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veja.abril.com.br/blog/temporadas/a-1-era-de-ouro-da-tv-americana-1958-1971/
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O início da televisão nos EUA representou, para um público que saía da 2ª Guerra
Mundial e da Depressão Econômica, um mundo de diversão e grande prosperidade.
Considerada um rádio com imagens, a televisão penetrou nos lares americanos
transformando-se em artigo de primeira necessidade e status.
Anos mais tarde, historiadores e críticos começaram a perceber as grandes
transformações pelas quais a televisão estava passando. Com o fim dos teleteatros e a
transmissão ao vivo, estabeleceu-se que a televisão teria vivido sua “Era de Ouro”
(Golden Age) entre os anos de 1948 e 1960. Tendo iniciado sua transmissão comercial
em 1945, a televisão levaria cerca de três anos para estabelecer uma programação, a
qual era basicamente sustentada por adaptações de programas de rádio,
vaudeville/variedades e peças de teatro, bem como produções originais nos formatos
teleteatros, seriados e comédias.
Apesar disso, a ideia de que esse determinado período seja considerado uma “Era de
Ouro” passou a ser questionada por alguns críticos e historiadores ao longo dos anos
seguintes, não se tornando, necessariamente, uma definição unânime. Alguns, por
exemplo, acreditam que a “Era de Ouro” tenha ocorrido entre 1938 e 1954, período que
cobre o início das transmissões experimentais bem como a formação da TV comercial e
sua estrutura de programação/produção. Outros estabelecem o período entre 1954 e
1961 como a “Era de Ouro” da TV, a qual teria início com a chegada de Walt Disney, que
foi seguido por Alfred Hitchcock; o período encerra com a saída de John Frankenheimer,
diretor que trocou a TV, onde fazia teleteatros, pelo cinema.
Quanto a mim, sou de opinião de que cada década é importante para sua identificação e
contribuição para a história do veículo. Mas, tal como os fãs ou como qualquer outra
pessoa que estuda a história do veículo nos EUA, também tenho uma opinião sobre qual
seria a “Era de Ouro” da TV americana.
Por volta de 1956, o videotape passou a ser utilizado pelos canais americanos,
permitindo edições mais rápidas, especialmente para documentários e telejornais; a
partir de 1959, a produção a cores se tornou um investimento recorrente; e entre 1965-
1966, a programação a cores se estabeleceu, elevando a venda de aparelhos de
televisão. Filmes recentes produzidos para o cinema começaram a ser exibidos na TV,
fazendo surgir a produção de telefilmes, sendo que ambos trouxeram mudanças
estéticas para a teledramaturgia. Além disso, a TV investiu na importação de programas
estrangeiros com mais frequência, especialmente os ingleses, influenciando roteiristas
americanos. Foi nessa época que passaram a investir mais na produção de programas e
séries de sátiras, especialmente políticas e culturais, e em experiências estéticas e
narrativas, muitas influenciadas pela contracultura; algumas das quais seriam
resgatadas anos mais tarde.
Nesse período, três grandes inovações marcaram a evolução das produções: os canais
se desprenderam da dependência de programas sustentados por patrocinadores,
passando a vender seus espaços comerciais por intervalos de 30 segundos. Com isso,
eles assumiram um controle maior sobre o desenvolvimento de conteúdo; teve início a
midseason, permitindo a estréia de um número maior de programas e a redução do
número de episódios por temporada; por fim, surgiu um número maior de produtoras,
oferecendo mais projetos, tanto para o cinema quanto para a televisão.
Muito embora ainda existissem problemas, o período entre 1958 e 1971 trouxe uma
riqueza e diversidade de conteúdo mais significativo para a televisão americana e seu
público. O período que considero a “1ª Era de Ouro” encerra em 1971, quando problemas
econômicos afetaram a produção televisiva, chegando ao ponto de, em muitos casos,
substituírem a película pelo videotape.
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