Você está na página 1de 55

Aulas sobre o Oráculo de Ifá nas terras de Yorubá

1- Quem é Olódùmarè e seu significado: Olódùmarè é nosso máximo


representação espiritual no universo (Òrun) espaços abertos) arquiteto universal
de nossa existência material e espiritual nos mundos paralelos de Òrun Àiyé e de
Ara Òrun e no àiyé como matéria e em Ara Òrun como espírito.

O vocábulo de Olódùmarè está composto da seguinte forma.

a) Olo: Significa expansão, longevidade e poder;


b) Dun: Significa tempo e longevidade;
c) Má: Significa criação dos quatro pontos cardeais do universo representados
pelos quatro primeiros Odù, os quais representam as quatro matérias, os
elementos que formaram o mundo são: Ejioníle como gases ou reunião dos gases
representando o sol nascente. Ejilá ou Ìwòri como segundo elemento criado,
representando o fogo, o poente. Como o terceiro elemento criado, Ejioko,
representando a massa, o norte. E Òdí Méjì, o quarto elemento criado
representando o sul que seria a água, este foi o princípio da sílaba Ma, que foi a
primeira criação de Olódùmarè, agora teremos o último vocábulo.
d) Re: significa estabilidade da força de realização, manter a estabilidade do que
nasce, cresce, reproduz-se e morre, este vocábulo é o significado de Deus dentro de
nossa religião Yorubá como força física de realização.

2 - Olórun como essência espiritual ou como força espiritual.

a) Olo: Como falamos anteriormente, grande extensão do começo ao infinito dos


espaços abertos aos quatro cantos do universo como força realizadora espiritual.
b) Run: Significa mistério incalculável da espiritualidade espalhada sobre toda sua
criação oculta e incontrolável.

2 - Ajalorun como prospecção e primeira criação de vigilância e administração de


sua força realizadora:

a) Aja: Significa guerreiro dos espaços abertos, que administra a justiça.


b) Lorun: Guerreiro dos espaços abertos, grande guerreiro do Òrun.
1 – Odù de Èjíoníle

Èjíogbè ou Èjíonile Méjì

+ +

8 I I 8 8 I I 8
I I I I
I I I I
I I I I

Obá Odù menor pertencente à mão esquerda (no jogo do dilogun)

Simbologia de Ikin Simbologia de Opele Ifá

O primeiro Odù do Oráculo:

Significado e Composição:

Bàbá: Pai
Èjí: Girar, movimentar.
Ogbè: Cortar, dividir e multiplicar em partes iguais.

Babá: Pai
Èjí: Girar, movimentar.
Oni: Possuidor, dono.
Ilé: Casas ou moradias

Pai que gira, movimenta, corta e domina os problemas ou realizações em todas as


casas de seus descendentes e filhos. Este Odù está representado por massa funfun
(grande massa de gases), onde teve origem o universo (big bem, a explosão
cósmica), a que deu início a criação das galáxias com seus planetas, satélites, e os
sistemas solares. Início da vida (apere de Olódùnmarè) onde descansa ou onde se
senta e observa sua criação.

Obs.: Todos os Odù são lidos de direita para a esquerda. A simbologia dos Odù
(Os hieróglifos ou signos de Ifá), estão baseados, afirmados ou representados pelas
duas pernas do Òpèlè Ifá: Onde estão constituídas as duas forças que deram
origem ao universo, trevas como massa funfun e luz, como força consumidora de
massa representada pelo fogo. Estas forças são representadas por positivo que são
as trevas e negativo, que é a luz.

a) Pergunta: Qual seria a morada de Olódùmarè como força de criação?


Resposta: Trevas, como força criadora e positiva.

b) Pergunta: Qual é a morada de Olódùmarè como força energética de destruição?


Resposta: A força destruidora de Olódùmarè se origina da Luz.

Portanto, em Èjíogbè se encontram as duas forças de Olódùnmarè, a positiva e a


negativa, feminino como trevas e masculino como luz.

I I
I I
I I
I I
Primeiro Egún =88
ou primeiro nascido neste Odù:
Bàbá Gangan Enkio
Babá Èjíogbè ou Babá Èjíonile-Méjì
Méjì: Significado, duas forças que são, macho e fêmea, positivo e negativo, luz e
trevas.

Oríkì (Rezas de Evocação dos Odù)

1- Alalekun omonilekun ajá lola onibakun omo onibode omo oni kose.
Kerense kamu lowo bomo elomire aun Bàbálàwo, lo difa fun landese impaparoro
timbam beledi agogo oni sinima iku funibuyema sinima sinini ano finibuyema
sirima sirima ano funibuyema sinima ofo funibuyema sirima.

2- Òrúnmìlà niodepere oderere layonieku niodere oderere layonieya.


Òrúnmìlà nioderere oderere layonieje Òrúnmìlà nioderere oderere layonieran
onitokun.
Oniosan enlosorbo oniyori onla luofe èjè lomaro oni godowo apalokun banlu
banloro bobolowayo pekutiosorde lagale omo ariku babawa.

3- Okuatire okante okanlu akuko okan dilogunokan


(Existe um pau que vai da terra ao céu Òpasòrò)

4- Eko osejeku akasu odejega obenitodu osini lodafun Òrúnmìlà seke se insere
òrìsà eji ejele meni èfun aso pupa owo la meni.
(Tenha cuidado porque se não a risada te afoga).

5- Bí e ba dele Assim que vocês chegarem de volta a terra


Bí e ba fe ní aya Se vocês desejassem casar
Eni ti e o ma bí nium É para estes (Ikín) que vocês devem perguntar
sobre seu futuro
Bí e ba dele Assim que vocês chegarem de volta a terra
Bí e ba fe bímo Se vocês quiserem procriar
Eni ti e o ma bí nium É para estes Ikín que vocês devem perguntar
Ile ni e ba fe ko laye Se é uma casa que vocês desejarem na vida eles
falarão como obtê-la
Eni ti e o ma bí nium E para estes Ikín que vocês devem perguntar
Ire gbogbo ti e ba fe se laye Se é dinheiro que vocês querem na vida
Eni ti e o ma bí nium E para eles que vocês devem perguntar
Todas as coisas que vocês meus filhos desejarem
na vida
E para esses Ikíns que vocês devem perguntar

Àdúrà a Orí

Bí wo ba jí lawuro Ao acordar de manhã


Ma gba orá, mi um Eu seguro e peço ao meu Orí
Or’s ení oun l`awure eni Você meu Orí é a maior fonte de minha sorte
Que eu tenho neste mundo. (Orí é o princípio e o destino de todo ser
humano).
Se Elédá quisesse dar alguma coisa a seu filho e Orí não determinasse que fosse
aceitável para o Bára (da pessoa), esta coisa não chegaria à pessoa, pois Orí é nosso
primeiro Òrìsà tendo vida material, espiritual, e sua própria vontade (livre
arbítrio). Máximo presente de Olódùnmarè para cada Orí.

É por isso que sempre que venha o Odù de Babá Ègìogbè, tanto positivo quanto
negativo deve dar-se de comer a Orí:

Em Òrìsà, Borí realizado por Ìyálòrisa ou Bàbálòrìsà


Em Ifá pelos Bàbálàwò ou Òlúwò ou Apetebí seu nome em Ifá é Koborí.

Ese (Ditados)

8-1 – Èjíoníle - Òkànràn = Nascimento do Opon Ifá, o filho de Ifá ancestral (Omo
Olanfin).

8-2 – Èjíoníle - Ejioko = A pessoa tem tendência a masturbação, o ancestral


(Omo Sagrim).

8-3 – Èjíoníle - Ogundá = Cuidado para que não se fira com a mesma arma, o
ou Ogbejona ancestral é Omo Yalante.

8-4 – Èjíoníle - Ìròsùn = Aqui a pessoa vem provar o pai de santo, o ancestral é
Omo kokonge.

8-5 – Èjíoníle – Òsé = É uma pessoa mentirosa e gananciosa com mania de


ou Ogbèsé grandeza e é revolucionária, ancestral é Omo Soia-Dan.

8-6 – Èjíoníle - Òbàrà = Tigre com luvas, a pessoa a qualquer momento pode
fazer uma traição, o ancestral é Omo Odolva.

8-7 – Èjíoníle - Òdí = Onde nasceu à pessoa que gosta de se fazer de


melhor,
ou Ogbèdí Kana pessoa que se vende por qualquer coisa, onde se
representa a sabedoria do àse, onde nasce o amor, neste
Odù a união de Òrìsà Oko e Yemojá, o ancestral é Omo
Ebuim.

8-8 – Èjíoníle - Méjì = A cabeça é quem conduz o corpo, o ancestral é Babá Gangan
Ekio.

8-9 – Èjíoníle - Òsá = Onde as Ìyàmí atacam Òsalá. Diz que o mau que você
ou Ogbèsá fez uma vez não o repita, o òrìsà pede que a pessoa se
arrependa. Neste Odù é onde nasce as “sete árvores e as
aves sagradas”, sendo 3 da esquerda, 3 da direita e uma
ao centro também espírita – espírita ou Egúngún, tem
que se fazer assentamento de Egúngún e cultuá-lo, o
ancestral é Omo Silin.

8-10 – Èjíoníle - Òfùn = Decomposição do corpo em vida, o que se promete se


cumpre, o ancestral é Omo Kokonise.

8-11 – Èjíoníle - Oworin = Doença como câncer, como castigo na família, Omo
Iro.

8-12 – Èjíoníle - Ejilá = Devemos agradecer às cabeças deste mundo que nos
dão o que comer, o ancestral é Omo Sakonan.

8-13 – Èjíoníle - Ìká = Calunia entre irmãos. De graças à lua (asupá) a pessoa
nasce para ser adivinho dentro da religião. Neste Odù
foi onde prenderam Òrúnmìlà, o ancestral é Omo Soia-
Dan.

8-14 – Èjíoníle - Otúrúpòn = Os àse dos ancestrais e sua sabedoria lhes


acompanham. Aqui foi onde degolaram meninos os
meninos inocentes. Neste Odù se faz ebó com várias
cabeças de animais e se oferece a mulher de Ikú,
chamada Olontarijí a única mulher da morte a qual é
uma Ìyàmí, o ancestral é Omo Morose.

8-15 – Èjíoníle - Òtúrá = Onde nasce o vendedor ambulante. Este é o caminho


dos fofoqueiros onde a cotia (Ekute) é amaldiçoada por
Ifá e para tirar a maldição dela tem que matá-la com um
coco batendo na cabeça, o ancestral é Omo Gea.

8-16 – Ìrètè Méjì = Aqui fala nasceu para ser uma grande cabeça, porém
Merindilogun Méjì você deve aprender a escutar mais
do que perguntar. Aqui nasce o Arabá ou Omokolobá
(nossa máxima representação dentro da religião Yorubá
– Nosso Papa), as pessoas desse Odù sofrem
perseguição política em um período de sua vida, ou
imposição de caminhos diferentes aos escolhidos pela
pessoa, o ancestral é Omo Dejanisé.
Segredos deste Odù

Nascimento de Orí ao qual deu lugar ao Igbá Orí, lugar onde se alimenta e se
cultua a alma da pessoa a qual é gêmea com elédá.
Orí representa o material encarnado como quinto elemento criado e elédá a sua
essência espiritual criada, Orí contém os quatro elementos originais em porções
diferentes.

Exemplo: Todo o corpo (Orí) contém em seu total de 70 a 75% de água e outros 25%
são repartidos entre massa, temperatura (como fogo) e gases, porém o filho ou Orí
descendente deste Odù possuiria mais gases ou o balanceamento dos gases em sua
origem. Se fossem negativos os seus gases trariam problemas para este Orí.

Como representação de Orí, culto a Orí e alimentação de Orí, nasceu o Igbá Orí ou
Iporí, o qual é muito mais elaborado e confeccionado por Bàbálàwo, sendo o Igbá
Orí cultuado ou cuidado pelo filho de òrìsà ou iniciado no òrìsà e do domínio de
Bàbálòrisá.

Elementos Componentes do Igba Orí

Otá arredondado de cor branca natural ou bola de quartzo natural, mas uma bola
de marfim (dente de elefante), cinco búzios como representação de descendentes
criados no Àiyé de prosperidade e representação dos cinco Odù principais do Orí,
que são:

1- Orí Inú (frente) para onde vamos.


2- Ipako (traz) de onde viemos, representação dos ancestrais.
3- Otún Orí Àiyé (direita da cabeça na terra), representação da masculinidade e
estabilidade do Orí como indivíduo.
4- Osí Orí Àiyé (esquerda da cabeça na terra), representação feminina do
indivíduo na terra, como criador.

Aqui temos os quatro Odù que representam os quatro pontos cardeais assim como
os quatro elementos primordiais.
E temos o quinto e último Odù como representação do elemento de origem deste
Orí, o qual nada mais é que seu elédá (anjo da guarda), o que representa uma
matéria origem do universo.

Agora passamos a outro segredo de Èjíoníle Méjì ou Babá Ègìogbé como Obá Odù.
Aqui nasce o Èsù Bára, o qual está representado pela dinâmica do corpo como as
reações positivas e negativas diante de estímulos, este Bára está representado por
quatro Odù, os quais podem estar positivos ou negativos.
a) Um Odù que rege as mãos.
b) Um Odù que representa as pernas.
c) Outro Odù que representa os órgãos vitais; coração, fígado, rins, pâncreas e
aparelho digestivo.
d) Odù que representa o sexo, feminino e masculino.

Então dizemos que Orí e Èsù Bára possuem nove Odù que podem ser chamados de
nove chákras ou nove auras as quais se movem da direita para esquerda se são
positivas ou da esquerda para direita se são negativas. Estes nove Odù são os que
devem deter um sacerdote (Bàbálàwo) como mínimo e um Bàbálòrisá cinco Odù
como mínimo, estes Odù estão representados da seguinte forma, Ara Òrun como
Orí e como são os cinco espaços de Òrun: atmosfera, ionosfera, exosfera,
extratosfera e mesosfera como representação dos cinco Odù do Orí.
Ara Àiyé como Èsù Bára ou como Bára, representação: solo, subsolo, manto de
rochas e magma.

O ser humano como elemento procriado a semelhança ao Ara Òrun e Ara Àiyé
como representação do corpo da terra (tampa e panela), igual a nascimento de uma
mulher como elemento negativo e de um homem como elemento positivo.

Isto nos ensina e nos prova que mediante a realização natural das coisas perfeitas
criadas por Olódùmarè desde o início procriam e se multiplicam de forma natural
através do positivo e do negativo. Porém toda regra tem sua exceção e pode ser
quebrada fazendo uma criação individual do positivo ou do negativo, isto que
vamos revelar já estava previsto por Olódùmarè no nascimento e criação dos Odù,
toda regra está preivsta para ser quebrada através da inteligência e semelhança do
homem com Olódùmarè em sua expansão científica, mas isto foi previsto no
segundo Odù do Oráculo, onde através de magia (Oògùn) duas Ìyàmi (feiticeiras)
lograram o nascimento de uma terceira, isto foi possível no Odù de Òyèkú Méjì.

Voltando a Èsù Bára e sua representação através de Igbá, que pode ser feita pela
parte de baixo de uma cabaça (a panela), como também uma moringa de pescoço
como melhor representação do apere e do Bára. Dentro desta moringa para o culto
do corpo do Èsù Bára (dinâmica do corpo).

Nota: Este Èsù Bára só pode ser assentado por um Oluwo, Bàbálàwo e nunca por
um Babálòrisá.

Os segredos que compõe este Igbá são:

Èfun (representando os gases)


Lama (representando a massa)
Carvão (representando o fogo)
Òsun e dendê (representando a água)

E 16 búzios fechados representando os 16 Obá Odù, formando um total entre Orí e


Bára, os 21 caminhos de Èsù, os 21 nomes mais conhecidos. Em cima desta
moringa para o culto completo do Orí (como cabeça) e do Bára (como corpo),
colocamos o Igbá Orí fazendo o culto completo, desta forma estaremos cultuando
ao Orí e o Bára como o corpo humano. Este Èsù também representa o Orí e o corpo
da terra nos nove espaços de Òrun, os quais são representados por duas entidades,
a primeira Ìyábá é Oya (Iansan), trazendo do centro da terra os gases até o Ara
Òrun e o outro Òrìsà que representa o elemento positivo é Aganjú, o qual
representa a lava incandescente que quebra a planície e forma um cone através dos
séculos até chegar a estratosfera, estes são os dois Òrìsàs que comandam os nove
espaços do Òrun.
Também temos uma terceira entidade, esta representada pelo Òpasòrò de Òrìsànlá
que por sua vez contém a força dos quatro elementos da criação do mundo que, ao
penetrar no grande útero, que seria a terra, formaria o quinto elemento, o recorrido
ao inverso, porque o quinto elemento seria o sêmen do homem através do falo,
Òpàsòrò, que em sua composição contém os quatro elementos do universo, que
são: gases, temperatura, massa e líquido.

Este Odù aconselha muita calma, paciência infinita, pois ele significa o começo sem
fim, é representado por duas linhas paralelas com começo rumo ao infinito como
também pelo número 8 que não tem fim (sobe e desce sem fim), este Òpàsòrò ao
penetrar pelos cinco espaços de Òrun para introduzir-se nos quatro espaços de
Àiyé deixou uma janela, ou seja, um buraco pelo qual hoje em dia os homens saem
de seu mundo Àiyé (seu elemento habitável), através de criações originárias de sua
própria inteligência, como o foguete, e tem que regressar por essa mesma janela,
isto em caráter comparativo, pois o homem sempre tentará imitar seu pai celestial
ou beneficiar-se de seus caminhos.

Este Odù prevê a separação de dois grandes amigos, como também a separação do
menor com seu maior através de uma forma positiva e natural ou de uma forma
negativa, ou o marido da mulher e vice versa, positivamente ou negativamente,
como a separação do filho de santo de seu Bàbálòrìsà ou de seu Bàbálàwo, em
busca de mais conhecimentos, isto seria a forma positiva, a forma negativa seriam
problemas de desentendimento entre discípulos e mestre.

Exemplo: Culpado o Bàbálòrìsà o por não ensinar o seu discípulo, culpado o


discípulo por não tem paciência e esperar o momento e o tempo necessário para o
seu aprendizado.

Neste Odù as Ìyálòrisá não podem jogar búzios menstruadas assim como
consulentes. Ao aparecer este Odù isto está acontecendo, a Ìyálòrisá está
menstruada neste momento ou a consulente irá ficar menstruada naquele
momento, se essa Ìyálòrisá iniciar o jogo de Ifá nestas condições e se isso ocorresse
durante o jogo deve-se por um algodão com Orí èfun e èfun com uma folha de
Sempre viva para assim, dessa forma não recolher o negativo do cliente, se não
seguir essas recomendações trará distúrbios para ambas. Vindo este Odù em um
Itá (a procura do Odù do iniciado), seja o Òrìsà que for, estará bem feito na cabeça.
Esta pessoa nasceu para ter uma posição importante dentro de nossa religião, um
grande Bàbálàwó ou um grande Babálòrisá e nunca deve ser temido nem
desprezado pela grandeza de seu Odù, como tampouco com maldade deve ser
trocado seu Odù.

Èjíogbè é um Odù masculino e deu origem as águas, palmeiras e as plantas


revestidas de espinhos.
Em nós, seres humanos, este Odù deu lugar aos vasos sangüíneos, as veias e
válvulas do coração. Também deu lugar à formação dos ossos do Orí, a coluna
vertebral e a todo o esqueleto que está constituído por duzentos e oito ossos e
trinta e dois dentes, que somados dará um total de duzentos e quarenta ossos,
como também a massa cefálica (a qual se encontra dividida da seguinte forma),
cérebro parte occipital (Ipako – ancestralidade da pessoa) parte frontal (Orí Inu –
futuro de Orí), paletal direito (Otún Orí Àiyé – masculinidade do ser humano,
estabilidade na vida - negativo), paletal esquerdo (Osí Orí Àiyé – feminilidade do
ser humano, positivo).

Aqui temos as quatro partes em que se dividem o cérebro, correspondentes aos


quatro Odù que representam os elementos que criaram o mundo, os quais são:
gases, fogo, massa e água.

Também encontramos no Orí mais duas partes: O cerebelo, que se divide em dois
hemisférios, positivo e negativo, que por sua vez representam as memórias
genéticas de nossa ancestralidade, que poderemos herdar de nossos antepassados
masculinos ou femininos, possuimos duzentos e quarenta ossos, mais seis partes
de Orí somam duzentos e quarenta e seis.

Agora temos mais dez sistemas vitais.

a- Sistema respiratório
b- Sistema sanguíneo
c- Sistema linfático
d- Sistema nervoso
e- Sistema ósseo
f- Sistema muscular
g- Sistema reprodutor
h- Sistema visual
i- Sistema auditivo
j- Sistema vocal ou palatino

Fazendo um total de duzentos e cinqüenta e seis diferentes pontos na constituição


do ser humano, onde o Oráculo está representado em cada um deles com seus
duzentos e cinqüenta e seis Odù.
Dezesseis Odù principais (Obá Odù), femininos e masculinos e duzentos e
quarenta Omo Odù femininos e masculinos.

Este Odù representa o ponto cardeal do Leste, chegada dos raios solares à terra
regidos pelo Sol, sua cor é branca.
Neste Odù se confecciona a verdadeira e autêntica coroa de Olófin ou Òrìsànlà

Essa coroa é feita com a metade superior de uma cabaça, essa parte pontiaguda ou
em formato de pênis se adornará com duzentos e cinqüenta e seis búzios em seu
redor, começando em forma de espiral com dezesseis penas de ekódídé em seu
topo, e a cabaça deve ser pintada com èfun diluído em Otí, forrada com o couro da
cabra que ele comeu e com algodão (Ouwo).

Os filhos dos Òbàtàlá não jogam búzios, pois os búzios representam os


descendentes das Ìyábá que são os duzentos e quarenta Omo Odù e eles devem
jogar Ikin, Òpèlè, folhas, obí, aluobasa ou Abiawe, confeccionado com cascas de
coco, conchas do mar ou conchas feitas com prata pura.

Aqui foi onde Odùduà trocou com Òbàtàlá a prata por estanho, metal branco o
qual não lhe deve faltar em formato de corrente com o símbolo da criação (cruz
ançada).

Neste Odù nasceu o culto ao Igbá de Ìyàmi, introduzido em seu apere contendo os
quatro poderes de sua coroa, dos quais um pertence à Èjíogbè, sendo (mulher ou
homem), pelo qual neste Odù todos têm o direito do culto as grandes mães, entre
elas a Funfun, as Pupá e as Dudu. Pois, no Odù Ogbèatè (Èjíonile Ìrètè) ela, a
grande mãe Ìyá Odù contrai matrimônio com Òrúnmìlà para assim poder cultuar
as mães ancestrais.

Os filhos de Èjíogbè que forem Omo Fá, tem que ter dentro de seu Igbá Ifá dois
caracóis do mar carregados com terra do solo de sua casa, pó de chifre, obí, orobo,
ouro, prata, pó de ekuté (cotia), pó de ejá (peixe), pó de agbado (milho de galinha),
as folhas de Èjíogbè e areia de mar.

Orín de Èjíogbè

Asinima, asinima, ikú furubuyema Fora a morte;


Asinima, asinima, arun furubuyema Fora a doença;
Asinima, asinima ofo furubuyema Fora as perdas;
Asinima, asinima ejó furubuyema Fora os problemas e tragédias;
Asinima, asinima Ogú furubuyema Fora as bruxarias e feitiços;
Osemire, osemire, osemire Que òrìsà me proteja, que òrìsà me
proteja e me dê o bem.
Sempre que saí este Odù em uma consulta o consulente tem que dar um Borí
(comida à sua cabeça), para amenizar tudo de negativo que este Odù carrega,
mesmo que ele venha nos caminhos de Iré (caminhos do bem), pois ele traz
consigo três Osogbo (3 negativos), quando sai este Odù (ewo), existem interdições
ou proibições, não se comem as seguintes frutas (fruta do conde, abacaxi, batata
doce, jaca, graviola, cherimólia, pêra). Esta proibição seria definitiva se a pessoa
tivesse este Odù como guia de seu Orí. Se fosse um consulente que não tem Òrìsà
feito seria proibido somente por 21 dias.

Alimentos que não poderá ingerir ou que seriam proibidos se esse Odù fosse de
cabeça (de seu Orí), não se deve comer cabeça de nenhum tipo de bicho.

Exemplo: Eledé (porco), Agutan (carneiro), Ejá (peixe), Adié (galinha).

Grãos que não se podem comer: Feijão branco, grão de bico, ervilha, e feijão andu.

Todas essas proibições são em um determinado momento, ou seja, em um ebó


deste Odù e poderão salvar a vida do consulente ou do iniciado, pois em um
iniciado este Odù permanecerá pelo resto de sua longa vida.

Òrìsà que falam neste Odù:

Os Òrìsà que falam neste odù são: Olódùmarè, todos os Òrìsà e filhos dos òrìsà
como ebóra e égúngún.

Ervas deste Odù - Para Omieró (Banhos para proteção da pessoa e


iniciação e montagem de Igbá)

As ervas de Èjíogbè são: Amendoeira ou chapéu de sombra, Ewé Karodo


(Comelina Elegans), Osibatá, Beldroega, Bredo de Santo Antonio, folha da costa,
Saião, bacelina ou frescurinha, coração de pomba, makasá, Orirí, anis,
alfavaquinha, mentruz, bálsamo, lágrima de nossa senhora, caruru, algodão, Ìròkò,
paineira, baobá, Ewé Ògùngún (Folha de Cola Gigantea var. Glabrescens,
Sterculiaceae), Ewé Ègun (Folha de Zanthoxylum Viride, Rutaceae), Èso èèrù
(Fruto de Xylopia Aethiopica, Annomaceae (pimenta da guiné).
Ìtòn – Tradução dos versos de Ifá

Tradução do verso para explicar o que aconteceu com a pessoa, o que está
acontecendo e o que acontecerá.

Fala Ifá que sua sorte foi muito grande ou está sendo muito grande, mas acontece
que as pessoas colocam às vistas sobre você em forma de inveja e em tudo que
você faz, este é o motivo de seus problemas ao ponto de você se ver prejudicado e
desesperado pensando em fugir ou fazer uma viagem sem volta jogando tudo para
o alto. Porém, disse Ifá que se acalme, pois você fará uma viagem que poderá ser
curta ou longa e encontrará uma pessoa que fará contato ou conversará com você,
nesta pessoa você pode confiar (se o Odù está positivo, senão o contrário). Prestar
atenção em uma oportunidade que virá através dela, não deve de ser falso com
essa pessoa, pois ela pode trazer-lhe a sorte ou uma fortuna que está destinada a
chegar até você por intermédio dela.

Disse Ifá que você deve controlar seu temperamento, você já abandonou uma
pessoa que você ama ou amou, ou foi abandonado por uma pessoa que você amou
ou ama e hoje você amaldiçoa esta pessoa ou ela lhe amaldiçoa, porém, se você vir
essa pessoa dê-lhe um dinheiro ou a ajude se ela precisar, faça uma boa ação, faça
isto e não lhe despreze. Faz muito tempo que você está lutando para ter uma
verdadeira tranqüilidade, mais sempre acontece alguma coisa que atrapalha os
seus objetivos, pode ser alguém da família ou algum amigo.

Disse Ifá que às vezes você sente coisas estranhas na cabeça. Exemplo, devaneios
ou pensamentos absurdos, isto é devido a uma parte do cérebro que está
enfraquecida e também transmite para seu corpo um mal estar que não sabe
explicar, deve procurar em Ifá se é originado por uma entidade que pode ser um
Egún, Òrìsà ou Deidades.

Você padece de dores de cabeça e dores musculares.

Disse Ifá que você teve um sonho que lhe deixou surpreso ao acordar, ou ficou
assustado, você raras vezes se lembra destes sonhos, às vezes lhe parece sonhar
com pessoas conhecidas, vivas ou falecidas, estando negativo este Odù, averiguar
a procedência deste Egún, pois este espírito pode estar pedindo para que você
implore a Òsalá e Olódùmarè por uma elevação, reze-lhe ou mande dizer-lhe
missas ou faça um ebó. Se este espírito for de luz e você cumprir com ele, sempre
lhe dará sorte neste mundo ao qual não chegou a ele.

Tenha cuidado para não enrolar-se com fofocas, pois isto pode levá-lo diante da
justiça. Em sua casa ou em sua família existe uma pessoa que às vezes chora ou ri
sem motivos aparentes, se for mulher tem problemas com sua menstruação ou com
seu ciclo menstrual. A morte está atrás desta pessoa, Ifá recomenda que se fale a
esta pessoa de não sair na rua durante sete dias ao cair da tarde, se este Odù estiver
negativo a pessoa fará inimigos com muita facilidade, mas se tiver positivo,
acontece o contrário.

Fala Ifá que todo mal que pretenda fazer você será protegido por seu elédá (anjo
da guarda).
Você veio a este mundo para reinar e por não saber, foge de seu próprio destino,
este pode ser o destino pelo qual não se pode explicar o que esta lhe acontecendo.

Você precisa de tudo ou sempre estão precisando de você, deve tomar banho com
ervas de Òsalá e dar um borí com uma enguia, que você porá em frente à Òsalá em
um Igbá branco com água, depois de oito dias dá-se um Borí com este peixe, a
pessoa é avisada das coisas por um Egún familiar como também pode estar sendo
perseguida por um Egún nos caminhos de Obalúayé, a pessoa já teve quatro
relacionamentos ou poderá chegar a ter quatro relacionamentos, tem ou terá três
filhas ou tem três irmãos, deve fazer oferendas de graviolas com leite de cabra e
mel para Òsalá. Fala também que uma dessas mulheres que você já teve ou tem é
muito revolucionária, outra lhe ama muito e aceita tudo, entre elas a mais morena
é a que mais gosta de você.

Em seu bairro ou na localidade onde você mora existe um zelador que se mete em
tudo, mais Èsù vai tirá-lo de seu caminho ou deste lugar, você tem um Èsù ao qual
se acostumou a tratá-lo de uma forma especial ou deve tratá-lo desta forma, senão
o tem assentado, deve assentá-lo tendo ou não santo feito, limpe sua casa com
folhas de Òsalá.

Essa pessoa vê sombras ou vultos devido a um feitiço ou o envio de um Egún.


A pessoa precisa dar de comer a porta de sua casa ou alguma entidade que Ifá
recomende, deve-se dar ali um eleyé com seus temperos.

Disse Ifá que se a pessoa tem um problema grande para resolver, deve dar de
comer ao lixo, à Èsù e a um Egún, este é um Èsù que come galo branco, você já teve
uma queda na qual você fraturou algum osso ou machucou sua coluna.

Coloque uma panela com água do mar e com Wàji para Yemoja com sete patinhos
artificiais.
Esta pessoa tem insônia e às vezes não tem vontade de sair da cama ou de sua casa,
estando completamente desanimada, esta pessoa não deve ir a hospitais,
cemitérios ou funerárias.

Esta pessoa não deve ficar a noite fora de sua casa, pelo menos durante oito dias, se
for uma mulher que estiver se consultando, mandou seu marido embora ou deseja
separar-se, mas Ifá lhe fala que não faça isso para que ela não passe por grandes
dificuldades, pode ser que você esteja jogando para uma pessoa iniciada dentro
desta religião, se for uma jovem alerte que ela pode ficar grávida de uma pessoa
que não ama ou lhe trará problemas, a esta pessoa tem que lhe dar três banhos
seguidos em três tachos diferentes com os elementos que indica Ifá, pode ser com
ervas deste Odù, pode ser com areia de praia ou banho de leite de cabra com ervas,
Orí e èfun de Òsalá, esta pessoa fez promessas que não cumpriu, tanto aos Òrìsà
quanto as pessoas, ela deve cumprir com o Òrìsà com as obrigações atrasadas ou
dar um carneiro para Egúngún, este carneiro deve ser enfeitado com oito sinos ou
chocalhos no pescoço e um fole.

Não deve comer peixe e nada que seja em pó como farinha durante toda sua vida
se for esse seu Odù, ou por 21 dias se for um Odù que estiver de passagem, disse
Ifá que tenha cuidado para que sua risada não te afogue. Que o orgulho não
conduz a nenhum bom caminho e que se sua cabeça não a vende não há quem a
compre, que empregue bem seu Orí para evitar aborrecimentos, que para chegar a
ser um Rei, não basta somente à coroa.

Disse Ifá que a casa deve ser lavada com água e Wàji (anil). Todas as pessoas da
casa devem tomar também este banho com água de anil, pois esta família ou nesta
casa existe muita infelicidade, não há união, não há amor. Disse Ifá que existe a
perseguição de um Égún que pode vir nos caminhos de Obalúayé.

Os filhos deste Odù de dois em dois meses devem fazer ebó (Borí), ou aquilo que
indique Ifá, pois sua cabeça trabalha demasiada. Disse Ifá que também sempre
devem dormir com uma lamparina acesa dedicada a Òbàtálá em cima de um prato
branco com um ovo de pomba ao lado dentro de uma xícara branca com azeite de
amêndoa dentro ou Orí da costa, e escrever uma carta com seus problemas e
dificuldades das quais precisa se livrar dirigida a Òbàtálá (estes são 401 Òrìsà
funfun, Òbàtálá ou podendo especificar um deles), se o filho deste Odù fosse
Bàbálàwo, deve viajar com seu rosário de Ifá (Òpèlè Ifá).

O nascido neste Odù, ou Borí, Koborí feito neste Odù não deve oferecer o obí
aberto para louvar Orí.

Disse Ifá que deve pintar um coco seco com uma mistura de èfun com gin e
durante dezesseis dias apresentá-lo a Òrun (deus), ao despertar e antes de dormir,
e no fim dos dezesseis dias brindar a Òbàtàlá em um morro na hora que o sol se
põe, invocando ao seu Orí, a Olódùmarè, a Òrìsàlá, a Ajáàlá, Odù, e a Fá, os quais
são as entidades que a alma do ser humano se ajoelha para adquirir seu Orí
(destino), a qual é escolhida pelo seu gosto e vontade diante das cinco entidades
que criaram o universo.
Disse Ifá que este Odù vindo pelo lado negativo carrega cinco Osogbo diferentes,
que por sua vez são fatais. Deve ser investigado minuciosamente por um
Bàbálòrisá ou Ìyálòrisá de experiência, ou recorrer a um Obá Oríate, a um
Aworosasá, um Bàbálàwo ou Oluwo, pois este Odù pode estar (Otonú), que pode
significar uma paralisação de seu corpo por doenças degenerativas musculares,
osteoporose, sangramentos pela boca ou ânus, entupimentos das veias (trombose),
perda de casa, família, trabalho, amor, enfim todas as coisas essenciais para o bem
estar humano.

Este Odù proíbe a pessoa de usar roupas listadas e não meter-se em assuntos que
não sejam de interesse próprio, não deve transmitir recados durante a noite.
Onde quer que chegue deve pedir licença para entrar ou para sentar-se à mesa
para ingerir alimentos, ou para discutir assuntos, esta pessoa pode relacionar-se
com vários cônjuges, nunca deve ser ímpar.

Disse Ifá que a borboleta queima suas asas é na luz e por curiosidade. Aqui foi
onde os Òrìsà comeram cotia (Ekuté) pela primeira vez. A Cotia foi sentenciada
por Òbàtàlá a morte, pois fazem Oògùn (magia), através de um coco seco
quebrando ou esmagando seu Orí, a mesma foi capturada por Òsóòsì e
amaldiçoada por Òsun, devendo menstruar igual às mulheres, isto aconteceu
devido a cotia espiar Òbàtálá dentro do mato e descobrindo a revelação de
Olódùmarè para com este em Oní Bode (o mato).

O Bàbálàwo filho deste Odù pode ter o Igbá de Òrìsànlá no primeiro ano de sua
iniciação, o filho deste Odù sendo Omo Fá (Bàbálàwo, Oluwo, Arabá, ou
Omokolobá – Máximo sacerdote da religião Yorubá), deve oferecer na cerimônia
de iniciação em Ifá oferendas para Olófin no sexto dia de iniciado.

O filho deste Odù em seu Orí não deve praticar sexo oral nem anal com suas
mulheres ou concubinas as sextas feiras.

Os filhos de Odùduà não devem por motivo algum permitir que no ato sexual a
mulher em posição inversa, ou seja, fique em cima dele, pois ela sugaria sua
energia espiritual e passaria a dominá-lo e como castigo o filho de Odùduà ficaria
impotente. Neste Odù existe o segredo de preparar as vistas do Bàbálòrisá,
Ìyálòrisá, Oba Oríate, Bàbálàwo, Oluwo, Arabá e Omokolobá através do segredo
das ervas de saião (Ewé dundun), limo da costa, Igby branco e makasá. Através de
um orikí secreto, que por sua vez dará visão do além durante dezesseis dias, isto
pode ser feito diante de Olófin, Òrúnmìlà e Ìyá Odù. Nunca deve se fazer isto sem
preparar ou alimentar antes seu Orí, pois a pessoa pode ficar louca.
Apatakí

1- Faziam várias noites que Òrúnmìlà não podia dormir por um ruído estranho
que escutava, porém confirmou perante Ifá que era um rato de grande tamanho
que lhe trazia mensagem. O rato se aproximou na noite seguinte e falou com
Òrúnmìlà, vim para dizer-lhe que chegarão a sua casa três pessoas ou três
entidades, o primeiro lhe dirá que passe a ocupar seu posto, este é Èsù. (Obs.: Se és
filho de santo deveria dar um cargo). O segundo dará ekúte e ejá, que é cotia e preá
e peixe defumado, é um Ògún ou seu filho. O terceiro que é mulher, preparar um
sinsin ou omolokun para Òsun porque esta pessoa é filha de Òsun e quer que você
dê comida para ela.

2 - Olófin é um título de Òsalá “Òbàtàlá”, que representa na terra a palavra de


Olódùmarè queria abandonar a terra e retirar-se para o Òrun. Olófin ainda não
sabia para quem iria deixar o comando sobre os homens, plantas e animais.
Apresentou-se então Ikú “a morte” como também Òrúnmìlà para encarregar-se de
dirigir a terra e os Òrìsà. Então Olófin os colocou a prova, esta prova consistia em
ficar “3” três dias sem comer ou provar qualquer alimento. A pessoa deve rezar 3
dias em completo jejum somente deve comer obí e tomar água, passando esses dias
rezando os oríkì para os Òrìsà com o objetivo de alcançar aquilo que deseja.

Obs.: É o ebo mais rápido e eficaz que existe.

O primeiro dia passou sem novidades, porém no segundo dia a fome era muito
mais forte e Òrúnmìlà estava sentado à porta de sua casa rezando e dando Oríkì a
Olódùmarè quando apareceu Èsù que era o vigilante que Olófin havia enviado.

Aqui neste Odù, através desta história se pode negociar ou neutralizar Ikú (a
morte), através de três ou sete ovos de pata, com os quais se limpa a pessoa e desta
forma tremerão as mãos de Ikú (a morte), não podendo utilizar a arma com a qual
ela mata (o alfange). Também se limpará a pessoa com um peixe (bagre), o qual se
limpa e se oferece a Ikú, donde Òrúnmìlà determina onde deve ser oferecido, se
oferecerá galinha preta para envergonhar a Ikú, por seu desespero faminto onde
ele perdeu para Òrúnmìlà o direito de governar o mundo e abo agutan (carneiro),
donde através desta oferenda se pode fazer uma troca de vida, a cabeça de um
doente pela cabeça de uma pessoa qualquer ou um iniciado na religião seja qual
for sua hierarquia.

3- A cabeça se encontrava em uma feira, onde comercializava cocos, um dia ela se


apresentou a Sàngó, Òrúnmìlà e Eléguá ou Eléba, disse a eles que pegassem os
cocos que eles quisessem para que lhe ajudassem, porém nem um dos Òrìsà se
compadeceu da cabeça, enviando a cabeça a vários lugares para que resolvesse seu
problema. Acontece que um dia apareceu Orí na feira para comprar cocos e a
cabeça ofereceu a Orí os melhores cocos, porém com a condição que lhe ajudasse,
Orí aceitou e disse, “cabeça”, faça um Obí e coco. Obí de lola, lola significa rabo de
animais, o ejé assim como os cereais, “Inhame”, feijão e 16 kauri (búzios) que
representavam na África o dinheiro da época. A cabeça tendo aceitado os
conselhos de Orí dirigiu-se a casa de Òrúnmìlà para fazer o Bo-Orí, onde no espaço
de 16 dias começou a criar as diferentes partes do corpo, como tronco e
extremidades, com os tubérculos, “cereais”, se formaram as partes moles do corpo,
as partes vitais e com os ossos dos animais os músculos revestidos nos ossos, uma
vez completa a obra do corpo, a cabeça ficou agradecida a Òrúnmìlà e a Orí,
porque a cabeça veio ao mundo para dirigir e governar. Era necessário fazer este
ebo para ficar completa a obra divina de Olódùmarè, onde toda pessoa para se ter
um bom Orí deve alimentar-lhe assim como os demais membros do corpo. Neste
Odù deve-se dar um Bo-Orí nos 16 dias com diferentes coisas e todo este ebó se
leva em uma feira pública.

4- Okurin ou Okó e omo birin ou Ìyába, o homem e a mulher foram os dois


primeiros habitantes da terra, nascido o homem em Òkànràn e a mulher em
Òyèkú. Foi dito por Olófin fizessem ebó para que com a multiplicação da espécie
não nascesse a ambição e a guerra. A mulher seguiu o conselho de Ifá e fez o ebó,
porém, o homem ocupado com o seu trabalho não tinha tempo para fazer o ebó, e
passando-se os seis dias que teria de fazer o ebó devido ao seu trabalho, em seus
descendentes começou a haver ambição, a inveja, e a acusação de um contra o
outro. Quando o homem percebeu o que estava acontecendo dirigiu-se até a casa
de Òrúnmìlà para jogar Ifá, quando veio este Odù de Babá Èjíogbè ou Èjíoníle Méjì
e lhe disse que já era tarde para fazer ebó e que o homem iria sempre a guerra para
alimentar com o seu sangue a Terra e a mulher por ter feito o ebó daria seu sangue
mensalmente através da menstruação.

5- Foi por este Odù que Olófin se afastou da terra porque suas criaturas (a raça
humana), faziam fogueiras como fonte de energia e de alimentação, assim como a
fumaça dos seus cachimbos em rituais (por isso não deve fumar a pessoa filha
deste Odù dentro do Ibodun Òrìsà ou Ibodun Ifá), em respeito a seu Odù, Orí e
eléda (Awo Olófin, Òsalá, Òbàtàlá, Obatoisá).

6- Este Odù é onde Òbàtàlá (Òrìsà Oko) foi à procura de Òsóòsì dentro das
florestas porque ele acreditava que não tinha nem mãe nem pai, pois sua mãe Ìyá
Apaoká (uma Ìyàmí), e Òrìsà Oko seu pai haviam feito um pacto de não divulgar o
nascimento de seu filho Èrinlé, para que desta forma não fosse nunca atacado por
suas tias, as Ìyàmí, que por sua vez haviam feito um pacto no Òrun antes de virem
para o àiyé de que nunca teriam filhos na terra. Pois quando tivessem que atacar a
um ser humano, não teriam dó deles e por isso ao unir-se Bàbá Osó (Òrìsà Oko,
Òrìsà Funfun), e Ìyá Apaoká secretamente das irmãs, nasceu Òsóòsì Èrinlé, que até
então acreditava não ter nem mãe nem pai neste mundo, indo este Òbàtàlá
agricultor em sua procura para contar-lhe a verdade.
Alguns dos Ebó mais importantes de Èjíoníle

1- Ebó para tirar o atraso de vida “Otonun”

16 pedaços de coco
16 olhos de cabra
16 bolas de algodão “bolinhas com semente”
16 moedas de diferentes valores
16 cuecas com quatro cores
01 babydoll de quatro cores diferentes, azul, branco, amarelo e roxo” a pessoa deve
usar durante “9”dias apresentar a Obatalá.
01 Escada com 16 degraus.

Obs.: O ebo deve-se levar para o mar e que deve ser posto entre a água do mar e a
areia da praia, quando elas se encontram, é aonde a onda leva na hora da ressaca
do mar, e que se faz isso.

2- Ebó para a menstruação

02 romãs
02 quartinhas
02 paus
02 galos “perguntar a Ifá quem quer receber”.
02 galinhas
02 carvão “para despachar, perguntar a Ifá aonde”.

3- Ebó

16 pedras “as pedras se enterram diante da porta da casa”.


02 galos
04 bandeiras
4- Ebó
01 pomba branca (eleye)
01 codorna
01 preá ou cotia
01 enxada
01 facão
01 galinha

5- Ebó

01 cabeça de carneiro
01 xícara de areia
02 galinhas brancas
Obs.: A roupa que está no corpo, é colocada dentro do ebó, a pessoa fica nua
dentro de um taxo, coloque a areia dentro do carrego do ebó. Dar ao eleguá “Èsù
do bem” perguntar a Ifá onde se despacha.

6 - Comida ao lixo, pergunta-se com quatro pedaços de coco se deve dar um galo
branco, para ganhar dinheiro ou um assunto que está pendente.

7- Ebó para oferecer Borí 16 dias consecutivos

Frutas
01 legume
01 galo (perguntar)
01 cabrito
01 pomba
01 peixe defumado
01 obí
01 peixe cru
01 carne de boi (eran malú)

Obs.: durante 16 dias uma coisa diferente. Perguntar a Ifá para quem serão
dedicados os diferentes Borí.

8- Ebó para a morte (Ikú) não identificar a pessoa.

01 cabeça de bode

Obs.: Queimar os pelos, faça um pó, passe no rosto e na porta. (barba e cabeça)

9- Ebó para levantar a pessoa.


01 carneiro à Olókun
03 tigelas
03 Bàbálàwo para levantar a pessoa

Obs.: Perguntar a Ifá se vai água, mel, dendê, farinha, dinheiro ou ouro.

Alguns dos Èsù de Èjíogbè

1- Èsù Agrijelú

Confecção: Este é esculpido em um tronco de Ajuá com formato de ser humano. O


qual deve ter dois rostos no mesmo Orí. O de um homem e o de uma mulher (um
na frente e outro atrás), com suas partes genitais, este Èsù levará em sua cabeça um
segredo, o qual é composto pelo Orí de dois pombos, um macho e uma fêmea, Orí
de ajapá fêmea e macho, orí de ekuté fêmea e macho (cotia ou preá), peixe
defumado o Odù de Èjíogbè rezado em Òsun, Ìròsùn e Òfùn, junto com Ìròsùn
Méjì. Um Otá de laterita (sedimento superposto de poeira - Yangí), 21 búzios, pelos
quais ele falará e 101 búzios que irão ser incrustados na meia cabaça, na qual
juntamente com 21 folhas de Èsù, 21 porções de terra de diferentes locais, 21
insetos, terra de cupinzeiro e tabatinga branca, obí branco de duas partes, obí
vermelho de seis gomos ou quatro gomos, 21 atarê, 21 contas de lágrima de nossa
senhora, ouro, prata, estanho, chumbo, tudo isso é introduzido na meia cabaça
onde se encontra no centro o boneco esculpido em Ajuá (tipo de madeira), e se
cobrirão os pés com tabatinga branca e se firmarão os 101 búzios ao redor da
estátua, mais dezesseis moedas correntes de níquel, dezesseis de cobre ou bronze
tudo isto é massado na cabaça. Este Èsù recebe animais tanto brancos como pretos,
se é com Òsalá, brancos, se é com Odùduà, pretos, quando lhe dá pomba, deve-se
colar em todo Igbá sendo uma pena branca e uma pena preta, mas antes se deve
consultar Ifá.
2- Barákesan ou Akesan

Confecção: Neste Akesan vão todos os segredos dentro de uma quartinha de louça
branca sem asa, onde se colocará um Orí confeccionado de tabatinga branca
juntamente com Orí èfun, èfun, ataré branca (lelecun), essa massa da cabeça
também levará o ejé de um Igby. Depois de confeccionado o rosto com suas
orelhas, onde se encontram dois búzios em seus orifícios, um de cada lado, dois na
região dos olhos, dois na região das narinas e dois em sua boca dando um total de
oito búzios, se introduzirá um obí branco na cabeça junto com massa de coco
ralado juntamente com peixe defumado e cotia defumada, um ekódíde na região
frontal e uma lamina branca em sua cabeça, dentro da quartinha leva uma bola de
èfun, uma bola de Orí, uma bola de lama branca e Òsun, Wàji, fava de Òsalá, erva
de Òsalá e treze búzios embaixo, abertos dentro da quartinha, 16 moedas, pedaços
de ouro, prata, chumbo e platina, óleo de amêndoa e óleo de oliva e o corpo assado
de uma pomba que será dada a Òsalá ou a Orí, terra de um morro, areia de mar e
de uma encruzilhada, tudo isto vai em cima de um prato branco ou de uma
travessa branca, este Èsù come pomba branca igual a Ijelú e quando se faz o Oro, se
cobre toda a quartinha com as penas, também leva dentro de si o Odù rezado em
èfun e em Ìròsùn, rezados no Ate ou Opon Ifá, depois que tudo for introduzido na
quartinha, a mesma é fechada com uma cabeça feita de lama, os animais que se
dão, são brancos, cabrito, galo, frango, preá e pomba, todos brancos.

3- Èsù Akpelejo

Confecção: Coloca-se água, uma enguia viva e vários búzios, após a morte natural
da enguia, sacrifica-se em cima um casal de pombos brancos. (Separam-se as
cabeças e as penas dos dois pombos). A massa deverá ser preparada com a água,
búzios, terra de toca de caranguejo, terra de um poço seco, terra de formigueiro,
terra de floresta, terra do meio e do alto de uma montanha, terra de sepultura de
um presidente ou general, 21 Ikíns, pó de chifre de boi, obí ralado, orogbo ralado,
21 atares, Òsun, pós de crânio humano, cabeça e penas de coruja, 21 pimentas
malagueta, 21 pimentas da guiné, 21 pimentas da china, pó de Ekú, pó de peixe,
milho torrado, 7 favas de aberé, 7 anzóis, 1 ekódíde e epô pupa. Sacrifica-se sobre a
massa um pinto e um ovo de galinha. Misturar o eje, a gema e a clara do ovo a
massa.
4- Èsù Obasin Laye

Confecção: Este Èsù recebe seus sacrifícios e também é cultuado sobre uma
assadeira de barro.
Este Èsù é comandado por Odùduà, sua morada é dentro de uma cabaça que é
colocada dentro de um alguidar.
Arruma-se um caramujo Ajê, o maior possível, este é lavado com omieró das folhas
de Òbàtàlá, deste Odù e de Èsù.

Se faz uma base de cimento no formato de um pé onde deverá se apoiar o


caramujo, esta base deverá ser enfeitada com 1 búzio. (A base é feita diretamente
no caramujo, de forma que fique presa a ele).

É colocada dentro da cabaça a carga que é composta de: Pimenta da costa, cabeça
de codorna, terra de lixeira, terra de cemitério, pó de casca de ovo de galinha, pó
de casca de ovo de pomba, três Ikín, miçangas das cores de todos os Òrìsà, cabeça e
pés de pombo, pó de Ekúte e de peixe, vinte e um grãos de milho, vinte e um ataré,
vinte e uma formigas saúva, um besouro, pedacinhos de raízes de Ewé orijé (vitex
doniana), aroeira (schinus mole, lin), ameixeira (Prunus doméstica, Lin), erva de
passarinho (Planta da família das lorantáceas), folha do fogo (Fleurya cuneata),
Ewé egweniye (Partenium hysterophorus) cardo santo, pata de galinha ou
quimbansa (Eleusine), pega pinto, Iroko, choupo, algodão, bredo branco e bambu.

Pedaços de madeira de amansaguapo (Kunino), vence-demanda, um pouco da


ramagem resultante da poda de qualquer árvore de cedro.

Rezas deste Èsù:

Osebili, Èsù Obasin-Laye, Ose Omolu Laroke Ogbè-Sá, Laroye !

5 – Èsù Agabanikpe

Este Èsù fica dentro de dois alguidares emborcados.

Ingredientes: Terra de quintal, terra recolhida das solas dos sapatos da pessoa para
quem se vai assentar o Èsù, pó de cabeça de rato do mato, de cabeça de galo, de
cabeça de bode, 3 búzios para os olhos e a boca, 41 búzios para enfeitá-lo, terra de
cupinzeiro, 21 ataré, pó de Ekúte, pó de Ejá, epó, otí, pó de crânio humano, de
cabeça de periquito, de penas de peru, feijão fradinho, Wáji, obí, osun, orogbo,
aridan, uma pedra do alto de um morro, raízes de Ìròkò e de figueira, 21 folha de
cansação, folhas de sete arvores frondosas (perguntar no jogo).

Recolhe-se terra de um cupinzeiro, juntam-se com 21 atare, epo, amalá, feijão


fradinho e milho. Sacrifica-se um pinto preto, despedaça-se o corpo e após isso,
mistura-se com a massa que será envolvida com um pano branco.

Coloca-se a massa dentro de uma cesta e a mesma é amarrada junto a um galo e a


um cabritinho ainda não desmamado. Pegam-se a cesta e os bichos e com os
mesmos nas mãos da-se três voltas e se entra na casa de Èsù.

Sacrifica-se o cabrito e o galo ao Elégbára do Iyàwo, deixando o ejé correr sobre o


embrulho de tecido branco, onde está a massa dentro do cesto.

Os animais podem ser servidos como comida, com exceção das cabeças, que serão
torrada e feitas em pó e acrescentadas à massa.

Modela-se a cabeça do Èsù com esta massa e dentro dela coloca-se um Otá. Coloca-
se em cima da cabeça uma pequena sineta com a boca voltada para o alto. Atrás da
sineta coloca-se um ekódíde, coloca-se também uma pequena lamina de faca na
parte posterior na altura do occipital. Enfeita-se com 41 búzios e se coloca um ileke
de 32 contas de Òrúnmìlà em volta do pescoço.

Sacrifica-se um galo e uma galinha após tê-lo montado.

Esse sacrifício deve ser ofertado em um alguidar que deverá ser colocado antes sete
ataré, amalá, epo, pó de peixe, pó de ekúte e milho. Em cima de tudo isto é
derramado o ejé dentro do alguidar, em cima do Igbá são colocadas as cabeças dos
animais.

Este Èsù tem que ser coberto com um alguidar e recoberto com Màrìwó.

Ebó do Ègún de Èjíogbè


Bàbá Gangan Ekio

1 moringa
1 alguidar
8 cabaças pequenas
8 akasás
8 velas
8 bolas de arroz
8 bolas de farinha
8 moedas
8 obís
água limpa, mel, azeite doce, vinho branco, rapadura ralada e gengibre ralado.

Procedimento:

Mistura-se a água, rapadura ralada, o gengibre ralado, o vinho e o mel, adicionar a


esta mistura 8 gotas de azeite doce.

Coloca-se dentro do alguidar grande a moringa e em sua volta as 8 cabaças


pequenas, enche-se a moringa com água limpa e coloca-se nas cabaças a mistura,
nos espaços vazios coloca-se os outros ingredientes.

Fim da aula de Èjíogbè


2 – Odú de Ejioko

Èjíoko Méjì ou Òyèkú Méjì

+ +

2 II II 2 2 0 0 2
II II 0 0
II II 0 0
II II 0 0

Simbologia de Ikín Simbologia de Opele Ifá

Oba Odú pertencente à mão esquerda (no jogo de dilogun).

Ancestral deste Odú (Egún) Omo Voia

Oríkì

1 - Ariku madawa ewé ogun sigun mole pororo pororo yarun onipo um bàbálàwò.
Lordafun obe, oluwo agogô.
Koko igi male Sàngó abaki maleri alodafa ado alowin e Ewa lodafun pupuiro ada la
owo bayi um meriko ewo èfun eleye mefa oni adojo unko ile awawo ki Sàngó
(apataki) onijo ado unko ile awo ki sako.

2 - Adaku nadagua oyorin masoyo, oyigun sigun mole pororo pororo yarun aun
bàbálàwò adifa fun obe olue agogo iwire, oni akolun huon bàbálàwò, adifa yoko fun
adoyo iwin laya eyibonekua, owo Òbàtàlá, libe Òbàtàlá, uoronse sisalo òrun awo
okùnko baye lokwa bobo ikui atori lorubo, akikan eno lorubo ardie, meje ilu meji,
epo, eni, abado, owo nilao.

3 - Antefa bere berearolda awa ju kwa bere bere, aroko ladifa ojo kanfu Òrúnmìlà
luwa aun afeje akuakua meje, pokwo bale.
4 - Awo bobo amani dodobaleamonety memuo orubó, auko, kekere, akordie, eku, ejá
owo la maro tontu ano. “(aqui a pessoa encontra-se desesperada), aqui a lagartixa
está de cabeça para baixo, se você fala sobre sua vida podem lhe prejudicar.

5 - Abutere kanle makaon muo alda adodo dói fiko iji kumbao owa moho, abebo
ardie meni, ija meni, emeni owo. (quando sai este Odù, a mulher terá dificuldade
para engravidar).

Orín – Òyèkú (Encantamento)

Iwo eji, emi eji


Bi eji ba di meji
A di Olodo
Oju Opon a kun soso
Adifafun fun Olori rere
Ko ni Ese rere

Tradução:

Você é dois, e eu sou dois


Quando aparecem os dois
Tornam-se verdadeiros
O Opon Ifá fica bem cheio
Foi feito um jogo adivinhatório para uma pessoa que tem sorte, porém não trás sorte
aos outros.

Esé (Ditados)

1 – Aquele que é julgado sem antes ser escutado (aquele que não tem o direito a uma
defesa justa).

2 – Òyèkú, nem mesmo sendo o mais velho, teve o direito de ser o primogênito,
(gerado pelas trevas).

3 - Briga entre irmãos pelo poder.

4 – Gerador de energia positiva e negativa que cria o fogo.


Observações do Odù - Segredos

Embora tenha sido o segundo Odù a chegar a terra e ser cultuado em Ifá, foi o
primeiro Odù gerado no Òrun. Òyèkú Méjì é representado por duas colunas de sinais
duplos superpostos.

Este Odù foi gerado por duas entidades femininas e foi concebido por elas de forma
inexplicável, este é um Odù feminino.

Apesar de ter sido o segundo Odù na ordem de chegada, este Odù é mais velho que
seu antecessor Èjíogbè. Este Odù representa as trevas, é o símbolo do surgimento da
luz e da vida, como é sabido as trevas antecedem a existência da luz.

Ikú, a morte foi introduzida no mundo por este Odù, por este motivo ele está ligado
aos mortos e a criação.

Òyèkú Méjì representa um dos quatro cantos do mundo, o oeste, o poente, o lado
ocidental da terra, representa a noite, a morte e as trevas.

Ele é o responsável pelos ritos fúnebres, mas com o auxílio de sua filha, Òyèkúbiká,
ou conhecida também como Òyèkúyeku.

Foi neste Odù que o ser humano começou a cobri suas partes íntimas do corpo,
utilizando-se inicialmente de folhas e peles de animais, que hoje são as roupas que
usamos. Também rege os nós das madeiras e o couro áspero dos crocodilos. Foi ele
quem determinou que cada Odù fosse responsável pelos quatro cantos da terra,
conhecidos hoje por nós como pontos cardeais. Foi determinado por Òyèkú Méjì que
Èjíonìlè fosse responsável pelo ponto leste, Ìwòri pelo ponto norte, Odì pelo ponto sul
e ele mesmo com o ponto oeste.

Alguns dos Bàbálàwò mais antigos afirmam que Elégbára nasceu neste Odù.

Também neste Odù existe o mistério de um espírito ocupar dois corpos ao mesmo
tempo, aqui falam os Ìbèji.

Em Òyèkú Méjì estão contidos os segredos de Odùduà.

É padrinho de Irosá, o dono dos búzios.

Foi Òyèkú Méjì quem criou no homem o desejo de comer peixes, e também trouxe
todas as espécies de peixes existentes para a terra através de uma grande chuva.

Ele é representado pelas aranhas peludas. Dizem que quando elas emitem um som,
uma espécie de canto, Òyèkú Méjì se manifesta.

Neste Odù as duas Ìyàmi, a funfun e a dúdú criaram a Ìyàmi pupa.

Este Odù assinala o fim de todas as possibilidades de continuação, o que significa a


necessidade de mudança total. É o fim de uma situação, exige mudança total e
imediata.
Neste Odù existe a necessidade de dependência total, de se viver em grupos.

Este Odù trás vida longa a quem o tem, porém existe a necessidade de se fazer
constantemente ebó para que essa situação sempre esteja favorável.

Os ebó tirados neste Odù devem ser despachados em uma casa em ruínas para
apaziguar os espíritos que ali residem para dar-lhe assistência.

Também podem ser enterrados em um buraco imitando uma sepultura aos pés de
uma árvore seca.

Neste Odù, para não serem cortadas as árvores fizeram ebó com dois galos, duas
galinhas pretas, dois preás, dois machados, dois eko, dois tambores e muitas moedas.

A pessoa é portadora de impaludismo, anemia, males do estômago e perigo de morte


originado em uma disputa qualquer.

Existe a necessidade de se fazer ebó constantemente para não ser desprezado pela
sorte. Proíbe que se comente de assuntos particulares com outras pessoas.
Os filhos deste possuem uma aura de proteção natural. Dificilmente são vencidos
pelo inimigo.

Um remédio importante para os filhos de Òyèkú Méjì consiste em um pouco de mel,


que depois de ser rezado no Opon Ifá, deverá ser exposto ao sol durante sete dias.
Sempre que a pessoa adoecer deverá tomar uma colher deste mel todos os dias em
jejum.

Coloca-se no Igbá de Òrúnmìlà um alfanje pequeno de madeira.

O Elégbára deste Odù leva duas facas pequenas orientadas em sentido contrário uma
da outra.

Como Òyèkú Méjì é um Odù ligado às trevas, seus filhos têm um grande poder de
destruição. Se seus filhos visarem enriquecimento rápido, podem se tornar grandes e
perigosos. Onde esta pessoa pisar o solo apodrecerá devido à negatividade que esta
pessoa é portadora, a partir do momento em que opta pela prática da feitiçaria o
poder que lhe é delegado pelos Ajé e pelas Kennesy.

Disse Ifá que a terra apodrece por sua causa. Seus familiares não agiram corretamente
com você.
Você é portador de um instinto assassino. Não pise sobre quem está caído. Respeite
seus pais, jamais deverá levantar suas mãos contra eles.
Deve oferecer uma cabra à Òrúnmìlà para que afaste as Ajé de sua vida. Deve tomar
banho com quebra-demandas e ewé-esin.

Deverá tomar cuidado para não ser preso, pois você é ou será perseguido pela justiça.
Não coma carne de porco. A virtude de Òyèkú Méjì é oferecer porco assado ao seu
guia protetor.

Òrìsà que falam neste Odù

Os Òrìsà que falam neste Odù são: Òbàtàlá Olófin, Ayala (Iyá Odù), Ifá, Iyanboro,
Bomboyoro (Estrelas e cometas), Olókun, Òlosá, Òbàtàlá Aboro, Òbàtàlá Iyalá, Òrìsà
Okó, Iyaganan Olókun, Òrànfé, Òrànmìyán, Djakuta, Olówu, Ònisabe, Òràngun,
Óòni, Ajero, Alaketu, Ògún, Sángó e seus doze ministros, Òsun, Èsù, Obalúayé e
Egún.

Ervas deste Odù - Para Omieró (Banhos para proteção da pessoa e


iniciação e montagem de Igbá)
As ervas de Òyèkú Méjì são: Ewé èruwà akp (folha de Andropogon Gayanus,
Gramineae), Ewé Egbò Ìsá (raiz de Strophantus Hispidus, Apocynaceae), Ewé Egbo
ìjòkùn ( raiz de Mucuna P_ggei, Leguminosae Papilionoideae), Ewé Èso Èèrù (fruto
de Xylopia Aethiopica, Annonaceae (pimenta da guiné)), Òkúta ako mesan, (Nove
pedras de fogo), Ewé iyùn òrìsà (Folhas de Psorospermum Febrifugum,
Hypericaceae), Ewé Imí ojó dudu (Enxofre), Ewé Imí ojó pupa (Enxofre vermelho),
Ewé Ègún igbágbó (Espinho de folha caída de Zanthoxylum Viride, Rutaceae), Ewé
Eyo ataare méje (Sete sementes de Aframomum Melegueta, Zingiberaceae (amomo).

Ìtòn – Tradução dos versos de Ifá

Disse Ifá que onde mora o consulente existem duas outras pessoas que se queixam de
dores de barriga ou dores abdominais, uma delas teve um sonho com um Òrìsà
(Santo), jogar para saber o que esse Òrìsà quer e que mensagem ele traz. A pessoa tem
uma roupa nova guardada com a qual deve fazer ebó e evite se vestir com roupas
pretas. Essa pessoa passou por um perigo ou um acidente em que poderia ter sido
morta.
Ela foi salva desse acidente por Sàngó. Na família dessa pessoa existem gêmeos ou
poderão gerar filhos gêmeos. Não deve se vestir com roupas listadas, se tiver algum
processo judicial em andamento e acredite que pode perdê-lo, deverá dar comida à
Sàngó que assim sairá vitoriosa desse processo.

Esta pessoa tem dupla personalidade ou vive em conflito consigo mesma. Essa pessoa
deve escutar os conselhos que lhe dão para não fracassar em sua vida, ela deve ser
calma e serena para poder alcançar os seus objetivos na vida. Ela deve ter certeza de
sua sexualidade, pois pode encontrar-se em um impasse consigo mesma.

Este Odù vindo positivo, a pessoa deve viver nas cidades, caso estiver negativo,
deverá viver no campo. Aquilo que começa deve terminar, as mudanças para os
filhos desse Odù são radicais, tanto para o bem quanto para o mau. Deve-se dar festa
aos Ìbèji todos os anos, para neutralizar o mau deste Odù, e se estiver positivo
também deverá se realizar a festa para se manter com os caminhos sempre voltados
para o bem. É possível uma grande riqueza depois de um grande sofrimento.

Se for mulher, existe a possibilidade de assentar Ìyàmi, para seu bem estar e saúde.
Os filhos deste Odù quanto estão nervosos ficam de cabeça quente e falam sozinhos.
Se este Odù vem pelo seu lado negativo e não pede para se tirar ebó a pessoa deverá
se iniciar em Òrìsà, pois sua virtude é grande dentro da religião. Se for homem,
deverá fazer ebó para Ìyàmi.

Apatakí
1 – Òyèkú era um personagem que encontrava-se mau de saúde e também passava
por dificuldades financeiras, foi visitar Ifá, este lhe aconselhou que para seu bem
procurasse trabalhar e morar no campo, pois lá sua saúde iria melhorar e voltaria a
ter seu bem estar econômico de volta, com o conhecimento que possuía em
agronomia procurou um fazendeiro para lhe oferecer seus serviços. O fazendeiro
aceito seus préstimos devido a experiência que ele possuía, em pouco tempo ganhou
a confiança e o respeito do fazendeiro. Porém o irmão gêmeo do fazendeiro, que era
mal intencionado e que não gostava de trabalhar, vivia desfrutando os recursos de
seu irmão, ficou com inveja de Òyèkú e começou planejar uma maneira de destruir a
amizade entre seu irmão e Òyèkú.
Vendo que sempre quando Òyèkú recebia seu salário dirigia-se ao mato e após algum
tempo retornava, decidiu segui-lo na próxima que isso acontecesse. Vendo que ele se
abaixava dentre as raízes de uma árvore e ali enterrava alguma coisa, voltou para a
fazenda e acusou Òyèkú de roubar e enterrar o fruto do roubo em uma árvore. O
fazendeiro acreditando em seu irmão, procurou as autoridades para que prendessem
Òyèkú por roubo.

Após ser preso pelas autoridades, Òyèkú não pode se defender das acusações e foi
levado para a prisão, passado algum tempo ele foi levado diante do Rei para ser
julgado, ali podendo se explicar sobre o mal entendido, o Rei ordenou que Òyèkú
fosse levado para que fosse confirmado se ele estava dizendo a verdade, ou seja, que
naquela árvore guardava o pagamento de seu trabalho. Desta forma pode provar
seus argumentos e acusando o fazendeiro e seu irmão pelos danos e prejuízos
sofridos.

Desta forma Òyèkú adquiriu a fazenda que anteriormente trabalhava, permanecendo


rico pelo resto de seus dias.

2 – Òyèkú tinha um amigo chamado Ire (bem), que lhe dava sempre bons conselhos,
porém Òyèkú não os seguia, pois pensava que Ire só queria lha mostrar sua grande
sabedoria, então Ire foi ver Òrúnmìlà e pediu a ele que aconselhasse seu amigo.
Òrúnmìlà assim o fez, dizendo-lhe que não se vestisse com roupas listadas e que não
passeasse pela praça, pois ali ocorreria um roubo por uma pessoa vestida como ele e
lhe culpariam pelo ocorrido e seria preso pelo que não fez e que até provar que não
tinha sido ele a cometer o crime sofreria muito. Mas depois de provar sua inocência
iniciasse uma demanda contra as autoridades e dessa forma iria adquirir uma grande
soma em dinheiro.
Ebó do Odù de Òyèkú Méjì

1) Ebó conservar o poder

Coloca-se uma cabaça aberta diante de Òsànìyn. Dentro da cabaça coloca-se um peixe
fresco salpicado com pó de efun, faz-se um saraieié com uma franga carijó e em
seguida deverá ser esquartejada viva dentro da cabaça. Acrescenta-se obí com água e
despacha-se no mato.
Oferece-se a Ègún carne de porco assada, depois toma-se banho com água de rosas.

2 ) Ebó tornar a vida mais longa

Seis etun, seis tangerinas e muitas moedas. Depois do ebo as tangerinas são
oferecidas à Òrùnmìlá

Como assentar o Èsù de Òyèkú Méjì

Èsù Gbodé

Este é o Èsù que acompanha Egún.

Risca-se por dentro e por fora no fundo de um alguidar onde será depositada a
massa, a seguinte simbologia de Ègún:

+ +

II I 13-8 II II 2-2
I I II II
II I II II
II I II II

+ +

II II 10-10 I I 2-15
I I I II
II II I I
I I I I
Prepara-se a massa acrescentando-se ao barro os seguintes ingredientes:

Terra de cemitério
Azogue
Nove diferentes ervas: Afoman (Pithecolobium saman), Ewé-aye (Eupatorius
odoratus), Ewé corunlá (Abutilus trisulcatus), três cocos de isiegu (Cascaria
sylvestris), guaribao (Trophis racemosa) e arabá, raízes de arabá de orudan
(Pitnecolobium arbores) e de pinheiro. Nove favas de bejerekun, nove grãos de atare,
nove sementes de ewe-ewe( (Mirabilis jatapa), terra de quatro esquinas próximas de
casa, pó de canela e de crânio de Ègún masculino, um ikin furado por bicho, leri
akikó e leri èlèyé.

Mistura-se tudo, modela-se o vulto do Exu, coloca-se formando os olhos e a boca,


búzios virados ao contrário. Cobre-se com pano branco e pano preto.

Ebó do Egún de Òyèkú Méjì

Omo Voia

2 bonecas de pano
2 akasá
2 pratos brancos
2 velas
2 folhas de peregun
2 gemas de ovo (a clara joga-se fora)
2 favas de Ògún
2 tiras de papel branco com o nome ou com o relato do que se vai pedir.

Procedimento: Colocar os bonecos em cima dos pratos(um em cada prato), abri-los


pelas costas, colocar as gemas, os akasá, as favas e as tiras de papel com os escritos,
embrulhar cada boneco em uma folha de peregun, arriar no mato com as velas acesas,
fazendo seu pedidos.
Fim da aula de Òyèkú Méjì

3 – Odù de Ìwòri Méjì

Ìwòri Méjì ou Èjìláséborà Méjì

+ +

12 II II 12 12 0 0 12
I I I I
I I I I
II II 0 0

Simbologia de Ikín Simbologia de Opele Ifá

Obá Odù pertencente à mão esquerda (no jogo de dilogun).

Ancestral deste Odù (Égún) Omo Obá Ela Odi

Oríkì

1 - Osise kolori njelekan okoni finigoni bandu ardie oni bàbálàwo.


Lodifa fun arere oni Olókun omo aja arerelo Eleri Ipin kiolorun
Kama ebó, ekódíde, eku, ejá, epo, egbè Ifa owo cauri.

2 – Asese kolora alosi koni jeganaroni puru anagadi ibadu adiekun


Bàbálàwo lodifa fun arere oni Olórun ubeajarelo Eleri Ipin neja lenube
Kola nimbu abata sesin okuta were were lode emborunsola nata
Bere boro karun idefa fun agato ajere nitabin Olórun enwere lebo.

3 – Otigowe somo nide nangele odafun bule tiso moike alumbon aikodie
Méjì ebó owo la mejo tonti ejo asise omo alara otokini
Jegan Eleri Ipin ninpiani ibadun ardie aun Bàbálàwo lorda fun arere
Oni Olórun obejarelo Eleri Ipin ejá enu sola erben inala boro
Boro soko aja ota, adifa fun oko ajare arimu batialokun were were elebo.

Orín – Ìwòri Méjì (Encantamento)

Wa fi igba ota segun


Nje kini wa fí segun ota re
Igba ota ní wa fí segun ota re
Wa fí igba ota segun ota re
Igba ota
Ota re ko le rimi gbe se
Igba ota ni wa fí segun ota re
Igba ota.

Tradução:

Eu com 200 ota vencerei meus inimigos


Com que vencerei meu inimigos?
Com 200 ota eu vencerei meus inimigos
Com 200 ota eu vencerei meus inimigos
Com 200 ota
O meu inimigo não terá disposição para me atrapalhar
É com 200 ota que eu vencerei meus inimigos
Com 200 ota

Esé (Ditados)

1 – Quando há guerra o soldado nunca dorme (dorme com um olho aberto e outro
fechado).

2 – Na guerra como no amor toda arma é permitida.

3 – Uma luta entre cavalheiros se leva a espada em uma mão e o troféu na outra.

4 – Em uma guerra até o vencedor sai perdendo (pensar bem de começá-la).

5 – Na guerra é olho por olho, dente por dente.


Observações do Odù - Segredos

Este é um Odù masculino, filho de Tehitana e Houlogodo.

Este Odù determina que se resguarde a cabeça de sua acão de Anjo Exterminador.

O termo Ìwòri significa “cortar a cabeça” 1 o que, pela influência deste Odù, é
determinado num plano de existência incompreensível e inacessível para nós.

Aqui nasceu a decapitação, os animais ferozes, as bestas ferozes que habitam as


florestas, principalmente a hiena que serve como seu símbolo esotérico.

Trouxe ao mundo o costume de comer carne.

Está ligado ao ponto cardeal Sul e, por isto, é um dos quatro principais Odù de Ifá.
Foi a este Odù que Olófin confiou o cutelo do carrasco.

Sua cor é o marrom-avermelhado e é através dele que se faz o mal às mulheres


usando, para este fim, panos sujos de seu sangue menstrual colocados dentro de
uma cabaça junto com pó de peixe e de preá e um peixe de água doce. Ao redor da
cabaça, do lado de fora, colocam-se cinco penas de ekódíde2.

Prenuncia a morte de uma criança.

A proteçâo deste Odù vem de um chifre de boi com seis barras de aço dentro,
envolvidas em pano preto e amarradas com arame de aço, que se põe aos pés do
igbá de Ògún.

Coloca-se, em Sàngó, folhas de uma espécie de cactos conhecido como esogí


(Hylocereus triangularis. L. Britton Rose.), que depois de seis dias são quinados em
água para tomar-se banho.

Sacrifica-se para Èsù, um frango bem novinho, que deve ser despachado na
desembocadura de um rio com o mar.

Tem-se que ter muito cuidado com doenças que provocam necroses e
apodrecimento da carne.
Não se deve participar de reuniões onde existam três pessoas.

Segurança que se faz neste Odù

Dentro de uma panela de barro com tampa coloca-se: folhas de ewé kokodí
(Meíbomia barbata. Lin.), quatro obí de quatro gomos, dezesseis pimentas-da-costa
e dezesseis pimentas-da-China. Enrola-se a panela com um pano de faixas pretas e
brancas, leva-se a um cemitério e ali, vai-se a uma sepultura e pergunta-se ao egún
ali enterrado se quer ser nosso aliado. Neste mesmo lugar abre-se a panela e
sacrifica-se, em seu interior, um filhotinho (pintinho) de garça branca e cobre-se
com pó de èfun. Embrulha-se novamente a panela, leva-se para casa e lá, sacrifica-
se dentro, um pombo. Fecha-se a panela, envolve-se com franjas de mariwo
trançadas e enfeita-se com um fio de contas pretas fechado com uma firma preta.
Pega-se um vaso com terra e enterra-se a panela dentro dele. Esta segurança
protege o Awo durante suas viagens, assim como sua família em sua ausência.
Tem que ficar num lugar alto e não pode ser tocada por mãos de mulheres.
Sempre que seu dono precisar viajar, tem que untá-la com azeite de dendê e rezar-
lhe Ìwòri Mèjí.

Òrìsà que falam neste Odù

Os Òrìsà que falam neste Odù são: Òbàtàlá, Olókun, Dajkutá, Orungan, Òrànfé,
Òrìsà Okó, Odùduà, Òrànmìyàn, Oya, Òsun, Aganjú, Sàngó Ilufiran, Òsanyìn,
Aróni, Ògún, Èsù, Egún e as Ajé.

Ervas deste Odù – Para Omieró (Banhos para proteção da pessoa e


iniciação e montagem de Igbá)

As ervas de Ìwòri Méjì são: Ewé olówànràn sánsán (folha de Malvastrum


Coromandelianum, Mavaceae), Eésan gidi (Casca de amêndoa de Elaeis Guineensis,
Palmae (dendezeiro)), folha de mandioca, folha de urucum, folha pergun vermelho,
folha de louro, folha de sirigüela, folha de álamo, folha de pitanga e folha de fícus
elegans.

Ìtòn – Tradução dos versos de Ifá

Disse Ifá, você tem o sangue muito quente, qualquer emoção lhe sobe a cabeça, tanto
a raiva como a alegria. Se for mulher está com problema na menstruação, se tiver
mais de trinta anos pode ser um período precoce de menopausa. Caso tenha
prometido alguma coisa para algum Òrìsà, cumpra com o que prometeu, pode ser
que tenha problemas com Òsun ou com Sàngó, pois estão exigindo o que lhes foi
prometido, ou que cumpra com suas obrigações que por ventura possam estar
atrasadas, se caso o consulente seja homem, sua esposa ou namorada possui um
gênio muito forte e é autoritária, deve pensar bem antes de começar uma discussão,
pois ela nunca ficará por baixo. Por este motivo existe antipatia entre a família do
consulente e o seu cônjuge.

A pessoa possui uma língua felina, quando quer sabe ofender as pessoas. A pessoa
deve aprender boas maneiras e não falar tudo aquilo que pensa, pois poderá se
arrepender mais tarde. Disse Sàngó que tenha cuidado, pois seus inimigos podem se
unir contra você. Podem chegar a tentar colocá-lo na justiça, mais dando um agutan
com todos seus complementos (calçado), para Sàngó ou algum de seus parentes que
exija essa oferenda, você se livrará dessa guerra injusta, pois tentarão lhe derrubar de
todas as formas possíveis e só não conseguiram ainda porque seu elédá é muito forte.

Um lugar que você irá visitar para fazer algum trabalho ou presidir algum evento,
tentarão minar sua credibilidade. Antes de ir deverá fazer ebó (oferenda).
Cuide de suas vestimentas e as mantenha impecáveis, pois você nasceu para governar
e deve sempre ressaltar sua imagem.

Você já teve uma doença onde saíram vários furúnculos ou pequenos cistos, isso pode
ter sido por um trabalho feito contra você.

Disse Ifá que você é muito invejado até por seus parentes e que para você nada é
impossível, pois você tem muita garra e determinação para as coisas. Pode ser que
uma pessoa com muito dinheiro lhe faça uma proposta para que você administre seus
bens ou algum tipo de negócio ou alcançar algum objetivo, você terá que pensar se
lhe convém ou perguntar a Ifá.

Tenha cuidado para que não enterrem alguma coisa em frente sua casa ou seu
trabalho, pois poderá lhe prejudicar. Disse Sàngó que você ou alguém de sua família
deve cultuá-lo ou iniciar-se para ele. Pode ser que algum de seus ancestrais pode ter
sido iniciado para a família de Sàngó, assim como poderão ter tido militares ou
políticos em sua família, talvez você também possa chegar a ser um.

Cuidado, pois podem estar lhe observando por uma fresta na parede ou por um
buraco de fechadura. Tenha cuidado, pois poderá aparecer alguma mulher nua
perante você e mais tarde poderá lhe trazer problemas de acordo com sua atitude
diante do ocorrido.

Disse Ifá que tenha cuidado com um roubo de quantia considerável, ou poderão lhe
acusar disso, mas também disse Sàngó que ele ou algum outro Òrìsà lhe trará uma
grande sorte para ver como você irá administrar essa sorte. Mais também disse Ifá
que cuide de sua saúde e o que e onde come.
Tenha cuidado, porque poderão lhe enganar em um assunto de herança ou um
dinheiro que lhe é devido pelo governo. Disse Sàngó que deve fazer sacrifícios à Èsù
e oferecer dinheiro junto aos ebó, para que quando você tenha dinheiro saiba investi-
lo bem e não tenha dor de cabeça por esse motivo.

Disse Ifá que muitas vezes você se viu apurado com necessidade de dinheiro, mais
sempre você termina alcançando seus objetivos com auxílio através de Egún e seus
Òrìsà. Disse Ifá que você sente dores muito fortes em seu Orí Ipako, deverá se tratar
com um Onísogun ou Bàbálòsanyìn, deverá perguntar se é cobrança de Egún. Disse
que você não poderá acreditar em fofocas que lhe fazem, pois poderá acabar
enlouquecendo.

Disse Ifá que você deve evitar as discussões na hora em que estiver se alimentando,
isso para que a comida não lhe faça mal. Aqui amantes ou concubinas do passado
poderão lhe fazer feitiços e trazer-lhe problemas no presente. Você tem muitos
pensamentos e projetos em sua cabeça, tente resolver um de cada vez.

Apatakí

1- Òrìsà diz, "A benção do dinheiro"


Òrìsà diz, "A benção dos filhos"
Òrìsà diz, "A benção da longevidade"
Aonde aparecem as velhas divindades na peneira.
Òrìsà diz que esta pessoa deve ir e sacrificar à Sàngó
Òrìsà diz que deve levar doze orgbos,
E doze porções de amala,
E doze porretes,
E doze pedras,
E vinte e quatro mil búzios,
E dois galos,
e dois Pombos.
Você vê como Òrìsà diz isto?
"Firme com um barra de ferro"
Foi adivinhado para Awalawulu, filho de Ogbojo.
Jenrola, filho daquele que vê duzentos inimigos e conquista à todos.
Sango, o que deveria fazer para ter boa vida e seu destino em ordem?
Eles disseram que deveria ir e sacrificar.
O que deveria fazer?
O sacrifício ele deveria oferecer,
Sàngó ofereceu o sacrifício, ele ofereceu o sacrifício.
Pacificou as divindades.
Quando Sàngó chegou ninguém mais podia com ele.
Ele segurou o machado na mão.
Sàngó defendia-se de seus inimigos e viu o fim daqueles que odiava.
Sàngó dançava e ria.
Ele louvava os adivinhos e os adivinhos louvavam Òrìsà por que disseram a
verdade.
"Firme como uma barra de ferro"
Foi adivinhado para Awalawulu, filho de Ogbojo.
Jenrola, filho daquele que vê duzentos inimigos e os conquista.
Eles cantaram:
"Sàngó, quando as coisas vão mau, carregue-me nas costas,
Você, duro, firme como uma bara de ferro,
Se as coisas vão mau, carregue-me nas costas,
Você, duro, firme, como uma barra de ferro"
Òrìsà diz que ajudará esta pessoa à derrubar seus inimigos, conforme Òrìsà disse.

2 – Gbalukogu, Gbalukogu e Ipakogunugun ja eru awon.


Foram eles que adivinharam para Èjí Koko Ìwòri no dia em que ele vinha para a
terra para ser o terceiro Odù.
Èjí-Ogbè disse que não aceitava sua vinda e que não o deixaria ficar, Òyèkú-Mèjí
também disse que não o deixaria ficar na terra.

Assustado com isso, Ìwòri-Mèjí foi então consultar seus adivinhos e lhes
perguntou o que deveria fazer para que Èjí-Ogbè e Òyèkú-Mèjí o deixassem viver
na terra.

Disseram a ele que providenciasse os seguintes elementos para aumentar sua força:
folha de gbegbe, folha de tete, folha de ekuya e carneiro. Pediram que trouxesse
também um pilão de madeira e uma pedra grande. Com tudo isso em mãos, os
adivinhos começaram a fazer o ebó para ele.

Durante o ritual de ebó os adivinhos entoavam encantamentos para evocar os


princípios vitais dos elementos usados no ebó.

Assim eles prosseguiam dizendo:


O local em que não se quer que a folha gbegbe brote é ali mesmo que ela brota e
fica.
O local em que não se quer que a folha tete brote é ali mesmo que ela brota e fica.
O local em que não se quer que a folha ekuya brote é ali mesmo que ela brota e fica
até a morte.

Afirmaram que por mais forte que seja um vento, ele não consegue levantar um
pilão e que vento algum poderá levar uma pedra.

Viveremos juntos nessa terra.


Busquei força vital para isso.

Viveremos juntos nessa terra.

Busquei força vital para isso.

É exatamente no local em que não querem que a folha gbegbe fique é ali que ela
ficará.

Busquei força vital para isso.

Viveremos juntos nessa terra.

É exatamente no local em que não querem que a folha tete fique é ali que ela ficará.

Busquei força vital para isso.

Viveremos juntos nessa terra.

É exatamente no local em que não querem que a folha ekuya fique é ali que ela
ficará.

Busquei força vital para isso.

Viveremos juntos nessa terra.

Nenhum vento consegue levantar um pilão.

Viveremos juntos nessa terra.

Nenhum vento consegue levar uma pedra.

Viveremos juntos, nessa terra.

3 – As Ìyába depois de haverem recebido rios de presente ofertados por Olókun


ainda continuaram lhe invejando, pois começaram a levantar falsos testemunhos
sobre o mesmo diante de Awo Olófin. Estes falsos testemunhos consistiam em que
os peixes dos rios eram proibidos por Olókun de entrarem no mar, caso eles
tentassem, eram afogados por ele.

Olófin indignado com o fato, determinou que Èsù o trouxesse Olókun à sua
presença para que o mesmo fosse julgado por seus atos. Porém Òrúnmìlà mandou
informar à Olófin que Olókun não poderia comparecer à sua presença porque ele
estava fazendo ebó com enure funfun (cabra branca) e abo agutan (carneiro).
Depois de fazer essa oferenda, Olókun se dirigiu ao palácio de seu irmão Òbàtàlá,
ao chegar trazia dois cestos, um em cada mão. As donas dos rios ao enxergar
Olókun dentro do palácio começaram uma algazarra acusando Olókun, mais o
mesmo chegou e ocupou seu posto designado pelo grande Òrìsà funfun, o qual
mandou o seu Bàbálàwo jogar Ifá para determinar quem era o culpado, vindo o
Odù de Ìwòri Méjì, Olófin perguntou quem havia feito ebó com duas cabeças e
quem havia levado as cabeças, Olókun reverenciando ao seu irmão Awo Olófin
apresentou os dois Orí que levava nos cesto, ao ver isso, o grande Òrìsà funfun
sentenciou, cabeça trouxestes, cabeça do mundo serás e por ser seu Orí tão grande
nenhum ser humano em você iniciado será, assim como também sentenciarás
aqueles que em sua casa penetrarem.
Ebó do Odù de Ìwòri Méjì

Ebó para Problemas de Trabalho

Sete pedras de minério de ferro, um galo, doze grãos de pimenta-da-costa, uma


corda em forma de laço e um alguidar grande. Leva-se tudo aos pés de um ai aba,
arruma-se as coisas dentro do alguidar, sacrifica-se o galo em cima e tempera-se
com dendê. mel e aguardente.

Ebó do Odù de Ìwòri Méjì

1 Galo
1 Pombo
Pano branco e vermelho
1 Xícara de quiabo
Ekú
Ejá
Ekó
1 Coco
1 Agutan

Perguntar à Òrúnmìlà quem vai receber o ebó e onde pode ser entregue e depois de
quantos dias.

Ebó do Odù Ìwòri Méjì

1 Ajapá
2 Cocos
2 Obí
1 Galo
1 muda de roupa para seguir com o ebó

Perguntar à Òrúnmìlà quem vai receber o ebó e onde pode ser entregue e depois de
quantos dias.

Ebó do Odù Ìwòri Méjì

12 Pedaços de corda
12 Pedras
12 Quiabos
12 Bolas de farinha
12 Pombos
12 Galos
12 Espigas de milho
12 Ekuru
12 Eku
12 Peixes

Perguntar à Òrúnmìlà quem vai receber o ebó e onde pode ser entregue e depois de
quantos dias. Devem-se fazer os carregos com comidas secas para seus antepassados.

Como assentar o Èsù do Odù de Ìwòri Méjì

Èsù Orí Omonifá

Talha-se, em madeira, um boneco com um galo nas mãos. Este boneco deverá ser
preso numa panela de barro, com tabatinga. Dentro da panela coloca-se: Um
pedaço de osso de crânio humano, um pedaço de osso de pé humano, um pedaço
de marfim ou osso de elefante, um crânio, um pé e uma pena de gavião, um
pedaço de casca de ajapá, um pedaço de osso de cabra que tenna sido sacrificada a
Òrúnmìlà, um pedaço de osso de bode, um crânio de galinha d’angola, um crânio
de aparo, cabeça, nadadeiras e tripas de bagre, cabelo da cabeça e das partes
íntimas do Awo, unhas das suas mãos e dos seus pés, um pedaço de sua roupa,
terra de casa, três ikín lavados de Òrúnmìlà, um edun-ará, duas penas de ekódíde,
três cachorrinhos-do-mato, três formigas grandes, terra de formigueiro, areia da
praia, areia do fundo de um rio, terra de dentro de uma floresta, terra do alto de
uma montanha, obí, orogbo, orí-da-costa, èfun, milho torrado, moedas, osùn, wáji,
epó pupá, mel e aguardente. Folhas: Ewé Cuaribao (Trophis racemosa. L.Urb.),
Igisoró (Pêra bumelifolia. Gris.), ewé Iyunkagawa (Gaicum officinale), para-raio,
ewé fendebilo (Guarea Trichilliodes.Lin), orudan (Pithecolobium arbore), ewé
loaso (Amyris Balsamífera.Lin ), ewé yayá (Ozandra laceolata. asw. Benth.).

Com as folhas prepara-se um amasi com muito oro para Òsanyìn. Separa-se
algumas folhas de cada tipo para colocá-las inteiras no assentamento. Lava-se tudo
bem lavado com o amasi e antes de colocar no igbá, coloca-se no oponifá e se reza:
Ìwòri Méjì, o Odù do padrinho, do Ojugbona, Òsétúrá, Òtúrásé e osdezesseis Méjì.

Depois de arrumado, sacrifica-se um galo e uma codorna. Comem sempre junto


com Òsanyìn e Sàngó. Deve-se agrada antes de tudo à Egún.

Ebó do Egún de Ìwòri Méjì

Omo Oba Ela Odi

12 moedas
2 metros de morim branco
1 foguete de vara
1 alguidar
12 maçãs
12 pêras
12 akasás
12 acarajés
12 velas
12 orobôs
12 metros de fita nas cores branca, marrom, verde, azul, amarela e vermelha.
ebô
milho cozido
uva branca
12 doces brancos
12 cajus
12 goiabas
12 caixas de fósforo

Procedimento: Arrumar tudo bem arrumado dentro do alguidar, colocar


sobre a pessoa o morim branco, finque o foguete na terra para ser solto. A pessoa
faz uma carta pedindo tudo que está desejando, amarre na haste do foguete com
linha e 1 retrós branco.
NOTA: Está obrigação deverá ser feita em um morro que dê para o oceano,
tire o pano da pessoa, ponha-o no chão, coloque a obrigação em cima e solte o
foguete para o mar ( do monte para o mar ). Quando estourar, grite o nome do Odù
e peça tudo.

Fim da aula de Ìwòri Méjì

4 – Odù de Òdí Méjì

+ +

7 I I 7 7 I I 7
II II 0 0
II II 0 0
I I I I

Simbologia de Ikín Simbologia de Opele Ifá


Obá Odú pertencente a mão esquerda (no jogo de dilogun).

Ancestral deste Odú (Égún) Omo Oansi

Oríkì

1- Òdí Méjì asama aruma, kodimá ikú, kodimá sukurú, kurú kielé biti bití, kogobale
ni abití adifa fun àiyé, omó égan ekódíde lebé.

2- Asama aruma adima, adima kodima ikú, kodima aro, kodima sakurukuru oni
kweran yima, akama yorima oseran mama yeoníma, abití bití, kotobale, abití bití,
adifa fun aye omo oni jagun.

3- Olere orire, um ara oldilese asesola, olabá ola ofuale andifa falaoole odífa faldo
yewa, dowo tonlo losile, akodie meye, akuko, ikú, eja, epo.

Orín – Òdí Méjì (Encantamento)

Eni ko kí ní, ku abo


O padanu, e ku ile
Difa fun komomajogbo
To nho si ajo to jin
Bí ile ojo
Wan ni ki o kara nle
Ebo ni ki o yara se
Eni nile ena ku abo
Koromajogbo ku abo ode

Tradução:

Uma pessoa que não dá, não poderá ganhar;


Os adivinhos previram que koromajogbo faria uma viagem distante,
Como sol e a terra e pediram que ele fizesse ebo logo.
Você koromajogbo, fez a viagem e alcançou seus objetivos.
Esé (Ditados)

1 - Não saia de seus costumes, e não queira explorar coisas novas.

2 - Suas lágrimas nunca se converterão em diamantes.

3 - Nunca desista antes de chegar ao final.

4 - Cuidado com uma viagem que pode se converter em uma sepultura.

5 - O dinheiro obtido com prazer não esquenta o bolso.

Observações do Odù - Segredos

Este é um odù feminino, nascido de Ifá e Apeteku, o seu nome quer dizer duas
nádegas. Foi neste odù que nasceram os órgãos genitais femininos e também a raça
negra, a formação dos mares, enfim o nascimento dos oceanos, assim como a
formação das costas marinhas, a evolução das diferentes baleias, as galinhas se
cobrem de penas, os quadrúpedes, Ex: as cabras e os diferentes tipos de roedores, a
transformação de réptil em lagartos, as diferentes espécies de peixes a seres vivos em
geral, assim como os diferentes vegetais, milho, a cabaça, inhame, mandioca e outros.
Neste odù nasce a lei do karma (a trajetória de vida dos seres vivos). Também fala de
práticas de perversão, prática do espiritismo (culto a Ègùn).

As mulheres deste odù são quentes e muito sensuais, são cheias de malícias e
costumam ser infiéis. Aqui nasce a sodomia (prática sexual em grupo sem limitações).
As pessoas nascidas neste odù são muito ciumentas no sentido geral, intrigantes e
gostam de se intrometer em assuntos com os quais nada tem que ver. Aqui nasceu o
sentimento homossexual para os seres vivos. Este odù fala que toda vida que existe
sobre à terra um dia terá que morrer.
Neste odù a pessoa destrói aquilo que não ajudou a construir e gostam de gastar o
que não tem.
Este odú fala de enfermidades nos ouvidos (otites), costumam ter dores no lado
esquerdo da cabeça. Nasce a leucemia e a diabete.
Indica problemas de loucura em família. Aqui a mulher aprende a lavar seus órgãos
genitais depois do sexo. Fala dos sacrifícios que as mulheres fazem por suas crias e
maridos. A pessoa deste odù tem que respeitar os mares e rios, pois podem entrar
neles e não sair.

Aqui neste odù a humanidade aprende a calçar seus pés. Neste odù nasce à guerra
entre os irmãos para adquirir terras. Aqui também nasceu Òsun Iyeye kare, uma
Òsún que vive em ilhas formadas por rios (Ijumú). Neste odù se faz a cerimônia de
Iofa nas mulheres, chamadas akofá. Nasceu o oráculo de ifá. Aqui nasceu o
assentamento de Ègùn plantado na terra, aqui se dá de comer a Ègùn na lixeira da
casa. Aqui se dá de presente um pato enfeitado com fitas para Yemoja. Neste odù não
se come fruta do conde. Aqui se assinala guerra com um bàbálòrìsà e um Osò
(feiticeiro). A pessoa tem proteção incondicional de Òlokun.
Neste odù não se oferece comida a Sàngó com as duas mãos, somente com a mão
esquerda, já que com a direita os seres humanos usam para limpar o ânus. Neste odù
Òrúnmìlà acalma as Ìyàmi quando ela vem para a terra, para que não matassem seus
filhos ao chegar.

Òrìsà que falam neste Odù

Os Òrìsàs que falam neste Odù são: Òbatalá aboro e yabá, Òlokun e Òlosá, Bokún e
Nànà (liza e mavu), oluwo (rei de ebá), Òní Sabé (rei de Sabe), Òrangun (Rei de
ilá), Ooní soberano (Rei de Ifé), Ajeró (Rei de Ijeró), Aláketú (Rei de ketú),
Òrànmíyàn (Rei de Oyo), estes são os filhos de Òrisàlà (Awo Olofín), Ìya Odú
(Iyemowo). Yewá, Obalúàyé, Èsùmàrè, Ikú, Ògún, Sàngó, Òsóòsì, Èsù, Ègùn, e as
Eleye.

Ervas deste Odù - Para Omieró (Banhos para proteção da pessoa e


iniciação e montagem de Igbá)

As ervas de Òdí Mèjí são: atiponlá (mar passífico ou muraia, boévia difusia), e as
palmeiras, folhas de ogun gun (colia cordifolia–lin ), árvore da fruta do conde, folhas
de ogbo, folhas de cabaça de cipó, folha de orobo, folha de ájánréré, folhas de irokó,
orokún, folhas de ogun bereké, folhas de arere, folhas de ope seguisegui, folhas de
akoko, folhas de inhame, folhas de mandioca, folhas de abóbora, folhas de milho,
folhas de anis, folhas de cana de açúcar, folhas de bambu, folhas de cânfora, folhas de
pimenta ataré, folhas da costa ou ewé dúndún, folha de sálvia (babosa), folha de
quiabo .

Ìtòn – Tradução dos versos de Ifá

Disse ifá que vigia você, para que você não se desencaminhe na vida. É para você
cumprir com Òbatala e se tem dívidas que pague ou lhe faça oferendas. Você tem
alguma coisa que está a ponto de perder, mas fazendo ebo recuperará. Disse ifá que
você teve um sonho que estava afogando-se, esse sonho é um aviso de alguma doença
que está a caminho, ao todo vocês são sete pessoas na família. Um dos irmãos mora
longe, mas alguém de sua família está querendo viajar para junto dele, você se
preocupa mais com sua família que eles com você. Tome cuidado com seu
matrimônio, para que não haja separação por causa de ciúmes, intrigas e fofocas.
Nem todos em sua casa acreditam nesta religião. Cuidado com um problema de
roubo ou malversação, pois pode gerar um problema judicial para você sem que
saiba, ou para alguém de sua família, tem que perguntar sobre este detalhe. Cuidado
para não perder sua posição de trabalho ou de algum negócio. Você tem sorte no
jogo, mas não abuse.

Disse Òrúnmìlà que você tem que ser mais precisa em suas coisas, e não desistir
enquanto não alcançar seus objetivos, você tem problemas digestivos, não abuse de
comidas pesadas e de bebidas fermentadas, para que não venha a sofrer de
hemorróidas, seus órgãos sexuais são diferenciados, se for mulher, a vagina é muito
curta ou muito longa, se for homem, o pênis é muito avantajado, ou muito pequeno,
como pode vir a ter fimose ou outro tipo de problema nos testículos.

Você sonha com espíritos, se assusta facilmente, sempre está no meio de fofocas, você
não deve beber bebida alcoólica antes de se alimentar, pois você pode cometer atos
impensados que poderá se arrepender. Disse Ifá que é para você seguir os conselhos
que seus òrìsàs e espíritos lhe dão, para que não se perca na vida. Pois foi neste odù
Òlódùmàrè deu um grande presente à humanidade que foi a terra para plantar, a
água para regar e o sol para germinar. Pois aquele que na vida planta sempre terá o
que colher.

Você tem sorte dada por Òlódùmàrè, mas divida sua sorte para que nunca lhe falte a
benção de deus e seus òrìsà. Afaste-se da corrupção do mundo, e viverá muitos anos
com saúde e bem estar.

Se uma pessoa estiver encontrando dificuldade em se estabelecer na vida e estiver


se mudando de casa em casa sem residência permanente, Òdí Méjì diz que a
pessoa deve retornar à cidade ou país de seu nascimento. Com o sacrifício
apropriado ao Orí (cabeça) ou elédá (criador) da pessoa, a vida poderá facilmente
retornar ao normal.

No Odù de Òdí Méjì, Ifá vê boa sorte e vida longa para um homem ou uma
mulher. Mas o cliente necessita cultuar Ifá para evitar morte súbita. O cliente
poderá se elevar a uma boa posição na vida mais deverá ser cuidadoso com
caluniadores. É possível trabalhar duro no começo da vida e perder tudo no final.
Para prosperar, devem ser feitas constantes oferendas aos ancestrais do cliente. Se
alguém planeja viajar, deve ser feito sacrifício a Ògún para assegurar uma jornada
segura e feliz. Quando uma mulher estiver desesperada para ter um filho, ela é
aconselhada a satisfazer Òrúnmìlà. Ifá diz que ela terá uma criança e que esta
criança será uma menina.

Para serem bem sucedidas na vida, as pessoas encarnadas pelo Odù Òdí Méjì
deverão ser confiáveis, honestas, e francas em seus negócios com os outros. Elas
deverão ter os pés no chão e serem práticas em sua atitude com relação à vida.
Apatakí

1- Ninguém é tão confortável ou tão desconfortável que seja incapaz de consultar


os adivinhos de Ifá.
Foi adivinhado para Odundun juntamente com Tete, os dois iriam vir para o
mundo.

O que deveriam fazer para construir um nome para eles próprios?

Eles disseram que eles teriam nomes.

Eles disseram "Algo frio" é o que eles seriam chamados no mundo.


Odundun ofereceu um sacrifício e Tete pacificou as divindades. Os dois dançaram
e riram.

Suas vidas eram boas, por que seus adivinhos disseram a verdade.

"Ninguém é tão confortável ou tão desconfortável que seja incapaz de consultar os


adivinhos de Ifa".

Foi adivinhado para Odundun juntamente com Tete. Eles ouviram e ofereceram o
sacrifício. Eles pacificaram as divindades, pacificaram para ter bênçãos,
pacificaram para ter longa vida. A benção da floresta, a benção da longa vida na
beira do rio. Òrìsà prevê uma vida confortável, conforme Òrìsà disse, aonde vemos
os velhos anciãos na peneira. Òrìsà diz isto e as divindades ordenam.

2-Aruma tinha um pequeno capital e gastava a vontade, seu capital se reduziu


então foi a ver Òrúnmìlà e este através do jogo de Ifá mandou que fizesse um ebo
de Òdí Mèjí para que assim ele tivesse seus caminhos abertos e continuasse a
ganhar dinheiro, mas ao sair da casa de Òrúnmìlà ficou em dúvidas se gastava o
pouco dinheiro que sobrou, então no caminho encontrou com Èsù que estava
sentado em uma pedra e cumprimentou o dono dos caminhos, então começou a
contar o que Òrúnmìlà tinha falado na consulta de Ifá. Então Alaroi percebendo
que o orí de Aruma era fraco lhe falou que não fizesse ebo, pois ele não precisava,
mas que deveria começar um negócio e que ele sabia de um amigo que era bruxo e
que estava vendendo três bonecos de madeira que dançavam sozinhos, então se ele
os comprasse poderia colocá-los para dançar em público, onde o povo jogaria
dinheiro e ele voltaria a ser rico, Aruma imediatamente viu que aquela seria uma
grande oportunidade de ganhar dinheiro sem muito esforço, perguntou o endereço
a Èsù que lhe explicou como chegar à casa do feiticeiro. Aruma então seguiu o
caminho indicado, mas Èsù correu e chegou à casa do feiticeiro antes de Aruma.
Èsù explicou ao feiticeiro a arapuca que fez ao ganancioso, que iria comprar os
bonecos mágicos então Èsù amarrando linhas bem finas na cabeça, braços e pernas
dos bonecos, subiu em cima de uma árvore deixando os bonecos encostados no
tronco. Quando Aruma chegou à casa do feiticeiro falou para ele que tinha a
intenção de comprar os bonecos mágicos, o feiticeiro disse que só os vendia por
todo o dinheiro que ele tinha em sua bolsa, Aruma concordou mais antes queria
ver como os bonecos dançavam e o feiticeiro levou-o para trás no quintal de sua
casa, chamou cada boneco por seu nome, os quais se chamavam preguiça, cobiça e
incrédulo.
Preguiça ao ouvir seu nome se levantou e começou a dançar bem devagar, após ter
dançado alguns minutos se deitou novamente, em seguida o feiticeiro chamou a
cobiça e jogou uns búzios para ele, então ele começou a dançar e pular
rapidamente, em seguida foi a vez de incrédulo que por sua vez ao escutar seu
nome mexia a cabeça de um lado para o outro para ver quem o chamava, mas
como não via dinheiro em seus pés não dançava. Aruma ficou espantado com a
grande possibilidade de ganhar dinheiro, muito interessado no que havia visto, foi
a negociar com o feiticeiro dentro da casa. Èsù desceu rapidamente da árvore para
cortar as linhas dos bonecos com as quais ele os fazia dançar. Assim Aruma
contente com o negócio que havia acabado de fazer, foi para a praça começar a
ganhar seu dinheiro, mas ao chegar lá começou a chamar cada boneco por seu
nome, mas eles não se mexiam, Aruma indignado saiu à procura de Èsù para
contar que tinha sido enganado pelo feiticeiro, mas Èsù respondeu que não era
nada disso, simplesmente eles não respondiam por ele não ter feito o ebo que
Òrúnmìlà tinha recomendado. Desta forma Aruma por ser preguiçoso, ganancioso
e incrédulo ficou pobre.

Ebó do Odù de Òdí Méjì

Ebó do Odù de Òdí Méjì

1 cabaça
1 tataruga
3 galinhas (uma branca, uma preta e uma vermelha)
3 pombas (uma branca, uma preta e uma vermelha)
3 espigas de milho
3 qualidades de sementes ou feijão
7 búzios
1 galo para exu
3 charutos
Temperos

Ebó do Odù de Òdí Méjì

2 galos
1 cabaça
1 alguidar nº. 5
7 cocos secos
7 obí
7 espigas de milho
1 ofá

Ebó do Odù Òdí Méjì

9 metros de morin (três branco, três preto e três vermelho)


7 ikó
7 acaçá
3 cabaças
3 ekodidé
1 carneiro ou uma cabra (perguntar para Òrúnmìlà)
Frutas (perguntar a cor)
3 obis
Temperos
Perguntar a Òrúnmìlà se este ebo será feito em uma tábua do tamanho da pessoa.

Como assentar o Èsù do Odù de Òdí Méjì

Èsù Idemá
Este Èsù é assentado dentro de uma cabaça e leva:
Carvão vegetal
Wají
Osun
Efún
Areia de praia
Areia de rio
Lama de mangue
Lama de rio
O odù de Òdí Mèjí rezado em yerosun
Sete qualidades de concha
Coral vermelho e preto
Cristal de quatzo
Pérolas
Moedas de quatro metais diferentes
Um pedaço de marfin
1 ekódíde
1 Âncora
Dois remos pequenos
1 Pequeno bote
1 Obí
2 orobo

Ebó do Egún de Òdí Méjì

Omo Oansi

Ebó

7 preás ( porquinhos da índia )


7 orobôs
7 moedas
7 akasás
Procedimento: Levar a pessoa no mato, soltar 1 preá, jogar uma moeda,
passar um orobô no corpo e jogar também, até completar-se a soltura dos preás.
Logo após, passa os 7 akasás no corpo e vem voltando do mato jogando um akasá
de cada vez, até sair do mato. Chamar pelo ODÚ e pedir tudo a ele.

Você também pode gostar