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Enfermagem Materno-Infantil
CENTRO INTEGRADO DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL
COORDENAÇÃO DO CURSO TÉCNICO EM ENFERMAGEM
ENFERMAGEM MATERNO-INFANTIL
Enfermagem Materno-Infantil 2
UNIDADE VI - A INSTRUMENTALIZAÇÃO DA EQUIPE DE ENFERMAGEM PARA CUIDAR EM PEDIATRIA
6.1- Relacionamento e comunicação com a criança e sua familia
6.2- Reações da criança a Hospitalização e o papel da Equipe de Enfermagem
6.3- O processo de enfermagem centrado na criança e na família.
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DIAGNÓSTICO DA GRAVIDEZ
É importante enfatizar que uma informação essencial que deve constar explicitamente no cartão da
gestante é o nome do hospital de referência para o parto ou intercorrências durante a gestação. Se, no
decorrer da gestação, surgir alguma situação que caracterize risco gestacional, com mudança hospital ou
maternidade de referência, isso também deve estar escrito no cartão. Essa informação é considerada
fundamental para que a mulher e seu companheiro ou familiares possam reivindicar o direito de
atendimento nessa unidade de saúde.
Definição:
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O zigoto passa os próximos dias viajando pela trompa de Falópio e multiplicando rapidamente o
número de células por meio da divisão. Uma massa de células é formada por esta divisão celular, cada
uma com uma cópia dos genes que se tornarão o feto. A massa de células na trompa de Falópio é
chamada mórula.
Com divisão celular adicional, a mórula se torna uma concha externa de células com um grupo
de células internas. Esta etapa do desenvolvimento embrionário é chamada blastócito. O grupo externo
de células se torna a membrana que nutre e protege o grupo interno, que se torna o feto.
O blastócito continua sua jornada pela trompa de Falópio e entre o sétimo e nono dia após a
concepção, se implanta no útero. Neste momento do ciclo menstrual da mãe o endométrio (o
revestimento do útero) cresceu, está altamente vascularizado e pronto para receber o feto. 0 blastócito se
adere ao endométrio onde será nutrido. A placenta e a estrutura de apóio para a gestação se formam na
fase de implantação. Estima-se que até 55% dos zigotos nunca alcancem esta fase de crescimento.
É comum quando há um problema com o desenvolvimento embrionário ou fetal haver problemas
com outros tecidos que se desenvolveram ao mesmo tempo. Por exemplo, se uma criança apresenta
problemas de desenvolvimento renal é possível que a criança também tenha problemas auditivos, uma
vez que estes órgãos se desenvolvem ao mesmo tempo.
O estágio embrionário inicia no 15° dia após a concepção e continua ate aproximadamente 8ª
semana, ou até que o embrião tenha 3,5 cm de comprimento. Durante este período as células do embrião
não estão apenas se multiplicando, mas estão assumindo funções específicas. Este processo é chamado
diferenciação de tecidos e é necessário para os diferentes tipos de células que formam um ser humano
(tais como células sanguíneas, células hepáticas, células nervosas, etc.). Há crescimento rápido e as
principais características externas começam a tomar forma. É neste período que a criança em
desenvolvimento esta mais susceptível aos teratogênios (substâncias que causam defeitos ao
nascimento).
Alterações específicas por semana na fase embrionária:
semana 3
• a formação do coração
• o início do desenvolvimento do cérebro e da medula espinal
• o início do desenvolvimento do trato gastrointestinal
• os teratogênios introduzidos nesta fase podem causar: ausência de um ou mais membros;
coração fora da cavidade torácica
semanas 4 e 5
semana 6
• formação do nariz
• maior desenvolvimento cerebral
• postura mais ereta
• os maxilares já são visíveis
• a traquéia se desenvolve com dois brotos dos pulmões
• o lábio superior é formado
• início da formação do palato
• os ouvidos estão em formação
• os braços e pernas se alongaram, sendo que os braços estão mais desenvolvidos que a pernas
• as mãos e os pés tem dedos, mas ainda podem estar palmados
• a velocidade do crescimento do cóccix diminui
• o coração está quase totalmente desenvolvido
• a circulação fetal está mais desenvolvida
• os teratogênios introduzidos nesta fase podem causar: anormalidades cardíacas ou aórticas
graves, fenda labial, ausência do maxilar inferior
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semana 7
semana 8
semanas de 9 a 12
semanas de 13 a 16
semana 20
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• o feto atinge o comprimento de 20,3 cm
• o lanugo cobre todo o corpo
• a pele se torna menos transparente a medida que começa a haver depósito de gordura
• os mamilos aparecem
• as sobrancelhas e cílios aparecem
• as unhas aparecem
• o feto esta mais ativo com aumento do desenvolvimento muscular
• geralmente ocorrem os primeiros movimentos fetais identificáveis (quando a mãe sente o feto se
mexer)
• os batimentos cardíacos fetais podem ser ouvidos com um estetoscópio
•
semana 24
semanas de 25 a 28
• o feto atinge o
comprimento de 38 cm
• o feto pesa
aproximadamente 970 g
• rápido desenvolvimento
cerebral
• o sistema nervoso está
suficientemente
desenvolvido para
controlar algumas funções
corporais
• as pálpebras abrem e
fecham
• os testículos começam a descer para a bolsa escrotal se o feto for do sexo masculino
• o sistema respiratório, embora imaturo, já se desenvolveu ao ponto onde a troca de gases é
possível
• um bebe nascido neste período pode sobreviver, mas as possibilidades de complicações e morte
permanecem altas
semanas de 29 a 32
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• a temperatura corporal fetal é parcialmente auto-controlada
• os ossos estão totalmente desenvolvidos, mas ainda são macios e flexíveis
• os testículos permanecem no canal inguinal
• o feto começa a armazenar ferro, cálcio e fósforo
semana 36
semanas de 38 a 40
ATENÇÃO PRÉ-NATAL
Identificação:
- nome;
- número do SISPRENATAL;
- idade;
- cor;
- naturalidade;
- procedência;
- endereço atual;
- unidade de referência.
Dados socioeconômicos;
Grau de instrução;
Profissão / ocupação;
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Estado civil/união;
Renda familiar;
Antecedentes familiares:
- hipertensão arterial;
- diabetes mellitus;
- doenças congênitas;
- gemelaridade;
- câncer de mama e/ou do colo uterino;
- hanseníase;
- tuberculose e outros contatos domiciliares (anotar a doença e o grau de parentesco);
- doença de Chagas;
- parceiro sexual portador de infecção pelo HIV
Antecedentes pessoais:
- hipertensão arterial crônica;
- cardiopatias, inclusive doença de Chagas;
- diabetes mellitus;
- doenças renais crônicas;
- anemias;
- distúrbios nutricionais (desnutrição, sobrepeso, obesidade);
- epilepsia;
- doenças da tireóide e outras endocrinopatias;
- malária;
- viroses (rubéola, hepatite);
- alergias;
- hanseníase, tuberculose ou outras doenças infecciosas;
- portadora de infecção pelo HIV (em uso de retrovirais? quais?);
- infecção do trato urinário;
- doenças neurológicas e psiquiátricas;
- cirurgia (tipo e data);
- transfusões de sangue
Antecedentes ginecológicos:
- ciclos menstruais (duração, intervalo e regularidade);
- uso de métodos anticoncepcionais prévios (quais, por quanto tempo e motivo do abandono);
- infertilidade e esterilidade (tratamento);
- doenças sexualmente transmissíveis (tratamentos realizados, inclusive pelo parceiro);
- doença inflamatória pélvica;
- cirurgias ginecológicas (idade e motivo);
- mamas (alterações e tratamento);
- última colpocitologia oncótica (papanicolau ou "preventivo", data e resultado)
Sexualidade:
- inicio da atividade sexual (idade da primeira relação);
- dispareunia (dor ou desconforto durante o ato sexual);
- prática sexual nesta gestação ou em gestações anteriores;
- número de parceiros da gestante e de seu parceiro, em época recente ou pregressa;
- uso de preservativos masculino ou feminino (uso correto? usa habitual?).
Antecedentes obstétricos:
- número de gestações (incluindo abortamentos, gravidez ectópica, mola hidatiforme);
- número de partos (domiciliares, hospitalares, vaginais espontâneos, fórceps, cesáreas - indicações);
- número de abortamentos (espontâneos, provocados, causados por DST, complicados por infecções,
curetagem pós-abortamento);
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- número de filhos vivos;
- idade na primeira gestação;
- intervalo entre as gestações (em meses);
- isoimunização Rh;
- número de recém-nascidos: pré-termo (antes da 37ª semana de gestação), pós-termo (igual ou mais de
42 semanas de gestação);
- número de recém-nascidos de baixo peso (menos de 2.500g) e com mais de 4.000g;
- mortes neonatais precoces: até sete dias de vida (número e motivo dos óbitos);
- mortes neonatais tardias: entre sete e 28 dias de vida (número e motivo dos óbitos);
- natimortos (morte fetal intra-útero e idade gestacional em que ocorreu);
- recém-nascidos com icterícia, transfusão, hipoglicemia, exsanguineo-transfusões;
- intercorrências ou complicações em gestações anteriores (especificar);
- complicações nos puerpérios (descrever);
- história de aleitamentos anteriores (duração e motivo do desmame).
Gestação atual:
- data do primeiro dia/mês/ano da ultima menstruação - DUM (anotar certeza ou dúvida);
- peso prévio e altura;
- sinais e sintomas na gestação em curso;
- hábitos alimentares;
- medicamentos usados na gestação;
- internação durante esta gestação;
- hábitos: fumo (número de cigarros/dia), álcool e drogas ilícitas;
- ocupação habitual (esforço físico intenso, exposição a agentes químicos e físicos potencialmente
nocivos, estresse);
- aceitação ou não da gravidez pela mulher, pelo parceiro e pela família, principalmente se for
adolescente.
Geral:
- determinação do peso e da altura;
- medida da pressão arterial (técnica no item 8.3);
- inspeção da pele e das mucosas;
- palpação da tireóide e de todo o pescoço, região cervical e axilar (pesquisa de nódulos ou outras
anormalidades);
- ausculta cardiopulmonar;
- determinação da freqüência cardíaca;
- exame do abdômen;
- exame dos membros inferiores;
- pesquisa de edema (face, tronco, membros)
Específico (gineco-obstétrico):
- exame de mamas (realizar orientações para o aleitamento materno em diferentes momentos educativos,
principalmente se for adolescente. Nos casos em que a amamentação estiver contra-indicada -
portadoras de HIV/HTLV -, orientar a mulher quanto a inibição da lactação (mecânica e/ou química) e
para a aquisição da fórmula infantil);
- palpação obstétrica e identificação da situação e apresentação fetal;
- medida da altura uterina;
- ausculta dos batimentos cardíacos fetais;
- inspeção dos genitais externos;
- exame especular:
a) inspeção das paredes vaginais;
b) inspeção do conteúdo vaginal;
c) inspeção do colo uterino;
d) coleta de material para exame colpocitológico (preventivo de câncer), se houver indicação, e para a
pesquisa de infecção por clamídia e gonococo, se houver sinais de inflamação e corrimento cervical
mucopurulento;
- toque vaginal;
- 0 exame físico das adolescentes devera seguir as orientações do Manual de Organização de Serviços
para a Saúde dos Adolescentes.
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- sorologia para sífilis (VDRL): repetir próximo a 30ª semana;
- glicemia em Jejum: repetir próximo a 30ª semana;
- exame sumário de urina (Tipo I) repetir próxima a 30ª semana;
- sorologia anti-HIV, com o consentimento da mulher após o "aconselhamento pré-teste" (ver item IV);
- sorologia para hepatite B (HBsAg, de preferência próximo a 30ª semana de gestação);
- sorologia para toxoplasmose (lgM para todas as gestantes e IgG, quando houver disponibilidade para
realização).
Outros exames podem ser acrescidos a esta rotina mínima em algumas situações especiais:
- protoparasitológico: solicitado na primeira consulta, sobretudo para mulheres de baixa renda;
- colpocitologia oncótica (papanicolau), se a mulher nao a tiver realizado nos últimos três anos ou se
houver indicação;
- bacterioscopia da secreção vaginal: em torno da 30ª semana de gestação, particularmente nas
mulheres com antecedente de prematuridade;
- sorologia para rubéola;
- urocultura para o diagnóstico de bacteriúria assintomática, em que exista disponibilidade para esse
exame;
- ultra-sonografia obstétrica realizada precocemente durante a gestação nas unidades ja estruturadas
para isso, com o exame disponível.
ACONSELHAMENTO PRÉ-TESTE
IV. Condutas:
- cálculo da idade gestacional e data provável do parto;
- avaliação nutricional;
- fornecimento de informações necessárias e respostas as indagações da mulher ou da família;
- orientação sobre sinais de riscos e assistência em cada caso;
- referência para atendimento odontológico;
- encaminhamento para imunização antitetânica (vacina dupla viral), quando a gestante não estiver
imunizada;
- referência para serviços especializados na mesma unidade ou unidade de maior complexidade, quando
indicado (mesmo com referência para serviço especializado, a mulher deverá continuar sendo
acompanhada, conjuntamente, na unidade básica);
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- referência para atendimento odontológico.
I. Controles maternos:
- cálculo e anotação da idade gestacional;
- determinação do peso para avaliação do índice de massa corporal (IMC).
Anotar no gráfico e observar o sentido da curva para avaliação do estado nutricional;
- medida da pressão arterial (observar a aferição da PA com técnica adequada);
- palpação obstétrica e medida da altura uterina. Anotar no gráfico e observar o sentido da curva para
avaliação do crescimento fetal;
- pesquisa de edema;
- verificação dos resultados dos testes para sífilis (VDRL e confirmatório, sempre que possível) e, no caso
de resultado positivo, o esquema terapêutico utilizado (na gestante e em seu parceiro), além do resultado
dos exames (VDRL) realizados mensalmente para o controle de cura;
- avaliação dos outros resultados de exames laboratoriais.
III. Condutas:
- interpretação dos dados de anamnese, do exame obstétrico e dos exames laboratoriais com solicitação
de outros, se necessários;
- tratamento de alterações encontradas, ou encaminhamento, se necessário;
- prescrição de suplementação de sulfato ferroso (60mg de ferro elementar/dia) e ácido fólico (5mg/dia);
- orientação alimentar;
- acompanhamento das condutas adotadas em serviços clínicos especializados (a mulher referenciada ao
serviço especializado deverá continuar sendo acompanhada pela equipe da atenção básica);
- realização de ações e práticas educativas individuais e em grupos (os grupos educativos para
adolescentes devem ser exclusivos dessa faixa etária, abordando temas de interesse do grupo.
Recomenda-se dividir os grupos em faixas de 10-14 anos e de 15-19 anos, para obtenção de melhores
resultados);
- agendamento de consultas subseqüentes.
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atribuídos as mulheres. Portanto, os serviços devem promover o envolvimento dos homens, adultos e
adolescentes, discutindo a sua participação responsável nas questões da saúde sexual e reprodutiva.
Entre as diferentes formas de realização do trabalho educativo, destacam-se as discussões em
grupo, as dramatizações e outras dinâmicas que facilitam a fala e a troca de experiências entre os
componentes do grupo. É importante que se façam grupos separados para adultos e adolescentes. Essas
atividades podem ocorrer dentro ou fora da unidade de saúde. O profissional de saúde, atuando como
facilitador, deve evitar o estilo palestra, pouco produtiva, que ofusca questões subjacentes, na maioria das
vezes, mais importantes para as pessoas presentes do que um roteiro preestabelecido.
Durante o pré-natal e no atendimento após o parto, a mulher, ou a família, devem receber
informações sobre os seguintes temas:
-Importância do pré-natal;
-Higiene e atividade física;
-Nutrição: promoção da alimentação saudável (enfoque na prevenção dos distúrbios nutricionais e das
doenças associadas a alimentação e nutrição - baixo peso, sobrepeso, obesidade, hipertensão e
diabetes; e suplementação de ferro, ácido fólico e vitamina A - para as áreas e regiões endêmicas);
-Desenvolvimento da gestação;
-Modificações corporais e emocionais;
-Medos e fantasias referentes à gestação e ao parto;
-Atividade sexual, incluindo prevenção das DST/Aids e aconselhamento para o teste anti-HIV;
-Sintomas comuns na gravidez e orientação alimentar para as queixas mais freqüentes;
-Sinais de alerta e o que fazer nessas situações (sangramento vaginal, dor de cabeça, transtornos
visuais, dor abdominal, febre, perdas vaginais, dificuldade respiratória e cansaço);
-Preparo para o parto: planejamento individual considerando local, transporte, recursos necessários para
o parto e para o recém-nascido, apoio familiar e social;
-Orientação e incentivo para o aleitamento materno e orientação específica para as mulheres que não
poderão amamentar;
-Importância do planejamento familiar, num contexto de escolha informada, com incentivo a dupla
proteção;
-Sinais e sintomas do parto;
-Cuidados após o parto (para a mulher e o recém-nascido - estimular o retorno ao serviço de saúde);
-Saúde mental e violência doméstica e sexual;
-Informação acerca dos benefícios legais a que a mãe tem direito;
-Impacto e agravos das condições de trabalho sobre a gestação, o parto e o puerpério;
-Importância da participação do pai durante a gestação e do desenvolvimento do vínculo pai-filho para o
desenvolvimento saudável da criança;
-Gravidez na adolescência e dificuldades sociais e familiares;
-Importância das consultas puerperais;
-Cuidados com o recém-nascido;
-Importância da realização da triagem neonatal (teste do pezinho) na primeira semana de vida do recém-
nascido;
-Importância do acompanhamento do crescimento e desenvolvimento da criança e das medidas
preventivas (vacinação, higiene e saneamento do meio ambiente)
PROCEDIMENTOS TÉCNICOS
Para um bom acompanhamento pré-natal, é necessário que a equipe de saúde realize correta e
uniformemente os procedimentos técnicos durante o exame clínico e obstétrico. Do contrário, ocorrerão
diferenças significativas, prejudicando a comparação e a interpretação dos dados. Cabe aos profissionais
de formação universitária promover a capacitação dos demais membros da equipe, visando a garantir que
todos os dados colhidos sejam fidedignos.
É importante ressaltar, no contexto da qualidade de atenção e da proteção biológica, a
necessidade da lavagem das mãos do examinador, antes e após o atendimento a gestante e,
especialmente, na eventualidade da realização de procedimentos.
Os métodos para esta estimativa dependem da data da última menstruação (DUM), que
corresponde ao primeiro dia de sangramento do último período menstrual referido pela mulher.
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I. Quando a data da última menstruação (DUM) é conhecida e de certeza, e o método de escolha para
se calcular a idade gestacional em mulheres com ciclos menstruais regulares e sem uso de métodos
anticoncepcionais hormonais:
-Uso do calendário: somar o número de dias do intervalo entre a DUM e a data da consulta, dividindo o
total por sete (resultado em semanas);
-Uso de disco (gestograma): colocar a seta sobre o dia e mês correspondente ao primeiro dia da última
menstruação e observar o número de semanas indicado no dia e mês da consulta atual.
Exemplos:
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O peso deve ser aferido em todas as consultas de pré-natal. A estatura da gestante adulta (idade
> 19 anos) deve ser aferida apenas na primeira consulta e a da gestante adolescente, pelo menos
trimestralmente. Recomenda-se a utilização da balança eletrônica ou mecânica, certificando-se se está
em bom funcionamento e calibrada. O cuidado com as técnicas de medição e a aferição regular dos
equipamentos garantem a qualidade das medidas coletadas.
Balança de adulto, tipo plataforma, com escala apresentando intervalos de 100g, ou eletrônica,
se disponível.
-A gestante deve estar em pé e descalça, no centro da plataforma da balança, com os braços estendidos
ao longo do corpo. Quando disponível, poderá ser utilizado o antropômetro vertical;
-Calcanhares, nádegas e espáduas devem se aproximar da haste vertical da balança. No caso de se usar
antropômetro vertical, a gestante deverá ficar com calcanhares, nádegas e espáduas encostados no
equipamento;
-A cabeça deve estar erguida de maneira que a borda inferior da órbita fique no mesmo plano horizontal
que o meato do ouvido externo;
-O encarregado de realizar a medida deverá baixar lentamente a haste vertical, pressionando suavemente
os cabelos da gestante até que a haste encoste no couro cabeludo;
-Fazer a leitura na escala da haste. No caso de valores intermediários (entre os traços da escala),
considerar o menor valor. Anotar o resultado no prontuário.
III. Procedimentos para avaliação da idade gestacional (seguir as instruções do item 8.1)
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adolescente como de risco nutricional; reforçar a abordagem nutricional e aumentar o número de visitas à
unidade de saúde.
1. A observação de níveis tensionais iguais ou maiores que 140mmHg de pressão sistólica, e iguais ou
maiores que 90mmHg de pressão diastólica, mantidos em duas ocasiões e resguardado intervalo de
quatro horas entre as medidas. Este conceito é mais simples e preciso.
2. O aumento de 30mmHg ou mais na pressão sistólica (máxima) e/ou de 15mmHg ou mais na pressão
diastólica (mínima), em relação aos níveis tensionais pré-gestacionais e/ou conhecidos até a 16ª semana
de gestação. É um conceito que foi muito utilizado no passado e ainda é utilizado por alguns, entretanto,
apresenta alto índice de falso positivo, sendo melhor utilizado como sinal de alerta e para agendamento
de controles mais próximos.
Certificar-se que a gestante: a) não está com a bexiga cheia; b) não praticou exercícios físicos; c)
não ingeriu bebidas alcoólicas, café, alimentos ou fumou até 30 minutos antes da medida.
Com a gestante sentada, após um período de repouso de no mínimo cinco minutos, apoiar-lhes o
antebraço numa superfície, com a palma da mão voltada para cima, à altura do coração, desnudando-lhe
o braço.
Palpar a artéria na dobra do cotovelo e sobre ela colocar a campânula do estetoscópio, com leve
pressão local. Nunca prendê-lo sobre o manguito.
Inflar o manguito rapidamente, até mais de 30mmHg após o desaparecimento dos ruídos.
Proceder a leitura:
-o ponto de manômetro que corresponder ao aparecimento do primeiro ruído será a pressão sistólica
(máxima).
-a pressão diastólica (mínima) será lida no momento em que os ruídos desaparecerem completamente.
Nos casos em que o desaparecimento completo dos ruídos não ocorrer, proceder à leitura da pressão
diastólica no ponto onde se perceba marcado abafamento.
A pressão arterial também poderá ser medida com a mulher em decúbito lateral esquerdo, no
braço direito, mas NUNCA EM POSIÇÃO SUPINA (deitada de costas).
Obs.: O acompanhamento da PA deve ser avaliado em conjunto com o ganho súbito de peso e/ou
presença de edema, principalmente a partir de 24ª semana. Mulheres com ganho de peso superior a 500g
por semana, mesmo sem aumento da pressão arterial, devem ter seus retornos antecipados,
considerando maior risco de pré-eclâmpsia (Quadro 3)
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8.4 PALPAÇÃO OBSTÉTRICA E MEDIDA DA ALTURA UTERINA (AU)
Objetivos:
A palpação obstétrica deve ser realizada antes da medida da altura uterina. Ela deve iniciar-se
pela delimitação do fundo uterino, bem como de todo o contorno da superfície uterina (esse procedimento
reduz o risco de erro da medida da altura uterina). A identificação da situação e da apresentação fetal é
feita por meio da palpação obstétrica, procurando identificar os pólos cefálico e pélvico e o dorso fetal,
facilmente identificados a partir do terceiro trimestre. Pode-se, ainda, estimar a quantidade de líquido
amniótico.
Manobras de palpação:
O feto pode estar em situação longitudinal (mais comum) ou transversa. A situação transversa reduz a
medida de altura uterina, podendo falsear sua relação com a idade gestacional. As apresentações mais
freqüentes são a cefálica e a pélvica.
Situação:
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Condutas:
Objetivo:
-Estimar o crescimento fetal, correlacionando-se a medida da altura uterina com o número de semanas de
gestação.
-Padrão de referência: curvas de altura uterina para idade gestacional desenhadas a partir dos dados do
Centro Latino-Americano de Perinatologia (CLAP). Existem, ainda, outras curvas nacionais e
internacionais utilizadas por alguns serviços isoladamente.
-Ponto de corte: serão considerados parâmetros de normalidade para o crescimento uterino o percentil
10, para o limite inferior, e o percentil 90, para o limite superior.
-Representação do indicador por meio de gráfico constituído de duas linhas: a inferior representa o
percentil 10 e a superior, o percentil 90.
-Posicionar a gestante em decúbito dorsal, com o abdômen descoberto;
-Delimitar a borda superior da sínfise púbica e o fundo uterino;
-Por meio da palpação, procurar corrigir a comum dextroversão uterina;
- Fixar a extremidade inicial (Ocm) da fita métrica, flexível e não extensível, na borda superior da sínfise
púbica, passando-a entre os dedos indicador e médio. Proceder a leitura quando a borda cubital da mão
atingir o fundo uterino;
-Anotar a medida, em centímetros, na ficha e no cartão, e marcar o ponto na curva da altura uterina.
Na figura acima, é mostrada a técnica de medida, na qual a extremidade da fita métrica é fixada
na margem superior do púbis com uma mão, deslizando a fita entre os dedos indicador e médio da outra
mão até alcançar o fundo do útero com a margem cubital dessa mão.
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8.5 AUSCULTA DOS BATIMENTOS CARDÍACOS FETAIS (BCF)
É considerada normal a freqüência cardíaca fetal entre 120 a 160 batimentos por minuto.
-Posicionar a gestante em
decúbito dorsal, com o
abdômen descoberto;
-Identificar o dorso fetal. Além
de realizar a palpação, deve-
se perguntar a gestante em
qual lado ela sente mais os
movimentos fetais; o dorso
estará no lado oposto;
-Segurar o estetoscópio de
Pinard pelo tubo, encostando
a extremidade de abertura
mais ampla no local
previamente identificado
como correspondente ao
dorso fetal;
-Encostar o pavilhão da
orelha na outra extremidade
do estetoscópio;
-Fazer, com a cabeça, leve pressão sobre o estetoscópio e só então retirar a mão que segura o tubo;
-Procurar o ponto de melhor ausculta dos BCF, na região do dorso fetal;
-Controlar o pulso da gestante, para certificar-se de que os batimentos ouvidos são os do feto, já que as
freqüências são diferentes;
-Contar os batimentos cardíacos fetais por um minuto, observando sua freqüência e ritmo;
-Registrar os BCF na ficha perinatal e no cartão da gestante;
-Avaliar resultados da ausculta dos BCF (Quadro 4).
ACHADOS CONDUTA
BCF não audível com estetoscópio de Pinard, Alerta:
quando a IG for ≥ 24semanas Verificar erro de estimativa de idade gestacional.
Afastar condições que prejudiquem boa ausculta:
obesidade materna, dificuldade de identificar o
dorso fetal.
Em se mantendo a condição, recorrer ao sonar
dappler e, em caso de persistir inaudível, solicitar
ultra-sonografia ou referir para serviço de maior
complexidade.
Após contração uterina, movimentação fetal ou estímulo mecânico sobre o útero, aumento
transitório na freqüência cardíaca fetal e sinal de boa vitalidade.
Além dos eventos registrados acima, pode-se utilizar, ainda, o registro diário da movimentação
fetal realizado pela gestante (RDMF ou mobilograma) e/ou teste de vitalidade fetal simplificado, para o
acompanhamento do bem-estar fetal.
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SÍNDROMES HEMORRÁGICAS DA GRAVIDEZ
PLACENTA PRÉVIA
Fisiopatologia e Etiologia
I. Classificada como: .
3. A medida que o útero aumenta de tamanho, durante a gravidez, outros riscos incluem hemorragia e
maior probabilidade de parto cesariano.
4. Uma possível teoria etiológica afirmar que o embrião se implantará no segmento períneo inferior se a
decídua no fundo do útero não for favorável ou se a implantação for retardada.
6. A incidência aumenta após os 35 anos de idade e aumenta ainda mais após os 40.
Manifestações Clínicas
1. 0 sinal cardinal é o início súbito de sangramento vaginal indolor, tipicamente próximo do final do
segundo trimestre ou posteriormente. 0 sangramento ocorre em 80% dos casos e aparece sem aviso.
3. O sangramento em conseqüência da placenta prévia não ocorre até que a dilatação cervical ocorra e a
placenta tenha se soltado do útero.
4. Com uma placenta prévia completa, o sangramento ocorrerá mais precocemente na gravidez e será
mais profuso.
Avaliação Diagnóstica
Tratamento
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1. Se o sangramento for mínimo e cessar, o tratamento é conservador, com repouso no leito e
hospitalização até que o feto esteja maduro e o parto a termo possa ser realizado.
2. Se a paciente tiver alta, ela precisa ter disponibilidade de transporte imediato para o hospital no caso
de sangramento recorrente.
3. Se o sangramento for maciço, um acesso EV deve ser estabelecido imediatamente, juntamente com
coleta de sangue para HC, tipo sanguíneo e Rh e prova cruzada para, pelo menos, quatro unidades de
sangue.
5. A amniocentese pode ser realizada, se o tempo permitir, para determinar maturidade pulmonar fetal
para possível parto.
6. Parto cesariano geralmente é indicado se o grau de placenta prévia for maior que 30% ou se houver
sangramento excessivo. O parto cesariano pode ser realizado imediatamente.
7. O parto vaginal pode, ocasionalmente, ser tentado na placenta prévia marginal ou na placenta baixa
sem sangramento ativo. Nesses casos, equipes da sala de cirurgia e de anestesia podem estar presentes
no centro cirúrgico ou na sala de parto para facilitar parto vaginal ou cesariano, quando indicado.
Complicações
1. Placenta acreta (anormalmente aderente à parede uterina), especialmente se houver placenta prévia
com história materna de cirurgia uterina.
4. Maior risco de anemia secundária a maior perda de sangue e infecção secundária a procedimentos
invasivos para solucionar o sangramento.
5. Restrição do crescimento intra-uterino (RCIU), especialmente com história materna de episódios
múltiplos de sangramento pré-parto.
Avaliação de Enfermagem
1. Determinar o volume e o tipo de sangramento; além disso, rever qualquer história de sangramento
durante a atual gestação.
ALERTA DE ENFERMAGEM: nunca realizar exame vaginal, em qualquer paciente que esteja
sangrando, até que o diagnóstico da placenta prévia tenha sido excluído, uma vez que esse tipo de
exame pode perfurar a placenta.
Diagnósticos de Enfermagem
Enfermagem Materno-Infantil 21
• Perfusão Tecidual Ineficaz: Placentária relacionada com sangramento excessivo causando
comprometimento fetal
• Déficit de Volume de Líquidos relacionado com sangramento excessivo
• Risco de Infecção relacionado com perda de sangue excessiva e vasos abertos próximos do colo
• Ansiedade devido ao sangramento excessivo, procedimentos e possíveis complicações materno-fetais
Intervenções de Enfermagem
I. Monitorizar freqüentemente a mãe e o feto. 0 pulso, respirações e PA devem ser verificados a cada 5 a
15 min na presença de sangramento ativo ou se a paciente estiver instável. Após a estabilização, os
sinais vitais devem ser obtidos a cada 30 a 60 min e cada 4 h durante a fase de conduta expectante.
I. Estabelecer e manter um acesso EV com cateter de grosso calibre, conforme prescrição, e colher
sangue para a tipagem sanguínea e o RH e prova cruzada para reposição de sangue. Repetir a tipagem
sanguínea e o Rh a cada 72 h, enquanto a paciente estiver hospitalizada - dependerá das condições da
paciente.
2. Colher sangue para HC, plaquetas, TP/TTP, fibrinogênio e tipagem sanguínea e Rh para quatro
unidades de concentrado de hemácias, conforme orientação, se ocorrer sangramento profuso ou se o
parto estiver agendado.
3. Ajudar a paciente a assumir a posição sentada para permitir que o peso do feto comprima a placenta e
diminua o sangramento. Inspecionar o sangramento a cada 1 a 2 h, quando estável, ou mais
freqüentemente, quando indicado. Observar natureza, coloração e volume estimado de sangramento.
5. Se o sangramento for profuso e o parto não puder ser retardado, preparar a paciente física e
emocionalmente para um parto cesariano.
ALERTA DE ENFERMAGEM: as pacientes que apresentaram placenta prévia estão sujeitas a risco
de hemorragia pós-parto devido a diminuição da contralidade do segmento uterino inferior e ao
grande espaço que a placenta ocupou.
Prevenindo a infecção
Diminuindo a ansiedade
Enfermagem Materno-Infantil 22
3. Proporcionar informação sobre o parto cesariano e preparar a paciente emocionalmente.
4. Informar a mulher e seus familiares que a hospitalização e o repouso no leito prolongados podem ser
necessários e informá-los dos efeitos.
Fisiopatologia e Etiologia
2. Riscos adicionais incluem gestação múltipla, ruptura prematura da bolsa amniótica pré-termo (RPBAP)
e gestação inferior a 34 semanas, miomas uterinos, descolamento prematuro de placenta anteriormente e
hipotensão em decúbito.
Enfermagem Materno-Infantil 23
3. A hemorragia ocorre na decídua basal, que então forma o hematoma. Esse hematoma pode se
expandir a medida que o sangramento aumenta; quanto maior o tamanho do hematoma, mais se descola
a placenta da parede do útero.
Manifestações clínicas
2. As contrações uterinas podem ser de baixa amplitude e alta freqüência. 0 tônus basal do útero em
repouso pode estar elevado, tornando a avaliação da atividade uterina difícil.
3. Alterações na FCF geralmente é o primeiro sinal de desequilíbrio hemodinâmico materno. A FCF pode
estar aumentada (taquicardia) ou diminuída (bradicardia), ou pode demonstrar desacelerações tardias
repetitivas ou variabilidade diminuída ou ausente. A resposta fetal depende do volume de perda
sanguínea e da extensão da insuficiência útero-placentária.
4. A dor abdominal geralmente está presente devido ao aumento da atividade uterina, embora seja um
sintoma menos constante que o sangramento vaginal. A dor nos casos leves pode ser difícil de distinguir
da dor das contrações do trabalho de parto.
5. Náuseas e vômitos.
6. A paciente pode exibir sinais e sintomas de rápido progresso do trabalho de parto e do parto.
Avaliação diagnóstica
1. Baseada na anamnese, no exame físico, nos exames laboratoriais, nos sinais e sintomas da paciente,
incluindo sangramento vaginal, dor abdominal, contrações uterinas, hipersensibilidade dolorosa a
palpação do útero, angústia fetal. Nem todos os sintomas podem ser encontrados em todos os casos.
2. Ultra-sonografia é realizada para excluir o diagnóstico de placenta prévia, porém nem sempre é
suficientemente sensível para diagnosticar ou descartar o descolamento prematuro de placenta.
Tratamento
4. Se a mãe estiver hemodinamicamente estável e o feto estiver estável (um traçado da FCF
tranqüilizador) ou já tiver morrido in útero (morte fetal intra-uterina), o parto vaginal pode ser
recomendado.
5. Se a mãe não estiver hemodinamicamente estável, ela pode necessitar de estabilização com reposição
de sangue/derivados EV para manter a débito urinário em 30 a 60 ml/h e o hematócito de, pelo menos,
30%. Com a infusão rápida de líquidos, monitorizar a paciente
quanto a sinais/sintomas de edema pulmonar.
Complicações
1. Choque materno
2. CID
3. Síndrome anafilactóide de gravidez (antigamente denominada
embolia por líquido amniótico)
4. Hemorragia pós-parto.
5. Síndrome de angústia respiratória aguda.
6. Síndrome de Sheehan (necrose hipofisária pós-parto).
Enfermagem Materno-Infantil 24
7. Necroses tubulares renais.
8. Trabalho de parto rápido e parto.
9. Óbito materno.
10. Prematuridade.
11. Óbito fetal.
POLIIDRÂMNIO
Fisiopatologia e Etiologia
2. O volume de líquido amniótico normal a termo é de 500 a 1.000 ml. O volume no poliidrâmnio excede
2.000 ml entre 32 e 36 semanas.
3. Anomalias que causam comprometimento da deglutição fetal ou micção fetal excessiva podem
contribuir para esse distúrbio.
4. Ele pode estar associado ao diabetes materna (Tipo I ou Tipo II), gestação múltipla monozigótica,
isoimunização de Rh, anomalias do SNC, incluindo espinha bífida e anencefalia, ou anomalias do trato GI,
incluindo fístula traqueoesofágica.
Manifestações clínicas
Avaliação diagnóstica
2. A avaliação ultra-sonográfica mostrará grandes bolsas de líquido entre o feto e a parede uterina ou
placenta.
Tratamento
2. Se houver comprometimento da função respiratória materna, deve ser realizada amniocentese para
remoção de líquido.
a. A amniocentese é realizada sob exame ultra-sonográfico para localização da placenta e das partes
fetais.
b. O líquido é então removido lentamente.
c. A remoção rápida de Iíquido pode resultar em separação prematura da placenta.
d. Geralmente 500 a 1.000 ml de líquido são removidos.
Complicações
Enfermagem Materno-Infantil 25
2. Hemorragia pós-parto devida a atonia uterina pela distensão grosseira do útero
3. Embora rara, a embolia por líquido é possível
4. A hipóxia fetal aguda secundária ao prolapso de cordão ou traumatismo se associado ao diabetes
5. Potencial de parto de um recém-nascido pré-termo
Avaliação de enfermagem
Diagnósticos de Enfermagem
Intervenções de enfermagem
1. Se possível, posicionar a paciente em decúbito lateral, com a cabeça elevada. Se não for capaz de
assumir a posição lateral, usar um apoio para deslocar o útero para qualquer um dos lados.
2. Incentivar exercícios assistidos passivos ou ativos de amplitude de movimento dos membros inferiores.
3. Monitorizar a FCF conforme orientação e avaliar padrões anormais de FCF: variabilidade diminuída ou
ausente, taquicardia, desacelerações tardias prolongadas, não-tranquilizadoras variáveis ou repetitivas.
4. Proporcionar uma boa ingestão de líquidos e uma dieta adequada em proteínas, ferro e líquido.
5. Administrar oxigênio a 8 a 12 mL(min) por máscara facial firmemente adaptada, quando necessário.
Promovendo a Mobilidade
3. Instruir a paciente a usar roupas folgadas e sapatos baixos para um bom apoio.
Diminuindo a Ansiedade
Enfermagem Materno-Infantil 26
5. Administrar ocitocina (Pitocin) imediatamente após a expulsão da placenta.
6. Observar alterações ds sinais vitais indicando perda de sangue excessiva: diminuindo a pressão
arterial e aumentando o pulso.
7. Ter a mão outros medicamentos à base de alcalóides do ergot disponíveis caso a ociticina não seja
eficaz (p. Ex. Methergine, Hemabate).
OLIGOIDRÂMNIO
Fisiopatologia e Etiologia
1. Freqüentemente relacionada com problemas fetais como obstrução nas vias urinárias, agenesia e
RCIU. (Qualquer condição que impeça a formação de urina ou a entrada de urina na bolsa amniótica
geralmente resulta em oligoidrânio).
2. Associado a ruptura prematura de bolsa amniótica (RPBA) e pré-eclâmplisia grave, quando houver uma
diminuição significativa no volume vascular fetal, causando diminuição do débito urinário.
3. Freqüentemente observada em gestações pós-maturas.
4. Insuficiência placentária.
5. Descolamento prematuro da placenta do útero.
6. Transfusão de gêmeo a gêmeo.
Manifestações clínicas
Avaliação Diagnóstica
1. Avaliação ultra-sonográfica do ILA – líquido amniótico abaixo de 5cm no total, nos quatros quadrantes
planos verticais do útero, está associado a menor mortalidade perinatal. O ILA entre 5 e 8 cm é
considerado limítrofe, com o tratamento sendo orientado pelo médico.
Tratamento
1. Avaliação freqüente do estado fetal por meio de TSE, PBF, TEC ou TEO, quando indicado.
2. A ultra-sonografia também é realizada para avaliar melhor o sistema renal e urinário do feto juntamente
com o crescimento fetal.
3. Amnioinfusão (instalação de líquido na cavidade amniótica para repor volumes normais de líquido
amniótico) durante o trabalho de parto.
a. Os protocolos variam; geralmente começa com bolus de 800mL, seguido de infusão contínua de
manutenção.
b. O líquido usado é solução fisiológica ou Ringer lactato.
Enfermagem Materno-Infantil 27
c. Avaliar o retorno de líquido durante a infusão.
d. Monitorizar a atividade uterina e a FCF durante a infusão.
e. Não há necessidade de aquecer o líquido; entretanto, recomenda-se aquecer o líquido se:
I – O feto for pré-termo
II – Houver comprometimento fetal
III – A velocidade da infusão for superior a 600mL/h.
4. O parto pode ser indicado para condições como RCIU ou comprometimento fetal.
Complicações
A ruptura prematura da bolsa amniótica pré-termo (RPBAP) é defiinida como a ruptura da bolsa
amniótica antes de completar 37 semanas de gestação com ou sem o início de trabalho de parto
espontâneo. Recentemente, devido a confusão sobre o significado de ruptura "prematura" da bolsa
amniótica (i. e., antes do trabalho de parto versus pré-termo), o termo "ruptura pré-parto da bolsa
amniótica" é usado para significar ruptura da bolsa em gestações pré-termo.
Fisiopatologia e Etiologia
Avaliação diagnóstica
Tratamento
Enfermagem Materno-Infantil 28
2. A conduta é influenciada pela idade gestacional.
3. Conduta inicial:
a. Confirmar a ruptura da bolsa amniótica.
b. Determinar se há infecção bacteriana no momento da ruptura por culturas vaginais/cervicais.
c. Documentar a idade gestacional.
d. Determinar a maturidade pulmonar fetal por amniocentese ou cultura vaginal.
4. Tratamento ativo:
a. Terapia tocolítica.
b. Terapia antibiótica.
c. Administração de corticosteróides.
d. Amnioinfusão.
5. Tratamento conservador:
a. Repouso no leito.
b. Sinais vitais de acordo com a política da instituição e as condições da paciente.
c. Monitorizar o bem-estar fetal diariamente ou mais freqüentemente, conforme orientação da política da
instituição e de acordo com as condições da paciente.
Complicações
1. Maternas
a. Maior risco de infecção intra-uterina
b. Endometrite pós-parto
c. Descolamento prematuro de placenta
2. Fetal- infecção.
Avaliação de enfermagem
1. Avaliar os sinais vitais maternos a cada 2 a 4 h para incluir avaliação fetal. Se a temperatura ou o pulso
estiver elevado, continuar a monitorizar a cada 1 a 2 h, quando indicado.
4. Minimizar infecção com diminuição do número de exames vaginais (ou nenhum exame), técnicas
assépticas e cuidados perinatais apropriados.
Diagnóstico de enfermagem
• Risco de lnfecção relacionado com ascensão de bactérias. Ver também Trabalho de parto pré-termo,
anteriormente.
Intervenções de enfermagem
Prevenindo a infecção
Enfermagem Materno-Infantil 29
6. Monitorizar a temperatura materna, pulso, respirações, PA e hipersensibilidade dolorosa à palpação do
útero pelo menos a cada 4 h ou mais, quando indicado.
7. Administrar antibióticos conforme prescrição.
ATENÇÃO NO PUERPÉRIO
Objetivos:
Uma vez que boa parte das situações de morbidade e mortalidade materna e neonatal
acontecem na primeira semana após o parto, o retorno da mulher e do recém-nascido ao serviço de
saúde deve acontecer logo nesse período. Os profissionais e os serviços devem estar atentos e
preparados para aproveitar a oportunidade de contato com a mulher e o recém-nascido na primeira
semana após o parto, para instituir todo o cuidado previsto para a "Primeira Semana de Saúde Integral”.
Escutar o que ela tem a dizer, incluindo possíveis queixas e estimulando-a a fazer perguntas;
Anamnese
Avaliação clínico-ginecológica
Enfermagem Materno-Infantil 30
-Examinar mamas, verificando a presença de ingurgitamento, sinais inflamatórios, infecciosos ou
cicatrizes que dificultem a amamentação;
-Examinar abdômen, verificando a condição do útero e se há dor à palpação;
-Examinar perínea e genitais externos (verificar sinais de infecção, presença e características de lóquios);
-Verificar possíveis intercorrências: alterações emocionais, hipertensão, febre, dor embaixo do ventre ou
nas mamas, presença de corrimento com odor fétido, sangramentos intensos. No caso de detecção de
alguma dessas alterações, solicitar avaliação médica imediata, caso o atendimento esteja sendo feito por
outro profissional da equipe;
-Observar formação do vínculo mãe-filho;
-Observar e avaliar a mamada para garantia do adequado posicionamento e pega da aréola. O
posicionamento errado do bebe, além de dificultar a sucção, comprometendo a quantidade de leite
ingerido, é uma das causas mais freqüentes de problemas nos mamilos. Em caso de ingurgitamento
mamário, mais comum entre o terceiro e o quinto dia pós-parto, orienta quanto a ordenha manual,
armazenamento e doação do leite excedente a um Banco de Leite Humano (caso haja na região);
-Identificar problemas/necessidades da mulher e do recém-nascido, com base na avaliação realizada.
Condutas
Orientar sobre:
- higiene, alimentação, atividades físicas;
- atividade sexual, informando sobre prevenção de DST/Aids;
- cuidado com as mamas, reforçando a orientação sobre o aleitamento (considerando a situação das
mulheres que não puderem amamentar);
- cuidados com o recém-nascido;
- direitos da mulher (direitos reprodutivos, sociais e trabalhistas).
OBSERVAÇÕES AO RECÉM-NASCIDO
-Verificar a existência do cartão da criança e, caso não haja, providenciar abertura imediata;
-Verificar os dados do recém-nascido ao nascer (peso, estatura, apgar, capurro, condições de vitalidade);
-Observar as condições de alta da maternidade/unidade de assistência do RN;
-Observar e orientar a mamada, reforçando as orientações dadas durante o pré-natal e na maternidade,
destacando a necessidade do aleitamento materno exclusivo ate o sexto mês de vida do bebe;
-Observar e avaliar a mamada para garantia de adequado posicionamento e pega da aréola;
-Observar a criança no geral: peso, postura, atividade espontânea, padrão respiratório, estado de
hidratação, eliminações e aleitamento materno, ectoscopia, características da pele (presença de palidez,
icterícia e cianose), crânio, orelhas, olhos, nariz, boca, pescoço, tórax, abdômen (condições do coto
umbilical), genitalia, extremidades e coluna vertebral. Caso seja detectada alguma alteração, solicitar
avaliação médica imediatamente.
Enfermagem Materno-Infantil 31
- história de morte de crianças com menos de cinco anos na família.
Obs.: Caso sejam identificados alguns desses critérios, solicitar avaliação médica imediatamente e
agendamento para o ambulatório para RN de alto risco.
Atividades
Escutar a mulher, verificando como se sente, suas possíveis queixas, e esclarecendo dúvidas,
Avaliar o aleitamento;
Orientar sobre:
- higiene, alimentação, atividades físicas;
- atividade sexual, informando sobre prevenção de DST/Aids;
- cuidado com as mamas, reforçando a orientação sobre o aleitamento (considerando a situação das
mulheres que não puderem amamentar);
- cuidados com o recém-nascido;
- direitos da mulher (direitos reprodutivos, sociais e trabalhistas).
Caso a mulher não tenha comparecido para consulta na primeira semana após o parto,
realizar as ações previstas para a "Primeira Semana de Saúde Integral".
A escolha do método deve ser sempre personalizada para orientar o uso de métodos
anticoncepcionais no pós-parto, deve-se considerar: o tempo pós-parto, deve considerar: o tempo pós-
parto, o padrão da amamentação, o retorno ou não da menstruação, os possíveis efeitos dos
anticoncepcionais hormonais sobre a lactação e o lactante.
1. A associação amenorréia e lactação exclusiva com livre demanda (LAM) tem alta eficácia como método
contraceptivo nos primeiros seis meses após o parto, ou até que apareça a primeira menstruação pós-
parto, o que ocorrer primeiro. A mulher que passa da amamentação exclusiva para a parcial deve iniciar o
uso de outro método, se o parto tiver ocorrido há mais de 45 dias, pois nessa circunstância aumenta o
risco de gravidez;
2. A mulher que está amamentando e necessita, ou deseja, proteção adicional para prevenir a gravidez
deve primeiro considerar os métodos sem hormônios (DIU e métodos de barreira);
3.O DIU pode ser opção para a mulher na fase de amamentação e pode ser inserido imediatamente após
o parto, ou a partir de quatro semanas após este. O DIU está contra-indicado para os casos que cursaram
com infecção puerperal, até três meses após a cura;
Enfermagem Materno-Infantil 32
4. 0 anticoncepcional hormonal oral apenas de progestogênio (minipílula) e boa opção para a mulher que
está amamentando e pode oferecer proteção extra, se a mulher assim o desejar. O seu uso deve ser
iniciado após seis semanas do parto;
6. O anticoncepcional hormonal oral combinado não deve ser utilizado em lactantes, pois interfere na
qualidade e quantidade do leite materno, e pode afetar adversamente a saúde do bebe;
7. A laqueadura tubária, por ser método definitivo, deve respeitar os preceitos legais e, se indicada, a sua
realização deverá ser postergada para após o período de aleitamento e, nessa situação, introduzido o
método contraceptivo transitório;
8. Os métodos comportamentais (tabelinha, método billings etc.) só poderão ser usados após a
regularização do ciclo menstrual.
A pega incorreta da região mamilo-areolar faz que a criança não consiga retirar leite suficiente,
levando a agitação e choro. A pega errada, só no mamilo, provoca dor e fissuras e faz que a mãe fique
tensa, ansiosa e perca a autoconfiança, acreditando que o seu leite seja insuficiente e/ou fraco.
2. Fissuras (rachaduras)
3. Mamas ingurgitadas
Acontecem, habitualmente, na maioria das mulheres, do terceiro ao quinto dia após o parto. As
mamas ingurgitadas são dolorosas, edemaciadas (pele brilhante), às vezes, avermelhadas e a mulher
pode ter febre.
Para evitar ingurgitamento, a pega e a posição para amamentação devem estar adequadas e,
quando houver produção de leite superior a demanda, as mamas devem ser ordenhadas manualmente.
Sempre que a mama estiver ingurgitada, a expressão manual do leite deve ser realizada para facilitar a
pega e evitar fissuras. O ingurgitamento mamário é transitório e desaparece após 24 a 48 horas.
4. Mastite
Ordenha manual
Contra-indicações
Enfermagem Materno-Infantil 33
São raras as situações tanto maternas, quanto neonatais, que contra-indicam a amamentação.
Entre as maternas, encontram-se as mulheres com câncer de mama que foram tratadas ou estão em
tratamento, mulheres HIV+ ou HTLV+, mulheres com distúrbios graves da consciência ou do
comportamento.
As causas neonatais que podem contra-indicar a amamentação são, na maioria, transitórias e
incluem alterações da consciência de qualquer natureza e prematuridade.
São poucas as medicações que contra-indicam a amamentação. Nenhuma medicação deve ser
utilizada pela puerpera amamentando sem orientação médica. Na eventualidade da medicação utilizada
ser classificada como de uso criterioso ou contra-indicada durante a amamentação. O procedimento de
escolha é optar por outras alternativas terapêuticas e não suspender o aleitamento.
Enfermagem Materno-Infantil 34
* Cordão longo;
* Prematuridade.
O diagnóstico precoce é fundamental para evitar o óbito do concepto. O mesmo pode ser
observado e tocado com as mãos, no canal vaginal; às vezes ele ultrapassa a vulva.
O prognóstico depende do tempo do acidente, e da intensidade da compressão havida, e do
comprimento do cordão prolabado, pois prejudica a circulação feto-placentária.
No feto vivo a intervenção é da maior urgência. Como norma, em caso de procedência ou
prolapso de cordão o indicado é a operação cesariana, que é remédio rápido, independentemente das
condições do colo, da apresentação e do volume, ou de outras distorcias associadas e não tem contra-
indicação alguma.
A distinção entre brevidade absoluta ou real e a relativa não tem importância clínica. Num ou
noutro caso favorece apresentações anômalas, motiva dificuldades no parto, prejudicando a descida do
móvel, alongando sua evolução, causando descolamento prematuro de placenta, anoxia do feto, roturas
do funículo e inversão do útero.
É diagnostico impossível. A hipótese poderá ser levantada na parturição prolongada, não
explicada pelas razões que a diagnose diferencial suscita.
1.3. Circulares
Ocorrem em 20-25% dos partos, habitualmente cervicais, mas encontradas no tronco e nos
membros. São propiciadas pelo comprimento exagerado do cordão, a prematuridade e excesso de líquido
amniótico.
As circulares podem provocar brevidade aparente e, sobre as complicações e acidentes daí
decorrentes, acresce referir a possibilidade de determinarem anoxia quando ao redor do pescoço e
também podem levar a compressão do cordão favorecida pela contração uterina.
2. LACERAÇÃO DO TRAJETO
3. SECUNDAMENTO PATOLÓGICO
Descrição
Enfermagem Materno-Infantil 35
2. Transfusão para o feto pode ser realizada por meio desse procedimento.
3. Usando a imagem de ultra-sonografia, o médico introduz uma agulha (guiada pelo ultra-som) em um
dos vasos umbilicais. Um pequeno volume de sangue é colhido.
4 Também pode ser usado para terapias fetais como a transfusão de hemácias e plaquetas.
Descrição
O teste sem estresse (TSE) é usado para avaliar acelerações da FCF que normalmente ocorrem
em resposta a atividade fetal em um feto em boas condições. As acelerações são indicativas de um
sistema nervoso central e autônomo intactos e são um sinal de bem-estar fetal. A ausência de
acelerações da FCF em resposta aos movimentos do feto pode estar associada a hipóxia, acidose,
medicamentos (analgésicos, barbitúricos), sono fetal e a algumas anomalias fetais.
I. As indicações maternas incluem gestação pós-termo, sensibilização do Rh, idade materna igual ou
superior a 35 anos, doença renal crônica, hipertensão, doença do colágeno, doença falciforme, diabetes,
ruptura prematura de membranas, história de natimorto, traumatismo, sangramento vaginal no segundo e
terceiro trimestres.
Significância / Controle
1. TSE reativo - sugere uma chance < 1 % de óbito fetal dentro da 1ª semana do TSE.
2 TSE não-reativo - sugere que o feto pode estar comprometido e há necessidade de maior
acompanhamento com PBF Teste de Estresse de Contração (TEC) ou Teste de Estímulo com Ocitocina
(TEO).
3. TSE duvidoso - necessita ser repetido em 2 a 3 h ou acompanhamento com TEC, TEO ou PBF.
1. Explicar o procedimento e o material para a paciente. Certificar-se de que ela recebeu uma nutrição e
ingestão de líquidos adequadas e, se tabagista, não fumou dentro das últimas 2 h.
3. Os marcadores de eventos não precisam ser usados a menos que o movimento fetal não seja
observado no monitor fetal. Se o movimento fetal não for observado, instruir a paciente a fazer uma marca
na tira do monitor toda vez que o movimento fetal for sentido. O enfermeiro fará isso se a mulher não for
capaz de fazê-lo.
Enfermagem Materno-Infantil 36
Descrição
2. Ambos os métodos de teste não são invasivos, são fáceis de realizar e produzem resultados rápidos.
4. A freqüência taquicárdica pode resultar do estímulo e pode durar mais de 1 h. Se isso ocorrer, observar
a FCF quanto a outras características normais dos níveis basais além de taquicardia, até que a FCF
retorne a freqüência pré-estímulo.
Descrição
Esse teste é usado para avaliar a capacidade do feto de suportar o estresse das conrtrações
uterinas que ocorreriam durante o trabalho de parto.
1. Geralmente, o teste é usado quando a mulher tem um TSE não-reativo ou FAST/VST duvidoso,
embora em muitas áreas o TEC tenha sido substituído pelo PBF.
2. O teste é contra-indicado em mulheres com hemorragia no terceiro trimestre, gestação múltipla, colo
incompetente, placenta prévia, incisão uterina clássica prévia, hidrâmnios, história de parto prematuro ou
ruptura prematura da bolsa amniótica.
3. Contrações podem ocorrer espontaneamente (o que não é habitual) ou podem ser induzidas.
4. O TEC utiliza a ocitocina produzida endogenamente por meio de estimulação do mamilo ou da mama.
5. O TEO utiliza ocitocina exógena (Pitocin), que é administrada por meio de infusão EV
4. Obter uma fita de 20 min da FCF e da atividade uterina para fornecer dados basais.
Enfermagem Materno-Infantil 37
5. Para TEC:
Interpretação do TEC/TEO
1. Negativo - tranquilizador.
2. Positivo - não-tranquilizador.
3. Suspeito - repetir em 24 h.
4. lnsatisfatório - repetir em 24 h.
5. Hiperestimulação - repetir em 2 h.
Perfil Biofísico
Descrição
O perfil biofísico fetal (PBF) usa a ultra-sonografia e o TSE para avaliar cinco variáveis biofísicas
na determinação do bem-estar fetal. O PBF é realizado durante um intervalo de tempo de 30 min.
1. Teste sem estresse - pesquisa a aceleração da FCF em relação aos movimentos fetais.
2. Volume do índice de líquido amniótico- avaliar uma ou mais bolsas de líquido amniótico medindo 2 cm
ou mais, em dois planos perpendiculares.
3. Movimentos respiratórios fetais - um ou mais episódios durante, pelo menos, 30 s.
4. Movimentos corporais fetais macroscópicos - três ou mais movi mentos corporais ou dos membros,
incluindo rolagem, em 30 min.
5. Tônus muscular fetal- um ou mais episódios de extensão ativa com retorno a flexão da coluna vértebra,
mãos ou membros.
Para cada variável, quando os critérios são atendidos, é dada uma pontuação de 2. Para uma
observação anormal, é dada a pontuação de 0. Uma pontuação de 8 a 10 é considerada normal, de 6 é
duvidosa e de 4 ou menos é considerada anormal.
Enfermagem Materno-Infantil 38
Orientações de Enfermagem na Assistência à Paciente
Descrição
1. Explicar o TSE e o ILA de acordo com orientações previamente estabelecidas observadas neste
capítulo.
2. Documentar os achados no prontuário pré-natal da paciente.
Desde as consultas iniciais de pré-natal, o enfermeiro precisa enfatizar que o trabalho de parto e
o parto são processos fisiológicos normais. Tipicamente, a mulher grávida relaciona o momento do parto
com preocupações importantes sobre seu bem-estar pessoal, o bem-estar da criança não nascida e com
o temor de um trabalho de parto difícil e doloroso. Abordar essas preocupações e minimizar seu
desconforto deve ser de importância fundamental para todos os participantes envolvidos nos cuidados da
mãe e do feto.
CONSIDERAÇÕES
Parto Preparado
Antigamente, o termo parto natural era usado para descrever uma conduta para dar a luz. Para
alguns, o parto natural significa o parto sem analgesia ou anestesia, enquanto, para aqueles que
desenvolveram a conduta, simplesmente significa estar preparado para o parto através de educação e
treinamento pré-natais. Essa preocupação oferecia a mulher um método de enfrentamento dos
desconfortos do trabalho de parto e do parto. Para evitar a sugestão de que a analgesia ou a anestesia
não está disponível para a mulher durante o trabalho de parto e parto caso ela necessite, o termo parto
preparado atualmente é usado em lugar de parto normal.
1. Esse método é baseado na idéia de que o medo e a antecipação surgiram de tensões protetoras
naturais do corpo, tanto física quanto musculares.
2. O medo estimula o sistema nervoso simpático e faz com que músculo circular do colo (cérvice) do útero
se contraia.
3. Os músculos longitudinais do útero então tem que agir contra maior resistência cervical, causando
tensão e dor.
4. A tensão e a dor agravam o medo, que produz um ciclo vicioso de tensão, dor e medo.
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f. A paciente não é informada de que o trabalho de parto e o parto serão indolores; a analgesia e
a anestesia estão disponíveis se necessárias ou desejadas.
g. A paciente recebe uma compreensão de suporte empático durante o trabalho de parto através
de seu parceiro, do enfermeiro e do médico.
1. O parto psicoprofilático tem uma justificativa baseada no conceito da percepção da dor de Pavlov e sua
teoria dos reflexos condicionados (a substituição de reflexos condicionados favoráveis por desfavoráveis).
O método de Lamaze é um exemplo dessa técnica.
2. A mulher aprende a substituir respostas de agitação, medo e perda do controle por uma atividade mais
útil. Um nível elevado de atividade pode excitar o córtex cerebral de modo eficaz para inibir outros
estímulos, como a dor no trabalho de parto.
3. A futura mãe aprende exercícios que fortalecem os músculos abdominais e relaxam o períneo.
1. Comumente denominado como "parto treinado pelo marido", embora o treinador, não necessariamente,
seja o marido da gestante.
3. Os treinadores assistem a aulas e aprendem a ajudar a gestante muito tempo antes de o trabalho de
parto ter início.
4. O treinador serve como estímulo condicionado usando o som de sua voz, o uso de palavras específicas
e a repetição da prática.
5. Medicações não são encorajadas para o alívio da dor. O relaxamento é o componente central. A maior
tolerância a dor é obtida pela diminuição da ansiedade mental e do medo, que acaba diminuindo a tensão
a estímulo doloroso. Ocorre com exercícios cognitivos e físicos.
Parto Domiciliar
1. O parto domiciliar, embora controvertido, tem recebido maior apoio nos últimos anos.
2. As motivações para o parto domiciliar:
a. A crença de que o parto domiciliar tem vantagens significativas para a família e o recém-
nascido.
b. Objeção contra a atmosfera impessoal e autoritária do ambiente hospitalar com separação
forçada da mulher e da família.
c. Desejo de evitar certas práticas, como a cesariana de rotina, para apresentação pélvica,
episiotomia, parto a fórceps, estimulação com ocitocina, monitorização de rotina dos batimentos cardíacos
fetais e outras práticas associadas ao hospital.
d. Risco de infecções hospitalares; crença de que o lactente é imune as bactérias da própria
casa.
e. Aumento dos custos de hospitalização.
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3. Contra-indicações:
a.Indicações de alto risco para o bebe e para a mãe.
b. A paciente com história de parto prematuro ou pós-termo em gravidez anterior ou cesariana
anterior.
c. Gestante com complicações clínicas ou emocionais.
d. Paciente que não pode ser rapidamente transportada ao hospital.
4. Alternativas
a. Alterações do ambiente hospitalar para uma conduta centrada na família.
b. Centros obstétricos com estrutura adequada para cuidados de emergência em gestantes de
baixo risco.
c. Equipe de apoio motivada e apropriadamente educada.
2. A medida que a gravidez progride, há uma elevação gradual na quantidade de ocitocina circulante.
3. A medida que a gravidez avança, a progesterona é menos eficaz em controlar as contrações uterinas
rítmicas que normalmente ocorrem. Além disso, pode também haver uma diminuição real na quantidade
de progesterona circulante.
4. Há uma maior produção de prostaglandinas pelas membranas fetais e pela decídua uterina a medida
que a gravidez avança.
5. No final da gravidez, o feto produz maiores níveis de cortisol que inibem a produção de progesterona
pela placenta.
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