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Dimensionamento de Treliças Metálicas Usuais Padronizadas, Com Auxílio de Uma Ferramenta Computacional e Cálculos Manuais
Dimensionamento de Treliças Metálicas Usuais Padronizadas, Com Auxílio de Uma Ferramenta Computacional e Cálculos Manuais
BELÉM – PA
2013
CESAR OLAVO BEZERRA BARBOSA
ROBSON ERASMO VIEIRA DA CUNHA
DIMENSIONAMENTO DE TRELIÇAS METÁLICAS USUAIS PADRONIZADAS,
COM AUXÍLIO DE UMA FERRAMENTA COMPUTACIONAL E CÁLCULOS
MANUAIS.
BELÉM – PA
2013
CESAR OLAVO BEZERRA BARBOSA
ROBSON ERASMO VIEIRA DA CUNHA
Banca Examinadora:
____________________________________
Prof. Me Antônio Massoud Salame
Orientador
____________________________________
Prof. Dr. Selênio Feio da Silva
_____________________________________
Prof. Me. Evaristo C. R. dos Santos Junior
BELÉM – PA
2013
Dedicamos este trabalho as nossas
famílias, em especial aos nossos pais,
pelo apoio e o amor incondicional a nós
concebido.
AGRADECIMENTOS
ABSTRACT
Flat metal trusses are widely used for roofing structures for industrial buildings,
combining lightness and strength. Aiming at the development of pre-projects with
more convenience and speed, which enable the obtaining structures with a more
cost-effective. Case studies were conducted by simulating the conditions in the more
usual use of this type of roofing structure. Starting from two models trusses the type
Howe and cable-stayed two waters. The elements were scaled obeying the
conditions of the rules: NBR 8800 and NBR 6123, using profiles folded into a double
angle and profiles "C". As for the results, the process of verification and identification
of patterns and economically useful models was effective, the results obtained by
computational tool has been validated successfully by manual calculations, thus the
consumption of steel per linear foot and square meter of each model were
established analyzed, proving the hypothesis can become more effective, and agility
in steps and draft budget because this foundation data.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1 - Mapa de isopletas do Brasil – Velocidade básica Vo (m/s). 27
Figura 2 - Interface do Software Avwin. 32
Figura 3 - Resistência à corrosão de um aço patinável (ASTM A242) e de um
aço comum (ASTM A36) expostos às atmosferas industrial
(Cubatão, S.P.) 35
Figura 4 - Treliça tipo Howe Tradicional. 40
Figura 5: Treliça tipo Pratt. 40
Figura 6 - Treliça de Banzos Paralelos sem Tirantes. 40
Figura 7 - Treliça Tipo Howe de duas Aguas. 40
Figura 8 - Treliça de Arco circular 40
Figura 9 - Treliça de duas Aguas Atirantada. 41
Figura 10 - Telha Metálica. 41
Figura 11 - Telha de fibrocimento ondulada. 43
Figura 12 - Modelo de treliça tipo Howe 44
Figura 13 - Modelo de treliça Atirantada de duas Aguas 44
Figura 14 - Vista 3D da disposição dos Perfis nas treliças Atirantadas. 45
Figura 15 - Vista 3D da disposição dos Perfis nas Treliças Tipo Howe. 45
Figura 16 - Detalhes da treliça tipo Howe - Vão de 10 metros. 48
Figura 17 - Nomenclatura das barras no modelo Howe de 10 metros 48
Figura 18 - Somatória de momentos no ponto A. 51
Figura 19 - Esquema de esforços nos nós. 53
Figura 20 - Esquema de esforços nos nós. 55
Figura 21 - Detalhes da treliça tipo Atirantada - Vão de 10 metros. 57
Figura 22 - Nomenclatura das barras no modelo Atirantado de 10 metros 57
Figura 23 - Somatória de momentos no ponto A. 60
Figura 24 - Esquema de esforços nos nós. 61
Figura 25 - Esquema de esforços nos nós 63
Figura 26 - Detalhes da treliça tipo Howe - Vão de 15 metros. 65
Figura 27 - Nomenclatura das barras no modelo Howe de 15 metros 65
Figura 28 - Detalhes da treliça tipo Atirantado - Vão de 15 metros. 67
Figura 29 - Nomenclatura das barras no modelo Atirantada de 15 metros. 68
Figura 30 - Detalhes da treliça tipo Howe- Vão de 20 metros 71
Figura 31 - Nomenclatura das barras no modelo Howe de 20 metros 71
Figura 32 - Detalhes da treliça tipo Atirantada - Vão de 20 metros 73
Figura 33 - Nomenclatura das barras no modelo Atirantado de 20 metros 74
Figura 34 - Detalhes da treliça tipo Howe - Vão de 25 metros. 77
Figura 35 - Nomenclatura das barras no modelo Howe de 25 metros 77
Figura 36 - Detalhes da treliça tipo Atirantada - Vão de 25 metros 80
Figura 37 - Nomenclatura das barras no modelo Atirantada de 25 metros 80
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Aços de uso frequente especificados pela ASTM para uso 18
estrutural.
Tabela 2 - Resistência à tração do metal da solda. 19
Tabela 3 - Valores dos coeficientes de ponderação das resistências ᵞm. 21
Tabela 4 - Valores dos coeficientes de ponderação das ações 25
Tabela 5 - Definição de categorias para determinação do coeficiente S2. 28
Tabela 6 - Definição de classes de edificação para determinação de S2. 29
Tabela 7 - Parâmetros meteorológicos b, Fr e p. 29
Tabela 8 - Valores mínimos para o coeficiente S3. 30
Tabela 9 - Limite de Escoamento Mínimo Aço 34
Tabela 10 - Comparativo de composição química e propriedades mecânicas
de aços. 37
Tabela 11 - Catálogo de Perfis tipo “C” dobrado. 38
Tabela 12 - Catálogo de Perfis Dobrados Tipo Cantoneiras Abas Iguais. 38
Tabela 13 - Tipos de revestimentos a base de zinco. 42
Tabela 14 - Cargas permanentes e sobrecarga adotadas. 46
Tabela 15 - Parâmetros adotados para cálculo do efeito da carga acidental
na cobertura dos galpões estudados. 46
Tabela 16 - Cálculo da carga acidental imposta na cobertura. 47
Tabela 17 - Características Técnicas das Telhas Metálicas e
Fibrocimentíceas. 47
Tabela 18 - Esforços axiais de tração, e compressão nas barras da treliça
tipo Howe 10m. 49
Tabela 19 - Quadro de perfis adotados pelo software. 50
Tabela 20 - Quadro Quantitativo de Consumo de Materiais: Howe 10m. 50
Tabela 21 - Quadro de esforços axiais de tração (+) e compressão (-) nas
barras do modelo Atirantado de 10 m. 58
Tabela 22 - Quadro de perfis adotados pelo software. 59
Tabela 23 - Quadro de Quantitativos de materiais: Atirantada 15m. 59
Tabela 24 - Quadro de esforços axiais de tração (+) e compressão (-) nas
barras do modelo Howe de 15 m. 66
Tabela 25 - Quadro de perfis adotados pelo software 66
Tabela 26 - Tabela 26 - Quadro de Quantitativos de materiais: Atirantada 67
15m.
Tabela 27 - Quadro de esforços axiais de tração (+) e compressão (-) nas
barras do modelo Atirantada de 15 m. 68
Tabela 28 - Quadro de perfis adotados pelo software. 70
Tabela 29 - Quadro de Quantitativos de materiais: Atirantada 15m. 70
Tabela 30 - Quadro de esforços axiais de tração (+) e compressão (-) nas
barras do modelo Howe de 20 m. 71
Tabela 31 - Quadro de perfis adotados pelo software. 72
Tabela 32 - Quadro de Quantitativos de materiais: Howe 20 m. 73
Tabela 33 - Quadro de esforços axiais de tração (+) e compressão (-) nas
barras do modelo Atirantado de 20 m. 74
Tabela 34 - Quadro de perfis adotados pelo software 76
Tabela 35 - Quadro de Quantitativos de materiais: Atirantada 20 m. 76
Tabela 36 - Quadro de esforços axiais de tração (+) e compressão (-) nas
barras do modelo Howe de 25 m. 78
Tabela 37 - Quadro de perfis adotados pelo software 79
Tabela 38 - Quadro de Quantitativos de materiais: Howe 25 m. 79
Tabela 39 - Quadro de esforços axiais de tração (+) e compressão (-) nas
barras do modelo Atirantado de 25 m. 80
Tabela 40 - Quadro de perfis adotados pelo software. 82
Tabela 41- Quadro de Quantitativos de materiais: Atirantada 25 m. 82
Tabela 42 - Consumo de Aço por m² de cobertura (Terças e Treliças). 85
Tabela 43 - Quadro de perfis adotados para os modelos analisados do tipo
Howe, discriminando as cargas atuantes, admissíveis e o
percentual de utilização das barras. 86
Tabela 44 - Quadro de perfis adotados para os modelos analisados do tipo
Atirantada, discriminando as cargas atuantes, admissíveis e o
percentual de utilização das barras. 87
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO 13
1.1 PROBLEMÁTICA 13
1.2 OBJETIVOS 14
1.2.1 Objetivo geral 14
1.2.2 Objetivo específico 14
1.3 JUSTIFICATIVA 14
1.4 HIPÓTESE 15
1.5 METODOLOGIA EMPREGADA 15
1.5.1 Modelo do Estudo 15
1.5.2 Objeto de Estudo 16
1.5.3 Local 16
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 17
2.1 ABNT NBR 8800:2008 - PROJETO DE ESTRUTURAS DE AÇO E
DE ESTRUTURAS MISTAS DE AÇO E CONCRETO DE EDIFÍCIOS 17
2.1.1 Materiais 18
2.1.2 Eletrodos, arames e fluxos para soldagem 18
2.1.3 Barras prismáticas submetidas à força axial de tração 19
2.1.3.1 Força axial resistente de cálculo a tração 20
2.1.3.2 Limitação do índice de esbeltez para barras tracionadas 21
2.1.4 Barras prismáticas submetidas à força axial de compressão 21
2.1.4.1 Força axial resistente de cálculo à compressão 22
2.1.4.2 Fator de redução X 22
2.1.4.3 Limitação do índice de esbeltez para barras comprimidas 23
2.1.5 Segurança e estados-limites 23
2.1.5.1 Condições usuais relativas aos estados-limites 24
2.1.5.2 Ações 24
2.1.5.3 Coeficiente de ponderação das Ações 24
2.1.5.4 Coeficiente de ponderação das ações no estado-limite último (ELU)
e estado-limite de serviço (ELS). 25
2.2 ABNT NBR 6123:1988 - FORÇAS DEVIDAS AO VENTO EM
EDIFICAÇÕES 25
2.2.1 Determinação da pressão dinâmica ou de obstrução 27
2.2.2 Determinação das forças estáticas devido ao vento 30
2.3 SOFTWARE AVWIN 31
2.4 AÇOS ESTRUTURAIS 32
2.4.1 Catálogo de perfis “C”, e cantoneiras de abas iguais Gerdau 37
2.4.1.1 Especificações técnicas do perfil “C” dobrado 38
2.4.1.2 Especificações técnicas da Cantoneira de Abas Iguais Dobrada 38
2.5 TRELIÇAS PLANAS 39
2.6 TELHAS METÁLICAS TRAPEZOIDAL E/OU ONDULADA DE
FIBROCIMENTO 41
3 ESTUDO DE CASO 44
3.1 DEFINIÇÃO DOS MODELOS TIPOLÓGICOS DAS TRELIÇAS 44
3.2 DEFINIÇÃO DO MATERIAL 44
3.3 DEFINIÇÃO DAS CARGAS PERMANENTES E SOBRECARGAS 46
3.4 DEFINIÇÃO DA CARGA ACIDENTAL – AÇÃO DO VENTO 34
3.5 CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS DAS TELHAS 47
3.6 VÃO DE 10 METROS 47
3.6.1 Treliça tipo Howe: 10 metros 48
3.6.2 Validação manual de cálculo pelos métodos de Ritter e dos nós 51
3.6.3 Treliça de duas aguas Atirantada: 10 metros 57
3.6.4 Validação Manual de cálculo pelos métodos de Ritter e do nós 59
3.7 VÃO DE 15 METROS 65
3.7.1 Treliça tipo Howe: 15 metros 65
3.7.2 Treliça de duas aguas Atirantada 67
3.8 VÃO DE 20 METROS 70
3.8.1 Treliça tipo Howe 70
3.8.2 Treliça de duas aguas Atirantada 73
3.9 VÃO DE 25 METROS 76
3.9.1 Treliça tipo Howe 76
3.9.2 Treliça de duas aguas Atirantada 79
4 ANÁLISE DOS RESULTADOS 83
4.1 ANÁLISE COMPARATIVA DO CONSUMO DE AÇO ENTRE OS
MODELOS HOWE E ATIRANTADA 83
4.2 CONSUMO DE AÇO POR METRO LINEAR DE TRELIÇA DOS
MODELOS ESTUDADOS 83
4.3 CONSUMO DE AÇO POR METRO QUADRADO DOS MODELOS 84
DE TRELIÇA ANALISADOS
4.4 ANÁLISE DOS PERFIS ADOTADOS 85
5 CONCLUSÃO 88
REFERÊNCIAS 90
15
1 INTRODUÇÃO
1.1 PROBLEMÁTICA
Em meio a esse cenário a utilização do aço vem ganhando cada vez mais
espaço no mercado, a fim de tornar viáveis preços mais competitivos e garantir uma
seguridade quanto a fornecimento de matéria prima, visto que segundo a Federação
da Indústria do Estado do Pará (FIEPA, 2013) o estado do Pará é o segundo maior
extrator de minério de ferro do Brasil, e também é o que possui a maior reserva
desse minério no mundo.
1.2 OBJETIVOS
1.3 JUSTIFICATIVA
1.4 HIPÓTESE
1.5.3 Local
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Tabela 1 - Aços de uso frequente especificados pela ASTM para uso estrutural.
a) Para eletrodos de aço doce, revestidos, para soldagem por arco elétrico:
AWS A5.1;
b) Para eletrodos de aço de baixa liga, revestidos, para soldagem por arco
elétrico: AWS A5.5;
c) Para eletrodos nus de aço doce e fluxo, para soldagem por arco
submerso: AWS A5.17;
d) Para eletrodos de aço doce, para soldagem por arco elétrico com
proteção gasosa : AWS A5.18;
21
e) Para eletrodos de aço doce, para soldagem por arco com fluxo no
núcleo: AWS A5.20;
f) Para eletrodos nus de aço de baixa liga e fluxo, para soldagem por arco
submerso: AWS A5.23;
g) Para eletrodos de baixa liga, para soldagem por arco elétrico com
proteção gasosa: AWS A5.28;
h) Para eletrodos de baixa liga, para soldagem por arco com fluxo no
núcleo: AWS A5.29.
Equação 01:
Onde:
Onde:
Equação 06:
Onde:
é a força axial de compressão solicitante de cálculo;
é a força axial de compressão resistente de cálculo, determinada conforme
equação 07.
Equação 07:
Onde:
Ag é a área bruta da seção transversal da barra.
X é o fator de redução associado à resistência à compressão, obtido nas equações
09 e 10.
Q é o fator de redução total associado à flambagem local, cujo valor para o grupo
de perfis abordados nesse trabalho deve ser obtido na equação 8.1 e 8.2.
Equação 11:
Onde:
Ne é a força axial de flambagem elástica, obtido pela equação 12.
Equação 12 :
Onde:
l é o comprimento de flambagem da peça;
Ix é o momento de inercia da seção transversal em relação ao eixo x;
E é o módulo de elasticidade do aço;
Equação 13: Rd ≥ Sd
2.1.5.2 Ações
Onde:
ᵞf1 é a parcela do coeficiente de ponderação das ações ᵞf, que considera a
variabilidade das ações;
ᵞf2 é a parcela do coeficiente de ponderação das ações ᵞf, que considera a
simultaneidade de atuação das ações;
ᵞf3 é a parcela do coeficiente de ponderação das ações ᵞf, que considera os
possíveis erros de avaliação dos efeitos das ações, seja por problemas construtivos,
seja por deficiência do método de cálculo empregado, de valor igual ou superior a
1,10.
Onde:
Vo : velocidade básica do vento;
S1 : fator topográfico;
S2 : fator de rugosidade e dimensões da edificação;
S3 : fator estatístico.
entre 30 a 50 m/s, sendo que o valor estabelecido pela norma NBR 6123/80
para a cidade de Belém igual a 30 m/s;
Onde:
z é a altura total da edificação
Os parâmetros b, Fr e p são obtidos na Tab. 7, fornecida pela norma.
Onde:
Cpe e Cpi São os coeficientes de pressão de acordo com as dimensões
geométricas da edificação;
q é a pressão dinâmica obtida de acordo com o item 2.2.1;
A é a área frontal ou perpendicular a atuação do vento.
Onde:
Ca é a coeficiente de arrasto (coeficiente de força);
33
Com o avanço das tecnologias, o homem vem cada vez mais criando
instrumentos para superar suas limitações. Feitos dos dias atuais, anteriormente
chegavam a ser inimagináveis, não seria diferente na engenharia, tal progresso nos
possibilitou a criação de ferramentas computacionais que possibilitassem melhorias
nas precisões de cálculos, e consequentemente concebendo aproximações
infinitamente mais condizentes com o real.
Um desses mecanismos é o Software Avwin, criado no ano de 1998, na
universidade de Boston, por um grupo de engenheiro interessados em desenvolver
um software capaz de analisar e dimensionar sistemas estruturais metálicos. O
software utiliza como base de cálculo matrizes associadas a teoria matemática dos
elementos finitos. Método este que vem sendo largamente utilizado como solução
para estudar o comportamento de elementos estruturais complexos, pela
consistência de seus resultados, sua precisão em análises de atuação de tensões
internas e externas nos elementos, discriminação de variáveis envolvidas na
deformação de componentes e a discretização dos meios contínuos.
Com quase 15 anos de idade, o Avwin é um software livre, que foi
desenvolvido e norteado nos parâmetros das normas Americanas de estrutura
metálica, precisando ser ajustado para as configurações vigentes das normas
Brasileiras. Possui uma interface simples e agradável. O método de
dimensionamento do programa consiste em modelar a estrutura num plano
tridimensional (X,Y e Z), No qual o projetista atribui as características técnicas dos
elementos, condição de ligação entre eles, condições de apoio, carregamento nos
três planos distribuído e concentrado, e o carregamento dinâmico de vento. Depois
de estabelecidas todas as condições de carregamento e configurações dos
elementos envolvidos, o software analisa a eficiência da estrutural do modelo
verificando o carregamento imposto, e as deformações dentro do limite aceitável
pela norma NBR-8800 (2008), dando um “OK” ou “NÃO OK” no elemento em
questão. Se todos os elementos do modelo estiverem OK, o software ainda faz um
romaneio de peso das peças utilizadas. Para melhor visualização da estrutura ele
ainda gera um modelo em 3D, como visto na Fig. 2.
34
Observem como o aço carbono sofre perdas de seção bem mais elevadas do
que o aço patinável com a ação dos agentes agressivos. A formação da pátina
protetora é função de três tipos de fatores. Os primeiros a destacar estão ligados à
composição química do próprio aço. Segundo Pannoni (2009), os principais
elementos de liga que contribuem para aumentar-lhe a resistência frente à corrosão
atmosférica, favorecendo a formação da pátina, são o cobre e o fósforo. O cromo, o
níquel, e o silício também exercem efeitos secundários. Cabe observar, no entanto,
que o fósforo deve ser mantido em baixos teores (menores que 0,1%), sob pena de
prejudicar certas propriedades mecânicas do aço e sua soldabilidade.
Em segundo lugar viriam os fatores ambientais, entre os quais sobressaem a
presença de dióxido de enxofre e de cloreto de sódio na atmosfera, a temperatura, a
força (direção, velocidade e frequência) dos ventos, os ciclos de umedecimento e
secagem etc.. Assim, enquanto a presença de dióxido de enxofre, até certos limites,
favorece o desenvolvimento da pátina, o cloreto de sódio em suspensão nas
atmosferas marítimas prejudica suas propriedades protetoras. Não se recomenda a
utilização de aços patináveis não protegidos em ambientes industriais onde a
concentração de dióxido de enxofre atmosférico seja superior a 168mgSO2/m2.dia
(Estados Unidos e Reino Unido) e em atmosferas marinhas onde a taxa de
deposição de cloretos exceda 50mg/m2.dia (Estados Unidos) ou 10 mg/m2.dia
(Reino Unido).
Entretanto, ainda existem fatores ligados à geometria da peça, que explicam
por que diferentes estruturas do mesmo aço dispostas lado a lado podem ser
atacadas de maneira distinta. Esse fenômeno é atribuído à influência de seções
abertas/fechadas, drenagem correta das águas de chuva e outros fatores que atuam
diretamente sobre os ciclos de umedecimento e secagem. Assim, por exemplo, sob
condições de contínuo molhamento, determinadas por secagem insatisfatória, a
formação da pátina fica gravemente prejudicada. Em muitas destas situações, a
38
Treliças são estruturas de barras ligadas entre si por nós articulados, cujas
cargas se aplicam nesses mesmos nós. Com isso resultam como esforço solicitante
nas barras unicamente forças normais. As treliças têm campo de aplicação muito
vasto: são usadas nas estruturas de cobertura, desde vãos pequenos a médios,
como nas edificações residenciais e industriais, até grandes vãos, como nas
coberturas de estádios, de estações metroviárias; são também usadas nas pontes
rodoviárias e ferroviárias. Do ponto de vista estrutural elas podem ser planas ou
espaciais, e são constituídas usualmente de madeira, aço e, em menor grau, de
concreto armado ou protendido.
Denomina-se treliça plana o conjunto de elementos de construção (barras
redondas, chatas, cantoneiras, perfiladas, I,U, etc), interligados entre si, sob forma
geométrica triangular, através de pinos, solda, rebites, parafusos, que visam formar
uma estrutura rígida, com a finalidade de receber e ceder esforços, sendo que, as
cargas externas são aplicadas nos nós. A denominação treliça plana deve-se ao
fato de todos os elementos do conjunto pertencerem a um único plano.
Neste trabalho serão tratadas as treliças isostáticas planas, que por definição
possuem o número de barras ( b ), mais o número de reações ( r ), igual à duas vezes o
número de nós ou rotulas ( n ). Conforme equação 20:
Fonte: Tuper.(2005).
3 ESTUDO DE CASO
O material empregado foi o aço ASTM A36, liga mais comum no mercado,
que apresenta tensão de ruptura fu = 400 MPa e tensão de escoamento fy = 250
MPa. O módulo de elasticidade (E), foi adotado em 205 GPa e o peso específico (ᵞ)
em 77 KN/m³. O dimensionamento seguiu a normatização brasileira para o
dimensionamento de estruturas de aço, através da utilização da NBR 8800:2008, tal
como mostrado no item 2.1.
Os elementos das treliças foram dimensionados com perfis “C” e Cantoneiras
de abas iguais ambos dobrados à frio, Já os tirantes em barra circular e dispostos
conforme as Fig. 14 e 15.
46
Tabela 15 - Parâmetros adotados para cálculo do efeito da carga acidental na cobertura dos
galpões estudados.
Velocidade Básica de Vento em Belém V0 = 30 m/s
Fator Topográfico - Terreno Plano ou fracamente
S1 = 1,0
acidentado
Rugosidade do Terreno – Dimensões da Edificação –
S2 = 0,83
Altura sobre o Terreno
Fator Estatístico – Edificações industriais com baixo teor
S3 = 0,95
de ocupação.
Assim obteve-se o seguinte fator de vento a ser adotado, conforme Tab. 16:
Tabela 16 - Cálculo da carga acidental imposta na cobertura.
CARGA ACIDENTAL
Ação do vento na Cobertura. 32 Kg/m²
Fonte: Dos autores.
Para uma melhor visualização dos esforços atuantes em cada uma das barras
da treliça, enumerou-se uma das metades das peças que compõe a estrutura
conforme Fig. 16. Aproveitou-se a característica simétrica do corpo da estrutura, e
das cargas nela atuantes. Para o vão de 10 metros as barras em vermelho serão
validadas por cálculos manuais.
Tabela 18 - Esforços axiais de tração, e compressão nas barras da treliça tipo Howe 10m.
BARRA COMPRIMENTO (m) ESFORÇO – OU + (Kgf)
01 1,0 + 1165
02 1,0 + 1414
03 1,0 + 1167
04 1,0 - 71
05 1,0 - 3675
06 1,02 - 4532
07 1,02 - 5061
08 1,02 - 5312
09 1,02 - 5059
10 1,02 - 3771
11 1,40 + 1243
12 1,20 + 242
13 1,0 - 199
14 0,80 - 728
15 0,60 - 1503
16 0,40 - 2390
17 1,56 - 802
18 1,41 - 350
19 1,28 + 314
20 1,17 + 1440
21 1,08 + 3852
Fonte: Dos autores.
Sendo:
ΣMA = 0
2460 . 3 – 246 . 3 – 492 . 2 – 492 . 1 + Fa.(0.19607 . 1,02) + Fa.(0.98039 . 0,80) = 0
Fa = - 5248 Kgf
temos,
Q=1
Fy= 2500 kgf/cm²
E = 2,1 x 106
Para ≤ 1,5 :
Logo:
Substituindo x,
Cálculo dos esforços na barra pelo método dos nós, conforme figura
19.
Para o nó A, temos;
Σ Forças Verticais = 0
VA + AB = 0
54
2460 + AB = 0
AB = - 2460 Kgf
Σ Forças Horizontais = 0
NAF = 0
Para o nó B, temos:
Σ Forças Verticais = 0
- 246 – (- 2460) – BD . cos 54º = 0
Força axial resistente de cálculo à tração, tal como item 2.1.4.1 deste
trabalho;
_ Cálculo dos esforços na barra pelo método dos nós, conforme figura 20.
Para o nó A, temos;
Σ Forças Verticais = 0
VA + AB = 0
2460 + AB = 0
AB = - 2460 Kgf
Σ Forças Horizontais = 0
NAF = 0
logo,
Para ≤ 1,5 :
Logo:
Substituindo x,
Tabela 21 - Quadro de esforços axiais de tração (+) e compressão (-) nas barras do modelo
Atirantado de 10 m.
ESFORÇO ESFORÇO
BARRA COMPRIMENTO (m) BARRA COMPRIMENTO (m)
– OU + (Kgf) – OU + (Kgf)
01 0.30 -4712 36 0.30 938
02 0.30 -3725 37 0.30 835
03 0.30 -2877 38 0.30 688
04 0.30 -2174 39 0.30 548
05 0.30 -1615 40 0.30 406
06 0.30 -1201 41 0.30 263
07 0.30 -933 42 0.30 120
08 0.30 -815 43 0.30 -22
58
Sendo:
_ Cálculo dos esforços na barra pelo método de Ritter, conforme figura 23:
Figura 23 – Somatória de momentos no ponto A.
ΣMA = 0
1328 * 2.7 – 73.8 * 2.70 – 147.6 * 2.4 – 147.6 * 2.1 – 147.6 * 1.8 – 147.6 * 1.5 – 147.6 *
1.20 – 147.6 * 0.9 – 147.6 * 0.6 – 147.6 * 0.3 + Fa.(0.20 * 0.30) + Fa.(0.98 * 0.30) =0
Fa = - 5283,89 Kgf
logo:
Para ≤ 1,5 :
Logo:
Substituindo x,
Satisfeita a condição, perfil validado pelos cálculos manuais.
_ Cálculo dos esforços na barra pelo método dos nós, conforme figura 24.
Figura 24 - Esquema de esforços nos nós.
61
Para o nó A, temos;
Σ Forças Verticais = 0
VA + AB = 0
1328.4 + AB = 0
AB = - 1328.4 Kgf
Σ Forças Horizontais = 0
NAF = 0
Para o nó B, temos:
Σ Forças Verticais = 0
- 73.8 – (- 1328.4) – BD . cos 54º = 0
Força axial resistente de cálculo à tração, tal como item 2.1.4.1 deste
trabalho;
Para o nó A, temos;
Σ Forças Verticais = 0
VA + AB = 0
1328.4 + AB = 0
AB = - 1328.4 Kgf
Σ Forças Horizontais = 0
NAF = 0
deste trabalho:
logo,
Para ≤ 1,5 :
Logo:
Substituindo x,
Satisfeita a condição, perfil validado pelos cálculos manuais.
Tabela 24 - Quadro de esforços axiais de tração (+) e compressão (-) nas barras do modelo
Howe de 15 m.
COMPRIMENT ESFORÇO COMPRIMENT ESFORÇO
BARRA BARRA
O (m) – OU + (Kgf) O (m) – OU + (Kgf)
01 0.75 653 22 1.75 979
02 0.75 1136 23 1.60 720
65
Fonte: Autor
Tabela 27 - Quadro de esforços axiais de tração (+) e compressão (-) nas barras do modelo
Atirantada de 15 m.
COMPRIMENTO ESFORÇO COMPRIMENTO ESFORÇO
BARRA BARRA
(m) – OU + (Kgf) (m) – OU + (Kgf)
67
Tabela 30 - Quadro de esforços axiais de tração (+) e compressão (-) nas barras do modelo
Howe de 20 m.
COMPRIMENTO ESFORÇO COMPRIMENTO ESFORÇO
BARRA BARRA
(m) – OU + (Kgf) (m) – OU + (Kgf)
01 1.00 517 22 2.20 1427
02 1.00 1262 23 2.0 1098
03 1.00 1875 24 1.80 732
04 1.00 2340 25 1.60 337
05 1.00 2585 26 1.40 -101
06 1.00 2502 27 1.20 -603
07 1.00 1893 28 1.00 -1214
08 1.00 -377 29 0.80 -1976
09 1.00 -3038 30 0.60 -3196
10 1.00 -10316 31 0.40 -4589
11 1.02 -10434 32 2.42 -1826
12 1.02 -11234 33 2.24 -1646
13 1.02 -11986 34 2.06 -1251
14 1.02 -12612 35 1.89 -869
15 1.02 -13085 36 1.77 -417
16 1.02 -13333 37 1.58 127
70
Tabela 33 - Quadro de esforços axiais de tração (+) e compressão (-) nas barras do modelo
Atirantado de 20 m.
72
Tabela 36 - Quadro de esforços axiais de tração (+) e compressão (-) nas barras do modelo
Howe de 25 m.
BARR COMPRIMENTO ESFORÇO BARR COMPRIMENTO ESFORÇO
A (m) – OU + (Kgf) A (m) – OU + (Kgf)
01 0.74 -472 36 2.75 1908
02 0.74 206 37 2.60 1651
03 0.74 826 38 2.45 1386
04 0.74 1405 39 2.31 1111
75
Tabela 39 - Quadro de esforços axiais de tração (+) e compressão (-) nas barras do modelo
Atirantado de 25 m.
COMPRIMENTO ESFORÇO COMPRIMENTO ESFORÇO
BARRA BARRA
(m) – OU + (Kgf) (m) – OU + (Kgf)
01 0.51 -9500 53 0.50 2428
02 0.51 -9116 54 0.50 1969
03 0.51 -8650 55 0.50 1776
04 0.51 -7373 56 0.50 1536
05 0.51 -5507 57 0.50 1304
06 0.51 -3886 58 0.50 1071
07 0.51 -2515 59 0.50 838
08 0.51 -1392 60 0.50 605
09 0.51 -517 61 0.50 373
10 0.51 108 62 0.50 140
11 0.51 485 63 0.50 -92
12 0.51 614 64 0.50 325
13 0.51 494 65 0.50 -558
14 0.51 126 66 0.50 -791
15 0.51 -489 67 0.50 -1024
16 0.51 -1355 68 0.50 -1257
17 0.51 -2468 69 0.50 -1489
18 0.51 -3831 70 0.50 -1722
19 0.51 -5441 71 0.50 -1956
20 0.51 -7301 72 0.50 -2186
21 0.51 -9408 73 0.50 -2425
22 0.51 -11020 74 0.50 -2660
23 0.51 -8350 75 0.50 -2701
24 0.51 -7800 76 0.50 -3520
25 0.51 -5200 77 0.78 -2100
26 0.51 -170 78 0.78 -1950
27 0.51 -1836 79 0.78 -1820
28 0.51 -4563 80 0.78 -1730
29 0.51 -6891 81 0.78 -1650
30 0.51 -7540 82 0.78 -1510
31 0.51 -8660 83 0.78 -1425
32 0.51 -9730 84 0.78 -1335
33 0.51 -12030 85 0.78 -1110
34 0.51 -12630 86 0.78 -957
35 0.51 -12950 87 0.78 -589
36 0.51 13311 88 0.78 -222
37 0.51 -13250 89 0.78 145
38 0.51 -13490 90 0.78 513
39 0.51 13311 91 0.78 880
40 0.51 -12980 92 0.78 1248
41 0.51 -12030 93 0.78 1616
42 0.51 -11560 94 0.78 1984
43 0.51 -10530 95 0.78 2351
44 0.51 -9750 96 0.78 2719
45 0.51 -8600 97 0.78 3086
46 0.51 -7500 98 0.78 3459
47 0.51 -6805 99 0.78 4096
48 0.51 -4438 100 0.78 4960
78
Fonte: Autor
Também foi possível verificar o aumento do consumo de aço por metro linear,
dos modelos analisados de treliça em função do acréscimo do vão, tal como visto no
gráfico 2.
Perfil “C”
Banzos Inf. e Sup. -5312 -6400 83%
100x50x4.76mm
10 Diagonais
Dupla Cant. Abas Iguais
+3852 +4052 95%
31.75mm x 3,18mm
Metros Dupla Cant. Abas Iguais
Montante -2390 -2463 97%
31.75mm x 3,18mm
Perfil “C”
Banzos Inf. e Sup. -9169 -10538 87%
125x50x4.76mm
15 Diagonais
Dupla Cant. Abas Iguais
+5100 +5260 98%
38.10mm x 3,18mm
Metros Dupla Cant. Abas Iguais
Montante -3500 - 3590 99%
38.10mm x 3,18mm
Banzos Inf. e Sup. Perfil “C” 175x55x6mm -13333 -13605 98%
20 Diagonais
Dupla Cant. Abas Iguais
+7667 +8812 87%
50.80mm x 3,18mm
Metros Dupla Cant. Abas Iguais
Montante - 4589 - 4730 97%
50.80mm x 3,18mm
Banzos Inf. e Sup. Perfil “C” 200x60x6mm -17776 - 18105 98%
25 Diagonais
Dupla Cant. Abas Iguais
+ 8884 + 10834 82%
50.80mm x 4.76mm
Metros Dupla Cant. Abas Iguais
Montante - 5709 - 6638 86%
50.80mm x 4.76mm
Perfil “C”
Banzos Inf. e Sup. -5359 -5460 96%
100x40x3.18mm
10 Diagonais
Dupla Cant. Abas Iguais
1810 +2206 82%
25.4mm x 3,18mm
Metros Dupla Cant. Abas Iguais
Montante -1296 -1520 87%
25.4mm x 3,18mm
Perfil “C”
Banzos Inf. e Sup. -6210 -6400 97%
100x50x4.76mm
15 Diagonais
Dupla Cant. Abas Iguais
+3350 +4052 82%
31.75mm x 3,18mm
Metros Dupla Cant. Abas Iguais
Montante -2104 -2463 85%
31.75mm x 3,18mm
Perfil “C”
Banzos Inf. e Sup. -12650 -12800 98%
150x50x4.76mm
20 Diagonais
Dupla Cant. Abas Iguais
+4630 +5600 82%
38.10mm x 4,76mm
Metros Dupla Cant. Abas Iguais
Montante - 2900 - 3750 77%
38.10mm x 4,76mm
Banzos Inf. e Sup. Perfil “C” 175x55x6mm -13490 -13605 98%
25 Diagonais
Dupla Cant. Abas Iguais
+5380 +5600 96%
38.10mm x 4,76mm
Metros Dupla Cant. Abas Iguais
Montante - 3520 - 3750 93%
38.10mm x 4,76mm
5 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS