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FACULDADE DE TECNOLOGIA DE TERESINA-CET

CURSO: BACHAREL EM FARMÁCIA

DISCIPLINA: PARASITOLOGIA CLÍNICA

PROFESSOR (A): KELLY VIEIRA

RESUMO, TÉCNICAS DE DIAGNÓSTICO

ALUNOS:ANTONIO DENILSON
CLÉSIA PEREIRA FERNANDES

Teresina
2021
As doenças infecto-parasitárias configuram importante problema de saúde pública e
estão entre as principais causas de morte em todo mundo, segundo a Organização Mundial de
Saúde, por isso a Parasitologia Clínica é de fundamental importância no diagnóstico final dessas
doenças (SILVA, 2009).

O exame parasitológico de fezes (EPF) é uma técnica laboratorial que visa identificar a
presença de parasitos intestinais nas amostras de fezes coletadas. Os métodos e técnicas
utilizados nos laboratórios são importantes para o diagnóstico das doenças parasitárias e para o
estabelecimento dos critérios de cura dos pacientes, além de ser um indicativo para o
acompanhamento da situação epidemiológica ou para a avaliação da eficiência das medidas de
controle das endemias. Esses exames visam revelar a presença de protozoários (trofozoítos e
cistos) ou de helmintos (ovos e larvas), que habitualmente são encontrados parasitando o
sistema digestório do ser humano (REY, 2016).

Dos agentes etiológicos mais comuns, os protozoários intestinais de maior importância


médica são a Entamoeba histolytica, Giardia lamblia e Cryptosporidum hominis. Já os
cestódeos mais comuns são as Taenia solium e T. saginata. Em relação aos trematódeos, tem-se
o Shistosoma mansoni. Por fim, em relação aos nematódeos, aqueles com maior importância
médica são Enterobius vermicularis, Ascaris lumbricoides, Ancylostoma duodenale e Necator
americanus (LEVINSON, 2016).

Na rotina laboratorial, o diagnóstico das parasitoses intestinais ocorre, principalmente,


mediante a utilização de técnicas parasitológicas em amostras fecais, pois apresentam custo
baixo e procedimento técnico simples. A literatura disponibiliza várias técnicas com
fundamentos diferentes, como as técnicas de sedimentação e flutuação, que permitem
concentrar ovos, cistos, oocistos e larvas de diversas espécies de parasitos intestinais em uma
amostra fecal (p. ex. ovos de Ascaris lumbricoides e Trichuris trichiura, cistos de Giardia
duodenalis, Endolimax nana  e Entamoeba coli), viabilizando determinar sua presença e sua
identificação (A CARLI, 2007).

No EPF exame parasitologicode fezes as amostras devem ser correta e completamente


identificadas com: o nome do paciente; idade, número de identificação do laboratório; hora da
colheita e hora da chegada da amostra ao laboratório, é importante verificar se o paciente as
entendeu, pois é na coleta adequada que se inicia a qualidade do exame parasitológico (SILVA,
2009).

Fezes líquidas devem ser examinadas dentro de 30 minutos; semi-sólidas dentro de 1


hora e formadas dentro de 24 horas. Se o exame for realizado depois de 24 horas a amostra deve
ser mantida em conservadores tais como: formol a 10%, álcool polivinílico (PVA); o MIF
conservador muito difundido composto de mertiolato ou mercurocromo, iodo e formol e o SAF
que é um fixador usado para conservar cistos e trofozoítos. A proporção utilizada é de três
partes de qualquer um dos conservadores para uma parte de fezes. Essa mistura deve ser bem
homogeneizada. O formol e o MIF preservam ovos, cistos e trofozoitos para exames a fresco;
PVA e o SAF preservam trofozoitos para coloração permanente (SILVA, 2009).

Uma etapa inicial e geralmente esquecida do exame parasitológico é a macroscopia das


fezes. Essa etapa pode e deve ser realizada pelo médico, se esse tiver a oportunidade de
examinar as fezes ao atender o paciente. Além de descrever consistência, odor, cor e
quantidade, formas adultas dos parasitas podem ser visíveis a olho nu: além do Ascaris sp., que
pode medir até 40 cm de comprimento, é muito frequente a observação de Enterobius sp.,
medindo em torno de 1 cm de comprimento e com uma das extremidades extremamente afilada.
O Trichuris sp. também pode ser observado e reconhecido por medir em torno de 4 cm e por
apresentar uma porção mais larga e dois terços restantes do corpo bem finos (CHIEFFI,2001).

O exame de fezes pode ser quantitativo ou qualitativo. Os métodos quantitativos são


aqueles nos quais se faz contagem de ovos para avaliação da carga parasitária. O mais
conhecido é o de Stoll, mas, o mais empregado atualmente é o de Kato-Katz. Os métodos
qualitativos são os mais utilizados para a demonstração da presença das formas parasitárias.
Freqüentemente o número das formas parasitárias é pequeno, assim é necessário recorrer a
processos de enriquecimento dessas formas para concentrá-las (NEVES, 2000).

Os principais métodos de enriquecimento ou de concentração utilizados são:


Sedimentação espontânea: método de Hoffmann, Pons e Janer ou método de Lutz. Este método
permite o encontro de ovos e larvas de helmintos, cistos e oocistos de protozoários;
Sedimentação por centrifugação: Método de Blagg, conhecido por MIFC; Método de Ritchie, e
o Coprotest. Usados para a pesquisa de cistos de protozoários e de ovos e larvas de helmintos.
Flutuação: Método de Willis. Indicado para pesquisa de ovos leves (ancilostomídeos).
Centrífugo-flutuação: Método de Faust. Utilizado para pesquisa de cistos e oocistos de
protozoários e de ovos leves. Concentração de larvas de helmintos: Método de Baermann-
Moraes e o método de Rugai usados para pesquisa de larvas de Strongyloides stercoralis
(REY,2016).

As fezes enviadas ao laboratório clínico devem ser submetidas a um desses métodos


citados. Como não existe um método muito sensível capaz de diagnosticar, ao mesmo tempo,
todas as formas parasitárias o que se faz de rotina é o emprego de um método geral como o de
Lutz ou de Hoffmann, Pons e Janer (de fácil execução e pouco dispendioso), um específico para
cistos de protozoários e um para a pesquisa de larvas de helmintos (CHIEFFI; AMATO, 2003).
O método de Kato concentra os ovos de helmintos através de filtração em tela metálica
ou de náilon, de uma determinada malha, que retém os detritos maiores e permite a passagem
dos detritos menores e ovos, ocorrendo, consequentemente, a concentração destes últimos na
amostra fecal. Sua visualização é facilitada pelo emprego de uma solução de verde malaquita. A
preparação obtida não permite a visualização de cistos de protozoários, apesar de estes
passarem através da tela (REY,2008).

A realização rotineira de exame parasitológico de fezes é de extrema importância para


que se tenha um controle das parasitoses que acometem grande parcela da população. Através
destes exames, se torna possível identificar as pessoas acometidas por determinado parasito e
possibilitar um tratamento adequado, com o objetivo de interromper o seu ciclo de vida,
levando à sua erradicação e controle. Além disso, conscientizar a população sobre boas práticas
de higiene e saneamento também auxiliam na diminuição da incidência das parasitoses.
REFERENCIAS

A CARLI, G. A. Parasitologia clínica: seleção de métodos e técnicas de laboratório para o


diagnóstico das parasitoses humanas. São Paulo, Editora Atheneu p.58, 2007.

CHIEFFI, P. P. Parasitoses intestinais: diagnóstico e tratamento. São Paulo: Lemos


Editorial, 2001.

CHIEFFI, P. P; AMATO, N. V. Vermes, verminoses e a saúde pública. Cienc. Cult.


2003;55:41-3.

LEVINSON, W. Parasitologia médica. Tradução Danielle Soares de Oliveira Daian. Tradução


e revisão técnica Flávio Guimarães da Fonseca. 13 ed. Porto Aegre: AMGH, 2016.

NEVES, D. P. Parasitologia Humana. 9º e 10º ed - São Paulo: Atheneu, 1998 e 2000

REY, L. Parasitologia: parasitos e doenças parasitárias do homem nos trópicos ocidentais.


4 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016.

REY, Luis. Parasitologia. (4ª edição) Editora Guanabara, 2008.

SILVA, R.J., et al. Atlas de Parasitologia Humana. São Paulo: Cultura Acadêmica :
Universidade Estadual Paulista, Pró-Reitoria de Graduação, 2009.

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