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< Sumário

Edição atualizada em
Fevereiro de 2021 do
Manual de Orientação
do Novo FUNDEB

Manual de
orientação
Novo
FUNDEB Fundo de Manutenção e Desenvolvimento
da Educação Básica e de Valorização dos
ProǰWWMSREMWHEEducação

Manual de Orientação do Fundeb 1


< Sumário

REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL


MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

Manual de
orientação
FUNDEBFundo de Manutenção e Desenvolvimento
da Educação Básica e de Valorização dos
Profissionais da Educação

BRASÍLIA - DF
2021

Manual de Orientação do Fundeb 2


Presidente da República
Jair Messias Bolsonaro

Ministro da Educação
Milton Ribeiro

Presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento


da Educação
Marcelo Lopes da Ponte

Elaboração Técnica, Organização, Pesquisa e Redação


Diretoria de Gestão de Fundos e Benefícios
Renata Mesquita D’Aguiar
Leomir Ferreira de Araujo
Clênia Moura Batista
Giovanna Sciencia da Silva
Matheus Souza e Silva Alves
Raíssa Lelis Siqueira Ferreira
Sarah de Oliveira Santana

Revisão de Texto
Pietra Avila

Diagramação
Murilo Xavier Lima
Erika Dixo DePauxis
Jamil Miranda Ghani
Amanda Tavares Martins
< Sumário

Mensagem do
Ministro

O novo Fundeb é um marco na história do cela da Complementação da União que será


financiamento da educação básica pública repassada com base em indicadores de qua-
em nosso país. Além de ter se consolida- lidade educacional e de melhoria de gestão,
do como um instrumento permanente de de forma a incentivar a busca pela eficiência
financiamento da educação, o novo Fundeb, dos investimentos e a correta aplicação dos
elaborado com intenso debate com as enti- recursos vinculados à educação.
dades representativas do setor, com o Par-
lamento e a sociedade civil, reconhece o O Ministério da Educação, por meio do FNDE,
papel da atuação dos estados e municípios oferece assistência aos Estados e Municí-
na educação básica, com a destinação de pios para a gestão e execução das políticas
mais recursos, especialmente no que diz públicas educacionais. Como parte dessa
respeito à Complementação da União, que missão, esse Manual de Orientação busca
chegará a 23% até 2026. contribuir com o propósito precípuo de ga-
rantir que todos os aprimoramentos do novo
Considerando as desigualdades regionais, Fundeb possam resultar na melhoria efetiva
aprimora critérios de distribuição, de forma da qualidade da educação básica pública
a alcançar os municípios que mais neces- em nosso país.
sitam de assistência financeira para investir
em suas redes de ensino. Leva em conta
as melhores práticas de boa governança e Milton Ribeiro
transparência, com a previsão de uma par- Ministro da Educação

Manual de Orientação do Fundeb 4


< Sumário

Apresentação

Previsto no art. 212-A da Constituição Federal mas também com melhores critérios de
e regulamentado pela Lei 14.113 de 2020, o distribuição, com indicadores de nível so-
novo Fundeb continua a ser o principal instru- cioeconômico e de qualidade educacional, e
mento de financiamento da Educação Básica com regras de transparência que permitirão
Pública no Brasil, sendo responsável por mais assegurar ainda mais equidade e qualidade
de 60% da totalidade dos recursos de que à educação nacional.
os estados e os municípios possuem para
investir na educação básica pública nacional. O Fundeb está inserido no seio do regime
de colaboração, não restando dúvidas, por-
Por ser um fundo contábil, formado por im- tanto, em relação ao fato de que a articula-
postos e transferências constitucionais aos ção entre estados, municípios e a União é
quais é acrescida uma complementação da imprescindível para garantir o sucesso da
União, e cuja distribuição ocorre com base no política pública. É, pois, nesse sentido, que se
número de matrículas da educação básica, reconhece a importância do papel do FNDE
ponderadas com vistas à aproximação dos na capacitação dos gestores para assegurar
custos reais de cada um dos segmentos de que a implementação do novo Fundeb possa
ensino, o novo Fundeb se configura, tam- representar a concretização e a expansão dos
bém, como um mecanismo de inafastável direitos educacionais já conquistados.
relevância para a equalização das oportu-
nidades educacionais e para a redução das O Manual de Orientação do FNDE apresenta
desigualdades regionais existentes, corolário esclarecimentos que vão desde a compo-
dos objetivos descritos no art. 206 da Cons- sição do Fundeb até a prestação de contas
tituição Federal. quanto à aplicação dos recursos, passando
pelos critérios de distribuição, pelas regras
Mesmo no formato anterior, que vigorou até de aplicação, pelas condições de criação e
2020, é inequívoca a evidência de que o aprovação dos indicadores e pelas etapas
Fundeb foi, ao longo dos últimos anos, res- de operacionalização do Fundo. O que se
ponsável pela redução das desigualdades busca, nesse sentido, é trazer as informa-
educacionais em território nacional e pela ções necessárias à gestão eficiente dos re-
melhoria dos indicadores de qualidade da cursos do Fundeb no âmbito dos estados,
educação, conforme demonstram os re- do Distrito Federal e dos municípios, na
sultados do Índice de Desenvolvimento da perspectiva de contribuir com a melhoria
Educação Básica (Ideb). efetiva da qualidade da educação básica
pública em nosso país.
Por esse motivo, é necessário destacar o
potencial que o novo Fundeb possui de tra-
zer ainda mais avanços à nossa educação Sylvia Gouveia
nesse sentido, uma vez que ele conta não Diretora de Programa da
apenas com um volume maior de recursos, Secretaria-Executiva

Manual de Orientação do Fundeb 5


< Sumário

Sumário
01 02
Aspectos gerais Parâmetros operacionais
do FUNDEB e distribuição dos recursos
pg. 10 do FUNDEB
pg. 15
1. Aspectos gerais sobre o Novo Fundeb 2.1.Alunos considerados na distribuição
pg. 10 dos recursos
pg. 15
1.1. Relevância do Fundo na garantia da
educação básica 2.1.1. Origem dos dados sobre número
pg. 10 de alunos: Censo Escolar
pg. 18
1.2.Definição 2.1.2. Critérios e condições para consideração
pg. 11 dos alunos das instituições conveniadas
pg. 19
1.3.Vigência, implantação e origem
dos recursos 2.2. Fatores de ponderação do valor anual por aluno
pg. 11 pg. 21

2.3.Distribuição dos recursos no âmbito dos


Fundos de cada Estado e do Distrito Federal
pg. 22

2.4.Distribuição da complementação da União


pg. 24

2.4.1.Complementação segundo o parâmetro VAAF


pg. 27

2.4.2.Complementação segundo o parâmetro VAAT


pg. 27

2.4.3.Complementação por resultado VAAR


pg. 29

2.4.4.Indicadores e ponderadores
pg. 30

2.5.Disponibilização e distribuição dos recursos


pg. 32

2.6.Comissão Intergovernamental de Financiamento


para a Educação Básica de Qualidade
pg. 32
< Sumário

03 04
Repasses dos recursos Utilização dos recursos
do Fundeb pelos Estados, Distrito
pg. 36 Federal e Municípios
pg. 43
3.1. Gestão e movimentação bancária 4.1. Parcela mínima de 70% do Fundo
dos recursos pg. 47
pg. 37 4.1.1. Remuneração dos profissionais da
educação básica
3.2. Aplicações financeiras pg. 49
pg. 42 4.1.2. Profissionais da educação básica
pg. 49
4.1.3. Efetivo exercício dos profissionais da
educação básica
pg. 50
4.2. Parcela de até 30% do Fundo
pg. 51
4.3. Impedimentos de utilização de
recursos do Fundeb
pg. 53
4.3.1. Parcela vinculada à remuneração
dos profissionais da educação básica (70%)
pg. 53
4.3.2. Parcela vinculada a outras despesas
de Manutenção e Desenvolvimento
do Ensino - MDE (30%)
pg. 53
4.3.3. Planos de Carreira e de Remuneração
dos Profissionais da Educação
pg. 55
4.3.4. Efetivo exercício dos profissionais
da educação básica
pg. 56
4.4. Outras despesas de Manutenção e
Desenvolvimento do Ensino - MDE
pg. 57
4.4.1. Não são consideradas despesas
de Manutenção e Desenvolvimento
da Educação (MDE)
pg. 59
4.4.2. Podem ser consideradas despesas
de manutenção e desenvolvimento
da educação
pg. 60
4.5. Despesas de Capital
pg. 62
4.6. Educação Infantil
pg.62
< Sumário

05 06
Divulgação de dados e Acompanhamento e
informações sobre o Fundeb fiscalização do Fundeb
pg. 63 pg. 65

5.1. Informações básicas 6.1. Acompanhamento e controle social


pg. 63 pg. 65
6.1.1. Características do Conselho do Fundeb
5.2. Dados e informações dinâmicas pg. 67
pg. 63
6.1.2. Composição do Conselho
5.2.1. Informações bancárias pg. 67
pg. 64 6.1.3. Criação e renovação do Conselho
pg. 73
6.1.4. Atribuições do Conselho do Fundeb:
O trabalho do CACS
pg. 74
6.1.5. Obrigações do Poder Executivo em
relação ao Conselho do Fundeb
pg. 76
6.1.6. Funcionamento do Conselho
pg. 77
6.1.7. Valorização dos conselheiros do Fundeb
e suas garantias
pg. 77
6.1.8. Como o Conselho deve agir ao constatar
irregularidades
pg. 79
6.2. Fiscalização e prestação de contas
pg. 79
6.2.1. Sistema de Informações sobre Orçamentos
Públicos em Educação - Siope
pg. 80
6.2.2. Módulo de Acompanhamento e Validação
do Siope - MAVS
pg. 80
6.2.3. Atendimento “Fale Conosco”
pg. 81
6.2.4. Atuação dos Tribunais de Contas
pg. 82
6.2.5. Atuação do Ministério Público
pg. 83
6.2.6. Quando e como comprovar a aplicação
Manual de Orientação do Fundeb dos recursos do Fundeb 8
pg. 83
< Sumário

07 08
Aspectos finais e Normas de transição
complementares sobre a pg. 91
operacionalização do Fundeb
pg. 85
7.1. Atuação do Ministério da Educação
pg. 85

7.2. Limite mínimo obrigatório com


09
remuneração dos profissionais da educação Considerações finais
básica e limite máximo legal com pagamento
de pessoal pg. 95
pg. 87

7.3. Cumprimento dos percentuais de


aplicação mínima obrigatória na educação
pg. 88

7.4. Planos de carreira e de remuneração


dos profissionais da educação básica
pg. 89

7.5. Penalidades em caso de comprovadas


irregularidades relacionadas ao Fundeb
pg. 90

Manual de Orientação do Fundeb 9


1
< Sumário

Aspectos gerais sobre


o Novo Fundeb

A constitucionalização do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e


de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) representa grande vitória à educação
básica nacional e ao compromisso com a efetividade dos princípios fundamentais da Repú-
blica e dos direitos sociais decorrentes da equalização do atendimento dirigido aos alunos
mais vulneráveis, considerando as diferentes realidades de cada região do país.

1.1. Relevância do Fundo na garantia da educação


básica
A garantia da educação básica é de respon- Os indicadores educacionais do país re-
sabilidade dos Estados, do Distrito Federal velam que muito se avançou desde 1988,
e dos Municípios, com a participação suple- quando a Constituição Federal enfatizou o
mentar da União, conforme prevê a Consti- dever do Estado em garantir os direitos aos
tuição Federal, e constitui um dos grandes cidadãos. No que se refere à educação, as
desafios enfrentados no contexto da política diferenças mostram-se mais evidentes entre
de inclusão social que norteia as ações do Municípios, Estados e regiões do país, entre
governo federal. etapas, modalidades e demais segmentos
que compõem a Educação Básica. O Fundeb
Nesse cenário, a instituição do Novo Fundeb, contribui para a redução das desigualda-
como mecanismo permanente de ampla re- des educacionais existentes estabelecendo
distribuição de recursos vinculados à educa- maior equidade na distribuição dos recursos
ção básica no país, é de absoluta importân- disponíveis no âmbito das esferas de go-
cia, de modo a beneficiar todas as etapas e verno. O Novo Fundeb, em especial, trouxe
as modalidades de ensino. Para isso, os entes mudanças substanciais voltadas ao aprimo-
governamentais responsáveis pelo ofere- ramento da dinâmica de operacionalização
cimento da educação básica à sociedade, do Fundo, com o objetivo de proporcionar
podem contar com recursos financeiros com uma distribuição de recursos mais equitativa
base no número de alunos matriculados e e igualitária, atentando às necessidades de
nos resultados obtidos por meio de uma boa cada ente governamental.
gestão, concorrendo, dessa forma, para a
ampliação do atendimento e para a melhoria
qualitativa do ensino oferecido.

Manual de Orientação do Fundeb 10


< Sumário

1.2 Definição
O Novo Fundo de Manutenção e Desenvolvi- com as capacidades de cada um dos agentes
mento da Educação Básica e de Valorização envolvidos, a Lei nº 14.113, de 25 de dezem-
dos Profissionais da Educação (Fundeb) foi bro de 2020, conhecida como Lei do Novo
instituído pela Emenda Constitucional n° 108, Fundeb, estabeleceu uma implementação
de 27 de agosto de 2020, e regulamenta- gradual da nova sistemática. Isso se deve,
do pela Lei nº 14.113, de 25 de dezembro dentre outros, pelo aumento do comprome-
de 2020. Trata-se de um Fundo especial, timento orçamentário que o Novo Fundeb
de natureza contábil e de âmbito estadual requer, assim como a segurança jurídica do
(um total de vinte e sete Fundos), composto seu novo processamento. Com isso, verifica-
por recursos provenientes de impostos e de -se a progressividade do Novo Fundeb, o qual
transferências dos Estados, do Distrito Fede- será plenamente implementado até 2026.
ral e dos Municípios vinculados à educação,
conforme disposto nos arts. 212 e 212-A da No que se refere ao percentual de contri-
Constituição Federal. Independentemente buição dos Estados, Distrito Federal e Mu-
da fonte de origem, todo o recurso gerado nicípios para a formação do Fundo, esse
é redistribuído para aplicação exclusiva na não sofreu alteração e se manterá em 20%
manutenção e no desenvolvimento da edu- (vinte por cento), calculado sobre as seguin-
cação básica pública, bem como na valoriza- tes fontes de impostos e de transferências
ção dos profissionais da educação, incluída constitucionais:
sua condigna remuneração. • Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e
Doação de Quaisquer Bens ou Direitos (ITCD);

1.3 Vigência, • Imposto sobre Operações Relativas à Cir-


culação de Mercadorias e sobre Prestações
implantação e origem de Serviços de Transportes Interestadual e
dos recursos Intermunicipal e de Comunicação (ICMS);
• Imposto sobre a Propriedade de Veículos
Com vigência a partir de 1º Automotores (IPVA);
A vigência
de janeiro de 2021, o Novo indica que a
Fundeb passa a ter caráter norma exis- • Imposto que a União eventualmente instituir
permanente, o que repre- te, é válida no exercício da competência (cotas-partes
senta uma grande conquista e p ro d u z dos Estados, Distrito Federal e Municípios);
efeitos.
para a educação brasileira.
• Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural
Isso não implica, entretanto,
(cota-parte dos Municípios) (ITRm);
na impossibilidade de nova alteração do tex-
to constitucional, uma vez que o Congresso • Fundo de Participação dos Estados e do
Nacional revisará o funcionamento do Fundo. Distrito Federal (FPE);
A primeira revisão está prevista para ser reali-
zada no ano de 2026, como aponta a Emen- • Fundo de Participação dos Municípios (FPM);
da Constitucional n° 108, de 27 de agosto de • Imposto sobre Produtos Industrializados,
2020, e posteriormente será realizada a cada proporcional às exportações (IPIexp);
10 anos (2036, 2046 e assim por diante).
• Receita da dívida ativa tributária, juros e
A fim de garantir que todas as suas disposi- multas relativas aos impostos acima rela-
ções sejam efetivamente aplicadas de acordo cionados.

Manual de Orientação do Fundeb 11


< Sumário

• Adicional na alíquota do ICMS de que trata o art. 82, § 1º, do Ato das Disposições Constitucio-

{
nais Transitórias 1.

União: No mínimo 18% da receita de IMPOSTOS, incluídos os provenientes de


Receitas transferências
destinadas
à Educação Estados, DF e Municípios: No mínimo 25% da receita de IMPOSTOS, incluídos
os provenientes de transferências

20% do Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação de Quaisquer


Bens ou Direitos (ITCD);

20% do Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e


sobre Prestações de Serviços de Transportes Interestadual e Intermunicipal
e de Comunicação (ICMS);

20% do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA);

20% sobre a parcela dos 20% do produto de arrecadação que pertencem


aos Estados e ao DF dos impostos que a União eventualmente instituir por
Lei Complementar, desde que não-cumulativos e que não tenham fato
gerador ou base de cálculo próprios dos impostos já discriminados na
Constituição;

20% sobre a parcela dos 50% do produto de arrecadação que pertencem


aos Municípios do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR),
relativamente aos imóveis neles situados, ou dos 100%, quando o Município
optar por fiscalizar e cobrar este imposto, na forma da lei;
Receitas
do Fundeb 20% sobre a parcela dos 50% do produto de arrecadação que pertencem
aos Municípios do Imposto do Estado sobre a Propriedade de Veícuos
Automotores (IPVA), relativamente aos veículos licenciados em seus
territórios;

20% sobre a parcela dos 25% do produto de arrecadação que pertencem


aos Municípios do Imposto do Estado sobre Operações Ralativas à
Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de serviços de Transporte
Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS);

20% sobre a parcela dos 22,5% do produto de arrecadação dos Impostos


sobre Renda e proventos de qualquer natureza (IR) e sobre produtos
industrializados (IPI) entegue pela União ao Fundo de PArticipação dos
Municípios;

20% sobre a parcela dos 10% do produto de arrecadação do Imposto sobre


Produtos Industrializados (IPI) entregue pela União aos Estados e ao Distrito

+
Federal, proporcionalmente ao valor das respectivas exportações de
produtos industrializados.

Complementação
da União

1 BRASIL. Constituição Federal (1988). Art. 82. Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios devem instituir Fundos de Combate à Pobreza,
com os recursos de que trata este artigo e outros que vierem a destinar, devendo os referidos Fundos ser geridos por entidades que contem
com a participação da sociedade civil. § 1º Para o financiamento dos Fundos Estaduais e Distrital, poderá ser criado adicional de até dois
pontos percentuais na alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços - ICMS, sobre os produtos e serviços supérfluos e
nas condições definidas na Lei Complementar de que trata o art. 155, § 2º, XII, da Constituição, não se aplicando, sobre este percentual, o
disposto no art. 158, IV, da Constituição. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003).

Manual de Orientação do Fundeb 12


< Sumário

ITRm ITCD
FPE ICMS
FPM IPVA
IPIexp
Imposto
Alíquota FUNDEB que a união
adicional 20% eventualmente
do ICMS instituir

Atenção! A Lei do Novo Fundeb não trouxe Atenção! Os Estados têm até 26 de agosto de
previsão para os recursos relativos à deso- 2022 para aprovar lei estadual que disponha
neração de exportações de que trata a Lei sobre a parcela de 35% dos recursos do ICMS
Complementar nº 87/96. dos Municípios, que devem ser destinadas
respeitando o mínimo de 10 pontos percen-
tuais segundo o critério referido ao lado.
Nesse ponto é importante lembrar que, con-
forme art. 158, IV, da Constituição Federal,
Além das fontes de receita de impostos e de
25% do produto da arrecadação do ICMS,
transferências constitucionais acima relacio-
imposto estadual, pertence aos Municípios.
nadas, integram a composição do Fundeb os
As parcelas desses recursos são creditadas
recursos provenientes da União a título de
de forma que 65%, no mínimo, observe a pro-
complementação aos entes
porção do valor das operações relativas à Refere-se à
federados que não atingi-
circulação de mercadorias e nas prestações União, aos
ram o valor anual mínimo
de serviços realizadas em cada território e Estados,
por aluno definido nacio- ao Distrito
até 35%, de acordo com o que dispuser lei
nalmente, ou não atingiram Federal
estadual. Segundo inovação promovida pela
o valor anual total mínimo e aos
Emenda Constitucional nº 108, no mínimo Municípios,
por aluno definido nacio-
10 pontos percentuais dessa última parcela que juntos
nalmente, ou que efetiva-
deve ser distribuído, obrigatoriamente, com compõem a
ram as condicionalidades Federação
base em indicadores de melhoria nos resul-
de melhoria de gestão e brasileira.
tados de aprendizagem e de aumento da
alcançaram a evolução dos
equidade, considerado o nível socioeconô-
indicadores a serem definidos sobre atendi-
mico dos educandos.
mento e melhoria de aprendizagem com a
redução das desigualdades 2. (ver item 2.4.3)

2 Sobre COMPLEMENTAÇÃO-VAAR, ver o tópico “2.4.3” na página 29 deste Manual.

Manual de Orientação do Fundeb 13


2
< Sumário

Em caso de extinção ou substituição de


impostos que integrem a composição dos
recursos do Fundeb, ou da criação de isen-
ção tributária nesses mesmos casos, todos
os percentuais dos recursos da educação e
dos fundos também devem ser alterados,
nos termos da Constituição Federal3 . Porém,
as aplicações desses recursos devem ser
equivalentes, sendo necessário:
• Fazer uma avaliação dos impactos para
que não haja perda no financiamento da
Educação Básica; e
• Buscar meios para que os novos recursos
do Fundeb sejam, no mínimo, iguais à média
aritmética dos três últimos exercícios.

3 BRASIL. Constituição Federal (1988). Art. 212, §8º Na hipótese de extinção ou de substituição de impostos, serão redefinidos os percen-
tuais referidos no caput deste artigo e no inciso II do caput do art. 212-A, de modo que resultem recursos vinculados à manutenção e ao
desenvolvimento do ensino, bem como os recursos subvinculados aos fundos de que trata o art. 212-A desta Constituição, em aplicações
equivalentes às anteriormente praticadas. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 108, de 2020).

Manual de Orientação do Fundeb 14


2
< Sumário

Parâmetros operacionais e
distribuição dos recursos por
meio do Fundeb

Os parâmetros operacionais indicam o método utilizado na distribuição dos recursos do


Fundeb, os quais são dispostos de forma automática e periódica, mediante crédito na conta
específica de cada governo estadual e municipal. A repartição é realizada com base no nú-
mero de alunos da Educação Básica pública, de acordo com dados do último Censo Escolar,
sendo computados os alunos matriculados nos respectivos âmbitos de atuação prioritária.
A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios organizarão seus sistemas de ensino
em regime de colaboração, sendo a União responsável por organizar o sistema federal, finan-
ciar as instituições de ensino públicas federais e pelo exercício, em matéria educacional, da
função redistributiva e supletiva, de forma a garantir equalização de oportunidades educa-
cionais e o padrão mínimo de qualidade do ensino mediante assistência técnica e financeira
aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios.
Por conseguinte, os Estados e o Distrito Federal atuarão prioritariamente no ensino fundamental
e médio, e os Municípios, na educação infantil e no ensino fundamental. Assim, os parâmetros
operacionais e a distribuição dos recursos do Fundo visam colaborar com a universalização,
a qualidade e a equidade do ensino obrigatório.

2.1. Alunos considerados na distribuição dos


recursos
São destinatários dos recursos do Fundo os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, uma
vez que todos respondem pela Educação Básica, assim como a União, a qual detém a atri-
buição de complementação dos recursos. Na distribuição desses recursos, será observado o
número de matrículas nas escolas públicas e conveniadas apuradas no último Censo Escolar
realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep/MEC).

Manual de Orientação do Fundeb 15


< Sumário

Assim, nos moldes instituídos pela Constituição Federal1, a distribuição dos recursos do Fun-
deb será implementada conforme a tabela abaixo:

Segmento da
Matrículas nas escolas
educação básica Estaduais Distritais Municipais Conveniadas (*)

Educação infantil
(creches)
Educação infantil
(pré-escola)
Ensino fundamental
regular
Ensino médio

Educação especial

Educação de jovens e
adultos (fundamental)
Educação de jovens e
adultos (médio)

De acordo com o art. 7º, §1º, inciso II, da Lei do Novo Fundeb, passa a
Trata-se do
ser admitido o cômputo das matrículas referentes à educação profis-
oferecimento
sional técnica de nível médio articulada 2 e das matrículas relativas ao de formação
itinerário de formação técnica e profissional 3, acadêmica com
São roteiros quando mantidas em instituições públicas de en- preparação geral
de atividades sino, autarquias e fundações públicas da adminis- para o trabalho.
e conteúdos Facultativamente,
pré-definidos tração indireta, conveniados ou em parceria com a
a habilitação
pela escola, que administração estadual direta. profissional
possibilitam aos poderá ser
estudantes, a É importante destacar que será admitida, para fins desenvolvida
partir do 1º ano de distribuição dos recursos do Novo Fundeb, a nos próprios
do ensino médio, dupla matrícula dos estudantes da: estabelecimentos
aprofundarem de ensino
seus • Educação regular da rede pública que recebem médio ou em
conhecimentos atendimento educacional especializado; e cooperação
em determinada com instituições
área do saber ou • Educação profissional técnica de nível médio especializadas
se qualificarem articulada e do itinerário de formação técnica e pro- em educação
profissionalmente. profissional.
fissional do ensino médio.

1 BRASIL. Constituição Federal (1988). Art. 211, §1º A União organizará o sistema federal de ensino e o dos Territórios, financiará as institui-
ções de ensino públicas federais e exercerá, em matéria educacional, função redistributiva e supletiva, de forma a garantir equalização de
oportunidades educacionais e padrão mínimo de qualidade do ensino mediante assistência técnica e financeira aos Estados, ao Distrito
Federal e aos Municípios; § 2º Os Municípios atuarão prioritariamente no ensino fundamental e na educação infantil. § 3º Os Estados e o
Distrito Federal atuarão prioritariamente no ensino fundamental e médio.
2 Art. 36-C da Lei nº 9.394/1996 de 20 de dezembro de 1996.
3 Art. 36, caput, V da Lei nº 9.394/1996 de 20 de dezembro de 1996.

Manual de Orientação do Fundeb 16


< Sumário

Desse modo, no caso de o aluno estar matriculado na educação regular


É aquele
da rede pública, obrigatória a todas as crianças a partir dos quatro anos de destinado aos
idade, e, ao mesmo tempo, em atendimento educacional especializado, alunos com
o orçamento e toda a sistemática educacional que lhe diz respeito deve deficiência,
contar como sendo duas matrículas simultâneas do mesmo educando. transtornos
globais do
O mesmo entendimento se aplica ao aluno de educação profissional desenvolvimento
técnica de nível médio4, a qual pode ser desenvolvida de forma arti- e altas
habilidades/
culada com o ensino médio, integrada ou concomitante. No caso de o superdotação.
educando optar por cursar a educação técnica simultaneamente com
o ensino médio, ainda que seja um estudante, serão consideradas duas matrículas, para fins
de destinação orçamentária.
Os alunos considerados, portanto, são aqueles atendidos:
• Nas etapas de educação infantil (creche e pré-escola), do ensino fundamental (de oito ou de
nove anos) e do ensino médio;
• Nas modalidades de ensino regular, educação especial, educação de jovens e adultos e ensino
profissional integrado;
• Nas escolas localizadas nas zonas urbana e rural; e
• Nos turnos com regime de atendimento em tempo integral ou parcial (matutino e vespertino
ou noturno).

Infantil (creche e pré-escola): Destinada às crianças a partir dos 4 anos e até 5 anos de idade.
Etapas da
Ensino Fundamental: Destinada às crianças a partir dos 6 anos de idade, possui duração
educação
de 9 anos.
(ver item 2.2)
Ensino Médio: É a etapa final da educação básica, possui duração mínima de 3 anos.

Regular: Representa a padronização da educação básica, com os níveis de ensino (edu-


cação infantil, ensino fundamental e médio) e as faixas etárias estabelecidas para cada
escala da educação.

Educação especial: Consiste em proporcionar as ferramentas e os recursos educativos


necessários para aqueles que têm necessidades diferentes da média. Desta maneira, as
crianças que sofrem de algum tipo de incapacidade têm acesso a uma formação diferen-
Modali-
ciada, de modo a serem inseridas na vida adulta com maior facilidade.
dades de
ensino
Educação de jovens e adultos: Destinada àqueles que não tiveram acesso ou continuidade
de estudos nos ensinos fundamental e médio na idade própria e constituirá instrumento
para a educação e a aprendizagem ao longo da vida.

Ensino profissional integrado: Desenvolvido em articulação com o ensino regular ou por


diferentes estratégias de educação continuada, em instituições especializadas ou no am-
biente de trabalho.

4 Art. 36-B da Lei nº 9.394/1996.

Manual de Orientação do Fundeb 17


< Sumário

2.1.1 Origem dos dados sobre número de alunos: Censo Escolar


Os dados sobre número de alunos consi- Após a publicação dos dados prelimina-
derados nos procedimentos de distribuição res, Estados, Distrito Federal e Municípios
dos recursos por intermédio do Fundeb são dispõem de 30 dias para apresentação de
originários do Censo Escolar realizado pelo recursos administrativos com vistas à retifi-
Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas cação de dados eventualmente incorretos.
Educacionais (Inep/MEC), em parceria com Procedidos os acertos pertinentes, os dados
os governos estaduais (secretarias estaduais finais do Censo Escolar são publicados em
de educação) e prefeituras municipais. caráter definitivo e utilizados para cálculo
dos coeficientes de distribuição dos recursos
Esses dados são levantados e consolida- por meio do Fundeb para o ano seguinte.
dos por Estado, no âmbito das secretarias
estaduais de educação, processados em
sistema informatizado mantido pelo Inep/
MEC e publicados no Diário Oficial da União.

1 Preenchimento do Sistema Educacenso em parceria com Estados e Municípios;

2 Processamento dos dados informados no sistema;

3 Publicação no Diário Oficial da União;

4 Prazo recursal de 30 dias


para retificações;

5 Publicação definitiva dos dados;

6 Cálculo dos coeficientes de distribuição


do Fundeb para o ano seguinte.

Importante! Depois de publicado em caráter definitivo, o número


de alunos e os coeficientes de distribuição de recursos do Fundeb
são utilizados na operacionalização do Fundo por todo o exercício,
não sendo admitidas alterações ou atualizações de dados, salvo em
caso de decisão judicial.

Manual de Orientação do Fundeb 18


< Sumário

2.1.2. Critérios e condições para consideração dos alunos das


instituições conveniadas
Os recursos provindos do Fundeb são trans- • Oferecer igualdade de condições para
feridos para os Estados, Distrito Federal e o acesso e a permanência na escola e o
Municípios e só então, o Poder Executivo atendimento educacional gratuito a todos
competente repassará os recursos às insti- os seus alunos;
tuições comunitárias, confessionais ou filan-
trópicas conveniadas com o Poder Público. • Comprovar finalidade não lucrativa e aplicar
Não há, portanto, repasse direto de recursos seus excedentes financeiros no atendimento em
para essas instituições. creches, na pré-escola, na educação do campo
ou na educação especial, conforme o caso;
A distribuição de recursos aos governos es-
taduais e municipais, referentes às institui- • Assegurar, no caso do encerramento de suas
ções conveniadas, é realizada com base no atividades, a destinação de seu patrimônio ao
número de alunos dos segmentos de creche, poder público ou a outra escola comunitária,
pré-escola, educação especial e educação filantrópica ou confessional que realize atendi-
do campo com proposta pedagógica de mento em creches, na pré-escola, na educação
formação por alternância, atendidos por do campo ou na educação especial;
essas instituições. • Atender a padrões mínimos de qualidade
Método que
Sendo assim, não há busca a interação definidos pelo órgão normativo do sistema
entre o estudante de ensino, inclusive, obrigatoriamente, ter
procedimento es- que vive no
pecífico a ser adota- aprovados seus projetos pedagógicos; e
campo e a
do pelas instituições realidade que • Dispor de Certificação de Entidade Bene-
conveniadas junto ao ele vivencia em ficente de Assistência Social, na forma de
Governo Federal para seu cotidiano, de
forma a promover
regulamento.
a realização de repas- constante
ses de seus respecti- É oportuno destacar que os recursos oriundos
troca de
vos recursos. Esses re- conhecimentos do Fundeb repassados pelos Estados, Distrito
passes são realizados entre seu Federal e Municípios às instituições convenia-
pelo Poder Executivo ambiente de vida das deverão ser utiliza-
e trabalho e o dos apenas em ações As ações de
competente, de acor- escolar.
consideradas como de MDE são todas
do com condições e
Manutenção e Desen- aquelas que
cláusulas estabelecidas no convênio firmado visam alcançar os
entre as partes (Poder Executivo competente volvimento do Ensino objetivos básicos
e entidade conveniada). (MDE), (ver “Descrição da educação
das ações de MDE” no nacional:
Em relação ao Poder Executivo competente item 4) conforme o dis- educação de
(Estado, Distrito Federal ou Município) com posto nos arts. 70 e 71 qualidade para
o qual mantêm convênio, as instituições co- todos, ou seja,
da Lei nº 9.394/1996, são ações
munitárias, confessionais ou filantrópicas, que listam, respectiva- voltadas à
de acordo com o disposto no art. 7º, §4º, da mente, quais as despe- obtenção dos
Lei nº 14.113, de 25 de dezembro de 2020, sas que se enquadram objetivos das
devem comprovar, obrigatória e cumulati- ou não nessa categoria. instituições
vamente, os seguintes requisitos: educacionais de
todos os níveis de
ensino.

Manual de Orientação do Fundeb 19


< Sumário

O QUE SÃO AÇÕES DE MANUTENÇÃO E DESENVOLVIMENTO DO ENSINO (MDE)?


Despesas realizadas com vistas à consecução dos objetivos básicos das instituições educa-
cionais de todos os níveis de ensino.

SÃO AÇÕES DE MDE: NÃO SÃO AÇÕES DE MDE:


I - remuneração e aperfeiçoamento do
pessoal docente e demais profissionais I - pesquisa, quando não vinculada às ins-
da educação; tituições de ensino, ou, quando efetivada
fora dos sistemas de ensino, que não vise,
II - aquisição, manutenção, construção e
precipuamente, ao aprimoramento de sua
conservação de instalações e equipamen-
qualidade ou à sua expansão;
tos necessários ao ensino;
II - subvenção a instituições públicas ou
III – uso e manutenção de bens e serviços
privadas de caráter assistencial, desportivo
vinculados ao ensino;
ou cultural;
IV - levantamentos estatísticos, estudos e
III - formação de quadros especiais para a
pesquisas visando precipuamente ao apri-
administração pública, sejam militares ou
moramento da qualidade e à expansão do
civis, inclusive diplomáticos;
ensino;
IV - programas suplementares de alimen-
V - realização de atividades-meio neces-
tação, assistência médico-odontológica,
sárias ao funcionamento dos sistemas de
farmacêutica e psicológica, e outras formas
ensino;
de assistência social;
VI - concessão de bolsas de estudo a alu-
V - obras de infraestrutura, ainda que rea-
nos de escolas públicas e privadas;
lizadas para beneficiar direta ou indireta-
VII – amortização e custeio de operações mente a rede escolar;
de crédito destinadas a atender às ações
VI - pessoal docente e demais trabalha-
listadas nesta coluna;
dores da educação, quando em desvio de
VIII - aquisição de material didático-escolar função ou em atividade alheia à manuten-
e manutenção de programas de transporte ção e desenvolvimento do ensino.
escolar.

Novidade! Agora, os entes governamentais O SIOPE é uma ferramenta eletrônica


passam a ter que declarar, no Sistema de instituída para coleta, processamento,
Informações sobre Orçamentos Públicos disseminação e acesso público às
em Educação (SIOPE), também, as informa- informações referentes aos orçamentos de
ções relativas aos convênios firmados com educação da União, dos Estados, do Distrito
instituições comunitárias, confessionais ou Federal e dos Municípios, sem prejuízo
filantrópicas. Nesse caso, será necessário es- das atribuições próprias dos Poderes
pecificar o número de alunos considerados Legislativos e dos Tribunais de Contas.
e os valores repassados, incluídos os corres-
pondentes a eventuais profissionais e a bens Para maiores informações, acesse: http://
materiais cedidos. www.fnde.gov.br/fnde_sistemas/siope

Manual de Orientação do Fundeb 20


< Sumário

2.2. Fatores de ponderação do valor anual por aluno

A consideração dos alunos matriculados para fins de distribuição dos recursos obedecerá às
diferenciações a serem aplicadas sobre o valor anual por aluno de cada etapa/modalidade,
à localização e a outros desdobramentos da educação básica, utilizando fatores de ponde-
ração definidos pela Comissão Intergovernamental de Financiamento para Educação Básica
de Qualidade e publicados pelo MEC 5.

Atenção! A Lei do Novo Fundeb, em seu art. 43, § 1º, previu, para o
exercício financeiro de 2021, os seguintes fatores de ponderação:

Fatores de ponderação
Segmentos da educação básica considerados
fixados para 2021
Integral 1,30
Creche Pública
Parcial 1,20
Integral 1,10
Creche Conveniada
Parcial 0,80
Integral 1,30
Pré-escola
Parcial 1,10
Campo 1,15
Ensino Fundamental Anos Iniciais
Urbano 1,00
Campo 1,20
Ensino Fundamental Anos Finais
Urbano 1,10
Ensino Fundamental Integral 1,30
Campo 1,30
Urbano 1,25
Ensino Médio
Integral 1,30
Articulado à educação profissional 1,30
Educação Especial 1,20
Educação indígena e quilombola 1,20
Com avaliação no processo 0,80
EJA Integrada à educação profissional de
1,20
nível médio, com avaliação no processo
Formação técnica e profissional Da Lei nº 9.394/1996 1,30

5 Sobre Comissão Intergovernamental de Financiamento Para Educação Básica De Qualidade, ver o item 2.6. deste Manual.

Manual de Orientação do Fundeb 21


< Sumário

Os fatores são utilizados na ponderação do Nesse sentido, considera-se:


número de alunos, para fins de distribuição
dos recursos do Fundo, ou seja, represen- • Educação básica de tempo integral: a jor-
tam as diferenças de valor anual por aluno nada escolar com duração igual ou superior
utilizadas para cada um dos segmentos em a sete horas diárias, ou ao menos trinta e
que a educação básica é dividida, para efeito cinco horas semanais, durante todo o pe-
de operacionalização do Fundeb. ríodo letivo, compreendendo o tempo total
que um mesmo aluno permanece na escola
Para a distribuição dos recursos, segundo ou em atividades escolares;
o critério utilizado para quantificar o valor
anual por aluno, a lei considerou, para ser • Anos iniciais do ensino fundamental: os pri-
usado como valor de referência, o fator base meiros cinco anos do ensino fundamental
(1,00). Este se fundamenta nos anos iniciais de nove anos de duração; e
do ensino fundamental urbano, uma vez que • Anos finais do ensino fundamental: os qua-
esta fase do ensino expressa um segmen- tro últimos anos do ensino fundamental de
to universalizado e importante quando se nove anos de duração.
busca quantificar o número de alunos da
educação básica.

2.3. Distribuição dos recursos no âmbito dos Fundos de


cada Estado e do Distrito Federal
A distribuição dos recursos que integram os A União complementará os recursos dos
Fundos será realizada em cada Estado, por Fundos sempre que, nos Estados e no Dis-
meio da contribuição contínua dos governos trito Federal, o valor por aluno não alcançar
estaduais e municipais, considerando os im- o mínimo definido nacionalmente. Essa com-
postos e as transferências já delineados na plementação se tornou permanente com a
Constituição Federal e na Lei do Novo Fun- Emenda Constitucional nº 108 de 2020 e sua
deb. Há de se observar os fatores de ponde- implementação se dará de forma progres-
ração (ver item 2.2) no cálculo dos custos que siva até o ano de 2026, quando elevará o
integram o oferecimento do ensino público. percentual de contribuição de 10% para 23%.
Estes contextualizam as diferentes causas A alteração visa assegurar a equalização em
que serão aferidas na realização dos cálculos, âmbito nacional quanto ao valor mínimo por
como por exemplo: as etapas, as modalida- aluno a ser direcionado à educação básica.
des, a duração de jornada (parcial ou integral) Para tanto, também serão utilizados os re-
e o tipo de estabelecimento (urbano ou rural, sultados dos coeficientes.
público ou privado conveniado).
Atenção! Importará São ações ilícitas
Assim, a redistribuição dos recursos será cometidas por
em crime de respon-
realizada com base no coeficiente atingido um agente
sabilidade o não
por cada ente federado, e este é encontrado cumprimento das
político. No
por meio do seguinte cálculo: o resultado âmbito estadual
determinações aci- e municipal,
das matrículas de cada rede dividido pelo ma pelas autoridades esses crimes
total de matrículas da unidade federativa, competentes. estão previstos
sendo apontadas as ponderações para estas no Decreto-Lei nº
matrículas. 201 de 1967.

Manual de Orientação do Fundeb 22


< Sumário

Os recursos que integram a cesta de im-


postos e transferências constitucionais dos
Fundos serão distribuídos entre cada Esta-
do e seus Municípios, proporcionalmente
ao número de alunos das diversas etapas e
modalidades da educação básica presencial,
matriculados nas respectivas redes, nos âm-
bitos de atuação prioritária, observadas as
ponderações entre etapas, modalidades, du-
ração da jornada e tipos de estabelecimento
Definido o valor anual mínimo por aluno
de ensino e outras relativas ao nível socioe-
(VAAF-MIN), os Fundos serão complementa-
conômico dos educandos e aos indicadores
dos e, no âmbito dos Estados, redistribuídos
de disponibilidade de recursos vinculados
entre suas redes de ensino, segundo coefi-
à educação e de potencial de arrecadação
ciente (cki𝑐𝑘𝑖) utilizado quando da distribuição
tributária de cada ente federado.
intraestadual (Fundeb-Estados):
Trata-se da distribuição intraestadual (Fun-
deb-Estados), momento em que o total
captado por cada Fundo é distribuído pro-
porcionalmente ao número de matrículas
ponderadas pelas atuais diferenciações en-
tre etapas e modalidades de ensino, acres-
cido das novas diferenciações. Inicialmente,
apuram-se as matrículas ponderadas das
redes de ensino e do respectivo Estado:

Para todas as redes de ensino de Estados


que receberam complementação-VAAF o
valor por aluno é equalizado em (VAAF-MIN).

Manual de Orientação do Fundeb 23


< Sumário

2.4. Distribuição da complementação da União


De início, faz-se necessária uma breve distin- Os recursos são distribuídos entre o governo
ção entre duas terminologias relacionadas à estadual e os seus Municípios, em decor-
complementação da União e aos referenciais rência do resultado da divisão das matrícu-
mínimos utilizados para o cálculo. las em cada rede pelo total de matrículas
da unidade federativa. São consideradas as
A complementação da União integra o ponderações (distinções relativas à atividade
chamado “modelo híbrido de distribuição”, educativa) para estas matrículas, de modo
sendo composto por três modalidades de a resultar no valor anual mínimo por aluno
complementação, a saber: (VAAF-MIN). Esse referencial visa garantir às
• a complementação-VAAF; redes estaduais mais vulneráveis, condições
condignas para o exercício da atividade edu-
• a complementação-VAAT; e cacional.
• a complementação-VAAR. Mínimo nacional A União
10% repassa 10%
do VAAF a fim
Os valores de referência, a depender da mo- Complementação de atingir o
VAAF VAAF valor mínimo
dalidade de complementação, são divididos da União nacional
em dois:
A complementação-VAAT (Valor Aluno/Ano
• valor anual mínimo por aluno (VAAF-MIN); e
Total) diz respeito aos recursos que têm por
• valor anual total mínimo por aluno (VAAT- objetivo identificar as desigualdades e pro-
-MIN). mover a equidade aos mais vulneráveis,
como no caso de Municípios que integram
A complementação-VAAF (Valor Aluno/Ano Estados que não recebem a complemen-
Final) corresponde à receita de recursos di- tação da União. Consideram-se no cálculo
recionada aos Estados e ao Distrito Federal desta complementação todos os recursos
que não alcançarem o mínimo definido na- vinculados à educação, não apenas os recur-
cionalmente. É um formato que já existia no sos que compõem o Fundeb (ex.: salário-e-
extinto Fundeb, baseado em estimativas e ducação) e poderá ser direcionada às redes
ajustes, tendo por referência o número de públicas de ensino municipal, estadual ou
alunos matriculados nas redes públicas de distrital que não atinjam o valor aluno/ano
ensino. Esse valor anual mínimo por aluno mínimo estipulado – implementação pro-
(VAAF-MIN) constitui-se em valor de referên- gressiva de 2 pontos percentuais no primeiro
cia e é calculado com base nos anos iniciais ano a 10,5 pontos percentuais no sexto ano.
do ensino fundamental urbano, determinado
Mínimo nacional
contabilmente, consideradas as diferenças Mín. 10,5%
e ponderações. Comp. 10% Comp.
VAAF Valor
da da já acrescido
VAAF União VAAF União comple-
mentado
para atingir
o mínimo
(VAAF) (VAAT) nacional

Fundo
÷ Nº de alunos
= VAAF VAAF já
complementado
ainda não atingiu
o mínimo nacional

Estadual matriculados A distribuição da complementação-VAAT (no


mínimo 10,5 pontos percentuais) terá como
parâmetro o valor anual total mínimo por
aluno (VAAT-MIN), definido nacionalmen-

Manual de Orientação do Fundeb 24


< Sumário

te. É destinada às redes públicas de ensi- dois exercícios financeiros anteriores ao de


no municipal, estadual e distrital que não referência (dados consolidados), corrigidas
atingirem o valor anual total por aluno e seu pelo percentual da variação nominal das re-
cálculo deverá considerar, além do resultado ceitas totais integrantes dos Fundos, sendo
da distribuição decorrente da complemen- considerado o período de 24 meses, com
tação-VAAF, as seguintes receitas e dispo- encerramento em junho do exercício anterior
nibilidades: ao da transferência das receitas.
• Receita do montante dos impostos e trans- Por fim, a complementação-VAAR será desig-
ferências que compõem a cesta de recursos nada com base na evolução dos indicadores,
do Fundeb – 5%; por meio do cumprimento das condicionalida-
des, como é o caso dos parâmetros técnicos
• Receita resultante de impostos, compreendi- de mérito e desempenho para o provimento
da a proveniente de transferências de Esta- do cargo de gestor escolar; a participação
dos, Distrito Federal e Municípios vinculadas de pelo menos 80% dos estudantes em ava-
à manutenção e desenvolvimento do ensino liações da educação básica; a redução de
– 25%; desigualdades socioeconômicas e raciais na
• Cotas estaduais e municipais da arrecada- educação, medidas em exames de avaliação;
ção do salário-educação; as referenciais curriculares, entre outras.

• Parcela da participação pela exploração de Os valores serão calculados com base em


petróleo e gás natural vinculada à educa- estimativas realizadas e estas serão atua-
ção; e lizadas a cada quatro meses ao longo do
exercício de referência. O valor de comple-
• Transferências decorrentes dos programas mentação da União também será reajustado
de distribuição universal geridos pelo Fundo para se adequar à receita realizada e não
Nacional de Desenvolvimento da Educação meramente estimada. Esse ajuste ocorrerá
(definidos em regulamento). no primeiro quadrimestre, em parcela úni-
Contudo, para receber a complementa- ca, sendo o valor correspondente à com-
ção-VAAT, os entes devem disponibilizar plementação da União ajustada debitado
as informações e os dados contábeis, or- ou creditado à conta específica dos Fundos,
çamentários e fiscais, até o dia 30 de abril conforme o caso.
do exercício posterior àquele que se quer A complementação da União busca a equa-
obter os dados e devem considerar a corres- lização nacional dos valores mínimos de
pondência entre o custo real da respectiva aplicação e promove correções nas dispa-
etapa e modalidade, com relação ao tipo ridades existentes nos valores máximos de
de estabelecimento de educação básica, aplicação, devido ao seu caráter contributivo
segundo estudos de custo realizados e pu- e redistributivo estadual.
blicados pelo Instituto Nacional de Estudos
e Pesquisas Educacionais (Inep). VAAFundeb VAATotal VAAResultado
A complementação-VAAF irá integrar as recei-
tas dos Fundos para o exercício financeiro de Os valores serão calculados com base em
referência, tanto as receitas estimadas como estimativas publicadas até 31 de dezembro
as receitas realizadas por ocasião do ajuste. do exercício anterior. Então, elas serão atua-
lizadas a cada quatro meses ao longo do
Já a complementação-VAAT representará as
exercício de referência. O valor de comple-
receitas dos Fundos e demais disponibilida-
mentação da União também será reajustado
des vinculadas à educação, realizadas nos

Manual de Orientação do Fundeb 25


< Sumário

para se adequar à receita realizada e não Além disso, segue o cronograma do Tesouro
meramente estimada. Esse ajuste ocorrerá Nacional, em relação ao repasse de comple-
até abril do ano seguinte, em parcela única, mentação da União:
sendo o valor correspondente à comple-
mentação da União ajustada debitado ou • Pagamentos mensais de, no mínimo, 5% da
creditado à conta específica dos Fundos, complementação anual até o último dia útil
conforme o caso. de cada mês;

Estimativas, referências e ajustes para os • Assegurados os repasses de, no mínimo:


valores de repasse no Fundeb a) 45% até 31 de julho;
Exemplo: para o cálculo de repasse para o b) 85% até 31 de dezembro; e
Fundeb 2026
c) 100% até 31 de janeiro do ano seguinte.
 31/12/2025: Publicações
 estimativa de receita total dos Fundos pre- Cronograma mensal de pagamentos da
vistos no art. 3º, da Lei nº 14.113/20 (ITCD, União
ICMS, IPVA, cotas-partes dos Estados, Dis- Até o último dia útil de cada mês: No mí-
trito Federal e Municípios, ITRm, FPE, FPM, nimo 5%;
IPIexp, Receita da dívida ativa tributária, ju-
Até 31 de julho: No mínimo 45%;
ros e multas relativas aos impostos aqui re-
lacionados, Adicional na alíquota do ICMS); Até 31 de dezembro: 85%; e
 estimativas do valor da complementação Até 31 de janeiro do ano seguinte: 100%.
da União (mínimo de 23%, a partir de 2026);
A complementação da União busca garan-
 estimativa dos valores anuais por aluno tir os valores mínimos de investimento em
(VAAF) no âmbito de cada Estado e do DF; educação básica pública em todo o país, in-
 estimativa do valor anual mínimo (VAAF- dependentemente da capacidade de arre-
-MIN), referência para distribuição da com- cadação de um Município. Assim, é possível
plementação-VAAF para as redes de ensino; apoiar as redes de ensino que mais precisam
de financiamento para ofertar uma educação
 Estimativa do valor anual total mínimo com qualidade aceitável e justa, sem preci-
(VAAF-MIN), referência para distribuição da sar observar o Estado, a Região Geográfica
complementação-VAAT para as redes de e a localização da escola.
ensino.
 Em 30/04/2026: 1ª atualização das esti-
mativas
 Em 31/08/2026: 2ª atualização das esti-
mativas
 Em 31/12/2026: 3ª atualização das estima-
tivas
 Até 31/01/2027: STN atualiza os valores de
arrecadação efetiva dos Fundos
 Até 30/04/2027: O valor da complementa-
ção da União é ajustado

Manual de Orientação do Fundeb 26


< Sumário

2.4.1. Complementação valor por aluno é equalizado em (VAAF-MIN):


segundo o parâmetro VAAF
A União complementará os recursos dos
Fundos no âmbito de cada Estado e do Dis-
trito Federal sempre que o valor anual por
aluno (VAAF) não alcançar o mínimo definido
nacionalmente. A complementação-VAAF
segue a sistemática do antigo Fundeb de
equalização por Estado e será definido o
valor anual mínimo por aluno nacional con-
forme instruções a seguir:

2.4.2. Complementação
segundo o parâmetro VAAT
A União complementará os recursos dos
Fundos em cada rede pública de ensino
municipal, estadual ou distrital, sempre que
o valor anual total por aluno (VAAT) não al-
cançar o mínimo definido nacionalmente.
O VAAT será calculado com base nos recur-
sos dos Fundos, acrescidos de outras recei-
tas e transferências vinculadas à educação, e
consideradas as matrículas segundo ponde-
rações entre etapas, modalidades, duração
Definido o valor anual mínimo por aluno da jornada e tipos de estabelecimento de
(VAAF-MIN), os Fundos serão complementa- ensino e outras relativas ao nível socioeco-
dos e, no âmbito dos Estados, redistribuídos nômico dos educandos e aos indicadores
entre suas redes de ensino, segundo coefi- de disponibilidade de recursos vinculados
ciente (𝑐𝑘𝑖cki) utilizado quando da distribuição à educação e de potencial de arrecadação
aos Municípios: tributária de cada ente federado.
O art. 212-A, § 1º da Constituição Federal es-
tabelece que o cálculo do VAAT deve con-
siderar, no mínimo:
• Recursos dos Fundos;
• Complementação-VAAF;
• Receitas de Estados, Distrito Federal e Mu-
nicípios vinculadas à manutenção e desen-
volvimento do ensino não integrantes do
Para todas as redes de ensino de Estados Fundeb;
que receberam complementação-VAAF, o • Cotas estaduais e municipais da arrecada-

Manual de Orientação do Fundeb 27


< Sumário

ção do Salário-Educação, nos moldes do


art. 212, §6º, da Constituição Federal.
O VAAT deve refletir as disponibilidades to-
tais de cada rede de ensino e considerá-las
em relação ao total de matrículas pondera-
das pelos fatores de diferenciação e indica-
dores previstos.
Em relação ao indicador de disponibilidade
de recursos vinculados à educação, teve-se
o objetivo de replicar no âmbito do Fundeb-
-Estados e complementação-VAAF a efetiva A União complementará os recursos dos
capacidade de financiamento de cada ente Fundos em cada rede pública de ensino
federado demonstrada pelo VAAT, uma vez municipal, estadual ou distrital sempre que
que naquelas etapas de distribuição de re- o valor anual total por aluno (VAAT) não al-
cursos são consideradas apenas as receitas cançar o mínimo definido nacionalmente. De
integrantes dos Fundos. Dessa forma, o VAAT modo similar à definição do (VAAF-MIN), por
é o parâmetro que expressa a disponibili- Estado, adota-se o mesmo procedimento de
dade de recursos vinculados à educação, o cálculo para definição do (VAAT-MIN), agora
que dispensa a adoção de outro indicador por rede de ensino:
por ocasião da complementação-VAAT.
As matrículas ponderadas de cada rede de
ensino são quantificadas da seguinte forma:

Para todas as redes de ensino de Estados


que receberam complementação-VAAF o
valor anual total por aluno é equalizado em
(VAAT-MIN).
Proporção de 50% do total da complementa-
ção-VAAT será destinado à educação infantil.

Manual de Orientação do Fundeb 28


< Sumário

É composta por receita de recursos direcio-


nada às redes que cumprirem os indicadores
e atenderem à melhoria de aprendizagem,
com redução das desigualdades, nos termos
do sistema nacional de avaliação da educa-
ção básica – implementação progressiva, a
partir de 2023, de 0,75 pontos percentuais
no primeiro ano a 2,5 pontos percentuais no
sexto ano.
A destinação do VAAR, observará o atendi-
mento aos indicadores de melhoria:
 Parâmetros técnicos de mérito e desempenho
Mínimo nacional Aplicado às
despesas de para o provimento do cargo de gestor escolar;
Comp. VAAT capital
15% Aplicado à Participação de pelo menos 80% dos estu-
VAAF já
comple- 50% educação dantes em avaliações da educação básica;
mentado infantil
{
Redução de desigualdades socioeconômicas
Complementação VAAT e raciais na educação, medidas em exames
de avaliação;
2.4.3. Complementação por Referenciais curriculares alinhados à Base
resultado VAAR Nacional Comum Curricular; e
Repasse de 10% do ICMS que cabe a cada
A complementação-VAAR (Valor Aluno/Ano
Município, com base em indicadores de me-
por Resultado), em que a letra “R” represen-
lhoria nos resultados de aprendizagem e de
ta “resultado”, será distribuída de acordo
aumento da equidade segundo o nível so-
com o cumprimento
Os indicadores cioeconômico dos estudantes.
de condicionalida-
são métricas e
des e da evolução de mecanismos O desempenho de cada região será calcu-
indicadores. Visa es- utilizados para lado por meio das taxas de aprovação nos
timular os avanços coletar e gerar ensinos fundamental e médio nas redes es-
na aprendizagem, informações taduais e municipais de ensino. Os alunos
uma vez cumpridas sobre
serão avaliados por exames nacionais de
determinada
as condicionalidades situação – de avaliação da educação básica, que seguirão
de melhoria de ges- desenvolvimento, metodologia específica.
tão previstas em lei e financeira etc.
constatada a evolução A metodologia de cálculo utilizada para me-
quanto à observação dos parâmetros indi- dir os indicadores irá considerar, obrigato-
cadores, nos termos do sistema nacional de riamente, três critérios: o primeiro irá aferir o
avaliação da educação básica. Isso possibili- nível e o avanço dos resultados médios dos
tará o atendimento e a melhoria da aprendi- estudantes de cada rede pública estadual e
zagem, além da redução das desigualdades municipal nos exames nacionais do sistema
(medida de equidade de aprendizagem). nacional de avaliação da educação básica,
ponderados pela taxa de participação nos
Essa modalidade contribuirá para a diminui- exames. O segundo levará em consideração
ção das desigualdades nos campos de aces- as taxas de aprovação no ensino fundamental
so à educação e de permanência no ensino.

Manual de Orientação do Fundeb 29


< Sumário

e médio em cada rede estadual e municipal 2.4.4. Indicadores e


e, por último, o terceiro aspecto observará
as taxas de atendimento escolar das crian- ponderadores
ças e jovens na educação básica presencial
A Lei nº 14.113/20 prevê, em seu anexo, os
em cada ente federado, visando identificar a
seguintes indicadores e ponderadores:
evasão no ensino fundamental e médio.
Esta estrutura metodológica objetiva atin-
gir equidade de aprendizagem, baseada na
escala de níveis de aprendizagem, definida
pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesqui-
sas Educacionais (Inep), com relação aos re-
sultados dos estudantes nos exames nacio-
nais. Serão consideradas as desigualdades
de resultados nos diferentes grupos de nível
socioeconômico e de raça e dos estudantes
com deficiência em cada rede pública.
A metodologia de cálculo a ser adotada é
a seguinte:

Manual de Orientação do Fundeb 30


< Sumário

Quadro sintético:

Distribuição dos Há a comple-


E apurado o SIM
recursos que Alcançou o VAAF mentação da
VALOR ANUAL
compõem o mínimo definido União de 10%
POR ALUNO
Fundo de cada nacionalmente? NÃO em cada
(VAAF)
Estado e do DF Estado e DF
(COMP. VAAF)

Recursos que
compõem o Fundeb Recursos que
compõem o Fundeb
Nº de alunos
matriculados +
Complementação
VAAF

Nº de alunos
matriculados
E o que é a Complementação
VAAR?
É um complemento da União E apurado o
de 2,5% devido apenas às redes VALOR ANUAL
públicas de ensino que: TOTAL POR
a) Cumprirem as condicionali- ALUNO
dades de melhoria de gestão; e
b) Alcançarem evolução de
indicadores de atendimento e Quais são esses outros recursos? Recursos que
• O restante dos recursos da Educação compõem o Fundeb
+
de melhoria da aprendizagem
com redução das desigualda- que completam os 25% do orçamento
Complementação
des que ainda serão definidos para a educação; VAAF
• Cotas do salário educação;
• Participação pela exploração de
+
Disponibilidade de
petróleo e gás natural vinculada outros recursos
E apurado o à educação;
VALOR ANUAL Nº de alunos
• Transferências de programas geridos matriculados
POR ALUNO pelo MEC para distribuição universal.
(VAAF)
Alcançou o VAAT
Complementação mínimo definido
VAAR nacionalmente?

Nº de alunos
matriculados
NÃO SIM

Fórmulas matemática Há a complementação da


União de, no mínimo, 10,5%
O que pode ou não acontecer em cada rede pública de
ensino (COMP. VAAT)

Manual de Orientação do Fundeb 31


< Sumário

Nota-se, assim, que fo-


2.5. Disponibilização ram mantidos como
São os
responsáveis
e distribuição dos operadores financeiros pelo repasse
o Banco do Brasil e Cai- dos recursos
recursos xa Econômica Federal na recebidos
das unidades
nova lei.
Os recursos dos Fundos serão disponibili- transferidoras
Após a disponibilização às contas
zados pela União, Estados e Distrito Federal
específicas dos
(unidades transferidoras) dos recursos pelas uni- Fundos. Estas
à Caixa Econômica Fede- É o nome dado dades transferidoras aos devem ser
ral ou ao Banco do Brasil pela Lei do Novo operadores financeiros, criadas pelos
Fundeb à União,
S/A. aos Estados
estes farão a distribuição Municípios no
dos recursos no âmbito Banco do Brasil
e ao Distrito
A disponibilização dos Federal. Caberá de cada Estado (não há
S/A e na Caixa
recursos à instituição fi- Econômica
a estes entes movimentação de recur- Federal,
nanceira responsável governamentais sos de um estado para sendo estes
pelo crédito nas contas a
o outro), entre os entes os operadores
específicas do Fundo é, disponibilização designados pela
dos recursos governamentais locali-
portanto, de competên- dos Fundos zados em seu território
lei para realizar
cia dos governos fede- a movimentação
aos operadores (governo estadual e go- financeira.
ral e estaduais, visto que financeiros. vernos municipais), na
cabe a essas instâncias a proporção do número de alunos atendidos
arrecadação e a distribuição da totalidade em cada rede de ensino, considerando-se os
dos recursos que compõem o Fundeb. critérios e a escala de inserção dos alunos.

2.6. Comissão Intergovernamental de Financiamento


para a Educação Básica de Qualidade
A Comissão Intergovernamental de Financia-
Apesar da revogação da Lei nº 11.494/2007,
mento para a Educação Básica de Qualidade
está mantida a Comissão Intergovernamental
é responsável pela definição dos fatores de
de Financiamento para a Educação Básica de
ponderação para todas as etapas e moda- Qualidade, mas com pequenas alterações.
lidades de ensino, relativas aos aspectos
socioeconômicos dos alunos, indicadores A novidade trazida pela nova lei é a incor-
de disponibilidade de recursos vinculados à poração dos representantes do Instituto Na-
educação e aos indicadores de utilização do cional de Estudos e Pesquisas Educacionais
potencial de arrecadação tributária relativo (Inep) e do Fundo Nacional de Desenvolvi-
a cada ente federado. mento da Educação (FNDE) na composição
dos membros que integram a Comissão In-
tergovernamental.

Manual de Orientação do Fundeb 32


< Sumário

Quadro sintético:

ANTES

01 05 05

representantes dos representantes dos


Secretários ESTADUAIS Secretários MUNICIPAIS
representante de Educação; de Educação;
do Ministério
da Educação
Um de cada Região do país; Um de cada Região do país;
Cada um indicado pelas Seções Cada um indicado pelas Seções
Regionais do Conselho Nacional de Regionais da União Nacional dos
Secretários de Estado da Educação Dirigentes Municipais de
(CONSED). Educação (UNDIME).

AGORA

05 05 05

representantes dos representantes dos


Secretários ESTADUAIS Secretários MUNICIPAIS
representantes do de Educação; de Educação;
Ministério da Educação;
Um de cada Região do país; Um de cada Região do país;
Sendo: Cada um indicado pelas Seções Cada um indicado pelas Seções
Um representante do Inep; Regionais do Conselho Nacional de Regionais da União Nacional dos
Um representante do FNDE. Secretários de Estado da Educação Dirigentes Municipais de Educação
(CONSED). (UNDIME).

Dentre as suas atribuições encontram-se:


• O monitoramento e a avaliação das condicionalidades;
• A aprovação da metodologia de cálculo do custo médio das diferentes etapas e modalidades;
• A aprovação da metodologia de cálculo dos indicadores;
• A elaboração ou a requisição da elaboração de estudos técnicos pertinentes;
• A elaboração do regimento interno da Comissão, por meio de portaria do Ministro de Estado
da Educação; e
• O exercício de outras atribuições conferidas em lei.

Manual de Orientação do Fundeb 33


< Sumário

Um dos parâmetros adotados pela Comis- É de extrema importância para o direciona-


são Intergovernamental é o estabelecimen- mento dos trabalhos que os debates sobre
to de um custo médio. Esse custo deverá a Educação Básica de Qualidade sejam re-
ser observado na realização do cálculo das gistrados em ata, conforme o próprio Regi-
diferentes etapas, modalidades, duração mento Interno. As análises e decisões sobre
da jornada e tipos de estabelecimento de as diferenças entre as etapas, modalidades
ensino da educação básica, conforme me- e tipos de estabelecimento de ensino serão
todologia elaborada pelo Instituto Nacional publicadas na forma de Resolução no Diário
de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), Oficial da União até o dia 31 DE JULHO de
consideradas as respectivas especificidades cada ano, mas só passarão a valer no ano
e os insumos necessários para a garantia de seguinte.
sua qualidade.
A participação na Comissão é função de re-
A Comissão Intergovernamental de Financia- levante interesse público, por isso os seus
mento para a Educação Básica de Qualida- membros não recebem qualquer remune-
de deverá se orientar por meio dos estudos ração.
sobre o custo médio, que serão anualmente
atualizados e publicados pelo Inep, sendo Dentre as principais atribuições, destaca-se
condição indispensável para as decisões da a de opinar acerca das atuais ponderações
Comissão. Será publicado um relatório deta- do Fundeb e essa função deve permanecer
lhado em que conste a memória de cálculo com relação às novas ponderações.
sobre o custo médio, as fontes dos indica- Os custos gerados pelas atividades da Co-
dores utilizados e as razões que levaram à missão ficarão a cargo do Ministério da Edu-
definição dessas ponderações. cação e serão feitos à conta das dotações
orçamentárias anualmente consignadas.

Importante! Os dados do Censo Escolar


anual realizado pelo Instituto Nacional de
Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep)
servirão de base para a fundamentação das
decisões da Comissão Intergovernamental
de Financiamento para a Educação Básica
de Qualidade.

Manual de Orientação do Fundeb 34


< Sumário

às diferentes etapas, modalidades, duração da jornada e tipos de


Especificar as estabelecimento de ensino da educação básica
diferenças e as ao nível socioeconômico dos educandos
ponderações
aplicáveis: aos indicadores de disponibilidade de recursos vinculados à educação
aos indicadores de utilização do potencial de arrecadação tributária de
cada ente federado

Monitorar
e avaliar
Comissão
as condicionalidades
Intergovernamental definidas para a
complementação-VAAR
a serem cumpridas pelas
redes públicas de ensino
Elaborar
Inep propõe
ou requisitar estudos
técnicos pertinentes
Aprovar as seu regimento interno MEC publica
metodologias a portaria

de cálculo do custo médio das diferentes etapas, modalidades,


duração da jornada e tipos de estabelecimento de ensino da INEP elabora
educação básica
de cálculo dos indicadores de nível socioeconômico dos INEP elabora
educandos, de disponibilidade de recursos vinculados à
educação e de potencial de arrecadação tributária de cada Poder Executivo
ente federado Federal apoia
de cálculo dos indicadores de atendimento e melhoria
da aprendizagem com redução das desigualdades para Inep elabora
complementação-VAAR
de aferição das condicionalidades para a complementação-VAAR Inep elabora
de cálculo do indicador para estabelecimento do percentual
mínimo da complementação-VAAT a ser aplicado pelos
municípios beneficiados na educação infantil, a fim de atingir a Inep elabora
proporção de 50% dos recursos globais nessa etapa do ensino
de apuração e monitoramento do exercício da função
redistributiva da União, Estados, Distrito Federal e Municípios MEC elabora
em relação às suas escolas

Manual de Orientação do Fundeb 35


3
< Sumário

Repasses dos recursos do


Fundeb

Os recursos repassados por meio do Fundo são creditados automaticamente (sem neces-
sidade de convênio ou instrumento similar) na conta específica de cada governo estadual
e municipal, mantida no Banco do Brasil ou na Caixa Econômica Federal. A conta específica
mencionada será criada junto a gerência de cada instituição financeira, cabendo a cada gestor
local a garantia de uso exclusivo para o Fundeb e a gestão financeira.

Atenção! É responsabilidade de cada Estado, do Distrito Federal e de cada


Município a gestão da nova conta específica do Fundeb para o recebimento
dos recursos referentes ao Fundeb.

A periodicidade dos repasses, portanto, é a seguinte:

Origem dos Recursos Periodicidade do Crédito


ICMS Semanalmente
FPE, FPM, IPIexp e ITRm Decendialmente
Complementação da União Mensalmente
IPVA e ITCMD Conforme cronograma de cada Estado

Manual de Orientação do Fundeb 36


< Sumário

3.1. Gestão e movimentação bancária dos recursos


A gestão e a movimentação bancária dos deral ou Banco do Brasil), no que se refere
recursos do Fundeb, como por exemplo, pro- aos recursos dos impostos e participações
gramação, aplicação financeira, movimenta- que compõem o Fundo, creditará imedia-
ção bancária e pagamentos, é de responsa- tamente as parcelas devidas aos governos
bilidade do chefe do Poder Executivo e da estaduais, no Distrito Federal e aos governos
autoridade responsável pela Secretaria de municipais nas contas específicas, vedada a
Educação ou órgão equivalente nos Estados, transferência para outras contas e observa-
Distrito Federal e Municípios. dos os critérios e as finalidades estabeleci-
dos na Lei do Fundeb.
A movimentação dos recursos será reali-
zada exclusivamente por meio eletrônico, Obs. 1: É o Secretário de Educação ou o dirigente de ór-
gão equivalente responsável pela gestão dos recursos no
mediante crédito em conta corrente, de titu- Estado, Distrito Federal ou Município que escolhe em qual
laridade dos fornecedores e prestadores de das instituições financeiras será aberta a conta do fundo.
serviços, devidamente identificados e com Obs. 2: Se houver saldos do Fundeb em conta corrente
a finalidade para a qual se destina. aberta em outra instituição financeira diferente dessas, os
valores devem ser transferidos até 31 de JANEIRO de 2021
Os recursos serão disponibilizados pelas uni- para a nova conta criada na CEF ou no BB.
dades transferidoras - que, nos termos do Obs. 3: Para os Estados que recebem complementação da
art. 20, parágrafo único da Lei nº 14.113/20 União, o ajuste feito a partir de 1º de JANEIRO de 2021 já
são: a União, os Estados e o Distrito Federal. será realizado na nova conta.
É de responsabilidade das unidades a viabi-
lização desses recursos ao Banco do Brasil A divulgação dos valores creditados será
(BB) ou à Caixa Econômica Federal (CEF), disponibilizada de forma pública, em sítio
nomeados pela Lei como operadores finan- na internet, que seguirá o formato aberto. As
ceiros, os quais, após o recebimento farão o informações asseguradas na rede disporão
devido encaminhamento aos Estados, Dis- sobre:
trito Federal e Municípios. • Movimentações bancárias;

Atenção! Os recursos oriundos do Fundeb • Responsável legal; e a


deverão ser repassados para conta única e • Data de abertura e dados com relação à
específica vinculada ao Fundeb.
agência e ao número da conta bancária.
Ainda, em relação aos recebimentos e apli-
Fique atento! A rastreabilidade dos recursos cações dos recursos do Fundeb, estes de-
permite o controle social e a fiscalização da verão ser discriminados nos sítios da internet
utilização dos recursos da educação. mencionados e sua publicação será de res-
ponsabilidade do Poder Executivo de cada
Todos os repasses e qualquer movimentação
ente federativo.
dos recursos do Fundeb devem ser feitos em
apenas uma conta, aberta somente para os Especificamente sobre a gestão dos recur-
valores do Fundo, em uma das instituições: sos, cabe pontuar que o art. 211 da Cons-
tituição Federal trata da colaboração aos
• Caixa Econômica Federal; ou
sistemas de ensino da União, dos Estados,
• Banco do Brasil S/A. do Distrito Federal e dos Municípios e esta-
belece aos entes federados o dever de as-
O operador financeiro (Caixa Econômica Fe- segurarem a universalização do ensino. Para

Manual de Orientação do Fundeb 37


< Sumário

isso, foi-lhes facultado o estabelecimento


Fique atento! A aplicação do saldo deverá
das formas de colaboração, dentre elas, a
ser realizada na mesma instituição financeira
celebração de convênios. responsável pela conta específica (Banco do
Assim, prefeituras municipais e governos Brasil S/A ou Caixa Econômica Federal).
estaduais têm liberdade e autonomia para
celebrar convênios para a transferência de: Os recursos dos Fundos,
inclusive aqueles oriun- De acordo com
o princípio da
• Alunos; dos de complementação
anualidade,
• Recursos humanos; da União, devem ser utili- todos os
zados pelos Estados, pelo recursos
• Materiais; Distrito Federal e pelos deverão ser
Municípios, no exercício utilizados
• Encargos financeiros; e
no mesmo
financeiro em que lhes
• Transporte escolar; exercício
forem creditados, em ob- financeiro em
Nesse caso, deve haver a transferência ime- servância ao Princípio da que forem
diata de recursos financeiros corresponden- Anualidade. creditados.
tes ao número de matrículas assumido pelo
Entretanto, a lei prevê uma
ente federado.
exceção, em que os recur- É a parcela
sos recebidos à conta dos dos recursos
Atenção! É obrigatório o registro detalhado dos Fundos,
Fundos, inclusive relativos
das transferências de recursos disponibiliza- correspondente
dos pela União, pelos Estados e pelo Distrito
à complementação da a 10% do
Federal. União, poderão ser utiliza- valor anual
dos em período que não repassado,
Após a utilização dos recursos financeiros corresponda ao mesmo que poderá ser
exercício financeiro: é o utilizada em
disponíveis nas contas específicas dos Fun- período não
dos, em caso de remanescerem eventuais caso da parcela diferida. correspondente
saldos monetários, por período superior a Até 10% dos recursos re- ao exercício
15 dias sem movimentação bancária, estes cebidos à conta dos Fun- financeiro,
deverão ser aplicados em operações finan- dos, poderão ser utilizados conforme
no primeiro quadrimestre previsto em lei
ceiras de curto prazo ou de mercado aberto, (exceção ao
lastreadas em títulos da dívida pública, no do exercício imediatamen- princípio da
intuito de preservar a capacidade financeira te subsequente, mediante anualidade).
dos valores investidos. abertura de crédito adicio- Este prazo
nal. diferido
Os valores provenientes das aplicações, para compreende o
serem utilizados, deverão obedecer às mes- lapso temporal
que se estende
mas prescrições para a destinação dos re- até 30/04
cursos do Fundeb. Eles não podem ter um do exercício
aproveitamento diverso do que está enume- financeiro
rado na Lei, para os recursos dessa natureza. subsequente.

Entretanto, o saldo remanescente deverá ser


aplicado na instituição financeira (Banco do
Brasil S/A ou Caixa Econômica Federal), res-
ponsável pela movimentação dos recursos,
de modo a preservar seu poder de compra. Recursos Até
Ano 1 10% Ano 2

Manual de Orientação do Fundeb 38


< Sumário

Saiba Mais!
O que é remuneração?
Representa o total do pagamento devido aos profissionais da educação básica, em decorrência
do efetivo exercício, inclusive, considera-se também, para efeito de remuneração, os encargos
sociais incidentes.
O que é efetivo exercício?
É a atuação efetiva no desempenho das atividades dos profissionais da educação básica associada
à regular vinculação contratual, seja ela temporária ou estatutária com o ente governamental que
o remunera, não descaracterizada por eventuais afastamentos temporários previstos em lei com
ônus para o empregador que não impliquem rompimento da relação jurídica existente.

Os Profissionais da Educação Básica


O Brasil adotou o sistema legal de conceituação desses profissionais, de modo que a própria
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional especifica os requisitos para que haja o seu
devido reconhecimento.
É importante ressaltar que a Lei do extinto Fundeb referia-se a “Profissionais do Magistério".
Com a mudança da terminologia para “Profissionais da Educação Básica”, houve uma especifi-
cação legal dos profissionais que compõem a distribuição dos recursos e demais disposições
do novo Fundeb, como se nota pelo esquema a seguir:

Manual de Orientação do Fundeb 39


< Sumário

ANTES

Docentes e profissionais que oferecem suporte pedagógico direto ao


exercício da docência: direção ou administração escolar, planejamento,
inspeção, supervisão, orientação educacional e coordenação pedagógica.
Profissionais
do Magistério
da Educação

AGORA
Professores habilitados em nível médio ou superior para a docência na
educação infantil e nos ensinos fundamental e médio;

Trabalhadores em educação portadores de diploma de pedagogia, com


habilitação em administração, planejamento, supervisão, inspeção e orientação
educacional, bem como com títulos de mestrado ou doutorado nas mesmas
áreas;

Trabalhadores em educação, portadores de diploma de curso técnico ou


superior em área pedagógica ou afim;

Profissionais com notório saber reconhecido pelos respectivos sistemas de


ensino, para ministrar conteúdos de áreas afins à sua formação ou experiência
profissional, atestados por titulação específica ou prática de ensino em unidades
Profissionais educacionais da rede pública ou privada ou das corporações privadas em que
da Educação tenham atuado, exclusivamente para atender a formação técnica e profissional;
Básica Profissionais graduados que tenham feito complementação pedagógica,
conforme disposto pelo Conselho Nacional de Educação;

Profissionais que prestam serviços de psicologia e de serviço social para


atender às necessidades e prioridades definidas pelas políticas de educação,
por meio de equipes multiprofissionais.

Manual de Orientação do Fundeb 40


< Sumário

Profissionais da Educação Básica


Lei nº 9.394 de 1996 Lei nº 13.935 de 2019
(Art. 61, incisos de I a V) (Art. 1º)
I – professores habilitados em nível médio ou superior para a docência
na educação infantil e nos ensinos fundamental e médio;
II – trabalhadores em educação portadores de diploma de pedagogia,
com habilitação em administração, planejamento, supervisão, inspeção Profissionais que
e orientação educacional, bem como com títulos de mestrado ou prestam serviços de
doutorado nas mesmas áreas; psicologia e de serviço
III – trabalhadores em educação, portadores de diploma de curso social para atender
técnico ou superior em área pedagógica ou afim; às necessidades e
IV - profissionais com notório saber reconhecido pelos respectivos prioridades definidas
sistemas de ensino, para ministrar conteúdos de áreas afins à sua pelas políticas de
formação ou experiência profissional, atestados por titulação específica educação, por
ou prática de ensino em unidades educacionais da rede pública meio de equipes
ou privada ou das corporações privadas em que tenham atuado, multiprofissionais.
exclusivamente para atender ao inciso V do caput do art. 36;
V - profissionais graduados que tenham feito complementação
pedagógica, conforme disposto pelo Conselho Nacional de Educação.

Dentre as inovações da Lei do Novo Fundeb Contudo, a lei também lista algumas hipó-
está a destinação do percentual mínimo de teses de vedação quanto à utilização dos
15% dos recursos da complementação-VAAT recursos do Fundeb. Trata-se de situações
para as despesas de capital das redes de que envolvam:
ensino beneficiadas.
• Financiamento das despesas não conside-
Outra mudança é a designação de 50% dos radas de manutenção e de desenvolvimento
recursos globais da complementação-VAAT da educação básica;
para a educação infantil. Para isso, devem ser
observados obrigatoriamente, como parâ- • Pagamento de aposentadorias e de pen-
metros indicadores, o déficit de cobertura, sões; e
considerada a oferta, a demanda anual pelo • Garantia ou contrapartida de operações
ensino e a vulnerabilidade socioeconômica de crédito, internas ou externas, contraí-
da população a ser atendida. das pelos Estados, pelo Distrito Federal ou
A observância aos indicadores corrobora a pelos Municípios que não se destinem ao
equalização que se pretende atingir com a financiamento de projetos, de ações ou de
nova Lei, oferecendo aos Municípios menos programas considerados ação de manuten-
favorecidos melhores condições financeiras ção e de desenvolvimento do ensino para a
para a subsidiação da educação básica pú- educação básica.
blica de qualidade.

Manual de Orientação do Fundeb 41


4
< Sumário

3.2 Aplicações
financeiras
As aplicações financeiras representam a
compra de um título ou ativo oferecido por
uma instituição financeira com o objetivo de
obter uma remuneração para os recursos
aplicados, com o objetivo de manter o valor
de compra da moeda ou potencializar os
lucros obtidos com a transação.
Na hipótese de eventuais saldos de recursos
financeiros disponíveis nas contas específi-
cas dos Fundos, cuja perspectiva de utiliza-
ção seja superior a 15 dias, estes deverão ser
aplicados em operações financeiras de curto
prazo ou de mercado aberto, lastreadas em
títulos da dívida pública, na instituição finan-
ceira responsável pela movimentação dos
recursos.
Operações financeiras de curto prazo são
aquelas que possuem rápida liquidez, o que
significa que o valor aplicado poderá ser
resgatado e posteriormente sacado em um
curto espaço de tempo. O prazo estipulado
para que uma operação seja de curto prazo
não é fixo e varia a depender do autor e do
contexto econômico. No entanto, muitas ve-
zes são utilizadas como referência de curto
prazo aplicações em que os resgates podem
ser realizados em até 90 dias.
O mercado aberto ou “open market”, como é
comumente chamado no mercado financei-
ro, representa o ambiente de negociações
financeiras em que o Banco Central –insti-
tuição brasileira responsável por garantir a
estabilidade econômica do país – compra e
vende títulos públicos. O mercado aberto é
uma das formas de o Banco Central conse-
guir executar sua política monetária no país,
expandindo ou contraindo a quantidade de
moeda disponível no sistema bancário.

Manual de Orientação do Fundeb 42


4
< Sumário

Utilização dos recursos pelos


Estados, Distrito Federal e
Municípios

A responsabilidade pela São despesas • A vinculação mínima de 15% da complemen-


efetiva aplicação dos re- relacionadas tação-VAAT a ser aplicada em despesas de
à aquisição
cursos que compõem os capital 3 por cada rede de ensino beneficiada;
de máquinas
Fundos, somados à com- equipamentos,
plementação da União, • A destinação obrigatória de 50% dos recur-
realização de
quando houver, é dos obras, aquisição
sos globais da complementação-VAAT à
Estados, do Distrito Fe- de participações educação infantil, após a sua distribuição
deral e dos Municípios. acionárias de às redes de ensino (ver item 2.4.2).
empresas,
Obrigatoriamente, essa aquisição No que se refere ao planejamento financeiro
utilização deve ocorrer de imóveis, dos Estados e Municípios, a Lei do Novo Fun-
no mesmo exercício fi- concessão de deb permite a aplicação de até 10% dos re-
nanceiro em que os va- empréstimos para
cursos do Fundo, incluindo a complementa-
investimento.
lores forem creditados e ção da União, nos quatro primeiros meses do
Normalmente,
em ações consideradas uma despesa de ano imediatamente subsequente, mediante
de manutenção e de de- capital concorre a abertura de crédito adicional, observado o
senvolvimento do ensino para a formação seguinte cronograma do Tesouro Nacional:
(ver MDE na seção 2.1.2) de um bem de
capital, assim • Pagamentos mensais de, no mínimo, 5% da
para a educação básica
como para a complementação anual até o último dia útil
pública, contemplando expansão das
a ação redistributiva em atividades do
de cada mês;
relação às suas escolas. órgão.
• Assegurados os repasses de, no mínimo:
Ainda, a aplicação pelos Estados e Municí- d) 45% até 31 de julho;
pios poderá se dar sem fazer distinção entre
as etapas, modalidades e tipos de estabele- e) 85% até 31 de dezembro; e
cimento de ensino da educação básica 1, mas
f) 100% até 31 de janeiro do ano seguinte.
observados os âmbitos de atuação prioritária
2
. Outros critérios a serem observados na
regular utilização dos recursos, são:

1 Sobre etapas e modalidades de ensino, ver o Quadro “Segmentos de Educação Básica” na seção 2.2.
2 Sobre os âmbitos de atuação prioritária, ver seção 2.1 deste Manual.
3 Para saber mais sobre as despesas de capital, acesse o link: http://plataformamaisbrasil.gov.br/ajuda/glossario/despesa-de-capital#:~:text=-
Despesas%20relacionadas%20com%20aquisi%C3%A7%C3%A3o%20de,concess%C3%A3o%20de%20empr%C3%A9stimos%20para%20inves-
timento.

Manual de Orientação do Fundeb 43


< Sumário

Cronograma mensal de pagamentos da Atenção! O Novo Fundeb prevê expressa-


União mente que os planos de carreira dos profis-
sionais do magistério devem contemplar a
Até o último dia útil de cada mês: No mínimo
capacitação profissional dos seus membros,
5%;
em especial aquela direcionada à formação
Até 31 de julho: No mínimo 45%; continuada.

Até 31 de dezembro: 85%; e


Até 31 de janeiro do ano seguinte: 100%.

Descrição das Ações de Manutenção e De- À


 aquisição, manutenção, construção e con-
senvolvimento do Ensino (MDE) servação de instalações e equipamentos ne-
À luz do art. 70 da Lei nº 9.394/1996, co- cessários ao ensino:
nhecida como Lei de Diretrizes e Bases da - Aquisição de imóveis já construídos ou de
Educação Nacional, são despesas que visam terrenos para construção de prédios, des-
alcançar os objetivos básicos das instituições tinados a escolas ou órgãos do sistema de
educacionais de todos os níveis. São exem- ensino;
plos listados pela norma as ações voltadas:
- Ampliação, conclusão e construção de pré-
À remuneração e ao aperfeiçoamento do dios, poços, muros e quadras de esportes
pessoal docente e demais profissionais da nas escolas e outras instalações físicas de
educação: uso exclusivo do sistema de ensino;
- Habilitação de É um termo que se referia
- Aquisição de mobiliário e equipamentos
professores aos antigos professores sem
qualificação pedagógica. voltados para o atendimento exclusivo das
leigos; Para acabar com a figura do necessidades do sistema da educação bá-
- Capacitação professor leigo, o Ministério sica pública (ex.: carteiras e cadeiras, me-
da Educação (MEC) criou, sas, armários, mimeógrafos, retroprojetores,
dos profissio- em 1999, o Proformação
nais da edu- computadores, televisores, antenas, etc.);
(Programa de Formação de
cação (magis- Professores em Exercício), - Manutenção dos equipamentos existen-
tério e outros que se constitui num
curso de nível médio, com tes (ex.: máquinas, móveis, equipamentos
servidores em eletroeletrônicos, etc.), seja mediante aqui-
habilitação em magistério,
exercício na na modalidade de educação sição de produtos/serviços necessários ao
educação bá- à distância. funcionamento desses equipamentos (ex.:
sica), por meio tintas, graxas, óleos, energia elétrica, etc.),
Segundo dados do MEC,
de programas o Proformação conseguiu seja mediante a realização de consertos di-
de formação diminuir o número de versos (ex.: reparos, recuperações, reformas,
continuada; professores leigos no Brasil reposição de peças, revisões, etc.);
para 45 mil, em 2001.
- Reforma, total ou parcial, de instalações
Para maiores informações,
acesse: http://portal.mec. físicas (ex.: rede elétrica, hidráulica, estrutu-
gov.br/seed/arquivos/pdf/ ra interna, pintura, cobertura, pisos, muros,
manoprec.pdf grades etc.) do sistema da educação básica.

Manual de Orientação do Fundeb 44


< Sumário

U
 so e manutenção de bens e serviços vincu- Concessão de bolsas de estudo a alunos de
lados ao ensino: escolas públicas e privadas.
- Aluguel de imóveis e de equipamentos;
Atenção! Embora essa hipótese esteja pre-
- Manutenção de bens e equipamentos (in- vista expressamente na Lei de Diretrizes e
cluindo a realização de consertos ou repa- Bases da Educação Nacional (ocorrência co-
ros); mum no ensino superior), ela NÃO poderá
ocorrer com recursos do Fundeb, uma vez
- Conservação das instalações físicas do sis- que esses são vinculados exclusivamente à
tema de ensino prioritário dos respectivos educação básica pública.
entes federados; Além disso, é importante saber que a edu-
- Despesas com serviços de energia elétrica, cação pública é obrigação de todos e por
água e esgoto, serviços de comunicação, etc. isso não se pode falar em falta de vaga em
escolas públicas no ensino básico.

Levantamentos estatísticos, estudos e pes-


quisas visando precipuamente ao aprimora- Amortização e custeio de operações de cré-
mento da qualidade e à expansão do ensino: dito destinadas a atender ao disposto nos
incisos deste artigo:
- Levantamentos estatísticos (relacionados
ao sistema de ensino), objetivando o apri- - Quitação de empréstimos (principal e en-
moramento da qualidade e a expansão do cargos) destinados a investimentos em edu-
atendimento no ensino prioritário dos res- cação (ex.: financiamento para construção
pectivos entes federados; de escola).

- Organização de banco de dados, reali-


zação de estudos e pesquisas que visam à
Aquisição de material didático-escolar e
elaboração de programas, planos e projetos
manutenção de programas de transporte
voltados ao ensino prioritário dos respectivos
escolar:
entes federados.
- Aquisição de materiais didático-escolares
diversos, destinados a apoiar o trabalho pe-
Realização de atividades-meio necessárias dagógico na escola (ex.: material desporti-
ao funcionamento dos sistemas de ensino: vo utilizado nas aulas de educação física,
acervo da biblioteca da escola - livros, atlas,
- Despesas inerentes ao custeio das diver- dicionários, periódicos, etc.; lápis, borrachas,
sas atividades relacionadas ao adequado canetas, cadernos, cartolinas, colas, etc.);
funcionamento da educação básica, dentre
as quais pode-se destacar: serviços diversos - Aquisição de veículos escolares apropria-
(ex.: de vigilância, de limpeza e conserva- dos ao transporte de alunos da educação
ção, dentre outros), aquisição do material básica da zona rural.
de consumo utilizado nas escolas e demais
órgãos do sistema de ensino (ex.: papel, lá- Atenção! Esses veículos devem ser equipa-
pis, canetas, grampos, colas, fitas adesivas, dos e identificados como de uso específico
gizes, cartolinas, água, produtos de higiene nesse tipo de transporte, em observância ao
e limpeza, tintas etc.). disposto no Código Nacional de Trânsito (Lei
nº 9.503/1997).

Manual de Orientação do Fundeb 45


< Sumário

Os tipos de veículos destinados ao trans- - Pesquisa com finalidade promocional ou


porte de alunos, desde que apropriados ao de publicidade da administração ou de seus
transporte de pessoas, devem: integrantes.
a) Reunir adequadas condições de uti-
lização;
b) Estar licenciados pelos competentes
órgãos encarregados da fiscalização; e Subvenção a instituições públicas ou priva-
das de caráter assistencial, desportivo ou
c) Dispor de todos os equipamentos cultural;
obrigatórios, principalmente no que tange
aos itens de segurança. - Transferências de recursos a outras insti-
tuições para aplicação em ações de caráter
Podem ser adotados modelos e marcas dife- puramente assistenciais, desportivos ou cul-
renciadas de veículos, em função da quanti- turais, desvinculadas do ensino, tais como
dade de pessoas a serem transportadas, das distribuição de cestas básicas, financiamento
condições das vias de tráfego, dentre outras, de clubes ou campeonatos esportivos, ma-
podendo, inclusive, ser adotados veículos de nutenção de festividades típicas/folclóricas
transporte hidroviário. do Município.
- Manutenção desses veículos, com com-
bustíveis, óleos lubrificantes, consertos, re-
visões, reposição de peças, serviços mecâ- Formação de quadros especiais para a ad-
nicos etc. ministração pública, sejam militares ou civis,
inclusive diplomáticos;
- Locação de veículos para transporte de
alunos da zona rural, desde que essa solução - Gastos com cursos para formação/espe-
se mostre mais econômica e o(s) veículo(s) a cialização/atualização de profissionais/in-
ser(em) locado(s) reúna(m) as condições ne- tegrantes da administração que não atuem
cessárias a esse tipo de transporte, de forma nem executem atividades voltadas direta-
idêntica às exigências a serem observadas mente para o ensino.
em relação aos veículos próprios.

Programas suplementares de alimentação,


NÃO é ação MDE assistência médico-odontológica, farma-
cêutica e psicológica, e outras formas de
Por outro lado, segundo o art. 71 da Lei nº assistência social;
9.394/1996, não são consideradas as des-
pesas realizadas com: - Alimentação escolar (mantimentos);

Pesquisa, quando não vinculada às institui- - Pagamento de tratamentos de saúde de


ções de ensino, ou, quando efetivada fora quaisquer especialidades, inclusive medi-
dos sistemas de ensino, que não vise, preci- camentos;
puamente, ao aprimoramento de sua qua- - Programas assistenciais aos alunos e seus
lidade ou à sua expansão; familiares.
- Pesquisas político/eleitorais ou destinadas
a medir a popularidade dos governantes, ou,
ainda, de integrantes da administração; 

Manual de Orientação do Fundeb 46


< Sumário

Obras de infraestrutura, ainda que realiza- - Profissionais do magistério e demais traba-


das para beneficiar direta ou indiretamente lhadores da educação, em funções comis-
a rede escolar; sionadas em outras áreas de atuação não
dedicadas à educação.
- Pavimentação, pontes, viadutos ou melho-
ria de vias, para acesso à escola;
Atenção! É importante observar que todo o
- Implantação ou pagamento da iluminação recurso do Fundeb, incluída a complemen-
dos logradouros públicos no trajeto até a tação da União, só poderá ser gasto em
escola; ações consideradas como de manutenção
e desenvolvimento do ensino. Entretanto, a
- Implantação da rede de água e esgoto do Constituição Federal estabeleceu a divisão
bairro onde se localiza a escola. desses recursos em 2 percentuais, cada qual
com a sua finalidade específica. Ainda, de-
P
 essoal docente e demais trabalhadores da ve-se considerar que os percentuais são de,
educação, quando em desvio de função ou no mínimo, 70% voltados à remuneração dos
em atividade alheia à manutenção e desen- profissionais da educação básica e de até
volvimento do ensino. 30% para as demais ações de manutenção e
desenvolvimento do ensino, podendo haver
- Profissionais do magistério e demais tra- variação entre Estados e entre Municípios
balhadores da educação, em execução de sobre os percentuais finais, desde que res-
tarefas alheias à manutenção e ao desen- peitada a disposição constitucional.
volvimento do ensino;

4.1 Parcela mínima de 70% do Fundeb


Considerando que uma das finalidades pri-
Atenção! Os recursos da complementa-
mordiais do Fundeb é exatamente a valoriza-
ção-VAAR não integram o cálculo para a
ção dos profissionais da educação, enquanto
definição do percentual de 70% do Fundeb
figuras centrais nas ações de manutenção e a serem aplicados no pagamento da remu-
desenvolvimento da educação básica nacio- neração dos profissionais da educação básica
nal, a Emenda Constitucional n° 108, de 27 em efetivo exercício.
de agosto de 2020 promoveu importante
alteração na proporção mínima dos Fundos
voltada à remuneração desses agentes.
A partir da mudança, 70% dos recursos
anuais totais dos Fundos, excluídos os re-
cursos advindos da complementação-VAAR,
devem ser destinados ao pagamento, em
cada rede de ensino, da remuneração dos
profissionais da educação básica em efetivo
exercício.

Manual de Orientação do Fundeb 47


< Sumário

Teste para avaliar se determinado perfil técnico está enquadrado ou não como profissional da
educação básica, para fins de aplicação do mínimo de 70% do recurso disponível pelo Fundeb

Profissional da educação em
efetivo exercício na rede de ensino

É professor(a)?

SIM NÃO

Tem habilitação em nível É trabalhador(a)


médio ou superior para a da educação?
docência na educação
infantil e nos ensinos
fundamental e médio?
SIM NÃO

SIM NÃO Possui curso É profissional com


técnico ou graduação que tenha feito
superior em complementação
Tem notório saber pedagogia, área pedagógica, conforme
reconhecido pelo respectivo pedagógica disposto pelo Conselho
sistema de ensino, para ou afim? Nacional de Educação?
ministrar contéudo de áreas
afins à sua formação ou
experiência profissional,
atestados por titulação SIM NÃO SIM NÃO
específica ou prática de
ensino em unidades
educacionais da rede
pública ou privada ou das
corporações privadas em que
tenha atuado, exclusivamente Presta serviço de
para atender a formação psicologia ou de
técnica e profissional? serviço social para
atender às
necessidades e
prioridades
SIM NÃO definidas pelas
políticas de
educação, por
meio de equipes
multiprofissionais?

Está enquadrado SIM NÃO

Não está enquadrado

Manual de Orientação do Fundeb 48


< Sumário

4.1.1. Remuneração dos substituição eventual de profissionais que se


encontrem legal e temporariamente afas-
profissionais da educação tados), do regime ou vínculo de emprego
básica (celetista ou estatutário), observada sempre
a legislação federal que trata da matéria e
Segundo a Lei do Novo Fundeb, conside-
as legislações estadual e municipal, parti-
ra-se remuneração o total de pagamentos
cularmente o respectivo Plano de Carreira e
e encargos sociais incidentes devidos aos
Remuneração dos Profissionais da Educação
profissionais da educação básica em razão
Básica.
do seu efetivo exercício em cargo, emprego
ou função que integre a estrutura, quadro 4.1.2. Profissionais da educação
ou tabela de servidores dos Estados, Distrito
Federal e Municípios. básica
Nesse sentido, são exemplos de possíveis A fim de delimitar de forma clara e expressa
hipóteses de utilização desses recursos: quais profissionais fazem jus à remunera-
ção paga com a parcela mínima de 70% dos
A Educação de Jovens e Adultos: Fundos, para fins da Lei do Fundeb, são pro-
fissionais da educação básica, por definição
Todas as despesas que podem ser realiza-
legal do art. 61, I a V, da Lei nº 9.394/1996
das em favor da educação básica pública
c/c art. 1º da Lei nº 13.935/2019:
regular podem, de forma análoga, ser reali-
zadas, também, em benefício da Educação • Professores habilitados em nível médio ou
de Jovens e Adultos. Isso ocorre também superior para a docência na educação in-
em relação à parcela mínima de 70% des- fantil e nos ensinos fundamental e médio;
tinada ao pagamento da remuneração dos
profissionais da educação básica pública que • Trabalhadores em educação portadores de
atuam nesta modalidade de ensino; diploma de pedagogia, com habilitação em
administração, planejamento, supervisão,
Remuneração inspeção e orientação educacional, bem
como com títulos de mestrado ou doutora-
Somatório dos pagamentos devidos: Salário
do nas mesmas áreas;
ou vencimento, 13º salário, 13º salário pro-
porcional, 1/3 de adicional de férias, férias • Trabalhadores em educação, portadores
vencidas, proporcionais ou antecipadas, de diploma de curso técnico ou superior em
gratificações, horas extras, aviso prévio, área pedagógica ou afim;
gratificações ou retribuições pelo exercício
de cargos ou função de direção ou chefia, • Profissionais com notório saber reconhe-
salário família etc.; e cido pelos respectivos sistemas de ensino,
para ministrar conteúdos de áreas afins à
Encargos sociais (Previdência e FGTS) de- sua formação ou experiência profissional,
vidos pelo empregador, correspondentes à atestados por titulação específica ou prá-
remuneração paga com esses recursos aos tica de ensino em unidades educacionais
profissionais da educação básica em efeti- da rede pública ou privada ou das corpo-
vo exercício, independentemente do valor rações privadas em que tenham atuado,
pago, da data, da frequência e da forma de exclusivamente para atender ao itinerário
pagamento (crédito em conta bancária, che- de formação técnica e profissional;
que nominativo ou em espécie, mediante
recibo), da vigência da contratação (perma-
nente ou temporária, inclusive para fins de

Manual de Orientação do Fundeb 49


< Sumário

• Profissionais graduados que tenham feito 4.1.3. Efetivo exercício dos


complementação pedagógica, conforme
disposto pelo Conselho Nacional de Edu- profissionais da educação
cação; e básica
• Profissionais que prestam serviços de psi- Assim como toda a sistemática do Novo Fun-
cologia e de serviço social para atender às deb foi regulamentada visando a sua efetiva
necessidades e prioridades definidas pelas implementação e consequente manuten-
políticas de educação, por meio de equipes ção e desenvolvimento da educação básica
multiprofissionais. nacional, é preciso que os profissionais be-
neficiados com os seus recursos estejam,
Atenção! Para ser enquadrado na definição igualmente, em seu efetivo exercício.
e aplicação da Lei do Novo Fundeb, além
de ser um dos profissionais acima listados, Nesse sentido, para fins de aplicação do mí-
ainda é preciso o cumprimento dos seguintes nimo de 70% do Fundeb, deve-se conside-
requisitos: rar a regular vinculação contratual, seja ela
temporária ou estatutária com o Estado, Dis-
• Estar em efetivo exercício nas redes escola- trito Federal ou Município responsável pela
res de educação básica; e remuneração, associada à atuação efetiva
dos profissionais listados como integrantes
• Ser formado em cursos reconhecidos.
da educação básica.
Essa conceituação é de extrema importância Por oportuno, o efetivo exercício não é des-
e possui reflexos diretos na gestão e na movi- caracterizado nas hipóteses de eventuais
mentação bancária dos recursos do Fundeb. afastamentos temporários, os quais o próprio
Para mais informações, ver o item 3.1 deste ordenamento nacional atribui o ônus para
Manual. o empregador, uma vez que não implicam
rompimento da relação jurídica.

Manual de Orientação do Fundeb 50


< Sumário

4.2. Parcela de até 30% do Fundo


Em atenção às demais necessidades da edu- A
 quisição de material (ex.: redes, bolas, bas-
cação básica nacional, é possível a utiliza- tões, alteres, etc.);
ção de até 30% restantes dos Fundos não
vinculados ao pagamento da remuneração Desde que destinado à utilização coletiva,
dos seus profissionais, com outras despesas, pelos alunos da educação básica pública do
obrigatoriamente consideradas despesas de respectivo Estado ou Município, nas ativida-
manutenção e desenvolvimento do ensino 4. des esportivas promovidas pelas respectivas
escolas, como parte do conjunto de moda-
lidades esportivas trabalhadas nas aulas de
Atenção! Na realização dos gastos, deve-se
educação física ou praticadas nas competi-
sempre observar os respectivos âmbitos de
ções esportivas internas desses alunos.
atuação prioritária dos Estados e Municípios,
conforme estabelecido no art. 211, §§1º e 2º, 
da Constituição Federal.
Aquisição de eletrodomésticos e utensílios
Os Municípios utilizarão os recursos do Fun-
utilizados na escola, para fins de processa-
deb na educação infantil e no ensino funda-
mental; e
mento e preparação da merenda escolar;

Os Estados no ensino fundamental e médio. Desde que para contemplar escolas da edu-
cação básica pública, visto que estes equipa-
mentos são considerados como integrantes
Atenção! A aplicação dos recursos do Fun- do conjunto de equipamentos e utensílios
deb, seja no percentual mínimo de 70%, seja necessários à garantia do adequado funcio-
no percentual máximo de 30%, abrange todas namento da unidade escolar, podendo servir,
as etapas e modalidades da educação básica. tanto à preparação da merenda, quanto à
Sobre Etapas e Modalidades da educação, preparação, por exemplo, do cafezinho, chá
ver os itens 2.1 e 2.2 deste Manual. ou bebida similar, de consumo geral dos ser-
vidores e visitantes da escola.
Desse modo, são exemplos de possíveis
Atenção! É possível a aquisição de eletrodo-
despesas:
mésticos e utensílios com recursos do Fun-
Pagamento de fonoaudiólogo e psicopeda- deb, porém, de modo contrário, não é possí-
gogo; vel a aquisição de gêneros alimentícios com
os mesmos recursos. Isso porque o art. 71, IV,
Apenas quando a efetiva atuação desses da Lei nº 9.394/1996 impede expressamen-
profissionais for indispensável ao processo te que essas despesas sejam consideradas
de ensino e aprendizagem dos alunos. ação de manutenção e desenvolvimento do
ensino

4 Sobre Ações de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino (MDE), ver capítulo 4 desde Manual.

Manual de Orientação do Fundeb 51


< Sumário

A
 ulas de dança, língua estrangeira, informá- Pagamento de vale-alimentação e vale-
tica, jogos, artes plásticas, canto e música; -transporte para professores;
Desde que em benefício dos alunos da edu- Essas despesas, portanto, podem ser cus-
cação básica, e que essas aulas integrem teadas com a fração máxima de 30% (trinta
as atividades escolares desenvolvidas de por cento) dos recursos do Fundeb, visto que
acordo com as diretrizes e parâmetros cur- são classificadas como despesas indeniza-
riculares do respectivo sistema de ensino tórias e não remuneratórias.
e com as propostas político pedagógicas
das escolas, como parte de um conjunto de Atenção!
ações educativas que compõem o processo
ensino-aprendizagem, trabalhado no interior Verbas REMUNERATÓRIAS: compõem, no
mínimo, em 70%
dessas escolas, na forma preconizada no
caput do art. 70 da Lei nº 9.394/1996. Verbas INDENIZATÓRIAS: compõem, no má-
ximo, em 30%

Apresentações teatrais
Desde que essas apresentações sejam par- P
 agamento de salário de professor que atua
te integrante das atividades escolares, de- no Programa de Erradicação do Trabalho
senvolvidas de acordo com os parâmetros Infantil – PETI, desde que tais despesas se-
e diretrizes curriculares das escolas, como jam realizadas no atendimento dos alunos
parte de um conjunto de ações educativas da educação básica pública.
que compõem o processo ensino-aprendi-
O PETI foi uma ação do
zagem trabalhado no interior dessas escolas,
Governo Federal, com
na forma preconizada no caput do art. 70 da o apoio da Organização
Lei nº 9.394/1996. Internacional do Trabalho
(OIT), iniciada em 1996, a fim
de atender as demandas
Atenção! Caso não observadas essas con-
articuladas pelo Fórum
dições, tais apresentações devem ser con- Nacional de Prevenção e
sideradas como atividades exclusivamente Erradicação do Trabalho
culturais, portanto não passíveis de cobertura Infantil (FNPETI). O programa
com os recursos do Fundeb. oferece auxílio financeiro,
pago mensalmente pela
 Caixa Econômica Federal
por meio de cartão
magnético.

Para maiores informações,


acesse:

https://www.gov.
br/cidadania/pt-br/
acoes-e-programas/
assistencia-social/
servicos-e-programas-1/
acao-estrategica-do-
programa-de-erradicacao-
do-trabalho-infantil;

https://www.caixa.gov.br/
programas-sociais/peti/
Paginas/default.aspx

Manual de Orientação do Fundeb 52


< Sumário

4.3. Impedimentos de utilização de recursos do


Fundeb
Além de dispor sobre quais as despesas pos- Considerando a exclusividade de uso da
síveis de serem realizadas com o uso dos re- parcela mínima de 70% do Fundeb para re-
cursos dos Fundos, assim como regulamen- muneração dos profissionais da educação
tar a distribuição entre elas, a Lei do Novo básica em efetivo exercício na rede pública,
Fundeb, oportunamente, listou com quais essa parcela de recurso não pode ser desti-
gastos é totalmente vedada a sua utilização: nada ao pagamento de profissionais:
• Financiamento das despesas não conside- • Integrantes da educação do ensino superior;
radas de manutenção e de desenvolvimento
da educação básica; • Integrantes das etapas da educação básica
de responsabilidade de outro ente governa-
• Pagamento de aposentadorias e de pensões; mental ou do setor privado (mesmo que de
instituição comunitária, confessional ou filan-
• Garantia ou contrapartida de operações trópica conveniada com o poder público);
de crédito, internas ou externas, contraí-
das pelos Estados, pelo Distrito Federal ou • Inativos, mesmo que, quando em atividade,
pelos Municípios que não se destinem ao tenham atuado na educação básica; e
financiamento de projetos, de ações ou de
programas considerados ação de manuten- • Integrantes da educação básica que este-
ção e de desenvolvimento do ensino para a jam em desvio de função.
educação básica; e
4.3.2. Parcela vinculada
• Pagamento de despesas de exercícios an- a outras despesas de
teriores.
Manutenção e Desenvolvimento
Percebe-se, pelos termos utilizados, que se do Ensino - MDE (30%)
trata de hipóteses que exemplificam tais im-
pedimentos, de modo a abranger todas as Quanto ao uso do restante dos recursos
eventuais despesas que, por lei ou orienta- do Fundo (máximo de 30%), aplicam-se
ção jurisprudencial, não forem classificadas as proibições previstas no art. 71 da Lei nº
como ações de manutenção e de desenvol- 9.394/1996. Desse modo, as despesas que
vimento da educação básica. não são consideradas típicas ou necessárias
à consecução dos objetivos das instituições
4.3.1. Parcela vinculada à educacionais que oferecem a educação bá-
remuneração dos profissionais sica não devem ser custeadas com recursos
do Fundeb, ainda que utilizados pelos alunos
da educação básica (70%) da educação básica pública. São exemplos:
A Lei do Novo Fundeb não possui um rol • Aquisição de instrumentos musicais para
apresentando as impossibilidades específi- fanfarras ou bandas escolares;
cas sobre o que é possível aplicar com, no
mínimo, 70% dos recursos. Porém, diante da
experiência administrativa, é possível listar
• Aquisição e distribuição de uniformes esco-
alguns exemplos práticos de gastos que es-
lares;
tão proibidos de serem realizados com esse
percentual dos Fundos.

Manual de Orientação do Fundeb 53


< Sumário

Tais despesas encontram-se mais próximas


Atenção! No caso de quadra ou ginásio
daquelas caracterizadas como assistência
poliesportivo nas dependências de escola
social, por conseguinte não integrantes do pública da educação básica, destinados ao
conjunto de ações de Manutenção e Desen- atendimento específico aos alunos da escola,
volvimento do Ensino. estes podem ser edificados com recursos
do Fundeb.

• Despesas com festas juninas ou festejos si-


milares;
• Aquisição de gêneros alimentícios, a serem
Embora tenham indiscutível importância utilizados na merenda escolar.
na formação do indivíduo, caracterizam-se
como manifestações culturais, não abrangi- Lembre-se! A correta aplicação dos recur-
das pelos recursos do Fundeb. sos do Fundeb não isenta os Estados, Distrito
Federal e Municípios da obrigação de aplicar,
nas etapas da Educação Básica em que lhes
cabe oferecer:
• Edificação, aquisição de acervo e manuten-
ção de bibliotecas públicas; • A parcela de 5% incidente sobre as mesmas
transferências constitucionais que compõem
São de natureza tipicamente cultural, ainda o Fundeb, mas que ficou fora dele; e
que a biblioteca, pelo fato de ser pública,
beneficie, também, a comunidade em que • 25% das receitas dos demais impostos e
está inserida, inclusive os alunos da educa- transferências (que não entram na compo-
ção básica pública. sição do Fundo).

Atenção! No caso de biblioteca escolar (nas


dependências de escola pública da edu- 
cação básica), destinada ao atendimento
específico dos alunos da escola, esta pode Atenção! Importante salientar que, nos ter-
ser edificada e/ou suprida com o acervo bi- mos da Emenda Constitucional n° 108/2020,
bliográfico correspondente, com recursos do são destinados à remuneração dos profissio-
Fundeb, por integrar a própria escola. nais da educação básica o mínimo de 70%
dos Fundos, não havendo impedimento à
utilização de 100% dos seus recursos para
essa espécie de despesa.
• Edificação de quadras ou ginásios polies-
portivos em praças públicas;
São despesas de natureza tipicamente des-
portiva, ainda que as quadras e os ginásios,
pelo fato de serem públicos, beneficiem,
também, a comunidade onde estão inseri-
dos, inclusive os alunos da educação básica
pública.

Manual de Orientação do Fundeb 54


< Sumário

4.3.3 Planos de Carreira e de Remuneração dos Profissionais da


Educação
Um aspecto essencialmente intrínseco aos dantes com deficiência, transtornos globais
objetivos do Fundeb, no que se refere à va- do desenvolvimento e altas habilidades ou
lorização dos profissionais da educação, é superdotação.
a previsão de planos de carreira e regula-
mentação quanto à remuneração desses Nesse sentido, os planos de carreira devem
agentes, de modo a assegurar: contemplar a capacitação profissional, em
especial aquela direcionada à formação
• Remuneração condigna dos profissionais na continuada ao longo de todo o exercício
educação básica da rede pública; profissional, sempre visando à melhoria da
• Integração entre o trabalho individual e a qualidade do ensino.
proposta pedagógica da escola; Associado a isso, deve-se observar as disposi-
• Melhoria da qualidade do ensino e da apren- ções afetas ao piso salarial profissional nacio-
dizagem; nal para os profissionais do magistério público
da educação básica, regulamentado pela Lei
• Medidas de incentivo para que profissionais nº 11.738, de 16 de julho de 2008, uma vez
mais bem avaliados exerçam suas funções que se refere à parte integrante do conceito
em escolas de locais com piores indicado- de profissionais da educação básica 5.
res socioeconômicos ou que atendam estu-

Quem é o responsável pela sua criação?


Devem ser implementados pelos Estados, DF e Municípios.

Quais os seus objetivos?


• Assegurar uma remuneração digna aos profissionais;
• Integrar o trabalho individual do profissional e a proposta pedagógica da escola;
• Melhorar qualidade do ensino e da aprendizagem;
• Incentivar que os profissionais mais bem avaliados trabalhem em escolas: Em
piores condições sociais e econômicas; ou que atendam estudantes com
deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou
Planos de carreira superdotação.
e remuneração Obs.: O Fundeb é reconhecido como um dos principais instrumentos de
dos profissionais da financiamento da educação básica brasileira. Um de seus principais objetivos é
tomar a educação mais justa e, por isso, todas as normas são elaboradas para
educação básica garantir a qualidade nacional do ensino. Sendo assim, é necessário que as escolas
com mais necessidades e os alunos que precisam de maior atenção tenham
acesso aos profissionais com melhores avaliações. Isso mostra que o Fundeb busca
a igualdade de condições de desenvolvimento dos educados, garantindo uma
distribuição justa de seus recursos e agentes.

O que incluem?
A capacitação profissional, especialmente aquela de formação continuada, ao
longo da sua permanência no ensino público, não limitada ao momento que inicia
sua carreira.

5 Sobre PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO BÁSICA, ver o tópico “4.1.2” na página 49 deste Manual.

Manual de Orientação do Fundeb 55


< Sumário

Atenção! Os recursos do Fundeb não são 4.3.4 Remuneração dos


os únicos que podem ser utilizados para o Profissionais da Educação
pagamento desses profissionais. Desta for-
ma, caso o percentual dos Fundos não seja Básica
suficiente ao cumprimento do piso salarial
nacional ou da remuneração definida por lei Considera-se remuneração o total de paga-
local, ainda é possível o uso do restante dos mentos e encargos sociais incidentes devi-
recursos da educação básica e outras fon- dos aos profissionais da educação básica
tes de receita, observadas as demais normas em razão do seu efetivo exercício em cargo,
afetas ao orçamento público. emprego ou função que integre a estrutura
de servidores dos Estados, Distrito Federal
Além disso, é importante ressaltar que a re- e Municípios.
muneração e o aperfeiçoamento do pessoal
docente e demais profissionais da educa- Remuneração:
ção, como por exemplo, a habilitação de Somatório dos pagamentos devidos: Salário
profissionais leigos, faz parte do rol de des- ou vencimento, 13º salário, 13º salário pro-
pesas de manutenção e desenvolvimento porcional, 1/3 de adicional de férias, férias
da educação, listadas no art.70 da Lei nº vencidas, proporcionais ou antecipadas,
9.394/1996 (Lei de Diretrizes e Bases da gratificações, horas extras, aviso prévio,
Educação Nacional ). gratificações ou retribuições pelo exercício
de cargos ou função de direção ou chefia,
Quem são os professores leigos? salário família etc.; e
É um termo que se referia aos antigos pro- Encargos sociais (Previdência e FGTS) de-
fessores sem qualificação pedagógica. Para
vidos pelo empregador, correspondentes à
acabar com a figura do professor leigo, o Mi-
remuneração paga com esses recursos aos
nistério da Educação (MEC) criou, em 1999,
o Proformação (Programa de Formação de profissionais da educação básica em efeti-
Professores em Exercício), que se constitui vo exercício, independentemente do valor
num curso de nível médio, com habilitação pago, da data, da frequência e da forma de
em magistério, na modalidade de educação pagamento (crédito em conta bancária, che-
à distância. que nominativo ou em espécie, mediante
recibo), da vigência da contratação (perma-
Segundo dados do MEC, o Proformação con-
nente ou temporária, inclusive para fins de
seguiu diminuir o número de professores lei-
gos no Brasil para 45 mil, em 2001. substituição eventual de profissionais que se
encontrem, legal e temporariamente afas-
Para maiores informações, acesse: http:// tados), do regime ou vínculo de emprego
portal.mec.gov.br/seed/arquivos/pdf/ma- (celetista ou estatutário), observada sempre
noprec.pdf a legislação federal que trata da matéria e
as legislações estadual e municipal, parti-
cularmente o respectivo Plano de Carreira e
Remuneração dos Profissionais da Educação
Básica;

Atenção!
Verbas REMUNERATÓRIAS: Entram nos 70%
Verbas INDENIZATÓRIAS: Entram nos 30%

Manual de Orientação do Fundeb 56


< Sumário

4.4 Outras despesas de Manutenção e


Desenvolvimento do Ensino - MDE
As despesas de manutenção e desenvolvi- Uso e manutenção de bens e serviços vincu-
mento da educação são aquelas realizadas lados ao ensino:
com vistas à consecução dos objetivos bá-
sicos das instituições educacionais de to- i. Aluguel de imóveis e de equipamentos;
dos os níveis, estão listadas no Art.70 da Lei ii. Manutenção de bens e equipamentos (in-
nº 9.394/1996 (Lei de Diretrizes e Bases da cluindo a realização de consertos ou repa-
Educação Nacional). ros);
Além daquelas destinadas para a remunera- iii. Conservação das instalações físicas do sis-
ção dos profissionais da educação, também tema de ensino prioritário dos respectivos
são enquadradas como despesas de MDE: entes federados;
Aquisição, manutenção, construção e con- iv. Despesas com serviços de energia elétrica,
servação de instalações e equipamentos água e esgoto, serviços de comunicação,
necessários ao ensino: etc.
ii. Aquisição de imóveis já construídos ou de Levantamentos estatísticos, estudos e pes-
terrenos para construção de prédios, desti- quisas visando precipuamente ao aprimora-
nados a escolas ou órgãos do sistema de mento da qualidade e à expansão do ensino:
ensino;
i. Levantamentos estatísticos (relacionados
iii. Ampliação, conclusão e construção de pré- ao sistema de ensino), objetivando o apri-
dios, poços, muros e quadras de esportes moramento da qualidade e à expansão do
nas escolas e outras instalações físicas de atendimento no ensino prioritário dos res-
uso exclusivo do sistema de ensino; pectivos entes federados;
iv. Aquisição de mobiliário e equipamentos
ii. Organização de banco de dados, realização
voltados para o atendimento exclusivo das
de estudos e pesquisas que visam à elabo-
necessidades do sistema da educação bá-
ração de programas, planos e projetos vol-
sica pública (ex.: carteiras e cadeiras, me-
tados ao ensino prioritário dos respectivos
sas, armários, mimeógrafos, retroprojetores,
entes federados.
computadores, televisores, antenas, etc.);
v. Manutenção dos equipamentos existentes Realização de atividades-meio necessárias
(ex.: máquinas, móveis, equipamentos ele- ao funcionamento dos sistemas de ensino:
troeletrônicos, etc.), seja mediante aquisi- i. Despesas inerentes ao custeio das diversas
ção de produtos/serviços necessários ao atividades relacionadas ao adequado fun-
funcionamento desses equipamentos (ex.: cionamento da educação básica, dentre as
tintas, graxas, óleos, energia elétrica, etc.), quais pode se destacar: serviços diversos
seja mediante a realização de consertos di- (ex.: de vigilância, de limpeza e conserva-
versos (ex.: reparos, recuperações, reformas, ção, dentre outros), aquisição do material
reposição de peças, revisões, etc.); de consumo utilizado nas escolas e demais
vi. Reforma, total ou parcial, de instalações órgãos do sistema de ensino (ex.: papel, lá-
físicas (ex.: rede elétrica, hidráulica, estrutu- pis, canetas, grampos, colas, fitas adesivas,
ra interna, pintura, cobertura, pisos, muros, gizes, cartolinas, água, produtos de higiene
grades etc.) do sistema da educação básica. e limpeza, tintas etc.).

Manual de Orientação do Fundeb 57


< Sumário

Concessão de bolsas de estudo a alunos de necessárias a esse tipo de transporte, de


escolas públicas e privadas; forma idêntica às exigências a serem ob-
servadas em relação aos veículos próprios.
Atenção! Embora essa hipótese esteja pre-
vista expressamente na Lei de Diretrizes e Atenção! Esses veículos devem ser equipa-
Bases da Educação Nacional (ocorrência co- dos e identificados como de uso específico
mum no ensino superior), ela NÃO poderá nesse tipo de transporte, em observância ao
ocorrer com recursos do Fundeb, uma vez disposto no Código Nacional de Trânsito (Lei
que esses são vinculados exclusivamente à nº 9.503/1997).
educação básica pública.
Os tipos de veículos destinados ao trans-
Além disso, é importante ressaltar que a porte de alunos, desde que apropriados ao
educação pública é direito de todos e, por transporte de pessoas, devem:
isso, não se pode falar em falta de vaga em
escolas públicas no ensino básico. a) Reunir adequadas condições de utilização;

Amortização e custeio de operações de cré- b) Estar licenciados pelos competentes órgãos


dito destinadas a atender ao disposto nos encarregados da fiscalização; e
incisos deste artigo: c) Dispor de todos os equipamentos obrigató-
i. Quitação de empréstimos (principal e en- rios, principalmente no que tange aos itens
cargos) destinados a investimentos em edu- de segurança.
cação (ex.: financiamento para construção Podem ser adotados modelos e marcas dife-
de escola). renciadas de veículos, em função da quanti-
Aquisição de material didático-escolar e dade de pessoas a serem transportadas, das
manutenção de programas de transporte condições das vias de tráfego, dentre outras,
escolar: podendo, inclusive, ser adotados veículos de
transporte hidroviário.
i. Aquisição de materiais didático-escolares
diversos, destinados a apoiar o trabalho pe- É importante destacar que todos os recursos
dagógico na escola (ex.: material desporti- do Fundeb devem ser destinados para des-
vo utilizado nas aulas de educação física, pesas de Manutenção e Desenvolvimento
acervo da biblioteca da escola - livros, atlas, da Educação básica (MDE), sendo vedado o
dicionários, periódicos, etc.; lápis, borrachas, financiamento de despesas que não sejam
canetas, cadernos, cartolinas, colas, etc.); de MDE e também aquelas que não são vol-
tadas para educação básica.
ii. Aquisição de veículos escolares apropriados
ao transporte de alunos da educação básica Lembre-se! Na realização dos gastos, deve-
da zona rural; -se sempre observar os respectivos âmbitos
de atuação prioritária dos Estados e Municí-
iii. Manutenção de veículos escolares, com
pios, conforme estabelecido no art. 211, §§1º
combustíveis, óleos lubrificantes, consertos,
e 2º da Constituição Federal.
revisões, reposição de peças, serviços me-
cânicos etc; Os Municípios utilizarão os recursos do Fun-
deb na educação infantil e no ensino funda-
iv. Locação de veículos para transporte de alu- mental; e
nos da zona rural, desde que essa solução
se mostre mais econômica e o(s) veículo(s) Os Estados no ensino fundamental e médio.
a ser(em) locado(s) reúna(m) as condições

Manual de Orientação do Fundeb 58


< Sumário

4.4.1 Não são consideradas Aquisição de gêneros alimentícios, a serem


utilizados na merenda escolar;
despesas de Manutenção e
Desenvolvimento da Educação Lembre-se! A correta aplicação dos recur-
(MDE): sos do Fundeb não isenta os Estados, Distrito
Federal e Municípios da obrigação de apli-
Aquisição de instrumentos musicais para car o mínimo constitucional de 25% das suas
fanfarras ou bandas escolares; arrecadações em Educação. Ou seja, ainda
podem destinar para Educação Básica:
Aquisição e distribuição de uniformes esco-
lares - essas despesas encontram-se mais 1) A parcela de 5% incidente sobre as mesmas
próximas daquelas caracterizadas como as- transferências constitucionais que compõe
sistência social. o Fundeb;
2) 25% das receitas dos demais impostos e
Despesas com festas juninas ou festejos
transferências, que não entram na composi-
similares - embora tenham indiscutível im- ção da cesta do Fundeb.
portância na formação do indivíduo, caracte-
rizam-se como manifestações culturais, não Pesquisa, quando não vinculada às institui-
sendo abrangidas pelos recursos do Fundeb. ções de ensino, ou, quando efetivada fora
Edificação, aquisição de acervo e manuten- dos sistemas de ensino, que não vise, preci-
ção de bibliotecas públicas - são de natureza puamente, ao aprimoramento de sua qua-
tipicamente cultural, ainda que a biblioteca, lidade ou à sua expansão:
pelo fato de ser pública, beneficie, também, i. Pesquisas político/eleitorais ou destinadas
a comunidade em que está inserida, inclu- a medir a popularidade dos governantes,
sive os alunos da educação básica pública. ou, ainda, de integrantes da administração;

Atenção! No caso de biblioteca escolar (nas ii. Pesquisa com finalidade promocional ou
dependências de escola pública da edu- de publicidade da administração ou de seus
cação básica), destinada ao atendimento integrantes.
específico dos alunos da escola, esta pode
ser edificada e/ou suprida com o acervo bi- Subvenção a instituições públicas ou priva-
bliográfico correspondente, com recursos do das de caráter assistencial, desportivo ou
Fundeb, por integrar a própria escola. cultural:
i. Transferências de recursos a outras insti-
Edificação de quadras ou ginásios poliespor-
tuições para aplicação em ações de caráter
tivos em praças públicas - são despesas de
puramente assistenciais, desportivas ou cul-
natureza tipicamente desportiva, ainda que
turais, desvinculadas do ensino, tais como
as quadras e os ginásios, pelo fato de serem
distribuição de cestas básicas, financiamento
públicos, beneficiem, também, a comunida-
de clubes ou campeonatos esportivos, ma-
de onde estão inseridos, inclusive os alunos
nutenção de festividades típicas/folclóricas
da educação básica pública.
do Município.

Atenção! No caso de quadra ou ginásio


poliesportivo nas dependências de escola
pública da educação básica, destinados ao
atendimento específico dos alunos da escola,
estes podem ser edificados com recursos
do Fundeb.

Manual de Orientação do Fundeb 59


< Sumário

Formação de quadros especiais para a ad- 4.4.2 Podem ser consideradas


ministração pública, sejam militares ou civis,
inclusive diplomáticos: despesas de manutenção e
i. Gastos com cursos para formação/espe-
desenvolvimento da educação:
cialização/atualização de profissionais/in-
Pagamento de fonoaudiólogo e psicopeda-
tegrantes da administração que não atuem
gogo
nem executem atividades voltadas direta-
mente para o ensino. Apenas quando a efetiva atuação desses
profissionais for indispensável ao processo
Programas suplementares de alimentação,
do ensino e aprendizagem dos alunos.
assistência médico-odontológica, farma-
cêutica e psicológica, e outras formas de Aquisição de material (ex.: redes, bolas, bas-
assistência social: tões, alteres, etc.)
i. Alimentação escolar (mantimentos); Desde que destinado à utilização coletiva,
pelos alunos da educação básica pública do
ii. Pagamento de tratamentos de saúde de
respectivo Estado ou Município, nas ativida-
quaisquer especialidades, inclusive medi-
des esportivas promovidas pelas respectivas
camentos;
escolas, como parte do conjunto de moda-
iii. Programas assistenciais aos alunos e seus lidades esportivas trabalhadas nas aulas de
familiares. educação física ou praticadas nas competi-
ções esportivas internas desses alunos.
Obras de infraestrutura, ainda que realiza-
das para beneficiar direta ou indiretamente Aquisição de eletrodomésticos e utensílios
a rede escolar: utilizados na escola, para fins de processa-
mento e preparação da merenda escolar
i. Pavimentação, pontes, viadutos ou melho-
ria de vias, para acesso à escola; Desde que para contemplar escolas da edu-
cação básica pública, visto que estes equipa-
ii. Implantação ou pagamento da iluminação mentos são considerados como integrantes
dos logradouros públicos no trajeto até a do conjunto de equipamentos e utensílios
escola; necessários à garantia do adequado funcio-
iii. Implantação da rede de água e esgoto do namento da unidade escolar, podendo ser-
bairro onde se localiza a escola. vir, tanto à preparação da merenda, quanto à
preparação, por exemplo, do cafezinho, chá
Além dessas, é vedada a utilização dos re- ou bebida similar, de consumo geral dos ser-
cursos dos Fundos para garantia ou contra- vidores e visitantes da escola.
partida de operações de crédito, internas ou
externas, contraídas pelos Estados, pelo Dis- Aulas de dança, língua estrangeira, informá-
trito Federal ou pelos Municípios que não se tica, jogos, artes plásticas, canto e música
destinem ao financiamento de projetos, de Desde que em benefício dos alunos da edu-
ações ou de programas considerados ação cação básica, e que essas aulas integrem
de manutenção e de desenvolvimento do as atividades escolares, desenvolvidas de
ensino para a educação básica. acordo com as diretrizes e parâmetros cur-
riculares do respectivo sistema de ensino
Atenção! Também é vedada a utilização dos e com as propostas político pedagógicas
recursos do Fundeb para Pagamento de des- das escolas, como parte de um conjunto de
pesas de exercícios anteriores. ações educativas que compõem o processo

Manual de Orientação do Fundeb 60


< Sumário

ensino-aprendizagem, trabalhado no interior Pagamento de salário de professor que atua


dessas escolas, na forma preconizada no no Programa de Erradicação do Trabalho
caput do art. 70 da Lei nº 9.394/1996. Infantil – PETI
Apresentações teatrais Desde que tais despesas sejam realizadas
no atendimento dos alunos da educação
Desde que essas apresentações sejam par- básica pública.
te integrante das atividades escolares, de-
senvolvidas de acordo com os parâmetros
O que é o Programa de Erradicação do Tra-
e diretrizes curriculares das escolas, como
balho Infantil – PETI?
parte de um conjunto de ações educativas
que compõem o processo ensino-aprendi- Foi uma ação do Governo Federal, com o
zagem trabalhado no interior dessas escolas, apoio da Organização Internacional do Tra-
na forma preconizada no caput do art. 70 da balho (OIT), iniciada em 1996, a fim de atender
Lei nº 9.394/1996. as demandas articuladas pelo Fórum Na-
cional de Prevenção e Erradicação do Tra-
balho Infantil (FNPETI). O programa oferece
Atenção! Caso não observadas essas con- auxílio financeiro, pago mensalmente pela
dições, tais apresentações devem ser con- Caixa Econômica Federal por meio de cartão
sideradas como atividades exclusivamente magnético.
culturais, portanto não passíveis de cobertura
com os recursos do Fundeb. Para maiores informações, acesse:
https://www.gov.br/cidadania/pt-br/acoes-
-e-programas/assistencia-social/servicos-
Pagamento de vale-alimentação e vale- -e-programas-1/acao-estrategica-do-pro-
-transporte para professores; grama-de-erradicacao-do-trabalho-infantil;
https://www.caixa.gov.br/programas-so-
Atenção! ciais/peti/Paginas/default.aspx
Verbas REMUNERATÓRIAS: Entram nos 70%
Verbas INDENIZATÓRIAS: Entram nos 30%
Tendo em vista que no mínimo 70% dos re-
cursos do Fundeb devem ser direcionados
para a remuneração dos profissionais da
educação, infere-se que no máximo 30%
dos recursos será destinado para outras des-
pesas de manutenção e desenvolvimento
da educação básica.

Manual de Orientação do Fundeb 61


5
< Sumário

4.5 Despesas de Capital


Então quer dizer que todo o recurso pode Dessa forma, o novo Fundeb garante que
ser utilizado para pagamento de pessoal? parte dos recursos seja destinado para me-
lhoria da infraestrutura escolar, por meio de
Não. O novo Fundeb prevê que pelo menos investimentos em construção de salas de
15% dos recursos da complementação-VAAT aula, compra de mobiliários e outros equi-
sejam destinados para despesas de capital pamentos necessários ao ensino.
por cada rede de ensino beneficiada.

4.6 Educação Infantil


De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases Tal indicador considerará, na elaboração de
da Educação, a educação infantil é a primei- sua metodologia pelo Inep, aprovada pos-
ra etapa da educação básica, e tem como teriormente pela Comissão Intergoverna-
finalidade o desenvolvimento integral da mental de Financiamento para a Educação
criança de até cinco anos, em seus aspec- Básica de Qualidade, obrigatoriamente, o
tos físico, psicológico, intelectual e social, déficit de cobertura, considerando a oferta
complementando a ação da família e da e a demanda anual pelo ensino e a vulne-
comunidade. rabilidade socioeconômica da população a
ser atendida.
A educação infantil será oferecida em cre-
ches, ou entidades equivalentes, para crian-
ças de até três anos de idade e em pré-esco-
las, para as crianças de quatro a cinco anos
de idade.
Tendo em vista o alto déficit de cobertura na
educação infantil e prezando pelo fortaleci-
mento da mulher no mercado de trabalho,
o novo Fundeb prevê que 50% dos recursos
globais da complementação–VAAT sejam
destinados à educação infantil, após sua dis-
tribuição às redes de ensino. Para isso, será
observado o indicador de aplicação mínima
de cada município beneficiado, publicado
pelo Poder Executivo Federal junto aos parâ-
metros operacionais do Fundeb, até o último
dia útil do exercício anterior ao de execução.

Manual de Orientação do Fundeb 62


5
< Sumário

Divulgação de dados e
informações sobre o Fundeb

A divulgação dos dados e informações sobre o Fundeb ocorre por meio do site do FNDE (www.
fnde.gov.br), como também, por meio de cartilhas e manuais. Tem por objetivo instrumentalizar
os operadores e demais interessados na aplicação e utilização dos recursos encaminhados
aos Fundos, em especial, o Fundeb.

5.1 Informações 5.2 Dados e informações


básicas dinâmicas

As informações básicas, fundadas na Cons- As informações dinâmicas, decorrentes de


tituição Federal e na legislação específica, definições periódicas (anuais, mensais ou
ofertam os subsídios técnicos-operacionais diárias), são divulgadas por meio de canais
sobre o Fundeb, além de orientações sobre de atualização permanente, sendo forte-
o acompanhamento e a fiscalização exerci- mente utilizada a Internet, em que é dispo-
dos pelas instâncias competentes, com o nibilizado, no endereço eletrônico www.fnde.
escopo de atender as demandas de autori- gov.br, um conjunto de informações sobre o
dades, operadores, gestores e destinatários Fundo, especialmente a respeito de:
do Fundo.
▪estimativas anuais de repasses:
Verifica-se, ainda, a atenção direcionada à
educação corporativa, uma vez que o FNDE, • por Estado e total Brasil;
atento à importância da educação e da cria- • por ente governamental.
ção de um forte processo de aprendizagem
oferece em seu site (www.fnde.gov.br) a pla- ▪repasses financeiros realizados:
taforma Moodle (Modular Object-Oriented • por Estado;
Dynamic Learning Environment). Esta é um
ambiente virtual de aprendizagem utiliza- • por origem dos recursos;
do no contexto da educação corporativa do
• por ente governamental;
FNDE, em que serão oferecidos cursos, com
o objetivo de assegurar a oferta de capacita- • por ano, mês ou data.
ções de agentes e parceiros da autarquia, no
âmbito das iniciativas de assistência técnica
aos sistemas de ensino dos entes federados.

Manual de Orientação do Fundeb 63


6
< Sumário

▪número de alunos considerados na distri- 5.2.1 Informações bancárias


buição dos recursos:
• por segmento da educação básica; A cada distribuição de recursos (crédito)
para a conta específica do Fundeb, o banco
• por ente governamental. depositário irá gerar um aviso de crédito ao
governo estadual ou municipal mantenedor
▪coeficientes de distribuição de recursos
da conta. Caso esse aviso não seja recebi-
por ente governamental;
do, uma segunda via pode ser solicitada na
▪valor estimado por aluno/ano por Estado; agência bancária de manutenção e movi-
mentação da conta. Para tanto, o gerente
▪valor mínimo nacional por aluno/ano; de contas da prefeitura e do Estado adotará
▪composição dos Conselhos de Acompa- as providências necessárias e disponibiliza-
nhamento e Controle Social por ente go- rá o aviso ao titular da conta ou a qualquer
vernamental; representante das instâncias de acompa-
nhamento/fiscalização (Conselho do Fun-
Legislação (Emendas Constitucionais, Leis, deb, Câmara de Vereadores, Assembleias
Decretos, Portarias, Resoluções); Legislativas, Ministério Público e Tribunais
de Contas) devidamente identificado.
p
▪ erguntas e respostas mais comuns acerca
do Fundo. A agência bancária da conta específica do
Fundo deverá disponibilizar, quando solici-
O Sistema Integrado de Administração Fi-
tado, extrato bancário da conta do Fundeb
nanceira (Siafi) também pode ser utilizado
do Município aos vereadores e da conta do
pelas instituições que dispõem de acesso a
Fundeb do governo estadual aos deputados
ele (Congresso Nacional e órgãos de con-
estaduais, como também aos membros dos
trole) para obtenção de informações sobre
Conselhos de Acompanhamento e Controle
os repasses realizados, sendo possível o
Social do Fundeb (no âmbito da União, dos
acesso a dados desdobrados, como valores
Estados, do Distrito Federal e dos Municí-
por Unidade Federativa (UF), por origem dos
pios), aos representantes do Ministério Pú-
recursos, por esfera de governo, por mês,
blico (promotores e procuradores da Repú-
entre outros.
blica) e aos Tribunais de Contas (dos Estados,
dos Municípios e da União).

Atenção! É obrigatória a disponibilização de


extratos aos Conselhos.

Manual de Orientação do Fundeb 64


6
< Sumário

Acompanhamento e
fiscalização do Fundeb

Tão importante quanto a instituição do Fundeb e sua regulamentação, notadamente dire-


cionada à eficiência de sua gestão, é o desenvolvimento e o aprimoramento cotidiano de
mecanismos aptos a fiscalizar toda a sistemática criada normativamente, quando da sua
efetiva aplicação.

Atenção! Leis dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios devem


dispor sobre normas de fiscalização, de avaliação e de controle das des-
pesas com educação, nos respectivos âmbitos de competência.

6.1 Acompanhamento e controle social


Considerando que um dos princípios orientadores do ensino público nacional é a sua gestão
democrática, nos termos do art. 206, VI, da Constituição Federal 1, exercida pelo povo em
todas as instâncias e das mais variadas formas, a Lei do Novo Fundeb tratou de esclarecer
os principais, mas não exclusivos, agentes atuantes no seu controle e fiscalização. São eles:
• Órgãos de controle interno no âmbito da • Tribunal de Contas da União, quando a si-
União, Estados, Distrito Federal e Municípios; tuação envolver atribuições de órgãos fede-
rais, especialmente havendo complementa-
• Tribunais de Contas dos Estados, Distrito ção da União 2; e
Federal e Municípios;
• Conselhos de acompanhamento e controle
social dos Fundos 3.

1 BRASIL. Constituição Federal (1988). Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: VI - gestão democrática
do ensino público, na forma da lei;
2 Sobre Complementação da União, ver item 2.4 deste Manual.
3 Sobre CACS, ver seção 6 deste Manual

Manual de Orientação do Fundeb 65


< Sumário

Controle Social: Cidadania em ação


Saiba Mais!
O Controle Social tem por objetivo o forta-
O que é controle interno?
lecimento entre a sociedade civil e o Poder
É o controle exercido pelo próprio órgão ou Público. Este compromisso com a Adminis-
entidade que é fiscalizada, sendo uma atribui- tração Pública, que representa um dos me-
ção que todos os setores da Administração canismos de exercício da cidadania, incen-
Pública podem e devem exercer nas suas tiva a participação de todos na fiscalização
funções. Isso acontece, por exemplo, quando
e na busca por soluções que corroborem o
a própria Secretaria de Educação fiscaliza a
desenvolvimento da nação.
si mesma.
O que é controle externo? Para isso, é necessário que os cidadãos exer-
çam o seu papel social e participem ativa-
É o controle exercido por um órgão com mente da gestão pública, informando-se de
competência específica para fiscalizar os de- seus direitos e mecanismos de defesa frente
mais. No Brasil, essa função é exercida pelos às instituições, ações que encontram amparo
Tribunais de Contas, órgãos auxiliares do Po- na Constituição Federal, uma vez que esta
der Legislativo e responsáveis por analisar as
qualifica a República Federativa do Brasil
contas do Poder Executivo.
como um Estado Democrático de Direito.
O que é controle social?
Assim, tem-se no controle social um instru-
É aquele exercido pelo CACS, que não se mento a serviço da democracia que conta
trata de uma nova instância de controle, mas com a participação popular nas escalas de
sim de uma representação social, integrando Poder, no intuito de concretizar os direitos e
diretamente a sociedade para que todos co- as garantias previstos na Constituição Bra-
laborem com a gestão da educação.
sileira.
Os Estados, Distrito Federal e Municípios, por A Lei do Novo Fundeb traz o compromisso
sua vez, têm a obrigação de prestar contas com a efetividade da educação básica pú-
dos Fundos, a fim de colaborar para o seu blica e com a equalização no atendimento
controle. Sendo os Tribunais de Contas os aos entes governamentais mais vulneráveis.
órgãos máximos de controle da administra- Visa tornar o Fundeb mais justo e redistribu-
ção pública, são eles os responsáveis por tivo – verdadeiro instrumento de equidade.
elaborar e informar os procedimentos para
essa prestação.

Atenção! É atribuição dos CACS elaborar pa-


recer que deve instruir a prestação de contas
e deve ser apresentado ao Poder Executi-
vo (Governo do Estado ou Prefeituras mu-
nicipais) no prazo de até 30 dias antes do
vencimento do prazo para apresentação da
prestação de contas.

Manual de Orientação do Fundeb 66


< Sumário

6.1.1. Características do Conselho do Fundeb


Nesse sentido, é importante lembrar o dis- ou seja, na União, nos Estados, no Distrito
posto no art. 205 da Constituição Federal 4, Federal e nos Municípios.
segundo o qual a educação no Brasil é dever
do Estado e da família e deve ser promovida Saiba Mais! Durante a vigência do antigo
e incentivada com a colaboração da socieda- Fundeb, os CACS só eram previstos na Lei nº
de, sendo responsabilidade de qualquer um 11.494/2007. Com a promulgação da Emenda
acompanhar o seu regular funcionamento, Constitucional nº 108/2020, os CACS passa-
questionar suas diretrizes e aplicações, além ram a ser previstos também na Constituição.
de denunciar às autoridades competentes
eventuais desvios e desrespeito às normas Sendo assim, os CACS
são colegiados, grupo Os colegiados,
e decisões estabelecidas. diferentemente
de pessoas que deci- de outras formas
Essa é exatamente a razão de existir dos dem conjuntamente, de organização
Conselhos de Acompanhamento e Con- os quais devem ser de conselhos, são
trole Social dos Fundos (CACS). Embora instituídos pela União, formados por um
a sociedade sempre participe de alguma pelo Distrito Federal e grupo dirigente
maneira da gestão do ensino nacional, isso cujos membros
por cada um dos Es- têm poderes
geralmente ocorre de forma indireta, pela tados e Municípios, no iguais, não
atuação dos servidores públicos da admi- âmbito das respecti- sendo soberana
nistração pública, dos alunos e seus repre- vas esferas de gover- nenhuma decisão
sentantes, por exemplo. A institucionalização no, e que têm como individual ou em
do CACS, porém, permite a atuação direta partes.
principais finalidades
dos mais variados participantes da gestão da o acompanhamen-
educação nacional, integrando autoridades, to e o controle social sobre a distribuição,
representantes de associações civis, pais transferência e aplicação dos recursos do
e alunos em todas as esferas de governo, Fundeb.

6.1.2. Composição do Conselho


Buscando garantir o pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, conforme estabelece
o art. 106, III, da Constituição Federal 5, a Lei do Novo Fundeb aprimorou a diversificação na
composição dos CACS, com a inclusão de importantes representantes da sociedade brasileira.

Mudança na composição do CACS!


Dentre as novidades está o aumento do número de representantes do
Conselho Estadual de Educação e a inclusão de representantes de organi-
zações da sociedade civil, das escolas indígenas, quilombolas e do campo.

4 BRASIL. Constituição Federal (1988). Art. 205. A Educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada
com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualifi-
cação para o trabalho.
5 BRASIL. Constituição Federal (1988). Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: III - pluralismo de ideias e de
concepções pedagógicas, e coexistência de instituições públicas e privadas de ensino;

Manual de Orientação do Fundeb 67


< Sumário

Desse modo, no âmbito da União, o CACS é composto por

a) Três b) Dois c) Um d) Um e) Um f) Um g) Dois h) Dois i) Dois


representantes representantes representante representante representante representante representantes representantes representantes
da Confederação da União dos pais de dos estudantes de organizações
do Ministério do Ministério do Conselho do Conselho
Nacional dos Nacional dos alunos da da educação da sociedade
da Educação; da Economia; Nacional de Nacional de Trabalhadores Dirigentes educação básica pública, civil.
Educação Secretários em Educação Municipais básica dos quais um
(CNE); de Estado (CNTE); de Educação pública; indicado pela
(Undime); União Brasileira
da Educação
dos Estudantes
(Consed); Secundaristas
(Ubes); e

No âmbito dos Estados, cada CACS deve ser composto por:

a) Três b) Dois c) Dois d) Um e) Um f) Dois


representantes do representantes dos representantes do representante da representante da representantes dos
Poder Executivo Poderes Executivos Conselho Estadual seccional da União seccional da pais de alunos
estadual, dos municipais; de Educação; Nacional dos Confederação da educação
quais pelo menos Dirigentes Nacional dos básica pública;
um do órgão Municipais Trabalhadores
estadual de Educação em Educação
responsável pela (Undime); (CNTE);
educação básica;

g) Dois h) Dois i) Um j) Um
representantes dos representantes de representante das representante das
estudantes da organizações da escolas indígenas, escolas quilombolas,
educação básica sociedade civil; quando houver; e quando houver.
pública, dos quais
um indicado pela
entidade estadual
de estudantes
secundaristas;

Manual de Orientação do Fundeb 68


< Sumário

No âmbito do Distrito Federal, o CACS é composto por:

a) Três b) Dois c) Um d) Dois e) Dois f) Dois g) Um h) Um


representantes representantes representante representantes representantes representantes representante representante
do Poder do Conselho da seccional da dos pais de dos estudantes da de organizações das escolas das escolas
Executivo Estadual de Confederação alunos da educação básica da sociedade civil; indígenas, quilombolas,
estadual, dos Educação; Nacional dos educação pública, dos quais quando quando houver.
quais pelo Trabalhadores básica pública; um indicado pela houver; e
menos um do em Educação entidade estadual
órgão estadual (CNTE); de estudantes
responsável pela secundaristas;
educação básica;

E por fim, no âmbito dos Municípios, cada CACS deve ser composto por:

a) Dois b) Um c) Um d) Um e) Dois f) Dois


representantes do representante dos representante dos representante dos representantes dos representantes
Poder Executivo professores da diretores das servidores técnico- pais de alunos da dos estudantes
municipal, dos educação básica escolas básicas administrativos educação básica da educação
quais pelo menos pública; públicas; das escolas pública; e básica pública,
um da Secretaria básicas públicas; dos quais um
Municipal de indicado pela
Educação ou entidade de
órgão educacional estudantes
equivalente; secundaristas.

OBS.: Quando houver no Município, deverão integrar os Conselhos Municipais do Fundeb:


• 1 (um) representante do respectivo Conselho Municipal de Educação (CME);
• 1 (um) representante do Conselho Tutelar a que se refere a Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990, indicado
por seus pares;
• 2 (dois) representantes de organizações da sociedade civil;
• 1 (um) representante das escolas indígenas;
• 1 (um) representante das escolas do campo;

• 1 (um) representante das escolas quilombolas.

Manual de Orientação do Fundeb 69


< Sumário

Conselhos de Acompanhamento
e Controle Social

FEDERAL ESTADUAL MUNICIPAL

Três representantes do Três representantes do Dois representantes do


Ministério da Educação; Poder Executivo estadual Poder Executivo Municipal,

Dois representantes do Pelo menos um do órgão pelo menos um deve ser


Ministério da Economia; estadual responsável da Secretaria Municipal
pela educação básica; de Educação ou órgão
Um representante do educacional equivalente;
Conselho Nacional Dois representantes
de Educação - CNE; dos Poderes Executivos Um representante
Municipais; dos professores da
Um representante do educação básica pública;
Conselho Nacional de Dois representantes
Secretários de Estado da do Conselho Estadual de Um representante
Educação – CONSED; Educação; dos diretores das escolas
básicas públicas;
Um representante da Um representante
Confederação Nacional da seccional da União Um representante
dos Trabalhadores em Nacional dos dos servidores
Educação – CNTE; Dirigentes Municipais de técnico-administrativos das
Educação – UNDIME; escolas básicas públicas;
Um representante da
União Nacional dos Um representante Dois representantes
Dirigentes Municipais da seccional da dos pais de alunos da
de Educação – UNDIME; Confederação Nacional educação básica pública;
dos Trabalhadores
Dois representantes em Educação – CNTE; Dois representantes
dos pais de alunos da dos estudantes da
educação básica pública; Dois representantes educação básica
dos pais de alunos da pública;
Dois representantes educação básica pública;
dos pais de alunos da Um deve ser indicado
educação básica pública; Dois representantes pela entidade de
dos estudantes da estudantes
Um deve ser indicado educação básica secundaristas.
pela União Brasileira pública;
dos Estudantes Um representante
Secundaristas - UBES; Um deve ser indicado do respectivo
pela entidade estadual Conselho Municipal
Dois representantes de estudantes de Educação - CME;
de organizações da secundaristas
sociedade civil Um representante
Dois representantes do Conselho Tutelar;
de organizações da
sociedade civil; Indicados pelos
seus pares
Um representante
das escolas indígenas, Dois representantes
quando houver; e de organizações da
sociedade civil;
Um representante das
escolas quilombolas, Um representante
quando houver. das escolas do campo,
quando houver;

Um representante
das escolas indígenas,
quando houver; e

Um representante das
escolas quilombolas,
quando houver.

Manual de Orientação do Fundeb 70


< Sumário

As Organizações da Sociedade Civil Entretanto, é muito importante observar


quem não pode integrar esses conselhos.
Para efeitos da Lei nº 14.113/206, as Organi- São pessoas que, por alguma razão relacio-
zações da Sociedade Civil são pessoas jurí- nada às suas relações familiares, às suas pro-
dicas de direito privado sem fins lucrativos7 fissões ou às suas capacidades legais, estão
, que desenvolvem atividades direcionadas impedidas, nos termos do art. 34, §5º, da Lei
à localidade do respectivo conselho, rela- nº 14.113/20. São elas:
cionadas à educação ou ao controle social
dos gastos públicos, que comprovem estar • O Presidente e o Vice-Presidente da Repúbli-
em funcionamento há pelo menos um ano ca, os Ministros de Estado, os Governadores
contado da data de publicação do edital e e Vice-Governadores, os Prefeitos e Vice-Pre-
não figurem como beneficiárias de recursos feitos e os Secretários Estaduais, Distrital
fiscalizados pelo conselho ou como contra- ou Municipais, bem como seus cônjuges e
tadas da Administração da localidade a título parentes consanguíneos ou afins, até o ter-
oneroso. ceiro grau;
Sendo assim, são requisitos para ser consi- • Tesoureiro, contador ou funcionário de em-
derada Organização da Sociedade Civil: presa de assessoria ou consultoria que pres-
te serviços relacionados à administração ou
• Não ter fins lucrativos: Isso significa que a ao controle interno dos recursos do Fundo,
organização não pode dividir seus lucros bem como cônjuges, parentes consanguí-
e patrimônio entre seus dirigentes, funcio- neos ou afins, até o terceiro grau, desses
nários ou quaisquer outros e deve aplicar profissionais; e
todos esses valores nos próprios objetivos
da organização; • Estudantes que não sejam emancipados 8.
• Desenvolver suas atividades no mesmo local Neste caso, não havendo Entidade
do CACs; estudantes emancipados organizada que
para integrar o CACS, será representa alunos
• Desenvolver atividades relacionadas à edu- independentemente
permitido à representa- da etapa,
cação ou ao controle social de gastos pú- ção estudantil acompa- modalidade e
blicos; nhar as reuniões do con- esfera.
• Comprovar que funciona há pelo menos um selho com direito de se
ano a contar da data de publicação do edi- manifestar durante os seus debates.
tal; e
• Não ser beneficiária de recurso fiscalizado
pelo CACs nem ser contratada pela Admi- Quem são os alunos emancipados?
nistração do mesmo local do CACs e receber
São aqueles que cumpriram os requisitos
por isso.
da lei para que, mesmo antes dos 18 anos,
possam exercer todos os atos da vida civil.

6 Art. 34, §3º, da Lei nº 14.113, de 2020


7 Segundo consta no art. 2º, I, “a”, da Lei nº 13.019 de 31 de julho de 2014, incluído pela Lei nº 13.204, de 2015, são consideradas organizações
da sociedade civil, dentre outras, a entidade privada sem fins lucrativos que não distribua entre os seus sócios ou associados, conselhei-
ros, diretores, empregados, doadores ou terceiros eventuais resultados, sobras, excedentes operacionais, brutos ou líquidos, dividendos,
isenções de qualquer natureza, participações ou parcelas do seu patrimônio, auferidos mediante o exercício de suas atividades, e que os
aplique integralmente na consecução do respectivo objeto social, de forma imediata ou por meio da constituição de fundo patrimonial ou
fundo de reserva.
8 Art. 5º, parágrafo único, da Lei nº 10.406 de 2002 (Código Civil)

Manual de Orientação do Fundeb 71


< Sumário

• Pais de alunos ou representantes da socie- Por consaguinidade


dade civil que: Linha
reta
a) Exerçam cargos ou funções públicas de
livre nomeação e exoneração no âmbito 3º grau Bisavós e bisnetos

dos órgãos do respectivo Poder Executivo 2º grau Avós e netos


gestor dos recursos; ou 1º grau Pais e filhos

b) Prestem serviços terceirizados, no âmbito


dos Poderes Executivos em que atuam os Tios e
Irmãos sobrinhos
respectivos conselhos.
E quem são os parentes O termo Linha 2º grau 3º grau
consanguíneos e os afins parente por colateral
e quais os graus de paren- afinidade
refere-se
tesco que existem? Por afinidade
aos parentes
De acordo com o Código originados não Linha
por vínculo reta
Civil, o parentesco é natural sanguíneo ou
ou civil, conforme resulte adoção, mas
1º grau Sogros

dos laços de consanguini- por vínculo


dade ou outra origem. Con- matrimonial.
sideram-se parentes em li- Cunhados

nha reta, os que descendem uns dos outros


2º grau
e em linha colateral, aqueles que possuem Linha
colateral
um ascendente comum, sem descenderem
um do outro. Por conseguinte, o parentesco
por afinidade é o que se forma pelo vínculo Atenção! O parentesco por afinidade entre
do casamento ou união estável 9. sogros/genros e noras não se extingue com
a dissolução do casamento ou união estável.

Ainda, para cada membro titular deve ser


nomeado um suplente representante da
mesma categoria ou segmento social. A
função do suplente é de substituir o titular
nas hipóteses de impedimentos temporários,
provisórios, e em seus afastamentos defini-
tivos, ocorridos antes do fim do mandato.
Após definidos os integrantes de cada um
dos Conselhos em âmbito federal, estadual,
distrital e municipal, os conselheiros devem
se reunir para eleger aquele que exercerá a
função de Presidente do respectivo CACS.
É necessário ter atenção a fim de proteger
a autonomia dessas instituições, o repre-
sentante do governo é proibido de ocupar
a função de presidente do conselho.

9 Arts. 1.593 a 1.595 do Código Civil

Manual de Orientação do Fundeb 72


< Sumário

eletivo a que se tenha dado ampla publici-


Atenção! O representante do governo gestor
dade.
dos recursos do Fundo não pode ser presi-
dente do CACS.
Atenção! É proibida a participação na vota-
ção dos representantes das Organizações
6.1.3. Criação e renovação do da Sociedade Civil de entidades que sejam
beneficiárias de recursos fiscalizados pelos
Conselho CACS ou que sejam contratadas pela Ad-
Em respeito à autonomia da União, Estados, ministração daquela localidade e recebam
Distrito Federal e Municípios, assim como ao por isso.
princípio da legalidade, cada Conselho deve
ser instituído por legislação específica no seu
Método de Escolha dos Representantes do
respectivo âmbito de atuação.
CACs

Atenção! Os membros dos CACS devem ser Método de escolha do


Grupo representado
indicados até 20 dias antes do término do representante
mandato dos conselheiros anteriores. Órgãos federais,
estaduais, municipais
Para 2021, todos os CACS devem ser criados,
e do Distrito Federal Seus dirigentes indicam
por novas eleições, até 31/03/2020, ainda e entidades de
que tenham vigência superior a esse período. classes organizadas
Vale considerar que não é proibida a indi- Deve haver um processo
cação de membros que já participaram em de eleição organizado
outros mandatos. pelos seus pares e
Diretores, pais de pelo conjunto dos
Cuidado: É proibida a mera recondução dos alunos e estudantes estabelecimentos ou
membros nos mandatos vigentes, sem prévia entidades de âmbito
eleição. nacional, estadual ou
municipal
Para a escolha de seus membros, é impor- Professores e Entidades sindicais da
tante que cada um dos grupos que com- servidores categoria indicam
põem os CACS escolha seus próprios re- Deve haver um processo
presentantes. Desse modo: seletivo com ampla
publicidade, sendo
• Representantes dos órgãos federais, esta- proibida a participação
duais, municipais e do Distrito Federal e enti- das entidades que
são beneficiárias de
dades de classes organizadas →são indicados Organizações da
recursos fiscalizados
pelos dirigentes de cada órgão e entidade; Sociedade Civil
pelo CACS ou que sejam
contratadas a título
• Representantes dos diretores, pais de alunos oneroso (não gratuito)
e estudantes → devem ser eleitos em processo pela Administração
eletivo organizado para isso e pelos pró- Pública do local do
prios pares; Conselho

• Representantes dos professores e servidores Após a escolha dos conselheiros, seja por
→ são indicados pelas entidades sindicais da indicação ou por eleição, o Ministério da Edu-
respectiva categoria; e cação irá designar os integrantes do CACS
federal, enquanto o respectivo Poder Exe-
• Representantes das Organizações da Socie- cutivo deverá designar os integrantes dos
dade Civil → devem ser eleitos em processo CACS estaduais, distrital e municipais.

Manual de Orientação do Fundeb 73


< Sumário

Para garantir o acesso a todos e o pluralismo Para tanto, é necessário que a maioria dos
de ideias e concepções, os membros pode- membros do CACS decidam convocar a au-
rão permanecer nas funções pelo mandato toridade.
de quatro anos, sendo proibida a reeleição
ou nova indicação para o próximo mandato. Após convocada, a autoridade deve se apre-
sentar até 30 dias.
Antes, o mandato dos membros dos CACS
era de apenas dois anos. Agora, a duração Qual o prazo para a autoridade se apresen-
passou a ser de quatro anos. tar?
Da implementação dos novos CACS pela Até 30 dias após a convocação.
norma de transição
Em atenção à segurança jurídica afeta às
adaptações locais quanto às estruturas dos • Requisitar ao Poder Executivo (Presidente,
CACS, a Lei do Novo Fundeb estabeleceu Governador ou Prefeito) cópia de documen-
que os novos Conselhos devem ser insti- tos, os quais devem ser apresentados ime-
tuídos no prazo de 90 dias, contados da vi- diatamente, mas a resposta da autoridade
gência dos Fundos. Porém, enquanto não pode ocorrer até 20 dias nos casos de:
instituídos, caberá aos conselhos existentes
a) licitação, empenho, liquidação e paga-
exercer as funções de acompanhamento e
mento de obras e de serviços custeados
de controle previstas na legislação.
com recursos do Fundo;

Atenção! Exclusivamente no que se refere b) folhas de pagamento dos profissionais da


aos CACS municipais, o primeiro mandato educação, as quais deverão discriminar
dos conselheiros extinguir-se-á em 31 de aqueles em efetivo exercício na educação
dezembro de 2022. básica e indicar o respectivo nível, moda-
lidade ou tipo de estabelecimento a que
estejam vinculados;
6.1.4. Atribuições do Conselho c) convênios com as instituições comuni-
do Fundeb: O trabalho do CACS tárias, confessionais ou filantrópicas sem
fins lucrativos; e
São poderes dos CACS que podem ser exer-
cidos sempre que conveniente: d) outras informações necessárias ao de-
sempenho de suas funções.
• Apresentar ao Poder Legislativo (Congresso
Nacional, Câmara Legislativa ou Assembleia Qual o prazo para a autoridade conceder
Legislativa) e aos órgãos de controle interno os documentos?
e externo 10 sua manifestação formal sobre
os registros e demonstrativos de gestão do A entrega deve ser feita no momento em que
Fundeb, além de divulgar os documentos os documentos forem requisitados.
em página da internet; e Porém, a apresentação da resposta do Po-
der Executivo pode ser feita em até 20 dias,
• Convocar o Secretário de Educação ou ser-
apenas nas situações que a própria Lei do
vidor que exerça suas funções para escla- Novo Fundeb estabeleceu.
recer sobre a movimentação dos recursos e
a execução das despesas do Fundeb.

10 Sobre Espécies de Controle, ver “Saiba Mais!” na seção 6.1.

Manual de Orientação do Fundeb 74


< Sumário

• Realizar visitas para verificar no local, por Os CACS devem elaborar pareceres conclu-
exemplo: sivos sobre a aplicação desses recursos e,
após, encaminhá-los ao FNDE.
a) o desenvolvimento regular de obras e ser-
viços efetuados nas instituições escolares Para que o Conselho organize adequada-
com recursos do Fundo; mente suas atividades, é recomendado ao
colegiado que:
b) a adequação do serviço de transporte
escolar; e • Aprove seu regimento interno, organizando
e disciplinando o seu funcionamento;
c) a utilização em benefício do sistema de
ensino de bens adquiridos com recursos • Reúna-se periodicamente, pelo menos uma
do Fundo para esse fim. vez por mês, a fim de examinar os relatórios e
demonstrativos elaborados pelo poder exe-
São deveres dos CACS: cutivo sobre a aplicação dos recursos do
• Elaborar parecer das prestações de contas Fundeb, solicitando, se necessário, cópias
11
; de avisos de créditos ou extratos da conta
do fundo junto ao Banco do Brasil, para fins
• Supervisionar o Censo Escolar anual e a ela- de confrontações e checagens;
boração da proposta orçamentária anual,
com o objetivo de contribuir para o regular Atenção! A reunião periódica é uma mera re-
tratamento e encaminhamento dos dados comendação. Porém, é obrigatória a reunião
estatísticos e financeiros sobre a operacio- a cada 3 meses. Para maiores informações,
nalização dos Fundos 12, respeitando os pra- ver o item 6.1.6 deste Manual.
zos estipulados para cada uma das etapas;
e • Realize visitas a obras, escolas e outras lo-
Quer saber mais sobre calidades onde estejam sendo realizados
• Acompanhar a o Programa Nacional ou oferecidos serviços com a utilização de
aplicação dos de Apoio ao Transporte
recursos do fundo, com o objetivo de verificar
recursos da União do Escolar (PNATE)?
a efetiva e regular aplicação dos recursos e
t ra n s fe r i d o s à Acesse: https:// a adequabilidade, finalidade e utilidade do
conta do Programa www.fnde.gov.br/ bem ou serviço resultante dessa aplicação;
Nacional de Apoio programas/pnate
ao Transporte do • Acompanhe, junto aos dirigentes das escolas
Escolar (PNATE) e Quer saber mais e da secretária da educação, o cumprimento
do Programa de sobre o Programa dos prazos estabelecidos para fornecimento
Apoio aos Sistemas de Apoio aos
das informações relativas ao Censo Escolar,
Sistemas de Ensino
de Ensino para para Atendimento à com o objetivo de evitar atrasos, perdas de
Atendimento à Educação de Jovens e prazos e erros nos dados encaminhados;
Educação de Adultos (PEJA)?
Jovens e Adultos • Acompanhe a elaboração e o fiel cumpri-
Acesse: https://www. mento do plano de carreira e remuneração
(PEJA) e, ainda, fnde.gov.br/index.
receber e analisar dos profissionais da educação ;
php/programas/
as prestações de programas- • Valide as informações relativas ao montante
contas referentes a suplementares/ps-
educacao-jovens-e-
de receita do Fundeb e as despesas custea-
esses programas. das com essas receitas.
adultos/ps-peja

11 Sobre parecer do CACS na prestação de contas, ver seção 6.2 deste Manual.
12 Sobre operacionalização dos fundos, ver capítulos 2 e 7 deste Manual.

Manual de Orientação do Fundeb 75


< Sumário

É por essa razão que os CACS não possuem


Atenção! Esses dados são registrados no
estrutura administrativa própria, sendo res-
SIOPE , no portal do FNDE, para garantir a
fidedignidade das informações declaradas ponsabilidade da União, Estados, Distrito
pelos entes federados. Federal e Municípios:
• Garantir a infraestrutura e as condições ma-
teriais adequadas à execução plena das
• Informe-se sobre todas as operações e tran- competências dos Conselhos; e
sações financeiras realizadas com recursos • Oferecer ao Ministério da Educação (MEC) os
do Fundeb; dados cadastrais de criação e composição
• Documente tudo quanto for possível referen- dos CACS em cada localidade.
te às informações coletadas e produzidas
pelo seu exercício. Atenção! É dever da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios disponibi-
A fim de contribuir para a eficiência e cele- lizar em página da internet, as informações
ridade na atuação dos Conselhos, a Lei do atualizadas sobre a composição e o funcio-
Novo Fundeb previu o acesso permanente namento dos CACS, incluídos:
desses membros aos registros contábeis e
aos demonstrativos gerenciais mensais atua- • Nomes dos conselheiros e das entidades
lizados relativos aos recursos repassados e ou segmentos que representam;
recebidos à conta dos Fundos, assim como
• Correio eletrônico ou outro canal de contato
os referentes às despesas realizadas. Para
direto com o Conselho;
tanto deve ser dada ampla publicidade a
esses dados, inclusive por meio eletrônico, • Atas de reuniões;
os quais devem conter os detalhamentos re-
lacionados ao Fundeb e às ações de Manu- • Relatórios e pareceres; e
tenção e Desenvolvimento do Ensino – MDE. • Outros documentos produzidos pelo conse-
lho.
6.1.5. Obrigações do Poder
Quer conhecer mais sobre cada CACS ao
Executivo em relação ao redor do Brasil?
Conselho do Fundeb Acesse: https://www.fnde.gov.br/cacs/in-
dex.php/lista_conselheiros/listagem
Outra importante e constante preocupação
da Lei nº 14.113/20 no que se refere à ges- Já ouviu falar das redes de conhecimento
tão dos Fundos é a sua eficiência a partir do dos conselheiros?
direcionamento dos recursos, que não são
ilimitados, às reais finalidades desse instituto. Inovação de extrema importância e contri-
Dessa forma, para se alcançar os melhores buição para a expan-
são e aprimoramento Saiba Mais!
resultados, também é preciso equilibrar os
gastos com a manutenção da estrutura dos das atividades dos Busque saber mais e
Fundos, a fim de que essa não comprometa CACS são as possibi- se manter informado
lidades do Poder Exe- sobre as redes de
a principal razão do Fundeb, que é a ma- conhecimento dos
nutenção e desenvolvimento da educação cutivo federal ao criar conselheiros e como é
básica, aliada à valorização dos profissionais e manter as redes de possível colaborar para
da educação. conhecimento dos a melhoria constante
conselheiros, com o da educação nacional
e do novo Fundeb.

Manual de Orientação do Fundeb 76


< Sumário

objetivo primordial de gerar, compartilhar Mandato


e disseminar conhecimento e experiências, Membro do CACS
formular propostas de padrões, políticas, ANO 1 2 3 4
guias e manuais, discutir sobre os desafios
1 2 3 4 1 2 3 4
enfrentados e as possibilidades de ação
quanto aos gastos públicos do Fundeb e à Mandato chefe do Mandato chefe do
sua eficiência, destacar novas tecnologias Poder Executivo Poder Executivo
para o fornecimento de informações, con-
trole e participação social por meios digitais,
Atenção! As eleições municipais (Prefeitos)
dentre outros. acontecem dois anos após as eleições na-
Além de ser assegurada a participação de cionais (Presidente e Governadores).
todos os conselheiros de todas as esferas
de governo nas redes de conhecimento, Quanto às reuniões dos CACS, elas devem
será possível a participação de instituições acontecer, no mínimo, a cada três meses. Po-
científicas, tecnológicas e de inovação inte- rém, o Presidente do Conselho tem o poder
ressadas. de convocar outras reuniões quando assim
julgar necessário e conveniente.
Para dinamizar o fluxo de comunicação entre
os conselheiros, será facilitada a integração 6.1.7. Valorização dos conselhei-
entre os conselheiros do mesmo Estado, ros do Fundeb e suas garantias
embora o Poder Executivo federal possa
criar redes dirigidas a outros agentes en- Para alcançar o bom desenvolvimento e
volvidos no Fundeb, a exemplo dos gestores eficácia dos trabalhos do CACS, a lei prevê
públicos e da comunidade escolar, sempre algumas garantias aos seus membros. Uma
priorizando a diversidade de contribuições delas é o fato de poderem exercer suas fun-
e perspectivas para a evolução constante ções com autonomia, ou seja, com ampla
da sua sistemática. liberdade de atuação, não estando vincula-
dos ou subordinados ao Poder Executivo. Por
Por todo o exposto, será estabelecido um essa razão, também, é prevista a renovação
canal de comunicação permanente com o periódica dos membros dos CACS com a
FNDE, sendo responsabilidade dessa autar- estipulação de mandato por tempo definido
quia federal a coordenação das atividades e a fixação de procedimento regulamentar
relacionadas a essas redes de conhecimento. para a escolha de seus integrantes 13.
Como se percebe, esses conselhos são im-
6.1.6. Funcionamento do portantes instrumentos de representação
Conselho social, indispensáveis ao controle da gestão
dos Fundos em razão da sua diversidade de
Os mandatos dos Conselheiros devem se integrantes, conhecimento e proximidade
iniciar em 1º de janeiro do terceiro ano de com as necessidades locais e capacidade
mandato do respectivo chefe do Poder Exe- de integração e esclarecimento de todos
cutivo. os envolvidos no fluxo do Fundeb. Por isso
mesmo, é considerada uma atividade de
relevante interesse social que conta com
as seguintes garantias dos seus membros:

13 Sobre escolha dos membros do CACS, ver item 6.1.3 deste Manual.

Manual de Orientação do Fundeb 77


< Sumário

• Não há a obrigatoriedade de testemunhar


sobre informações recebidas ou prestadas A ATUAÇÃO DOS MEMBROS DOS CACS:
em razão do exercício de suas atividades
de conselheiro e sobre as pessoas que lhes I - não é remunerada;
confiarem ou deles receberem informações; II - é considerada atividade de relevante in-
teresse social;
• Aos conselheiros que forem representantes
de professores e diretores ou de servidores III - assegura isenção da obrigatoriedade de
testemunhar sobre informações recebidas
das escolas públicas, no curso do mandato
ou prestadas em razão do exercício de suas
são proibidos: atividades de conselheiro e sobre as pessoas
que lhes confiarem ou deles receberem in-
a) A exoneração ou demissão do cargo ou formações;
emprego sem justa causa ou a transfe-
rência involuntária do estabelecimento de IV – veda, quando os conselheiros forem
representantes de professores e diretores
ensino em que atuam;
ou de servidores das escolas públicas, no
b) A atribuição de falta injustificada ao servi- curso do mandato:
ço em função das atividades do conselho; a) exoneração ou demissão do cargo ou
emprego sem justa causa ou transferência
c) O afastamento involuntário e injustificado involuntária do estabelecimento de ensino
da condição de conselheiro antes do tér- em que atuam;
mino do mandato para o qual tenha sido
b) atribuição de falta injustificada ao serviço
designado; e em função das atividades do Conselho;
• Aos conselheiros que forem representantes c) afastamento involuntário e injustificado da
de estudantes em atividades do Conselho, no condição de conselheiro antes do término do
curso do mandato, é proibida a atribuição de mandato para o qual tenha sido designado;
falta injustificada nas atividades escolares. V - veda, quando os conselheiros forem re-
presentantes de estudantes em atividades
Vale ressaltar que a atividade de conselheiro do conselho, no curso do mandato, atribui-
não é remunerada, uma vez que, como se ção de falta injustificada nas atividades es-
viu, toda a sistemática do Fundeb foi elabo- colares.
rada visando a priorização do seu objetivo
fim, que é a educação.

Manual de Orientação do Fundeb 78


< Sumário

6.1.8. Como o Conselho deve agir União e o Ministério Público Federal.


ao constatar irregularidades Etapas
da denúncia

Diante dos indícios de irregularidades quanto à 1 Juntar as informações e documentos que


operacionalização do Fundeb, seus repasses, embasem a suspeita de irregularidade
nos Fundos.
distribuição e aplicação, assim como às nor-
mas regulamentares e a atuação de quaisquer 2 Encaminhar suspeita às autoridades
agentes envolvidos com a sua gestão, é de competentes de acordo com as esferas
de governo.
extrema importância que qualquer cidadão, ao
tomar conhecimento dos fatos, se manifeste
ativamente na defesa desse instituto. A B C
Para tanto, o primeiro passo é juntar todo e Procuradorias Tribunais Ministério
qualquer documento e informação que pos- de Contas Público

sam demonstrar o porquê da dúvida sobre a


regularidade dos Fundos. Por essa razão, a Lei
Ressalta-se, porém, a falta de competên-
do Novo Fundeb previu expressamente que
cia fiscalizatória do FNDE, autarquia federal
todo interessado tem direito ao acesso gratui-
vinculada ao MEC, conforme entendimento
to aos diversos documentos que tratam sobre
firmado pelo Tribunal de Contas da União 15.
a sistemática dos recursos que compõem o
Nos termos do art. 2º da Lei n. 5.537/1968, o
Fundeb, inclusive pareceres dos CACS, de-
atual Fundo Nacional de Desenvolvimento
monstrativos financeiros, dentre outros.
da Educação é responsável pela captação
Em sequência, deve-se levar ao conheci- e direcionamento de recursos financeiros a
mento das autoridades públicas responsá- projetos de ensino e pesquisa, razão pela
veis pela fiscalização e controle dos Fundos qual o MEC lhe atribuiu a gestão das ativida-
14
. Compõem esse rol as Procuradorias, os des operacionais relacionadas ao Fundeb 16
Tribunais de Contas e o Ministério Público, A atuação do FNDE/MEC em relação ao
cada qual de acordo com as próprias finali- Fundeb consiste no acompanhamento das
dades institucionais. No caso de haver en- ações de âmbito nacional, no oferecimento
volvimento de autoridades federais ou com- de orientações técnicas e apoio, relaciona-
petência de órgãos federais, especialmente dos ao Fundeb, a instituições e pessoas físi-
nas hipóteses de complementação da União, cas, e na realização de avaliações de resul-
são competentes o Tribunal de Contas da tados decorrentes da implantação do Fundo,
na forma prevista no art. 39 da Lei nº 14.113,
de 25 de dezembro de 2020.

6.2 Fiscalização e prestação de contas


Ato indispensável à atuação de qualquer gestor, refere-se à prestação de contas, servindo
como um dos maiores instrumentos de fiscalização nos mais diversos âmbitos da sociedade.
No caso do Fundeb, essa é uma atribuição do Poder Executivo dos Estados, Distrito Federal
e Municípios, uma vez que é sua função atípica gerir o seu respectivo âmbito de atuação.

14 Sobre os Agentes de Fiscalização e Controle, ver item 6.2 deste Manual.


15 Acórdão nº 1.824/2017 – TCU/Plenário.
16 Portaria MEC nº 952, de 08 de outubro de 2007.

Manual de Orientação do Fundeb 79


< Sumário

Entretanto, à luz do princípio constitucional destinados à educação infantil e às despesas


de gestão democrática da educação e das de capital.
normas regulamentares dos CACS, a Lei do
Novo Fundeb determinou que as prestações Somente são habilitados a receber a com-
de contas sejam instruídas com parecer do plementação-VAAT os entes que disponibi-
Conselho responsável, o qual deve ser apre- lizarem as informações referentes aos da-
sentado em até 30 dias antes do vencimen- dos contábeis, orçamentários e fiscais do
to do prazo para a efetiva apresentação da exercício anterior, até o dia 30 de abril do
prestação de contas. ano vigente.

Ainda, uma vez que os Tribunais de Contas As informações do Siope são declaratórias,
são os órgãos de controle por excelência, ou seja, a veracidade das informações é de
dentro da sistemática nacional, são esses os responsabilidade de cada ente. Mesmo as-
responsáveis por regulamentar os procedi- sim, os dados do Siope são de extrema im-
mentos para o processamento da prestação portância para atuação dos órgãos de con-
de contas. trole e dos Conselhos de Acompanhamento
e Controle Social. Nesse sentido, foram pac-
tuados acordos de cooperação técnica entre
6.2.1. Sistema de Informações o FNDE e os Tribunais de Conta de Diversos
sobre Orçamentos Públicos em Estados.
Educação - Siope Saiba mais: https://www.fnde.gov.br/fnde_
sistemas/siope
O Sistema de Informações sobre Orçamen-
tos Públicos em Educação (Siope) é um 6.2.2. Módulo de Acompanhamen-
sistema eletrônico, operacionalizado pelo
Fundo Nacional de Desenvolvimento da
to e Validação do Siope - MAVS
Educação (FNDE), instituído para coleta, pro- O Módulo de Acompanhamento e Validação
cessamento, disseminação e acesso público do SIOPE (MAVS) é um subsistema do Siope,
às informações referentes aos orçamentos desenvolvido com a finalidade de possibilitar
de educação da União, dos Estados, do Dis- o acompanhamento da aplicação dos recur-
trito Federal e dos Municípios, garantindo a sos do Fundeb e dar conformidade entre as
comparabilidade, a publicidade e a rastrea- informações prestadas pelos entes federa-
bilidade dos dados coletados. dos ao Siope e aos Tribunais de Contas dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
Os dados disponibilizados no Siope, quan-
to às receitas e despesas destinadas para O MAVS foi desenvolvido em cumprimen-
educação de cada ente subnacional, são de to ao Acordo de Cooperação Técnica nº
extrema importância para a construção de 2/2017, firmado entre o FNDE, a Associação
indicadores educacionais, inclusive daque- dos Membros dos Tribunais de Contas do
les que serão construídos para balizarem Brasil (ATRICON) e o Instituto Rui Barbosa
a distribuição da complementação - VAAR. (IRB), de forma a estabelecer “... ações rela-
tivas à criação e à utilização do Módulo de
Esses dados também são fundamentais para
Controle Externo (MCE) para validação dos
a verificação do cumprimento dos percen-
dados constantes do Sistema de Informa-
tuais de aplicação dos recursos do Fundeb,
ções sobre Orçamentos Públicos em Educa-
segundo as regras previstas na Constituição
ção pelos Tribunais de Contas dos Estados,
Federal, tais como os percentuais mínimos
Distrito Federal e Municípios”.
da complementação-VAAT, que devem ser

Manual de Orientação do Fundeb 80


< Sumário

O acesso ao MAVS é destinado aos Secre- O “Fale conosco” é o meio mais célere para
tários de Educação dos Estados, do Distrito essa comunicação. Além de guardar o históri-
Federal e dos Municípios e aos Presiden- co do atendimento, gera protocolo de registro
tes dos Conselhos de Acompanhamento e e permite o acompanhamento da demanda
Controle Social do Fundeb (CACs-Fundeb), no âmbito do FNDE pelo interessado.
para avaliação e confirmação das informa-
ções prestadas pelos entes federados junto Para acessar o “Fale conosco”, utilize o link
ao Siope, contidas no Relatório Resumido https://www.fnde.gov.br/siopefaleconosco/
de Execução Orçamentária (RREO), no caso index.php/publico.
do Secretários de Educação, e no Relatório Os órgãos de controle e fiscalização deverão
Demonstrativo do Fundeb, no caso do Pre- ser comunicados, por meio de notificação do
sidentes dos CACs-Fundeb. Siope, nas seguintes situações:
A não validação no MAVS do Relatório Re- • Não publicação pelos entes governamentais
sumido de Execução Orçamentária (RREO) do anexo de que trata o § 1º do art. 30, no
pelos Secretários de Educação, no prazo de prazo de até 30 dias após o encerramento
até 30 dias após o encerramento de cada de cada bimestre;
bimestre, ocasionará a suspensão das trans-
ferências voluntárias e da contratação de • Não cumprimento pelos entes governamen-
operações de crédito, exceto as destinadas tais dos percentuais de aplicação dos re-
ao refinanciamento do principal atualizado cursos estabelecidos nos arts. 212 e 212-A
da dívida mobiliária, até a completa regula- da Constituição Federal, em ações de ma-
rização da situação. nutenção e desenvolvimento do ensino, no
prazo de até 30 dias após o encerramento
Mais informações sobre o acesso e a opera- do sexto bimestre de cada exercício;
cionalização do MAVS poderão ser obtidas
por intermédio do manual disponível no sítio • Ausência de manifestação do Presidente do
do FNDE na internet, em http://www.fnde. CACS-Fundeb sobre os dados registrados
gov.br/fnde_sistemas/siope/sobre/material- no Siope-MAVS pelo ente governamental;
-de-divulgacao. • Identificação de indícios de irregularidades
nos dados publicados no Siope pelos entes
governamentais.
6.2.3. Atendimento “Fale
Conosco” Atenção! A ausência de registro no prazo de
até 30 dias após o encerramento de cada
O “Fale conosco” é um dos canais disponi- bimestre ocasionará a suspensão das trans-
bilizados pelo FNDE para interação com os ferências voluntárias e da contratação de
operações de crédito, exceto as destinadas
entes federados.
ao refinanciamento do principal atualizado
É por meio desse canal, por exemplo, que o da dívida mobiliária, até que a situação seja
FNDE concede senhas, tira dúvidas e pres- regularizada.
ta orientações sobre os Sistemas Siope e
CACs-Fundeb, mediante atendimento por
profissionais devidamente capacitados para
a função.

Manual de Orientação do Fundeb 81


< Sumário

6.2.4. Atuação dos Tribunais de A qualidade sancionadora é uma das atribui-


ções fundamentais das Cortes de Contas,
Contas pois é esta função que visa inibir irregula-
ridades e garantir que o ressarcimento ao
Os Tribunais de Contas representam as Cor-
erário ocorra de forma eficaz. Para isso, é
tes responsáveis por conferir auxílio ao Poder
conferido ao Tribunal de Contas a aplica-
Legislativo, seja na esfera da União ou dos
ção de penalidades aos agentes infratores,
Estados, no exercício do controle externo,
como, por exemplo, a aplicação de multas
quanto às fiscalizações contábil, financeira,
proporcionais aos débitos imputados.
orçamentária, operacional e patrimonial, na
observância da legalidade, da legitimidade, Já a atribuição consultiva representa o de-
da economicidade, da aplicação das sub- sempenho das Cortes por meio das res-
venções e da renúncia de receitas. postas apresentadas às consultas sobre
determinados assuntos questionados pelas
No âmbito da União, esta função cabe ao
autoridades competentes, como também, a
Tribunal de Contas da União, ente consti-
emissão de pareceres prévios sobre consul-
tucional independente, que auxilia o Con-
tas realizadas às contas apresentadas pelas
gresso Nacional nesta fiscalização, a qual se
autoridades, para subsidiar a apreciação da
estende a qualquer pessoa física ou jurídi-
causa que será realizada pelo Poder Legis-
ca, pública ou privada, que utilize, arrecade,
lativo.
guarde, gerencie ou administre dinheiros,
bens e valores públicos ou por aqueles que A atribuição informativa é atendida por meio
a União responda, ou que, em nome desta, do envio de informações sobre as fiscaliza-
assuma obrigações de natureza pecuniária. ções realizadas pelas Cortes, além daquelas
conferidas ao público em geral, por meio do
O art. 71 da Constituição Federal arrola as
site da Corte na internet. Por conseguinte,
competências do Tribunal de Contas da
a função corretiva se manifesta, seja pela
União que, segundo o princípio da simetria,
adoção de providências voltadas ao cum-
correspondem às competências das Cortes
primento da lei, seja pela sustação dos atos,
estaduais. Essas podem ser classificadas nas
quando não respeitadas ou cumpridas as
seguintes categorias, a saber: fiscalizadora,
providências necessárias.
sancionadora, consultiva, informativa, corre-
tiva, normativa e ouvidoria. Ainda, tem-se a atribuição normativa carac-
terizada pela expedição de instruções, deli-
A atribuição fiscalizadora analisa a legalidade
berações e outros atos normativos relativos
dos atos e se manifesta por meio da realiza-
aos temas afetos a sua competência e aos
ção de inspeções, auditorias e verificação de
processos que são encaminhados para a
contas, como na fiscalização das aplicações
manifestação da Corte. Por fim, a atribuição
de quaisquer recursos repassados aos entes
da ouvidoria no âmbito das Cortes de Con-
governamentais respectivos, mediante con-
tas consiste no recebimento de denúncias
vênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos
apresentadas, por qualquer cidadão, partido
congêneres.
político, associação ou sindicato, para a apu-
ração de possíveis irregularidades.

Manual de Orientação do Fundeb 82


< Sumário

6.2.5. Atuação do Ministério Atenção! É direito de todos ter acesso GRA-


Público TUITO aos documentos necessários para
as ações que tratem sobre a fiscalização do
Além dos órgãos que possuem típica fun- novo Fundeb.
ção de controle, há outros com atribuições
igualmente relevantes para a fiscalização
do novo Fundeb. Um desses exemplos é o 6.2.6. Quando e como
Ministério Público, que é responsável, den- comprovar a aplicação dos
tre outros, pela defesa da ordem jurídica, do
regime democrático e dos interesses sociais recursos do Fundeb
e individuais indisponíveis.
Quando se fala em recursos, naturalmente
Via de regra, será competente o Ministério se pensa na necessidade do seu controle e
Público do Estado e do Distrito Federal e Ter- fiscalização. Seguindo essa lógica, algo es-
ritórios, cabendo ao Ministério Público Federal sencial para a eficiência desses instrumentos
intervir, especialmente quando houver trans- é o registro de todos os dados relacionados a
ferência de recursos da União. Nesse último esses fluxos. Pensando assim, a Lei do Novo
caso, ainda é possível a atuação conjunta dos Fundeb tratou de regulamentar com maior
MPs da União, dos Estados e do Distrito Fe- precisão a questão dos registros de dados
deral e Territórios numa única ação judicial contábeis, orçamentários e fiscais mensais
para a fiscalização da aplicação dos recursos. dos fundos.
Mas novamente, a Está determinado que esse banco de dados
legitimidade do MP Ação popular é o seja atualizado mensalmente e trate dos re-
instrumento processual
não impede que cursos repassados e recebidos à conta dos
ao qual qualquer
qualquer cidadão cidadão tem direito Fundos, assim como das despesas realiza-
possa propor uma para questionar das. Essas informações devem ficar perma-
Ação Popular, nem judicialmente a validade nentemente à disposição dos CACS, órgãos
que outras pessoas de atos que considera federais, estaduais e municipais de controle
lesivos ao patrimônio
proponham ações ci- interno e externo 19, além de ter ampla publi-
público, à moralidade
vis sobre o Fundeb, administrativa, ao cidade, inclusive por meio eletrônico.
nos termos do art. meio ambiente e ao
No que se refere especificamente ao Fun-
5º, LXXIII, da Consti- patrimônio histórico
e cultural. deb, as informações e dados contábeis, or-
tuição Federal e art.
17
çamentários e fiscais devem conter os de-
129, §1º, da Constitui-
talhamentos dos Fundos e da manutenção
ção Federal 18, respectivamente. Para que
e desenvolvimento do ensino.
todos possam exercer esse direito, é assegu-
rado aos interessados o acesso gratuito aos
documentos necessários para a propositura
dessas ações (ex.: parecer do CACS, regis-
tros contábeis e documentos gerenciais do
Fundeb, etc.).

17 BRASIL. Constituição Federal (1988). Art. 5º, LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor Ação Popular que vise a anular
ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio
histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus de sucumbência;
18 BRASIL. Constituição Federal (1988). Art. 129, § 1º A legitimação do Ministério Público para as ações civis previstas neste artigo
NÃO impede a de terceiros, nas mesmas hipóteses, segundo o disposto nesta Constituição e na lei.
19 Sobre os tipos de controle, ver “Saiba Mais!” no item 6.1 deste Manual.

Manual de Orientação do Fundeb 83


7
< Sumário

2 meses 2 meses 30 dias


Atenção! A EC 108/2020 determinou que
a União, os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios disponibilizem suas informações Prazo final para
e dados contábeis, orçamentários e fiscais, atualização dos registros
conforme periodicidade, formato e sistema
estabelecidos pelo órgão central de contabi-
lidade da União, de forma a garantir a rastrea-
bilidade, a comparabilidade e a publicidade O sistema de informações sobre orçamentos
dos dados coletados, os quais deverão ser públicos em educação deve possibilitar o
divulgados em meio eletrônico de amplo acesso aos dados e a sua análise pelos:
acesso público.
• Presidentes dos Conselhos de Controle So-
O órgão central de contabilidade da União é cial do Fundeb; e
a Secretaria do Tesouro Nacional (STN).
• Tribunais de Contas dos Estados, do Distrito
Para mais informações, acessar: https://www. Federal e dos Municípios.
gov.br/secretariadegoverno/pt-br/portalfe-
derativo/guiainicio/prefeito/contabilidade A fim de garantir a qualidade e a eficiência,
esse sistema deverá observar padrões de
interoperabilidade e a necessidade de inte-
gração de dados com os demais sistemas
A verificação do cumprimento dos percen- eletrônicos de dados contábeis, orçamentá-
tuais de aplicação dos recursos do Fundeb20 rios e fiscais no âmbito do Poder Executivo
em ações de manutenção e de desenvol- federal e dos Tribunais de Contas. Tais exi-
vimento do ensino deve ser realizada por gências visam contribuir para simplificação e
meio de registro das informações a cada dois eficiência dos processos de preenchimento
meses em sistema de informações sobre e de disponibilização dos dados.
orçamentos públicos em educação. É de
responsabilidade do Ministério da Educação Como já ressaltado, a
a manutenção desse sistema. sistemática proposta
Formato aberto é
pela lei garante o aces- uma especificação
Atenção! O registro deve ocorrer a cada so irrestrito aos dados, publicada para
dois meses, porém, constatada a ausência os quais devem ser armazenar dados
dessas informações no prazo de até 30 dias legíveis por máquina digitais, mantida
geralmente por
após o encerramento de cada bimestre, se- e estar disponíveis em
uma organização
rão suspensas as transferências voluntárias formato aberto, res- de padrões não-
e as contratações de operações de crédito, peitada a Lei de Aces- proprietária, e livre de
com exceção daquelas que se destinam ao so à Informação 21 e a limitações legais no
refinanciamento do valor principal atualizado Lei Geral de Proteção uso.
da dívida mobiliária. Essa suspensão perma-
de Dados Pessoais
necerá até que a situação seja regularizada.
(LGPD)22 .

Cuidado com as penalidades pela ausência


dos registros!

20 Sobre os percentuais de aplicação do Fundeb, ver capítulo 4 deste Manual.


21 Para mais informações, ver a Lei nº 12.527 de 2011, disponível aqui.
22 Para mais informações, ver a Lei nº 13.709 de 2018, disponível aqui.

Manual de Orientação do Fundeb 84


7
< Sumário

Aspectos finais e
complementares sobre a
operacionalização do Fundeb

Para a operacionalização do Fundeb, observa-se a atuação do Ministério da Educação (com


a participação do Inep), o limite mínimo de cunho obrigatório quanto à remuneração dos
profissionais da educação e o limite máximo legal com o pagamento de pessoal. Ainda, con-
sidera-se o cumprimento dos percentuais e aplicação mínima obrigatória na educação, os
planos de carreira e de remuneração dos profissionais da educação, e, por fim, as penalidades
em caso de comprovada irregularidade relacionada ao Fundeb.

7.1 Atuação do Ministério da Educação


Diante desse novo cenário que se apresenta a dados sobre a previsão, a realização e a uti-
partir da Lei do Novo Fundeb, o Ministério da lização dos valores financeiros repassados,
Educação exerce papel primordial, expandin- por meio de publicação e distribuição de do-
do suas atribuições e sendo responsável por: cumentos informativos e em meio eletrônico
de livre acesso público;
• Fornecer apoio técnico no que se refere aos
procedimentos e aos critérios de aplicação • Realizar estudos técnicos com vistas à de-
dos recursos dos Fundos, perante os Esta- finição do valor referencial anual por aluno2
dos, o Distrito Federal e os Municípios e as que assegure padrão mínimo de qualidade
instâncias responsáveis pelo acompanha- do ensino;
mento, pela fiscalização e pelos controles
interno e externo 1; • Auxiliar no monitoramento da aplicação dos
recursos dos Fundos, por meio de sistema
• Coordenar os esforços para capacitação de informações orçamentárias e financeiras
dos membros dos Conselhos e para elabo- e de cooperação com os Tribunais de Con-
ração de materiais e guias de apoio à sua tas dos Estados e Municípios e do Distrito
função, com a possibilidade de cooperação Federal; e
com instâncias de controle interno, Tribunais
de Contas e Ministério Público; • Participar da realização de avaliações dos
resultados da aplicação desta Lei, com vis-
• Colaborar com a divulgação de orientações tas à adoção de medidas operacionais e de
sobre a operacionalização do Fundo e de natureza político-educacional corretivas.

1 Sobre os tipos de controle, ver “Saiba Mais!” no item 6.1 deste Manual.
2 Sobre valor referencial anual por aluno, ver itens 2.3 e 7.1 deste Manual.

Manual de Orientação do Fundeb 85


< Sumário

A lei ainda determina que os dados utilizados


Atenção! A primeira dessas medidas nas referidas análises devem ser divulgados
deve ser realizada em até dois anos após em diversos formatos eletrônicos, inclusive
a implantação do Fundo. abertos e não-proprietários, como, por exem-
plo em planilhas e texto, de modo a facilitar a
Tendo em vista a preocupação constante
análise das informações por qualquer pessoa.
do legislador em regulamentar a gestão do
Fundeb, é indispensável que toda a sua sis- Conforme determinação constitucional 4, os
temática seja permanentemente reavaliada critérios de distribuição da complementação
de acordo com as eventuais problemáticas da União e dos fundos devem ser revistos
identificadas, os novos desafios da educação em seu sexto ano de vigência e, a partir de
e as mudanças constantes na própria vida então, periodicamente, a cada dez anos.
cotidiana atual. Em cada uma dessas revisões deverão ser
considerados os resultados das avaliações
Participação do Inep
realizadas pelo Inep.
O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
Por fim, o Ministério da Educação tem o pra-
Educacionais Anísio Teixeira (Inep) é uma
zo de até 24 meses, a contar do início da
autarquia federal vinculada ao Ministério da
vigência desta Lei, para expedir normas de
Educação (MEC), responsável pelas avalia-
orientação sobre sua atuação, de forma a
ções e exames, pelas estatísticas e indicado-
incentivar e a estimular, inclusive com desti-
res, pela gestão do conhecimento e estudos
nação de recursos, a realização de pesquisas
educacionais 3.
científicas destinadas a avaliar e a inovar as
Sendo assim, o Inep tem relevante desta- políticas públicas educacionais direcionadas
que na operacionalização do Fundeb devi- à educação infantil. Para tanto deverá agir
do às suas finalidades institucionais, dentre em colaboração com as Fundações de Am-
as quais a de subsidiar o poder público no paro à Pesquisa (FAPs) estaduais, o Conse-
monitoramento e na avaliação do Sistema lho Nacional de Desenvolvimento Científico
Nacional de Educação. Uma de suas atri- e Tecnológico (CNPq) e a Coordenação de
buições é realizar, a cada dois anos a partir Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Su-
da implantação dos Fundos: perior (Capes).

• Avaliação dos efeitos redistributivos, da me-


lhoria dos indicadores educacionais e da
ampliação do atendimento; e
• Estudos para avaliação da eficiência, da
eficácia e da efetividade na aplicação dos
recursos dos Fundos.

3 http://portal.inep.gov.br/web/guest/sobre-o-inep.
4 Art. 60-A do ADCT.

Manual de Orientação do Fundeb 86


< Sumário

7.2. Limite mínimo obrigatório com remuneração dos


profissionais da educação básica e limite máximo
legal com pagamento de pessoal
Em síntese, a Constituição Federal determina centuais da receita corrente líquida:
que, no mínimo 18% da receita resultante
dos impostos da União e 25% da receita re- • União: 50%;
sultante dos impostos dos Estados, Distrito • Estados: 60%;
Federal e Municípios devem ser destinados • Municípios: 60%.
à educação. Na sequência, 20% de alguns
desses impostos que integram os recursos
O que é despesa total com pessoal, segun-
gerais da educação, compõem a receita es-
do a Lei de Responsabilidade Fiscal?
pecífica do Fundeb. Por fim, no mínimo 70%
dos Fundos são obrigatoriamente destinados É o somatório dos gastos do ente da Fede-
ao pagamento dos profissionais da educação ração com os ativos, os inativos e os pensio-
básica em efetivo exercício 5. nistas, relativos a mandatos eletivos, cargos,
funções ou empregos, civis, militares e de
Ocorre que, assim como os gestores não membros de Poder, com quaisquer espé-
podem desrespeitar as disposições consti- cies remuneratórias, tais como vencimen-
tucionais, sob pena de incorrer em infrações tos e vantagens, fixas e variáveis, subsídios,
administrativas, civis e até criminais, há tam- proventos da aposentadoria, reformas e
bém o dever de seguir as disposições da pensões, inclusive adicionais, gratificações,
Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de horas extras e vantagens pessoais de qual-
quer natureza, bem como encargos sociais
2000, conhecida como Lei de Responsabi-
e contribuições recolhidas pelo ente às en-
lidade Fiscal, a qual estabelece normas de tidades de previdência.
finanças públicas voltadas para a responsa-
bilidade na gestão fiscal. É importante ressaltar que algumas despe-
Dentre essas disposi- O pessoal inativo sas com pessoal não são computadas nes-
ções, estão os limites faz parte do quadro ses percentuais, sendo exceções a esses
máximos para despe-
de servidores limites. São elas:
que já não estão
sa com pessoal ativo mais em efetivo • Indenização por demissão de servidores ou
e inativo da União, dos exercício. O pessoal empregados;
Estados, do Distrito Fe- ativo está em
deral e dos Municípios, efetivo exercício • Relativas a incentivos à demissão voluntária;
da profissão,
conforme determinação por isso, ainda • Decorrentes de decisão judicial e da compe-
do art. 169 da Constitui- recebem parcelas tência de período anterior ao da apuração;
ção Federal6. Segundo indenizatórias de
consta, em cada perío- acordo com suas • Com pessoal, do Distrito Federal e dos Es-
do de apuração, esses atividades, por tados do Amapá e Roraima, custeadas com
exemplo: auxílio-
gastos não podem ex- transporte e auxílio- recursos transferidos pela União;
ceder os seguintes per- alimentação.
• Despesas com inativos, ainda que por inter-

5 Art. 212, caput, c/c Art. 212-A, II e XI, da CF/88.


6 BRASIL. Constituição Federal (1988). Art. 169. A despesa com pessoal ativo e inativo da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios não poderá exceder os limites estabelecidos em Lei Complementar. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de
1998).

Manual de Orientação do Fundeb 87


< Sumário

médio de Fundo específico, custeadas por mentares, as quais devem ser igualmente
recursos provenientes: seguidas pela União, pelo Distrito Federal e
por cada um dos Estados e Municípios. Não
a) da arrecadação de contribuições dos se- se trata de mecanismos contraditórios e um
gurados; não compromete o cumprimento do outro,
b) da compensação financeira entre regimes sendo critérios que se harmonizam técnica
próprios de previdência social; e operacionalmente.

c) das demais receitas diretamente arreca- Ainda, é preciso lembrar que a Constituição
dadas por Fundo vinculado a tal finalidade, Federal está acima de todas as demais nor-
inclusive o produto da alienação de bens, mas que compõem o ordenamento jurídico
direitos e ativos, bem como seu superávit nacional, de modo que nenhuma outra norma
financeiro. pode ser contrária ao estabelecido na Carta
Magna. Ainda que a estipulação de limites
Analisando o limite mínimo obrigatório a ser máximos a serem gastos com pessoal seja
gasto com remuneração dos profissionais igualmente uma determinação da Constitui-
da educação básica previsto na Constitui- ção, os seus percentuais foram estabelecidos
ção Federal e o limite máximo possível a ser por Lei Complementar, norma de status in-
gasto com pagamento de pessoal previsto fraconstitucional, a qual jamais poderá pre-
na Lei de Responsabilidade Fiscal, perce- valecer sob a norma constitucional.
be-se que ambas são disposições comple-

7.3. Cumprimento dos percentuais de aplicação


mínima obrigatória na educação
A Constituição Federal subscreve a aplica- básica pública 7, nos importes de:
ção mínima obrigatória de parcela dos im-
postos e transferências que deve ser direcio- • Mínimo de 70%: Aplicados exclusivamente
nada à educação. Nos moldes do art. 212 da para a remuneração dos profissionais da
Constituição Federal, devem ser aplicados, educação básica pública 8;
anualmente, os seguintes percentuais mí- • Até 30%: Outras despesas, obrigatoriamente
nimos decorrentes da receita resultante de consideradas despesas de manutenção e
impostos, compreendida a proveniente de desenvolvimento do ensino.
transferências, na manutenção e desenvol-
vimento do ensino: Importante! Dentre as inovações da Lei do
• Mínimo de 18%: União; e Novo Fundeb está a destinação do percen-
tual mínimo de 15% dos recursos da comple-
• Mínimo de 25%: Estados, Distrito Federal e mentação-VAAT para as despesas de capi-
Municípios. tal das redes de ensino beneficiadas. Ainda,
deve ser designado o percentual de 50% dos
Desses recursos, o Fundeb representa uma recursos globais da complementação-VAAT
subvinculação direcionada às ações de ma- para a educação infantil.
nutenção e desenvolvimento da educação

7 Sobre ações de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (MDE), ver itens 2.1.2 e 4 deste Manual.
8 Sobre profissionais da educação básica, ver item 3.1 deste Manual.

Manual de Orientação do Fundeb 88


< Sumário

7.4. Planos de carreira e de remuneração dos


profissionais da educação básica pública
Aspecto essencialmente intrínseco aos obje-
tivos do Fundeb no que se refere à valoriza-
Plano de carreira e remuneração dos profis-
ção dos profissionais da educação é a previ- sionais da Educação Básica
são de planos de carreira e regulamentação
Criação: deve ser implementado pelos Estados,
quanto à remuneração desses agentes, de Distrito Federal e Municípios.
modo a assegurar:
Objetivos:
• Remuneração condigna dos profissionais na • Assegurar remuneração digna aos profissionais
educação básica da rede pública;
• Integrar o trabalho individual do profissional e
• Integração entre o trabalho individual e a a proposta pedagógica da escola
proposta pedagógica da escola; • Melhorar qualidade do processo de ensino-
-aprendizagem
• Melhoria da qualidade do ensino e da apren-
dizagem; • Incentivar que os profissionais com melhores
avaliações trabalhem em:
• Medidas de incentivo para que profissionais a) escolas em piores condições socioeconô-
mais bem avaliados exerçam suas funções micas, ou
em escolas de locais com piores indicado- b) que atendam estudantes com deficiência,
res socioeconômicos ou que atendam estu- transtornos globais de desenvolvimento e al-
dantes com deficiência, transtornos globais tas habilidades ou superdotação.
do desenvolvimento e altas habilidades ou Inclui: a capacitação profissional, especialmente
superdotação. de formação continuada, ao longo da sua per-
manência no ensino público, não limitada ao
Nesse sentido, os planos de carreira devem momento inicial de sua carreira.
contemplar a capacitação profissional, em
especial aquela direcionada à formação
continuada ao longo de todo o exercício O Fundeb é um dos principais instrumen-
profissional, sempre visando à melhoria da tos de financiamento da educação básica
qualidade do ensino. brasileira. Um de seus objetivos é tornar a
educação mais justa, assim, todas as normas
Associado a isso, deve-se observar as dis- são elaboradas a fim de garantir a qualidade
posições afetas ao piso salarial profissional nacional do ensino. Dessa forma, é neces-
nacional para os profissionais do magistério sário que escolas que necessitem de maior
público da educação básica, regulamentado atenção tenham acesso a profissionais mais
pela Lei nº 11.738, de 16 de julho de 2008, bem avaliados. Isso mostra que o Fundeb
uma vez que se refere à parte integrante do busca garantir a igualdade de condições de
conceito de profissionais da educação bá- desenvolvimento dos estudantes, garantin-
sica 9. do a qualidade com equidade na distribuição
de seus recursos.

9 Sobre profissionais da educação básica, ver item 3.1 deste Manual.

Manual de Orientação do Fundeb 89


8
< Sumário

Atenção! Os recursos do Fundeb não são os únicos que podem ser utilizados para
o pagamento desses profissionais. Desta feita, caso o percentual dos Fundos não
seja suficiente ao cumprimento do piso salarial nacional ou da remuneração definida
por lei local, ainda é possível o uso do restante dos recursos da educação básica e
outras fontes de receita, observadas as demais normas afetas ao orçamento público.

7.5. Penalidades em caso de comprovadas


irregularidades relacionadas ao Fundeb
O ordenamento brasileiro foi regulamenta- e) Intervenção da União no Estado 11
e do
do, dentre outros, com base na premissa da Estado no Município 12.
separação das instâncias. Por essa razão, na
hipótese de se constatar eventual irregulari- • Para o Chefe do Poder Executivo:
dade afeta ao Fundeb, o responsável pode a) Sujeição a processo por crime de respon-
responder administrativa, civil e penalmente. sabilidade, se caracterizado algum dos
Sendo assim, são diversas as consequências tipos penais previstos no Decreto-lei nº
sancionatórias, a depender de cada caso con- 201/67. Havendo condenação definitiva,
creto. Porém, a título de exemplo, é possível: além da pena é possível a perda do cargo
• Para os Estados, Distrito Federal e Municípios: e a inabilitação para exercício de cargo ou
função pública, eletivo ou de nomeação;
a) Rejeição das contas, mediante parecer
prévio do Tribunal de Contas competente, b) Sujeição a processo por crime de res-
com o consequente encaminhamento da ponsabilidade, nos termos do art. 5º, §4º
questão ao respectivo Poder Legislativo e, da Lei nº 9.394/1996, se caracterizada
caso a rejeição seja confirmada, à autori- a negligência no oferecimento do ensino
dade competente e ao Ministério Público; obrigatório 13;
b) Impossibilidade de celebração de con- c) Sujeição a processo penal, por crime de
vênios junto à administração federal (no emprego irregular de verbas ou rendas pú-
caso de Estados) e junto às administrações blicas, nos termos do art. 315 do Código
federal e estadual (no caso de Municípios), Penal 14;
quando exigida certidão negativa do res-
d) Inelegibilidade, por oito anos, nos termos
pectivo Tribunal de Contas;
do art. 1º, I, “g” da Lei Complementar nº 64,
c) Impossibilidade de realização de opera- se suas contas forem rejeitadas por irregu-
ções de crédito junto às instituições finan- laridade insanável e por decisão irrecorrível
ceiras (empréstimos junto a bancos); do órgão competente, salvo se a questão
d) Perda da assistência financeira da União houver sido ou estiver sendo submetida à
(no caso de Estados) e da União e do Es- apreciação do Poder Judiciário 15.
tado (no caso de Município) 10;

10 Arts. 76 e 87, §6º da Lei nº 9.394/1996.


11 BRASIL. Constituição Federal (1988). Art. 34, VII.
12 BRASIL. Constituição Federal (1988). Art. 35, III.
13 Art. 5º, §4º da Lei nº 9.394/1996.
14 Art. 315 do Código Penal.
15 Art. 1º, “g” da Lei Complementar nº 64/90.

Manual de Orientação do Fundeb 90


8
< Sumário

Normas
de transição

Ainda que a Lei do Novo Fundeb tenha en- Por fim, a parcela específica da complemen-
trado em vigor na data de sua publicação, tação-VAAR observará os seguintes valores:
sua aplicação de forma integral está prevista
Complementação
apenas para o ano de 2026, tendo em vista o Progressiva VAAR
primado da segurança jurídica no que se re-
fere às relações já constituídas e seus efeitos 2023 2024 2025 2026
fiscais, orçamentários e sociais. Desse modo, 0,75% 1,5% 2% 2,25%
fez-se necessário a estipulação de algumas
normas dispondo sobre esse período entre a
sua publicação e a integral implementação. Ainda, são diretrizes estipuladas para o pri-
meiro ano de vigência dos Fundos:
Complementação da União
• Os entes devem disponibilizar as informa-
Especificamente quanto à complementa- ções e os dados contábeis, orçamentários
ção da União, a Lei do Novo Fundeb previu e fiscais, relativos ao exercício financeiro de
a implementação progressiva até alcançar 2019, nos termos de regulamento a ser ela-
a proporção de no mínimo 23%, a partir do borado;
primeiro ano subsequente ao da vigência
desta Lei, nos seguintes valores mínimos: • O cronograma mensal de pagamentos da
complementação-VAAT terá início em JU-
Complementação LHO e será ajustado pelo Tesouro Nacional,
Progressiva da União
de modo que seja cumprido o prazo previsto
Antes 2021 2022 2023 2024 2025 2026 para o seu pagamento integral;
Mín. Mín. Mín. Mín. Mín. Mín. Mín. • O Poder Executivo federal deverá publicar
10% 12% 15% 17% 19% 21% 23%
até 30 DE JUNHO as estimativas relativas
Já no que diz respeito especificamente à às transferências da complementação-VAAT
parcela da complementação-VAAT, serão em 2021 referentes:
observados os seguintes valores: a) Aos valores anuais totais por aluno (VAAT)
no âmbito das redes de ensino; e
Complementação
Progressiva VAAT
b) Ao valor anual total mínimo por aluno
2021 2022 2023 2024 2025 2026 (VAAT-MÍN) definido nacionalmente e cor-
respondente à distribuição de recursos da
2% 5% 6,25% 7,5% 9% 10,5%
complementação-VAAT às redes de ensino.

Manual de Orientação do Fundeb 91


< Sumário

Atualizações da Lei do Novo Fundeb TIPO DE ENSINO PONDERAÇÃO

Nota-se que, tanto a Emenda Constitucional Creche em Pública 1,30


nº 108/2020 quanto a Lei nº 14.113/2020 tempo integral Conveniada 1,10
buscaram regulamentar de maneira mais
Creche em Pública 1,20
ampla e aprofundada toda a sistemática que
tempo parcial
diz respeito ao Fundeb. Ao mesmo tempo, Conveniada 0,80
instituíram alterações importantes no que
Em tempo
tange à composição dos Fundos, atuação integral
1,30
dos agentes públicos e sociais, procedi- Pré-escola
Em tempo
mentos de controle e fiscalização, dentre parcial
1,10
diversos outros itens que provocam refle-
Anos iniciais Urbano 1,00
xos importantes nas áreas orçamentárias e do ensino
fiscais da União, Estados, Distrito Federal e fundamental No campo 1,15
Municípios, envolvendo inclusive as compe- Anos finais Urbano 1,10
tências de cada um. do ensino
fundamental No campo 1,20
Entretanto, tão relevantes quanto as dispo-
sições normativas estipuladas e planejadas, Ensino
fundamental em 1,30
são os efeitos práticos da sua vigência no tempo integral
efetivo funcionamento dos Fundos a partir
Urbano 1,25
de 1º de janeiro de 2021. Pensando nisso,
a Lei do Novo Fundeb previu a sua própria No campo 1,30
atualização, a ocorrer até 31 de outubro de Em tempo
1,30
Ensino médio integral
2021, em relação a:
Articulado
• Diferenças e ponderações quanto ao valor à educação 1,30
anual por aluno entre etapas, modalidades, profissional
duração da jornada e tipos de estabeleci- Educação
mento de ensino; 1,20
especial

• Diferenças e ponderações quanto ao valor Educação


indígena e 1,20
anual por aluno relativas ao nível socioeco- quilombola
nômico dos educandos e aos indicadores
Com avaliação
de disponibilidade de recursos vinculados 0,80
no processo
à educação e de potencial de arrecadação
tributária de cada ente federado; Educação de Integrada à
jovens e adultos educação
• Indicador para educação infantil, utilizado - EJA profissional de
1,20
nível médio,
para a destinação de 50% dos recursos glo- com avaliação
bais da complementação-VAAT. no processo
Até que haja a referida atualização, são atri- Formação
buídas as seguintes ponderações (ver capí- técnica e 1,30
profissional
tulos “2.2. Fatores de ponderação do valor
por aluno/ano” e “8. Normas de Transição”)
sobre diferentes tipos de ensino para o exer-
cício de 2021:

Manual de Orientação do Fundeb 92


< Sumário

Especificamente sobre as diferenças e pon- No primeiro trimestre de 2021, será manti-


derações quanto ao valor anual por aluno da a sistemática de repartição de recursos
relativas ao nível socioeconômico dos edu- prevista na Lei nº 11.494/2007 (extinto Fun-
candos e aos indicadores de disponibilida- deb), mediante a utilização dos coeficientes
de de recursos vinculados à educação e de de participação do Distrito Federal, de cada
potencial de arrecadação tributária de cada Estado e dos Municípios, referentes ao exer-
ente federado, serão adotados valores uni- cício de 2020. Em relação à complementa-
tários, seguindo os cálculos estipulados no ção da União, será adotado o cronograma
Anexo da Lei do Novo Fundeb. de distribuição estabelecido para o primeiro
trimestre de 2020.
Já no que diz respeito ao indicador para edu-
cação infantil, utilizado para a destinação de Nos meses de janeiro, fevereiro e março de
50% dos recursos globais da complemen- 2021, a distribuição dos recursos ainda con-
tação-VAAT, poderá ser adotada metodolo- siderará a Lei nº 11.494, que regulava o Fun-
gia provisória de cálculo definida pelo Inep, deb de 2007–2020, mesmo que as regras
nos termos de regulamento do Ministério do novo Fundeb tenham começado a valer
da Educação. Caso não haja essa definição, desde 1º DE JANEIRO DE 2021. Isso acontece
será adotado o número de matrículas em para que os órgãos públicos, as entidades
educação infantil de cada rede municipal e todos os demais envolvidos com os Fun-
beneficiária da complementação-VAAT. dos possam se reorganizar de acordo com
as mudanças, sem comprometer as redes
Para fins de distribuição da complementa- públicas de ensino e os alunos.
ção-VAAT, no exercício financeiro de 2021, as
diferenças e as ponderações especificadas Dessa maneira, a Lei nº 14.113/2020 previu
para creches em tempo integral, creches em que será feito um ajuste no mês de maio de
tempo parcial, pré-escola em tempo integral 2021, de modo a regular a diferença entre
e pré-escola em tempo parcial terão a apli- a distribuição nesses três primeiros meses
cação de fator multiplicativo de 1,50. (extinto Fundeb) e a distribuição conforme
as alterações (novo Fundeb).
Para vigência em 2022, as deliberações
relativas à especificação das ponderações
constarão em resolução publicada no Diário
Oficial da União até o dia 31 DE OUTUBRO
DE 2021, com base em estudos elaborados
pelo Inep e encaminhados à Comissão In-
tergovernamental de Financiamento para
a Educação Básica de Qualidade até 31 DE
JULHO DE 2021.

Manual de Orientação do Fundeb 93


9
< Sumário

Janeiro Fevereiro Março 1º de Abril Maio


de 2021

A distribuição dos
recursos do Fundeb
passa a ser feita de
acordo com a nova lei

Entre os meses de Janeiro a Março de 2021, a


distribuição dos recursos do Fundeb ainda
considerará a Lei nº 11.494/07

Porém, essa distribuição terá


um ajuste que será realizado
no mês de Maio de 2021.

O que é esse ajuste?


É a diferença entre a distribuição dos recursos do
Fundeb ainda conforme a Lei nº 11.494 e a nova
forma de distribuição conforme a Lei nº 14.113.

Todos os repasses e qualquer movimentação dos recursos do Fundeb devem ser feitos em
apenas uma conta, aberta somente para os valores do Fundo, em uma das instituições:
• Caixa Econômica Federal; ou
• Banco do Brasil S/A.

Obs. 1: É o Secretário de Educação ou o dirigente de órgão equivalente responsável pela gestão dos recursos
no Estado, no Distrito Federal ou no Município que escolhe em qual das instituições financeiras será aberta a
conta do Fundo.

Obs. 2: Se houver saldos do Fundeb em conta corrente aberta em outra instituição financeira diferente dessas,
os valores devem ser transferidos até 31 de JANEIRO de 2021 para a nova conta criada na CEF ou no BB.

Manual de Orientação do Fundeb 94


9
< Sumário

Considerações
finais

Os Municípios podem unificar o Conselho de ensino da educação básica e os custos


do Fundeb e o Conselho Municipal de Edu- médios de cada uma delas. Por isso, a nova
cação, seguindo as diretrizes da nova Lei Lei do Fundeb, os cálculos criados para a
do Fundeb e de Lei específica do local, mas sua distribuição e a maneira como se deve
desde que: aplicar e fiscalizar seus valores, sempre le-
vam em conta as condições adequadas de
• Respeite a composição do Conselho deter- oferta, tendo como referência o Custo Aluno
minada na nova Lei 1; e Qualidade (CAQ).
• Seja criada uma Câmara específica respon- O Custo Aluno Qualidade (CAQ)
sável pelo acompanhamento e controle so-
cial sobre a distribuição, a transferência e a É um valor de referência para a definição do
aplicação dos recursos do Fundo. padrão mínimo de qualidade da educação
básica no Brasil que ainda deve ser definido
Atenção! A Câmara específica do Fundeb tem por meio de um pacto de colaboração entre
competência para analisar, debater, dar sua os Entes, seguindo a forma a ser estabelecida
opinião e decidir, por meio do conjunto dos em lei complementar.
seus integrantes, sobre distribuição, transfe- Situação de risco
rência e aplicação dos recursos do Fundo 2. Entre as competências social é aquela
da União está a de de- em que os direitos
senvolver e apoiar as fundamentais
A União, os Estados, o Distrito Federal e os garantidos aos
Municípios são responsáveis pelo financia- políticas de estímulo às menores são
mento da educação básica para melhorar a iniciativas de melhoria violados a ponto
qualidade do ensino e devem garantir um de qualidade do ensino, de comprometer o
padrão mínimo definido para todo o Brasil. de acesso e de perma- desenvolvimento
nência na escola, pro- saudável dessas
Toda a população e a comunidade educacio- crianças e
nal podem participar e ajudar a definir esse movidas pelos Estados, adolescentes,
padrão nacional! Distrito Federal e Municí- seja por meio de
pios. A nova Lei do Fun- violência física
Porém, para alcançar esse ideal, é também deb dá atenção especial ou psicológica,
necessário considerar as diferenças que à inclusão de crianças e exploração infantil,
existem entre as etapas, modalidades, du- ou outros diversos
adolescentes em situa- exemplos.
ração da jornada e tipos de estabelecimento ção de risco social.

1 Sobre composição do CACS, item 6.1.2 deste Manual.


2 Sobre impedimentos , ver o tópico As Organizações da Sociedade Civil no item 6.1.2 deste Manual.

Manual de Orientação do Fundeb 95


< Sumário

Por isso, a União, os Estados e o Distrito Fe- ral 2. Porém, as aplicações desses recursos
deral devem colaborar um com o outro e devem ser equivalentes, sendo necessário:
desenvolver programas de apoio para a con-
clusão da educação dos alunos matriculados • Fazer uma avaliação dos impactos para
na rede pública que estejam cumprindo: que não haja perda no financiamento da
educação básica; e
a) Pena (mesmo se for preso provisório); ou • Buscar meios para que os novos recursos
b) Medida socioeducativa. do Fundeb sejam, no mínimo, iguais à mé-
dia aritmética dos três últimos exercícios,
Importante! Em cumprimento aos princípios e calculada da seguinte forma.
normas que regem o Novo Fundeb, ficou de-
terminada aos Estados, Distrito Federal e Mu-
nicípios a obrigação de implementar os planos DATAS IMPORTANTES PARA OS GESTORES
de carreira e remuneração dos profissionais
da educação básica, de modo a assegurar: CRONOGRAMA
25 de dezembro Começa a valer a nova lei do Fun-
• Remuneração condigna dos profissionais na de 2020 deb (Lei nº 14.113/2020).
educação básica da rede pública;
1º de janeiro de Ajustes da complementação da
• Integração entre o trabalho individual e a 2021 União somente serão realizados
proposta pedagógica da escola; em conta aberta na CEF ou no BB.

• Melhoria da qualidade do ensino e da apren- 31 de janeiro de Prazo final para a transferência


2021 dos valores do Fundeb que exis-
dizagem; tirem em outras instituições finan-
• Medidas de incentivo para que profissionais ceiras para a nova conta criada na
CEF ou no BB.
mais bem avaliados exerçam suas funções
em escolas de locais com piores indicado- 1º de abril de A distribuição dos recursos do
2021 Fundeb deixa de ser realizada nos
res socioeconômicos ou que atendam estu-
moldes atuais e passa a ser feita
dantes com deficiência, transtornos globais conforme a Lei nº 14.113.
do desenvolvimento e altas habilidades ou
Maio de 2021 É feito o ajuste entre os valores
superdotação. depositados nos meses de JA-
NEIRO, FEVEREIRO e MARÇO de
Nesse sentido, os planos de carreira devem
2021.
contemplar a capacitação profissional, em
31 de outubro Prazo final para a atualização da
especial aquela direcionada à formação
de 2021 Lei do Novo Fundeb.
continuada ao longo de todo o exercício
profissional, sempre visando à melhoria da 31 de dezembro Término do primeiro mandato
de 2022 dos CACS municipais.
qualidade do ensino.
... ...
Ressalta-se, ainda, que em caso de extinção
ou substituição de impostos que integrem a
composição dos recursos do Fundeb, ou a
criação de isenção tributária nesses mesmos
casos, todos os percentuais dos recursos da
educação e dos fundos também devem ser
alterados, nos termos da Constituição Fede-

2 BRASIL. Constituição Federal (1988). Art. 212, §8º Na hipótese de extinção ou de substituição de impostos, serão redefinidos os
percentuais referidos no caput deste artigo e no inciso II do caput do art. 212-A, de modo que resultem recursos vinculados à manutenção
e ao desenvolvimento do ensino, bem como os recursos subvinculados aos fundos de que trata o art. 212-A desta Constituição, em apli-
cações equivalentes às anteriormente praticadas. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 108, de 2020).
3 Sobre Comissão Intergovernamental de Financiamento para a Educação Básica de Qualidade, ver item 2.6 deste Manual.

Manual de Orientação do Fundeb 96


< Sumário

Esse Manual é nosso!


Se não tiver encontrado alguma informação, ou se a explicação
não tiver sanado sua dúvida, ajude-nos a responder em tempo e a
melhorar esse documento, enviando um e-mail para
FUNDEB@FNDE.GOV.BR
Assunto: “Manual do Novo Fundeb”, com a sua questão ou sugestão
de melhoria.

Manual de Orientação do Fundeb 97


< Sumário

Manual de orientação

FUNDEB
Fundo de Manutenção e Desenvolvimento
da Educação Básica e de Valorização dos
Profissionais da Educação

Manual de Orientação do Fundeb 98

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