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Integração e

Discipulado de

Novos Convertidos

Pr. Kenneth Eagleton

Escola Teológica Batista Livre


(ETBL)
Campinas, SP

2012
1

Integração e Discipulado de Novos Convertidos

Introdução
Uma das grandes lástimas das igrejas evangélicas de nossos dias é ver um grande número
de convertidos que frequentam a igreja e que até se tornam membros, mas que não estão
integrados à comunidade. Estes cristãos são passivos, comparecendo à igreja como
espectadores, para ver, ouvir e talvez sentir a presença de Deus. Não têm compromisso
com a igreja, não participam ativamente das atividades e das decisões do grupo, não
assumem responsabilidades e não desenvolvem relacionamentos de fraternidade com
outros membros. Não há integração à vida da igreja.

Estes cristãos são também extremamente deficientes no conhecimento bíblico de base,


nas disciplinas espirituais em sua vida (leitura da Bíblia, oração, meditação, jejum,
evangelização, etc.) e na mordomia cristã (gerenciamento de seu tempo, dos bens
materiais e de seus dons e habilidades). Não receberam orientação no início da sua vida
cristã e agora se arrastam ano após ano sem crescimento espiritual.

Não é desta forma que a Bíblia ensina o cristão a viver. A igreja cristã é uma comunidade
em que todos participam do Corpo de Cristo. Todos possuem dons espirituais e
habilidades naturais que devem ser colocados a serviço do Reino para a edificação de
todos os cristãos. A igreja é o local onde devemos ensinar e encorajar uns aos outros.
Quando um ou vários de seus membros não funcionam ou não cooperam, o Corpo sofre e
a igreja torna-se deficiente e doente.

O autor do livro aos Hebreus (5:11-14) encontrou dificuldade ao tentar explicar certos
assuntos aos destinatários da carta. Apesar de serem cristãos há muito tempo e
cronologicamente já pudessem ser mestres, eram imaturos espiritualmente. O autor
comparou o alimento espiritual que estava sendo dado (princípios elementares dos
oráculos de Deus) ao leite para recém-nascidos e disse que não havia condições de
receberem alimento sólido. Estes eram cristãos que não havido sido devidamente
discipulados.

Infelizmente muitos novos convertidos nunca se integram realmente à igreja e perdem-


se muitos outros por falta de um discipulado organizado e de início imediato. Cyro Mello1
cita estatísticas levantadas por Valdir Cícego na Igreja Assembléia de Deus que indicam
que 60% das “decisões” tomadas nas igrejas são perdidas nas primeiras duas semanas,
somente 10% chegam a se batizar e apenas 5% permanecem na igreja após cinco anos de
“conversão”.

1
Mello, Cyro. Manual do Discipulador Cristão. Rio de Janeiro: CPAD, 2003, p. 14, 22, 126, 131

Integração e discipulado de novos convertidos Pr. Kenneth Eagleton


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Esta matéria tem como objetivo estudar como podemos ajudar os novos convertidos a se
integrarem rapidamente à comunidade e como podemos ajudá-los a aprender a Palavra
de Deus e colocá-la em prática na sua nova vida em Cristo.

Noções dos propósitos da igreja local


Rick Warren2 resume os propósitos da igreja local em cinco áreas principais:
1. Adoração - Jo 4:23; Fp 3:3; Ef 5:19 e Cl 3:16.
• culto
• louvor
• agradecimento
• oração
• contribuição
• viver uma vida agradável a Deus
• Somos recomendados a não negligenciar a reunião coletiva para adoração – Hb
10:25.

2. Comunhão – relacionamentos dentro do Corpo de Cristo - 1 Jo 1:3; At 4:32; Jo 13:3;


Sl 133:1 e 1 Co 12:26 (compartilhamento da dor e da alegria).

3. Discipulado – com dois componentes:


• Ensino - Mt 28:20. Um dos dons concedidos por Deus à igreja é o de pastores e
mestres (professores) – Ef 4:11 – visando preparar e equipar o povo de Deus
para o serviço.
• Edificação dos crentes (crescimento rumo à maturidade espiritual) – Ef 4:11-
16 e Jd 20 – a distribuição de dons a cada membro da igreja visa justamente à
edificação de todo o corpo (não à satisfação pessoal).

4. Evangelismo e missões transculturais – Esta função envolve proclamação


(anúncio) da Palavra de Deus com o propósito de levar as pessoas à conversão. A
igreja é a ferramenta principal de Deus para alcançar um mundo perdido. Mt
28:19-20; Jo 20:21; At 1:8: 4:19-20.

5. Serviço: tanto dentro da igreja como na sociedade. Ministrar às necessidades


sociais da comunidade combatendo a fome, a ignorância, a pobreza e a injustiça.
Esta foi uma preocupação de Jesus: Lc 4:18-21; 6:35-36; Mt 25:34-40. Ele curou
enfermos, restaurou a função aos que eram cegos e paralíticos, ressuscitou mortos
e defendeu as crianças, as viúvas e os injustiçados. A ação social foi também uma
preocupação dos apóstolos – Gl 2:9-10 e Tg 1:27. Veja também Gl 6:10; 1 Tm 6:11
e Rm 15:26.

2 WARREN, Rick. Uma Vida com Propósitos. (São Paulo: Editora Vida, 2002).

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Lição 1 - O Que é Discipulado e Discípulo3

“Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os


em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os
a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado.
E eis que estou convosco todos os dias até a consumação do século”.
Mateus 28:19-20 (ARA)

Jesus não apenas informou e ensinou. Ele formou discípulos. A Igreja do Senhor Jesus é
composta de discípulos. Jesus sempre teve a multidão ao seu redor, mas Ele não se iludia
com a multidão, pois a multidão vem e vai. Contudo, Ele se dedicou a um pequeno grupo
de pessoas, próximas a Ele, que estavam dispostas a tudo por Ele: os discípulos. Jesus
procurou enraizar neles a visão do Pai e fez dos discípulos pessoas capazes de dar
continuidade à sua obra. Através de um relacionamento intenso com o Mestre os
discípulos aprenderam tudo e então aplicaram da mesma maneira à Igreja.

Não vamos encontrar na Bíblia as palavras “membro de igreja” nem “evangélico” como
referência aos cristãos e, sim, discípulos. Sempre que a Igreja estava reunida, ali estavam
reunidos os discípulos de Jesus. A Igreja são os discípulos de Jesus! Os irmãos são
discípulos!

Mesmo antes de Jesus, a Bíblia nos mostra pessoas que tinham um relacionamento de
discípulos:
❑ Moisés e Josué – Êxodo 24.13; 33.11; Números 27.18-21.
❑ Elias e Eliseu – 2 Reis 2.1-9.
❑ Davi e Jônatas – 1 Samuel 18.1-4; 19.1-10; 20.1-43.

No Novo Testamento, além do exemplo de Jesus na formação de discípulos, temos outros


exemplos:
❑ Barnabé discipula Paulo (At 9:26-30) e, em seguida, os dois passaram um ano
ensinando uma multidão de novos convertidos em Antioquia (At 11:25-26). Mais
tarde, na primeira viagem missionária, fizeram o mesmo em todas as igrejas que
estabeleceram: At 14:21-23; Cl 1:28-29.
❑ Paulo discipulou Áquila e Priscila que depois discipularam Apolo (At 18:2-3, 18-
19, 24-26).
❑ Paulo instruiu um de seus discípulos, Timóteo, a continuar no treinamento de
líderes: 2 Tm 2:2.
❑ Somos chamados para seguir a Jesus Cristo: 1 Pe 2:21.

“O Senhor Deus me deu a língua dos instruídos para que eu saiba sustentar com uma
palavra o que está cansado; ele desperta-me todas as manhãs; desperta-me o ouvido
para que eu ouça como discípulo”. – Is 50:4 (ARC).

3 Lição escrita pelo Pr. Walter de Almeida Júnior

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O Que é um Discípulo

1. A palavra discípulo em português vem do latim discipulus, que significa aprendiz. Este
termo vem do verbo discere que significa aprender.

a. De discipulus deriva a palavra disciplina, que significa algo próprio e ligado ao


discípulo.

b. No original grego da Bíblia, discípulo é mathetes que significa aprendiz e


seguidor.

c. Deste mesmo termo se originou a palavra matemática que significa disposição


para aprender.

2. Discípulo é aquele que crê em tudo que Cristo disse e faz tudo que Cristo manda.

a. Aquele que creu, se arrependeu, foi batizado e recebeu o dom do Espírito Santo,
a Bíblia chama de discípulo – Atos 2.37, 38.

b. É importante entender que no contexto do Novo Testamento não existe uma


pessoa que seja convertida e não seja discípulo. Salvo, convertido, discípulo, todos
são termos que se referem a uma mesma pessoa. Cada um desses termos possui
um sentido diferente, mas são aplicados a uma mesma pessoa. A palavra discípulo
aparece 3 vezes no Velho Testamento e 258 vezes no Novo Testamento.

c. O que entendemos por salvo, convertido, discípulo e crente:


❑ Salvo – o que foi libertado do poder e da condenação do pecado.
❑ Convertido – o que mudou de atitude e mentalidade (transformação de
mente).
❑ Discípulo – o seguidor, aprendiz, imitador, praticante dos ensinos do mestre,
submisso.
❑ Crente – aquele que crê.

d. Mateus 9.9 (NVI)


“Saindo, Jesus viu um homem chamado Mateus,
sentado na coletoria, e disse-lhe: “Siga-me”.
Mateus levantou-se e o seguiu”.
❑ Mateus entregou-se completamente, deixando tudo que fazia e seguiu-O!

e. Mateus 7.21 (NVI)


“Nem todo aquele que me diz: ‘Senhor, Senhor’, entrará no Reino dos céus,
mas apenas aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus”.

❑ É necessário obedecer, fazer a vontade do Pai.


❑ Isso não significa que temos que ser perfeitos para seguir a Jesus, mas sim
devemos nos colocar totalmente sob o seu governo e obedecê-lo.
❑ Se alguém pretende ser salvo ou convertido sem se tornar um discípulo, não
encontrou tal pretensão nas Escrituras.

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3. Ser discípulo é ser seguidor, ser imitador pelo processo de adquirir a mesma
motivação interior, assumir o mesmo estilo de vida – Mateus 10.24; 1 Pedro 2.21; 1
João 2.6.

4. As cinco características de um discípulo

a. Amar a Jesus sobre todas as coisas – Lucas 14.26 (NVI) – “Se alguém vem a mim
e ama o seu pai, sua mãe, sua mulher, seus filhos, seus irmãos e irmãs, e até sua
própria vida mais do que a mim, não pode ser meu discípulo”.
Devemos amar a Jesus mais do que a todas as outras pessoas.

b. Renunciar a tudo quanto tem – Lucas 14.33 (NVI) – “Da mesma forma, qualquer
de vocês que não renunciar a tudo o que possui não pode ser meu discípulo”.
Como você tem usado o que você tem?

c. Obediência à Palavra de Deus – João 8.31 (NVI) – “Disse Jesus aos judeus que
haviam crido nele: “Se vocês permanecerem firmes na minha palavra,
verdadeiramente serão meus discípulos”.

Permanecer na palavra. Ouvir e obedecer. Não basta só acreditar ou achar bonitas


as coisas que Ele fala. O conhecimento e a prática da Palavra de Deus devem ser
evidentes na vida dos discípulos.

d. Amar como Ele amou – João 13.34, 35 – “Um novo mandamento lhes dou: Amem-
se uns aos outros. Como eu os amei, vocês devem amar-se uns aos outros. Com isso
todos saberão que vocês são meus discípulos, se vocês se amarem uns aos outros”.
Assim é que nós conhecemos os que são discípulos de Jesus.

❑ Se sou discípulo, eu amo.


❑ Se amo, sou discípulo.

e. Dar fruto que permanece – João 15.7, 8, 16 – “Se vocês permanecerem em mim, e
as minhas palavras permanecerem em vocês, pedirão o que quiserem, e lhes será
concedido. Meu Pai é glorificado pelo fato de vocês darem muito fruto; e assim serão
meus discípulos... Vocês não me escolheram, mas eu os escolhi para irem e darem
fruto, fruto que permaneça, a fim de que o Pai lhes conceda o que pedirem em meu
nome”.

O fruto é o resultado de estarmos na videira:


❑ O discípulo permanece em Jesus;
❑ A palavra permanece no discípulo;
❑ O discípulo dá fruto: multiplica a vida de Jesus;
❑ O fruto permanece.

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O Que é Discipulado

1. Definição de discipulado: “O discipulado é uma relação comprometida e pessoal onde


um discípulo mais maduro ajuda outros discípulos de Jesus Cristo a aproximarem-se mais
dEle e assim reproduzirem”4.

2. O Discipulado é Indispensável à Igreja

Veja no exemplo abaixo a diferença que o discipulado com multiplicação faz na igreja:

Discipulando uma
Ganhando uma pessoa
ANOS pessoa por ano, e este se
cada dia
reproduzindo

01 365 2

05 1.825 32

10 3.650 1.024

15 5.475 32.768

20 7.300 1.048.576

30 10.950 1.073.741.824

“Foi me dada toda autoridade no céu e na terra. Portanto, vão e façam discípulos de
todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-
os a obedecer a tudo o que eu lhes ordenei. E eu estarei sempre com vocês, até o fim dos
tempos” – Mateus 28.18b-20 (NVI).

Cinco razões pelas quais esta comissão de discipular merece ser chamada “grande” e
é indispensável à Igreja:
❑ 1º) É grande em sua autoridade. Não existe outro lugar onde Jesus se veste
com toda sua autoridade divina para nos passar alguma coisa.
❑ 2º) É grande em seu efeito multiplicador.
❑ 3º) É grande por sua extensão geográfica. Chega a todas as nações, todos os
ethnos. Os grupos mais difíceis de alcançar serão alcançados através de
relacionamentos comprometidos e pessoais. Não é uma comissão que se aplica
apenas a um certo grupo, tipo de pessoa ou lugar. É transcultural ao máximo.
❑ 4º) É grande por sua extensão à vida toda. Não existe aspecto algum de
nossas vidas que não deva ser colocado sob a autoridade de Jesus.
❑ 5º) É grande por sua extensão no tempo. É tão válido hoje com foi na igreja
primitiva do primeiro século.

4 Apostila “Curso de Discipulado” – Igreja de Deus no Brasil, Região Centro Oeste.

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3. Diferentes tipos de discipulado

a. Aconselhamento em Grupo – é aquele que é feito em um pequeno grupo de


convertidos, novos crentes, novos membros, líderes ou grupos pequenos.

b. Aconselhamento Pessoal – é a prática onde um discípulo mais maduro ajuda um


discípulo mais novo no processo de crescimento espiritual.

c. Estudo individual – é o processo de estudo bíblico, leituras de livros e literaturas


direcionadas e a oração de forma particular, mas com acompanhamento de um
discipulador.

Conclusão – nesta lição aprendemos:

1) Que discípulo é aquele que crê em tudo que Cristo disse e faz tudo que Cristo
manda.
2) Que discipulado é uma relação comprometida e pessoal onde um discípulo mais
maduro ajuda outros discípulos de Jesus Cristo a aproximarem-se mais dEle e
assim reproduzirem.
3) Que a prática do discipulado é indispensável ao crescimento equilibrado da Igreja.

Que Deus crie em nós o coração de um verdadeiro discípulo, um coração voltado para o
Senhor, liberto, disposto a obedecer, nos capacitando a viver a vida de Jesus e reproduzi-
la em todas as pessoas que estão a nossa volta.

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Lição 2 – Discipulado – Alvo e Responsabilidade5


“Jesus, aproximando-se, falou-lhes, dizendo: Toda a autoridade me foi dada
no céu e na terra. Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações,
batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo;
ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado.
E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século”.
Mateus 28:18-20 (ARA)

O que entendemos na ordem de Jesus aos seus discípulos em Mateus 28.19?

1) Que os discípulos de Jesus não nasceram discípulos; eles se tornaram discípulos.

2) Este texto também implica em quatro fases da missão da igreja:

1ª) Ide – ir aos perdidos apresentar-lhes o evangelho.

2ª) Fazer discípulos – discipular os novos convertidos.

3ª) Batizar – identificar os novos discípulos com a sua nova comunidade.

4ª) Ensinar – levar os novos e antigos discípulos a viverem esse processo


contínuo de discipulado.

I. O Alvo do Discipulado

O alvo do discipulado cristão é: conservar os resultados do trabalho evangelístico, levar


outros a se tornarem discípulos de Jesus Cristo, transformação de vida (mais do que
transferência de doutrinas) e é o exemplo dos princípios bíblicos vividos na prática. “Sede
meus imitadores, como também eu sou de Cristo” (1 Coríntios 11.1).

Paulo escreveu aos Efésios 5.1, 2: “Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos amados; e
andai em amor, como também Cristo nos amou e se entregou a si mesmo por nós, como
oferta e sacrifício a Deus, em aroma suave”. No relacionamento discípulo e discipulador,
ambos se edificam mutuamente.

O que fazer, então:

1. Integrar o novo crente à igreja local e levá-lo a comprometer-se com ela. Integrar
significa unir, apresentar, incorporar, adaptar, tornar participante.

2. Integrar o desviado que volta à igreja local, utilizando o mesmo processo do novo
crente.

5 Lição escrita pelo Pr. Walter de Almeida Júnior

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3. Levar o novo discípulo à maturidade espiritual, pelo crescimento interior e pela


santificação. “...meus filhos, por quem, de novo, sofro as dores de parto, até ser Cristo
formado em vós...” – Gálatas 4.19.

4. Levar o novo discípulo à frutificação espiritual, pelo cultivo da vida cheia do Espírito
Santo, pela comunhão crescente com Deus, pela conservação de um caráter íntegro e
pelo testemunho e serviço para Deus.

5. Levar o novo discípulo a ter uma vida cristã vitoriosa.

6. Levar o novo discípulo à prática da mordomia cristã. Ensinar que tudo que o crente
tem foi Deus quem lhe deu e ele é apenas um administrador. Isto inclui talentos
pessoais, bens, finanças, dons espirituais, tempo, enfim, tudo em sua vida. Tudo isto
deve ser usado no serviço do Senhor Jesus Cristo.

7. Levar o novo discípulo à pratica da ação social cristã, dentro e fora da igreja local,
começando com o seu próximo da mesma fé. “Por isso, enquanto tivermos
oportunidade, façamos o bem a todos, mas principalmente aos da família da fé” –
Gálatas 6.10.

8. Levar o novo discípulo a ter uma vida devocional equilibrada – oração, leitura da
Bíblia e testemunho (falar aos outros do que Deus fez em sua vida).

9. Levar o novo discípulo a descobrir qual a sua função no corpo de Cristo, a Igreja.

Sem o discipulado cristão, quase todo o esforço evangelístico da Igreja será em vão, pois
os recém-nascidos deixados ao abandono não crescerão e não se reproduzirão. Assim a
Igreja com o tempo se estagnará.

Textos Bíblicos Básicos sobre Discipulado Cristão

a. Deuteronômio 6.1-2, 6-7 – “Estes, pois, são os mandamentos, os estatutos e os juízos


que mandou o Senhor, teu Deus se te ensinassem, para que os cumprisses na terra a
que passas para a possuir; para que temas ao Senhor, teu Deus, e guardes todos os
seus estatutos e mandamentos que eu te ordeno, tu, e teu filho, e o filho de teu filho,
todos os dias da tua vida; e que teus dias sejam prolongados”. “Estas palavras que,
hoje, te ordeno estarão no teu coração; tu as inculcarás a teus filhos, e delas falarás
assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e ao deitar-te, e ao levantar-te”.
Repare que ao dar mandamentos e instruções aos Hebreus, a intenção dEle era
que esta instrução não ficasse somente com a primeira geração que a recebeu, mas
deveria ser repassada às gerações seguintes (tu, teu filho e o filho de teu filho).
Esta passagem nos demonstra igualmente a importância da instrução em família
de assuntos espirituais e morais – pais discipulando os seus filhos e netos.

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b. João 11.44 – “Saiu aquele que estivera morto, tendo os pés e as mãos ligados com
ataduras e o rosto envolto num lenço. Então, lhes ordenou Jesus: Desatai-o e deixai-
o ir”. Jesus não desenrolou as faixas que prendiam Lázaro após a ressurreição, ele
mandou que seus discípulos o fizessem. O que temos que fazer Ele não fará!

c. Atos 15.36 – “Alguns dias depois, disse Paulo a Barnabé: Voltemos, agora, para
visitar os irmãos por todas as cidades nas quais anunciamos a palavra do Senhor,
para ver como passam”. Paulo e Barnabé demonstraram um princípio importante
do discipulado que é a visitação para saber do estado dos irmãos.

d. Provérbios 27.23 – “Procura conhecer o estado das tuas ovelhas e cuida dos teus
rebanhos”. Deve-se saber como vai a vida dos discípulos.

e. 1 Coríntios 13.11 – “Quando eu era menino, falava como menino, sentia como
menino, pensava como menino; quando cheguei a ser homem, desisti das coisas
próprias de menino”. Os discípulos, um dia, deixarão de ser “meninos” espirituais.

f. Hebreus 5.12-14 – “Pois, com efeito, quando devíeis ser mestres, atendendo ao
tempo decorrido, tendes, novamente, necessidade de alguém que vos ensine, de novo,
quais são os princípios elementares dos oráculos de Deus; assim, vos tornastes como
necessitados de leite e não de alimento sólido. Ora, todo aquele que se alimenta de
leite é inexperiente na palavra da justiça, porque é criança. Mas o alimento sólido é
para os adultos, para aqueles que, pela prática, têm as suas faculdades exercitadas
para discernir não somente o bem, mas também o mal”. O discípulo precisa crescer
espiritualmente para não permanecer apenas no “leite espiritual”. A maturidade
cristã leva o discípulo a discernir tanto o bem (para aceitá-lo), como o mal (para
rejeitá-lo) porque tem alimentação espiritual sólida e exercita as suas faculdades;
isto é, pensa com uma mente transformada, tem comportamento e objetivos que
refletem uma cosmovisão (modo de enxergar o mundo) cristã e emoções e
relacionamentos restaurados pela graça de Deus.

g. João 15.1-16 – o discípulo e a frutificação que permanece. Que frutos são estes?

o Fruto do Espírito – Gálatas 5:22, 23 – “Mas o fruto do Espírito é: amor,


alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão,
domínio próprio. Contra estas coisas não há lei”.
o Frutos da luz – Efésios 5:9 – “porque o fruto da luz consiste em toda bondade,
e justiça, e verdade”.
o Frutos de boas obras – Colossenses 1:10 – “...a fim de viverdes de modo digno
do Senhor, para o seu inteiro agrado, frutificando em toda boa obra e
crescendo no pleno conhecimento de Deus”.
o Multiplicação – Mateus 13:23 – “Mas o que é semeado em boa terra é o que
ouve a palavra e a compreende; este frutifica e produz a cem, a sessenta e a
trinta por um”.

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h. Efésios 4.12-15 – “...com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho


do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo, até que todos cheguemos à
unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à
medida da estatura da plenitude de Cristo, para que não mais sejamos como
meninos, agitados de um lado para outro e levados ao redor por todo vento de
doutrina, pela artimanha dos homens, pela astúcia com que induzem ao erro. Mas,
seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo”.

Colossenses 1.28 – “...o qual nós anunciamos, advertindo a todo homem e ensinando
a todo homem em toda a sabedoria, a fim de que apresentemos todo homem perfeito
em Cristo”.

Filipenses 3.12-14 – “Não que eu o tenha já recebido ou tenha já obtido a perfeição;


mas prossigo para conquistar aquilo para o que também fui conquistado por Cristo
Jesus. Irmãos, quanto a mim, não julgo havê-lo alcançado; mas uma coisa faço:
esquecendo-me das coisas que para trás ficam e avançando para as que diante de
mim estão, prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em
Cristo Jesus”.

Crescimento em todos os sentidos é o alvo do discipulado!

II. Responsabilidade do Discipulador

1. É responsabilidade do discipulador confrontar o discipulando com a verdade de Deus:


“Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a
correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e
perfeitamente habilitado para toda boa obra” – 2 Timóteo 3.16, 17. O discípulo precisa
aprender com o discipulador:

a. A viver satisfeito – “Digo isto, não por causa da pobreza, porque aprendi a viver
contente em toda e qualquer situação” – Filipenses 4.11.

b. A ser manso – “Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e
humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma” – Mateus 11.29.

c. A ser humilde – “Humilhai-vos, portanto, sob a poderosa mão de Deus, para que ele,
em tempo oportuno, vos exalte”. – 1 Pedro 5.6 (veja também Mateus 11.29 e Tiago
4.10).

d. A ocupar-se com o que for útil – “Agora, quanto aos nossos, que aprendam também
a distinguir-se nas boas obras a favor dos necessitados, para não se tornarem
infrutíferos”. – Tito 3.14 (veja também Isaías 1.17).

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e. A obedecer ao Senhor – “Ensina-me a fazer a tua vontade, pois tu és o meu Deus;


guie-me o teu bom Espírito por terreno plano”. – Salmo 143.10 (veja também
Hebreus 5.8 e 1 Pedro 1.22).

f. A não ir além do que está escrito – “Estas coisas, irmãos, apliquei-as figuradamente
a mim mesmo e a Apolo, por vossa causa, para que por nosso exemplo aprendais isto:
não ultrapasseis o que está escrito; a fim de que ninguém se ensoberbeça a favor de
um em detrimento de outro”. – 1 Coríntios 4.6.

g. A ser reverente diante do Senhor – “E o terá consigo e nele lerá todos os dias da sua
vida, para que aprenda a temer o Senhor, seu Deus, a fim de guardar todas as
palavras desta lei e estes estatutos, para os cumprir” – Deuteronômio 17.19.

h. A Palavra de Deus – “As tuas mãos me fizeram e me afeiçoaram; ensina-me para que
aprenda os teus mandamentos”. – Salmo 119.73.

2. Todo crente é um discípulo e deve ser um discipulador. Pensando nisso, os irmãos que
possuem filhos podem usar o seu lar como oficina.

a. O lar é a oficina do caráter – é no lar que se tem a melhor oportunidade de trabalho


no caráter do indivíduo. O lar cristão é o melhor contexto para isso – 2 Timóteo
3.14, 15.

b. É responsabilidade dos pais trabalharem como instrumentos de Deus no sentido


da formação adequada do caráter de seus filhos, adiantando e facilitando assim
esse processo discipulador da igreja – Gênesis 22.1-19; Efésios 6.4.

Conclusão – nesta lição aprendemos:


1) Sobre Mateus 28.19 – as quatro fases da missão da Igreja.

2) Sobre o alvo do discipulado – integração e maturidade cristã.

3) Sobre a responsabilidade do discipulador, dos pais, e onde pode acontecer o


discipulado.

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Lição 3 – Discipulado – Trabalho de Deus no Homem6


“Dou graças a Deus por tudo que recordo de vós, fazendo sempre,
com alegria, súplicas por todos vós, em todas as minhas orações,
pela vossa cooperação no evangelho, desde o primeiro dia até agora.
Estou plenamente certo de que aquele que começou boa obra em vós
há de completá-la até ao Dia de Cristo Jesus.
Aliás, é justo que eu assim pense de todos vós,
porque vos trago no coração, seja nas minhas algemas,
seja na defesa e confirmação do evangelho,
pois todos sois participantes da graça comigo”.
Filipenses 1.3-7

Paulo afirma na carta aos Filipenses que Deus é quem começa a obra na vida dos
discípulos. Ele começa salvando os discípulos, tornando-os novas criaturas, mas o seu
Espírito continua aperfeiçoando seus discípulos. Nesse processo de Deus para
transformar incrédulos em discípulos de Jesus, a primeira coisa que ele realiza na vida da
pessoa é o novo nascimento.

Como identificar uma pessoa nascida de novo?

Somente através de evidências, que podem ser internas e externas.

I. Evidências Bíblicas da Nova Vida de um Discípulo de Jesus

Evidências internas:
1. O testemunho do Espírito Santo no íntimo da pessoa – “O próprio Espírito testifica
com o nosso espírito que somos filhos de Deus” – Romanos 8.16.
2. O testemunho da consciência da pessoa – “E nisto conheceremos que somos da
verdade, bem como, perante ele, tranquilizaremos o nosso coração; pois, se o nosso
coração nos acusar, certamente, Deus é maior do que o nosso coração e conhece
todas as coisas. Amados, se o coração não nos acusar, certamente, Deus é maior do
que o nosso coração e conhece todas as coisas” – 1 João 3.19-21.
3. O testemunho da Palavra de Deus para com a pessoa – “Estas coisas vos escrevi, a
fim de saberdes que tendes a vida eterna, a vós outros que credes em o nome do Filho
de Deus” – 1 João 5.13 (veja também Atos 16.31).
4. O testemunho da habitação interior do Espírito Santo – “Nisto conhecemos que
permanecemos nele, e ele, em nós: em que nos deu do seu Espírito” – 1 João 4.13 (ver
também Gálatas 4.6).

6 Lição escrita pelo Pr. Walter de Almeida Júnior

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5. O testemunho de uma mente renovada – “E não vos conformeis com este século,
mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual
seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus”. O verdadeiro discípulo não deixa
que a maneira de pensar da nossa sociedade, orientado por princípios humanistas,
molde-nos e determine nossa maneira de pensar. Como novas criaturas, devemos
permitir que o Espírito Santo transforme nossa maneira de pensar, nossos
sentimentos e nossa vontade para que estes passem a se alinhar com os de Jesus.

6. O testemunho da aversão ao pecado – “Todo aquele que é nascido de Deus não vive
na prática de pecado; pois o que permanece nele é a divina semente; ora, esse não
pode viver pecando, porque é nascido de Deus” – 1 João 3.9 – evidência interna e
externa.

7. O testemunho da nossa vitória sobre o pecado – “porque todo o que é nascido de


Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé” – 1 João 5.4 –
evidência interna e externa. Como discípulos de Jesus, não somos mais escravos
do pecado. Temos o poder de Deus para vivermos uma vida vitoriosa contra o
pecado – “Mas graças a Deus porque, outrora, escravos do pecado, contudo, viestes
a obedecer de coração à forma de doutrina a que fostes entregues... Agora, porém,
libertados do pecado, transformados em servos de Deus, tendes o vosso fruto para
a santificação e, por fim, a vida eterna”. Rom. 6.17 e 22.

Evidências externas:
1. O testemunho de mudança de vida da pessoa – “E, assim, se alguém está em Cristo,
é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas” – 2
Coríntios 5.17. Quando se torna discípulo de Jesus, o comportamento da pessoa
muda, seus interesses são outros, sua maneira de enxergar o mundo é diferente.

2. O testemunho dos frutos produzidos na vida da pessoa – “Produzi, pois, frutos


dignos de arrependimento” – Mateus 3.8. Arrependimento é uma meia-volta. Os
frutos do discípulo comprovam que ele/ela tomou um outro rumo em sua vida.

3. O testemunho da obediência à doutrina (ensino) bíblica – “Todo aquele que


ultrapassa a doutrina de Cristo e nela não permanece não tem Deus; o que
permanece na doutrina, esse tem tanto o Pai como o Filho” – 2 João v.9.

II. Discípulos de Jesus

“Então, disse Jesus a seus discípulos: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome
a sua cruz e siga-me” – Mateus 16.24. O que quis Jesus dizer por “siga-me”? Estamos de

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fato seguindo a Cristo? Vejamos os passos que Jesus deu, deixando-nos o exemplo para o
seguirmos e sabermos se estamos no caminho certo.

1. Jesus foi gerado pelo Espírito Santo – “Enquanto ponderava nestas coisas, eis que
lhe apareceu, em sonho, um anjo do Senhor, dizendo: José, filho de Davi, não temas
receber Maria, tua mulher, porque o que nela foi gerado é do Espírito Santo” –
Mateus 1.20 (veja também Lucas 1.35). O crente também deve ter nascido do
Espírito Santo (João 3.5; Tito 3.5 e Tiago 1.18).

2. Jesus foi batizado em águas – “Por esse tempo, dirigiu-se Jesus da Galileia para o
Jordão, a fim de que João o batizasse. Ele, porém, o dissuadia, dizendo: Eu é que
preciso ser batizado por ti, e tu vens a mim? Mas Jesus lhe respondeu: Deixa por
enquanto, porque, assim, nos convém cumprir toda a justiça. Então, ele o admitiu” –
Mateus 3.13-15. Um verdadeiro discípulo também deseja ser batizado – Atos 2.37-
39.

3. Jesus foi ungido e cheio do Espírito Santo “como Deus ungiu a Jesus de Nazaré com
o Espírito Santo e com poder...” – Atos 10.38a (veja também Lucas 4.18). Todo
discípulo tem o Espírito Santo (Rom. 8.9) e busca a intimidade com Ele para estar
cheio (ou pleno) d’Ele – “E não vos embriagueis com vinho, no qual há dissolução,
mas enchei-vos do Espírito...” – Ef. 5.18.

4. Jesus foi enviado e guiado (dirigido) pelo Espírito Santo – “Jesus, cheio do Espírito
Santo, voltou do Jordão e foi guiado pelo mesmo Espírito, no deserto” – Lucas 4.1
(veja também Lucas 4.18, 19 e Mateus 4.1). Os discípulos devem ter essa
experiência de direção por parte do Espírito de Deus – João 20.20-22; João 16.13;
Romanos 8.14 e Gálatas 5.18.

5. Jesus foi um homem que trabalhou muito na obra do Pai – “Mas ele lhes disse: Meu
Pai trabalha até agora, e eu trabalho também” – João 5.17 (veja também João 9.4 e
Isaías 53.11). O discípulo também deve ser constante na obra do Senhor –
“Portanto, meus amados irmãos, sede firmes, inabaláveis e sempre abundantes na
obra do Senhor, sabendo que, no Senhor, o vosso trabalho não é vão” – 1 Coríntios
15.58.

6. Jesus foi um homem de oração – “Tendo-se levantado alta madrugada, saiu, foi para
um lugar deserto e ali orava” – Marcos 1.35 (veja também Lucas 6.12; 5.16; 4.42;
9.18 e 3.21). O discípulo de Jesus deve ter também uma vida de oração – Atos 6.4;
Romanos 12.12; 1 Pedro 4.7 e 1 Tessalonicenses 5.17.

7. Jesus foi humilde de espírito – “Pois qual é maior: quem está à mesa ou quem serve?
Porventura, não é quem está à mesa? Pois, no meio de vós, eu sou como quem serve”

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– Lucas 22.27 (veja também João 13.14, 15). A humildade deve ser uma qualidade
do discípulo – Colossenses 3.12, 13 e 1 Pedro 5.5, 6.

8. Jesus foi um homem santificado (separado para Deus, vivendo longe do pecado) –
“E a favor deles eu me santifico a mim mesmo, para que eles também sejam
santificados na verdade” – João 17.19 (veja também 10.36). O discípulo deve
buscar a santificação – 1 Tessalonicenses 4.3, 7; 5.23; 2 Coríntios 7.1 e Hebreus
12.14.

9. Jesus foi um homem que conhecia e usava as Sagradas Escrituras – “Então, lhe
deram o livro do profeta Isaías, e, abrindo o livro, achou o lugar onde está escrito...”
– Lucas 4.17 (veja também Mateus 4.4, 7, 10). Um seguidor de Jesus deve amar, ler,
viver e ensinar a Bíblia – 1 Timóteo 4.13; Salmo 119.97, 105; Tiago 1.22-25 e 2
Timóteo 3.16.

10. Jesus foi um homem de sofrimento – “Porquanto para isto mesmo fostes chamados,
pois que também Cristo sofreu em vosso lugar, deixando-vos exemplo para seguirdes
os seus passos” – 1 Pedro 2.21 (veja também Hebreu 9.14; Isaías 53.3 e Lucas
14.27). O discípulo de Cristo também passa por dificuldades nesta vida – “Estas
coisas vos tenho dito para que tenhais paz em mim. No mundo, passais por aflições;
mas tende bom ânimo; eu venci o mundo – (veja também João 16.33; Romanos 8.18;
2 Tessalonicenses 1.4; 2 Timóteo 2.3; 4.5 e 1 Pedro 4.12, 13).

11. Jesus priorizou a sua missão acima de todas as outras coisas. Ele também espera
isto de seus discípulos – “Se alguém vem a mim e ama o seu pai, sua mãe, sua mulher,
seus filhos, seus irmãos e irmãs, e até sua própria vida mais do que a mim, não pode
ser meu discípulo. E aquele que não carrega sua cruz e não me segue não pode ser
meu discípulo.... Da mesma forma, qualquer de vocês que não renunciar a tudo o que
possui não pode ser meu discípulo” – Lucas 14.26, 27 e 33 (NVI). – Por três vezes
Jesus fala de situações em que não se pode ser seu discípulo: amor às pessoas mais
do que a Deus, aquele que não carrega sua cruz e aquele que não renuncia a tudo
quanto tem.

Conclusão: nesta lição estudamos sobre:

1) As evidências da nova vida de um discípulo de Jesus Cristo.

2) O exemplo de discípulo que Jesus deixou para seus seguidores.

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Lição 4

Requisitos para um discipulador

1. Ser salvo. O discipulador tem que ser ele mesmo discípulo de Jesus Cristo.

2. Bom testemunho. O discipulador tem que ser uma pessoa que esteja experimentando
transformação e crescimento em sua vida espiritual. Jamais será perfeito, mas precisa
ser um exemplo para a pessoa que ele está discipulando. Deve ter maturidade
espiritual.

3. Amor. O discipulador deve ter amor pelas pessoas e um desejo ardente de vê-las se
entregando a Cristo e seguindo-o.

4. Paciência. O novo convertido provavelmente sabe muito pouco sobre a Bíblia e a vida
cristã. Suas dúvidas e perguntas podem ser bastante básicas. Os amigos e os velhos
hábitos serão uma constante tentação. O discipulador precisa de muita paciência para
trabalhar com a maioria dos novos convertidos.

5. Compromisso, disposição e responsabilidade. O discipulador que assume o


compromisso de discipular um novo convertido precisa ter a responsabilidade e a
persistência de continuar o processo. Largar um novo convertido (um bebê em Cristo)
no meio do caminho pode ser muito prejudicial ao seu crescimento cristão,
ocasionando desistência ou troca de igreja por outra que ofereça melhor assistência.
Muitas vezes o discipulador precisará ir atrás do novo convertido se este começar a
ficar desanimado.

6. Humildade. O discipulador precisa reconhecer que não sabe tudo. Ele também está em
uma jornada espiritual aprendendo a cada dia. O discipulador também é um discípulo;
é um aluno mais experiente ensinando outro aluno menos experiente. O discipulador
não deve demonstrar atitude de superioridade ou arrogância espiritual.

7. Instrução. Precisa conhecer as verdades bíblicas que ensina, o funcionamento e as


práticas da igreja local e como ensinar alguém a evangelizar.

8. Confiança no poder do evangelho para transformar vidas. Veja exemplos bíblicos como:
Zaqueu, o endemoninhado gadareno, Saulo, etc..

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Os componentes do discipulado

A vida cristã é um processo através do qual se passa por transformações, experiências,


crescimento, treinamento, relacionamentos, provações, vitórias e derrotas – todos com o
intuito de moldar o cristão à semelhança de Jesus Cristo. A este processo chamamos de
santificação. Vejamos alguns dos componentes do discipulado.

1. Submissão a Cristo. O componente mais importante do discipulado é o compromisso


com Jesus. O novo convertido deve ter a consciência de uma entrega total; de que está
morrendo para si mesmo para aceitar o senhorio de Jesus Cristo sobre a sua vida.
“Então, convocando a multidão e juntamente os seus discípulos, disse-lhes: Se alguém
quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me. Quem quiser, pois,
salvar a sua vida perdê-la-á; e quem perder a vida por causa de mim e do evangelho
salvá-la-á” – Mc 8:34-35. Esta submissão inclui também uma imitação de Cristo; este
é o alvo. “Não que eu o tenha já recebido ou tenha já obtido a perfeição/ mas prossigo
para conquistar aquilo para o que também fui conquistado por Cristo Jesus. Irmãos,
quanto a mim, não julgo havê-lo alcançado; mas uma coisa faço: esquecendo-me das
coisas que para trás ficam e avançando para as que diante de mim estão, prossigo para
o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus” – Fp 3:12-14. Além
da submissão a Cristo, é necessário também uma submissão uns aos outros –
“sujeitando-vos uns aos outros no temor de cristo” – Ef 5:21. Submissão é aprender a
servir.

2. Transformação. A submissão a Cristo traz mudanças à vida da pessoa (2 Co 5:17 e Rm


12:1-2). Esta transformação deve ser um processo contínuo de aperfeiçoamento
espiritual (santificação). Essas mudanças são de:
➢ Atitude: “Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus” –
Fp 2:5-6.
➢ Cosmovisão (maneira de enxergar o mundo);
➢ Maneira de pensar – “Finalmente, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é
respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é
de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o
vosso pensamento” – Fp 4:8.
➢ Maneira de falar – “Por isso, deixando a mentira, fale cada um a verdade com o seu
próximo, porque somos membros uns dos outros.... Não saia da vossa boca nenhuma
palavra torpe, e sim unicamente a que for boa para edificação, conforme a
necessidade, e , assim, transmita graça aos que ouvem” – Ef 4:25 e 29.
➢ Maneira de agir, a ética (conjunto de valores quanto ao que é certo e errado):
“...quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se corrompe segundo
as concupiscências do engano, e vos renoveis no espírito do vosso entendimento, e
vos revistais do novo homem, criado segundo Deus, em justiça e retidão procedentes
da verdade” – Ef 4:22-24.

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➢ Maneira de vestir – “Da mesma sorte, que as mulheres, em traje decente, se ataviem
com modéstia e bom senso...” – 1 Tm 2:9.
➢ Desejos: “Fazei, pois, morrer a vossa natureza terrena: prostituição, impureza,
paixão lasciva, desejo maligno e a avareza, que é idolatria; por estas coisas é que
vem a ira de Deus sobre os filhos da desobediência” – Cl 3:5-6.
➢ Objetivos na vida;
➢ Mudança nas prioridades;
➢ Mudança no uso do dinheiro.

3. Experiências. A vida cristã é pontuada por diferentes experiências: conversão (através


do arrependimento e fé em Cristo), batismo, reprodução (levando outros à fé em
Cristo), oportunidades de serviço, provações, vitórias e derrotas. O novo convertido
precisa entender que a vida cristã não é sempre “um mar de rosas”. Há momentos de
provação e de dificuldades.

4. Treinamento. O novo convertido precisa aprender várias coisas:


➢ as verdades bíblicas básicas (doutrina),
➢ desenvolvimento do caráter cristão,
➢ como evangelizar,
➢ como ser um discipulador e
➢ desenvolvimento na área de liderança espiritual (com o tempo).

5. Relacionamentos. O novo convertido deve crescer no seu novo relacionamento com


Deus, no relacionamento com o discipulador, no relacionamento com outros irmãos
em um grupo pequeno (classe de EBD, grupo de jovens, união feminina, coral, estudo
bíblico e círculos de oração) e no relacionamento com os irmãos da igreja local (cultos,
eventos). Estes novos relacionamentos levam à comunhão com os agora irmãos em
Cristo e ao desenvolvimento de novas amizades.

6. Integração. O processo de discipulado deve ajudar o novo convertido a se integrar na


igreja local, tornando-se um membro participativo na vida da igreja. Isto inclui o
descobrimento dos seus dons e talentos e como colocá-los a serviço da igreja e do
próximo.

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Lição 5

Conteúdo dos estudos formais

Para facilitar o trabalho do discipulador e uniformizar o discipulado, é aconselhável que


a igreja adote um estudo formal, organizado em lições semanais. Estas lições devem
conter uma explicação simples acompanhada de textos bíblicos de sustentação. As lições
devem conter perguntas para as quais o discipulando pode achar as respostas nos textos
bíblicos da lição. O conteúdo e número destas lições podem variar.

Quais são os assuntos básicos que devem ser tratados neste curso? O que é essencial para
o estudo de um novo convertido? Cada igreja local terá que decidir o que é mais
apropriado para a sua situação.

Eu proponho que as lições incluam três áreas principais: doutrinas de base, disciplinas
espirituais e mordomia cristã. Os assuntos dentro destas áreas podem variar. Veja um
exemplo:

Doutrinas de base:
1. Plano da salvação e certeza da salvação;
2. A Trindade: Deus, Jesus Cristo e o Espírito Santo;
3. Pecado (separação do pecado, tentação) e o Senhorio de Cristo (santificação,
crescimento espiritual);
4. A Igreja: definição, funções;
5. As ordenanças: batismo, ceia e lavar dos pés;
6. Vivendo na plenitude do Espírito;
7. Coisas futuras: a morte, o céu, o inferno, o retorno de Cristo e o julgamento final.

Disciplinas espirituais:
1. A Bíblia, Palavra de Deus: leitura, meditação e memorização;
2. Oração e jejum;
3. Adoração: individual e com o corpo de Cristo. A nossa atitude para com estes
recursos é uma questão de discipulado;
4. Evangelismo.

Mordomia cristã:
1. Tudo pertence a Deus (dons, tempo, bens materiais), o crente é somente um
gerente. Prestará conta do que fizer com o que Deus lhe dá.
2. Emprego dos dons, talentos, tempo e bens materiais no Reino de Deus.
3. Sustento da obra de Deus (dízimos e contribuições):
a. Ofertamos a Deus (tudo que ofertamos é a Deus).
b. Ofertamos aos pobres (Mt 25:35-40; Rm 15:26 e Gl 2:10).
c. Ofertamos para o sustento da obra de Deus (1 Tm 5:17-18; 1 Co 9:13-14).

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Desenvolvimento do caráter cristão

O conteúdo dos estudos formais é a base do programa de discipulado de uma igreja. As


lições desenvolvidas são o mínimo do que se deve estudar com o novo convertido. No
entanto, o mínimo deixa de ajudar o novo convertido em muitas áreas. Uma destas áreas
é o desenvolvimento do caráter cristão.

Mesmo sem fazer parte das lições do programa, o discipulador deve procurar
oportunidades para ajudar o discipulando a entender que a nova vida em Cristo implica
em uma transformação e uma reprogramação do caráter. Conversas informais ou
acontecimentos recentes na vida do discipulando podem dar oportunidade para mostrar
o que a Bíblia ensina sobre o caráter que o crente deve desenvolver. O discipulador deve
ser preparado para identificar estas áreas e saber onde a Bíblia fala sobre cada um deles.

Áreas que devem chamar a atenção incluem: desonestidade, mentira, egoísmo, orgulho,
ganância, demonstrações de ira, ciúmes, medo, ansiedade, vícios, impureza sexual
(pornografia, sexo antes do casamento, adultério, homossexualidade, etc.), palavrões e
problemas nos relacionamentos (conjugal, familiar e no trabalho), entre outros. Em
resumo, são obras da carne (Gl 5:19-21).

Dependendo dos traços de caráter que precisam de atenção mais urgente, o discipulador
pode usar trechos como:
➢ Gálatas 5:22-25 que fala do fruto do Espírito;
➢ 1 Coríntios 13:4-7 que fala do amor;
➢ Provérbios 12:25, Mateus 6:25-34 e Filipenses 4:6-7 que falam da ansiedade;
➢ 1 João 4:18 que fala do medo;
➢ 1 Coríntios 6:12 que fala em não se deixar dominar por nenhum vício;
➢ 1 Coríntios 6:15-20 que fala que se deve fugir da impureza sexual;
➢ Filipenses 4:8 que fala daquilo que deve ocupar a mente cristã.

Não devemos perder de vista que o objetivo do discipulado é ajudar o discipulando a


experimentar a transformação de vida que o Espírito deseja fazer.

Significado e decorrências da salvação

É útil revisarmos alguns aspectos da salvação e as suas decorrências para entendermos


as suas implicações para o discipulado.

1. Arrependimento e fé. Estas são as condições para a salvação. Arrependimento implica


em contrição e fazer meia volta. A fé é colocarmos a nossa confiança em Jesus Cristo
como nosso Salvador e confiar a ele a nossa vida para que ele seja também nosso

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Senhor. Por causa da morte de Cristo e do arrependimento e fé do pecador, obtém-se


o perdão de pecados.

2. Regeneração. É a obra do Espírito Santo mudando o interior do convertido (sua


disposição, desejos, pensamentos, prioridades, etc.), fazendo dele uma nova criação
(criatura), trazendo-o das trevas para a luz, da morte para a vida.

3. Justificação. A morte de Cristo na cruz pagou o preço dos pecados da humanidade.


Basta arrependimento e fé para que este perdão seja aplicado ao pecador. Por causa
de Cristo, o homem arrependido e regenerado é considerado justo diante de Deus –
não tem mais pendências com ele.

4. União com Cristo. O convertido passa a fazer parte do corpo de Cristo. Está em Cristo
e Cristo está nele.

5. Adoção. Deus Pai adota o convertido como filho e agora há um relacionamento íntimo
entre Pai e filho.

Quais são as decorrências destes fatos da salvação e as suas implicações para o


discipulado?

➢ O arrependimento e a regeneração fazem com que, após a conversão, o crente não


tenha mais a mesma vida de antes. Fez um compromisso de mudança ao se
arrepender e a regeneração faz com que não seja mais escravo do pecado. Não é
mais obrigado a viver no pecado. Tem a liberdade de viver uma vida santa. Está
liberto da necessidade de viver no pecado. O Espírito Santo de Deus o capacita a
abandonar os vícios e o pecado da vida antiga. A regeneração do coração traz
mudança em seus desejos. O novo convertido deve apresentar estas evidências.
Alguns vícios não são vencidos imediatamente, mas precisa haver esta consciência
de mudança.

➢ A fé proporciona a salvação. Pode-se ter confiança e certeza da salvação por crer-


se em Jesus Cristo.

➢ Não é preciso mais viver sob o peso da culpa e da consciência pesada. O crente é
perdoado por Deus. É justificado. Tem que aprender a se perdoar também.

➢ O convertido não está mais sozinho. Está em união com Cristo. Jesus está sempre
ao seu lado. Ele viveu como ser humano e conhece todas as circunstâncias e os
sentimentos de cada um. Ele intercede diante do Pai pelos que são seus. O Espírito
Santo de Deus habita no crente dando-lhe proteção, direção e força.

➢ A adoção torna o crente parte da família de Deus. Não está sozinho. Tem um
relacionamento com o Deus do universo.

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Lição 6

Como evangelizar

Evangelismo é dever de cada crente. Todo convertido tem a responsabilidade de espalhar


as boas novas do evangelho e dar a razão da sua fé quando for questionado (1 Pedro 3:15).

A que momento na vida cristã o crente deve começar a evangelizar? Imediatamente após
a conversão! O novo convertido geralmente passa por um período de euforia com a nova
vida em Cristo. É muito importante que o discipulando aproveite esta euforia para dar os
primeiros passos no evangelismo.

Muitos podem argumentar que o novo convertido ainda não conhece a Bíblia e não tem
base para evangelizar. Não é necessário conhecer a Bíblia profundamente para
evangelizar. O discipulando deve começar dando testemunho aos outros do que Deus fez
na sua vida – da sua nova vida em Cristo. No Evangelho segundo João, temos o exemplo
de André, discípulo de João Batista. João, ao ver Jesus, falou para André: “Eis o Cordeiro
de Deus”! (Jo 1:36). André seguiu Jesus e conversou com ele. Imediatamente após este
primeiro encontro, André saiu, chamou seu irmão, Simão Pedro, e o levou a Jesus (v. 41-
42). No dia seguinte, Jesus chamou Filipe para segui-lo (v. 43). Filipe aceitou e saiu para
chamar seu amigo Natanael (v. 45). Nenhum destes três discípulos havia ainda recebido
um treinamento de Jesus, mas saíram e chamaram seus parentes e amigos para o
seguirem. Quanto antes o discípulo começar a evangelizar, mais a evangelização fará
parte da sua nova vida.

Mas além de usar o seu testemunho pessoal, o discipulando precisa aprender alguns
pontos básicos do plano da salvação para passar aos outros. Nada muito complicado.
Segue um mínimo de conhecimento para levar outra pessoa a Cristo:
1. Todos pecaram e vivem separados da comunhão com Deus – Rm 3:23;
2. O resultado do pecado é a morte espiritual – Rm 6:23a;
3. Mas Deus ama a humanidade e providenciou o perdão dos pecados e a vida eterna
através de seu Filho Jesus Cristo – Rm 6:23b;
4. É necessário arrependimento e confissão dos pecados para obter perdão – 1 Jo
1:9;
5. Quando aceita Jesus pela fé, o crente passa a ter vida eterna – Jo 3:16 e 36.

Se for possível, leve o discipulando para ver como se evangeliza outra pessoa. É
oportuno fazer uma visita evangelística com o discipulando para alguém que ele gostaria
de ver entregar-se a Cristo.

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Preparação para o batismo

Quais são os requisitos bíblicos para o batismo?


O único requisito bíblico para o batismo é crer (At 8:36b-38). Ter fé em Jesus Cristo como
salvador é tudo o que se precisa para ser batizado. No livro de Atos vemos que era comum
batizar um novo convertido no mesmo dia em que cria em Cristo.

Por que demoramos então vários meses para batizar alguém e ainda exigimos que façam
curso de preparação para o batismo?

As razões são mais por questões práticas:


1. ter certeza de que a pessoa entendeu o que está fazendo e que não foi
simplesmente um momento de emoção;
2. não correr o risco de batizar uma pessoa não convertida e com isso dar a ela uma
falsa impressão de que está salva, e
3. ajudar a pessoa a entender que a conversão é apenas o começo da vida cristã.

Cada igreja local tem sua maneira de se organizar para preparar o candidato ao batismo.
Algumas igrejas planejam o discipulado para culminar no batismo. Outras oferecem um
curso de discipulado para o novo convertido e outro curso separado para a preparação
ao batismo. O importante é batizar os que conhecem o Senhor Jesus Cristo como Salvador
e Senhor de suas vidas e que conheçam suas responsabilidades como membro da Igreja
de Cristo.

Recomendação para pessoas batizadas que chegam à igreja oriundas de outras igrejas
evangélicas das quais: 1- não se conhece a doutrina, 2 – sabe-se que a doutrina não é
ortodoxa ou, 3- não se faz nenhum discipulado ou preparação para o batismo; é
recomendável pedir a estas pessoas que passem pelo curso de preparação de batismo (ou
discipulado) para se ter uma ideia se realmente se converteram quando anteriormente
batizadas. Se, após o curso, demonstrarem que de fato eram convertidas ao serem
batizadas, então poderão ser aceitas como membros da igreja. Se demonstrarem que não
tinham conhecimento da salvação anteriormente ao batismo, é recomendável batizá-las
novamente, pois o batismo só é válido para aquele que crê.

Programa de discipulado

Como mencionei na introdução, creio ser uma lástima uma igreja local ser conivente com
a falta de desenvolvimento espiritual de cristãos passivos, sem compromisso com Deus
ou com a igreja e vivendo na sociedade sem demonstrar transformação de vida. Como
comunidade temos a responsabilidade de zelar pela vida espiritual uns dos outros e
cumprir com a função da igreja de ensinar os seus membros. Para tanto é necessário

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começar os ensinos bem cedo na vida espiritual do cristão – desde o seu nascimento
espiritual.

Seria inconcebível permitirmos que as mulheres da nossa sociedade dessem à luz aos
bebês sem oferecermos nenhuma assistência. Da mesma forma, é inconcebível que a
igreja pregue o evangelho, observe o novo nascimento de almas e não dê nenhuma
assistência a esses bebês espirituais. A igreja tem o dever de dar assistência aos novos
convertidos e para isso precisa se programar. Toda igreja precisa de um programa de
discipulado. Quanto mais estruturado for o programa, maior será o índice de integração
na igreja. Igrejas sem discipulado estruturado apresentam um índice baixo de integração
de novos convertidos na igreja.

O discipulado não é responsabilidade única e exclusiva do pastor. Este ministério pode (e


deve) ser conduzido por outros membros da igreja.

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Lição 7 – Integração do novo convertido

Não basta o novo convertido ser discipulado corretamente na doutrina e na prática de


uma vida de santidade e piedade. O novo convertido é integrado ao Corpo místico e
invisível de Cristo no momento da sua conversão (ato realizado por Deus); mas, precisa
também ser integrado à vida visível da igreja (ato humano). Marli Doreto em seu livro,
Manual de Integração do Novo Convertido7, relaciona seis tipos de integração que
precisam ocorrer para que ela seja total.

Integração espiritual – Quando alguém experimenta o novo nascimento, passa da morte


espiritual para a vida eterna. Nesta nova vida em Cristo, precisa de orientação e
integração à vida da igreja. Muitos conceitos são novos e muitas dúvidas surgirão. Se o
novo convertido for corretamente integrado, poderá ter suas dúvidas sanadas e com o
encorajamento dos irmãos crescerá espiritualmente, podendo depois, por si mesmo, se
alimentar espiritualmente e ajudar outros a crescerem. Se não tiver a ajuda dos irmãos,
corre o sério risco de passar fome espiritual e desenvolver um raquitismo espiritual
crônico que o manterá espiritualmente fraco e dependente da igreja. O pior é que esta
situação, quando endêmica (muito comum), é vista como “normal”. O novo convertido
deve conhecer as oportunidades que a igreja oferece para ajudar neste crescimento:
Escola Bíblica Dominical, culto de estudo bíblico, culto de oração, grupos pequenos nos
lares, etc.

Integração eclesiástica – Além da integração espiritual, o novo convertido precisa de uma


orientação quanto ao funcionamento da igreja como organização. Quais são os dias e
horários de culto? Quais são os diferentes ministérios da igreja? Quais são os critérios
para ser batizado? Como tornar-se membro da igreja? Como o novo convertido pode
começar a participar ativamente? Como funciona a questão de dízimos e ofertas? Existem
muitas questões no funcionamento prático da igreja que são desconhecidas do novo
convertido.

Integração doutrinária – A igreja deve oferecer ao novo convertido um estudo sistemático


sobre doutrina bíblica segundo o entendimento da igreja. Este estudo deve ir além das
doutrinas básicas da fé cristã que se aprende durante o discipulado. O novo convertido
terá questões relacionadas à ética cristã (exemplos: a posição da Bíblia quanto à
homossexualidade, às baladas e aos vícios), às seitas (Testemunhas de Jeová, mórmons,
adventistas), às práticas de outras igrejas evangélicas (batismo no Espírito Santo, dons
espirituais, prosperidade, etc.). Um estudo doutrinário dará oportunidade à liderança da
igreja para explicar a posição da igreja face a estas questões e integrar o novo membro na
linha doutrinária da mesma. Esta integração é especialmente necessária quando se tiver

7
DORETO, Marli. Manual de Integração do Novo Convertido. (Rio de Janeiro: Casa
Publicadora das Assembléias de Deus, 2007), p. 20-28.

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a transferência de membros vindos de outras igrejas evangélicas com práticas (usos e


costumes) e doutrinas (ensino) bastante diferentes das vigentes na igreja. A falta desta
integração poderá trazer para dentro da igreja doutrinas alheias aprendidas através de
DVDs, programas de rádio e televisão, livros e pregações assistidas em outras igrejas. Isto
pode gerar confusão doutrinária e divisão na igreja.

Integração social – Como foi comentado anteriormente, a comunhão é um dos principais


propósitos da igreja, funcionando como Corpo de Cristo. Há um corpo com vários
membros. Os membros têm formas e funções diferentes. O corpo precisa de todos os seus
membros em funcionamento perfeito para ser um corpo sadio. A igreja precisa de todos
os seus membros interligados (interdependentes) e funcionando de forma coordenada
para ser uma igreja sadia. O novo convertido precisa dos relacionamentos (da comunhão)
com os irmãos e a igreja precisa daquilo que o novo convertido tem a oferecer.

Para se fazer a integração social é necessário que o novo convertido possa desenvolver
novas amizades entre os irmãos na fé formando uma rede de relacionamentos. Estas
novas amizades tomarão o lugar das antigas amizades que não eram sadias. O apoio, a
camaradagem e o calor humano farão com que o novo convertido tenha uma nova família
e isto solidificará a sua permanência na igreja. A igreja precisa tomar cuidado com as
panelinhas fechadas que tornam difícil a integração dos novos convertidos. A tarefa de
integração social não é só de uma pessoa ou de um ministério, mas de toda a igreja.

Integração emocional – Além das provações emocionais normais que todos enfrentamos
na vida, o novo convertido irá vivenciar emoções fortes com as quais às vezes não está
preparado para lidar. O novo nascimento em si traz, frequentemente, emoções fortes de
alegria, tristeza pelo pecado, culpa e alívio. Logo após a conversão, sua decisão pode gerar
espanto e até revolta nos familiares e colegas, trazendo um sentimento de rejeição,
solidão e dúvida. Satanás redobrará seus ataques para desanimar o novo convertido em
sua nova vida com Cristo. Com quem irá ele compartilhar estas necessidades emocionais?
Quem irá ajudá-lo a entender o que está acontecendo? Quem irá orar e caminhar com ele
durante os momentos de necessidade espiritual? Quem irá dar o suporte espiritual e
emocional ao que está tentando superar algum vício? Obviamente, esta é uma obrigação
de toda a igreja. Havendo uma integração social, isto facilitará também a integração
emocional do novo convertido no Corpo de Cristo.

Integração cultural – Cultura é a maneira de ser de um povo ou de uma comunidade. Inclui


o que um povo tem de comum em áreas como: a linguagem, usos e costumes, a história
coletiva e a maneira de pensar. Quando alguém começa a frequentar a igreja evangélica
ele se depara com uma cultura completamente diferente daquela a que está acostumado.
Os cristãos carregam um livro (a Bíblia) para os cultos, quando falam usam palavras
diferentes (amém, glória, aleluia, etc.), fecham os olhos na hora de orar, levantam as mãos
na hora de cantar ou orar, o palestrante às vezes fala aos berros, as pessoas se vestem de
maneira diferente (mulheres com roupas mais modestas, alguns homens com terno e
gravata no calor) e não se ouve palavrões ao conversarem. É uma cultura muito diferente.

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O novo convertido se sente constrangido e meio perdido. Não sabe o que fazer (e não
fazer) e nem quando. A integração cultural precisa reconhecer estes desafios, ter
sensibilidade e paciência durante o período de integração cultural, explicando o porquê
destes diferentes costumes.

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Lição 8 – Como desenvolver relacionamentos


(discipulador com discipulando)

Na maioria das vezes o discipulador não conhece o discipulando. Isto significa que os dois
terão que desenvolver um relacionamento. Algumas pessoas têm facilidade para fazer
amizade com desconhecidos. Outros já relutam. Todos nós temos personalidades
diferentes.

Jesus demonstrou que ficava à vontade com as pessoas. Em Jo 1:37-39, ele convidou duas
pessoas (João e André) que acabara de encontrar para visitarem sua casa. Estes dois se
tornaram seus discípulos e, mais tarde, seus discipuladores. Em outra ocasião, Nicodemos
foi procurá-lo em casa. Jesus também foi convidado à casa de outros para visitá-los e
tomar refeições. Ele mantinha também uma relação de amizade com uma família de três
irmãos em Betânia: Lázaro, Maria e Marta.

Gostaríamos de fazer algumas sugestões para facilitar o processo de desenvolvimento de


um relacionamento de amizade.

1. Prepare-se para correr riscos. Todo novo relacionamento é arriscado. Podemos não
ser compreendidos ou aceitos. Mas este é um risco que devemos estar dispostos a
tomar por amor a Jesus Cristo.

2. Preste atenção na outra pessoa e não em você mesmo. Aprenda o nome do


discipulando e os das pessoas de sua família. Ouça o que ele tem a dizer. Não fique
falando de si mesmo, mas procure falar mais da outra pessoa. É uma maneira de
conhecê-la mais rapidamente.

3. Não pretenda ser o que você não é. Se você não é atleta, não aja como se fosse. Se
você não é muito engraçado, não tente contar piadas. Aja naturalmente.

4. Não seja curioso demais. Se notar que o discipulando não gosta de falar sobre
certas áreas de sua vida, não fique pressionando ou fazendo muitas perguntas.
Seja paciente. Talvez, quando a amizade se aprofundar, ele se sentirá mais à
vontade para se abrir.

5. Seja discreto. Durante as suas conversas você certamente ficará sabendo de alguns
problemas e assuntos pessoais. Seja discreto. Guarde estes detalhes em
confidência. Você não precisa contar para outras pessoas. Isso destruirá a
confiança do seu discipulando.

6. Deixe o discipulando discordar de você. Quando ele tiver uma opinião diferente
sobre o que você está ensinando, deixe-o se expressar e depois pergunte onde é

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que isso se encontra na Bíblia. Isto tira a discussão do plano das opiniões das
pessoas e coloca a autoridade na Palavra de Deus. É a Palavra de Deus que decide
o que é certo e o que é errado. Não discuta com o discipulando. É mais importante
ganhar a confiança dele do que ganhar a discussão. Uma vez que você fez a sua
colocação, mesmo que ele não concorde, você pode pedir para que ele pense nisso.

7. Procure maneiras para demonstrar amor cristão de formas práticas. É muito


importante darmos o exemplo de amor fraternal. Procure maneiras práticas para
demonstrá-lo. Por exemplo, prontifique-se para ajudá-lo em alguma tarefa:
levantar um muro, consertar o carro, fazer uma cortina para uma das janelas, olhar
os filhos enquanto saem, etc.

Possíveis problemas encontrados durante o discipulado

Seríamos omissos se deixássemos de mencionar que nem sempre o processo de


discipulado dá certo. Às vezes, o discipulando desiste, por vários motivos. Isso não deve
nos desanimar ou nos fazer desistir. É normal que nem todos os que buscam inicialmente
seguir a Jesus se tornam verdadeiros discípulos dele. Isto aconteceu muito durante o
ministério de Jesus e continuará a acontecer até a sua volta. Mas, algumas vezes, se
conhecermos algumas das causas mais comuns, podemos tentar evitar a desistência.
Vamos ver algumas destas causas:

1. Alguns se decepcionam; não é o que pensavam que seria. Algumas pessoas vêm a
Cristo com motivação errada. Não estão dispostos a se arrepender e tornarem-se
discípulos de Jesus. A motivação pode ser simplesmente uma cura física, uma
busca por bens materiais, uma ajuda para sair de uma situação difícil, etc. Outros,
podem ser motivados por emoções. Uma vez que as emoções passam, não há
compromisso.

2. Outros não estão dispostos a pagar o preço do discipulado. Não querem deixar os
prazeres carnais, humilhar o seu ego ou escolher a vontade de Deus.

3. Existem os que não têm tempo para Deus e para as coisas espirituais. Estão sempre
correndo atrás disto e daquilo e não disponibilizam tempo para Deus. Com estas
pessoas é comum não se conseguir um horário em que estejam dispostas a
sentarem-se semanalmente para fazer o discipulado. Aparecem raramente aos
cultos e depois desaparecem.

4. Outros sofrem forte pressão da família ou dos amigos. São proibidos de ir à igreja
ou de se encontrar com os cristãos. Às vezes, a pressão é tão forte que o novo
convertido acaba cedendo.

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5. Alguns lutam com vícios (bebida alcoólica, cigarro, pornografia, jogo, vícios
sexuais). Os vícios podem ser públicos ou ocultos. Muitas vezes, o novo convertido
luta sem sucesso para deixar o vício. Este fracasso traz um grande sentimento de
culpa que piora quando ele vai à igreja ou conversa com alguém de lá. Isso pode
levá-lo a desistir.

Quando temos consciência de que a pessoa está lutando com um vício, precisamos
dar muito apoio e não sermos críticos. Primeiramente, esta pessoa precisa saber
que sozinho não vai conseguir vencer. Ela precisa aprender a depender de Deus.
Só ele, com sua força e misericórdia, pode libertá-la. Em segundo lugar, precisamos
apoiá-la nos momentos de fracasso. Todos nós estamos sujeitos a cair, mas não
podemos ficar no chão. Precisamos pedir perdão a Deus e nos levantar e andar
novamente (1 Jo 2:1-2). Uma criança que está aprendendo a andar leva muitos
tombos; faz parte do processo. Mas a criança não pode parar de tentar. Um dia vai
superar os tombos frequentes. O mesmo também ocorre ao aprendermos a andar
na nova vida espiritual.

Nestes casos, o discipulador precisa manter um contato mais frequente com o


discipulando, talvez até diário em alguns casos. Às vezes é necessário que dois
discipuladores se revezem para dar a assistência necessária. O líder do ministério
e o pastor também podem intervir.

6. Existem algumas pessoas que começam bem a vida cristã, mas, após certo tempo,
o inimigo ataca com tentações relacionadas à sua vida antiga e elas não conseguem
resistir. Voltam para o mundo.

Jesus procurou preparar os seus discípulos para enfrentar o fato de que nem todos os que
recebem a Palavra se tornam discípulos que dão fruto. Para ilustrar, Jesus contou a
parábola do semeador (Mt 13:3-23; Mc 4:3-20 e Lc 8:5-15). O semeador semeava a
semente (a Palavra de Deus). Parte da semente caiu à beira do caminho onde o solo era
batido. Estas, os pássaros comeram. Representam os que ouvem a Palavra mas não dá
tempo de penetrar no coração, pois o “maligno” vem e apaga da mente o que foi dito.

Parte da semente caiu em um segundo tipo de solo, o rochoso. Ali ela brota, mas como o
solo é superficial, não cria raiz. Quando sai o sol, a planta não resiste. A planta que brotou
neste solo representa o que ouve a Palavra, recebe-a com alegria, mas, como não tem
raízes, não resiste à angústia e à perseguição.

A semente também caiu em um terceiro tipo de solo – entre os espinhos. A planta que
brotou, logo foi sufocada pelos espinhos. Esta planta representa os que recebem a
Palavra, mas os cuidados do mundo e a fascinação da riqueza sufoca a Palavra.

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Por fim, a semente também caiu em terra fértil. As plantas brotaram, cresceram e
frutificaram – se multiplicando. Estas plantas representam os que recebem a Palavra com
um coração bem preparado, crescem espiritualmente e se multiplicam.

Moral da história: nem todas as plantas sobrevivem. Mas nós continuamos a trabalhar
preparando o solo para que algumas sementes caiam em terra fértil, brotem, cresçam e
frutifiquem!

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