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JOSÉ GONÇALVES PEREIRA

1906 – 1989

José Gonçalves Pereira nasceu em São José do


Barreiro, Vale do Paraíba (São Paulo - Brasil) em 14
de junho de 1906, filho de Horácio Gonçalves Pereira
e Alvina Rodrigues Gonçalves Pereira.
Em 1927, já na cidade de São Paulo, capital do
Estado de São Paulo (Brasil), casa-se com Luíza Mi-
randa (nascida em 18 de maio de 1911, no bairro do
Cambuci) e começa a trabalhar como vendedor na em-
presa multinacional de origem inglesa "Gessy Lever".
A empresa nesta época tentava introduzir um no-
vo produto no mercado, sem muito sucesso - era um
novo sabão em barras - e o Sr. Gonçalves teve a idéia de fazer uma campanha mostrando a
lavagem de roupa em público, onde se demonstrava a superioridade do produto sobre os con-
correntes.
O sucesso da campanha, inédita na época, levou rapidamente o Sr. Gonçalves a posição
de Diretor Comercial, na qual permaneceu até sua aposentadoria em 1964. A aposentaria foi
solicitada para que pudesse dedicar-se a Casa Transitória Fabiano de Cristo, da qual falare-
mos adiante.
Foi levado a Federação Espírita do Estado de São Paulo por um amigo. O objetivo era
conversar com o Comandante Edgard Armond, autor do livro "Mediunidade", que o interes-
sará bastante. Por convite de Edgard Armond, passou a participar das reuniões e a integrar-se
nas tarefas do grupo.
As atividades de Assistência Social, o auxílio aos mais necessitados, sempre tiveram
grande importância no movimento espírita paulista, desde os tempos de Batuíra, e natural-
mente constituíam um das áreas de atuação da FEESP.
Em 1937 surgiu o "Departamento Damas da Caridade" para prestar assistência à infân-
cia desvalidas, as gestantes carentes e socorrer os pobres em suas penúrias. Em 1938 surge o
"Setor de Assistência Social" ligado ao "Departamento das Damas de Caridade", com o auxí-
lio de médicos voluntários prestando assistência médica, odontológica e farmácia. Em 1940 o
"Setor de Assistência Social" ganhou autonomia e seu primeiro diretor foi o médico paulista
Dr. Militão Pacheco.
Participando ativamente da FEESP, o Sr. Gonçalves foi nomeado em 1949 - pelo Secre-
tário Geral, o Cte Edgard Armond - Diretor do Departamento de Assistência Social.
Durante os anos em que dirigiu este departamento, desenvolveu diversas atividades no-
vas e estendeu grandemente o número de benefícios prestados a sociedade. O trabalho ini-
ciou-se em um terreno atrás da sede da Federação (Rua Maria Paula), onde havia um gali-
nheiro desativado, estendeu-se no casarão posteriormente adquirido na rua Santo Amaro e
em 1960 culminou com a inauguração da "Casa Transitória Fabiano de Cristo" na Marginal
do Tiête.
Outra das iniciativas do Sr. Gonçalves na FEESP foi a "Campanha da Fraternidade Au-
ta de Souza" (03/02/1953). Esta campanha surgiu da necessidade de arrecadar-se mantimen-
tos para as famílias assistidas pelo Departamento de Assistência Social e inicialmente se
chamaria "Campanha do Quilo" (idéia apresentada por Ninpho Correa).
O nome e a forma definitiva surgiram após visita a Chico Xavier em Pedro Leopoldo.
No encontro com Chico Xavier este lhe informou que "está aqui presente uma jovem desen-
carnada, irradiando intensa luminosidade, dizendo-nos ser participante das tarefas do atendi-
mento aos necessitados do Departamento de Assistência Social, junto aos seus voluntários".
Esta jovem era Auta de Souza.
Em uma da visitas que fez a Francisco Cândido Xavier, o Sr. Gonçalves notou que um
grupo de jovens copiava, em cadernos escolares, as mensagens psicografadas e trechos dos
livros de Allan Kardec. O motivo era a dificuldade de terem acesso aos livros impressos, en-
tão caros e raros.
Para amenizar esta situação o Sr. Gonçalves criou, em 18 de abril de 1953, o grupo "Os
Mensageiros" com a finalidade de distribuir mensagens espíritas impressas. A impressão e
distribuição foi inicialmente custeada pelo próprio Sr. Gonçalves, mas aos poucos se junta-
ram outros colaboradores e o grupo existe até hoje (sua página na internet
éhttp://www.mensageiros.org.br), tendo já atingido a marca de 1 Bilhão de mensagens distri-
buídas para o mundo todo.
Já a Casa Transitória surgiu da necessidade de um espaço mais adequado para as ativi-
dades assistenciais da FEESP e foi construída em terreno cedido pelo governador Jânio Qua-
dros as margens do rio Tiête. O terreno era um verdadeiro charco e foi um trabalho imenso
transforma-lo nos pavilhões rodeados de jardins que lá se encontram agora.
A participação do plano espiritual na sua criação foi grande, inclusive durante grave en-
fermidade enfrentada pelo Sr. Gonçalves ele foi levado espiritualmente a visitar a instituição
do plano espiritual da qual a Casa emprestou o nome, e dali trouxe também a inspiração para
sua arquitetura.
A Casa foi fundada em 25 de janeiro de 1960, com duas linhas principais de trabalho:
- O objetivo de "amparar a criança reajustando-lhe a família";
- O trabalho voluntário em todos os setores possíveis (uma das poucas exceções foi o
abrigo de idosas, que necessita de presença permanente de enfermeiros e médicos);
Assim o socorro às gestantes carentes é apenas a linha de frente de um grande trabalho
de reajuste, complementado por cursos de higiene e cuidados básicos com os nenês, assistên-
cia médica e cursos profissionalizantes.
Colaboradores diversos ao longo dos anos, entre eles esportistas famosos como o luta-
dor Éder Jofre, criaram cursos de futebol (para manter afastadas as crianças da rua), horta
(para suprir o refeitório), atividades diversas para as crianças e adultos no intuito de renovar-
lhes os valores e esperanças.
Na direção da Casa, a qual dedicou-se integralmente após aposentar-se, o Sr. Gonçalves
contou com o apoio de sua esposa. A presença e atividade de ambos orientou o trabalho dos
voluntários e serviu de inspiração e de ponto de agregação durante os anos de consolidação
da instituição. Pelo testemunho dos voluntários que o conheceram, sua personalidade marcou
a vida de todos que com ele tiveram contato. Outras instituições, como a Casa Transitória
Fabiano de Cristo foram ao longo dos anos, criadas e se pautaram pelos idéias do Sr. Gon-
çalves.
Em 25 de agosto de 1989, após uma vida repleta de ações em prol do próximo, desen-
carna José Gonçalves Pereira. Seu corpo foi velado em um dos pavilhões da Casa Transitó-
ria, enquanto que seu espírito certamente despertava para a vida verdadeira. No dia seguinte
ao de sua desencarnação, em reunião publica no "Grupo Espírita da Prece" de Uberaba, o
espírito Maria Dolores envia através da mediunidade de Chico Xavier uma mensagem em
que o denomina "Apóstolo do Bem e Herói da Caridade":

DÁDIVAS DE AMOR

Uma carta... um olhar, uma palavra boa;


Uma frase de paz que asserena e abençoa;
Leve prato de sopa ou um simples pão
Podem livrar alguém de cair na exaustão;
Antigo cobertor, atirado ao vazio,
Aquece o enfermo pobre esquecido ao frio;
Uma peça de roupa remendada,
Talvez seja o agasalho ao viajor da estrada;
Meio litro de leite à viúva sem nome,
Amapara-lhe o filhinho, a esmorecer de fome;
Todas essas doações supostas pequeninas
São serviços do Bem, nas paragens divinas;
São flores da fé viva, a derramarem luz,
Revelando o fulgor do Reino de Jesus;
Aqui, saudamos nós, Gonçalves, nosso irmão,
Que ontem foi conduzido à Celeste Mansão;
Que o Céu do Amor o guarde, ante a nossa saudade,
Do Apóstolo do Bem e Herói da Caridade;
Maria Dolores
Mensagem psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier

Só como observação final, "Os Mensageiros" é o título de um dos livros de André Luiz,
psicografados por Francisco Cândido Xavier, e a "Casa Transitória Fabiano de Cristo" é uma
instituição no plano espiritual dedicada ao atendimento aos espíritos sofredores, descrita no
livro "Obreiros da Vida Eterna", também de André Luiz.

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