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Data:_____/_____/_____ Turma:_______
Disciplina: Português Professora: Ana Paula
Orientações:
1. Essa apostila tem o objetivo de auxiliar seus estudos para a Maratona
Intelectual na disciplina de Língua Portuguesa.
2. Leia o material com atenção e responda às questões.
3. Confira o gabarito para ver se suas respostas estão corretas.
4. Anote suas dúvidas e converse com a professora da disciplina sobre elas.
5. Bons estudos!
O gênero crônica (do grego cronos -‘ tempo’) surgiu como um texto em que se relatava fatos verídicos
relacionados à nobreza – seu dia a dia, seus feitos etc. Organizada numa sequência cronológica linear, a
narrativa possuía considerável extensão, variando de autor para autor, mas mantendo a característica de não
ser um texto curto.
A partir do século XIX, a crônica ganha outros contornos: autores renomados “recriam” o gênero, que passa
a registrar (em livros, jornais, folhetins) reflexões sobre a vida social, os costumes, o cotidiano etc. de seu
tempo.
Por essa época, passou a circular com maior frequência em jornais, que se tornou, para alguns estudiosos, o
meio (suporte) de “excelência” do gênero. Realizada num espaço predeterminado – coluna do jornal –,
exigia uma narrativa que fosse breve, determinando assim que se fosse apresentada em poucos parágrafos.
Diversos são os tipos de crônica (ficcional ou não): policial, esportiva, política, jornalística etc. Para ilustrar,
vejamos algumas características de uma crônica literária.
O pavão
Eu considerei a glória de um pavão ostentando o esplendor de suas cores; é um luxo imperial. Mas andei
lendo livros, e descobri que aquelas cores todas não existem na pena do pavão. Não há pigmentos. O que
há são minúsculas bolhas d'água em que a luz se fragmenta, como em um prisma. O pavão é um arco-íris
de plumas.
Em tom de conversa (interlocução direta com o leitor), o narrador, aqui também personagem, em
poucas linhas apresenta a trama (em geral sem grandes conflitos) de sua história. As personagens, na
maior parte do tempo, são organizadas em função das reflexões do narrador, ou seja, não são exploradas
em profundidade - diferentemente do conto.
Eu considerei que este é o luxo do grande artista, atingir o máximo de matizes com o mínimo de elementos.
De água e luz ele faz seu esplendor; seu grande mistério é a simplicidade. [...]
BRAGA, Rubem. O Pavão. In: 200 crônicas escolhidas. 35. ed. Rio de Janeiro, Record, 2002.
Note que o narrador chama a atenção para o fato de se construir arte com o mínimo de elementos –
podemos considerar este trecho como uma metacrônica, isto é, uma crônica explicando o ideal a ser
atingido numa crônica – a simplicidade.
Sendo assim, a crônica seria tal como um causo, recolhendo da vida diária algo que passa despercebido
(o registro de um flagrante).
Atividades:
Atividades
1- Logo no início da crônica, o autor faz uma advertência sobre:
a) a simplicidade da história.
b) a veracidade da história.
c) a beleza da história.
d) a importância da história.
3- No segundo parágrafo, o autor diz que “o destino dos cachorros ´é esse mesmo de se tornarem
propriedade dos homens”. Qual das alternativas abaixo traduz melhor a expressão usada pelo autor?
a) Por causa da fidelidade, o cão sempre é acolhido pelo homem.
b) Por não poder sobreviver sozinho, o cão acaba sendo acolhido pelo homem.
c) Todo cão sempre busca a companhia do homem.
d) Todo cão recebe proteção do homem por causa de sua fidelidade.
4- Ao chegar a Quixadá, a personagem procurou a comissão de socorro a fim de que, através dela:
a) conseguisse matar a fome.
b) conseguisse trabalho em Quixadá.
c) conseguisse dinheiro.
d) pudesse seguir viagem.
5- No final da crônica, a atitude que a personagem assume, e que nos fez admirá-la ainda mais, é de:
a) renúncia, decisão e gratidão.
b) insistência, decisão e gratidão.
c) renúncia, indecisão e agradecimento.
d) paciência, indecisão e gratidão.
Os americanos, através do radar, entraram em contato com a Lua, o que não deixa de ser emocionante.
Mas o fato mais importante da semana aconteceu com o meu pé de milho.
Aconteceu que no meu quintal, em um monte de terra trazido pelo jardineiro, nasceu alguma coisa que
podia ser um pé de capim – mas descobri que era um pé de milho. Transplantei-o para o exíguo canteiro
na frente da casa. Secaram as pequenas folhas, pensei que fosse morrer. Mas ele reagiu. Quando estava
do tamanho de um palmo veio um amigo e declarou desdenhosamente que na verdade aquilo era capim.
Quando estava com dois palmos veio outro amigo e afirmou que era cana.
Sou um ignorante, um pobre homem de cidade. Mas eu tinha razão. Ele cresceu, está com dois metros,
lança as suas folhas além do muro – e é um esplêndido pé de milho. Já viu o leitor um pé de milho? Eu
nunca tinha visto. Tinha visto centenas de milharais – mas é diferente. Um pé de milho sozinho, em um
canteiro, espremido, junto do portão, numa esquina de rua – não é um número numa lavoura, é um ser
vivo e independente.
[...]
BRAGA, Rubem. Um pé de milho. In: Melhores crônicas de Rubem Braga. Seleção de Carlos Ribeiro.
São Paulo: Global, 2013, e-book. fragmento.
6 - O texto “Um pé de milho”, de Rubem Braga, pode ser classificado como uma crônica porque:
a) a linguagem utilizada é erudita, rebuscada.
b) apresenta um fato corriqueiro, da vida cotidiana.
c) o foco narrativo está em primeira pessoa.
d) o pé de milho possui características humanas.
Noticiam os jornais que a polícia prendeu dois vadios e, de acordo com as leis e o código, processou-os
por vadiagem. Até aí a coisa não tem grande importância. Em toda a sociedade, há de haver por força
vadios. Uns, por doença nativa; outros, por vício. Tem havido até vadios bem notáveis.
Dante foi um pouco vagabundo; Camões, idem; Bocage também; e muitos outros que figuram nos
dicionários biográficos e têm estátua na praça pública.
Não vem, tudo isto ao caso; mas uma ideia puxa outra...
O que há de curioso no caso de polícia de que vos falei, é que os tais vadios logo se prontificaram a
prestar fiança de quinhentos-réis, cada um, para se defenderem soltos. Como é isto? Vagabundos
possuidores de tão importante quantia? Há muito homem morigerado e trabalhador, por aí, que nunca
viu tal dinheiro.
Deve haver engano, por força.
De resto, se não o há, sou de parecer que a tal lei está malfeita.
O legislador nunca devia admitir que vadios, homens que nada fazem, portanto não ganham, pudessem
dispor de dinheiro, e dinheiro grosso, para se afiançarem.
Ou eles o têm e obtiveram-no por meios e, portanto, não são vadios; ou, tendo-o e não trabalhando, são
coisas muito diferentes de simples vadios.
Quem cabras não tem e cabritos vende...
Não sou, pois, bacharel, jurista, nem rábula e fico aqui.
BARRETO, Lima. Como é? In: Crônicas. Disponível em:
<http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bi000173.pdf>. Acesso em: abr. 2017.
7- Qual trecho da crônica apresenta o fato que mais chamou a atenção no noticiário dos jornais e que
levou o autor a escrever o texto?
Morando sozinha e indo à cidade em um dia de festa, uma senhora de Ipanema teve a sua bolsa
roubada, com todas as suas joias dentro. No dia seguinte, desesperada de qualquer eficiência policial,
recebeu um telefonema:
— É a senhora de quem roubaram a bolsa ontem?
— Sim.
— Aqui é o ladrão, minha senhora.
[...]
CAMPOS, Paulo Mendes. Os bons ladrões. In: Para gostar de ler – crônicas. São Paulo: Ática, p. 54.
Fragmento.
8 - O narrador da crônica é:
INTENCIONALIDADE DISCURSIVA
Observe a piada abaixo:
- Por favor! Me joga uma corda que eu estou me afogando!
- E além disso ainda quer se enforcar?
Nessa situação, a comunicação entre os interlocutores não ocorre com sucesso. Ao pedir a corda, o
locutor deseja ser socorrido, prendendo-se a ela. O interlocutor, entretanto, interpreta sua pergunta como
se o locutor desejasse se enforcar. O humor é extraído do fato de as personagens não levarem em conta
um princípio básico das interações verbais: a intencionalidade discursiva de seus interlocutores.
Toda vez que interagimos com outras pessoas por meio da linguagem, sempre há em nossa fala uma
intenção de modificar o pensamento ou o comportamento de nossos interlocutores.
Intencionalidade discursiva são as intenções, explícitas ou implícitas, existentes na linguagem dos
interlocutores que participam de uma situação comunicativa. O sucesso de nossas interações verbais,
seja na condição de locutor, seja na de interlocutor, depende muito de nossa capacidade de lidar com a
intencionalidade. Por meio dela podemos, por exemplo, impressionar, ofender, persuadir ou informar
nosso interlocutor; podemos também pedir, solicitar, implorar, reivindicar, etc.
A intencionalidade discursiva não se restringe ao enunciado propriamente dito; ela se define também a
partir de outros componentes que participam da situação comunicativa, como quem fala, para quem se
fala e em que contexto sócio-histórico é produzido o enunciado.
Questões:
Enem 2012
Cartaz afixado nas bibliotecas centrais e setoriais da Universidade Federal de Goiás (UFG), 2011
A obesidade não é mais apenas um problema estético [...]. O excesso de peso pode provocar o
surgimento de vários problemas de saúde como diabetes, problemas cardíacos e a má-formação do
esqueleto.
Cerca de 15% das crianças e 8% dos adolescentes sofrem de problemas de obesidade, e oito em cada
dez adolescentes continuam obesos na fase adulta.
As crianças em geral ganham peso com facilidade devido a fatores tais como: hábitos alimentares
errados, inclinação genética, estilo de vida sedentário, distúrbios psicológicos, problemas na
convivência familiar, entre outros.
As pessoas dizem que crianças obesas ingerem grande quantidade de comida. Essa afirmativa nem
sempre é verdadeira, pois em geral as crianças obesas usam alimentos de alto valor calórico que não
precisa ser em grande quantidade para causar o aumento de peso.
[...]
10 - De acordo com a estrutura e a linguagem utilizada, podemos concluir que a intenção principal do
texto é:
A) divulgar dados estatísticos sobre obesidade e suas consequências.
B) instruir as crianças e os adolescentes sobre o modo de comer.
C) convencer o leitor acerca de um ponto de vista.
D) emocionar o leitor tratando de crianças obesas.
Teatro do Instituto de Artes segue interditado. Disponível em: . Acesso: nov. 2016. (Fragmento).
Referência:
Disponível em: . Acesso em: ago. 2016.
Reunindo os elementos verbais e não verbais, o cartaz permite inferir que
A) a limpeza doméstica elimina o problema da proliferação do mosquito da dengue.
B) a prática da jardinagem auxilia a eliminação dos focos do mosquito da dengue.
C) as gestantes devem praticar o aborto caso sejam infectadas pelo mosquito da dengue.
D) é preciso promover o reflorestamento para que o mosquito da dengue seja extinto.
E) um dos criadouros do mosquito da dengue é a água acumulada no fundo dos vasos.
Leia o cartaz e responda à questão.
Conotação e denotação
Perceba que nas duas frases aparece a palavra “flor”. Mas elas estão empregadas em um mesmo sentido?
Não, certo? E qual é a diferença? Veja que, na primeira frase, a palavra “flor” está empregada no seu sentido
real, objetivo, literal, dicionarizado; já na segunda frase, o termo “flor” aparece no sentido figurado,
subjetivo, o que é muito comum na Literatura.
Na primeira frase, “flor” aparece no sentido denotativo; já na segunda frase, o termo é empregado no sentido
conotativo.
Denotação
Quando nós usamos as palavras no seu significado real, isto é, aquele que encontramos no dicionário,
estamos diante de uma linguagem denotativa. A linguagem denotativa não permite múltiplas interpretações,
e sim apenas uma, sendo voltada para a objetividade.
Nós encontramos a linguagem denotativa em vários textos do nosso cotidiano, como em uma reportagem,
entrevista, dentre outros.
O Carnaval de rua, tradição de Diamantina, no Vale do Jequitinhonha, vai reunir uma multidão nas
ladeiras de pedra em busca de diversão. A cidade tem um dos carnavais mais tradicionais de Minas com
festa para todos os gostos: shows de axé, samba, funk, pop rock, blocos caricatos, grupos de percussão e as
baladas nas repúblicas.
No palco principal, se revezam de sexta (13) a terça-feira (17) as apresentações de Jota Quest, Sambô,
Inimigos da HP, Biquini Cavadão e Wilson Sideral. Todas as tardes e noites, as bandas locais Bartucada e
BatCaverna fazem a alegria da galeria com sucessos em ritmo de Carnaval. (…) (Fonte: R7)
Perceba que o trecho acima nos informa de algo que ainda vai acontecer, sendo passível de apenas uma
interpretação.
Conotação
Quando determinada palavra é utilizada com um sentido diferente daquele que lhe é comum, nós estamos
diante de uma linguagem conotativa. Além de ser bastante explorada na Literatura, a conotação é empregada
em letras de músicas, anúncios publicitários, conversas do nosso cotidiano etc.
Para demonstrar que tanto a conotação quanto a denotação são bastante exploradas no nosso dia a dia, leia o
exemplo a seguir:
Observe que, no exemplo acima, podemos interpretar o enunciado de duas maneiras: entender que Marina
sofreu algum acidente e fraturou o rosto, ou que ela não se deu bem em determinada situação.
A) No período dos reis católicos, a Espanha empreendeu uma política de financiamento de explorações
marítimas, rivalizando poder com Portugal. (___)
B) Meu coração tropical está coberto de neve, mas ferve em seu cofre gelado, a voz vibra e a mão escreve
mar. (João Bosco / Aldir Blanc) (___)
C) Nas tuas mãos trazias o meu mundo. Para mim dos teus gestos escorriam estrelas infinitas... (Sophia de
Mello Breyner Andresen) (___)
E) O passaporte brasileiro é o documento oficial, emitido pelo Departamento de Polícia Federal, que
identifica o cidadão brasileiro perante as autoridades de outros países. (___)
F) Minh´alma de sonhar-te anda perdida, meus olhos andam cegos de te ver... (Florbela Espanca) (___)
G) Técnico realiza treino tático e repete formação que empatou o último jogo. (___)
J) Este medicamento é indicado para o alívio das manifestações inflamatórias das dermatoses, quando
complicadas por infecção secundária. (___)