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PRODUÇÃO DE

TEXTO
Professora Ana Paula Delezuk
INTRODUÇÃO AO TEXTO
DISSERTATIVO-ARGUMENTATIVO
 Cada tema/polêmica apresenta mais de um ponto de vista;
 O texto dissertativo- argumentativo, geralmente, evidencia
os dois pontos de vista e defende um deles OU chega em
um “meio termo”;
 Ao argumentar, somos influenciados pelo que lemos/
vemos/ ouvimos;
 Argumentar/Refletir criticamente sobre um tema nos
possibilita exercer a empatia;
INTRODUÇÃO AO TEXTO
DISSERTATIVO-ARGUMENTATIVO
 É o texto em que defendemos
uma ideia, opinião ou ponto de
vista, uma tese, procurando fazer
com que nosso ouvinte/leitor
aceite-a, creia nela.
O texto dissertativo-argumentativo é um
texto opinativo que se organiza na defesa
de um ponto de vista sobre determinado
assunto. Nele, a opinião do autor é
fundamentada com explicações e
argumentos.
 Num texto argumentativo,
distinguem-se três componentes: a
tese, os argumentos e as
estratégias argumentativas.
TESE OU PROPOSIÇÃO
 É a ideia que defendemos,
necessariamente polêmica, pois a
argumentação implica divergência
de opinião.
ARGUMENTOS
 Os argumentos de um texto são facilmente
localizados:

Identificada a tese, faz-se a pergunta por quê?


 Ex.: o autor é contra a pena de morte (tese).
 Porque ... (argumentos).
ESTRATÉGIAS
ARGUMENTATIVAS
 Recursos utilizados para envolver o
leitor/ouvinte, para convencê-lo melhor,
para gerar credibilidade, etc.
 Formulação de argumentos: fatos,
exemplos, dados estatísticos,
testemunhos, etc.
TEXTO DISSERTATIVO-ARGUMENTATIVO:
CONSIDERAÇÕES
 Escrever um título original/criativo
 Mínimo 3 parágrafos: Introdução, Desenvolvimento, Conclusão;
 Não usar expressões como: Na minha opinião, eu acho que – escreva
sua opinião de forma direta;
 Em um texto dissertativo argumentativo, você deve imaginar que o leitor
NÃO leu os textos-base, por isso, se você mencionar esses textos,
precisa estar bem referenciado;
 Usar conectivos/conjunções para relacionar as ideias e os parágrafos:
“”portanto”; “além disso”, “dessa forma”, “afinal”, “embora”, “nesse
sentido”, entre outros.
INTRODUÇÃO
 A introdução equivale ao primeiro parágrafo. Nessa
parte você fará a apresentação do problema e de
suas principais abordagens. Sua tese principal
também deve estar aqui. Os argumentos que vão
explicar e defender seu ponto de vista estarão nos
parágrafos seguintes. Dessa forma, você irá
direcionar o olhar do leitor para seguir sua linha de
raciocínio.
DESENVOLVIMENTO
 Os dois ou três parágrafos depois da introdução compõem o
desenvolvimento. É a partir do segundo parágrafo que você
vai defender a tese apresentada na introdução.

 Cada parágrafo do desenvolvimento deve apresentar


argumentos que sustentem as afirmações anteriores. Dessa
forma, será possível analisar de forma profunda e
contextualizar sua ideia principal.
CONCLUSÃO
 No parágrafo final da dissertação, você deve retomar o que
apresentou na introdução, de modo a reforçar o problema
discutido até aqui. A diferença é que na conclusão, você
apresentará soluções sobre as questões levantadas
anteriormente.

 As frases-chave de cada parágrafo também serão


retomadas. Dessa forma, quando o leitor terminar a leitura,
estará certo de que você propõe as melhores soluções
possíveis para os problemas apresentados ao longo do
texto.
EXEMPLO 1 – TEXTO QUE TIROU NOTA MÁXIMA NO ENEM DE 2015, CUJO TEMA ERA “A PERSISTÊNCIA DA
VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER;

Conserva a Dor
Caio Nobuyoshi Koga

O Brasil cresceu nas bases parternalistas da sociedade europeia,


visto que as mulheres eram excluídas das decisões políticas e sociais,
inclusive do voto. Diante desse fato, elas sempre foram tratadas
como cidadãs inferiores cuja vontade tem menor validade que as
demais. Esse modelo de sociedade traz diversas consequências,
como a violência contra a mulher, fruto da herança social
conservadora e da falta de conscientização da população. (Tema +
Problema + Tese)
ARGUMENTO 1
 Casos relatados cotidianamente evidenciam o conservadorismo do
pensamento da população brasileira. São constantes as notícias
sobre o assédio sexual sofrido por mulheres em espaços públicos,
como no metrô paulistano. Essas ações e a pequena reação a fim de
acabar com o problema sofrido pela mulher demonstram a
normalidade da postura machista da sociedade e a permissão velada
para o seu acontecimento. Esses constantes casos são frutos do
pensamento machista que domina a sociedade e descende
diretamente do paternalismo em que cresceu a nação. (Causa do
problema)
ARGUMENTO 2
Devido à postura machista da sociedade, a violência contra a
mulher permanece na contemporaneidade, inclusive dentro do
Estado. A mulher é constantemente tratada com inferioridade pela
população e pelos próprios órgãos públicos. Uma atitude que
demonstra com clareza esse tratamento é a culpabilização da
vítima de estupro que, chegando à polícia, é acusada de causar a
violência devido à roupa que estava vestindo. A violência se torna
dupla, sexual e psicológica; essa, causada pela postura adotada
pela população e pelos órgãos públicos frente ao estupro, causando
maior sofrimento à vítima. (Consequências do problema)
CONCLUSÃO
 O pensamento conservador, machista e misógino é fruto do
patriarcalismo e deve ser combatido a fim de impedir a violência
contra aquelas que historicamente sofreram e foram oprimidas.
Para esse fim, é necessário que o Estado aplique corretamente a lei,
acolhendo e atendendo a vítima e punindo o violentador, além de
promover a conscientização nas escolas sobre a igualdade de gênero
e sobre a violência contra a mulher. Cabe à sociedade civil, o apoio
às mulheres e aos movimentos feministas que protegem as
mulheres e defendem os seus direitos, expondo a postura machista
da sociedade. Dessa maneira, com apoio do Estado e da sociedade,
aliado ao debate sobre a igualdade de gênero, é possível acabar com
a violência contra a mulher. (Conclusão)
EXEMPLO – TEXTO QUE TIROU NOTA MÁXIMA NO ENEM DE
2016, CUJO TEMA ERA “CAMINHOS PARA COMBATER A
INTOLERÂNCIA RELIGIOSA NO BRASIL;

Segundo a atual Constituição Federal, o Brasil é um país de


Estado laico, ou seja, a sociedade possui o direito de exercer
qualquer religião, crença ou culto. Entretanto, essa liberdade
religiosa encontra-se afetada, uma vez que é notório o
crescimento da taxa de violência com relação à falta de tolerância
às diferentes crenças. Assim, diversas medidas precisam ser
tomadas para tentar combater esse problema, incitando uma
maior atenção do Poder Público, juntamente com os setores
socialmente engajados, e das instituições formadoras de opinião.
ARGUMENTO 1
Nesse contexto, vale ressaltar que a intolerância religiosa é um
problema existente no Brasil desde séculos passados. Com a chegada das
caravelas portuguesas, as quais trouxeram os padres jesuítas, os índios
perderam a sua liberdade de crença e foram obrigados, de maneira
violenta, a se converter ao catolicismo, religião a qual era predominante
na Europa. Além disso, os africanos escravizados que aqui se encontravam
também foram impedidos de praticar seus cultos religiosos, sendo punidos
de forma desumana caso desrespeitassem essa imposição. Atualmente,
constata-se que grande parcela da população brasileira herdou essa forma
de pensar e de agir, tratando pessoas que acreditam em outras religiões de
maneira desrespeitosa e, muitas vezes, violenta, levando instituições
públicas e privadas à busca de soluções para reverter isso.
ARGUMENTO 2
Sob esse viés, ressalta-se que algumas ações já foram realizadas,
como a criação da lei de proteção ao sentimento religioso e à prática de
diferentes cultos. Entretanto, as medidas tomadas até então não são
suficientes para inibir essa problemática, uma vez que a fraca punição
aos criminosos e a falta de conscientização da sociedade são alguns dos
principais motivos que ocasionam a persistência de atos violentos em
decorrência da intolerância religiosa. Outrossim, a falta de comunicação
dos pais e das escolas com os jovens sobre esse assunto é um agravante
do problema, aumentando as possibilidades destes agirem de maneira
desrespeitosa.
CONCLUSÃO
Diante disso, para combater a intolerância religiosa, cabe ao Governo
intensificar esforços, criando leis específicas e aumentando o tempo de punição
para quem comete qualquer tipo de violência devido à religião. Ademais, é
necessária a criação de campanhas midiáticas governamentais de
conscientização, com o apoio da imprensa socialmente engajada, e a divulgação
destas através dos diversos meios de comunicação e das redes sociais, que
mostrem a importância do respeito à liberdade de escolha e às diferentes crenças,
uma vez que o Brasil é um país com inúmeros grupos e povos, cada um com seus
costumes. Além disso, a participação das instituições formadoras de opinião é de
grande importância para a educação dos jovens com relação ao respeito às
diferentes religiões, com as escolas realizando palestras e seminários sobre o
assunto e as famílias intensificando os diálogos em casa.
Giovanna Tami Soares Takahashi

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