Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Cocaina 111
Cocaina 111
COCAÍNA
ORIGEM (12,2)
• Há mais de 4.500 anos as folhas de coca são utilizadas por índios da América do
Sul, principalmente em rituais religiosos, sendo a planta chamada um presente
dos Deuses;
• No Século XVI surge o primeiro relato europeu datados de 1499 por Américo
Vespúcio, o qual descrevia alguns efeitos da planta mascada pelos índios. A
Igreja Católica tenta banir o uso da cocaína pela população indígena. Devido à
baixa produtividade de trabalho dos índios pela falta da coca, em 1519 o Rei
Felipe II declarou o hábito de mascar folhas de coca, essencial para a saúde do
índio. Também nesse século a cocaína foi introduzida na Europa para fins
medicamentosos (anestésico tópico em cirurgias oftalmológicas e
otorrinolaringológicas devido as suas propriedades vasoconstritoras), porém,
não se difundiu, pois as folhas chegavam deterioradas pela longa viagem da
América até a Europa;
• 1855 – Friedrich Gaedecke, extraiu o ingrediente ativo da folha de coca e deu o
nome de Erythroxylone;
COCAÍNA
Versão 1.0: 30/08/2007
Maristela Ferigolo, Luciana Signor
Tabela 1: uso de drogas psicotrópicas por 48.155 estudantes do ensino fundamental e médio das redes
municipal estadual do Brasil; dados expressos em porcentagem, levando-se em conta os tipos de usos e as
diferentes drogas individualmente.
Tipos de uso %
Drogas
Na vida No ano No mês Freqüente Uso pesado
Cocaína 2,0 1,7 1,3 0,2 0,1
Crack 0,7 0,7 0,5 0,1 0,1
Tabela 2: Comparação do uso freqüente de cocaína entre Brasil e as cinco regiões em 2004.
Uso Freqüente de Cocaína – Brasil e Regiões
Brasil e Regiões Uso na vida (%) Uso freqüente (%)
Brasil 2,0 0,2
Região Sul 1,7 0,1
Região Sudeste 2,3 0,3
Região Centro-Oeste 2,1 0,3
Região Norte 2,9 0,3
Região Nordeste 1,2 0,1
Tabela 3: Comparação do uso freqüente de crack entre Brasil e as cinco regiões em 2004.
Uso Freqüente de Crack – Brasil e Regiões
Brasil e Regiões Uso na vida (%) Uso freqüente (%)
Brasil 0,1 0,7
COCAÍNA
Versão 1.0: 30/08/2007
Maristela Ferigolo, Luciana Signor
Tabela 4: Distribuição dos 8.589 entrevistados, segundo uso na vida das drogas mais usadas nas 107 cidades
com mais de 200 mil habitantes.
DROGA TIPO DE USO %
Na vida
Cocaína 2,3
Tabela 5: Distribuição dos 7.939 entrevistados, segundo uso na vida, uso no ano e uso no mês das drogas
mais usadas nas 108 cidades com mais de 200 mil habitantes.
DROGAS TIPOS DE USO %
Na vida No ano No mês
Cocaína 2,9 0,7 0,4
Crack 07 01 0,1
∗ merla ∗ “coke”
∗ crack ∗ “c”
∗ pó ∗ “snow”
∗ pedra ∗ “flake”
∗ branquinha ∗ “blow”
∗ rock
COCAÍNA
Versão 1.0: 30/08/2007
Maristela Ferigolo, Luciana Signor
1. Folhas de Coca: podem ser mascadas ou ingeridas como chá de coca. Preparação
obtida pela maceração das folhas associada ao ácido sulfúrico e bicarbonato de
sódio. Este produto pode conter sulfato de cocaína (40-85%), além de cocaína na
forma de base.
2. Pasta de Coca: composta por folhas de coca mais solventes orgânicos (querosene
ou gasolina combinada ao ácido sulfúrico). A pasta de coca é obtida nas primeiras
fases de preparação e contém muitas impurezas tóxicas. Essa preparação pode ser
misturada com tabaco e maconha, formando o “basuco”.
3. Cloridrato de Cocaína: a pasta de coca mais ácido clorídrico (HCl) forma
cloridrato de cocaína (forma de sal), conhecido como cocaína em pó (fino, branco
ou cristalino). Cloridrato de cocaína pode ser aspirado ou dissolvido em água e ser
usado via endovenosa; porém, não pode ser fumada, pois é volátil, ou seja, grande
parte de sua forma ativa é destruída em altas temperaturas. Para ser fumada, o sal de
cocaína precisa retornar a forma de base, neutralizando-se o cloridrato ou a parte
ácida. Nesse caso o produto resultante será o crack.
4. Crack (rock): conhecido como cocaína alcalóide ou base livre. É formado pela
reação do cloridrato de cocaína com uma solução aquosa de um álcali (amônia ou
bicarbonato de sódio) aquecido. O crack é comercializado na forma de pedras
porosas.
5. Merla: semelhante à pasta de coca, porém o teor de solventes contaminantes é
maior.
COCAÍNA
Versão 1.0: 30/08/2007
Maristela Ferigolo, Luciana Signor
2. Distribuição
Após penetrar no cérebro, é rapidamente distribuída para outros tecidos,
concentrando-se no baço e rins.
3. Metabolização
A cocaína é metabolizada primeiramente em metil éster ecgonina e
benzoilecgonina – ambos excretados por via renal, representando 75 – 90% do
metabolismo da cocaína.
Também são formados, em pequena quantidade, ecgonina e norcocaína
(metabólito biologicamente ativo).
A metil éster ecgonina sofre ação das colinesterases (enzimas hepáticas e séricas)
enquanto que a benzoilecgonina é formada por hidrólise não enzimática.
A desmetilação da cocaína para formar norcocaína ocorre através do sistema
oxidase de função mista hepática.
4. Eliminação
Eliminação renal. O tempo de meia-vida (T1/2) é de 0,5 a 1,5 horas para a cocaína (a
meia-vida é curta, pois é rapidamente metabolizada no fígado), 3 a 4 horas para o metil
éster ecgonina e de 4 a 7 horas para a benzoilecgonina.
COCAÍNA
Versão 1.0: 30/08/2007
Maristela Ferigolo, Luciana Signor
- Gravidez ectópica;
- Hipertensão gestacional;
- Retardo mental;
- Anomalias congênitas (malformações cardíacas e gênito-urinárias);
- Acidentes cérebro vasculares.
REFERÊNCIAS
1. American Psychiatric Association, 1995. Diagnostic and Statistical Manual of Mental
Disorders, 4et ed. (DSM-IV). A.P.A. Washington DC.
COCAÍNA
Versão 1.0: 30/08/2007
Maristela Ferigolo, Luciana Signor
4. BRIGGS, G.G.; FREEMAN, R. K.; YAFFE, S. J. Drugs ins Pregnancy and Lactation. 7
ed.. Lippincott Williams & Wilkins. Philadelphia USA, 2005.
5. BRUST, J.C.M. Substance abuse, neurobiology, and ideology. Arch Neurol., 56:1528-
31, 1999.
6. CARRERA, M.R.C; MEIJLER, M.M; JANDA, K.D.. Cocaine pharmacology and
current pharmacotherapies for its abuse. Bioorganic & Medicinal Chemistry 2004;12:5019-
5030.
8. FERREIRA, P.E.M.; MARTINI, R.K. Cocaína: lendas, história e abuso. Rev Brás
Psiquiatr, 23(2), 96-99, 2001.
9. GALDURÓZ, J.C.F; NOTO, A.R.; NAPO, S.A.; CARLINI, E.A.. Uso de drogas
psicotrópicas no Brasil: pesquisa domiciliar envolvendo as 107 maiores cidades do país –
2001. Rev Latino-am Enfermagem, 13(número especial), 888-895, 2005.
11. GAWIN, F.H.; KLEBER, H.D. Abstinence symptomalogy and psychiatric diagnosis in
cocaine abusers. Arch. Gen. Psych. 43, 107-113, 1986.
12. GOODMAN, L.; GILMAN, A. The pharmacological basis of therapeutics, 11ª ed,
Porto Alegre: Artemed, 2005.
14. LEITE, M.C.; ANDRADE, A.C.; ET AL. Cocaína e crack: dos fundamentos ao
tratamento. Editora Artes Médicas Sul. Porto Alegre, 1999.
15. LU, L.; GRIMM, J.W.; HOPE, B.T.; SHAHAM, Y. Incubation of cocaine craving after
withdrawal: a review of preclinical data. Neuropharmacology, 47, 214-226, 2004.
16. Manual de Exames Fleury .Centro de Medicina Diagnóstica. São Paulo, 2003.
17. NIDA – National Institute on Drug Abuse. Cocaine: Abuse and Addiction. Research
Report. Number 99-4342, 2004.
19. PERRI, C.; DUNN, J. Overdose por cocaína – uma revisão critíca. Rev Bras Clin terap;
25 (5), setembro, 1999.
COCAÍNA
Versão 1.0: 30/08/2007
Maristela Ferigolo, Luciana Signor