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N-2843 REV. B 02 / 2015

Revestimento Interno de Tubos

Procedimento

Esta Norma substitui e cancela a sua revisão anterior.


Cabe à CONTEC - Subcomissão Autora, a orientação quanto à interpretação do
texto desta Norma. A Unidade da PETROBRAS usuária desta Norma é a
responsável pela adoção e aplicação das suas seções, subseções e
enumerações.

Requisito Técnico: Prescrição estabelecida como a mais adequada e que


deve ser utilizada estritamente em conformidade com esta Norma. Uma
CONTEC eventual resolução de não segui-la (“não conformidade” com esta Norma) deve
Comissão de Normalização ter fundamentos técnico-gerenciais e deve ser aprovada e registrada pela
Técnica Unidade da PETROBRAS usuária desta Norma. É caracterizada por verbos de
caráter impositivo.

Prática Recomendada: Prescrição que pode ser utilizada nas condições


previstas por esta Norma, mas que admite (e adverte sobre) a possibilidade de
alternativa (não escrita nesta Norma) mais adequada à aplicação específica. A
alternativa adotada deve ser aprovada e registrada pela Unidade da
PETROBRAS usuária desta Norma. É caracterizada por verbos de caráter
não-impositivo. É indicada pela expressão: [Prática Recomendada].

Cópias dos registros das “não conformidades” com esta Norma, que possam
contribuir para o seu aprimoramento, devem ser enviadas para a
SC - 14 CONTEC - Subcomissão Autora.

Pintura e Revestimentos As propostas para revisão desta Norma devem ser enviadas à CONTEC -
Anticorrosivos Subcomissão Autora, indicando a sua identificação alfanumérica e revisão, a
seção, subseção e enumeração a ser revisada, a proposta de redação e a
justificativa técnico-econômica. As propostas são apreciadas durante os
trabalhos para alteração desta Norma.

“A presente Norma é titularidade exclusiva da PETRÓLEO BRASILEIRO


S. A. - PETROBRAS, de aplicação interna na PETROBRAS e Subsidiárias,
devendo ser usada pelos seus fornecedores de bens e serviços,
conveniados ou similares conforme as condições estabelecidas em
Licitação, Contrato, Convênio ou similar.
A utilização desta Norma por outras empresas/entidades/órgãos
governamentais e pessoas físicas é de responsabilidade exclusiva dos
próprios usuários.”

Apresentação
As Normas Técnicas PETROBRAS são elaboradas por Grupos de Trabalho
- GT (formados por Técnicos Colaboradores especialistas da Companhia e de suas Subsidiárias), são
comentadas pelas Unidades da Companhia e por suas Subsidiárias, são aprovadas pelas
Subcomissões Autoras - SC (formadas por técnicos de uma mesma especialidade, representando as
Unidades da Companhia e as Subsidiárias) e homologadas pelo Núcleo Executivo (formado pelos
representantes das Unidades da Companhia e das Subsidiárias). Uma Norma Técnica PETROBRAS
está sujeita a revisão em qualquer tempo pela sua Subcomissão Autora e deve ser reanalisada a
cada 5 anos para ser revalidada, revisada ou cancelada. As Normas Técnicas PETROBRAS são
elaboradas em conformidade com a Norma Técnica PETROBRAS N-1. Para informações completas
sobre as Normas Técnicas PETROBRAS, ver Catálogo de Normas Técnicas PETROBRAS.

PROPRIEDADE DA PETROBRAS 14 páginas, Índice de Revisões e GT


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1 Escopo

1.1 Esta Norma estabelece os requisitos mínimos para aplicação e qualificação, em fábrica, do
revestimento, em superfície interna de tubos de aço, soldados ou flangeados, destinados a
instalações terrestres e marítimas.

NOTA 1 Para diâmetros menores que 3 polegadas a PETROBRAS deve ser consultada.
NOTA 2 O revestimento a ser selecionado deve atender a temperatura de operação das instalações.
NOTA 3 Esta Norma não se aplica a procedimentos destinados ao revestimento interno de: válvulas,
“Drill Pipe” e DPRs (“Drill Pipe Risers”).

1.2 Esta Norma tem como objetivo estabelecer condições para aplicação de um revestimento com
funções de proteção anticorrosiva, redução de atrito e minimizar possíveis contaminações do fluido a
ser transportado.

1.3 Esta Norma se aplica ao processo de produção do revestimento, compreendido desde o


recebimento do material de revestimento e dos tubos nus até a aprovação do “data book” de
produção.

1.4 Deve ser elaborado um Procedimento de Aplicação (PA) e um Plano de Inspeção e Teste (PIT),
para aprovação do cliente, de acordo com Anexo A.

1.5 A qualificação do procedimento de aplicação do revestimento deve ser realizada de acordo com
Anexo B.

1.6 Esta Norma não contempla a verificação de integridade dos tubos de aço.

1.7 Esta Norma se aplica a procedimentos iniciados a partir da data de sua edição.

1.8 Esta Norma contém Requisitos Técnicos e Práticas Recomendadas.

2 Referências Normativas

Os documentos relacionados a seguir são indispensáveis à aplicação deste documento. Para


referências datadas, aplicam-se somente as edições citadas. Para referências não datadas,
aplicam-se as edições mais recentes dos referidos documentos.

PETROBRAS N-9 - Tratamento de Superfícies de Aço com Jato Abrasivo e


Hidrojateamento;

PETROBRAS N-13 - Requisitos Técnicos para Serviços de Pintura;

PETROBRAS N-2785 - Monitorização, Interpretação e Controle da Corrosão Interna em


Dutos;

PETROBRAS N-2912 - Tinta Epóxi “Novolac”;

ABNT NBR 10443 - Tintas e Vernizes - Determinação da Espessura da Película Seca sobre
Superfícies Rugosas - Método de Ensaio;

ABNT NBR 14847 - Inspeção de Serviços de Pintura em Superfícies Metálicas;

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ABNT NBR 15158 - Limpeza de Superfície de Aço por Compostos Químicos;

ABNT NBR 15218 - Critérios para Qualificação e Certificação de Inspetores de Pintura


Industrial;

ABNT NBR 16212 - Tubos - Estocagem em Área Descoberta;

ASTM D4940 - Standard Test Method for Conductimetric Analysis of Water Soluble Ionic
Contamination of Blasting Abrasives;

ISO 8501-1 - Preparation of Steel Substrates before Application of Paints and Related
Products - Visual Assessment of Surface Cleanliness - Part 1: Rust Grades and Preparation
Grades of Uncoated Steel Substrates and of Steel Substrates after Overall Removal of
Previous Coatings;

ISO 8501-3 - Preparation of Steel Substrates before Application of Paints and Related
Products - Visual Assessment of Surface Cleanliness - Part 3: Preparation Grades of Welds,
Edges and other Areas with Surface Imperfections;

ISO 8502-3 - Preparation of Steel Substrates before Application of Paint and Related
Products - Tests for the Assessment of Surface Cleanliness - Part 3: Assessment of Dust on
Steel Surfaces Prepared for Painting (Pressure-Sensitive Tape Method);

ISO 8502-6 - Preparation of Steel Substrates before Application of Paints and Related
Products - Tests for the Assessment of Surface Cleanliness - Part 6: Extraction of Soluble
Contaminants for Analysis - the Bresle method;

ISO 8502-9 - Preparation of Steel Substrates before Application of Paints and Related
Products - Tests for the Assessment of Surface Cleanliness - Part 9: Field Method for the
Conductometric Determination of Water-Soluble Salts;

ISO 8503-4 - Preparation of Steel Substrates before Application of Paints and Related
Products - Surface Roughness Characteristics of Blast-Cleaned Steel Substrates - Part 4:
Method for the Calibration of ISO Surface Profile Comparators and for the Determination of
Surface Profile - Stylus Instrument Procedure;

ISO 8503-5 - Preparation of Steel Substrates before Application of Paints and Related
Products - Surface Roughness Characteristics of Blast-Cleaned Steel Substrates - Part 5:
Replica Tape Method for the Determination of the Surface Profile;

ISO 21809-2 - Petroleum and Natural Gas Industries - External Coatings for Buried or
Submerged Pipelines Used in Pipelines Transportation Systems - Part 2: Single Layer
Fusion-Bonded Epoxy Coatings;

SSPC Guide 15 - Field Methods for Extraction and Analysis of Soluble Salts on Steel and
Other Nonporous Substrates.

3 Termos e Definições

Para os efeitos deste documento aplicam-se os seguintes termos e definições.

3.1
certificado de conformidade
documento expedido pelo fabricante, referente a cada material fornecido, onde são relatados os
testes requeridos nesta Norma, com os respectivos valores típicos

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3.2
certificado de qualidade
documento expedido pelo fabricante, referente a cada lote de material fornecido, onde são relatados
os testes requeridos nesta Norma, com os respectivos valores encontrados

3.3
cliente
empresa que adquire o revestimento aplicado ao tubo

3.4
colarinhos
são as extensões dos tubos a serem soldados, desde a face do “bisel” até o revestimento, localizadas
em ambas as extremidades, as quais são deixadas livres de revestimento

3.5
fabricante
empresa que produz os materiais de revestimento

3.6
FBE (“Fusion Bonded Epoxy”)
epóxi em pó termicamente curável

3.7
“holiday detector”
equipamento utilizado para detectar descontinuidade em revestimentos anticorrosivos não condutores
aplicados sobre substratos metálicos

3.8
lote
quantidade típica de produção de um determinado material de revestimento, definida pelo seu
fabricante, o qual deve informar a metodologia para a definição dele. Essa informação deve ser
enviada ao cliente em um documento em separado, apenas uma vez, salvo se houver mudanças na
sistemática de definição de lote ou alteração na quantidade típica

3.9
materiais de revestimento
matéria prima do revestimento

3.10
parâmetro Rq
parâmetro de rugosidade que corresponde a raiz quadrada da média aritmética do quadrado dos
desvios do perfil (Yi) da linha média, obtida através da seguinte fórmula:


1 N
Rq  Yi 2
N i 1

Onde:
N é o número de leituras;
Yi é o desvio do perfil de rugosidade da linha média.

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3.11
parâmetro RZ DIN ou Ry5
parâmetro de rugosidade de uma superfície metálica, que corresponde à média aritmética dos cinco
valores de rugosidade parcial (Ry), sendo esta a soma dos valores absolutos das ordenadas dos
pontos de maior afastamento, acima e abaixo da linha média, existentes num comprimento de
amostragem

R y (1)  R y ( 2)  R y ( a )  R y ( 4)  R y (5)
Ry5 
5

Onde:
Ry é a rugosidade parcial

3.12
PA
Procedimento de Aplicação

3.13
reinício da produção
novo início do processo de produção de revestimento após interrupção igual ou superior a 1 h

3.14
revestidor
empresa responsável pela aplicação do revestimento no tubo

3.15
turno
jornada de trabalho que não exceda 12 h

4 Condições Gerais

4.1 Na aplicação dos esquemas de revestimentos anticorrosivos previstos nesta Norma devem ser
seguidas as recomendações da PETROBRAS N-13.

4.2 No preparo da superfície devem ser observados os requisitos técnicos contidos na


PETROBRAS N-9.

5 Recebimento, Manuseio, Armazenamento e Transporte de Tubos

5.1 Manuseio dos Tubos Nus e Revestidos

O manuseio dos tubos deve ser feito de modo a se evitar danos que possam comprometer sua
integridade.

Todas as áreas do tubo revestido que entrarem em contato com os acessórios de manuseio devem
ser inspecionadas conforme descrito na seção 6 e reparadas conforme descrito na seção 8.

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5.2 Armazenamento e Estocagem

5.2.1 O armazenamento deve ser feito de modo a se evitar qualquer tipo de dano, contaminação ou
deterioração, que possa comprometer o desempenho do revestimento.

5.2.2 Quando solicitado pelo cliente, o revestidor deve apresentar o procedimento para
armazenamento dos tubos em fábrica.

5.2.3 Deve ser utilizada a ABNT NBR 16212 com relação ao empilhamento dos tubos nus e
revestidos em canteiro.

5.2.4 Deve ser verificada periodicamente a integridade do revestimento em especial as extremidades


com objetivo de evitar a propagação da corrosão. [Prática Recomendada]

5.2.5 Quando os tubos revestidos permanecerem estocados por mais de 1 ano sob a ação do tempo,
o revestimento deve ter suas características originais verificadas por inspeção visual, medição de
espessura e ensaio de aderência. [Prática Recomendada]

5.3 Transporte dos Tubos Revestidos

5.3.1 O transporte dos tubos revestidos deve ser feito de forma a se evitarem danos ao revestimento.

5.3.2 Quando solicitado pelo cliente, o revestidor deve apresentar um procedimento para transporte
de tubo revestido.

6 Método de Aplicação do Revestimento

Para realizar as inspeções, deve haver iluminação adequada (mín. 1 000 lux).

6.1 Preparo da Superfície

6.1.1 Limpeza

6.1.1.1 No caso de imperfeições superficiais como cantos vivos e defeitos de soldagem, devem ser
adotados os padrões de acabamento P3 da ISO 8501-3.

6.1.1.2 A superfície interna dos tubos deve estar isenta de contaminantes que venham a interferir na
qualidade final do revestimento. Caso ocorra, os contaminantes devem ser removidos de acordo com
a ABNT NBR 15158.

6.1.1.3 A contaminação por sais solúveis deve ser verificada de acordo com a
ISO 8502-6 e ISO 8502-9, ou pelo método descrito na subseção 4.6 da SSPC Guide 15. O valor
máximo de contaminação por sais solúveis é de 2 g/cm2, medidos por instrumento eletrônico.

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6.1.2 Jateamento Abrasivo

6.1.2.1 Antes do jateamento, se necessário, o tubo deve ser preaquecido para remover a umidade. A
superfície do tubo deve ser mantida a uma temperatura de pelo menos 3 °C acima do ponto de
orvalho, porém abaixo de 100 °C e a umidade relativa do ar deve ser menor que 85 %, conforme
PETROBRAS N-9.

6.1.2.2 A superfície a ser revestida deve ser submetida ao jateamento abrasivo, conforme
PETROBRAS N-9, padrão mínimo Sa2 1/2 da ISO 8501-1.

6.1.2.3 O perfil de rugosidade deve ser de 70 μm a 100 μm, medido utilizando-se o método “Replica
Tape” segundo a ISO 8503-5 ou método “stylus” segundo a ISO 8503-4 e, neste caso,
considerando-se o parâmetro Rz DIN ou Ry5 e ter natureza angular. Devem ser
realizadas 3 medições em cada extremidade, defasadas de 120° entre si.

6.1.2.4 A contaminação por pó da superfície do tubo jateado não deve exceder o padrão da Figura 2
da ISO 8502-3.

6.1.2.5 Os tubos jateados, limpos e aceitos para revestimento devem ser revestidos dentro de um
período não superior a 2 horas. Adicionalmente, a superfície do tubo deve ser mantida a uma
temperatura de pelo menos 3 °C acima do ponto de orvalho. Quando houver oxidação, ou qualquer
outra contaminação o tubo deve ser novamente jateado.

6.1.2.6 Contaminação da granalha:

a) por óleo ou graxa: deve ser verificada por meio da coleta de uma amostra do “mix” de
granalha dos equipamentos de jato. Essa amostra, de aproximadamente 100 g, deve ser
colocada dentro de um recipiente de vidro limpo, o qual deve ser completado com água
destilada. Após 3 min, deve ser verificada a existência de manchas de óleo ou gordura
na superfície da água;
b) por sais solúveis: deve ser verificada a concentração conforme ASTM D4940 com valor
máximo admissível de 40 ppm.

6.2 Aplicação do Revestimento

NOTA 1 Desde de que acordado entre o cliente e o revestidor, o processo de produção do


revestimento, objeto desta Norma, deve ser executado por profissional qualificado por
organismo reconhecido pelo cliente.
NOTA 2 Para o caso de “spools” flangeados, a face dos flanges e também o “groove” - “Ring Type
Joint” (RTJ), devem ser integralmente revestidos, desde que tenha sido atendida a
subseção 6.1.1.1.
NOTA 3 O colarinho deve ser de 30 mm ± 3 mm, ou outra dimensão acordada entre o revestidor e o
cliente.

6.2.1 Condição 1

Revestimento com finalidade de redução do atrito e destinado a tubos para a construção de


gasodutos no transporte de gás natural não corrosivo.

Aplicar demão única da tinta epóxi “Novolac”, PETROBRAS N-2912, tipo I, por meio de pistola sem
ar. A espessura mínima de película seca deve ser de 150 μm.

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NOTA 1 A especificação do gás natural não corrosivo deve atender aos parâmetros definidos para
fluidos de baixo grau de corrosividade por meio de análises de fluidos e resíduos da
PETROBRAS N-2785.
NOTA 2 Outros produtos e métodos de aplicação podem ser utilizados, desde que aprovados pela
PETROBRAS.

6.2.2 Condição 2

Revestimento com finalidade de minimizar possíveis contaminações do produto transportado,


resultantes de processos de corrosão, destinados a tubos para a construção de oleodutos no
transporte de produtos, tais como: Querosene de Aviação (QAV), Gasolina de Aviação (GAV), etanol
e etileno glicol.

Aplicar demão única da tinta epóxi “Novolac”, PETROBRAS N-2912, tipo I, por meio de pistola sem
ar. A espessura mínima de película seca deve ser de 300 μm.

NOTA Outros produtos e métodos de aplicação podem ser utilizados, desde que aprovados pela
PETROBRAS.

6.2.3 Condição 3

Revestimento com função anticorrosiva e destinado a tubos para a construção de dutos (oleodutos,
gasodutos ou aquedutos) e tubulações industriais, quando especificado no projeto.

Aplicar a tinta epóxi “Novolac”, tipos I, II ou III, PETROBRAS N-2912, por meio de pistola sem ar. A
espessura mínima de película seca deve ser de 400 μm.

NOTA 1 Esta condição tem natureza anticorrosiva sendo necessário proteger também as juntas e os
acessórios de tubulação.
NOTA 2 A tinta epóxi “Novolac”, PETROBRAS N-2912, tipos II ou III, deve resistir ao ensaio de
dobramento conforme Tabela 2.
NOTA 3 Outros produtos e métodos de aplicação podem ser utilizados, desde que aprovados pela
PETROBRAS.

7 Inspeção e Testes de Fabricação

As inspeções devem ser realizadas por inspetores de pintura qualificados conforme a


ABNT NBR 15218.

Não devem ser aceitos defeitos, descritos na PETROBRAS N-13, que comprometam a integridade da
película.

7.1 Inspeção das Tintas

As tintas devem ser inspecionadas de acordo com a PETROBRAS N-13. As tintas que não
atenderem devem ser rejeitadas.

7.2 Inspeção e Ensaios para a Produção do Revestimento

Devem ser realizadas inspeções e ensaios, conforme o estabelecido na Tabela 1.

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Tabela 1 - Inspeção e Testes para a Produção do Revestimento

Inspeção Critério/item Frequência/amostragem Providência


Recebimento, manuseio e
5 Todos os tubos (Ver nota 1)
armazenamento dos tubos nus
Limpeza dos tubos antes do
6.1.1.2 Todos os tubos (Ver nota 2)
jateamento
Contaminação por sais solúveis 6.1.1.3 No início de cada turno (Ver nota 9)
No início de cada turno e a
Contaminação da granalha 6.1.2.6 (Ver notas 3 e 6)
cada 4 h.
Condições ambientais antes do No início do turno ou reinício
6.1.2.1 (Ver nota 4)
jato da produção e a cada 1 h
Condições ambientais antes da No início do turno ou reinício
PETROBRAS N-13 (Ver nota 5)
aplicação do revestimento da produção e a cada 1 h
Grau de acabamento da No início do turno ou reinício
6.1.2.2 (Ver notas 3 e 5)
superfície jateada da produção e a cada 1 hora
No início do turno ou reinício
Perfil de rugosidade 6.1.2.3 (Ver notas 3 e 11)
da produção e a cada 1 hora
No início do turno ou reinício
Contaminação por poeira 6.1.2.4 (Ver nota 6 e 12)
da produção e a cada 1 hora
Visual do revestimento 7 Todos os tubos Seção 7
Espessura de película úmida PETROBRAS N-13 Todos os tubos (Ver nota 13)
Espessura de película seca 6.2 Todos os tubos (Ver nota 14)
Identificação dos tubos
9 Todos os tubos (Ver notas 7 e 8)
revestidos
Determinação de
descontinuidade “Holiday Tabela 2 Todos os tubos (Ver nota 10)
detector”
Três testes no início do
Aderência “pull off” Tabela 2 turno e após alteração de (Ver nota 15)
processo
NOTA 1 Os tubos com qualquer tipo de dano ou deterioração que possa comprometer o
desempenho do revestimento não podem ser revestidos até serem reparados.
NOTA 2 Os tubos que não estiverem limpos não podem ser jateados.
NOTA 3 A produção deve ser interrompida, a granalha deve ser trocada e os equipamentos utilizados
no processo devem ser limpos.
NOTA 4 O tubo não deve ser jateado.
NOTA 5 O tubo não deve ser revestido, e ser rejateado caso ocorra oxidação da superfície.
NOTA 6 Se houver falha um procedimento de verificação deve ser iniciado com o objetivo de
assegurar que os tubos já revestidos estejam em conformidade com os requisitos de
aderência (conforme tabela 2).
NOTA 7 Conforme acordado entre a PETROBRAS e a empresa aplicadora do sistema do
revestimento.
NOTA 8 Os tubos não podem ser liberados sem a identificação.
NOTA 9 Os tubos contaminados não podem ser revestidos. Devem ser lavados com água doce sob
alta pressão à, no mínimo, 21 MPa (3 000 psi) ou com ácido fosfórico até ter o nível de sais
estabelecido no 6.1.1.3.
NOTA 10 Caso seja detectada até duas descontinuidades, o revestimento deve ser reparado, de
acordo com o procedimento de aplicação aprovado. Acima de duas descontinuidades, o
revestimento deve ser refeito.
NOTA 11 O tubo deve ser rejateado.
NOTA 12 Os tubos devem ser limpos.
NOTA 13 Se for detectado que a espessura está fora da especificação, o processo deve ser corrigido.
NOTA 14 O revestimento deve ser rejeitado.
NOTA 15 Se houver falha, um procedimento de verificação deve ser iniciado com o objetivo de
delimitar a irregularidade. Todos os revestimentos com falha devem ser rejeitados. O
processo deve ser corrigido antes do reinício da produção.

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7.3 Inspeção e Ensaios no Revestimento

As inspeções e ensaios, realizados no revestimento e em painéis de teste fixados no interior dos


tubos devem atender à Tabela 2.

Tabela 2 - Inspeção e Testes no Sistema Revestimento

Inspeção Critério/item Método de ensaio


Inspeção visual do revestimento 7 ABNT NBR 14847
Espessura da película seca 6.2 ABNT NBR 10443
Rugosidade da película seca (parâmetro Rq) (ver nota 1) Máx. 7 m (Ver nota 5)
Determinação de descontinuidade” (Ver nota 2) PETROBRAS N-13
Dobramento a 2,5º / “pipe diameter length” (PDL) a 23 ± 2 ºC Sem trincas ISO 21809-2
Condições 1 e 2:
12 MPa
Aderência “Pull off” (ver notas 3 e 4) PETROBRAS N-13
Condição 3:
15 MPa
NOTA 1 Ensaio realizado para Condição 1.
NOTA 2 Caso seja detectada até duas descontinuidades, o revestimento deve ser reparado, de
acordo com o procedimento de aplicação aprovado.
NOTA 3 O teste deve ser considerado aprovado se atingidas uma das condições abaixo:
- o valor da tensão mínima de tração, sem apresentar falha tipo A/B;
- qualquer valor acima de 20 % da tensão mínima de tração, apresentando qualquer tipo
de falha.
NOTA 4 O equipamento e adesivo devem ser selecionados para atender pelo menos 20 % acima
da tensão mínima de tração.
NOTA 5 Devem ser realizadas 3 medições em cada extremidade, defasadas de 120° entre si.

8 Reparos no Revestimento Aplicado

8.1 Os reparos no revestimento devem ser executados em conformidade com os métodos


estabelecidos no procedimento elaborado pelo aplicador e aprovado pela PETROBRAS.

8.2 As áreas onde foram fixados os painéis para testes devem ser reparadas.

9 Identificação dos Tubos Revestidos

A identificação nos tubos deve ser feita externamente, em posição previamente acordada entre a
PETROBRAS e a empresa aplicadora do revestimento. A identificação deve conter as seguintes
informações:

a) logotipo ou nome da empresa aplicadora;


b) tipo de revestimento;
c) data da aplicação do revestimento;
d) código de rastreabilidade.

NOTA 1 A identificação original interna, feita pelo fabricante do tubo, deve ser transferida para a
superfície externa do tubo. Se durante o processo de aplicação do revestimento interno a
identificação externa for danificada, esta deve ser refeita.
NOTA 2 Para tubulações flangeadas, outras identificações podem ser utilizadas desde que
aprovadas pela PETROBRAS.

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10 Documentação de Produção

O revestidor deve apresentar uma documentação de produção contendo, no mínimo:

a) especificação dos materiais de revestimento;


b) certificado de conformidade dos materiais de revestimento;
c) certificado de qualidade dos materiais de revestimento;
d) procedimento de aplicação do revestimento;
e) lista de equipamentos de produção;
f) lista de instrumentos de medição devidamente calibrados;
g) plano de inspeção e testes aprovado;
h) registros das inspeções e testes realizados durante o recebimento dos materiais de
revestimento;
i) registros das inspeções e testes do processo de produção com as respectivas
empresas que realizaram os testes;
j) registros dos reparos realizados;
k) registros das não conformidades;
l) registro de pedidos de concessão.

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Anexo A - Procedimento de Aplicação do Revestimento

A.1 Objetivo

Estabelecer um descritivo de todas as atividades do processo de produção do revestimento contendo


um PA e um PIT.

A.2 Procedimento de Aplicação (PA)

O revestidor deve apresentar um PA, a ser aprovado pela PETROBRAS, contendo, no mínimo, os
seguintes itens:

a) identificação da planta;
b) documentos técnicos e normas nos quais foi baseado o PA;
c) escopo do PA;
d) tipo de revestimento;
e) lista dos instrumentos de medição, devidamente calibrados;
f) lista dos equipamentos a serem utilizados;
g) plano de recebimento, armazenamento e transporte dos materiais de revestimento e
tubos nus;
h) procedimento de aplicação do revestimento, contemplando:
— limpeza dos tubos;
— jateamento da superfície citando perfil de rugosidade, grau de preparação e
materiais utilizados;
— método de aplicação do material de revestimento;
— método de cura;
— método de preparo das extremidades do tubo;
i) procedimento para execução de reparos no revestimento aplicado;
j) sistema de identificação dos tubos revestidos;
k) plano de manuseio e armazenamento dos tubos revestidos;
l) plano de proteção das extremidades de tubos nus e revestidos, flangeados ou não;
m) empresa responsável pelos testes.

A.3 Plano de Inspeção e Teste (PIT)

O revestidor deve apresentar um PIT, a ser aprovado pela PETROBRAS, contendo, no mínimo, os
seguintes itens:

a) dimensões dos tubos (diâmetro e espessura);


b) métodos de inspeção e testes, indicados nesta norma, durante o recebimento do
material de revestimento, na produção e no revestimento aplicado contemplando:
— frequência de realização da inspeção;
— critérios de aceitação;
— nível de inspeção;
— quantidade dos corpos de prova;
c) método para execução de reparos no revestimento aplicado.

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Anexo B - Qualificação do Procedimento de Aplicação do Revestimento

B.1 O processo de qualificação do procedimento deve ser detalhado em um Plano de Qualificação,


elaborado pelo aplicador do revestimento, o qual deve conter, pelo menos, as seguintes informações:

a) o procedimento de aplicação;
b) os certificados de qualidade do revestimento;
c) a dimensão e quantidade dos corpos-de-prova;
d) os critérios de aceitação e rejeição;
e) o local e o cronograma de execução dos ensaios de qualificação.

B.2 A qualificação do procedimento deve ser realizada e concluída pela empresa aplicadora, às suas
expensas e com acompanhamento de técnicos da PETROBRAS ou por profissionais por ela
credenciados, antes do início das atividades de produção do revestimento em fábrica.

B.3 A PETROBRAS, ou seu representante, deve testemunhar todos os testes e inspeções de


qualificação realizadas nos revestimentos, durante a qualificação em fábrica e após o revestimento
aplicado.

B.4 A qualificação do procedimento de aplicação deve ser interrompida, pelo técnico da


PETROBRAS ou seu representante, quando qualquer teste ou inspeção realizado apresentar
resultado inaceitável, devendo todo o processo ser recomeçado. Durante uma nova qualificação, o
revestimento que já tiver atendido ao B.5 desta Norma pode ser dispensada de novos testes de
laboratório. O procedimento deve ser considerado qualificado quando todos os testes e inspeções
estiverem em conformidade com os requisitos estabelecidos nesta Norma.

B.5 Os revestimentos a serem utilizados devem ser submetidos a testes de laboratório, de modo a se
verificar se atendem aos requisitos da PETROBRAS N-2912. No caso da utilização de outros
revestimentos, estes devem ser aprovados pela PETROBRAS.

B.6 Na fase de qualificação do procedimento de aplicação, 5 tubos inteiros devem ser revestidos, em
conformidade com o procedimento de aplicação e, em cada um deles, devem ser realizados e
registrados todos os ensaios e inspeções definidos nas Tabelas 1 e 2 desta Norma, independente
das frequências estabelecidas em suas respectivas tabelas.

B.7 Os ensaios de qualificação, definidos nas Tabelas 1 e 2 desta Norma, devem ser refeitos em
outros 5 tubos inteiros, pela empresa aplicadora, sempre que houver alterações de algum dos
seguintes parâmetros:

a) marca comercial do revestimento;


b) grau de preparação da superfície;
c) perfil de rugosidade do tubo jateado.

B.8 Concluídos os trabalhos de qualificação do procedimento, a empresa aplicadora do revestimento


deve emitir, para aprovação da PETROBRAS e antes do início das atividades de produção, um
Dossiê de Qualificação, em formato digital, devidamente identificado contendo, no mínimo, as
seguintes informações e/ou documentos:

a) fornecedores dos materiais de revestimento;


b) especificação dos materiais de revestimento;
c) certificado de qualidade dos materiais de revestimento;
d) procedimento de aplicação do revestimento;

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e) equipamentos e instrumentos de medição do processo de aplicação (com os respectivos


certificados de calibração vigentes);
f) espessura do revestimento aplicado;
g) grau de preparação da superfície;
h) perfil de rugosidade do tubo jateado;
i) perfil de rugosidade do revestimento (somente para a condição 1);
j) registros das inspeções e ensaios realizados durante o processo de qualificação,
contendo resultados e as respectivas empresas que realizaram os ensaios.

B.9 Na etapa de qualificação do revestimento, havendo defeitos, em pelo menos 1 dos 5 tubos em
teste, o técnico da PETROBRAS, ou seu representante, deve dar por encerrado o processo de
qualificação.

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ÍNDICE DE REVISÕES

REV. A
Partes Atingidas Descrição da Alteração

Todas Revisadas

REV. B
Partes Atingidas Descrição da Alteração

Todas Revisadas

IR 1/1

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