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Ensino Médio

Biologia
BIM3
Biologia - 3ª Série
3E
FICHA TÉCNICA

Editor
Marcelo Ferlin

Coordenador de Edição
Mariângela Nunes

Colaborador
Elaine Lima Silva

Diagramação
Carlos Eduardo Nunes

Monitor Editorial Ltda.


Av. Rangel Pestana,1105 – Brás
São Paulo/SP – CEP 03001-000
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3ª Edição - Fevereiro/2013

I.C.E. Monitor
Biologia
Ensino Médio BIM3/5

sumário
Lição 1 – Ecologia: Conceitos Fundamentais .................................... 8
Resumo ....................................................................................................... 9
Leitura Complementar ................................................................................. 11
Exercícios Propostos ................................................................................... 12

Lição 2 – Níveis Tróficos e Fluxo de


Energia nos Ecossistemas ................................................ 14
1. Cadeias e Teias Alimentares.....................................................................15
1.1 Transferência de Energia .................................................................... 16
1.2 Pirâmides Ecológicas .........................................................................16
Resumo ................................................................................................... 17
Leitura Complementar ................................................................................. 19
Exercícios Propostos ................................................................................... 20

Lição 3 – Os Ciclos Biogeoquímicos ..................................................... 21


1. O Ciclo da Água ..................................................................................... 21
2. O Ciclo do Carbono .................................................................................. 22
3. O Ciclo do Nitrogênio ............................................................................... 22
4. O Ciclo do Oxigênio .................................................................................. 24
Resumo ...................................................................................................... 25
Leitura Complementar ................................................................................. 26
Exercícios Propostos ................................................................................... 27

Lição 4 – Relações Ecológicas entre Seres Vivos .............................. 29


1. Classificação das Relações Ecológicas .................................................. 29
1.1 Colônia .............................................................................................. 29
1.2 Sociedade ......................................................................................... 30
1.3 Mutualismo ........................................................................................ 32
1.4 Protocooperação ............................................................................... 31
1.5 Comensalismo ................................................................................... 31
1.6 Inquilinismo ....................................................................................... 31
1.7 Predatismo ........................................................................................ 32
1.8 Canibalismo ...................................................................................... 32
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Ensino Médio

1.9 Parasitismo ...................................................................................... 32


1.10 Amensalismo .................................................................................. 33
1.11 Competição ................................................................................... 33
1.12 Escravagismo (ou Escravismo) ....................................................... 33
Resumo ..................................................................................................... 33
Leitura Complementar ................................................................................. 34
Exercícios Propostos ................................................................................... 35

Lição 5 – Os Grandes Biomas da Terra ............................................. 37


1. Biomas Aquáticos ................................................................................... 37
2. Biomas Terrestres ...................................................................................37
2.1 Tundra ................................................................................................ 38
2.2 Taiga ................................................................................................ 38
2.3 Floresta Temperada ........................................................................... 38
2.4 Floresta Tropical ................................................................................ 39
2.5 Campo .............................................................................................. 39
2.6 Deserto ............................................................................................. 39
3. Biomas Brasileiros ................................................................................... 39
3.1 Floresta Amazônica .......................................................................... 40
3.2 Mata Atlântica .................................................................................. 40
3.3 Mata de Araucárias ........................................................................... 41
3.4 Campos Cerrados ............................................................................ 41
3.5 Caatinga ........................................................................................... 41
3.6 Zona dos Cocais .............................................................................. 41
3.7 Pampas ............................................................................................ 41
3.8 Pantanal Mato-Grossense ................................................................ 41
3.9 Manguezais ou Mangues .................................................................. 42
Resumo ..................................................................................................... 42
Leitura Complementar .................................................................................. 43
Exercícios Propostos ................................................................................... 44

Lição 6 – Genética: Conceitos Fundamentais ................................... 45


1. Gene ...................................................................................................... 45
2. Genótipo ................................................................................................ 45
3. Fenótipo ................................................................................................. 45
4. Fenocópia ............................................................................................... 45
5. Lócus Gênico ......................................................................................... 46
6. Genes Alelos .......................................................................................... 46
7. Células Diploides .................................................................................... 46
8. Células Haploides ................................................................................... 46
9. Homozigoto e Heterozigoto ................................................................... 46
10. Dominância e Recessividade ................................................................. 46
11. Simbologia dos Genes ......................................................................... 47
12. Cruzamentos em Genética ................................................................... 47
Resumo ..................................................................................................... 47
Leitura Complementar .................................................................................. 49
Exercícios Propostos ................................................................................... 50
Biologia
Ensino Médio BIM3/7
Lição 7 – Lei de Mendel e suas Aplicações ...................................... 51
1. O Trabalho de Mendel ............................................................................ 51
2. Enunciado da Primeira Lei ...................................................................... 52
2.1 Interpretação da Primeira Lei de Mendel .......................................... 52
2.2 Heredogramas ................................................................................. 54
3. A Segunda Lei de Mendel ...................................................................... 56
3.1 Um Experimento de Mendel com Duas Características......................... 56
3.2 Interpretação da Segunda Lei de Mendel ......................................... 56
Resumo ....................................................................................................... 59
Leitura Complementar ................................................................................ 60
Exercícios Propostos .................................................................................. 61

Lição 8 – Polialelia ................................................................................... 65


1. Os Grupos Sanguíneos na Espécie Humana .......................................... 66
2. Sistema Rh ............................................................................................ 67
3. Eritroblastose Fetal ou Doença Hemolítica
do Recém-Nascido – DHRN ................................................................... 67
3.1 Como Evitar a Eritroblastose Fetal ..................................................... 68
Resumo ..................................................................................................... 68
Leitura Complementar ................................................................................ 69
Exercícios Propostos ................................................................................. 70

Lição 9 – Origem da Vida ..................................................................... 73


Resumo ..................................................................................................... 75
Leitura Complementar .................................................................................. 76
Exercícios Propostos ................................................................................... 77

Lição 10 – Evolução Biológica ............................................................ 78


1. Conceito de Evolução .............................................................................. 78
2. Provas da Evolução Biológica ................................................................... 78
3. As Grandes Teorias Evolucionistas ......................................................... 79
3.1 Teoria de Lamarck ............................................................................ 79
3.2 Teoria de Darwin ................................................................................. 80
4. O Neodarwinismo ou Teoria Sintética da Evolução .................................. 80
Resumo ..................................................................................................... 81
Leitura Complementar .................................................................................. 82
Exercícios Propostos ................................................................................... 83

Glossário ............................................................................................... 84
Respostas dos Exercícios Propostos ............................................... 85
Referências Bibliográficas ................................................................. 88
8/BIM3 Biologia
Ensino Médio

lição 2
Ecologia:
Conceitos Fundamentais
A Ecologia é o ramo da Biologia que estuda as relações dos seres vivos
entre si e com o meio ambiente onde vivem. Para compreender essa
complexa rede de relações, da qual o homem é parte integrante, é
fundamemental conhecer os conceitos básicos dessa ciência.

Biosfera, também chamada de ecosfera, é a esfera de vida da Terra,


compreendendo todos os lugares do planeta onde existe vida. Em outras
palavras, é o conjunto formado por todos os ecossistemas da Terra.

A fonte de energia da biosfera é o Sol. A energia solar é captada pela


biosfera através do processo de fotossíntese e armazenada nos com-
postos orgânicos, principalmente na glicose; posteriormente, é liberada
para manter as atividades de todos os seres vivos.

Biomas são regiões que apresentam clima, fauna e flora característicos.


Os principais biomas terrestres são: tundra, taiga, florestas temperadas,
florestas pluviais tropicais, campos e desertos.

Comunidade biológica, biocenose ou biota é formada pelas populações


de diferentes espécies que vivem em determinada região. Em uma flo-
resta, por exemplo, a comunidade biológica compõe-se de populações de
árvores, arbustos, pássaros, formigas, besouros, micro-organismos etc.

População é o conjunto de indivíduos de uma mesma espécie, habitando


determinada região.

Espécie é um conjunto de seres semelhantes entre si, capazes de se


cruzarem e dar origem a descendentes férteis, isto é, também capazes
de terem seus filhotes. Dentro de uma mesma espécie o número de
cromossomos e a sequência dos genes são fixos e diferentes de outra
espécie, o que inviabiliza o cruzamento entre espécies diferentes.
Biologia
Ensino Médio BIM3/9
Ecossistema é o conjunto formado pelos • Taxa de mortalidade – número de
fatores bióticos (com vida – animais, plantas, indivíduos que morrem;
fungos etc.) e os fatores abióticos (sem vida
• Taxa de imigração – número de
– fatores ambientais, como luz, tempera-
indivíduos que entram na população;
tura, umidade, solo etc.). Os dois fatores
devem ser necessários e suficientes para • Taxa de emigração – número de
prover a vida ali existente. indivíduos que saem da população.

Um ecossistema pode ser uma floresta, um Potencial biótico é a capacidade que cada
lago, um rio, um aquário com plantas. Um espécie tem de se reproduzir. Para se repro-
aquário sem plantas não é um ecossistema, duzir é necessário que ela esteja adaptada
pois o alimento do peixe vem de fora. ao meio.

Habitat é o lugar onde vive uma determi- Resistência ambiental é o conjunto de fato-
nada espécie (seu endereço). Por exemplo, o res do meio ambiente que se opõe ao cresci-
habitat do leão é a savana africana; o habitat mento populacional.
do mico-leão-dourado é a Mata Atlântica.
Alguns desses fatores são:
Nicho Ecológico corresponde ao papel da • falta de espaço para a população se
espécie no funcionamento do ecossistema. desenvolver;
Alguns aspectos do nicho ecológico de uma • competição entre as espécies;
espécie podem coincidir com os de outra • falta de água ou de alimento;
espécie. Por exemplo, uma determinada es- • os efeitos do clima, que podem tanto
pécie de passarinho pode se alimentar das favorecer a proliferação de algumas
mesmas sementes de uma outra espécie; espécies como também representar a
duas espécies diferentes de animais podem diminuição drástica de outra;
beber água da mesma nascente. Quando • aumento ou diminuição no número de
os nichos de duas espécies coincidem em seus predadores;
pontos importantes, elas podem ser com- • parasitismo que pode levar seu
petidoras, o que poderá ocasionar o desa- hospedeiro à morte.
parecimento de uma das espécies ou, ain-
da, modificações lentas de comportamento,
adaptando-se a um novo nicho ecológico.
Resumo
• Ecologia – estudo das relações entre
Densidade populacional é a relação entre o
seres vivos e meio ambiente.
número de indivíduos de uma espécie e o
• Biosfera – qualquer lugar da Terra onde
espaço ocupado (área ou volume).
existe vida.
número de indivíduos • Comunidade biológica – conjunto de
Densidade = populações de uma região.
espaço ocupado (área ou volume)
• População – conjunto de seres de uma
Fatores que atuam em uma população po- mesma espécie.
dendo contribuir para elevar ou diminuir • Espécie – conjunto de seres
sua densidade: semelhantes, que se cruzam e originam
filhotes férteis.
• Taxa de natalidade – número de • Ecossistema – conjunto de fatores
indivíduos que nascem; bióticos (seres vivos) e abióticos (fatores
ambientais).
10/BIM3 Biologia
Ensino Médio

• Habitat – lugar onde vive determinada espécie.


• Nicho ecológico – modo de vida de uma espécie (profissão da espécie).
• Densidade populacional – relação entre o número de indivíduos e a
área ou o volume ocupado.
• Fatores que comprovam a variação do tamanho de uma população
– natalidade, mortalidade, imigração e emigração.
• Potencial biótico – capacidade específica de crescer aumentando o
número de indivíduos.
• Resistência ambiental – fatores do meio ambiente que se opõem ao
crescimento populacional.

anotações
Biologia
Ensino Médio BIM3/11
Leitura Complementar

A Constituição Brasileira e a Ecologia


ro de 1988, reserva um espaço considerável às
A Constituição do Brasil, promulgada em 5 de outub
questões ecológicas. Veja a transcrição abaixo:
Título VII – Da ordem social
Capítulo VI – Do meio ambiente
gicamente equilibrado, bem de uso comum do
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecolo r de
ndo-se ao Poder Público e à coletividade o deve
povo e essencial à sadia qualidade de vida, impo
s gerações.
defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futura
e direito, incumbe ao Poder Público:
Parágrafo 1° - Para assegurar a efetividade dess
cies
essenciais e prover o manejo ecológico das espé
I. Preservar e restaurar os processos ecológicos
e ecossistemas.
ônio genético do país e fiscalizar as entidades
II. Preservar a diversidade e a integridade do patrim
rial genético.
dedicadas à pesquisa e à manipulação de mate
, espaços territoriais e seus componentes a serem
III. Definir, em todas as unidades da Federação vedada
a supressão permitidas somente através de lei,
especialmente protegidos, sendo a alteração e que justifi quem sua prote ção.
e dos atributos
qualquer utilização que comprometa a integridad
ou atividade potencialmente causadora de
IV. Exigir, na forma da lei, para instalação de obra
o prévio de impacto ambiental, a que se dará
significativa degradação do meio ambiente, estud
publicidade.
emprego de técnicas, métodos e substâncias que
V. Controlar a produção, a comercialização e o
e o meio ambiente.
comportem risco para a vida, a qualidade de vida
a
níveis de ensino e a conscientização pública para
VI. Promover a educação ambiental em todos os
preservação do meio ambiente.
o
da lei, as práticas que coloquem em risco sua funçã
VII. Proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma anim ais à cruel dade .
submetam os
ecológica, provoquem a extinção de espécies ou
rais fica obrigado a recuperar o meio ambiente
Parágrafo 2° - Aquele que explorar recursos mine
a pelo órgão público competente, na forma da lei.
degradado, de acordo com solução técnica exigid
das lesivas ao meio ambiente sujeitarão os
Parágrafo 3° - As condutas e atividades considera
penais e administrativas, independentemente da
infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções
obrigação de reparar os danos causados.
-
a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato
Parágrafo 4° - A floresta Amazônica brasileira, lei, dentr o
nal e sua utilização far-se-á na forma da
grossense e a zona costeira são patrimônio nacio dos recur sos
meio ambiente, inclusive quanto ao uso
de condições que assegurem a preservação do
naturais.
lutas ou arrecadadas pelos Estados, por ações
Parágrafo 5° - São indisponíveis as terras devo
sistemas naturais.
discriminatórias, necessárias à proteção dos ecos
lei
r nuclear deverão ter sua localização definida em
Parágrafo 6° - As usinas que operam com reato
federal, sem o que não poderão ser instaladas.
12/BIM3 Biologia
Ensino Médio

Exercícios Propostos
1 - (UEBA) O conjunto de todas as populações que vivem em uma mesma área constitui:
( ) a) uma comunidade
( ) b) uma espécie
( ) c) um nicho ecológico
( ) d) um ecossistema
( ) e) um hábitat

2 - (U. Católica de Salvador-BA) Em um coqueiral vivem fungos, ratos, cobras e gaviões, que,
em conjunto, constituem:
( ) a) uma comunidade com quatro populações.
( ) b) uma comunidade com cinco populações.
( ) c) um ecossistema com quatro populações.
( ) d) um ecossistema com cinco comunidades.
( ) e) uma população com cinco comunidades.

3 - (F. Belas-Artes-SP) O conjunto de todos os ecossistemas forma:


( ) a) um hábitat
( ) b) uma comunidade
( ) c) um nicho ecológico
( ) d) a biosfera
( ) e) um biótopo

4 - (U. E. Londrina - PR) Considere o texto:


“A cutia é um roedor de hábitos noturnos muito comum nas matas brasileiras onde vive em
tocas. Ao cair da noite, ela sai de sua toca à procura de alimento, que consiste em frutos e
raízes. Seus inimigos naturais são carnívoros de médio porte.”
A descrição como um todo refere-se a:
( ) a) hábitat
( ) b) nicho ecológico
( ) c) ecossistema
( ) d) comunidade
( ) e) população
Biologia
Ensino Médio BIM3/13
5- (UF-RN) Entre os fatores que determinam a diminuição da densidade de uma população,
podemos citar:
( ) a) mortalidade e longevidade
( ) b) imigração e emigração
( ) c) mortalidade e imigração
( ) d) imigração e natalidade
( ) e) emigração e mortalidade

6- (FCC-SP) Dividindo-se o número de indivíduos de uma população:


( ) a) taxa de natalidade
( ) b) taxa de mortalidade
( ) c) taxa de imigração
( ) d) taxa de emigração
( ) e) densidade
14/BIM3 Biologia
Ensino Médio

lição 3
Níveis Tróficos e Fluxo de
Energia nos Ecossistemas
De acordo com suas necessidades alimentares, os seres vivos podem
ser classificados em dois grupos: autótrofos e heterótrofos. Os grupos
de organismos que apresentam tipo semelhante de nutrição constituem
um nível trófico (do grego = alimento).

Nesta lição, veremos quais são os níveis tróficos e de que maneira a


matéria e a energia fluem entre os diferentes níveis.

Os produtores (autótrofos) são os organismos responsáveis pela pro-


dução de todo o alimento que mantém o ecossistema. Podem ser clas-
sificados em:
• fotossintetizantes – obtêm energia da luz solar;
• quimiossintetizantes – obtêm energia de substâncias químicas
oxidadas.

Nos ecossistemas terrestres, os produtores são representados pelas


plantas clorofiladas (com clorofila). Nos ecossistemas aquáticos, os
principais produtores são as algas fotossintetizantes que fazem parte
do fitoplâncton (micro-organismos flutuantes de natureza vegetal).

Os produtores constituem o primeiro nível trófico dos ecossistemas.

Os consumidores (heterótrofos) são seres incapazes de produzir o pró-


prio alimento, nutrindo-se dos produtores ou de outros consumidores.
São, principalmente, os animais e os fungos.
• Consumidores primários ou de 1ª ordem: alimentam-se dos
produtores; são os animais herbívoros;
• Consumidores secundários ou de 2ª ordem: alimentam-se de um
consumidor primário; são os animais carnívoros;
• Consumidores terciários ou de 3ª ordem: alimentam-se de um
consumidor secundário, e assim por diante.
Biologia
Ensino Médio BIM3/15
Muitas espécies podem ocupar mais de um nível trófico. A espécie hu-
mana, por exemplo, ao se alimentar de vegetais, desempenha o papel de
consumidor primário; ao se alimentar de carne de herbívoros e de seus
produtos (leite, ovos etc.), é um consumidor secundário; e, ao se alimen-
tar de animais carnívoros, é um consumidor terciário.

Os decompositores são consumidores especiais, pois se nutrem de plan-


tas e animais mortos. São geralmente micro-organismos (bactérias e
fungos) que decompõem a matéria orgânica morta, transformando-a
em compostos inorgânicos simples, que são devolvidos ao meio am-
biente e podem ser utilizados novamente pelos produtores.

Assim, a importância ecológica dos decompositores é imensa, pois esses


organismos promovem a reciclagem da matéria na natureza.

1. Cadeias e Teias Alimentares


Cadeia alimentar é o fluxo contínuo de matéria e de energia, que vai
dos produtores até os decompositores, passando ou não pelos consu-
midores.

Ao se alimentar, qualquer organismo está obtendo matéria e também


energia. Essa matéria e energia fluem – caminham – pelos diferentes
níveis tróficos. Veja o seguinte exemplo:

GRAMA  GAFANHOTO  PÁSSARO


(Observação: a seta () significa: serve de alimento.)

Cada ser vivo de uma cadeia alimentar corresponde a um nível ali-


mentar ou nível trófico. Toda cadeia alimentar inicia-se sempre com
os produtores e termina com os decompositores. Entretanto, por ser
implícita a atuação dos decompositores, é comum não representar esses
organismos numa cadeia alimentar.

Veja outro exemplo:

CAPIM  BESOURO  SAPO  COBRA  GAVIÃO


    
Produtor Consumidor Consumidor Consumidor Consumidor
(1º nível trófico) primário secundário terciário quaternário
(2º nível trófico) (3º nível trófico) (4º nível trófico) (5º nível trófico)

Nos ecossistemas, as relações alimentares são bem mais complexas do


que essa simples cadeia que citamos como exemplo. Geralmente, cada
nível trófico contém diversas espécies, cada uma delas se alimentando
de organismos pertencentes a dois ou mais níveis tróficos diferentes. A
representação dessas diversas cadeias alimentares forma o que chama-
mos de teia alimentar.
16/BIM3 Biologia
Ensino Médio

PLANTAS
Figura 1 – Exemplo de teia alimentar.

1.1 Transferência de Energia

Enquanto a matéria é reaproveitada pela ação dos decompositores, se-


guindo um caminho cíclico na cadeia alimentar (fluxo circular), uma
parte da energia sai dos organismos sob a forma de calor, que não pode
ser reaproveitado na fotossíntese. Por isso, a energia segue um único
caminho – fluxo unidirecional – diminuindo de quantidade ao longo da
cadeia alimentar (figura 2).

Calor
Energia
luminosa

Milho Gavião
Calor
Calor

Gafanhoto Cobra
Sapo
Figura 2 – Exemplo de transferência de energia.

O fluxo de energia é unidirecional. A energia penetra no sistema vivo através


dos produtores. Cada nível trófico perde um pouco de energia e fornece para
o nível seguinte. A energia perdida é irradiada para o espaço, principalmente
sob a forma de calor.

1.2 Pirâmides Ecológicas

São representações gráficas de como se estruturam os níveis tróficos


de uma cadeia alimentar de acordo com a biomassa, energia ou o núme-
ro de indivíduos. Na pirâmide, cada nível trófico é representado por um
Biologia
Ensino Médio BIM3/17
retângulo cujo comprimento é proporcional vista que o número de indivíduos diminui
à quantidade que se deseja representar. ao longo dos níveis tróficos, esta pirâmide,
normalmente, também se apresenta com o
O retângulo da base representa o 1º nível vértice para cima. Há casos, porém, em que
trófico (produtores); o retângulo seguinte, a representação é diferente, como ilustra a
acima da base, representa o 2º nível trófi- figura 4-B (o número maior de carrapatos
co (consumidores primários), e assim por é comum na relação parasita-hospedeiro)
diante (figura 3). e 4-C (produtores de grande porte ocorrem
em menor número nos ecossistemas).
Consumidores
Terciários
Consumidores
Secundários
Consumidores
Primários
Produtores
Figura 3 – Pirâmide ecológica.

• Pirâmide de Biomassa

A pirâmide de biomassa mostra a quantida-


de de biomassa ou matéria viva acumulada
em cada nível trófico da cadeia alimentar.

Somente uma pequena parcela da biomassa


adquirida através dos alimentos é transfor-
mada em matéria viva, pois a maior parte Figura 4 – Pirâmide de números.
é usada como fonte de energia e eliminada
para o meio ambiente na forma de resíduos Resumo
da respiração (gás carbônico e água) e ex-
creções (urina ou suor) e também pelas fe- • Componentes bióticos dos ecossistemas:
zes. - produtores (autótrofos fotossintetizan-
tes ou quimiossintetizantes): plantas,
• Pirâmide de Energia fitoplâncton;
- consumidores (heterótrofos): animais,
A pirâmide de energia demostra a quanti- fungos;
dade de energia acumulada em cada nível - decompositores: bactérias, fungos
trófico da cadeia alimentar. Como a energia (geralmente micro-organismos).
flui em uma só direção, quanto mais distan- • Níveis tróficos – organismos que
te dos produtores estiver um determinado apresentam tipos semelhantes de
nível trófico, menor será a quantidade de nutrição:
energia útil recebida. - 1º nível: produtores;
- 2º nível: consumidores primários – ani-
• Pirâmide de Números mais herbívoros – nutrem-se dos pro-
dutores;
A pirâmide de números representa a quan- - 3º nível: consumidores secundários –
tidade de indivíduos presentes em cada ní- animais carnívoros – nutrem-se dos
vel trófico da cadeia alimentar. Tendo em consumidores primários;
18/BIM3 Biologia
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- 4º nível: consumidores terciários – nutrem-se dos consumidores


secundário etc.
• Cadeia alimentar é o fluxo contínuo de matéria e de energia, que
vai dos produtores até os decompositores, passando ou não pelos
consumidores. Na representação gráfica: a seta aponta o nível
trófico que obtém alimento.
• Teia alimentar é o conjunto de cadeias alimentares de um
ecossistema. Um organismo pode pertencer a mais de um nível
trófico.
• Fluxo de matéria nos ecossistemas – circular (a reciclagem é
promovida pelos decompositores).
• Fluxo de energia nos ecossistemas – unidirecional.
• Pirâmides ecológicas são representações gráficas da quantidade
de indivíduos em cada nível trófico (pirâmide de números), da
quantidade de energia acumulada em cada nível trófico (pirâmide
de energia) ou da quantidade de biomassa ou matéria viva em cada
nível trófico (pirâmide de biomassa).

anotações
Biologia
Ensino Médio BIM3/19
Leitura Complementar

As Batatas, a Industrialização e a
Saga Irlandesa na América
maior número
“Do ponto de vista estritamente energético, o que permite suprir
ntemente, uma
de pessoas: alimentação à base de plantas ou de animais? Evide
dos produtores
dieta de natureza vegetal, pois a oferta global de energia no nível
é muito maior que no nível dos consumidores.
a da América
A história da batata é bastante ilustrativa. Essa planta é oriund
energético é
do Sul e foi introduzida na Europa no século XVI. Seu conteúdo
e, com isso, foi
bem superior ao de outros produtos vegetais até então utilizados
O resultado foi
possível alimentar mais pessoas com a mesma área cultivada.
oferta de mão
um enorme aumento populacional, que acabou repercutindo na
trial – que
de obra, aproveitada em áreas urbanas, inclusive na atividade indus
nidade em
o século XIX viu nascer e que teve grande importância para a huma
to ambiental.
termos econômicos, sociais e políticos, assim como um forte impac
nto básico
Entretanto, essa dependência quase exclusiva da batata como alime
da batata´, por
foi desastrosa. Várias pragas afetaram a produção; a ´murcha
perda de toda
exemplo, doença causada por uma espécie de fungo, levou à
foi assolado
uma safra da Irlanda em poucos dias. Entre 1846 e 1854, o país
o de pessoas,
pela fome e por epidemias que levaram à morte cerca de um milhã
o e meio de
provocando uma enorme onda migratória de mais de um milhã
irlandeses para os Estados Unidos.”
. São Paulo: Moderna, 1999.
FAVARETTO, José Arnaldo e MERCADANTE, Clarinda. Biologia
20/BIM3 Biologia
Ensino Médio

Exercícios Propostos
1 - (Fuvest-SP) A espécie humana ocupa o nível trófico em que há maior aproveitamento de
energia fixada pelos produtores quando escolhe como cardápio:
( ) a) carne com creme de leite
( ) b) peixe com camarão
( ) c) frango com toicinho
( ) d) pão com geleia de frutas
( ) e) ovos com queijo

2 - (PUC-MG) Na cadeia alimentar esquematizada A  B  C  D, em que cada nível superior se


alimenta do anterior, é correto afirmar que, em certo espaço de tempo:
( ) a) reduzindo-se B, C aumenta.
( ) b) diminuindo-se D, B aumenta.
( ) c) aumentando-se C, A diminui.
( ) d) aumentando-se B e C, A e D diminuem.
( ) e) aumentando-se A, todos os outros níveis aumentam.

3 - (U. S. Judas Tadeu-SP) Em um lago, ocorre uma cadeia alimentar, abaixo esquematizada:
algas microscópicas, microcrustáceos, insetos aquáticos e peixes. Assinale a alternativa
correta, relativa a tal cadeia.
( ) a) Os microcrustáceos são carnívoros.
( ) b) Os insetos são decompositores.
( ) c) Os peixes são consumidores de 3ª ordem.
( ) d) Os insetos são consumidores primários.
( ) e) Os microcrustáceos são consumidores de 2ª ordem.

4 - (FURRN) Quando um trabalhador nordestino, em tempo de fartura, alimenta-se de feijão,


farinha de mandioca e rapadura, está ocupando, no ecossistema, o nicho ecológico de um:
( ) a) decompositor
( ) b) produtor
( ) c) consumidor secundário
( ) d) parasita
( ) e) consumidor primário
Biologia
Ensino Médio BIM3/21
lição 3
Os Ciclos
Biogeoquímicos
Os seres vivos retiram constantemente da natureza os elementos químicos
de que necessitam. Esses elementos, de uma forma ou de outra, acabam
sempre retornando ao ambiente. O processo contínuo de retirada e
devolução de elementos químicos constitui os ciclos biogeoquímicos.
Cada elemento químico apresenta um ciclo característico. A constante
reutilização da matéria mantém a vida no planeta.

1. O Ciclo da Água
No ciclo da água, destaca-se o papel da energia solar. Graças a ela, a
água em estado líquido, integrante dos rios, lagos, mares, sofre constante
evaporação, penetrando na atmosfera na forma de vapor. A água retorna
ao estado líquido por meio de precipitações, como a chuva e a neve.

Através de um escoamento super-


ficial, a água pode formar rios e
lagos e voltar para o oceano. Pode
ainda infiltrar-se no solo, forman-
do os lençóis subterrâneos, sendo
absorvida pelas raízes dos vegetais.

A água retirada do ambiente pelos


seres vivos retorna à atmosfera pe-
los processos de transpiração, ex-
creção, respiração e decomposição
dos cadáveres.

Figura 5 – Ciclo da água.


22/BIM3 Biologia
Ensino Médio

2. O Ciclo do Carbono
O carbono é encontrado na atmosfera sob a forma de CO2 (dióxido de
carbono) na proporção de 0,03%, dissolvido na água e na composição
das moléculas dos seres vivos.

O gás carbônico é consumido pelos produtores (plantas e algas) no pro-


cesso de fotossíntese. Os consumidores adquirem carbono na forma or-
gânica, através da alimentação (cadeia alimentar)

Este gás volta para a atmosfera através:


• da respiração dos seres vivos;
• da combustão – queimando-se combustíveis fósseis, como carvão de
pedra e petróleo (gasolina, diesel, gás natural) e, ainda, por meio de
incêndios;
• da decomposição dos organismos.

CO2 na atmosfera

Assimilação
por meio da
Respiração
fotossíntese Combustão

Respiração

Assimilação
pelos herbívoros

Algas e Plantas
Morte e
decomposição de
plantas e animais
Excrementos
Decomposição
Decompositores
Figura 6 - Ciclo do carbono.

3. O Ciclo do Nitrogênio
As substâncias fundamentais dos seres vivos são as proteínas e os áci-
dos nucleicos, que se formam a partir de aminoácidos e nucleotídeos,
respectivamente. Assim, o nitrogênio, elemento químico integrante da
estrutura dessas substâncias, é essencial para a vida.

Embora a quantidade de nitrogênio no ar atmosférico seja elevada


(cerca de 78%), os seres vivos não podem aproveitá-lo na forma de N2.
Seu aproveitamento somente é possível na forma de nitritos (NO2) e
nitratos (NO3), através de um processo de fixação, que pode ser biótica
ou abiótica.
Biologia
Ensino Médio BIM3/23
A fixação biótica do nitrogênio – transformando-o em amônia (NH3) – é
realizada por micro-organismos que vivem no solo (bactérias do gênero
Azotobacter e Clostridium e algumas espécies de cianobactérias, como
a Nostoc) ou por algumas espécies de bactérias (gênero Rhizobium) que
vivem nas raízes de leguminosas (feijão, soja, ervilha, alfafa, etc.), for-
mando nódulos: são as bactérias fixadoras de nitrogênio.

No processo abiótico de fixação do N2 é utilizada a energia de relâmpa-


gos e raios cósmicos, que transforma o N2 em NO3.

A amônia chega ao solo também como produto de excreção (urina) de


muitos animais.

Após a fixação, outras bactérias, dos gêneros Nitrosomonas e Nitro-


bacter, realizam o processo de nitrificação, ou seja, a transformação da
amônia em nitritos (nitrosação) e nitratos (nitratação): são as bactérias
nitrificantes. Essas substâncias, por mecanismos de troca iônica, vão
fazer parte da composição de muitos sais minerais, que são absorvidos
pelas plantas através das raízes.

Nitrogênio na atmosfera (N2)

Plantas
Assimilação Bactérias
desnitrificantes

Nitratos
Bactérias fixadoras de (NO3 –)
nitrogênio na raiz das Decomposição
leguminosas (aeróbica e anaeróbica)
por bactérias e fungos
Bactérias
Amonificação nitrificantes
Nitrificação

Amônia (NH3 +) Nitritos (NO2 –)

Bactérias fixadoras Bactérias


de nitrogênio no solo nitrificantes
Figura 7 - Ciclo do nitrogênio

No metabolismo dos vegetais, os nitratos convertem-se em aminoáci-


dos (para a síntese de proteínas) e nucleotídeos (para a síntese de ácidos
nucleicos).
24/BIM3 Biologia
Ensino Médio

Através das cadeias alimentares, o nitrogênio é repassado para os de-


mais seres vivos.

A devolução do nitrogênio à atmosfera (desnitrificação) é realizada pelas


chamadas bactérias desnitrificantes, que transformam os nitratos do
solo em gás nitrogênio (N2), que volta à atmosfera, fechando o ciclo.

Os agricultores costumam alternar o plantio de algumas plantas com


leguminosas (feijão, por exemplo), prática conhecida como rotação de
culturas ou adubação verde. As leguminosas fertilizam o solo, suprin-
do-o com nitrogênio fixado pelas bactérias que vivem nos nódulos de
suas raízes.

4. O Ciclo do Oxigênio
O oxigênio é o segundo componente mais abundante da atmosfera, cer-
ca de 21%.

O gás oxigênio (O2) é consumido nos processos de respiração dos seres


vivos e na combustão, pois é um gás comburente (alimenta a combustão).
Ele é devolvido ao ambiente através da fotossíntese realizada pelos
vegetais e algas macroscópicas e algas microscópicas (fitoplâncton).

A maior parte do O2 disponível na atmosfera é produzido nos oceanos e


mares pelo fitoplâncton.

Respiração

Fotossíntese Combustão
O2
Respiração

Fotossíntese Respiração

Animal Incêndio
florestal
Algas e animais

Micro-organismos
Figura 8 - Ciclo do oxigênio.
Biologia
Ensino Médio BIM3/25
Resumo
• Os elementos químicos circulam pela natureza, passando por siste-
mas abióticos e pelos seres vivos, caracterizando os ciclos biogeo-
químicos.
• Ciclo da água – a água se evapora dos mares, lagos e rios e vai for-
mar as nuvens, que se condensam e originam as chuvas. Surgem os
rios e os lençóis subterrâneos, que novamente drenam a água para
os mares. Os seres vivos ingerem a água e a devolvem ao meio am-
biente através da respiração e da excreção (suor e urina).
• Ciclo do carbono – compreende a passagem do carbono pelos seres
vivos, formando as cadeias de carbono dos compostos orgânicos, e
pelo meio abiótico, principalmente na forma de CO2. O carbono é
lançado na atmosfera como CO2 pela respiração dos seres vivos e
pelas combustões. As plantas recolhem CO2 na atmosfera, pela fo-
tossíntese, repassando o carbono aos demais seres vivos pelas ca-
deias alimentares.
• Ciclo do nitrogênio – compreende a transformação do N2 atmosfé-
rico em nitritos e nitratos, que são assimilados pelos vegetais. Esse
processo tem início com a fixação do N2, que ocorre pela ação de
descargas elétricas na atmosfera e pela ação de micro-organismos
(bactérias fixadoras, existentes no solo e nas raízes de leguminosas),
transformando N2 em NH3 (amônia). Bactérias nitrificantes fazem
a nitrificação: transformam NH3 em NO2 (nitritos) e NO3 (nitratos),
que são assimilados pelos vegetais e repassados aos animais pelas
cadeias alimentares. As bactérias desnitrificantes fazem a desnitri-
ficação: transformam os nitritos e nitratos em N2, que volta à atmos-
fera.
• Ciclo do oxigênio – acontece paralelamente ao ciclo do carbono. O
oxigênio faz parte da composição do ar atmosférico, sendo absorvi-
do pelos seres vivos na respiração. Ainda pela respiração, os seres
vivos devolvem o oxigênio na forma de CO2, que é captado pelos
vegetais no processo de fotossíntese, que libera oxigênio novamente
para a atmosfera.
26/BIM3 Biologia
Ensino Médio

Leitura Complementar

As Metrópoles e a Poluição
fogueira, nem podia
“Quando, na Pré-história distante, o homem aprendeu a fazer sua
a natureza, inventando
imaginar que estava praticando seu primeiro ato de violência contra
que viria a ser, milênios
uma forma de poluir a atmosfera. Estava criando um procedimento
queima de substâncias,
depois, uma das principais fontes de poluição do meio ambiente – a
com a emissão de fumaça e partículas tóxicas no ar.
ocorreu na Europa entre
Mas foi, indiscutivelmente, depois da Revolução Industrial, que
lou a proliferação das
os séculos XVIII e XIX, que o desenvolvimento do capitalismo estimu
extremamente acelerado
fábricas e a utilização de motores, desencadeando um processo
ão do ar, dos mares
de progresso, do qual resultou uma constante e cada vez maior poluiç
e rios, bem como do próprio solo.
seu conforto e da sua
Assim, o homem conquistou o poder suficiente para, em busca do
a, esquecendo-se de
mais rápida prosperidade econômica, alterar a natureza do planet
pensar nas consequências.
ram a ser lançados
Muitos dos produtos utilizados pelo homem moderno passa
provoc ando uma poluição
intempestivamente por ele no ar, nas águas ou no solo,
tares e passam às
irreversível. Tais compostos ou elementos entram nas cadeias alimen
e, finalmente, atingem
plantas, depois aos animais herbívoros, mais tarde aos carnívoros
a própria espécie humana.
a na atmosfera, que
Nas agitadas metrópoles, é comum ocorrer acúmulo de poeira e fumaç
cido , palavra
se somam aos gases diversos e à umidade do ar, formando o conhe
(fumaça) e (nevoeiro). Nas horas de maior tráfego de
derivada da junção de
pesso as
veículos, o constitui um grave problema que perturba a visão e predispõe as
tórias.”
a quadros clínicos de irritação das mucosas dos olhos e vias respira
Paulo: Scipione, 1999.
SOARES, José Luís. Biologia no terceiro milênio – vol. 3. São
Biologia
Ensino Médio BIM3/27

Exercícios Propostos
1 - (Fuvest-SP) As fontes primárias dos elementos carbono e nitrogênio que compõem as
moléculas dos seres vivos são, respectivamente, o gás carbônico e o gás nitrogênio.
a) Que organismos são capazes de fixar esses elementos?

b) Por meio de que processo celular se dá a fixação do gás carbônico?

2 - (PUC-RS) Observe o esquema abaixo de um ciclo biogeoquímico:

Composto Orgânico

De acordo com a transferência de matéria representada, deve tratar-se do ciclo do:


( ) a) nitrogênio
( ) b) vapor de água
( ) c) carbono, apenas
( ) d) oxigênio, apenas
( ) e) carbono e do oxigênio
28/BIM3 Biologia
Ensino Médio

3 - (Unirio) Em uma área de plantio onde a produção de trigo foi pobre durante muitos anos,
plantou-se soja. Após a colheita, voltou-se a cultivar trigo, verificando-se um aumento de
produção, provavelmente porque o solo:
( ) a) ficou mais arejado.
( ) b) ficou menos ácido.
( ) c) teve sua granulação alterada.
( ) d) teve o seu teor de nitrogênio elevado.
( ) e) sofreu menos os efeitos da erosão.
Biologia
Ensino Médio BIM3/29
lição 4
Relações Ecológicas
entre Seres Vivos
Um mesmo ambiente é compartilhado por diversas populações, que
disputam os mesmos recursos. Nenhuma espécie é totalmente indepen-
dente em relação aos demais indivíduos da comunidade. As diferentes
populações mantêm entre si relações variadas, das quais dependem a
vida e a evolução das comunidades biológicas.

1. Classificação das Relações Ecológicas


As relações ecológicas entre seres vivos podem ser classificadas em:
• Harmônicas – são aquelas em que não existe desvantagem para
nenhuma das espécies, ocorrendo benefício pelo menos para uma
delas;
• Desarmônicas – são aquelas em que ocorre benefício para uma das
espécies e prejuízo para a outra.

Tanto as relações harmônicas como as desarmônicas podem, ainda, ser


classificadas em:
• Intraespecíficas – ocorrem entre seres da mesma espécie;
• Interespecíficas – ocorrem entre seres de espécies diferentes.

O termo Simbiose é utilizado para todos os tipos de relações interespe-


cíficas, harmônicas ou desarmônicas.

1.1 Colônia

Colônia é uma relação harmônica intraespecífica, em que os indivíduos


associados estão ligados fisicamente uns aos outros, por meio de um
substrato (ambiente) ou esqueleto comum.
30/BIM3 Biologia
Ensino Médio

Exemplos: Os exemplos clássicos de sociedade são os


insetos sociais (abelhas, formigas e cupins).
- colônias de bactérias do gênero Observa-se uma organização em castas, ou
Coccus; seja, grupos sociais especializados em reali-
- os corais (celenterados); zar determinada função:
- as cracas (crustáceos); • sociedade das abelhas – castas: rainha,
- o celenterado Physalia pelágica, operárias e zangões;
conhecido como caravela (figura 9), • sociedade das formigas – castas: rainha,
apresenta uma vesícula cheia de ar rei e operárias;
que funciona como flutuador, da qual • sociedade dos cupins – castas: rainha,
saem muitos indivíduos, que realizam rei e operários.
várias funções.
1.3 Mutualismo

É uma relação harmônica interespecífica,


onde ocorre benefício mútuo para as espé-
cies associadas obrigatoriamente. Exemplo:
• líquens – são associações entre algas
unicelulares e fungos. As algas sinteti-
zam matéria orgânica e fornecem aos
fungos parte do alimento produzido; os
fungos retiram água e sais minerais do
ambiente, fornecendo-os às algas;
• cupins e protozoários – os cupins ali-
mentam-se de madeira, mas não con-
Tentáculo seguem digeri-la, pois não possuem en-
zimas para a celulose; no intestino dos
cupins vivem protozoários flagelados
Figura 9 – Imagem de uma Caravela. que produzem essas enzimas e digerem
a celulose;
Figura 9 – Embora a caravela pareça ser • micorrizas – são associações entre fungos
apenas um indivíduo, é uma colônia formada e raízes de certas plantas, como orquíde-
por indivíduos que apresentam divisão de as, morangueiros, tomateiros, pinheiros,
trabalho, cada uma contribuindo para a vida etc. Os fungos recebem proteção e ali-
da colônia. Note um pequeno peixe apanhado mento e fornecem às plantas nutrientes
pelos tentáculos; em breve, ele será devorado minerais absorvidos do ambiente por
pelos gastrozoides. meio de suas hifas;
• bactérias e raízes de leguminosas – bac-
1.2 Sociedade térias do gênero Rhizobium promovem
a fixação do nitrogênio atmosférico,
Sociedade é também uma relação harmôni- transformando-o em sais nitrogenados
ca intraespecífica, diferindo da colônia pela (ciclo do nitrogênio – veja a Lição 3),
independência física dos indivíduos, que que são fornecidos às leguminosas. Es-
podem se movimentar livremente e deslo- tas, por sua vez, fornecem às bactérias
car-se pelo meio ambiente, à procura de matéria orgânica sintetizada pela fotos-
alimentos. Os indivíduos da sociedade têm síntese;
funções definidas, havendo uma nítida divi- • ruminantes e micro-organismos – ani-
são de trabalho. mais ruminantes (boi, ovelha etc.) apre-
Biologia
Ensino Médio BIM3/31
sentam estômago com quatro câmaras. • anu e gado – o anu é um pássaro preto
Na câmara maior (rúmen ou pança) que se alimenta de carrapatos e de ou-
existem micro-organismos que decom- tros parasitas encontrados na pele do
põem a celulose dos vegetais ingeridos. gado. É uma relação semelhante à que
É uma associação semelhante à existen- ocorre entre o pássaro-palito e o croco-
te entre cupins e protozoários. dilo;
• formigas e pulgões – os pulgões são in-
1.4 Protocooperação setos parasitas de certas plantas, das
quais sugam a seiva elaborada. O exces-
É uma relação harmônica interespecífica, so de seiva sugada é eliminado por poros
não obrigatória, assim podendo viver de for- anais dos pulgões e utilizados pelas for-
ma independente. Exemplo: migas como alimento. A vantagem para
• caranguejo ermitão e anêmona-do-mar os pulgões é que as formigas os defen-
– esse caranguejo, também chamado de dem contra o ataque de inimigos natu-
bernardo-eremita ou paguro, tem um rais, como joaninhas e lagartas.
abdômen longo e mole, desprovido de
carapaça protetora. Por isso, ele se aloja 1.5 Comensalismo
no interior de uma concha vazia de um
molusco e procura anêmonas-do-mar É uma relação harmônica interespecífica,
ou actínias (celenterados com tentácu- na qual apenas uma espécie é beneficiada,
los urticantes) para colocar sobre a con- sem prejuízo para a outra. A espécie benefi-
cha (figura 10). Com isso, as anêmonas ciada, denominada comensal, obtém restos
benefi­ciam o caranguejo, protegendo-o alimentares da outra. Exemplos:
de inimigos naturais, e ele beneficia as • tubarão e rêmora – a rêmora (ou peixe-
anêmonas, ampliando seu território de piolho) tem uma ventosa fixadora
obtenção de alimento; no alto da cabeça, por meio da qual
se fixa na região ventral do tubarão,
alimentando-se dos restos das presas
por ele atacadas;
• homem e Entamoeba coli – no intestino
humano, podem ser encontrados
protozoários comensais que se
alimentam de restos digestivos, não
causando prejuízos em condições
normais.

1.6 Inquilinismo

É uma relação harmônica interespecífica,


em que uma espécie procura habitar o cor-
Figura 10 – Carangueijo ermitão e Anêmona-do-mar.
po de outra ou viver sobre ela, não lhe cau-
• pássaro-palito e crocodilo – o pássaro- sando danos. Exemplos:
-palito entra na boca do crocodilo e • orquídeas, bromélias e árvores – orquí-
alimenta-se de restos de alimento e de deas e bromélias são plantas epífitas,
vermes existentes na boca do réptil. A isto é, que vivem sobre os galhos das
vantagem é mútua, pois, em troca de ali- árvores, sem lhes causar qualquer dano
mento, o pássaro livra o crocodilo dos (não são parasitas);
parasitas;
32/BIM3 Biologia
Ensino Médio

• peixe-agulha e holotúria (figura 11) – 1.8 Canibalismo


quando se sente ameaçado, o pequeno
peixe-agulha penetra no ânus de uma É uma relação desarmônica intraespecífica,
holotúria ou pepino-do-mar (um equi- onde um ser se alimenta de outro da mesma
nodermo), abrigando-se no tubo diges- espécie.
tivo desse animal.
Pepino-do-mar Exemplos:
• peixes costumam devorar seus próprios
ovos e larvas;
• as fêmeas de certas aranhas devoram os
machos na época da procriação;
• os escorpiões praticam o canibalismo na
Peixe-agulha falta de alimento.
Figura 11 – Peixe-agulha e holotúria.

1.7 Predatismo 1.9 Parasitismo

Predatismo é uma relação desarmônica in- É uma relação desarmônica interespecífica,


terespecífica, em que um indivíduo (o pre- em que uma espécie (o parasita) se insta-
dador) mata e devora o outro (a presa) para la no corpo de outra (o hospedeiro), reti-
se alimentar. Exemplos: rando dela a matéria para a sua nutrição,
• leão e zebra; e causando-lhe danos de gravidade variá-
• tamanduá e formigas; vel, desde pequenos distúrbios até a própria
• gato e rato; morte do indivíduo parasitado.
• aranhas e insetos.
Os parasitas podem ser:
Para escapar do predador, a presa pode
apresentar certas adaptações. A mais efi- • microparasitas – parasitas de pequenas
ciente é o mimetismo, que se resume em dimensões, microscópicos. Exemplos:
imitar outros organismos ou partes deles, bactérias, fungos, vírus, protozoários;
ou, ainda, objetos do meio ambiente. O ani- • macroparasitas – parasitas de
mal pode procurar um ambiente de cor se- maiores dimensões. Exemplos: vermes
melhante à sua ou, em outros casos, através intestinais, piolhos, carrapatos, pulgas;
de células da pele (cromatóforos), a presa • ectoparasitas – localizam-se na
muda a sua cor, imitando a cor do ambiente. superfície do hospedeiro. Exemplos:
carrapatos, pulgas, sanguessugas,
pulgões, vegetais parasitas;
• endoparasitas – localizam-se
internamente no hospedeiro. Exemplos:
vermes intestinais, microparasitas.

Os hospedeiros podem ser:

• definitivos – abrigam o parasita na


fase adulta. Exemplo: o homem é o
hospedeiro definitivo da Taenia solium
(tênia ou solitária);
Figura 12 – Imagem de um bicho-pau.
• intermediários – abrigam o parasita
O bicho-pau é um inseto que se assemelha a na fase jovem. Exemplo: o porco é o
um graveto.
Biologia
Ensino Médio BIM3/33
hospedeiro intermediário da Taenia ticos. Exemplo: tico-tico e pardal são passa-
solium. rinhos com hábitos alimentares semelhantes.
Seus ninhos são construídos em locais simi-
1.10 Amensalismo lares e adaptam-se às mesmas condições am-
bientais em muitas áreas brasileiras.
Amensalismo, também conhecido como an-
tibiose, é uma relação desarmônica inte- 1.12 Escravagismo (ou Escravismo)
respecífica, em que uma espécie bloqueia o
crescimento ou a reprodução de outra, de- Escravagismo é a relação interespecífica e
nominada amensal, através da liberação de desarmônica, em que uma espécie explora a
substâncias tóxicas. Exemplos: outra. Exemplo: algumas espécies de formi-
• o fungo Penicillium notatum libera a gas “sequestram” larvas de formigueiros de
penicilina, um antibiótico que impede o outra espécie e, quando essas larvas se tor-
desenvolvimento de bactérias sensíveis nam adultas são forçadas a trabalhar como
a essa substância; obreira.
• a grande proliferação de dinoflagelados
(algas planctônicas) pode ocasionar Resumo
o fenômeno conhecido como maré
vermelha ou floração de algas nocivas: • R
elações harmônicas – não há
as algas liberam grande quantidade de desvantagem para as espécies e, pelo
toxinas, causando a morte de vá­rias menos, uma delas se beneficia.
espécies marinhas.
• R
elações desarmônicas – uma das
espécies se beneficia e a outra é
1.11 Competição prejudicada.
É uma relação desarmônica que pode ser • R
elações intraespecíficas – entre seres
intraespecífica ou interespecífica. É a dis- da mesma espécie.
puta por algo que é insuficiente para dois • R
elações interespecíficas – entre
ou mais organismos. espécies diferentes.

Os vegetais, por exemplo, podem competir • A


s relações harmônicas são –
por água, alimento, espaço ou luz. Os ani- colônia, sociedade, mutualismo,
mais podem competir pelo abrigo, alimento protocooperação, comensalismo e
ou parceiro de reprodução. inquilinismo.
• A
s relações desarmônicas são –
A competição ocorre quando os indivíduos predatismo, parasitismo, amensalismo,
têm nichos ecológicos semelhantes ou idên- competição e escravagismo.
34/BIM3 Biologia
Ensino Médio

Leitura Complementar

A Sociedade das Abelhas


castas: a da rainha, a dos zangões e
Na sociedade das abelhas, distinguem-se três
a das operárias.
Os zangões são machos férteis, e as
A rainha é a única fêmea fértil na sociedade.
operárias ou obreiras são fêmeas estéreis.
ado , por um ou
A rainha é fecundada fora da colmeia, no cham
zenados num órgão denominado
vários zangões. Os espermatozoides são arma
.

ndados, originam ovos diploides (2n),


Os óvulos são haploides (n) e, quando fecu
que se transformam em larvas.
ento transformam-se em operárias; já
As larvas que recebem mel e pólen como alim
uzida pelas obreiras – a geleia real –
as que recebem uma secreção glandular prod
evoluem para rainhas.
processo chamado ,
Os óvulos não fecundados, por meio de um alim ento
vimento, recebem o mesmo
originam os zangões, que, durante o desenvol
que as operárias.
s:
As operárias se dividem em várias categoria
- as encarregam-se da limpeza da colmeia;
- as cuidam das larvas;
da colmeia, quando
- as batem as asas para abaixar a temperatura
elevada;
n das
- as são as que saem da colmeia em busca de póle
flores.
Biologia
Ensino Médio BIM3/35

Exercícios Propostos
1 - (OSEC-SP) O tipo de adaptação em que um ser vivo revela forma e cor de maneira que
consiga imitar um outro, com o fim de sobreviver, denomina-se:
( ) a) mutualismo
( ) b) potencial biótico
( ) c) mimetismo
( ) d) resistência ambiental
( ) e) comensalismo

2 - (Fatec-SP) A ocorrência de nódulos nas raízes das leguminosas como o feijão e a soja
representa uma situação de:
( ) a) parasitismo
( ) b) mutualismo
( ) c) inquilinismo
( ) d) comensalismo
( ) e) competição

3 - (UFGO-GO) Os cupins possuem em seu intestino várias espécies de protozoários que


realizam a digestão da celulose. A essa associação cupim-protozoário denominamos:
( ) a) mutualismo
( ) b) parasitismo
( ) c) agregação
( ) d) comensalismo
( ) e) competição

4 - (UFPA-PA) Cupins, piolhos e gafanhotos são, respectivamente, exemplos de animais:


( ) a) sociais, parasitas e predadores
( ) b) sociais, comensais e predadores
( ) c) sociais, parasitas e comensais
( ) d) inquilinos, parasitas e predadores
( ) e) parasitas, comensais e predadores
36/BIM3 Biologia
Ensino Médio

5 - (PUC-MG) A competição interespecífica é maior quando as espécies:


( ) a) fazem parte da mesma comunidade
( ) b) têm o mesmo biótopo
( ) c) vivem no mesmo hábitat
( ) d) ocupam o mesmo ecossistema
( ) e) têm o mesmo nicho ecológico

6 - (PUC-MG) Os pulgões alimentam-se da seiva elaborada das plantas, introduzindo uma


tromba sugadora nos vasos liberianos. As formigas, por sua vez, aproveitam-se dos
excrementos dos pulgões no interior dos formigueiros. As relações ecológicas, observadas
entre planta-pulgão e pulgão-formiga são, respectivamente:
( ) a) desarmônica interespecífica e harmônica interespecífica
( ) b) desarmônica intraespecífica e desarmônica interespecífica
( ) c) harmônica intraespecífica e desarmônica intraespecífica
( ) d) harmônica interespecífica e harmônica intraespecífica
( ) e) desarmônica intraespecífica e harmônica intraespecífica

7 - (PUC-RS) Existe uma espécie de borboleta cuja lagarta cava galerias no caule de certos
pinheiros. Ácaros e besouros habitam essas galerias. Os ácaros utilizam como alimento os
restos deixados por essas lagartas, enquanto os besouros alimentam-se desses ácaros. Nesse
texto, com relação aos ácaros e besouros, são descritos, respectivamente, casos de:
( ) a) inquilinismo – amensalismo
( ) b) predatismo – canibalismo
( ) c) amensalismo – comensalismo
( ) d) comensalismo – predatismo
( ) e) parasitismo – predatismo

8 - Em um cupinzeiro, podem ser encontrados cupins com diferentes formas: operários,


soldados, machos alados e fêmeas aladas. Assinale a alternativa que melhor se relaciona
com a existência dessas diferentes formas.
( ) a) Esses animais não vivem em sociedade.
( ) b) Esses animais disputam diferentes funções.
( ) c) Esses animais possuem divisão de trabalho.
( ) d) São necessários cuidados diferenciados com o alimento fungo.
( ) e) As diferentes funções levam à necessidade de diferentes formas.
Biologia
Ensino Médio BIM3/37
lição 5
Os Grandes Biomas
da Terra
A vida pode se desenvolver nas terras emersas, na água doce e na água
salgada. Esses três grandes biociclos – terrestre, dulcícola e marinho
– abrigam diferentes unidades ecológicas, relativamente uniformes e
estáveis, com fauna, flora e clima próprios – os biomas.

1. Biomas Aquáticos
Os biomas aquáticos podem ser divididos em biomas dulcículas fluviais
(rios), lacustres (lagos) e biomas marinhos (mares).

Os organismos aquáticos dividem-se em:

• plâncton – são os organismos da superfície, que são arrastados


pelas correntezas, ondas e ventos. Subdivide-se em:
- fitoplâncton – seres autótrofos, como cianobactérias e diversas
espécies de algas, que formam a base das cadeias alimentares;
- zooplâncton – seres heterótrofos, como protozoários,
microcrustáceos e larvas e vários animais;
• nécton – são os animais que nadam livremente, como peixes,
golfinhos, tartarugas e baleias;
• bentos – são os habitantes do fundo das águas. Alguns são sésseis
(fixos), como as esponjas, corais, anêmonas-do-mar e certas
algas; outros deslocam-se sobre o fundo, como lagostas, polvos e
estrelas-do-mar.

2. Biomas Terrestres
Os principais biomas terrestres são: tundra, taiga, floresta temperada,
floresta tropical, campo e deserto.
38/BIM3 Biologia
Ensino Médio

Geleiras

Tundra

Taiga
Floresta
temperada
Floresta
tropical
Campos

Savana

Deserto 0 2.200 km

Figura 13 - Distribuição dos Principais Biomas Terrestres.

2.1 Tundra

É um bioma característico das regiões polares e subpolares. Estende-se


pelo norte do Canadá, da Europa e da Ásia. O clima dessa região apre-
senta temperaturas tão baixas que o solo é permanentemente congelado,
descongelando-se somente no verão, que é curto (cerca de dois meses).

As plantas típicas da tundra são musgos, líquens e plantas herbáceas.


A fauna é consti­tuída de poucas espécies de insetos, aves migratórias e
alguns mamíferos, como lobos, renas, raposas, doninhas.

2.2 Taiga

Estende-se pelo norte da Europa e da Ásia, ao sul da tundra. Nessa


região, o inverno é longo e rigoroso (de seis a oito meses), mas o verão é
mais quente do que na tundra.

Sua flora é constituída por florestas de pinheiros, abetos e várias es-


pécies de coníferas. Junto aos rios, crescem árvores como salgueiros,
bétulas e álamos e, no solo, se desenvolvem muitas espécies de fungos,
devido à espessa camada de folhas de coníferas em lenta decomposição.

Na fauna, encontram-se ursos pardos, alces, lobos, martas, raposas, es-


quilos e lebres.

2.3 Floresta Temperada

Este tipo de bioma é encontrado na Europa e na Amé­rica do Norte,


onde as estações do ano são bem definidas. A flora caracteriza-se pelas
árvores decíduas ou caducifó­lias, isto é, que perdem as folhas no outo-
no, preparando-se para o rigor do inverno.
Biologia
Ensino Médio BIM3/39
Entre as árvores, destacam-se os pinheiros, vivem antílopes, búfalos e coiotes. Nas sa-
carvalhos, bétulas, faias e bordos. Existem vanas, encontram-se elefantes, zebras, gi-
também plantas arbustivas e herbáceas, sa- rafas, leões e antílopes. Os campos apresen-
mambaias e líquens. tam ainda aves diversas (gaviões, corujas
etc.), muitos répteis e insetos.
A fauna apresenta uma grande variedade
de insetos, répteis, aves, veados e roedores. 2.6 Deserto

2.4 Floresta Tropical Região árida, de clima seco, com pequenís-


sima pluviosidade. A temperatura é elevada
Localiza-se em regiões de clima quente e durante o dia e baixa à noite. Sua locali-
úmido, com elevado índice pluviométrico zação é variada: Ásia Central, África, costa
(de chuvas), na faixa equatorial da Terra. norte do Chile, México e América do Norte.
Há florestas tropicais na Ásia, África, Aus-
trália, América Central, no norte e no lito- A maior parte dos desertos tem uma super-
ral da América do Sul. fície rochosa ou de barro ressecado; apenas
Uma característica das florestas tropicais 30% do maior deserto do mundo (o do Sa-
é a disposição das plantas em camadas: ara, na África) é coberto de areia. Assim, o
rasteiras (musgos e gramí­neas), herbáceas que caracteriza um deserto não é a presença
(gramíneas e pteridófitas), arbustivas (pte- de areia, e sim a aridez.
ridófitas, gimnospermas e angiospermas) e
arbóreas. A vegetação do deserto é pobre, espalha-
damente distribuída e representada princi-
A fauna é muito variada: muitas espécies palmente por cactáceas (cactos). As adap-
de invertebrados (principalmente insetos), tações dos vegetais à escassez de água são:
aves, répteis (principalmente serpentes), redução da superfície foliar (folhas trans-
anfíbios e mamíferos. formadas em espinhos), movimento rápido
dos estômatos (fecham-se nas horas mais
2.5 Campo quentes do dia) e capacidade de armazenar
água.
Os campos estendem-se pelo centro-oeste
da América do Norte, centro-oeste da Eu- A fauna apresenta insetos variados, répteis
ropa e da Ásia, parte da América do Sul e (lagartos, cobras), aves diversas e mamí-
Austrália. O clima apresenta grandes va- feros. Os mamíferos também apresentam
riações de temperatura e grande insolação adaptações à falta de água: urina e fezes
(incidência de raios solares), e o solo é per- concentradas, glândulas sudoríparas au-
meável e rico em húmus. sentes ou escassas, tolerância à desidrata-
ção e capacidade de utilizar a água do pró-
De acordo com a região, recebem nomes di- prio metabolismo.
ferentes: cerrados (Goiás, Mato Grosso, Mi-
nas Gerais, São Paulo), pampas (Rio Grande 3. Biomas Brasileiros
do Sul, Argentina), estepes (Rússia), prada-
rias (Estados Unidos), savanas (África). Os principais biomas brasileiros são: Flo-
resta Amazônica, Mata Atlântica, Mata
A fauna é variável, de acordo com o tipo de Araucárias, campos cerrados, caatinga,
de campo, predominando mamíferos e her- zona dos cocais, pampas, Pantanal Mato-
bívoros. Nas pradarias norte-americanas, grossense e mangue (figura 14).
40/BIM3 Biologia
Ensino Médio

Floresta Amazônica
Cerrado
Mata Atlântica
Campos
Mata de cocais
Caatinga
Mata de araucárias
Vegetação do pantanal
Matas intermediárias
0 470 km
Vegetação litorânea
Figura 14 - Principais biomas brasileiros.

3.1 Floresta Amazônica

É uma floresta do tipo pluvial tropical, localizada nos estados do Ama-


zonas, Pará, Acre, Rondônia, Amapá, Roraima e parte do Mato Grosso,
de Goiás e do Maranhão, ocupando cerca de 40% do território brasileiro.

A floresta Amazônica apresenta três regiões:

• mata dos igapós – região permanentemente inundada por alagadi-


ços, situada próximo aos rios. Apresenta plantas aquáticas, como a
vitória-régia, aguapés, palmeiras diversas, cipós e gramíneas;
• mata das várzeas – situa-se entre a mata dos igapós e a terra firme,
sendo inundada periodicamente, nas épocas das cheias dos rios.
São plantas típicas a seringueira, o cacaueiro e palmeiras de várias
espécies;
• mata de terra firme – está localizada nos terrenos mais elevados e
nunca é inundada. A flora apresenta a castanha-do-pará, o guara-
ná, o pau-rosa, cipós e epífitas (orquídeas e bromélias).

A grande variedade de espécies vegetais e animais da Floresta Amazô-


nica torna este bioma conhecido mundialmente como a maior reserva
de biodiversidade do planeta.

3.2 Mata Atlântica

Localiza-se ao longo da costa litorânea, desde o Rio Grande do Norte


até o Rio Grande do Sul. É também uma floresta do tipo pluvial tropi-
cal, de clima quente e úmido.
Biologia
Ensino Médio BIM3/41
A vegetação da Mata Atlântica foi muito 3.5 Caatinga
devastada, desde a época da colonização do
Brasil, restando atualmente apenas cerca Estende-se pelo Maranhão, Piauí, Rio Gran-
de 5% da cobertura vegetal original. de do Norte, Ceará, Paraíba, Pernambuco,
Alagoas, Sergipe, Bahia e norte de Minas
As plantas mais representativas são o jaca- Gerais. O clima é semiárido, com chuvas
randá, a peroba, o ipê, o jatobá, a canela, o escassas e irregulares e temperatura média
jequitibá, inúmeras espécies de samambaias, elevada.
epífitas, avencas e musgos. As árvores, de
grande porte (30 a 35 metros de altura), con- A vegetação típica é constituída de árvores
ferem um aspecto denso e compacto. baixas, arbustos que perdem as folhas du-
rante as secas e também cactáceas. A falta
3.3 Mata de Araucárias de água é um fator que limita a vida animal
e vegetal.
Estende-se pelos Estados do Paraná, Santa
Catarina e Rio Grande do Sul, sendo o cli- As plantas típicas da caatinga são: juazei-
ma temperado, com chuvas regulares e es- ro, barriguda, aroeira, umbu, baraúna, ma-
tações definidas. niçoba, mandacaru, xiquexique, facheiro e
várias espécies de bromélias.
A vegetação caracteriza-se pelos pinheiros,
predominando a espécie Araucária angusti- 3.6 Zona dos Cocais
fólia (pinheiro-do-paraná). Aparecem tam-
bém outras espécies de coníferas, samam- Localiza-se entre a Floresta Amazônica e a
baias e gramíneas, a canela, a imbuia e a caatinga, estendendo-se em partes do Mara-
erva-mate. nhão e Piauí. Na vegetação, predominam os
coqueiros, como o babaçu, a carnaúba e o
A mata de Araucárias também sofreu gran- buriti.
de devastação, ocasionada pelas indústrias
madeireiras. A pluviosidade da região é elevada e a tem-
peratura é amena (média de 26 °C).
3.4 Campos Cerrados
3.7 Pampas
Localizam-se nos Estados de Goiás, Mato
Grosso, Minas Gerais, São Paulo, Bahia, Localizam-se no Rio Grande do Sul, cons-
Maranhão e Piauí, ocupando cerca de 25% tituindo os chamados campos limpos, com
do território brasileiro. O clima é semiúmi- predominância de vegetação de gramíneas.
do tropical, com uma estação seca e outra Encontram-se também árvores esparsa-
chuvosa. mente distribuídas, como a unha-de-gato e
o pau-de-leite.
A vegetação é dispersa, com poucas árvo-
res e muitos arbustos. As árvores do cerra- Os pampas servem-se muito bem à pasta-
do têm, geralmente, casca grossa e galhos gem, o que possibilita uma pecuária bem
retorcidos, devido ao solo ácido e pobre em desenvolvida.
nutrientes minerais.
3.8 Pantanal Mato-Grossense
São plantas típicas do cerrado: sucupira,
pequi, co­paíba, angico, caviúna, barbati- Ocupa parte dos estados do Mato Grosso
mão, lixeira. e do Mato Grosso do Sul, estendendo-se,
42/BIM3 Biologia
Ensino Médio

ainda, pelo Paraguai, Bolívia e Argentina. A vegetação predominante é arbórea como o


Trata-se de uma vasta planície, frequente- mangue-vermelho Rhizophora mangle, que
mente inundada pelas cheias do rio Para- possui raízes-escova para fixação no solo
guai e seus afluentes. É uma das mais ricas lodoso e a Avicennia schaueriana, que pos-
reservas de vida selvagem do planeta. sui pnematóforos, isto é, raízes respiratórias
que capturam O2 do ar.
A época das cheias vai de novembro a abril,
quando os rios inundam grandes áreas, fer- A fauna é composta por peixes, caranguejos,
tilizando o solo com os sedimentos trans- siris, mariscos, camarões e muitas espécies
portados. Esse fenômeno é que propicia a de aves. Os mangues são locais de reprodu-
grande variedade de plantas e animais na ção de diversas espécies marinhas que ali
região. se desenvolvem antes de habitar o ambiente
marinho.
A vegetação pantaneira apresenta bromé-
lias, cactos, jenipapo, capim-mimoso, ar-
roz-do-pantanal, algodão-do-pantanal, bu- Resumo
riti e angico vermelho.
• Os biomas aquáticos podem ser divididos
A fauna é bem diversificada: muitas espé- em fluviais (rios), lacustres (lagos) e
cies de aves (garças, tuiuiús, saracuras), marinhos (mares).
répteis de grande porte (jacarés, sucuris) e • Os organismos aquáticos dividem-se em:
mamíferos (capivaras, cervos-do-pantanal, - plâncton – fitoplâncton e zooplâncton –
macacos, veados, ariranhas, onças, porcos- micro-organismos flutuantes;
do-mato). Nas águas, há muitas espécies de - nécton – animais livre-natantes;
peixes, moluscos e crustáceos. - bentos – animais do fundo das águas.
• O
s principais biomas terrestres são:
3.9 Manguezais ou Mangues
tundra, taiga, floresta temperada,
floresta tropical, campo e deserto.
Os manguezais se formam em baías de
águas paradas e estuários de rio. Ocupa • O
s principais biomas brasileiros são:
toda a costa litorânea do Brasil, do Ama- Floresta Amazônica, Mata Atlântica,
pá até Santa Catarina. Seu solo é alagado e Mata de Araucárias, campos cerrados,
com alta salinidade, rico em matéria orgâ- caatinga, zona dos cocais, pampas,
nica e pouco oxigenado. Pantanal Mato-grossense e mangue.
Biologia
Ensino Médio BIM3/43
Leitura Complementar

Os Desertos Frios
os frios: Gobi
“Entre o Turquestão e a Mongólia, na Ásia, existem dois vastos desert
do Equador, em
e Taklimaken. Localizados em regiões bastante afastadas da linha
r dos continen-
latitudes mais altas, são frios e secos porque estão situados no interio
tes, onde não sopram os ventos oceânicos que trazem chuva s.

quase 1.000 m de
Gobi é o segundo maior deserto do mundo, com 1.300.000 km e
2

altitude.
temperatura en-
Gobi e Taklimaken se caracterizam por diferenças acentuadas de
ntam tempe ratura s médias anuais
tre o dia e a noite, o inverno e o verão, e aprese
er do frio, os povos
inferiores a 18 °C, além de invernos rigorosos. Para se proteg
o, revestidas
nômades de Gobi vivem em tendas de pele, algodão ou pelo de camel
de feltro.
a as temperaturas
No continente americano, também existem desertos frios, embor
sas, nos EUA, e
por lá sejam mais amenas. Utah, aos pés das Montanhas Rocho
existe óxido de ferro e de
a Patagônia, na Argentina, são alguns exemplos. Como
norte-americana,
outros minerais nas regiões áridas que formam a Grande Bacia
m e laranja que
as camadas sedimentares de argila ganham tons de rosa, marro
cida como o Deser to Pintado.”
brilham ao sol. Por isso, a região também é conhe

Revista Semanal da Lição de Casa – Vol. 8 - São Paulo: Klick Editora.

anotações/dicas
44/BIM3 Biologia
Ensino Médio

Exercícios Propostos
1 - (FEI-SP) Um aluno da FEI, viajando pelo estado do Ceará em época de seca, descreveu
a vegetação como sendo constituída por árvores baixas e arbustos com poucas folhas em
decorrência da seca, além de muitas cactáceas. A descrição refere-se a vegetação:
( ) a) do pantanal
( ) b) do cerrado
( ) c) do pampa
( ) d) da mata de araucárias
( ) e) da caatinga

2 - (U. Caxias do Sul-RS) O bioma terrestre, cuja vegetação típica é composta de musgos,
líquens, plantas herbáceas e, em alguns casos, pequenos arbustos, pois a temperatura não
ultrapassa os 10 °C, é denominado:
( ) a) taiga
( ) b) tundra
( ) c) floresta temperada
( ) d) campo
( ) e) deserto

3 - (Fiube-MG) Árvores pequenas, contorcidas, com casca grossa, além de muitas ervas e
gramíneas, ocorrem em:
( ) a) cerrados
( ) b) caatinga
( ) c) pampas
( ) d) matas pluviais
( ) e) mata das Araucárias

4 - (FCMSC-SP) Os animais marinhos que flutuam e são movidos passivamente pelos ventos,
ondas e correntes, que nadam livremente por atividade própria e que são restritos ao
fundo, são ecológica e respectivamente referidos como:
( ) a) planctônicos, bentônicos e nectônicos
( ) b) nectônicos, bentônicos e planctônicos
( ) c) planctônicos, nectônicos e bentônicos
( ) d) nectônicos, planctônicos e bentônicos
( ) e) bentônicos, planctônicos e nectônicos
Biologia
Ensino Médio BIM3/45
lição 6
Genética
Conceitos Fundamentais
A Genética é a ciência que estuda a hereditariedade, ou seja, a
transmissão das instruções para a produção das características dos seres
vivos ao longo das gerações. Nesta lição, você conhecerá os principais
termos genéticos, o que é indispensável para a perfeita compreensão
dos mecanismos da Genética.

1. Gene
Gene é a unidade hereditária, constituída de DNA (ácido desoxirribo-
nucleico), que contém as informações genéticas que são transmitidas de
pais para filhos. Os genes localizam-se ao longo dos cromossomos, em
sequências definidas para cada espécie de ser vivo.

2. Genótipo
Genótipo é o conjunto de genes responsáveis por um caráter hereditá-
rio. É a constituição genética do indivíduo, isto é, são os genes que ele
possui em suas células e que foram herdados de seus pais.

3. Fenótipo
Todas as características de um organismo, morfológicas, fisiológicas
ou comportamentais, constituem o fenótipo desse organismo. O apa-
recimento das características fenotípicas se deve ao material heredi-
tário (genótipo) contido nas células do organismo. Exemplo: cor do
olho, cor da pele etc.

Portanto, fenótipo é o caráter que se manifesta por efeito do genótipo,


resultante da interação do genótipo com o meio ambiente.

4. Fenocópia
Fenocópia é uma alteração provocada no indivíduo quando o ambiente
atua sobre seu fenótipo (uma pessoa de pele clara pode escurecer sua
46/BIM3 Biologia
Ensino Médio

pele pela ação da luz solar, por exemplo). 8. Células Haploides


No entanto, os genes não se modificam.
São as células que apresentam apenas um
5. Lócus Gênico cromossomo de cada par de homólogos. São
simbolizadas por n e constituem os gametas
Cada gene ocupa um lugar definido no cro- ou células reprodutoras (nos animais, óvulos
mossomo. Por exemplo, o lócus gênico do e espermatozoides; nos vegetais, oosferas e
sistema sanguíneo Rh está localizado pró- grãos-de-pólen).
ximo a uma das extremidades do cromosso-
mo humano número 1. As células haploides originam-se de células
diploides que sofrem meiose. Na espécie
humana, os gametas apresentam 23 cro-
6. Genes Alelos mossomos.
São os genes que ocupam o mesmo lócus gê- Na figura 17, esquematizamos uma célula
nico em cromossomos homólogos. Portanto, n = 3:
são genes que condi­cionam uma mesma ca-
racterística hereditária (figura 15).

Os genes alelos são simbolizados por letras


do alfabeto.
n=3

A A Genes alelos Figura 17 – Esquema de


uma célula n = 3.

9. Homozigoto e Heterozigoto
Se um indivíduo apresenta um par de ge-
nes alelos iguais (AA ou aa), é chamado de
Cromossomos homólogos
Figura 15 – Genes Alelos
homozigoto. Ao contrário, se os genes alelos
forem diferentes (Aa), é chamado de hetero-
7. Células Diploides zigoto (figura 18).

São as células que apresentam cromosso-


mos formando pares, denominados cro-
mossomos homólogos. Essas células são A A a a A a
simbolizadas por 2n. Na espécie humana, o
número diploide de cromossomos é 46 (2n =
46). Na figura 16, esquematizamos uma cé-
lula 2n = 6:

Homozigoto Heterozigoto
Figura 18.

2n = 6 10. Dominância e Recessividade


Um gene é considerado dominante quando
Figura 16 – Esquema
de uma célula 2n = 6.
se manifesta sempre no fenótipo. Já o gene
Biologia
Ensino Médio BIM3/47
recessivo é aquele que somente se manifes- PAI MÃE
ta no fenótipo se estiver em dose dupla, ou
seja, acompanhado de outro igual a ele. Aa
Os genes dominantes são representados
por letras maiúsculas, e os recessivos por
letras minúsculas. AA Aa Aa aa
Letra maiúscula primeiro
Exemplo:
Figura 19 – Cruzamento entre
dois indivíduos heterozigotos.
AA – homozigoto dominante
Aa – heterozigoto Ou ainda pelo quadro de Punnett, conten-
do colunas e fileiras que correspondem
aa – homozigoto recessivo aos tipos de gametas dos genitores (pais).
Observe a figura 20.
11. Simbologia dos Genes
Gametas paternos
Os genes são geralmente simbolizados pela
letra inicial da característica recessiva. Ob-
serve os exemplos a seguir:

Descendentes
Característica Dominante Recessivo Símbologia
maternos
Gametas

Cor dos olhos castanho azul a

Cor da ervilha amarelo verde v

Quadro de Punnett
Tipo de cabelo crespo liso  Figura 20 – Quadro de Punnett.

Resumo
12. Cruzamentos em Genética
• Genes são as unidades hereditárias dos
Um gameta (célula reprodutora) carrega seres vivos, formados basicamente por
apenas um alelo de cada gene (célula n). Pela DNA.
fecundação, a união dos gametas masculino • Genótipo é o patrimônio genético de
e feminino dá origem ao zigoto diploide um indivíduo, o conjunto de genes
(2n), que apresenta dois alelos de cada ge- responsável por uma determinada
ne: um proveniente do pai e outro da mãe. característica.
Dividindo-se por mitose, o zigoto forma • Fenótipo é qualquer característica,
células com genótipos iguais ao seu. Essas resultante da interação do genótipo
células, ao se multiplicar, também originam com o meio ambiente.
células idênticas, e assim por diante. Assim, • Fenocópia é uma cópia ou imitação de
todas as células do indivíduo apresentam os um fenótipo.
mesmos pares de genes alelos. • Lócus gênico é o lugar que o gene ocupa
no cromossomo.
O cruzamento entre dois indivíduos heterozi- • Genes alelos são pares de genes
gotos pode ser representado desta forma: localizados nos mesmos lugares, em
cromossomos homólogos.
48/BIM3 Biologia
Ensino Médio

• Células diploides (2n) são as que apresentam pares de


cromossomos homólogos.
• Células haploides (n) são as que apresentam apenas um
cromossomo de cada par de homólogos.
• Homozigoto é o indivíduo que apresenta genes alelos iguais para
determinada característica (AA ou aa).
• Heterozigoto é o indivíduo que apresenta genes alelos diferentes
para determinada característica (Aa).
• Gene dominante é aquele que sempre se manifesta no fenótipo
(letra maiúscula).
• Gene recessivo é aquele que somente se manifesta no fenótipo se
estiver em dose dupla (letra minúscula).
• Simbologia dos genes:
- letra inicial da característica recessiva;
- gene dominante: letra maiúscula;
- gene recessivo: letra minúscula.
• No par de genes alelos, de qualquer característica, um dos genes
veio do pai e o outro da mãe.

anotações
Biologia
Ensino Médio BIM3/49
Leitura Complementar

Fenilcetonúria
s há a recomendação:
“Nos rótulos de certos refrigerantes e chocolate
Fenilcetonúricos: contém fenilalanina.
conseguem transformar a fenilalanina, que
Os fenilcetonúricos são as pessoas que não
ção e presente em alimentos que contêm
é um aminoácido essencial à nossa alimenta
fenilalanina-hidroxilase transforma, no fíga-
proteínas. Nas pessoas normais, a enzima
ina. Nos fenilcetonúricos, por uma defi-
do, a fenilalanina em outro aminoácido, a tiros
ou não existe. A transformação da fenilala-
ciência genética, essa enzima é defeituosa
vai aumentando no sangue. Originam-se
nina, então, não ocorre e a sua concentração
ma nervoso, causando deficiência mental.
produtos tóxicos que se acumulam no siste
rnidade através do exame do pezinho
Só o diagnóstico precoce – feito ainda na mate
fenilcetonúria leve a criança à deficiência
– e uma dieta rigorosa podem evitar que a
mental.
dia de vida do bebê, quando ele já terá
O teste do pezinho deve ser feito no segundo
rico em proteínas. Se o bebê for afetado
sido, então, alimentado com leite, alimento
es de fenilalanina.
pela doença, o exame irá acusar altos índic
início antes dos três meses de vida. Os
O tratamento das crianças afetadas deve ter
que contenham altos teores de proteína:
alimentos proibidos para elas são todos os
sive a soja, farinhas, macarrão, pão e pra-
carnes, leite e derivados, ovos, grãos, inclu
A dieta deve ser composta basicamen-
ticamente todos os produtos industrializados.
s demonstraram que essa dieta deve ser
te de frutas, verduras e legumes. Pesquisa
voltam a comer proteínas podem sofrer
seguida durante toda a vida. Os adultos que
mais agitados.
perda de concentração e de memória e ficar
nto são obtidos de um leite especial, sem
Os aminoácidos essenciais ao desenvolvime
o relativamente elevado. Recentemente foi
fenilalanina, um produto importado de preç
teores do aminoácido, com a qual come-
formulada uma farinha especial, com baixos
dores.
çam a ser feitos pães e macarrão para os porta
partos mensais, nascem 4 ou 5 afetados.”
No Estado de São Paulo, para cerca de 60.000
o da herança
LIMA, Celso Piedemonte de. Genética: o estud
e da variação biológica. São Paulo: Ática, 1998.
50/BIM3 Biologia
Ensino Médio

Exercícios Propostos
1 - (PUC-SP) Nos cromossomos homólogos, os genes correspondentes que atuam no mesmo
caráter e situam-se no mesmo lócus são denominados:
( ) a) heterozigotos
( ) b) homozigotos
( ) c) politênicos
( ) d) homólogos
( ) e) alelos

2 - (UMC-SP) Ao conjunto das características biológicas aparentes de um indivíduo dá-se o


nome de:
( ) a) genótipo
( ) b) fenótipo
( ) c) somação
( ) d) mutação
( ) e) dominância

3 - (UCSA-BA) Coelhos himalaia em temperaturas de cerca de 20 oC são inteiramente brancos.


Quando colocados em temperatura de cerca de 5 oC desenvolvem pelos pretos nas patas,
orelhas e focinho. O fenômeno descrito ilustra:
( ) a) a atuação do meio nas mutações.
( ) b) o processo de seleção natural.
( ) c) a influência do ambiente na alteração do genótipo.
( ) d) a interação do meio e do genótipo.
( ) e) a transmissibilidade dos caracteres adquiridos.

4 - (UFSC) Todas as afirmações abaixo estão corretas, exceto:


( ) a) fenótipo é a aparência externa do indivíduo dependente unicamente da ação do
meio.
( ) b) genótipo é o conjunto de genes transmitidos dos pais aos filhos na reprodução.
( ) c) homozigoto indica a igualdade de genes para o mesmo caráter.
( ) d) heterozigoto indica a desigualdade de genes para o mesmo caráter.
( ) e) lócus gênico é o lugar do gene no cromossomo.
Biologia
Ensino Médio BIM3/51
lição 7
Lei de Mendel
e suas Aplicações
O monge Gregor Johann Mendel (1822-1884) é o descobridor dos
mecanismos básicos da hereditariedade, tendo recebido o título de “Pai
da Genética”. Seus trabalhos, inúmeros experimentos com ervilhas-de-
cheiro – desprezados pelo mundo científico da época e reconhecidos
apenas no início do século XX –, culminaram em regras que ficaram
conhecidas como Leis de Mendel e constituem a base da genética
moderna.

1. O Trabalho de Mendel
As experiências de Mendel foram realizadas numa época em que não se
conheciam o gene, nem o cromossomo ou a meiose. Suas interpretações
tiveram uma base científica e matemática sólida. Mendel testava várias
vezes as hipóteses e analisava sempre um número elevado de descen-
dentes em cada geração, para não tirar conclusões erradas.

O material empregado em seus experimentos foi a ervilha-de-cheiro


(Pisum sativum), escolhida por apresentar características favoráveis à
pesquisa, tais como:
- fácil cultivo;
- possuir flores, possibilitando a autofecundação para o desenvolvi-
mento de linhagens puras;
- os híbridos (resultantes do cruzamento de duas variedades puras)
serem férteis.

Analisando a textura das sementes, Mendel verificou que elas podiam


ser tanto lisas como rugosas. Então, considerou que, se a semente era
lisa, suas células deveriam possuir algum “fator” responsável por essa
característica, o mesmo acontecendo com a textura rugosa.
52/BIM3 Biologia
Ensino Médio

2. Enunciado da Primeira Lei


Mendel realizou experimentos para anali-
sar outras características das ervilhas, como
cor da semente, forma da vagem, altura do
caule etc., chegando sempre ao mesmo re-
sultado. Então, enunciou sua primeira lei,
que ficou conhecida como lei da segregação
de um par de fatores ou lei do monoibridis-
mo – na atualidade chamada de lei da se-
gregação dos genes alelos:

“Cada caráter é condicionado por um par de fatores


(hoje, genes), que se segregam (separam) na formação
dos gametas, nos quais ocorrem em dose simples.”

2.1 Interpretação da Primeira Lei de Mendel


Figura 21 – Autofecundação.

Se a planta tem sementes lisas é porque, em


suas células, existe um gene, que simboli- Exercícios Resolvidos
zaremos por R, que determina essa textura.
Se ela é pura ou homozigota, os dois genes 1 - Na espécie humana, o gene que determina
(alelos) situados no mesmo lócus do par de olhos castanhos é dominante sobre o
cromossomos homólogos são iguais. Assim, alelo para olhos azuis. Um homem de
concluímos que os indivíduos da geração olhos castanhos, heterozigoto, casa-se
paternal (primeira geração, representada com uma mulher de olhos azuis. Como
por P), de fenótipo lisa, têm genótipo RR. O poderão ser os filhos do casal?
mesmo raciocínio nos leva a concluir que os
indivíduos de sementes rugosas têm genóti- Primeiramente, vamos escolher a letra do
po rr (sendo r o gene para rugosa): alfabeto para simbolizar os genes, lem-
brando a convenção de se utilizar a letra
inicial da característica recessiva: letra A
Geração P Lisa x Rugosa (de AZUL).
RR rr
Gametas R r Para o gene dominante, vamos usar letra
Geração F1 100% Rr (lisas) maiúscula: A.
Para o gene recessivo, vamos usar letra
minúscula: a.
Essas plantas da primeira geração de filhos Castanho: dominante  AA (homozigo-
(F1) são lisas porque R é dominante sobre r. to) ou Aa
(heterozigoto).
A autofecundação das plantas Rr equivale a Azul: recessivo  aa.
cruzar duas plantas iguais (Rr x Rr). Assim,
teremos quatro combinações possíveis para Esquematizando o cruzamento e separan-
os filhos da segunda geração (F2): RR, Rr, Rr do os gametas:
e rr (figura 21).
Biologia
Ensino Médio BIM3/53
Então:

Os filhos possíveis do casal serão: Resposta: a probabilidade de nascer uma


1/2 (50%) Aa = olhos castanhos criança albina (aa) é 25% (1/4).

1/2 (50%) aa = olhos azuis 3 - Nos gatos, a pelagem rajada é condicio-


nada por um gene dominante em relação
Resposta: o casal tem chances iguais de ter ao gene responsável por pelagem uni-
filhos com olhos castanhos ou olhos azuis. forme. Um gato rajado, homozigoto, foi
cruzado com uma gata de pelagem uni-
2 - O albinismo (ausência do pigmento me- forme. Qual a probabilidade de nascer
lanina na pele) é um caráter condicio- um filhote de pelagem uniforme?
nado por um gene recessivo em relação
ao gene para pigmentação normal. Um Vamos usar a letra inicial da característica
homem de pigmentação normal, cujo pai recessiva:
era albino, casou-se com uma mulher de U (de UNIFORME):
genótipo igual ao seu. Qual a probabili-
dade de nascer uma criança albina? Rajado: dominante  UU ou Uu.

Nesse problema, também vamos utilizar a Uniforme: recessivo  uu.


letra A (inicial da característica recessiva
ALBINO).
Albino: recessivo  aa.
Normal: dominante  AA ou Aa.

Esse problema não informa se o homem é


homozigoto ou heterozigoto, porém infor-
ma que seu pai era albino, portanto aa. Ora,
esse pai só podia formar gametas contendo
o gene a, que, portanto, foi o gene recebido
pelo filho. Então, se o homem tem um gene
a que veio do seu pai, e ele é normal (não é
albino), seu genótipo é Aa (heterozigoto).
54/BIM3 Biologia
Ensino Médio

Resposta: todos os filhotes nascem rajados,


heterozigotos (Uu), portanto, não há pro- 1 2 3 4
babilidade de nascer um filhote de pelagem
uniforme (0%). 9
5 6 7 8

2.2 Heredogramas 10 11

Heredogramas, árvores genealógicas ou Normais


genealogias são representações gráficas da
transmissão de características genéticas ao Caráter em estudo
longo das gerações de uma família.
• Dois pais afetados têm todos os filhos
Símbolos utilizados na construção dos he- afetados (casal 7 e 8 ambos afetados, ti-
redogramas: veram os dois filhos 10 e 11 afetados).

Sexo masculino Concluímos que o caráter em estudo é re-


cessivo, assim os indivíduos 3, 7, 8, 10 e 11
Sexo feminino possuem o genótipo aa.
Sexo indefinido
Dica: a partir do genótipo dos homozigotos
ou Característica em estudo recessivos, podemos determinar os genóti-
pos dos demais envolvidos (pelo menos de
Casamento ou cruzamento uma parte deles).
Casamento consanguíneo
(entre parentes próximos)
Aa Aa aa
Irmãos (menino, menina e menina)

Gêmeos
ou ou fraternos
(dizigóticos)
aa Aa Aa
Gêmeos idênticos Os filhos recebem um gene do pai e o outro
ou
(monozigóticos) da mãe.
1 2 Exemplo 2 - Herança autossômica domi-
Família
nante:
1 e 2 - casal
3 - filha, 4 - filho, 5 - filha
1 2
3 4 5

Como analisar um heredograma 3 4 5 6 7 8


Exemplo 1 - Herança autossômica recessiva:
9 10 11 12 13 14
• Pais não afetados podem produzir filhos
Normais
afetados (casal 1 e 2 ambos normais, ti-
veram uma filha afetada 7). Caráter em estudo
Biologia
Ensino Médio BIM3/55
• Dois pais afetados podem gerar filhos Exercício Resolvido
não afetados (casal 7 e 8, ambos afeta-
dos, tiveram dois filhos 12 e 14 afetados 1 - Qual é a probabilidade de se obter um
e um filho 13 normal). organismo heterozigoto ou homozigoto
• Pais não afetados geram filhos não afe- dominante, no cruzamento de dois hete-
tados (casal 3 e 4 normais, tiveram 3 fi- rozigotos?
lhos normais 9, 10 e 11).

Concluímos que o caráter em estudo é


dominante, assim os indivíduos 2, 3, 4, 6, 9,
10, 11 e 13 possuem o genótipo aa.

Probabilidade em Genética

Calcular probabilidade em genética é im-


portante para a previsão das possibilidades AA - homozigoto dominante = 1
de um cruzamento. 4
Aa - heterozigoto = 2
Número de eventos desejados 4
P=
Número de eventos possíveis Assim basta somar as duas probabili-
dades:
Exercícios Resolvidos
P=1 + 2 = 3
1 - Qual é a probabilidade de se obter um 4 4 4
organismo recessivo, no cruzamento de 3 : 4 = 0,75
dois heterozigotos?
0,75 x 100 = 75%

Resposta: a probabilidade é de 75% ou 3 .


4

• Regra da multiplicação (Regra do e)

Para determinar a probabilidade de dois ou


mais eventos independentes que ocorram ao
mesmo tempo (um evento e outro), a proba-
bilidade total será dada pela multiplicação
das probabilidades isoladas.
aa = homozigoto recessivo
1 Exercício Resolvido
P=4
1 - Qual a probabilidade de um casal de he-
• Regra da adição (Regra do ou) terozigotos para o albinismo ter um filho
albino e do sexo masculino?
Para determinar a ocorrência de um ou de
outro evento, a probabilidade total será dada A probabilidade de nascer menino ou meni-
pela adição das probabilidades isoladas. na é a mesma sempre: 1 ou 50%.
2
56/BIM3 Biologia
Ensino Médio

Vamos determinar a probabilidade de nas-


cer uma criança albina

100% malhados

aa - homozigoto recessivo (albino) = 1 3. A Segunda Lei de Mendel


4
nascer menino = 1 Após o estudo da transmissão de caracte-
2 rísticas isoladamente, nas ervilhas, Mendel
passou a uma nova etapa de análises, obser-
Assim basta multiplicar as duas proba- vando dois tipos de características simulta­
bilidades: neamente, estudo que recebe o nome de
di-hibridismo. Suas conclusões desses ex-
perimentos resultaram na Segunda Lei.
P= 1 X 1 = 1
4 2 8
3.1 Um Experimento de Mendel com
1 Duas Características
8 pode ser representado em porcenta-
gem, basta dividir o numerador pelo de-
Um dos vários experimentos realizados por
nominador e depois multiplicar por 100.
Mendel envolveu a cor e a textura da se-
mente de ervilhas.
1: 8 = 0,125
Mendel cruzou uma planta de sementes
0,125 X 100 = 12,5% amarelas lisas com outra planta de sementes
Resposta: a probabilidade é de 12,5% verdes rugosas, obtendo somente plantas de
ou 1 . sementes amarelas lisas. Desse cruzamento,
8 Mendel concluiu que os caracteres amarelo e
liso são dominantes sobre os caracteres ver-
Ausência de Dominância de e rugoso.

Não ocorre dominância e recessividade entre • Enunciado da Segunda Lei


dois alelos; o indivíduo heterozigoto apre-
senta caráter intermediário. “Cada par de fatores (hoje, genes alelos) separa-se de
forma independente durante a formação dos gametas.”
Exemplo:
3.2 Interpretação da Segunda Lei de Mendel
No gado da raça Shorthorn, o cruzamento
de um animal de pelos vermelhos (VV), com A planta pura (homozigota) de sementes
um de pelos brancos (BB) origina descen- amarelas-lisas tem genótipo VVRR (V é o
dentes malhados ou ruão (VB). gene para verde e R o gene para rugoso). Os
Biologia
Ensino Médio BIM3/57
genes V e R estão localizados em pares de cromossomos homólogos di-
ferentes.

A planta pura (homozigota) de sementes verdes-rugosas tem genótipo


vvrr (v é o gene para verde e r o gene para rugoso). Os genes v e r estão
localizados em pares de cromossomos homólogos diferentes.

A planta VVRR produz, por meiose, células reprodutoras (gametas) VR,


e a planta vvrr produz gametas vr.

Autofecundando-se os di-híbridos, formam-se descendentes em F2 com


os quatro fenótipos, na proporção de 9 : 3 : 3 : 1 (figura 22).

Amarela lisa Verde rugosa


P VVRR X vvrr

Gametas VR vr

100% amarela lisa


F1 X (autofecundação)

Gametas

VR Vr vR vr
VR VVRR VVRr VvRR VvRr
F2 Vr VVRr VVrr VvRr Vvrr
vR VVRR VvRr vvRR vvRr

vr VvRr Vvrr vvRr vvrr

9/16 3/16 3/16 1/16


amarela lisa amarela rugosa verde lisa verde rugosa

Figura 22 – Interpretação da Segunda Lei de Mendel.

Exercícios Resolvidos

1 - Nas cobaias, o pelo preto é dominante em relação ao pêlo branco.


O pêlo liso é determinado por um gene recessivo, enquanto o pelo
crespo é condicionado por um gene dominante. Um macho de pelo
preto e crespo, heterozigoto para ambas as características, foi cru-
zado com uma fêmea de pelo branco e liso. Como serão os filhotes?
58/BIM3 Biologia
Ensino Médio

Vamos trabalhar com as letras iniciais das características recessivas:


Preto: dominante  BB ou Bb
Branco: recessivo  bb

Crespo: dominante  LL ou L
Liso: recessivo  

Os filhotes poderão ser:

1/4 (25%) BbL  pretos crespos


1/4 (25%) Bb  pretos lisos
1/4 (25%) bbL  brancos crespos
1/4 (25%) bbl  brancos lisos

2 - Quais os gametas produzidos por um indivíduo de genótipo:

a) AaBb?
Resposta: gametas AB, Ab, aB e ab.

b) CCdd?
Resposta: gametas Cd.

c) AaBbCc?
Para calcular a quantidade de gametas possíveis, vale a fórmula 2n,
onde n é o número de pares de genes. No mono-hibridismo (n = 1), o
número de gametas é 21 = 2 e no di-hibridismo (n = 2) é 22 = 4. Se consi-
derarmos três pares de genes, o número de gametas possíveis será 23 = 8:

ABC – Abc – ABc – AbC – aBC – aBc – abC – abc


Biologia
Ensino Médio BIM3/59
Resumo

• O monge Gregor Johann Mendel (1822-1884) é o descobridor dos


mecanismos básicos da hereditariedade, tendo recebido o título de
“Pai da Genética”.
• O material empregado nos trabalhos de Mendel foi a ervilha-de-
cheiro (Pisum sativum), com a qual realizou inúmeros cruzamentos.
• Primeira Lei de Mendel (lei do mono-hibridismo ou lei da segrega-
ção dos genes alelos) – “cada caráter é condicionado por um par de
fatores (hoje, genes), que se segregam (separam) na formação dos
gametas, nos quais ocorrem em dose simples”.
• Heredograma – representações gráficas dos dados de uma família com
relação a frequência de uma determinada característica genética.
• Probabilidade – relação entre o número de eventos desejados e o
número de eventos possíveis.
• Regra do ou – soma das probabilidades.
• Regra do e – multiplicação das probabilidades.
• Ausência de dominância – não existe relação de dominância e reces-
sividade entre dois alelos.
• Após o estudo da transmissão de características isoladas, nas ervi-
lhas, Mendel passou a uma nova etapa de análises, observando dois
tipos de características simultaneamente em estudo. Esse recebe o
nome de di-hibridismo.
• Enunciado da Segunda Lei de Mendel: “cada par de fatores (hoje,
genes alelos) separa-se de forma independente durante a formação
dos gametas”.
• Interpretação da Segunda Lei de Mendel: os genes alelos que con-
dicionam características diferentes estão localizados em cromosso-
mos homólogos diferentes, recombinando-se de todas as maneiras
possíveis na meiose, para formação dos gametas.
• Para calcular a quantidade de gametas possíveis, vale a fórmula 2n
(n = número de pares de genes).
60/BIM3 Biologia
Ensino Médio

Leitura Complementar

A Genética e o Melhoramento de Plantas


seu patrimônio genético,
“O melhoramento de plantas consiste basicamente em modificar
ntar o maior rendimento
com a finalidade de obter variedades ou híbridos capazes de aprese
ões de um determinado
possível, com produtos de alta qualidade, adaptáveis às condiç
as.
ambiente, além de exibirem resistência às principais pragas e doenç
-se no cruzamento
Em linhas gerais, o método clássico de melhoramento de plantas baseia
binação de caracteres
entre duas variedades, de maneira a promover uma recom
Nas gerações seguintes,
(hibridação), com a finalidade de aumentar a variabilidade gênica.
eres desejados. Vale
então, faz-se uma seleção dos indivíduos portadores dos caract
isas empreendidas
lembrar que tal método deve-se, em grande parte, ao estudo e às pesqu
pelo precursor da genética, Gregor Mendel”.
1996.
PAULINO, Wilson Roberto. Biologia Atual – Vol. 3. São Paulo: Ática,
Biologia
Ensino Médio BIM3/61

Exercícios Propostos
1 - Nos coelhos, o gene que condiciona pelos curtos é dominante em relação ao gene que
determina pelos longos. Como serão os filhotes nascidos do cruzamento entre coelhos
heterozigotos para essa característica?

2 - (UnB-DF) Se a família Silva tiver 5 filhos e a família Oliveira tiver 4, qual a probabilidade
de que todos os filhos dos Silva sejam meninas e todos os dos Oliveira sejam meninos?
( ) a) 1/325
( ) b) 1/512
( ) c) 1/682
( ) d) 1/921
( ) e) 1/1754

3 - (UFJF-MG) Um homem de pele com pigmentação normal e olhos castanhos casa-se com
uma mulher de fenótipo igual ao seu. Sabendo-se que o casal já tem um filho albino de
olhos azuis, qual a probabilidade de num próximo nascimento esse casal vir a ter uma filha
de olhos azuis e com a pigmentação da pele normal?
( ) a) 2/16
( ) b) 4/32
( ) c) 6/16
( ) d) 3/32
( ) e) 7/16
62/BIM3 Biologia
Ensino Médio

4 - (UECE-CE). Numa família com 9 filhas, a probabilidade de o décimo filho ser homem é:
( ) a) 50%
( ) b) 70%
( ) c) 80%
( ) d) 90%
( ) e) 25%

5 - (Fund.Carlos Chagas-SP) Considere o diagrama abaixo, que apresenta os indivíduos


míopes em preto e os indivíduos normais em branco. Podemos concluir que a miopia é
causada por:

( ) a) um gene recessivo
( ) b) um gene dominante
( ) c) um gene dominante ligado ao sexo
( ) d) um gene recessivo ligado ao sexo
( ) e) fatores ambientais apenas

6 - (FUVEST) Analise a seguinte genealogia:


1

2 3

4
?

ou portadores de anomalia
ou normais

a) A anomalia é causada por um gene dominante ou recessivo ?

b) Qual a probabilidade de o casal de nº 4 apresentar uma criança com tal anomalia ?


Biologia
Ensino Médio BIM3/63
7 - Sabe-se que o gene que condiciona olhos escuros é dominante sobre o que determina
olhos claros e que o gene que condiciona cabelos castanhos são dominantes sobre o que
determina cabelos loiros. Sendo os pais heterozigotos para ambas as características, qual a
probabilidade de nascer uma criança de olhos azuis ou de cabelos loiros?

8 - Em galinhas andaluzas, não existe dominância entre os alelos que condiciona cor preta
(PP) e a cor branca (BB) das penas, tendo o heterozigoto penas azuladas. Determine a
proporção fenotípica e genotípica nos seguintes cruzamentos.

a) azulada x branca

b) azulada x azulada

c) azulada x preta

9 - (Fuvest-SP) Uma abelha rainha tem os seguintes pares de genes alelos que se segregam
independentemente: AaBbDdEe. Sabendo-se que os zangões surgem de óvulos que se
desenvolvem por partenogênese, quantos genótipos diferentes, relativos a esses quatro
pares de genes, podem apresentar os zangões filhos dessa rainha?
64/BIM3 Biologia
Ensino Médio

10 - (F. M. Mogi-SP) Um homem míope e albino casou-se com uma mulher de visão e
pigmentação normais, porém filha de pai míope e albino. Sendo a miopia e o albinismo
caracteres recessivos, qual a probabilidade de esse casal ter um filho de visão e
pigmentação da pele normais?

11 - (PUC-SP) Em certas raças de cavalo, a cor negra do pelo é devida ao gene dominante C
e a cor castanha ao seu alelo recessivo c. O caráter troteiro é devido ao gene dominante
M, o marchador ao alelo recessivo m. Como serão os descendentes do cruzamento de um
troteiro negro homozigoto com um marchador castanho?
Biologia
Ensino Médio BIM3/65
lição 8

Polialelia
As leis de Mendel faziam referência de apenas dois alelos. Mais tarde,
descobriram-se situações de alelos múltiplos.

A Polialelia ou alelos múltiplos ocorre quando um gene tem mais de


três alelos diferentes. Cada indivíduo recebe um alelo materno e outro
paterno, e a determinação do fenótipo se dá pela interação de dois
alelos.

Estudaremos a cor da pelagem em coelhos e os grupos sanguíneos do


sistema ABO na espécie humana.

Na pelagem dos coelhos, encontramos quatro cores diferentes, isto é,


quatro alelos:

Coelhos Gene Pelagem


Aguti ou Selvagem C Marrom
Chinchila cch Cinza
Himalaia ch Branco com patas, orelhas, focinho e rabo pretos
Albino ca ou c Totalmente branco
Dominância : C > cch > ch > ca selvagem domina chinchila, himalaia e albino
chinchila domina himalaia e albino
himalaia domina albino

Agora podemos montar uma tabela com os fenótipos e os possíveis


genótipos:

Fenótipos Genótipos
Selvagem C C; C cch C ch C ca
Chinchila cch cch; cch ch; cch ca
Himalaia ch ch; ch ca
Albino ca ca ou c c
66/BIM3 Biologia
Ensino Médio

Exercício Resolvido Tipos Aglutinogênio Aglutinina


A A Anti-B
1 - Determine a proporção genotípica e fe-
notípica no cruzamento entre um coelho B B Anti-A
selvagem heterozigoto para albino com AB AB Ausente
uma coelha Himalaia heterozigota para
O Ausente Anti-A e Anti-B
albino.
Selvagem Himalaia
heterozigoto heterozigoto As transfusões de sangue devem ser rea-
para albino para albino lizadas segundo a compatibilidade entre
aglutinogênio do doador e a aglutinina do
receptor.

Doa para Recebe de


A A e AB AeO
B B e AB BeO
Cch e Cca – selvagem 50% AB AB A, B, AB, O
chca – himalaia 25%
caca – albinos 25% O A, B, AB, O O

1. Os Grupos Sanguíneos na Consideramos como doador universal o


Espécie Humana sangue tipo O negativo, pois não apresen-
ta nenhum tipo de aglutinogênio em suas
Até o século XIX, um grande número de hemácias.
pessoas morria durante ou logo após as
transfusões de sangue. Em 1900, o médico Consideramos como receptor universal o
Karl Landsteiner descobriu que essas mor- sangue tipo AB positivo, pois não apresen-
tes ocorriam devido à aglutinação (aglome- ta nenhuma aglutinina.
ração) dos glóbulo vermelhos doados no in-
terior dos vasos sanguíneos do receptor. Os grupos sanguíneos são hereditários e de-
pendem de três alelos (A, B e O). Entre A e B
Landsteiner e seus colaboradores identifi- não há dominância, mas eles são dominan-
caram os aglutinogênios (antígenos7) pre- tes sobre O.
sentes nas membranas das hemácias e as
aglutininas (anticorpos8) presentes no plas- Tabela contendo os fenótipos e genótipos:
ma sanguíneo e, assim, conseguiram classi-
ficar o sangue humano em quatro tipos: A, Fenótipos Genótipos
B, AB e O.
Clássico Moderno
Aglutinogênios e as aglutininas de mes- Tipo A I I ou I i
A A A
AA ou AO
mo nome não podem se encontrar em um Tipo B I I ou I i
B B B
BB ou BO
mesmo indivíduo pois isso causaria o pro- Tipo AB II
A B
AB
cesso de aglutinação das hemácias, re- Tipo O ii OO
ação antígeno-anticorpo (incompatibi-
lidade sanguínea). Observação: i significa imunidade
Biologia
Ensino Médio BIM3/67
Exercícios Resolvidos Denomina-se Rh positivo (Rh+) o sangue
que possui essa proteína em suas hemácias
1 - Em um casal em que ambos os cônjuges e Rh negativo (Rh–) o sangue que não possui
possuem sangue tipo AB, quais os possí- essa proteína.
veis fenótipos e genótipos dos filhos des-
Se um indivíduo Rh negativo receber san-
se casal?
gue Rh positivo, seu sistema imunológico
irá produzir anticorpos anti-Rh. Caso ele
venha receber após algum tempo sangue Rh
positivo novamente, ocorrerá uma reação
alérgica, provocando a aglutinação (coagu-
lação) sanguínea, podendo levar esse indi-
víduo ao óbito.
Transfusões de sangue - sistema Rh

AA - tipo A – 25% Doa para Recebe de


AB - tipo AB – 50% Rh positivo (Rh ) Rh
+ +
Rh+ ou Rh–
BB - tipo B – 25% Rh negativo (Rh–) Rh+ ou Rh– Rh–

2 - Marta é heterozigota para sangue tipo A O sistema Rh também é determinado ge-


e se casou com Leandro que é do tipo B neticamente e segue o padrão mendeliano
também heterozigoto. Quais os possíveis simples:
fenótipos e genótipos dos filhos desse
casal? Fenótipos Genótipos
Rh positivo (Rh+) RR ou Rr
Rh negativo (Rh–) rr

3. Eritroblastose Fetal ou Doença


Hemolítica do Recém-Nascido
(DHRN)

AB - tipo A – 25% Em uma gravidez pode ocorrer incompati-


AO - tipo AA – 25% bilidade entre o sangue da mãe e da criança
BO - tipo B – 25% devido ao fator Rh.
OO – tipo O – 25%
Quando a mãe é Rh– e gera um filho Rh+,
2. Sistema Rh seu organismo sofre uma sensibilização, e a
mãe passará a produzir anticorpos anti-Rh.
Uma outra proteína encontrada na membra-
na plasmática das hemácias de alguns indiví-
Em uma segunda gestação (se o feto for
duos foi descoberta em 1940 por Landsteiner
Rh+), os anticorpos que a mãe produziu na
e Wienner, ao pesquisarem o sangue de um
primeira gestação atravessarão a placenta,
macaco do gênero Rhesus, por ser muito se-
passarão para o feto, provocando aglutina-
melhante ao dos seres humanos. Essa é deno-
ção e destruição de suas hemácias. O feto
minada fator Rh, em homenagem ao macaco
anêmico libera para o sangue uma grande
em questão.
68/BIM3 Biologia
Ensino Médio

quantidade de hemácias imaturas e nucleadas, denominadas eritro-


blastos; ocorre também inchaço (edema), icterícia (pele amarelada de-
vido à presença de bilirrubina), fígado e baço aumentados, possíveis
lesões mentais causando surdez e retardamento mental, decorrente do
acúmulo de bilirrubina no cérebro. Pode haver ainda morte do feto
(dentro do útero) ou após o nascimento.

Atualmente a DHRN pode ser tratada mediante a troca do sangue da


criança ainda no útero materno ou, em alguns casos, após o nascimento.

3.1 Como Evitar a Eritroblastose Fetal

A mãe recebe uma aplicação de anticorpos anti-Rh, nas primeiras 72


horas após o nascimento do filho Rh+. Esses anticorpos vão destruir as
hemácias Rh+ do feto que invadiram o organismo materno afastando o
perigo da doen­ça se manifestar em uma próxima gestação.

Condição para eritroblastose:


Pai : Rh+
Mãe : Rh–
Filho: Rh+

Resumo
• Polialelia ou alelos múltiplos ocorre quando um gene tem mais de
três alelos diferentes.
• Na pelagem dos coelhos, encontramos quatro cores diferentes, isto
é, 4 alelos: C , cch , ch e ca.
• Sistema ABO – existem quatro tipos sanguíneos A, B, AB e O.
• Sistema Rh – para efeito de transfusão, indivíduos Rh positivos
podem receber sangue Rh positivo ou negativo, e indivíduos Rh
negativos só devem receber sangue Rh negativo.
• Eritroblastose fetal ou doença hemolítica do recém-nascido –
doença provocada pela incompatibilidade entre o sangue da mãe e
o da criança devido ao fator Rh.
Biologia
Ensino Médio BIM3/69
Leitura Complementar

Genes Letais e Subletais


ifestação fenotípica sempre se reflete num
“Genes letais (mortais) são aqueles cuja man
te à morte.
caráter que leva o seu portador inevitavelmen
doenças mortais e incuráveis determinadas
Na espécie humana, são conhecidas várias
tington é um exemplo. Muitas vezes ela
pela ação de genes letais. A coreia de Hun
e. Mas os seus sintomas de degeneração
só se manifesta após os 30 anos de idad
de São Guido) e sinais de deterioração
nervosa, com tremores generalizados (doença
ivos e irreversíveis. Nos casos em que
mental, depois que se instalam, são progress
dores casam-se e transmitem o gene aos
ela se manifesta tardiamente, os seus porta
ão da doença.
descendentes, contribuindo para a propagaç
urótica (demência, cegueira progressiva e
Outro exemplo se verifica com a idiotia ama
adolescência. O gene letal que condiciona
morte), que se manifesta na infância ou na
muitas pessoas nascem heterozigóticas
essa doença é recessivo e, dessa forma,
a idiotia). Essas pessoas, casando-se
(portadoras do gene, mas que não revelarão
óticos, que na ocasião certa passarão a
com outras iguais, podem gerar filhos homozig
apresentar a doença.
is os genes cuja manifestação nem sempre
São considerados como subletais ou semileta
explica porque tais genes podem manifestar
causa a morte dos seus portadores. Isso se
levando o indivíduo a revelar uma condição
uma ´expressividade reduzida´ no fenótipo,
a e com a reprodução. Um exemplo é a
benigna da doença, compatível com vida long
m hereditária, caracterizada por lesões
epiloia, uma moléstia degenerativa de orige
provoca a morte do paciente ainda em
nervosas e principalmente cerebrais, que
via, de portadores do gene da epiloia que
baixa idade (infância). Existem casos, toda
forma branda, que lhes permite chegar à
expressam fenotipicamente a doença de uma
oas levam uma vida quase normal e, às
idade da reprodução e gerar filhos. Essas pess
da epiloia é, portanto, um gene subletal.”
vezes, atingem até idades avançadas. O gene
ção, ecologia – Vol. 3
SOARES, José Luís. Biologia: genética, evolu
(Coleção Novos Tempos) – São Paulo : Scipione, 2000.
70/BIM3 Biologia
Ensino Médio

Exercícios Propostos
1 - (Fatec-SP) Um casal em que ambos os cônjuges possuem tipo sanguíneo AB quer saber
I - quais os possíveis tipos sanguíneos dos seus filhos e
II - qual a probabilidade de terem uma criança do sexo feminino, com sangue tipo AB.
Assinale a alternativa que corresponde corretamente às duas perguntas acima.
I II
( ) a) A, B e AB 1/3
( ) b) A e B 1/4
( ) c) A, B e AB 1/4
( ) d) A e B 1/2
( ) e) A, B e AB 1/2

2 - (F.C.Chagas-BA) O pai de uma criança do grupo sanguíneo A e Rh+ cuja mãe é B e Rh-,
poderia ser:
( ) a) AB e Rh+
( ) b) AB e Rh–
( ) c) B e Rh+
( ) d) A e Rh–
( ) e) O e Rh+

3 - Qual é a prole de um coelho selvagem heterozigoto para himalaia com uma fêmea chinchila
heterozigota para albina?
( ) a) selvagem 50% - chinchila 25% - albino 25%
( ) b) selvagem, chinchila, himalaia e albino - 25% cada
( ) c) selvagem 50% - chinchila 25% - himalaia 25%
( ) d) selvagem 25% - chinchila 50% - himalaia 25%
( ) e) Nenhum dos itens é correto
Biologia
Ensino Médio BIM3/71
4 - Se um macho aguti, filho de um aguti com um himalaio (ambos homozigotos), cruzar com
uma fêmea chinchila (cchca), produzirá coelhos com todos os fenótipos a seguir, exceto:
( ) a) aguti
( ) b) himalaio
( ) c) chinchila
( ) d) albino
( ) e) himalaio e albino

5 - (UF-BA) Uma pessoa foi informada que não pode doar sangue nem para seu pai, que é
do grupo sanguíneo A, nem para sua mãe, que é do grupo B. Podemos concluir que essa
pessoa:
( ) a) pertence ao grupo A
( ) b) pertence ao grupo B
( ) c) pertence ao grupo AB
( ) d) pertence ao grupo O
( ) e) possui tanto anticorpo anti-A quanto anticorpos, anti-B

6 - (FUC-MT) Pedro está hospitalizado e necessita de transfusão de sangue. Seu grupo


sanguíneo é O Rh+. Os doadores que se apresentaram tem sangue do tipo A Rh+ A Rh– , B
Rh+, B Rh–, O Rh–, e AB Rh–. O(s) melhor(s) doador(es) é(são) o(s) de sangue:
( ) a) O Rh–
( ) b) AB Rh–
( ) c) B Rh– e B Rh+
( ) d) A Rh– e A Rh+
( ) e) A Rh+ e B Rh–

7 - (Fuvest-SP) Um banco de sangue possui 5 litros de sangue tipo AB, 3 litros tipo A, 8 litros
tipo B e 2 litros tipo O. Para transfusões em indivíduos tipo O, A, B e AB, estão disponíveis,
respectivamente:
( ) a) 2, 5, 10 e 18 litros
( ) b) 2, 3, 5 e 8 litros
( ) c) 2, 3, 8 e 16 litros
( ) d) 18, 8, 13 e 5 litros
( ) e) 7, 5, 10 e 11 litros

8 - Uma mulher Rh– se casa com um homem Rh+, filho de pai Rh–. Qual a probabilidade de
nascer uma criança Rh+?
72/BIM3 Biologia
Ensino Médio

9 - Dê as proporções genotípica e fenotípica dos cruzamentos a seguir:


a) AB x OO

b) AO x OO

c) AA x AB

d) AA x BB

e) AB x BB

f) AO x AB
Biologia
Ensino Médio BIM3/73
lição 9

Origem da Vida
Muitas hipóteses foram formuladas por filósofos e cientistas para
explicar como teria surgido a vida em nosso planeta. Até o século XIX,
imaginava-se que os seres vivos poderiam surgir não só a partir do
cruzamento entre si, mas também a partir da matéria bruta, de uma
forma espontânea.

Então, quando apareceu o primeiro ser vivo? A hipótese mais aceita


atualmente é a hipótese heterotrófica, que supõe que os primeiros seres
vivos eram heterótrofos extremamente simples, que surgiram através
da evolução lenta da matéria bruta, nas condições muito especiais da
Terra primitiva.

Algumas teorias foram formuladas para explicar o surgimento da vida


no planeta Terra.

A Teoria da Abiogênese foi uma das primeiras hipóteses da origem da


vida, elaborada por Aristóteles em 384 a.C., que admitia que os seres
vivos surgiam espontaneamente da matéria não viva (geração espon-
tânea). No século XVI, por exemplo, o médico e bioquímico belga Jan
Baptista van Helmont dava receitas de como produzir ratos: bastava
colocar uma camisa suada em um porão escuro, junto a sementes de
trigo, que os ratos nasceriam.

Os defensores da abiogênese foram: Aristóteles, René Descartes, Isaac


Newton, von Helmont, John Needham, entre outros.

Mas a partir do século XIX, essa ideia ficou para trás, quando final-
mente Pasteur conseguiu provar, através de experiências, a veracidade
da Teoria da biogênese que diz: “todo ser vivo se origina de outro ser
pré-existente, através da reprodução”.

Pasteur usou frascos de vidro tipo pescoço de cisne, colocou neles um


caldo nutritivo e aqueceu intensamente (o vapor formado ficou retido
74/BIM3 Biologia
Ensino Médio

no bico do vidro impedindo a entrada de micro-organismos). Depois de


algum tempo, submeteu o caldo a uma queda brusca de temperatura
(processo conhecido hoje como pasteurização) matando todos os micro-
organismos existentes. O caldo permaneceu sem os micro-organismos
por alguns dias. Depois de quebrar o gargalo e ficar exposto ao ar con-
taminado, os micro-organismos reaparecem no caldo, originando-se de
outros, presentes no ar. E estava provada definitivamente a teoria da
biogênese.

Defensores da Biogênese: Francesco Redi, Lazzaro Spallanzani, Louis


Pasteur, entre outros.

3
1

Figura 23 – Experiência de Pasteur.

Mas a biogênese não explica o surgimento do primeiro ser vivo. Para


responder a essa questão, várias hipóteses foram elaboradas:
• Criacionista – teoria religiosa e respeitável está mais ligada à fé do
que a ciência é baseada na criação divina dos seres (esta hipótese
não é aceita pelos cientistas).
• Panspermia Cósmica – segundo o físico e químico Arrhenius, a vida
na Terra teria surgido a partir de seres vivos ou substâncias pro-
venientes do espaço, transportados por meteoritos. Essa hipótese
foi muito contestada, mas, nos últimos tempos, foram encontradas
substâncias orgânicas como os aminoácidos em alguns meteoritos.
• Origem da vida por evolução química – hipótese Heterotrófica –
segundo o bioquímico russo Alexander Ivanovich Oparin (1894 –
1980), a atmosfera primitiva do planeta Terra era composta por
Biologia
Ensino Médio BIM3/75
gases como amônia, metano, hidrogênio e vapor de água. Durante
milhões de anos, devido às altas temperaturas, em um longo perí-
odo, ocorreu a evaporação de água na superfície terrestre. Assim
os gases sofreram influência de fortes descargas elétricas e de raios
ultravioletas, formando moléculas orgânicas muito simples. As chu-
vas arrastaram essas moléculas para mares e lagos muito quentes,
onde várias reações químicas ocorreram transformando-as em
moléculas mais complexas.

Em 1954, o cientista Stanley L.Miller, tentando simular as condições


ambientais da atmosfera primitiva, construiu um aparelho contendo
metano, amônia, água e hidrogênio. Ele aplicou descargas elétricas e
obteve compostos orgânicos como os aminoácidos (substâncias que se
reúnem para formar as proteínas, os compostos orgânicos mais abun-
dantes nos seres vivos).

O cientista John B.S. Haldane (1892–1964), baseado nas ideias de Opa-


rin, admitiu que, devido às condições dos mares primitivos, durante
milhões de anos, as moléculas orgânicas se aglomeraram dando origem
aos coacervados (agregados de moléculas orgânicas, isolados por uma
película de água).

Para manter sua organização, os coacervados precisariam de energia,


que deveria ser obtida por um processo menos sofisticado do que a res-
piração aeróbica, que necessita de oxigênio, um gás que ainda não exis-
tia na Terra. Portanto, possuindo eles respiração anaeróbica, que não
necessitam de oxigênio (fermentação).

Extraindo energia de moléculas orgânicas presentes em seu interior,


os coacervados poderiam, além de manter sua organização estrutural,
também sintetizar novas substâncias, dentre elas os nucleotídeos, que
permitiram o surgimento dos ácidos nucleicos (DNA, RNA). A partir
daí, os coacervados passaram a ser autossuficientes, constituindo os
primeiros seres vivos. Eles são seres heterotróficos (que não sintetizam
seu próprio alimento) e fermentadores.

Resumo
• Abiogênese – geração espontânea.
• Biogênese – a vida só se origina de uma vida preexistente.
• Hipótese criacionista – criação divina.
• Hipótese da panspermia cósmica – origem extraterrestre.
• Hipótese heterotrófica – origem por evolução química – devido às
condições da Terra primitiva, os primeiros seres vivos surgiram
a partir de moléculas inorgânicas, na forma de organismos muito
simples e incapazes de produzir seu próprio alimento.
76/BIM3 Biologia
Ensino Médio

Leitura Complementar

A Origem do Homem
e trabalho, isto é, a de que o homem des-
“A principal conclusão a que chegamos nest
, receio, altamente desagradável para
cende de alguma forma de vida inferior, será
ém duvidaria de que descendemos dos
muitas pessoas. Entretanto, dificilmente algu
pela primeira vez com um grupo de fue-
bárbaros. O espanto que senti ao me deparar
a será olvidado, pois imediatamente surgiu
guinos em uma costa hostil e selvagem nunc
nossos ancestrais. Esses homens estavam
esta reflexão em minha mente: assim eram
ras, os longos cabelos emaranhados, as
absolutamente nus e besuntados com pintu
o era selvagem, assustada e desgostosa.
bocas franzidas de excitação, e a expressã
o os animais da selva, viviam daquilo que
Mal possuíam alguma habilidade e, tal com
forma de governo e eram implacáveis com
conseguiam apanhar; não tinham qualquer
ena tribo. Aquele que vê um selvagem em
todos os que não pertencessem à sua pequ
ao saber que o sangue de uma criatura
sua terra nativa não sentirá muita vergonha
a parte, poderia descender com a mesma
mais humilde corre em suas veias. Da minh
enfrentou seu inimigo mortal para salvar
naturalidade daquele heroico macaquinho que
íno que, descendo das montanhas, salvou
a vida de seu dono; ou daquele velho babu
de cães atônitos – assim como de um sel-
o seu jovem companheiro de uma matilha
, oferece sacrifícios sangrentos, pratica o
vagem que se delicia em torturar os inimigos
como escravas, não conhece a decência e
infanticídio sem remorsos, trata as esposas
ões.
é acossado pelas mais grosseiras superstiç
orgulho pelo fato de ter atingido, embo-
O homem pode ser desculpado por sentir certo
da escala orgânica; e o fato de ter subido
ra não através dos próprios esforços, o topo
ente, pode proporcionar-lhe esperanças
até lá, em vez de ter sido colocado ali originalm
o distante. Mas não estamos preocupados
de um destino ainda mais elevado no futur
verdade, até onde nossa razão nos per-
com esperanças ou receios, apenas com a
maneira que sabia; e devemos ser gratos,
mite alcançar. Forneci as provas da melhor
com todas as suas nobres qualidades,
ao que me parece, pelo fato de que o homem,
com a benevolência que se estende não
com a simpatia que sente pelos favorecidos,
ilde criatura viva, com seu intelecto que
apenas aos outros homens, mas à mais hum
imento e na constituição do sistema solar
o compara aos deuses ao penetrar no mov
em ainda guarde em sua estrutura cor-
– com todos esses poderes exaltados –, o hom
de sua origem primitiva.”
poral a marca inapagável
Charles Darwin – A origem das espécies.
Biologia
Ensino Médio BIM3/77

Exercícios Propostos
1 - (UFRS) Na hipótese heterotrófica da origem da vida, supõe-se que os organismos primitivos
obtinham energia do alimento por meio de:
( ) a) respiração aeróbica
( ) b) biogênese
( ) c) fotólise
( ) d) fermentação
( ) e) fotossíntese

2 - (Unitau-SP) Segundo os conceitos modernos da origem e evolução dos seres vivos, o


primeiro organismo deve ter sido:
( ) a) um ser aeróbico que retirava seu alimento do meio externo.
( ) b) um ser que realizava fermentação produzindo seu próprio alimento, pois não havia
matéria orgânica disponível.
( ) c) um ser bastante simples que retirava seu alimento do meio ambiente, respirando
aerobicamente.
( ) d) um ser que não produzia seu próprio alimento, respirando por fermentação.
( ) e) um ser que produzia energia através da respiração aeróbica e que produzia seu
próprio alimento.

3 - (UFU-MG) De acordo com a teoria da biogênese:


( ) a) a carne em putrefação pode originar vermes.
( ) b) os primeiros seres vivos eram heterótrofos.
( ) c) todo ser vivo se origina de outro ser vivo.
( ) d) os micro-organismos se originam de “sementes” existentes no ar.
( ) e) foi possível provar que um coacervado se originou a partir de metano, amônia,
hidrogênio e vapor de água.
78/BIM3 Biologia
Ensino Médio

lição 10

Evolução Biológica
Até o século XIX, a ciência não havia tentado explicar a evolução biológica,
adotando a ideia do fixismo, segundo o qual as espécies são únicas e
imutáveis. A partir dos trabalhos de Lamarck e Darwin, o evolucionismo
começou a ser discutido como ciência sendo posteriormente comprovado.

1. Conceito de Evolução
Evolução biológica é a propriedade que as espécies possuem de se
transformar ao longo do tempo, levando ao aparecimento de novas es-
pécies. Assim, plantas e animais atualmente existentes são descenden-
tes modificados de plantas e animais um tanto diferentes, que viveram
em tempos passados. Esses ancestrais, por sua vez, descendem de pre-
decessores diferentes deles e, assim por diante, de volta a um início
desconhecido e misterioso.

2. Provas da Evolução Biológica


A evolução biológica pode ser comprovada por meio de evidências pa-
leontológicas, embriológicas e anatômicas.

Evidências paleontológicas:
• fauna e flora apresentam variações com o passar do tempo;
• os fósseis demonstram a existência de formas intermediárias.

Evidências embriológicas:
• os embriões de todos os vertebrados são muito parecidos uns com
os outros;
• o coração dos mamíferos, no início do seu desenvolvimento, é um
tubo recurvado em S, semelhante ao dos peixes;
Biologia
Ensino Médio BIM3/79
• os embriões de répteis, aves e mamíferos apresentam fendas
branquiais e arcos aórticos, lembrando os peixes;
• o esqueleto dos mamíferos tem uma sequência de desenvolvimento
similar à dos peixes: etapas conjuntiva, cartilaginosa e óssea.

Evidências anatômicas:
• os membros anteriores de vertebrados têm ossos dispostos de
acordo com o mesmo padrão (figura 24);
• os cetáceos atuais não têm patas posteriores, mas há ossos
rudimentares que ocupam a posição da cintura pélvica;
• Órgãos vestigiais correspondem, em outros animais, a órgãos
funcionais. Exemplo: o apêndice vermiforme humano, sem função
digestiva, corresponde ao ceco dos herbívoros, onde é realizada a
digestão da celulose.

Omoplata

Úmero

Ulna
Rádio

Carpo
Metacarpo Osso estiloide
I
V II
I IV III Osso da canela
II III IV V V
Falanges III II
IV III
IV III
Homem Cachorro Porco Carneiro Cavalo
Figura 24

3. As Grandes Teorias Evolucionistas


3.1 Teoria de Lamarck

Segundo Jean Baptiste de Lamarck (1744-1829), naturalista francês,


as transformações ocorridas nas espécies dependeriam de dois fatores
fundamentais:
80/BIM3 Biologia
Ensino Médio

- lei do uso e desuso dos órgãos; Assim, Darwin concluiu que os indivíduos
com mais oportunidades de sobrevivência
- lei da herança dos caracteres
seriam aqueles que possuíssem as caracte-
adquiridos.
rísticas mais apropriadas para enfrentar as
condições do meio ambiente. Esses indiví-
De acordo com a lei do uso e do desuso, um
duos é que teriam maior probabilidade de
órgão se desenvolvia com o uso e se atro-
se reproduzir e deixar descendentes. As-
fiava ou desaparecia completamente com
sim, as variações favoráveis tenderiam a ser
o desuso. Hoje sabemos que isso é parcial-
preservadas, e as desfavoráveis não. O meio
mente verdadeiro, pois o meio ambiente só
ambiente selecionaria os mais aptos e ape-
pode variar as características fenotípicas
nas esses sobreviveriam.
(externas) dentro de certos limites prede-
terminados pelo genótipo (genes).
Para Darwin, na questão sobre o pescoço da
girafa, existiam no passado girafas de com-
De acordo com a lei da herança dos caracte-
primentos variados de pescoço. Conforme
res adquiridos, o resultado obtido pelo uso
a vegetação foi ficando escassa, apenas as
ou atrofia pelo desuso seria transmitido aos
girafas de pescoço mais longo é que conse-
descendentes. Com os conhecimentos atu-
guiam se alimentar, na copa alta das árvo-
ais, viu-se que esse conceito está completa-
res. Assim, somente essas tinham condição
mente errado, pois somente uma mutação
de sobreviver, e as de pescoço curto acaba-
nos genes, e mesmo assim nas células repro-
ram desaparecendo, em evidente desvanta-
dutoras, poderá ser transmitida aos filhos.
gem.
Segundo Lamarck, o pescoço comprido das
primeiras girafas era curto e, com o passar 4. O Neodarwinismo ou Teoria
do tempo, conforme a vegetação rasteira, Sintética da Evolução
foi ficando escassa. As girafas precisavam
esticar o pescoço para alcançar as folhas si- As causas da variabilidade entre os indivídu-
tuadas em galhos cada vez mais altos. Pela os de mesma descendência foram estudadas
lei do uso, o pescoço foi aumentando de por vários cientistas, após o reconhecimento
comprimento e, pela lei da herança, essa ca- dos trabalhos de Mendel. Hoje sabemos que
racterística teria sido passada aos descen- são a permuta e recombinação entre os genes
dentes, que já nasciam com o pescoço mais e as mutações.
comprido do que as girafas primitivas.
A permuta, que ocorre no processo de meio-
3.2 Teoria de Darwin se, pode produzir pequenas variações que
vão se acumulando nos indivíduos após a
Charles Darwin (1809-1882), naturalista in- união dos gametas, favorecendo o apareci-
glês, elaborou a teoria da seleção natural. mento de novos caracteres numa população.
Seus estudos basearam-se principalmente
nas observações realizadas em sua viagem As mutações que ocorrem nos genes, ou
às ilhas Galápagos, a bordo do navio Beagle, nos cromossomos das células reprodutoras,
do governo inglês. podem ser transmitidas aos descendentes.
Sendo profundas, as modificações podem
De acordo com sua teoria, apesar de muitas favorecer o aparecimento de novos caracte-
espécies produzirem um grande número de res, possibilitando o aparecimento de novas
filhotes, apenas poucos podem sobreviver. espécies.
Biologia
Ensino Médio BIM3/81
Chamamos de neodarwinismo o conjunto desses esclarecimentos sobre
a variabilidade entre os indivíduos, proposta por Darwin.

Resumo
• Evolução biológica é a propriedade que as espécies possuem de se
transformar ao longo do tempo, levando ao aparecimento de novas
espécies.
• A evolução biológica pode ser comprovada por meio de evidências
paleontológicas, embriológicas e anatômicas.
• Teorias evolucionistas:
- Teoria de Lamarck – as transformações ocorridas nas espécies
dependeriam de dois fatores fundamentais: lei do uso e desuso dos
órgãos; lei da herança dos caracteres adquiridos;
- Teoria de Darwin – teoria da seleção natural – os indivíduos
com mais oportunidades de sobrevivência seriam aqueles cujas
características fossem mais apropriadas para enfrentar as
condições do meio ambiente. Esses indivíduos é que teriam maior
probabilidade de se reproduzir e deixar descendentes. Variações
favoráveis tenderiam a ser preservadas e as desfavoráveis não.
O meio ambiente selecionaria os mais aptos e apenas esses
sobreviveriam.
• Neodarwinismo é o conjunto de esclarecimentos sobre a
variabilidade entre os indivíduos, proposta por Darwin, à luz dos
conhecimentos atuais. As causas dessa variabilidade são a permuta e
a recombinação entre os genes e as mutações.

anotações
82/BIM3 Biologia
Ensino Médio

Leitura Complementar

Potencialidade e Oportunidade
de que, se
“Há uma ideia errônea que prevalece entre muitas pessoas. É a noção
nte­ m ente tenden do a
a evolução é um fato, todos os animais devem estar consta
os anima is de-
se tornarem “superiores” ou, de forma mais exagerada, que todos
ento de que
vem tender a se transformar no homem. Às vezes se houve o argum
não existiriam mais animais
a evolução não pode ser um fato porque, se o fosse,
“inferiores” - eles se teriam tornado homens há muito tempo!
a falsidade de
Uma consideração mais ponderada do que dissemos demonstrará
tornar adaptados ao
tal ideia. Os animais estão constantemente tendendo a se
, atualmen-
ambiente em que vivem. Daí pode-se pensar que a maioria dos peixes
res´; apenas
te ou nos tempos devonianos, tendesse a se tornar peixes ´melho
tornar am-se anfíbios.
uns poucos, e isso em certo estágio da história da Terra,
grupo tiveram
Entre os últimos, por sua vez, apenas uns poucos indivíduos de um
permaneceu
as potencialidades e a oportunidade de se tornarem répteis; o resto
ter sido sempr e assim , e com
anfíbio, adaptando-se aos vários hábitats. Deve
er grupo ocorreu
todos os grupos de animais. Apenas para uma minoria de qualqu
rmação radical
ao mesmo tempo a potencialidade e a oportunidade para a transfo
em alguma coisa diferente.
cada um deles
Atualmente, à medida que olhamos à nossa volta, vemos animais,
nicho ecológico
produto de uma longa evolução, cada um ocupando seu próprio
admira velme nte adaptada
no mundo. A ameba atual, na sua gota de água, está
a tornar-se um
às condições de vida em que se encontra. Não está tendendo
disponíveis.
animal superior. Já existem animais superiores ocupando os nichos
m anima is superi ores; então,
Mas, há centenas de milhões de anos, não existia
sárias , foram
alguns animais unicelulares, possuindo as potencialidades neces
is superiores´
presenteados com a oportunidade de ocupar os ´nichos de anima
os ´nicho s de anima is unicelulares´
que estavam vagos; e assim o fizeram. Mas,
e seus parentes até
ainda continuaram e permaneceram ocupados pela ameba
ameba como o
os dias de hoje. Não é a atual ameba tão bem-sucedida em ser
somos em sermos seres humanos?”

MOODY, Paul Amos. Introdução à Evolução.


Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 1975.
Biologia
Ensino Médio BIM3/83

Exercícios Propostos
1 - (PUC-RJ) Um dos principais fatores que determinam a diferenciação de novas espécies:
( ) a) isolamento geográfico
( ) b) competição pelo mesmo tipo de alimento
( ) c) fatores ambientais adversos
( ) d) existência de predadores comuns
( ) e) competição por locais de reprodução

2 - (UFPA)
I. O desuso provoca o atrofiamento e, consequentemente, o desaparecimento do órgão.
II. Os caracteres adquiridos podem ser transmitidos para a nova geração.
III. Os organismos não sofrem transformações ao longo do tempo.
IV. Na luta pela sobrevivência, sobrevivem os indivíduos portadores de características adap-
tativas.
A ideia de Lamarck está contida:
( ) a) nas frases II e III
( ) b) nas frases I e II
( ) c) nas frases II e IV
( ) d) nas frases I e IV
( ) e) na frase IV
84/BIM3 Biologia
Ensino Médio

Glossário
UTÓTROFOS – seres vivos capazes de fabricar seu próprio alimento, pois são fotossinteti-
zantes ou quimiossintetizantes.

HETERÓTROFOS – seres vivos que não são capazes de fabricar seu próprio alimento, nutrin-
do-se de produtores ou de outros consumidores.

BIOMASSA – quantidade de matéria orgânica que forma os tecidos e os órgãos dos seres vivos.

FOTOSSÍNTESE – processo de transformação de energia luminosa em energia química, pelos


organismos fotossintetizantes, no qual o CO2 e água passam por reações químicas formando
glicose, O2 e água.

BAÍA – lagoa comunicante com um rio, ou com o mar.

ESTUÁRIOS – são regiões onde os rios deságuam nos mares.

ANTÍGENO – substância estranha a um organismo. Pode ser uma proteína ou um polissacarídeo.

ANTICORPO – proteína especial que neutraliza o efeito dos antígenos.


Biologia
Ensino Médio BIM3/85

Respostas dos
Exercícios Propostos
Lição 1 Lição 4
1-A 1-C
2-B 2-B
3-D 3-A
4-B 4-A
5-E 5-E
6-E 6-A
7-D
Lição 2
8-C
1-D
Lição 5
2-E
3-C 1-E
4-E 2-B
3-A
Lição 3
4-C
1-
a) O carbono é fixado pelos vegetais, e o Lição 6
nitrogênio pelas bactérias fixadoras, que
vivem no solo ou nas raízes de legumino- 1-E
sas. 2-B
b) Fotossíntese 3-D
2-C 4-A
3-D
86/BIM3 Biologia
Ensino Médio

Lição 7 Albino: recessivo – aa


Normal: dominante – AA ou Aa
1 - Curto: dominante – LL ou L A probabilidade é de 1/4 ou 25%.
Longo: recessivo – 

Coelho x Coelha
L L

75% pêlos curtos

25% pêlos longos

2-B
3-D
4-A
5-A
6-
a) Dominante
11 -
b) Nn x Nn Os descendentes serão todos (100%) troteiros
NN, Nn, Nn, nn negros, heterozigotos para ambas as carac-
terísticas.
75%
3
A probabilidade é de 75% ou
4
7- 1 1 2 1
+ = =
 4 4 4 2
8-
a) 50% azulada
50% branca
b) 25% preta
50% azulada
25% branca
c) 50% preta
50% azulada

9 - 2n = 24 = 16 genótipos diferentes
Lição 8
1-C
10 - Míope: recessivo – mm
Normal: dominante – MM ou Mm 2-A
3-C
Biologia
Ensino Médio BIM3/87
4-D
5-C
6-A
7-A
8 - Rr x rr
Rr Rr rr rr = 50% ou 1
2
9-
a) tipo A = AO  50%
tipo B = BO  50%
b) tipo A = AO  50%
tipo O = OO  50%
c) tipo A = AA  50%
tipo AB = AB  50%
d) tipo AB  100%
e) tipo AB = AB  50%
tipo B = BB  50%
f) tipo A = AA  50%
AO
tipo AB = AB  25%
tipo B = BO  25%

Lição 9
1-D
2-D
4-C

Lição 10
1-A
2-B
88/BIM3 Biologia
Ensino Médio

Referências
Bibliograficas
AMABIS, José Mariano; MARTHO, Gilberto Rodrigues. Fundamentos da
Biologia moderna. São Paulo: Moderna, 2000.

CHEIDA, Luiz Eduardo. Biologia Integrada. Volume único. São Paulo:


FTD, 2003.

MACHADO, Sídio. Biologia – De olho no mundo do trabalho. Volume único.


São Paulo: Scipione, 2003.

MORANDINI, Clézio e BELLINELLO, Luiz Carlos. Biologia. Volume único.


São Paulo: Atual, 1999.

PAULINO, Wilson Roberto. Biologia Atual. Vol. 1. São Paulo: Ática, 1997.

SILVA JÚNIOR, César e SASSON, Segar. Biologia. Volume único. São


Paulo: Saraiva, 2003.

SOARES, José Luís. Biologia no Terceiro Milênio. Vol. 1. São Paulo: Scipi-
one, 1998.
Simulado
Parabéns!
Agora que você concluiu seus estudos nesta disciplina, é chegada a hora de fazer os exercícios do Simulado. É
muito importante que você o responda, pois ele foi especialmente elaborado para que você se prepare melhor para
a sua avaliação. Observe que, para as questões de múltipla escolha, existe apenas uma alternativa correta. Depois
de pronto, envie-o para o endereço indicado abaixo o entregue pessoalmente na Secretaria Escolar de sua Unidade.

INSTRUÇÕES
Para os alunos matriculados em:
• Cursos oficiais (técnicos): a resolução do Simulado é opcional. Caso deseje, os professores de plantão farão a
correção e a devolverão pelo correio.
• Cursos livres (não oficiais): a resolução do Simulado terá o valor de prova realizada a distância e deve,
OBRIGATORIAMENTE, ser respondido à caneta (azul ou preta) e enviado para a correção, sendo que sua aprovação
lhe conferirá o Certificado de Conclusão.

Caixa Postal 1220 Av. Rangel Pestana, 1105 - Brás


01031-970 - São Paulo - SP ou 03001-000 - São Paulo - SP
A/C Departamento Pedagógico A/C Departamento Pedagógico

BIM3 - Biologia
3E
Ensino Médio

Nome (campo não obrigatório):.............................................................................................................

Nº de Matrícula (campo obrigatório): .................................................. Nota:...................................

1 - (FCC) Considere o texto abaixo.


“A cutia é um roedor de hábitos noturnos muito comum nas matas brasileiras, onde vive
em tocas. Ao cair da noite, ela sai de sua toca à procura de alimento, que consiste em
frutos e raízes. Seus inimigos naturais são carnívoros de médio porte.”
A descrição, como um todo, refere-se a:

( ) a) hábitat
( ) b) nicho ecológico
( ) c) ecossistema
( ) d) comunidade
( ) e) população

1
2 - (Fuvest-FGV-SP) Considere a pirâmide de energia a seguir, na qual cada barra
representa a quantidade de energia disponível para o nível trófico seguinte:
III
II
I
( ) a) I, II e III
( ) b) I, III e II
( ) c) III, II e I
( ) d) II, III e I
( ) e) II, I e III

3 - Construa uma cadeia alimentar.

4 - Diferencie população e comunidade.


5 - (Cesgranrio) No ecossistema esquematizado a seguir, os componentes de uma
comunidade biótica estão representados de 1 a 11. Entre eles encontram-se: produtores,
consumidores primários, secundários e consumidores terciários.

No quadro abaixo, assinale a opção que classifica corretamente os componentes do


ecossistema:
Consumidores Consumidores Consumidores
Produtores Primários Secundários Terciários
a) 1e5 2e8 3e4 6e7
b) 3e5 4e6 1e8 2e7
c) 4e5 1e6 3e7 2e8
d) 1e3 2e7 6e8 4e5
e) 1e5 4e6 3e7 2e8

6 - Complete as frases, segundo as relações ecológicas estudas.

a) ____________________ é uma relação ecológica interespecífica não obrigatória em que


ambas as espécies envolvidas obtêm benefícios.
b) Na relação ecológica intraespecífica chamada _______________, os indivíduos
envolvidos cooperam, mas não estão unidos.
c) Na relação ecológica interespecífica denominada ____________________, a espécie
hospedeira, geralmente uma planta, cresce sobre outra sem lhe causar prejuízo.
d) _______________________ é um tipo de relação ecológica intraespecífica em que os
indivíduos estão unidos, podendo cooperar pouco ou muito com a associação.
e) ___________________ é uma relação ecológica interespecífica em que as espécies
envolvidas são obrigatoriamente associadas trocando benefícios.
f) Na relação ecológica interespecífica denominada __________________, uma das espécies
envolvidas é beneficiada em termos de alimento, enquanto a outra não sofre prejuízo.
g) __________________________ é a relação ecológica interespecífica em que os indivíduos
de uma espécie matam e comem indivíduos de outra espécie.
h) A relação que se estabelece entre espécies diferentes, em que uma delas se alimenta à
custa de outra, causando-lhe prejuízos é o _____________________.

3
7 - Classifique as frases segundo os biomas terrestres.

a) Um bioma em que predominam as gramíneas, localizado principalmente no estado do


Rio Grande do Sul é o ________________________ .
b) O ___________________ é um bioma litorâneo cujas características são fortemente
determinadas pelo solo encharcado e salgado.
c) ______________________ é um bioma do tipo deserto, presente em alguns estados do
Nordeste brasileiro, em que predominam as cactáceas.
d) No Brasil central, há um bioma do tipo savana chamado ______________________,
composto por gramíneas, arbustos e pequenas árvores de casca grossa e troncos
retorcidos.
e) Um bioma com alta biodiversidade e que ocupa áreas alagáveis nos estados de Mato
Grosso e Mato Grosso do Sul é o ____________________________ .
f) A ____________________________ lembra uma floresta temperada e ocorre na Região
Sul do Brasil, tendo como espécie predominante a conífera Araucária angustifólia
(pinheiro-do-paraná).
g) Originalmente distribuído nas montanhas da Serra do Mar, em vários estados
brasileiros, o bioma conhecido por _______________________ é um tipo de floresta
pluvial tropical.

8 - Caracterize:

a) plâncton _________________________________________________________________________

b) nécton ___________________________________________________________________________

c) bentos ___________________________________________________________________________

9 - Dê as proporções genotípicas e fenotípicas esperadas nos seguintes cruzamentos:

a) homozigoto dominante b) heterozigoto c) homozigoto dominante


x x x
heterozigoto heterozigoto homozigoto recessivo
10 - (FMU/FIAM/FAAM-SP) Na genealogia abaixo, pode-se deduzir que a característica em
negrito é recessiva, graças ao casal:
1 2 3 4

( ) a) 1-2
5 6 7 8

( ) b) 3-4
( ) c) 5-6
9 10
( ) d) 7-8
( ) e) 9-10

11 - (UFRN) A planta “maravilha” – Mirabilis jalapa – apresenta duas variedades para a


coloração das flores: a Alba (flores brancas) e a rubra (flores vermelhas). Cruzando as
duas variedades, obtêm-se, em F1, somente flores róseas. Do cruzamento entre duas
plantas heterozigotas, a porcentagem fenotípica para a cor rósea é de:

( ) a) 25%
( ) b) 50%
( ) c) 75%
( ) d) 30%
( ) e) 15%

12 - (UFPR-PR) Um homem de pele com pigmentação normal e olhos castanhos casa-se com
uma mulher de fenótipo igual ao seu. Sabendo-se que o casal já tem um filho albino de
olhos azuis, qual a probabilidade de, num próximo nascimento esse casal vir a ter uma
filha de olhos azuis e com pigmentação da pele normal?

13 - Admitindo-se a segregação independente, calcule quantos tipos de gameta produz cada


um dos indivíduos portadores dos genótipos:

a) AaBbCCdd ___________________________
b) AaBb ________________________________
c) AAbbCCDDEEFf _____________________

5
14 - Uma mulher Rh positivo casa-se com um homem Rh positivo, ambos são filhos de pai
Rh negativo. Qual a probabilidade de nascer uma criança Rh negativo?

15 - Complete o quadro:

Sangue tipo: Doa para: Recebe de:


A
B
AB
O

16 - Duas pessoas, uma do tipo sanguíneo A e outra do tipo sanguíneo B, ambas com pais do
grupo O, podem ter filhos de qual(is) tipagem(s) sanguínea?

17 - Um coelho selvagem cruzado com uma coelha chinchila resultou um filhote albino. Qual
a possibilidade de duzentos filhotes desse casal terem pelo chinchila?

18 - Para que haja possibilidade de ocorrência de eritroblastose fetal (doença hemolítica do


recém-nascido), é preciso que o pai, a mãe e o filho tenham, respectivamente, os tipos
sanguíneos:
( ) a) Rh+, Rh–, Rh+
( ) b) Rh+, Rh–, Rh–
( ) c) Rh+, Rh+, Rh+
( ) d) Rh+, Rh+, Rh–
( ) e) Rh–, Rh+, Rh+
19 - Defina:

a) Abiogênese _____________________________________________________________________

b) Biogênese _______________________________________________________________________

c) Criacionismo ____________________________________________________________________

d) Panspermia cósmica _____________________________________________________________

20 - (Vunesp-SP) Considere as seguintes afirmações:

a- O gafanhoto é verde porque vive na grama.


b- O gafanhoto vive na grama porque é verde.

Qual afirmação seria atribuída a Darwin e qual seria atribuída a Lamarck? Justifique
sua resposta.

7
Pesquisa de Satisfação
Caro Aluno,
Para que possamos aprimorar cada vez mais os nossos serviços, oferecendo um material didático
de qualidade e eficiente, é muito importante a sua opinião sobre este fascículo que você acaba de
estudar.
Sua identificação não é obrigatória. Responda às perguntas a seguir assinalando a alternativa que
melhor corresponda a sua opinião (assinale apenas uma alternativa). Você também pode fazer
sugestões e comentários por escrito no verso desta folha.
Na próxima correspondência que enviar à escola, lembre-se de juntar sua(s) pesquisa(s) respondida(s),
ou entregá-la(s) na Secretaria Escolar de sua Unidade Educacional.
O Instituto Monitor agradece sua colaboração.

Secretaria Escolar

BIM3 - Biologia
3E
Ensino Médio
Nome (campo não obrigatório):.............................................................................................................

No de Matrícula (campo não obrigatório): .................................................................

Curso Técnico em:

q Eletrônica q Secretaria Escolar q Secretariado


q Transações Imobiliárias q Informática q Administração
q Contabilidade q Logística

QUANTO AO CONTEÚDO

1) A linguagem dos textos é:


q a) sempre clara e precisa, facilitando muito a compreensão da matéria estudada.
q b) na maioria das vezes clara e precisa, ajudando na compreensão da matéria estudada.
q c) razoavelmente clara e precisa, ajudando, embora nem sempre, na compreensão da matéria
estudada.
q d) um pouco difícil, tornando trabalhosa a compreensão da matéria estudada.
q e) muito difícil, impossibilitando a compreensão da matéria estudada.

2) Os temas abordados nas lições são:


q a) em sua totalidade, atuais e importantes para a formação do profissional.
q b) em sua maioria, atuais e importantes para a formação do profissional.
q c) razoavelmente atuais e importantes para a formação do profissional.
q d) atuais, mas sua importância nem sempre fica clara para o profissional.
q e) ultrapassados e sem nenhuma importância para o profissional.

3) As lições são:
q a) muito bem divididas, permitindo que o conteúdo seja assimilado pouco a pouco com facilidade.
q b) bem divididas, permitindo que o conteúdo seja assimilado pouco a pouco com facilidade.
q c) razoavelmente bem divididas, permitindo que o conteúdo seja assimilado pouco a pouco com
facilidade.
q d) muito extensas, dificultando a compreensão do conteúdo.
q e) muito curtas e pouco aprofundadas.
QUANTO AOS EXERCÍCIOS PROPOSTOS
4) Os exercícios são:
q a) muito bem elaborados, misturando assuntos simples e complexos.
q b) bem elaborados, misturando assuntos simples e complexos.
q c) muito simples, exigindo apenas que se decore o conteúdo.
q d) um pouco difíceis, mas abordando o que se viu na lição.
q e) muito difíceis, uma vez que não abordam o que foi visto na lição.
5) A linguagem dos exercícios é:
q a) sempre clara e objetiva.
q b) em sua maioria, clara e objetiva.
q c) algumas vezes um pouco complexa, dificultando a resolução do problema proposto.
q d) mal-elaborada, tornando mais difícil compreender a pergunta que respondê-la.
q e) muito complexa, impossibilitando a resolução dos exercícios.

QUANTO À APRESENTAÇÃO GRÁFICA


6) O material é:
q a) muito bem cuidado, o texto e as imagens são de fácil leitura e visualização, tornando o estudo
bastante agradável.
q b) em sua maior parte, bem cuidado, o texto e as imagens são de fácil leitura e visualização, tornando
o estudo bastante agradável.
q c) bem cuidado, mas nem sempre o texto e as imagens são de fácil leitura e visualização.
q d) razoavelmente bem cuidado, mas a disposição das imagens e do texto dificulta a sua compreensão.
q e) confuso e mal distribuído, as informações não seguem uma sequência lógica.
7) As ilustrações são:
q a) sempre bonitas e bem feitas, auxiliando na compreensão e fixação do texto.
q b) na maioria das vezes, bonitas e bem feitas, auxiliando na compreensão e fixação do texto.
q c) bonitas, mas sem nenhuma utilidade para a compreensão do texto.
q d) malfeitas, mas necessárias para a compreensão e fixação do texto.
q e) malfeitas e totalmente inúteis.
8) A qualidade da impressão (no que se refere a erros de montagem, falta de páginas, manchas,
impressão muito clara etc.) é:
q a) excelente. As informações e imagens são lidas com facilidade e não apresentam falhas.
q b) muito boa. As informações e imagens são lidas com facilidade e, em casos de falhas, estas são
mínimas e não causam prejuízos para a compreensão do conteúdo.
q c) boa. As informações e imagens apresentam qualidade gráfica satisfatória.
q d) regular. As informações e imagens apresentam falhas de impressão que pouco prejudicam a
compreensão do conteúdo.
q e) ruim. As informações e imagens apresentam falhas que prejudicam a compreensão do conteúdo.
Lembre-se: você pode fazer seus comentários e sugestões, bem como apontar algum problema específico
encontrado no fascículo. Sinta-se à vontade!

Sugestões e comentários

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