela regulamentação específica dos PO e do PDR
do continente, a adotar nos termos do n.º 2 do artigo 7 — O documento referido na alínea i) do n.º 2 é apro-
seguinte; vado sob proposta da Agência, I. P., ouvidas a CCN e a
e) Pela regulamentação específica dos PO e dos PDR, CCF.
de aplicação nas regiões autónomas dos Açores e da 8 — O regime jurídico referido no n.º 1 é disponibili-
Madeira. zado pela Agência, I. P., no portal Portugal 2020, em versão
permanentemente atualizada e consolidada.
2 — A aplicação dos FEEI obedece ainda ao disposto 9 — As orientações referidas nos n.os 2 a 4 são publici-
nos seguintes documentos: tadas no portal do Portugal 2020 e nas páginas da Internet
a) As orientações adotadas pela comissão de acompa- do órgão de coordenação técnica e da autoridade de gestão
nhamento de cada um dos PO e PDR; respetivas, após registo numerado pelos órgãos de coor-
b) Os avisos para apresentação de candidaturas emitidos denação técnica de cada um dos FEEI.
pelas autoridades de gestão;
c) As orientações estratégicas relativas à monitorização Artigo 5.º
estratégica, operacional e financeira do Portugal 2020 e Regulamentação específica
dos respetivos PO e PDR, da competência da Comissão
Interministerial de Coordenação do Acordo de Parceria 1 — A regulamentação específica deve incluir quando
(CIC Portugal 2020); necessário e aplicável, designadamente:
d) As orientações técnicas aplicáveis de forma transver- a) A identificação do PO ou do PDR, do fundo, do eixo,
sal aos respetivos PO e PDR, da competência da Agência da prioridade de investimento, da medida, da ação e da
para o Desenvolvimento e Coesão, I. P. (Agência, I. P.), da tipologia das operações em que se enquadrem os apoios;
Comissão de Coordenação Nacional do FEADER (CCN) b) A identificação dos objetivos específicos;
e da Comissão de Coordenação do FEAMP (CCF), no c) A área geográfica da aplicação;
âmbito das respetivas competências; d) As definições;
e) As orientações técnicas, administrativas e financeiras e) Os critérios de elegibilidade das operações;
relativas às candidaturas a financiamento, ao seu procedi- f) A tipologia dos beneficiários;
mento de apreciação e ao acompanhamento da execução g) Os critérios de elegibilidade dos beneficiários;
das operações financiadas, da competência das autoridades h) A forma, os montantes ou os limites dos apoios;
de gestão; i) As taxas de financiamento das despesas elegíveis;
f) As normas e orientações técnicas do âmbito e com- j) As regras de elegibilidade das despesas;
petência das autoridades de certificação e da entidade k) Os critérios de seleção das candidaturas;
pagadora; l) A identificação dos indicadores de resultado a alcan-
g) As orientações técnicas e normas de procedimento çar;
do âmbito e competência do organismo pagador do m) As obrigações ou os compromissos específicos dos
FEADER; beneficiários;
h) As orientações para o exercício da atividade de audi- n) As modalidades e os procedimentos para apresentação
toria, da competência da autoridade de auditoria; das candidaturas;
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o) Os procedimentos de análise e decisão das candi- c) Tabelas normalizadas de custos unitários;


daturas; d) Montantes fixos de até 100 000 euros de contribuição
p) As modalidades e os procedimentos para apresenta- pública;
ção, análise e decisão dos pedidos de pagamento; e) Financiamento através de taxa fixa, determinado pela
q) As condições de alteração da operação; aplicação de uma percentagem a uma ou mais categorias de
r) As reduções, as revogações e as exclusões, bem como custos, estabelecidas segundo uma das seguintes opções:
as sanções administrativas aplicáveis;
s) As garantias ou as condições exigíveis para acautelar i) Taxa fixa de até 25 % dos custos diretos elegíveis,
a boa execução da operação. para cobrir os restantes custos de uma operação;
ii) Taxa fixa de até 15 % dos custos diretos elegíveis com
2 — A regulamentação específica a que se refere o nú- pessoal, para cobrir os restantes custos de uma operação.
mero anterior é aprovada:
3 — As modalidades referidas no número anterior só
a) No caso dos fundos da política de coesão, por delibe- podem ser combinadas se cada uma cobrir categorias di-
ração da CIC Portugal 2020, publicada mediante portaria ferentes de custos ou se forem utilizadas para diferentes
do membro do Governo responsável pela área do desenvol- projetos que façam parte de uma mesma operação ou,
vimento regional, sob proposta das respetivas autoridades ainda, para fases sucessivas de uma mesma operação.
de gestão e parecer prévio da Agência, I. P.; 4 — Caso uma operação, ou um projeto que faça parte
b) No caso do FEADER e do FEAMP, por portaria dos de uma operação, seja exclusiva e integralmente executada
membros do Governo responsáveis pelas áreas da agri- através de contratação pública, é adotado o regime de
cultura e do mar, sob proposta da autoridade de gestão do custos reais previsto na alínea a) do n.º 2.
PDR 2020 e do Mar 2020, respetivamente; 5 — No caso referido no número anterior é também
c) No caso dos PO e PDR das regiões autónomas dos admissível a adoção das modalidades de custos simplifi-
Açores e da Madeira, por diploma próprio dos respetivos cados, a que se referem as alíneas b), c) e d) do n.º 2, se
governos regionais; a contratação pública em causa respeitar apenas a certas
d) No caso do programa nacional financiado pelo FEAC, categorias de custos da operação apoiada.
por portaria do membro do Governo responsável pela área 6 — Nas operações cujo financiamento público não
da segurança social, sob proposta da autoridade de gestão exceda os 100 000 euros, o método de cálculo de quais-
e parecer prévio da Agência, I. P. quer modalidades aplicáveis de custos simplificados pode
ser estabelecido caso a caso, com referência a um projeto
Artigo 6.º de orçamento previamente aprovado pela autoridade de
Princípio geral de orientação para resultados gestão, desde que essa opção esteja prevista na respetiva
regulamentação específica.
1 — O contributo da operação para a concretização dos 7 — Para além do disposto na alínea e) do n.º 2, a regu-
indicadores de realização e resultado do objetivo especí- lamentação específica aplicável às operações no âmbito
fico e da prioridade de investimento é, em regra, fator de do FSE pode prever a aplicação de uma taxa fixa de até
ponderação no procedimento de seleção das operações. 40 % sobre os custos diretos elegíveis com pessoal, para
2 — Os resultados a alcançar numa operação integram cobrir os restantes custos.
os compromissos assumidos pelo beneficiário na aceitação 8 — Ainda no caso do FSE, as candidaturas relativas
da decisão de financiamento. a operações cujo financiamento público não exceda os
3 — O grau de cumprimento e de incumprimento dos 50000 euros são apoiadas exclusivamente em regime de
resultados acordados no âmbito de uma operação releva, custos simplificados, devendo a regulamentação específica
nos termos a definir na regulamentação específica refe- aplicável prever, para o efeito, a adoção daquele regime.
rida no artigo anterior, como critério de determinação do 9 — Para além do disposto nas alíneas d) e e) do n.º 2,
montante de apoio financeiro a conceder, na operação em a regulamentação específica aplicável às operações no
causa e no momento do pagamento do saldo final, bem âmbito do FEADER pode prever uma taxa fixa superior,
como fator de ponderação no procedimento de seleção em conformidade com a legislação europeia aplicável.
de candidaturas subsequentes dos mesmos beneficiários, 10 — O disposto no n.º 2 não prejudica a possibilidade
independentemente dos fundos e das tipologias das ope- de a regulamentação específica aplicável às operações no
rações em causa. âmbito do FEAMP prever diferentes modalidades e taxas
de apoio em conformidade com a legislação europeia que
Artigo 7.º lhes é aplicável.
Forma dos apoios
Artigo 8.º
1 — Os apoios a conceder no âmbito dos FEEI po-
dem revestir a natureza de subvenções, reembolsáveis ou Reembolsos
não reembolsáveis, prémios, estes apenas no FEADER, 1 — Os reembolsos gerados através de subvenções
instrumentos financeiros ou ainda de uma combinação reembolsáveis e de instrumentos financeiros são reuti-
destes, conforme estabelecido na legislação europeia e na lizados para o mesmo fim ou em conformidade com os
regulamentação específica aplicáveis. objetivos e segundo as regras do PO ou do PDR finan-
2 — As subvenções, reembolsáveis ou não reembolsá-
ciador, até ao seu encerramento.
veis, podem assumir as seguintes modalidades:
2 — A aplicação e a gestão dos reembolsos após o
a) Reembolso de custos elegíveis efetivamente incorri- encerramento de contas do PO ou do PDR financiador
dos e pagos, incluindo, sendo o caso, amortizações; são definidas por deliberação da CIC Portugal 2020, obser-
b) Reembolso de contribuições em espécie; vando a legislação e as orientações europeias aplicáveis,
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designadamente as regras inerentes às ajudas de Estado lização de uma atividade produtiva, no prazo previsto
definidas pela Comissão Europeia. nessas regras.
3 — Os reembolsos gerados através de subvenções 6 — O disposto nos n.os 1 a 3 não é aplicável às pessoas
reembolsáveis são recebidos pela Agência, I. P., no caso singulares que beneficiem de apoio para investimento e,
dos fundos da política da coesão, e pelo IFAP, I. P., no após a realização da operação de investimento, se tornem
caso do FEADER e do FEAMP, que devem manter uma elegíveis para o apoio ao abrigo do Regulamento (UE)
contabilização autónoma até ao encerramento do PO ou n.º 1309/2013, do Parlamento Europeu e do Conselho, de
do PDR financiador. 17 de dezembro de 2013, nos casos em que o investimento
4 — Os reembolsos gerados através de instrumentos em causa esteja diretamente ligado a um tipo de atividade
financeiros são recebidos e reutilizados no âmbito do elegível para apoio do Fundo Europeu de Ajustamento à
respetivo instrumento financeiro até ao encerramento da Globalização.
correspondente operação, sendo-lhes aplicável o disposto
nos números anteriores. Artigo 11.º
Desmaterialização
Artigo 9.º
1 — As candidaturas e os documentos que as integram
Taxa de cofinanciamento
são submetidos pelos beneficiários por via eletrónica, no
As taxas de cofinanciamento das operações constam da portal do Portugal 2020, sendo a autenticação dos mes-
decisão de financiamento respetiva e respeitam o disposto mos realizada através de meios de autenticação segura,
na legislação europeia e na regulamentação específica nos termos legais, nomeadamente o cartão do cidadão, a
aplicáveis, bem como a taxa em vigor para o respetivo Chave Móvel Digital ou outra forma de certificação digital
eixo prioritário ou medida. de assinatura, salvo quando no respetivo regime jurídico
se prevejam procedimentos alternativos.
Artigo 10.º 2 — As informações relativas aos processos dos bene-
ficiários são, preferencialmente, disponibilizadas e efetua-
Durabilidade das operações das através da área reservada do beneficiário no sítio da
1 — O investimento produtivo ou em infraestruturas Internet, nos termos fixados na regulamentação específica,
comparticipado deve ser mantido afeto à respetiva ativi- salvo quando tal não seja possível e o beneficiário solicite
dade e, quando aplicável, na localização geográfica defi- outro meio de forma expressa e fundamentada.
nida na operação, pelo menos durante cinco anos, ou três 3 — As informações necessárias à instrução dos pro-
anos quando estejam em causa investimentos de pequenas cedimentos no âmbito dos FEEI, que existam nas bases
e médias empresas (PME), caso não esteja previsto prazo de dados da Administração Pública, designadamente os
superior na legislação europeia aplicável ou nas regras dos elementos de identificação e caracterização do candidato
auxílios de Estado, em ambos os casos, a contar da data ou beneficiário e os relativos ao licenciamento da atividade
do pagamento final ao beneficiário. por parte dos serviços e organismos da administração direta
2 — Nos prazos previstos no número anterior e quando e indireta do Estado, bem como da situação destes perante
aplicável, os beneficiários não devem proceder a nenhuma a administração fiscal e a segurança social, são obtidas de
das seguintes situações: forma oficiosa nos seguintes casos:
a) Cessação ou relocalização de uma atividade produtiva a) Quando o candidato ou beneficiário der o seu con-
para fora da zona do PO ou do PDR; sentimento, nos termos da lei;
b) Mudança de propriedade de um item de infraestru- b) Independentemente do consentimento do candidato
tura que confira a uma entidade pública ou privada uma ou beneficiário, havendo disposição legal habilitante ou
vantagem indevida; autorização da Comissão Nacional de Proteção de Dados,
c) Alteração substancial da operação que afete a sua nos termos da Lei n.º 67/98, de 26 de outubro.
natureza, os seus objetivos ou as condições de realização,
de forma a comprometer os seus objetivos originais. 4 — O cumprimento do disposto no número anterior é
garantido através da plataforma de interoperabilidade da
3 — Os montantes pagos indevidamente no âmbito de Administração Pública (iAP).
operação em que ocorram as alterações previstas no nú-
mero anterior, são recuperados de forma proporcional ao Artigo 12.º
período relativamente ao qual as obrigações não foram Beneficiários
cumpridas.
4 — Uma operação que envolva investimentos em 1 — Pode beneficiar dos apoios dos FEEI qualquer en-
infraestruturas ou investimentos produtivos, deve reem- tidade, singular ou coletiva, do setor público, cooperativo,
bolsar a contribuição dos FEEI se, no prazo de 10 anos, a social ou privado, com ou sem fins lucrativos, que preencha
contar da data do pagamento final ao beneficiário, a ativi- as condições previstas no presente decreto-lei, bem como
dade produtiva for objeto de deslocalização para fora da as entidades previstas na regulamentação específica ou nos
União Europeia, salvo se o beneficiário for uma PME. avisos para apresentação de candidaturas aplicáveis.
5 — As operações apoiadas pelos FEEI, que não envol- 2 — No âmbito de intervenções apoiadas pelo FSE,
podem ser beneficiárias as seguintes entidades:
vam investimentos em infraestruturas ou investimentos
produtivos, neste caso, salvo as operações apoiadas pelo a) Entidades empregadoras, as que promovem a rea-
FSE, reembolsam a contribuição do fundo apenas quando lização de ações de caráter formativo dos trabalhadores
sejam obrigadas a manter o investimento pelas regras dos ao seu serviço ou que integrem desempregados nas ações
auxílios de Estado e, nos casos de cessação ou desloca- por si realizadas, designadamente ao abrigo de processos
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de recrutamento, podendo, para o efeito, dispor de estru- g) Não terem apresentado a mesma candidatura, no
tura própria certificada ou recorrer a entidade formadora âmbito da qual ainda esteja a decorrer o processo de deci-
certificada; são ou em que a decisão sobre o pedido de financiamento
b) Entidades formadoras, as que, obrigatoriamente tenha sido favorável, exceto nas situações em que tenha
certificadas, desenvolvem ações de caráter formativo em sido apresentada desistência;
favor de outras pessoas, singulares ou coletivas, que lhe h) Encontrarem-se, no âmbito do FSE, certificados ou
sejam externas; recorrerem a entidades formadoras certificadas, quando tal
c) Outros operadores, designadamente as entidades seja exigível nos termos dos n.os 3 a 5 do artigo 12.º;
públicas, as associações empresariais, profissionais e sin- i) Não deterem nem terem detido capital numa percen-
dicais, as entidades sem fins lucrativos e outras organiza- tagem superior a 50 %, por si ou pelo seu cônjuge, não
ções da sociedade civil no âmbito do desenvolvimento e separado de pessoas e bens, ou pelos seus ascendentes e
da economia social, relativamente a ações de caráter edu- descendentes até ao 1.º grau, bem como por aquele que
cativo, formativo ou de outra natureza e cuja intervenção consigo viva em condições análogas às dos cônjuges, em
seja prevista em sede de regulamentação específica; empresa que não tenha cumprido notificação para devo-
d) Pessoas singulares, nos termos a definir na regula- lução de apoios no âmbito de uma operação apoiada por
mentação específica. fundos europeus.

3 — Para efeitos dos apoios do FSE, as entidades forma- Artigo 14.º


doras, ou as estruturas de formação das entidades empre- Impedimentos e condicionamentos
gadoras, consideram-se certificadas quando a certificação
tenha sido concedida ao abrigo do regime instituído pela 1 — Os beneficiários que tenham sido condenados em
Portaria n.º 851/2010, de 6 de setembro, alterada pela Por- processo-crime por factos que envolvam disponibilidades
taria n.º 208/2013, de 26 de junho. financeiras dos FEEI ficam impedidos de aceder ao finan-
4 — A obrigatoriedade de certificação referida no ciamento público por um período de três anos, a contar do
número anterior não se aplica às entidades formadoras trânsito em julgado da decisão condenatória, salvo se da
que sejam reconhecidas pelos serviços e organismos do pena aplicada no âmbito desse processo resultar período
ministério competente, no âmbito dos sistemas educativo, superior.
científico e tecnológico. 2 — Os beneficiários contra quem tenha sido deduzida
5 — Quando os beneficiários contratem entidades for- acusação em processo-crime pelos factos referidos no
madoras certificadas para realização de ações de caráter número anterior, ou em relação aos quais tenha sido feita
formativo, o contrato é reduzido a escrito e contém a indi- participação criminal por factos apurados em processos de
cação detalhada dos serviços a prestar, devendo ainda a controlo ou auditoria movidos pelos órgãos competentes,
respetiva faturação permitir associar as despesas às cor- apenas podem ter acesso a apoios financeiros públicos
respondentes atividades cofinanciadas. no âmbito dos FEEI se apresentarem garantia idónea por
cada pagamento a efetuar, independentemente da opera-
Artigo 13.º ção a que se reporta, que seja válida até à aprovação do
saldo final ou até à reposição dos apoios recebidos, se a
Critérios de elegibilidade dos beneficiários ela houver lugar.
Os beneficiários devem declarar ou comprovar, se para 3 — A exigência de apresentação da garantia idónea
tanto forem notificados, que cumprem, quando aplicável referida no número anterior depende da verificação, pela
em função da natureza do beneficiário, do apoio ou da entidade pagadora competente, da existência de indícios,
medida, a determinar em regulamentação específica, e subjacentes à acusação ou participação criminal, que envol-
sem prejuízo de outros previstos na legislação europeia vam um risco de não pagamentos futuros.
ou na regulamentação específica aplicáveis, os seguintes 4 — Sem prejuízo de outras cominações previstas na
critérios: legislação europeia e nacional e na regulamentação especí-
fica aplicáveis, os beneficiários que recusarem a submissão
a) Estarem legalmente constituídos; a um controlo das entidades competentes só podem aceder
b) Terem a situação tributária e contributiva regularizada a apoios dos FEEI nos três anos subsequentes à revogação
perante, respetivamente, a administração fiscal e a segu- da decisão de apoio, proferida com fundamento naquele
rança social, a verificar até ao momento da assinatura do facto, mediante a apresentação de garantia idónea nos
termo de aceitação, sem prejuízo de em regulamentação termos previstos no número anterior.
específica aplicável ao FEADER e ao FEAMP se definir 5 — Os beneficiários que tenham sido condenados em
momento distinto; processo-crime ou contraordenacional por violação da
c) Poderem legalmente desenvolver as atividades no legislação sobre trabalho de menores e discriminação no
território abrangido pelo PO ou PDR e pela tipologia das trabalho e emprego, nomeadamente em função do sexo,
operações e investimentos a que se candidatam; da deficiência e da existência de risco agravado de saúde,
d) Possuírem, ou poderem assegurar até à aprovação ficam impedidos de aceder a financiamento dos FEEI, por
da candidatura, os meios técnicos, físicos e financeiros um período de três anos, a contar do trânsito em julgado
e os recursos humanos necessários ao desenvolvimento da decisão condenatória, salvo se da sanção aplicada no
da operação; âmbito desse processo resultar período superior.
e) Terem a situação regularizada em matéria de reposi- 6 — A Agência, I. P., e o Instituto de Financiamento da
ções, no âmbito dos financiamentos dos FEEI; Agricultura e Pescas, I. P. (IFAP, I. P.), mantêm atualizados
f) Apresentarem uma situação económico-financeira os sistemas de informação de idoneidade, fiabilidade e
equilibrada ou demonstrarem ter capacidade de financia- dívidas aos fundos da política de coesão, no primeiro caso,
mento da operação; e ao FEADER e FEAMP, no segundo caso, referentes às
5554 Diário da República, 1.ª série — N.º 207 — 27 de outubro de 2014

entidades candidatas a apoios ou apoiadas pelos FEEI, 2 — O critério geral de elegibilidade territorial da des-
dos quais devem constar, inseridos em codificação pró- pesa referido no número anterior é o previsto no n.º 5 do
pria, os factos impeditivos ou condicionadores do acesso artigo 4.º
a apoios. 3 — Constituem exceções ao critério geral de elegibili-
7 — As informações referidas no número anterior ape- dade territorial das despesas referido no número anterior,
nas podem ser utilizadas para a finalidade aí prevista e só as tipologias das operações onde se verifique uma clara
são disponibilizadas às autoridades de gestão dos progra- distinção entre a localização da intervenção e a localização
mas operacionais e à autoridade de auditoria, sendo a sua dos beneficiários da mesma, devidamente identificadas nos
confidencialidade assegurada pela Agência, I. P.,pelo IFAP, programas e na regulamentação específica.
I. P.,e pelas entidades que a ela tiverem acesso no exer- 4 — São elegíveis as despesas que tenham sido reali-
cício das suas competências, sendo aplicáveis os demais zadas e efetivamente pagas pelos beneficiários entre 1 de
requisitos legais estabelecidos para as bases de dados na janeiro de 2014 e 31 de dezembro de 2023, sem prejuízo
das demais regras de elegibilidade de despesas, designa-
Lei n.º 67/98, de 26 de outubro.
damente as constantes da legislação europeia e nacional
8 — As garantias prestadas por força do disposto nos aplicável.
números anteriores podem ser objeto de redução, em sede 5 — No âmbito dos sistemas de incentivos, a despesa
de execução das mesmas, até ao valor que for apurado no só é elegível se, para além do disposto no número anterior,
saldo final como sendo o devido a título de reposição e tiver sido reembolsada ao beneficiário, pelo organismo
podem ser liberadas ou por reposição dos montantes em pagador, neste mesmo período de tempo.
causa ou na sequência de ação de controlo realizada pela 6 — No caso de operações aprovadas no âmbito da
autoridade de gestão em que se conclua pela inexistência Iniciativa para o Emprego dos Jovens, são elegíveis as
de situações de natureza idêntica ou semelhante às referidas despesas que tenham sido realizadas e efetivamente pagas
nos n.os 2 e 4. pelos beneficiários entre 1 de setembro de 2013 e 31 de
9 — As entidades beneficiárias contra as quais tenha sido dezembro de 2023.
feita, nos termos do n.º 2, participação criminal podem, na 7 — São elegíveis as despesas pagas pelos beneficiá-
pendência do processo e na ausência de dedução de acusa- rios, para efeitos de contribuição do FEADER, desde que
ção em processo-crime, solicitar, em candidaturas diversas reembolsadas pelo organismo pagador no respetivo período
daquela onde foram apurados os factos que originaram a de programação, sem prejuízo das demais regras de ele-
participação, um pagamento anual de reembolso, desde que gibilidade de despesas, designadamente as constantes de
precedido de ação de controlo realizada pela autoridade de regulamentação europeia e nacional aplicável.
gestão que conclua pela inexistência de situações de natu- 8 — As despesas tornadas elegíveis em virtude de uma
reza idêntica ou semelhante às referidas nos n.os 2 e 4. alteração do PO ou do PDR, são elegíveis a partir da data
10 — O pagamento referido no número anterior é efe- de apresentação à Comissão Europeia do respetivo pedido
tuado com dispensa de prestação da respetiva garantia, de revisão, ou a partir da data de decisão desta alteração,
ou com liberação da garantia anteriormente prestada, caso a elegibilidade decorra da alteração de elementos da
deduzindo-se dele qualquer quantia já recebida. programação que não são objeto de decisão pela Comissão
11 — Sempre que o beneficiário seja uma pessoa cole- Europeia.
9 — As despesas realizadas e efetivamente pagas pelos
tiva, o disposto nos n.os 1 a 5 e 9 é aplicável, com as neces-
beneficiários finais no âmbito de operações de locação
sárias adaptações, aos titulares dos órgãos de direção, de financeira ou de arrendamento e aluguer de longo prazo
administração e de gestão e a outras pessoas que exerçam apenas são elegíveis para cofinanciamento se foram obser-
funções de administração ou gestão. vadas as seguintes regras:
12 — O disposto nos números anteriores é aplicável
ainda que os factos tenham ocorrido em períodos de pro- a) As prestações pagas ao locador constituem despesa
gramação anteriores ao período de programação regulado elegível para cofinanciamento;
pelo presente decreto-lei. b) Em caso de contrato de locação financeira que conte-
13 — Os impedimentos, os condicionamentos e as nha uma opção de compra ou preveja um período mínimo
sanções aplicáveis no âmbito do FEADER e do FEAMP de locação equivalente à duração da vida útil do bem que
são os previstos no Regulamento (UE) n.º 1306/2013, do é objeto do contrato, o montante máximo elegível para
Parlamento Europeu e do Conselho, de 17 de dezembro cofinanciamento europeu não pode exceder o valor de
mercado do bem objeto do contrato;
de 2013, e no Regulamento (UE) n.º 508/2014, do Parla-
c) Em caso de contrato de locação financeira que não
mento Europeu e do Conselho, de 15 de maio de 2014, contenha uma opção de compra e cuja duração seja inferior
respetivamente, bem como na demais legislação europeia à duração da vida útil do bem que é objeto do contrato,
e nacional aplicável. as prestações são elegíveis para cofinanciamento europeu
proporcionalmente ao período da operação elegível;
Artigo 15.º d) Os juros incluídos no valor das rendas não são ele-
Elegibilidade das despesas gíveis;
e) Dos outros custos relacionados com o contrato de
1 — São elegíveis as despesas efetuadas no âmbito da locação financeira ou de aluguer, apenas os prémios de
realização de operações aprovadas pela autoridade de ges- seguro podem constituir despesas elegíveis;
tão em conformidade com os critérios de seleção aprovados f) O cofinanciamento é pago ao locatário em uma ou
pela respetiva comissão de acompanhamento, com a regu- várias frações, tendo em conta as prestações efetivamente
lamentação específica, com os avisos para apresentação pagas;
de candidaturas respetivos e realizadas no território das g) Se o termo do contrato de locação financeira ou de
NUTS II abrangidas pelo PO ou PDR, quando aplicável. aluguer for posterior à data final prevista para os paga-
Diário da República, 1.ª série — N.º 207 — 27 de outubro de 2014 5555

mentos ao abrigo do PO ou do PDR, só podem ser consi- em causa e do disposto na regulamentação específica, os
deradas elegíveis as despesas relacionadas com as pres- seguintes elementos:
tações devidas e pagas pelo locatário até essa data final
a) A indicação da necessidade de uma fase de pré-
de pagamento.
-candidatura, estabelecendo os seus requisitos, condições
e outras especificidades;
10 — As despesas abrangidas por um contrato de facto- b) A natureza dos beneficiários;
ring são elegíveis para cofinanciamento após concretização c) A tipologia das operações e as áreas de intervenção
do seu pagamento pelo beneficiário final da operação à a apoiar;
empresa de factoring. d) A dotação indicativa do fundo a conceder;
11 — A regulamentação específica e os avisos para e) Os limites ao número de candidaturas a apresentar
apresentação de candidaturas, por concurso ou por convite, por beneficiário;
podem fixar regras mais restritivas de elegibilidade do f) As regras e os limites à elegibilidade de despesa,
que as previstas nos números anteriores, bem como fixar designadamente através da identificação das despesas não
a elegibilidade das despesas em função das tipologias elegíveis, quando sejam mais restritivos do que os previstos
das operações elegíveis, em termos de âmbito temático, no artigo 14.º ou na regulamentação específica aplicável
territorial ou outras condicionantes aplicáveis. à tipologia da operação;
12 — Não é despesa elegível o Imposto sobre o Valor g) As condições de atribuição do financiamento, nomea-
Acrescentado (IVA) recuperável, ainda que não tenha sido damente a natureza, as taxas e os montantes mínimos e
ou não venha a ser efetivamente recuperado pelo benefi- máximos;
ciário. h) As normas técnicas a observar pelas operações;
13 — Não são elegíveis as despesas pagas no âmbito de i) Os critérios de seleção das operações a financiar,
contratos efetuados através de intermediários ou consulto- especificando a metodologia de avaliação e seleção dos
res, em que o montante a pagar é expresso em percentagem projetos;
do montante cofinanciado ou das despesas elegíveis da j) O processo de divulgação dos resultados;
operação. k) Os elementos a enviar pelo beneficiário;
14 — Não são elegíveis os pagamentos em numerário, l) O prazo fixado para apresentação de candidaturas e a
exceto, no âmbito dos fundos da política de coesão, nas calendarização do processo de análise e decisão, incluindo
situações em que se revele ser este o meio de pagamento a data limite para a comunicação da decisão às entidades
mais frequente, em função da natureza das despesas, e proponentes;
desde que num quantitativo unitário inferior a 250 euros. m) Os pontos de contacto, a nível nacional, regional ou
local, onde podem ser obtidas informações adicionais;
Artigo 16.º n) A indicação da exigibilidade de pareceres de entida-
Modalidades de apresentação de candidaturas des externas, para efeitos de admissão das operações, bem
como das entidades que intervêm no processo de análise
1 — A apresentação de candidaturas é feita, quando apli- e decisão.
cável, no âmbito de um procedimento concursal, só sendo
admitida a apresentação por convite em casos excecionais, 7 — Quando não exista regulamentação específica apli-
devidamente justificados, nos termos previstos na regula- cável, os elementos previstos no n.º 1 do artigo 5.º podem
mentação específica aplicável. constar dos avisos para apresentação de candidaturas, por
2 — As candidaturas podem ser apresentadas em con- concurso ou por convite, no respeito pelas regras definidas
tínuo ou em períodos predefinidos, conforme previsto na no presente decreto-lei.
regulamentação específica e de acordo com o plano anual 8 — A apresentação de candidaturas relativas a medi-
de apresentação de candidaturas ou o plano de emissão de das de apoio ao desenvolvimento rural financiadas pelo
convites aprovados. FEADER, às quais se aplica o sistema integrado de gestão
3 — No âmbito das candidaturas apoiadas através do e de controlo, nos termos do artigo 67.º do Regulamento
FSE, os parceiros sociais com assento na Comissão Per- (UE) n.º 1306/2013, do Parlamento Europeu e do Con-
manente de Concertação Social podem submeter uma selho, de 17 de dezembro de 2013, ou outros sistemas
candidatura integrada de formação, desde que a operação simplificados, bem como o respetivo processo de aná-
seja realizada por estes ou por organizações setoriais e lise, de seleção, de decisão, de notificação da decisão,
regionais suas associadas, com recurso a estruturas de de verificação e controlo, e de redução ou exclusão do
formação certificadas, sendo fixados, na regulamentação financiamento ou do apoio, são definidos em regulamen-
específica que preveja esta modalidade, o regime aplicável tação específica.
a estes beneficiários e ao funcionamento das respetivas 9 — No âmbito do FEAMP, quando, em virtude na
operações. natureza e especificidade da medida, se verifique a impos-
4 — Podem ainda ser submetidas, nos termos previstos sibilidade de sujeitar a apresentação de candidaturas a
na regulamentação específica, candidaturas em parceria procedimento concursal ou a convite, é estabelecida em
ou copromoção. regulamentação específica a modalidade adequada para
5 — Quando uma entidade empregadora ou um outro o efeito.
operador contratem uma entidade formadora para a satisfa-
ção das suas necessidades de formação, entende-se que são Artigo 17.º
os primeiros os beneficiários dos apoios do FSE, cabendo-
Análise e seleção das candidaturas
-lhes submeter a respetiva candidatura.
6 — Dos avisos para apresentação de candidaturas, por 1 — As candidaturas são analisadas e selecionadas pelas
concurso ou por convite, devem constar, designadamente e autoridades de gestão, ou pelas entidades com competência
quando aplicável em função das tipologias das operações para o efeito, de acordo com os critérios de elegibilidade e
5556 Diário da República, 1.ª série — N.º 207 — 27 de outubro de 2014

de seleção constantes da regulamentação específica e dos 4 — A avaliação de qualidade a que se refere o n.º 2 é
avisos para apresentação de candidaturas, por concurso efetuada através de um painel de peritos independentes,
ou por convite. nacionais ou estrangeiros, selecionados pela Agência, I. P.,
2 — A formulação dos critérios de seleção deve garantir nos termos previstos no artigo 22.º do Decreto-Lei
o alinhamento com os resultados que se pretendem atingir, n.º 137/2014, de 12 de setembro.
nomeadamente com os indicadores de resultado do objetivo 5 — O procedimento de contratação pública para sele-
específico onde se insere a operação, quando aplicável. ção dos peritos referidos no número anterior deve garantir
3 — A maior representatividade de mulheres nos órgãos que o parecer final do respetivo painel é precedido de con-
de direção, de administração e de gestão e a maior igual- sulta pública e que a avaliação contempla, nomeadamente
dade salarial entre mulheres e homens que desempenham a apreciação dos benefícios líquidos esperados, bem como
as mesmas ou idênticas funções, na entidade candidata, são da viabilidade do investimento e a sua sustentabilidade
ponderadas para efeitos de desempate entre candidaturas financeira.
aos fundos da política de coesão, quando aplicável. 6 — O parecer final do painel de peritos, precedido
4 — As intervenções em espaço público ou em edifícios de consulta pública, é remetido à autoridade de gestão
de acesso público devem garantir o respeito pelas condi- competente, que o junta ao projeto de decisão a submeter
ções de acessibilidade e mobilidade para todos. à CIC Portugal 2020.
5 — Os critérios de seleção são, quando aplicável, estru- 7 — Os grandes projetos previstos no artigo 100.º do
turados numa avaliação de mérito absoluto, nos termos a Regulamento (UE) n.º 1303/2013, do Parlamento Europeu
fixar em regulamentação específica. e do Conselho, de 17 de dezembro de 2013, estão ainda
6 — Nos procedimentos concursais, além do mérito sujeitos ao disposto nos artigos 101.º e seguintes do mesmo
Regulamento, competindo à Agência, I. P.,a instrução dos
absoluto da operação, aplicado nos termos previstos no
respetivos processos junto da Comissão Europeia.
número anterior, os critérios de seleção são ainda estru-
turados numa avaliação de mérito relativo, que resulta da
Artigo 19.º
comparação do mérito da operação avaliada com o mérito
das demais operações candidatas na mesma fase de decisão, Projetos geradores de receita
com hierarquização final das candidaturas avaliadas. 1 — A despesa elegível de uma operação com custo total
7 — Na regulamentação específica ou nos avisos para igual ou superior a 1 milhão de euros, que não constitua
apresentação de candidaturas, no contexto da análise de um auxílio de Estado, uma medida de assistência técnica
mérito, deve ser estabelecida a pontuação mínima necessá- ou um instrumento financeiro, a cofinanciar pelo FEDER
ria para a seleção das operações, não podendo esta ser infe- ou FC, em que o apoio público não seja calculado em
rior ao valor mediano da escala de classificação final. função de montantes únicos ou tabelas normalizadas de
8 — A comprovação da aplicação dos critérios de sele- custos unitários, é reduzida antecipadamente, tendo em
ção deve constar do processo de análise e seleção da can- conta o potencial da operação para gerar receita líquida
didatura. ao longo de um determinado período de referência, que
9 — As entidades referidas no n.º 1 podem solicitar a abrange tanto a execução da operação como o período
emissão de pareceres aos peritos externos independen- após a sua conclusão.
tes, nos termos previstos no artigo 22.º do Decreto-Lei 2 — A receita líquida potencial da operação é deter-
n.º 137/2014, de 12 de setembro. minada antecipadamente, através do cálculo da receita
10 — Concluída a análise das candidaturas e antes de líquida deduzida da operação, tendo em conta o período
ser adotada a decisão final, devem os candidatos ser ouvi- de referência adequado para o setor ou subsetor aplicável
dos no procedimento, nos termos legais, designadamente à operação, a rentabilidade normalmente prevista nesta
quanto à eventual intenção de indeferimento e aos respe- categoria de investimento, a aplicação do princípio do
tivos fundamentos. poluidor-pagador ou, se mais vantajoso, a aplicação de uma
percentagem forfetária da receita líquida para o setor ou
Artigo 18.º subsetor aplicável à operação definida no anexo V ou em
qualquer dos atos delegados da Comissão Europeia, nos
Projetos de grande dimensão
termos do artigo 61.º do Regulamento (UE) n.º 1303/2013,
1 — Os projetos de decisão de aprovação das autorida- do Parlamento Europeu e do Conselho, de 17 de dezembro
des de gestão, relativamente a operações cujo custo total de 2013.
elegível seja superior a 25 milhões de euros, estão sujeitos 3 — Os parâmetros a considerar no cálculo das despesas
a homologação pela CIC Portugal 2020 ou por uma sua elegíveis devem atender às orientações da União Europeia
subcomissão especializada. em matéria de elegibilidade, que podem ser complementa-
2 — As operações referidas no número anterior estão das por orientações a definir pela Agência, I. P.
sujeitas a uma especial avaliação de qualidade quando 4 — A autoridade de gestão comunica à Agência, I. P.,
sejam da iniciativa dos serviços e organismos da admi- nas condições a definir por esta e para efeitos de dedução
nistração direta e indireta do Estado, incluindo o setor na despesa declarada à Comissão Europeia:
público empresarial, dos municípios, das associações de a) Os projetos cujas receitas líquidas não puderam ob-
municípios, do setor empresarial municipal, de fundações jetivamente ser estimadas com antecedência, bem como a
de iniciativa municipal ou de outras entidades com parti- respetiva contabilização nos três anos seguintes à sua con-
cipação de municípios. clusão ou até ao termo do prazo de envio dos documentos
3 — A informação a disponibilizar pelos beneficiários de encerramento do programa, caso esta seja anterior;
para apresentação das candidaturas deve incluir a infor- b) As alterações substanciais nas receitas líquidas que
mação disponibilizada para os grandes projetos a notificar implicaram o cálculo do montante da decisão após a con-
à Comissão Europeia. clusão da operação.
Diário da República, 1.ª série — N.º 207 — 27 de outubro de 2014 5557

Artigo 20.º Artigo 21.º


Decisão Aceitação da decisão

1 — A decisão fundamentada sobre as candidaturas é 1 — A aceitação do apoio é feita mediante assinatura


proferida pela autoridade de gestão, no prazo de 60 dias do termo de aceitação ou submetida eletronicamente e
úteis, a contar da data limite para a respetiva apresen- autenticada nos termos do artigo 11.º ou, quando previsto
tação. na regulamentação específica, mediante a celebração de
2 — O prazo fixado no número anterior não se aplica contrato entre a entidade competente para o efeito e o
aos projetos referidos no artigo 18.º, nem aos projetos do beneficiário.
regime contratual de investimento. 2 — A decisão de aprovação caduca caso não seja sub-
3 — A decisão sobre as candidaturas pode ser favorável, metido ou assinado o termo de aceitação ou outorgado o
desfavorável ou favorável mas condicionada à satisfação contrato, no prazo máximo de 30 dias úteis, a contar da
de determinados requisitos. data da notificação da decisão, salvo motivo justificado,
não imputável ao beneficiário e aceite pela autoridade de
4 — O prazo referido no n.º 1 suspende-se quando sejam
gestão.
solicitados ao candidato quaisquer esclarecimentos, infor- 3 — Com a assinatura do termo de aceitação ou com a
mações ou documentos, o que só pode ocorrer por uma vez, celebração do contrato, os titulares dos órgãos de direção,
ou quando sejam solicitados pareceres a peritos externos de administração e de gestão e outras pessoas que exerçam
independentes dos órgãos de governação. funções de administração ou gestão ficam subsidiariamente
5 — A decisão é notificada ao beneficiário pela autori- responsáveis pelo cumprimento das obrigações previstas
dade de gestão, no prazo de cinco dias úteis, a contar da no artigo 24.º
data da sua emissão.
6 — A decisão de aprovação, bem como a respetiva Artigo 22.º
notificação, deve incluir, nomeadamente e quando apli-
Código universal
cável, os seguintes elementos:
As operações apoiadas pelos FEEI são identificadas
a) Os elementos de identificação do beneficiário; por um código universal, definido pela Agência, I. P., em
b) A identificação do PO ou do PDR, do fundo, do eixo, articulação com a CCN e a CCF.
da prioridade de investimento, da medida, da ação ou do
objetivo específico da tipologia da operação e dos códigos Artigo 23.º
europeus correspondentes;
Redução ou revogação do apoio
c) A identificação da operação, dos resultados e das
realizações acordados; 1 — Sem prejuízo do disposto na legislação europeia ou
d) A descrição sumária da operação, com indicadores na regulamentação específica aplicáveis, o incumprimento
de realização e de resultado; das obrigações do beneficiário, bem como a inexistência ou
e) O plano financeiro, com discriminação das rubricas a perda de qualquer dos requisitos de concessão do apoio,
aprovadas e respetivos montantes; podem determinar a redução ou revogação do mesmo.
f) As datas de início e de conclusão da operação; 2 — Constituem fundamentos suscetíveis de determinar
g) A identificação das garantias ou condições exigidas a redução do apoio à operação ou à despesa, ou, mantendo-
para acautelar a boa execução da operação; -se a situação, a sua revogação, designadamente e quando
h) O custo total da operação; aplicável:
i) O custo elegível da operação, com justificação das a) O incumprimento, total ou parcial, das obrigações do
diferenças entre o custo total e o custo elegível; beneficiário, incluindo os resultados contratados;
j) O montante da participação do beneficiário no custo b) A não justificação da despesa, salvo no âmbito de
elegível da operação e a respetiva taxa de participação; financiamento em regime de custos simplificados, ou a
k) O montante anualizado do apoio público e a respetiva imputação de valores superiores aos legalmente permitidos
taxa de cofinanciamento, com explicitação das fontes de e aprovados ou de valores não elegíveis;
financiamento europeu e nacional; c) A não consideração de receitas provenientes das
l) O plano de reembolsos e as regras aplicáveis a um ações, no montante imputável a estas;
eventual incumprimento desse plano, no caso de ajudas d) O recurso a entidades formadoras não certificadas ou
reembolsáveis; com as quais não tenha sido celebrado contrato escrito, bem
m) O prazo para a assinatura e devolução do termo de como o recurso a formadores sem habilitação pedagógica,
aceitação ou contrato. nos casos em que tal é exigível pela legislação aplicável,
quando estejam em causa apoios financiados pelo FSE;
e) A imputação de despesas não relacionadas com a exe-
7 — Estão sujeitas a nova decisão das respetivas au- cução da operação ou não justificadas através de faturas,
toridades de gestão, as alterações aos elementos cons- ou de documentos equivalentes fiscalmente aceites, bem
tantes das alíneas a), b), i), j) e k) do número anterior, como de despesas não relevadas na contabilidade;
sejam as mesmas anteriores ou posteriores à assinatura f) O incumprimento das normas relativas a informação
do termo de aceitação ou à celebração do contrato de e publicidade, sendo a redução determinada em função da
financiamento. gravidade do incumprimento;
8 — As alterações referidas no número anterior, feitas g) O desrespeito pelo disposto na legislação europeia e
a pedido do beneficiário final, só são concretizadas após nacional aplicável e na regulamentação específica dos PO
anuência explícita da autoridade de gestão, a qual deve e PDR, nomeadamente em matéria de contratação pública
integrar o processo da operação. e instrumentos financeiros, devendo, neste caso, aplicar-se
5558 Diário da República, 1.ª série — N.º 207 — 27 de outubro de 2014

uma redução proporcional à gravidade do incumprimento, legislação nacional aplicável ou na legislação específica
sem prejuízo do disposto na legislação europeia aplicável, em matéria de auxílios de Estado, se estas fixarem prazo
designadamente na tabela de correções financeiras apro- superior;
vada pela Comissão Europeia. d) Proceder à publicitação dos apoios, em conformi-
dade com o disposto na legislação europeia e nacional
3 — Constituem, designadamente, fundamentos sus- aplicável;
cetíveis de determinar a revogação do apoio à operação e) Manter as condições legais necessárias ao exercício
ou à despesa: da atividade;
a) O incumprimento dos objetivos essenciais previstos f) Repor os montantes indevidamente recebidos e cum-
na candidatura; prir as sanções administrativas aplicadas;
b) A inexecução integral da candidatura nos termos em g) Manter a sua situação tributária e contributiva regu-
que foi aprovada; larizada perante, respetivamente, a administração fiscal
c) A existência de alterações aos elementos determi- e a segurança social, a qual é aferida até ao momento de
nantes da decisão de aprovação que ponham em causa o assinatura do termo de aceitação ou de outorga do contrato,
mérito da operação ou a sua razoabilidade financeira, salvo bem como na altura do pagamento dos apoios, sem prejuízo
aceitação expressa pela autoridade de gestão; de em regulamentação específica aplicável ao FEADER e
d) A não apresentação atempada dos formulários relati- ao FEAMP se definir momento distinto;
vos à execução e aos pedidos de saldo, salvo se o atraso for h) Ter um sistema de contabilidade organizada ou sim-
aceite pela entidade competente, mantendo-se, neste caso, plificada, de acordo com o legalmente exigido;
como período elegível para consideração das despesas, o i) Dispor de um processo relativo à operação, prefe-
definido como prazo de entrega do pedido de saldo; rencialmente em suporte digital, com toda a documenta-
e) A interrupção não autorizada da operação por período ção relacionada com a mesma devidamente organizada,
superior a 90 dias úteis; incluindo o suporte de um sistema de contabilidade para
f) A apresentação dos mesmos custos a mais de uma todas as transações referentes à operação;
autoridade de gestão, sem aplicação de critérios de impu- j) Assegurar o fornecimento de elementos necessários às
tação devidamente fundamentados, ou a outras entidades atividades de monitorização e de avaliação das operações
responsáveis por financiamentos públicos; e participar em processos de inquirição relacionados com
g) A inexistência ou a falta de regularização das defi- as mesmas;
ciências de organização do processo relativo à realização k) Adotar comportamentos que respeitem os princípios
da operação e o não envio de elementos solicitados pela da transparência, da concorrência e da boa gestão dos
autoridade de gestão nos prazos por ela fixados, bem como dinheiros públicos, de modo a prevenir situações suscetí-
a existência reiterada de dívidas a formandos; veis de configurar conflito de interesses, designadamente
h) A recusa, por parte dos beneficiários, da submissão nas relações estabelecidas entre os beneficiários e os seus
ao controlo e auditoria a que estão legalmente sujeitos; fornecedores ou prestadores de serviços.
i) A falta de apresentação da garantia idónea, quando
exigida; 2 — As obrigações dos beneficiários de medidas de
j) A satisfação de necessidades de produção através do apoio ao desenvolvimento rural financiadas pelo FEADER,
recurso a atividades de formação profissional; às quais se aplica o sistema integrado de gestão e de con-
k) A prestação de falsas declarações sobre o beneficiário, trolo, nos termos do artigo 67.º do Regulamento (UE)
sobre a realização da operação ou sobre os custos incorri- n.º 1306/2013, do Parlamento Europeu e do Conselho, de
dos, que afetem, de modo substancial, a justificação dos 17 de dezembro de 2013, ou de outros sistemas simplifi-
apoios recebidos ou a receber. cados, são definidas na legislação europeia e na regula-
mentação específica aplicáveis.
Artigo 24.º
Artigo 25.º
Obrigações dos beneficiários
Pagamentos e suspensão de pagamentos
1 — Sem prejuízo de outras obrigações previstas na
legislação europeia ou nacional ou na regulamentação 1 — Os pagamentos aos beneficiários, no âmbito dos fun-
específica aplicáveis, os beneficiários ficam obrigados, dos da política de coesão, são efetuados pela Agência, I. P.,
quando aplicável, a: e pelos organismos intermédios com competências dele-
gadas nessa matéria, com base em pedidos de pagamento
a) Executar as operações nos termos e condições apro- apresentados pela respetiva autoridade de gestão, a título
vados; de adiantamento, de reembolso ou de saldo final, com base
b) Permitir o acesso aos locais de realização das ope- em procedimentos a definir pela Agência, I. P.
rações e àqueles onde se encontrem os elementos e docu- 2 — Os pedidos de pagamento nos projetos cofinancia-
mentos necessários ao acompanhamento e controlo do dos pelos fundos da política de coesão são apresentados
projeto aprovado; pelos beneficiários no Balcão Portugal 2020, sendo obser-
c) Conservar os documentos relativos à realização da vado o seguinte nos procedimentos de reembolso:
operação, sob a forma de documentos originais ou de
cópias autenticadas, em suporte digital, quando legal- a) No prazo de 30 dias úteis, a contar da data da receção
mente admissível, ou em papel, durante o prazo de três do pedido de reembolso, a autoridade de gestão analisa
anos, a contar da data do encerramento ou da aceitação da a despesa apresentada, delibera sobre o pedido e emite
Comissão Europeia sobre a declaração de encerramento do a correspondente ordem de pagamento ou comunica os
PO ou do PDR, consoante a fase em que o encerramento motivos da recusa, salvo quando a autoridade de gestão
da operação tenha sido incluído, ou pelo prazo fixado na solicite, por uma única vez, esclarecimentos adicionais
Diário da República, 1.ª série — N.º 207 — 27 de outubro de 2014 5559

relativos ao pedido de reembolso em análise, caso em que proferida decisão, no prazo de 30 dias úteis, a contar da
se suspende aquele prazo; data da receção do pedido, o qual se suspende quando a
b) Sempre que, por motivos não imputáveis ao bene- autoridade de gestão solicite, por uma única vez, cópias
ficiário, seja impossível proceder à emissão do pedido dos documentos originais, outros documentos ou escla-
de reembolso no prazo fixado na alínea anterior, a auto- recimentos adicionais relativos ao pedido de reembolso
ridade de gestão emite um pedido de pagamento a título em análise;
de adiantamento; b) Os beneficiários de candidaturas plurianuais ficam
c) O pagamento efetuado a título de adiantamento, nos obrigados a fornecer à autoridade de gestão, nos termos
termos da alínea anterior, é convertido em pagamento a por esta definidos, a informação necessária à elaboração
título de reembolso, através da validação da correspondente do relatório anual do PO, designadamente, informação
despesa em prazo não superior a 60 dias úteis. sobre a execução física e financeira da operação, ficando
o pagamento das despesas condicionado à prestação da
3 — Os pagamentos aos beneficiários são processados na mesma, salvo motivo devidamente justificado e aceite pela
medida das disponibilidades financeiras da Agência, I. P., autoridade de gestão;
sendo efetuados até ao limite de 95 % do montante da c) Os beneficiários devem apresentar à respetiva autori-
decisão de financiamento, ficando o pagamento do respe- dade de gestão, no prazo de 45 dias úteis, a contar da data
tivo saldo (5 %) condicionado a pedido pela autoridade de da conclusão da operação, o pedido de pagamento do saldo
gestão, após a apresentação pelo beneficiário do pedido final, a constar de formulário próprio, referente ao período
de pagamento de saldo final e confirmação da execução que medeia entre o último pedido de reembolso apresen-
da operação nos termos previstos. tado e o pedido de pagamento de saldo, sobre o qual deve
4 — Sem prejuízo do disposto nos n.os 6 e 7, os paga- ser proferida decisão, até aos 45 dias úteis subsequentes,
mentos aos beneficiários podem ser efetuados a título aplicando-se ainda o disposto na parte final da alínea a);
de adiantamento, com base em uma das seguintes con- d) Para efeitos de contagem do prazo de apresentação
dições: do pedido de pagamento do saldo, considera-se que a data
a) Constituição de garantia idónea, com indicação do de conclusão da operação é a que consta do cronograma
valor, do prazo para apresentação do documento compro- aprovado como data final para a realização da sua última
vativo do pagamento, quando aplicável, e das condições da ação;
sua revogação, a fixar na regulamentação específica; e) No caso de candidaturas plurianuais, a não execução
b) Apresentação de faturas, ou de documentos equiva- integral do financiamento aprovado para cada ano civil,
lentes fiscalmente aceites, ficando, neste caso, o beneficiá- pode dar lugar à revisão da decisão de aprovação.
rio obrigado a apresentar à autoridade de gestão, no prazo
de 30 dias úteis, a contar da data de pagamento do adianta- 8 — Os pedidos de pagamento são objeto de verificação
mento, os comprovativos do pagamento integral da despesa administrativa e controlo no local, de acordo com as dispo-
que serviu de base ao pagamento do adiantamento; sições previstas na legislação europeia e na regulamentação
c) Outras modalidades de adiantamento, definidas em específica aplicáveis.
regulamentação específica, com indicação do respetivo 9 — Sem prejuízo da compensação de créditos, o
valor máximo e do prazo para apresentação do documento pagamento é integralmente efetuado no prazo máximo de
comprovativo do pagamento, quando aplicável. 45 dias úteis, a contar da data de apresentação do pedido
de pagamento pelo beneficiário, não sendo suscetível de
5 — Os montantes pagos aos beneficiários a título de arresto, de penhora ou de cessão de créditos.
adiantamento, que não sejam por estes integralmente uti- 10 — O pagamento pode ser suspenso até à regulari-
lizados nos prazos e condições fixadas pela autoridade de zação ou à tomada de decisão decorrente da análise da
gestão, devem ser objeto de recuperação. situação subjacente, com os seguintes fundamentos:
6 — O disposto no n.º 4 não é aplicável no âmbito do
FSE, tendo os beneficiários direito, para cada candidatura a) Superveniência ou falta de comprovação de situação
apresentada: regularizada perante a administração fiscal e a segurança
social, bem como de restituições no âmbito dos financia-
a) A um adiantamento, logo que a operação se inicia, até mentos;
ao montante de 15 % do valor total aprovado, no caso de b) Existência de deficiências no processo comprovativo
candidaturas anuais, ou do valor aprovado para cada ano da execução da operação, designadamente de natureza
civil ou escolar, no caso de candidaturas plurianuais; contabilística ou técnica;
b) Ao reembolso das despesas efetuadas e pagas, desde c) Não envio, no prazo determinado, de elementos soli-
que a soma do adiantamento e dos pagamentos intermédios citados, salvo se for aceite a justificação que venha, even-
de reembolso não exceda o valor máximo global definido tualmente, a ser apresentada pelo beneficiário;
pela autoridade de gestão, o qual não pode ser superior a d) Mudança de conta bancária do beneficiário, sem
85 % do montante total aprovado; comunicação prévia à autoridade de gestão;
c) Ao reembolso do saldo final que vier a ser apro- e) Superveniência das situações previstas no artigo 14.º
vado.
ou decorrentes de averiguações promovidas por autorida-
des administrativas sustentadas em factos cuja gravidade
7 — Aos projetos cofinanciados pelo FSE aplicam-se indicie ilicitude criminal, envolvendo a utilização indevida
ainda as seguintes regras:
dos apoios concedidos ou o desvirtuamento da candidatura,
a) Após o adiantamento, os beneficiários devem sub- sem prejuízo do disposto no n.º 2 do mesmo artigo, quanto
meter às autoridades de gestão os pedidos de reembolso, à necessidade de prestação de garantia idónea;
em formulário próprio e com a periodicidade definida f) Existência de dívidas a formandos, no âmbito dos
na regulamentação específica, sobre os quais deve ser financiamentos do FSE.
5560 Diário da República, 1.ª série — N.º 207 — 27 de outubro de 2014

11 — Os termos e as condições do processo de pa- 10 — A cobrança coerciva de créditos prevista no


gamento e de suspensão de pagamentos no âmbito do número anterior pode ser promovida pela Autoridade Tri-
FEADER e do FEAMP são os previstos no Regulamento butária e Aduaneira, nos termos a definir por protocolo a
(UE) n.º 1306/2013, do Parlamento Europeu e do Con- celebrar, para o efeito, entre este serviço e as entidades
selho, de 17 de dezembro de 2013, e no Regulamento competentes para promover a reposição.
n.º 508/2014, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 11 — Em sede de execução fiscal, além da responsa-
15 de maio de 2014, respetivamente, bem como na demais bilidade prevista no n.º 3 do artigo 21.º, os titulares dos
legislação europeia e nacional aplicável. órgãos de direção, de administração e de gestão dos bene-
ficiários, à data da notificação que determina a restituição
Artigo 26.º dos apoios, respondem subsidiariamente pelos montantes
Recuperação dos apoios
em dívida, nos termos previstos no artigo 153.º do Código
de Procedimento e de Processo Tributário.
1 — Os montantes indevidamente recebidos, desig- 12 — Não é desencadeado processo de recuperação por
nadamente por incumprimento das obrigações legais ou reposição, sempre que o montante em dívida seja igual
contratuais, pela ocorrência de qualquer irregularidade, ou inferior ao estabelecido anualmente no decreto-lei de
bem como a inexistência ou a perda de qualquer requisito execução orçamental.
de concessão do apoio, constituem dívida das entidades 13 — As entidades com competência para recuperar
que deles beneficiaram. os pagamentos indevidos podem prescindir de recuperar
2 — Para efeitos do disposto no número anterior, a auto- quantias iguais ou inferiores a 100 euros, aferidas por
ridade competente notifica o beneficiário do montante da beneficiário e por operação, bem como reconhecer a impos-
dívida e da respetiva fundamentação, nos termos do Código sibilidade de cobrança mediante decisão fundamentada.
do Procedimento Administrativo. 14 — O processo de cobrança das penalizações e das
3 — O prazo de reposição é de 30 dias úteis, a contar sanções pecuniárias aplicadas pelas entidades competentes
da data da receção da notificação a que se refere o número segue, com as devidas adaptações, os termos previstos no
anterior, sendo que, em caso de mora, ao valor em dívida presente artigo.
acrescem juros, os quais, na falta de disposição de legisla- 15 — A Agência, I. P., e o IFAP, I. P., submetem ao
ção europeia especial, são contabilizados à taxa legal fixada membro do Governo responsável pela coordenação da CIC
nos termos do n.º 1 do artigo 559.º do Código Civil, desde Portugal 2020 a proposta de enquadramento orçamental de
o termo do prazo para pagamento voluntário até ao efetivo montantes de fundos referentes a este período de progra-
e integral reembolso do montante devido. mação que lhes sejam devidos e não recuperados.
4 — A recuperação é, sempre que possível e na falta 16 — Os créditos e os respetivos juros de mora, resultan-
de pagamento voluntário no prazo fixado ou de execu- tes da não utilização ou da utilização indevida dos apoios
ção da garantia prestada, efetuada por compensação com concedidos no âmbito dos FEEI, gozam das seguintes
montantes devidos ao beneficiário, desde que já apurados, garantias especiais:
seja qual for a sua natureza ou fonte de financiamento, nos
termos gerais do direito. a) Privilégio mobiliário geral, graduando-se logo após
5 — No caso dos fundos da coesão, a recuperação é os créditos referidos no n.º 1 do artigo 736.º do Código
feita primeiramente por compensação sobre valores já Civil;
apurados devidos ao beneficiário no mesmo programa, b) Privilégio imobiliário, graduando-se logo após os
ou, não sendo concretizável esta compensação, no âmbito créditos referidos no artigo 748.º do Código Civil;
de outro programa com base em montantes devidos ao c) Hipoteca legal, graduando-se logo após os créditos
beneficiário objeto de pedidos de pagamento que tenham referidos na alínea a) do artigo 705.º do Código Civil.
já sido submetidos à entidade pagadora.
6 — Na falta de pagamento voluntário da dívida, a enti- Artigo 27.º
dade competente para a recuperação por reposição pode, Regras gerais em matéria de comunicação
a requerimento fundamentado do devedor, autorizar que
a mesma seja efetuada em prestações, nas seguintes con- 1 — A estratégia de comunicação do Portugal 2020,
dições cumulativas: aprovada pela CIC Portugal 2020 sob proposta da
Agência, I. P., e formulada em articulação com a CCN e
a) Até ao máximo de 36 prestações mensais; a CCF, define, designadamente:
b) Sujeição ao pagamento de juros à taxa fixada nos
termos do n.º 1 do artigo 559.º do Código Civil. a) As prioridades de comunicação e as ações de comuni-
cação de largo espetro implementadas à escala nacional;
7 — Quando a reposição seja autorizada nos termos b) As medidas destinadas a informar os potenciais bene-
do número anterior, o incumprimento de uma prestação ficiários sobre as oportunidades de financiamento e a forma
determina o vencimento imediato das restantes. de tornar acessível aos cidadãos a informação sobre a
8 — Em caso de recuperação parcial da dívida, o mon- aplicação dos FEEI;
tante recuperado é primeiramente o imputado aos juros c) O conjunto de requisitos mínimos que os planos de
legais e moratórios que se mostrem devidos e só depois ao comunicação dos diferentes PO e PDR devem observar, por
capital, sem prejuízo do disposto no n.º 2 do artigo 785.º forma a maximizar sinergias em matéria de comunicação
do Código Civil. e de publicitação.
9 — A cobrança coerciva das dívidas é efetuada com
recurso ao processo de execução fiscal, nos termos previs- 2 — As autoridades de gestão dos PO ou dos PDR de-
tos no Código de Procedimento e de Processo Tributário, vem cumprir o estabelecido na estratégia de comunicação
constituindo a certidão de dívida emitida título executivo do Portugal 2020 e adequar a estratégia do respetivo pro-
para o efeito. grama ao disposto naquela estratégia.
Diário da República, 1.ª série — N.º 207 — 27 de outubro de 2014 5561

3 — As autoridades de gestão disponibilizam no portal 2 — Em função dos critérios enunciados no número


do Portugal 2020 uma lista das operações, por PO, por PDR anterior, podem ser definidas majorações para efeitos de
e por fundo, em formato de folha de cálculo ou outro que ordenação da lista das operações selecionadas ou para a
permita a publicação da informação na Internet. definição da taxa de cofinanciamento aplicável.
4 — A lista do conjunto das operações referidas no
número anterior é atualizada, pelo menos, mensalmente. Artigo 31.º
5 — A implementação da estratégia de comunicação
Norma transitória
do Portugal 2020 e dos PO e PDR é apoiada pela rede de
comunicação, nos termos e para os efeitos do disposto no 1 — Às operações aprovadas ou a aprovar no âmbito do
Decreto-Lei n.º 137/2014, de 12 de setembro. período de programação anterior ao regulado pelo presente
6 — No portal do Portugal 2020, a informação deve decreto-lei, ou no âmbito do regime transitório previsto no
ser disponibilizada ao público em formatos abertos, que Regulamento (UE) n.º 1310/2013, do Parlamento Europeu
permitam a leitura por máquina e ser acessível através do e do Conselho, de 17 de dezembro de 2013, aplica-se:
sistema de pesquisa online de informação pública, nos
termos da lei aplicável. a) O Decreto-Lei n.º 37-A/2008, de 5 de março, alte-
rado pelos Decretos-Leis n.os 66/2009, de 20 de março, e
69/2010, de 16 de junho;
Artigo 28.º
b) O Decreto-Lei n.º 80/2008, de 16 de maio, alterado
Enquadramento nacional dos sistemas de incentivos às empresas pelo Decreto-Lei n.º 128/2009, de 28 de maio;
c) O Decreto-Lei n.º 81/2008, de 16 de maio, alte-
O enquadramento nacional dos sistemas de incentivos
rado pelos Decretos-Leis n.os 128/2009, de 28 de maio, e
às empresas, no respeito pelas regras definidas no presente
37/2010, de 20 de abril;
decreto-lei quanto aos sistemas de incentivos financia-
d) O Decreto-Lei n.º 16/2013, de 28 de janeiro;
dos pelos FEEI, estabelece as respetivas especificidades
e) O Decreto Regulamentar n.º 84-A/2007, de 10
e consta de decreto-lei.
de dezembro, alterado pelos Decretos Regulamentares
n.os 13/2008, de 18 de junho, e 4/2010, de 15 de outubro;
Artigo 29.º
f) O Despacho Normativo n.º 4-A/2008, de 24 de
Notificações e comunicações janeiro;
g) O Regulamento Geral do Fundo Europeu de Desen-
1 — Todas as notificações e comunicações entre as
volvimento Regional e do Fundo de Coesão, aprovado pela
autoridades de gestão e os beneficiários devem ser escritas
deliberação da Comissão Ministerial de Coordenação do
e efetuadas através de correio eletrónico ou de outro meio
QREN de 4 de setembro de 2007, na redação dada pela
de transmissão escrita e eletrónica de dados ou, em casos
deliberação da Comissão Ministerial de Coordenação do
especiais, por via postal, por meio de carta registada ou
QREN de 2 de abril de 2013, no que se refere ao FEDER
de carta registada com aviso de receção.
e Fundo de Coesão.
2 — Para efeitos de notificações e comunicações, os
beneficiários e as autoridades de gestão devem disponibi-
lizar as informações de contacto, respetivamente, dos seus 2 — Em situações excecionais, devidamente fundamenta-
representantes e dos gestores de procedimento, designa- das, nomeadamente na ausência de regulamentação especí-
damente o endereço eletrónico, o número de telecópia e fica aprovada aplicável ao ciclo de programação do Portugal
o endereço postal. 2020, ou nos casos que decorrem da legislação europeia
3 — Sem prejuízo do disposto na regulamentação espe- aplicável, podem ser supletivamente aplicadas as normas
cífica, as notificações e as comunicações consideram-se que vigoraram no período de programação anterior.
feitas: 3 — Até ao termo do prazo de operacionalização da
obtenção oficiosa de documentos e informação previsto
a) Na data da respetiva expedição, quando efetuadas no n.º 1 do artigo 6.º do Decreto-Lei n.º 73/2014, de 13
através de correio eletrónico ou de outro meio de trans- de maio, é bastante, para efeitos de instrução das candi-
missão escrita e eletrónica de dados; daturas a apresentar nos termos e para efeitos do disposto
b) Na data constante do relatório de transmissão bem- no presente decreto-lei, a declaração que o candidato ou
-sucedido, quando efetuado através de telecópia; beneficiário preste nos formulários respetivos quanto à sua
c) No 3.º dia útil a contar da data indicada pelos serviços identificação, caracterização e situação perante a adminis-
postais, quando efetuadas por carta registada; tração fiscal e a segurança social, sem prejuízo da manu-
d) Na data da assinatura do aviso, quando efetuadas por tenção dos atuais sistemas de validação e dos respetivos
carta registada com aviso de receção. processos de verificação da informação recebida.
4 — Sem prejuízo do disposto no número anterior,
4 — A regulamentação específica pode fixar requisitos devem os serviços e organismos da Administração Pública
suplementares relativamente à validade das comunicações cooperar entre si de modo a garantir o disposto no n.º 3 do
efetuadas por correio eletrónico. artigo 11.º do presente decreto-lei.
5 — Relativamente aos projetos apoiados pelo FEADER,
Artigo 30.º o disposto no n.º 1 do artigo 20.º aplica-se a partir de 31
de julho de 2015.
Diferenciação positiva dos espaços regionais menos desenvolvidos
1 — Os avisos para apresentação de candidaturas podem Artigo 32.º
limitar a elegibilidade a áreas específicas do território, em
Norma final
função, nomeadamente, dos indicadores de desenvolvi-
mento económico e social, da dimensão ou da densidade No exercício das competências previstas no artigo 63.º
populacional dos concelhos. do Decreto-Lei n.º 137/2014, de 12 de setembro, o cura-
5562 Diário da República, 1.ª série — N.º 207 — 27 de outubro de 2014

dor do beneficiário pode recomendar a revogação, pela o disposto no artigo 30.º do Decreto-Lei n.º 121/2011, de
autoridade de gestão ou pela CIC Portugal 2020, de atos 29 de dezembro e no artigo 20.º do Decreto-Lei n.º 40-A/98,
decisórios proferidos pelas autoridades de gestão. de 27 de fevereiro;
A Ministra Plenipotenciária de 1.ª classe Maria Rita da
Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 25 de
Franca de Sousa e Ferro Levy Gomes, é promovida a Em-
setembro de 2014. — Pedro Passos Coelho — Maria Luís
baixadora, na vaga resultante da passagem à disponibilidade
Casanova Morgado Dias de Albuquerque — Luís Maria
do Embaixador João Pedro de Almeida da Silveira Carva-
de Barros Serra Marques Guedes — Luís Miguel Poia-
lho, na sequência do Despacho (extrato) n.º 15920/2013,
res Pessoa Maduro — António de Magalhães Pires de
publicado no Diário da República, 2.ª Série, n.º 237, de
Lima — Jorge Manuel Lopes Moreira da Silva — Maria
6 de dezembro.
de Assunção Oliveira Cristas Machado da Graça — Nuno
Paulo de Sousa Arrobas Crato — Luís Pedro Russo da Em 15 de outubro de 2014. — Pedro Passos Coelho — Rui
Mota Soares. Manuel Parente Chancerelle de Machete.
Promulgado em 21 de outubro de 2014. Assinado em 16 de outubro de 2014.
Publique-se. Publique-se.
O Presidente da República, ANÍBAL CAVACO SILVA. O Presidente da República, ANÍBAL CAVACO SILVA.
Referendado em 24 de outubro de 2014. Referendado em 17 de outubro de 2014.
O Primeiro-Ministro, Pedro Passos Coelho. O Primeiro-Ministro, Pedro Passos Coelho.

Decreto n.º 27/2014


PRESIDÊNCIA DO CONSELHO DE MINISTROS de 27 de outubro
E MINISTÉRIO DOS NEGÓCIOS ESTRANGEIROS
O Governo decreta, nos termos da alínea e) do artigo 199.º
da Constituição o seguinte:
Decreto n.º 25/2014 Considerando o disposto no n.º 2 do artigo 24.º do De-
de 27 de outubro creto-Lei n.º 204/2006, de 27 de outubro, conjugado com
o disposto no artigo 30.º do Decreto-Lei n.º 121/2011, de
O Governo decreta, nos termos da alínea e) do artigo 199.º 29 de dezembro e no artigo 20.º do Decreto-Lei n.º 40-A/98,
da Constituição o seguinte: de 27 de fevereiro;
Considerando o disposto no n.º 2 do artigo 24.º do De- O Ministro Plenipotenciário de 1.ª classe João José Go-
creto-Lei n.º 204/2006, de 27 de outubro, conjugado com mes Caetano da Silva, a exercer o cargo de Embaixador de
o disposto no artigo 30.º do Decreto-Lei n.º 121/2011, de Portugal no México, é promovido a Embaixador, na vaga
29 de dezembro e no artigo 20.º do Decreto-Lei n.º 40-A/98, resultante da passagem à disponibilidade do Embaixador
de 27 de fevereiro; Joaquim José Lemos Ferreira Marques, na sequência do
O Ministro Plenipotenciário de 1.ª classe Pedro Luís Despacho (extrato) n.º 7716/2014, publicado no Diário da
Baptista Moitinho de Almeida, a exercer o cargo de Em- República, 2.ª Série, n.º 113, de 16 de junho, continuando
baixador de Portugal em Viena, e de Representante Perma- a exercer o referido cargo.
nente de Portugal junto da Organização para a Segurança
e Cooperação na Europa, é promovido a Embaixador, na Em 15 de outubro de 2014. — Pedro Passos Coelho — Rui
vaga resultante da passagem à disponibilidade da Em- Manuel Parente Chancerelle de Machete.
baixadora Maria da Graça Reynaud Campos Trocado Assinado em 16 de outubro de 2014.
Andresen Guimarães, na sequência do Despacho (ex-
trato) n.º 10976/2013, publicado no Diário da República, Publique-se.
2.ª Série, n.º 163, de 26 de agosto, continuando a exercer O Presidente da República, ANÍBAL CAVACO SILVA.
os referidos cargos.
Referendado em 17 de outubro de 2014.
Em 15 de outubro de 2014. — Pedro Passos Coelho — Rui
Manuel Parente Chancerelle de Machete. O Primeiro-Ministro, Pedro Passos Coelho.
Assinado em 16 de outubro de 2014.
Decreto n.º 28/2014
Publique-se.
de 27 de outubro
O Presidente da República, ANÍBAL CAVACO SILVA.
O Governo decreta, nos termos da alínea e) do artigo 199.º
Referendado em 17 de outubro de 2014. da Constituição o seguinte:
O Primeiro-Ministro, Pedro Passos Coelho. Considerando o disposto no n.º 2 do artigo 24.º do De-
creto-Lei n.º 204/2006, de 27 de outubro, conjugado com
Decreto n.º 26/2014 o disposto no artigo 30.º do Decreto-Lei n.º 121/2011, de
29 de dezembro e no artigo 20.º do Decreto-Lei n.º 40-A/98,
de 27 de outubro de 27 de fevereiro;
O Governo decreta, nos termos da alínea e) do artigo 199.º O Ministro Plenipotenciário de 1.ª classe João Maria Re-
da Constituição o seguinte: belo de Andrade Cabral, a exercer o cargo de Diretor-Geral
Considerando o disposto no n.º 2 do artigo 24.º do De- dos Assuntos Consulares e das Comunidades Portuguesas é
creto-Lei n.º 204/2006, de 27 de outubro, conjugado com promovido a Embaixador, na vaga resultante da passagem

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