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ANPUH – XXV SIMPÓSIO NACIONAL DE HISTÓRIA – Fortaleza, 2009.

“SEM HISTÓRIA NÃO HÁ PÁTRIA!”: VIRIATO CORRÊA E A LITERATURA


ESCOLAR PARA O ENSINO DE HISTÓRIA 1

JOSÉ RICARDO ORIÁ FERNANDES *

RESUMO

Este texto pretende analisar a concepção de História presente na produção didática do escritor
maranhense e “imortal” da Academia Brasileira de Letras - Viriato Corrêa (1884-1967) e sua
relação com o ensino de história na escola primária. Viriato foi autor de grande sucesso junto
ao público infanto-juvenil, com livros que tematizam a história nacional, durante as décadas
de 30 a 60 do século XX. Daremos destaque à História do Brasil para crianças (1934) que,
em 28 edições, circulou durante cinqüenta anos no mercado editorial e recebeu a chancela e
registro do MEC, conferindo-lhe o status de “manual didático” (Alain Choppin e Escolano
Benito).
Palavras-Chave: Ensino de História para crianças- Literatura Escolar- Identidade
Nacional.

ABSTRACT

This text intends to analyze the conception of History/History teaching present on the
children’s and juvenile books from the writer Viriato Corrêa (1884-1967), which refer to facts
and characters from National History. Special emphasis will be given on the textbook
História do Brasil para crianças, published in 1934 by Companhia Editora Nacional and
that, with 28 editions, had major repercussion on the editorial market and on the reader
formation of the Brazilian child. Viriato Corrêa’s children’s literary work has been considered
to be important to the construction of scholastic historical education in tune with the national
identity discourse.
Key-Words: History Teaching for Children – Textbooks- National Identity.

À Guisa de Introdução: Natal com livros de Lobato e Viriato

Em dezembro de 1934, a Companhia Editora Nacional (CEN) publicava, nos


principais jornais e periódicos da época, uma propaganda em que incentivava os pais a
presentearem seus filhos com livros infantis da editora:

1
A comunicação faz parte da tese de doutorado que apresentamos, neste ano, à Faculdade de Educação da
USP, sob a orientação da Profª Dra. Circe Bittencourt, intitulado A História contada às crianças: Viriato
Corrêa e a literatura escolar para o ensino de História (1934-1961).
*
Universidade de São Paulo (USP); groof@uol.com.br

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ANPUH – XXV SIMPÓSIO NACIONAL DE HISTÓRIA – Fortaleza, 2009.

Figura 1: (Boletim de Ariel (mensário crítico-bibliográfico) Lettras, Artes, Sciencias. RJ. Dezembro de
1934. Anno IV, n. 3, p. 1).

FAÇA SEU FILHO VIVER NO MELHOR DOS MUNDOS:


O MUNDO DOS LIVROS
Dificilmente poderá V.S. dar um presente que proporcione à criança tanto prazer e
utilidade como o livro. O livro a conserva atenta, ocupada e alegre, prestando
também um grande auxílio nos estudos. Dê-lhe, porém, somente o que há de melhor
na Literatura infantil, que são as edições da Companhia Editora Nacional.Até hoje
no Brasil não apareceram melhores livros para as crianças que os da EDITORA
NACIONAL, porque são os mais bem escritos, os mais bem traduzidos, os mais
fartamente ilustrados.

Após a chamada, a propaganda editorial relacionava dezenove títulos de volumes já


publicados. A sua maioria era constituída por livros de Monteiro Lobato ou clássicos infantis
por ele traduzidos. Nesta mesma relação, constava o livro História do Brasil para crianças,
de Viriato Corrêa, publicado neste ano de 1934.

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A propaganda trazia a seguinte imagem: Papai Noel despejava vários livros infantis de
seu saco de presentes. A partir desta ilustração, percebe-se que o destaque maior é dado a três
livros: Emília no país da gramática, História do mundo para crianças, ambos de Monteiro
Lobato e História do Brasil para crianças, de Viriato Corrêa.
A propaganda terminava com os seguintes dizeres: “O melhor presente de Papai Noel
este ano”. No pé da página, constavam o nome da Editora com respectivo endereço comercial
e indicação de livrarias onde os livros poderiam ser encontrados.
História do Brasil para crianças, publicado no final de 1934, pela Companhia Editora
Nacional, juntamente com Emília no País da Gramática, era o grande lançamento do ano. Em
pouco tempo ele se tornou um best-seller entre o público infanto-juvenil.
Neste texto, pretendemos analisar a produção didática 2 de Viriato Corrêa, dando
destaque à História do Brasil para crianças que, após Cazuza- um clássico da literatura
infantil brasileira, foi também sucesso editorial.

Viriato Corrêa e a “vulgarização” da História

Em meio ao nacionalismo que grassava no ambiente intelectual brasileiro, os anos 20


do século passado vão assistir à uma proliferação de obras de cunho cívico-histórico. Em
1925, é fundada a Companhia Editora Nacional (CEN) pelo escritor paulista Monteiro Lobato
e o empresário Octalles Marcondes Ferreira (HALLEWELL, 1985: 268). Ao lado da Livraria
Francisco Alves e Melhoramentos, editoras já existentes no mercado, a CEN vai se
notabilizar, principalmente, pela edição de livros escolares e infanto-juvenis.
Além de Monteiro Lobato, considerado um divisor de águas na produção literária para
crianças, escritores como Paulo Setúbal e Viriato Corrêa serão responsáveis pelo trabalho de
vulgarização da História, com várias obras publicadas pela CEN.
Enquanto Paulo Setúbal deu preferência ao romance histórico, Viriato Corrêa optou
pela crônica histórica, com o objetivo de atingir um público maior, inclusive o segmento
infanto-juvenil. Mas quem era Viriato Corrêa? Qual a relação entre sua obra literária e o
ensino de história para crianças e jovens?
O nome de Viriato Corrêa está indelevelmente associado ao seu livro de maior

2
A partir das contribuições de Choppin e Escolano, adotamos uma concepção ampliada do que seja “livro
didático”. Assim, consideramos que “livros escolares (livros didáticos) são todas as obras cuja intenção
original é explicitamente voltada para o uso pedagógico e esta intenção é manifestada pelo autor e editor.
Nesta concepção se inserem, além dos livros didáticos mais comuns, também denominados de compêndios ou
manuais escolares, as obras conhecidas como paradidáticas, coletâneas de literatura produzidas para as
escolas e ainda atlas, dicionários especialmente editados para uso pedagógico.” (GUIA LIVRES, 2005: 7).

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sucesso- Cazuza: memórias de um menino de escola (1938). O que poucos conhecem é que
ele, além de escritor, jornalista e bacharel em Direito, escreveu diversos livros de crônicas
históricas e, principalmente, livros infanto-juvenis com temática histórica, que passaram a ser
adotados em escolas e serviram também para a formação de professores que lecionavam na
escola primária.
Nascido em 1884, no povoado de Pirapemas, Estado do Maranhão, Viriato deixou sua
terra natal para fazer os cursos primário e secundário em São Luis. De uma família humilde e
órfão de pai, mas com o apoio do avô materno, Viriato mudou-se para o Recife a fim de
cursar a Faculdade de Direito (PINTO, 1966). Veio concluir o curso jurídico na capital do
Pais, onde passou a ter contato com a geração boêmia que marcou a intelectualidade brasileira
no começo do século XX- a República das Letras. De início, dedicou-se ao jornalismo, mas
foi na crônica histórica e na literatura infantil que ficou mais conhecido, tendo seus livros sido
publicados pela Companhia Editora Nacional e Civilização Brasileira
Em 1938, após quatro tentativas frustradas, foi eleito para a Academia Brasileira de
Letras (ABL), na cadeira de nº 32, criada por Carlos de Laet e cujo patrono é Araújo Porto
Alegre.
Viriato Corrêa faleceu em 1967, ano em que a Escola de Samba Acadêmicos do
Salgueiro, prestou-lhe uma homenagem ao tomar como enredo o seu último livro publicado
Historia da Liberdade no Brasil, de 1962. Nele, Viriato destaca o caráter libertário do povo
brasileiro, ao mostrar fatos históricos já consagrados pela historiografia, como a Revolta de
Beckman, a Inconfidência Mineira, a Conjuração Baiana, a Confederação do Equador, entre
outros.
Viriato Corrêa e a História contada às crianças

O primeiro livro infanto-juvenil de Viriato com finalidades explicitamente


pedagógicas foi Contos da História do Brasil (para uso das escolas), de 1921. Nele, Viriato
adota a periodização seguida por Silvio Romero (1890), que divide a história nacional em
séculos. Este livro surgiu de um apelo de professores do Rio de Janeiro, que pretendiam
adotar nas escolas seus primeiros livros de crônicas históricas. É o próprio Viriato que assim
se refere na introdução: “Apoz a publicação das Historias da nossa historia e da Terra de
Santa Cruz, várias figuras do magistério publico carioca, por gentileza ou por amisade,
manifestaram desejos de adoptar os dois livros nas escolas, para a leitura cívica das
creanças. (...) É esta a razão de ser dos Contos da Historia do Brasil”. ( CORRÊA, 1921:11)
(grifos do autor)

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No entanto, o livro de maior sucesso junto ao segmento infanto-juvenil, após Cazuza,


foi História do Brasil para crianças, de 1934, publicado pela Companhia Editora Nacional e
que circulou no mercado editorial durante cinqüenta anos (28 edições).
O trabalho de divulgação da própria Editora contribuiu para este sucesso. Veja o que
diz o Catálogo Geral da Companhia Editora Nacional:

HISTÓRIA DO BRASIL PARA CRIANÇAS- se há um livro que vai contribuir


poderosamente para vulgarizar e tornar atraente a História do Brasil, é esse que
escreveu Viriato Corrêa. Ele pôs a história pátria ao nível das crianças, mas com
tanta fidelidade e tamanha arte de fixar o essencial, que acaba interessando
também os adultos. Livro delicioso, admiravelmente ilustrado por Belmonte, de um
extraordinário alcance educativo e destinada a realizar por si só, nas escolas, uma
grande obra de brasilidade e de espírito nacional. Grosso volume com 59
ilustrações de páginas solidamente cartonado. 4ª. edição, 20º. Milheiro.......10$000
(Catálogo Geral. São Paulo: Companhia Editora Nacional, nº 12 de setembro de
1935, p. 30)

O livro integrava a série I- Literatura Infantil da Biblioteca Pedagógica Brasileira


(BPB), coleção da CEN, coordenada pelo educador escolanovista Fernando de Azevedo.
Nesta coleção, cuja maior parte das obras são de Monteiro Lobato, constam dois livros de
Viriato, a saber: História do Brasil para crianças (1934) e Meu Torrão: contos da Historia
Pátria (1935) 3 .
Embora História do Brasil para crianças tenha sido publicado como mais um livro de
literatura infantil, ele teve seu reconhecimento oficial pelo Ministério da Educação, a partir do
início dos anos 1960, através do registro nº 966 da Comissão Nacional do Livro Didático 4 .
Uma leitura mais atenta de seus livros de História, especialmente História do Brasil
para crianças, permite-nos elencar algumas características marcantes de sua concepção de
História, bem como sua preocupação com o ensino de história que era ministrado à nossas
crianças e jovens nas escolas brasileiras.
Logo na abertura de seu livro, Viriato faz algumas considerações sobre como deveria
ser o ensino de história para as crianças:

Às crianças só interessa o que é vistoso. (...) . Na história, mesmo na da


Carochinha, o que lhes fere a imaginação é o lado aparatoso. O aspecto filosófico
produz-lhes enfado e sono. Neste livro, procura-se dar às crianças apenas a
superfície vistosa da história brasileira. Nada de filosofia. Nada de profundos
aspectos históricos que lhes possam causar bocejos . (CORRÊA, 1957: 11)

3
Viriato dedica este livro a Monteiro Lobato: “A MONTEIRO LOBATO, mestre de todos nós que escrevemos
para crianças” (CORRÊA,1962:7) .
4
A Comissão Nacional do Livro Didático foi criada pelo Decreto-Lei n° 1.006, de 30/12/1938, considerada a
primeira legislação federal de controle da produção e circulação do livro didático no País, no âmbito da
política educacional centralizadora do Estado Novo (1937-1945).

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O livro é dedicado ao educador Paulo de Albuquerque Maranhão 5 que, segundo


Viriato, foi quem o convenceu a escrever a história pátria para crianças. Traz também uma
pequena carta do escritor e amigo Rodolfo Garcia 6 , que tece elogios à obra:
Com o método adotado, conseguiste fazer um livro magnífico, não só para crianças,
como ainda para a gente grande.
Deves ter ouvido muitas vezes, como eu, de ilustres cavalheiros a cândida
declaração de que não gostam da história do Brasil, porque é matéria árida e
desinteressante: por isso, deixam-na de lado, não a estudam, não a sabem.
À semelhança do que fizeste com as crianças, devias ter dedicado também teu livro
a esses cavalheiros. Porque, estou certo que o leriam com muito prazer e sobretudo
com proveito. (CORRÊA, 1957: 9)

Para tornar a História mais interessante e palatável para os alunos, Viriato cria uma
narrativa, em que se destaca a figura do ancestral (o vovô), que conta histórias às crianças em
sua chácara na Gávea, Rio de Janeiro:
Uma vez, pela manhã, ele (vovô) nos disse que tinha uma história bonita e muito
comprida para nos contar. Não era, porém, historia de bichos nem de princesas e
príncipes encantados.
- Que história é? perguntamos .
 É a História do Brasil, afirmou. (CORRÊA, 1957: 17)

As “lições de história do vovô” estão presentes em quase todos seus livros infantis,
tais como Meu Torrão (1935), A Bandeira das Esmeraldas (1943), As belas histórias da
História do Brasil (1948) e Curiosidades da história brasileira (para crianças) (1952).
O vovô é uma espécie de “testemunha ocular da História”, ao narrar às crianças fatos
importantes de nosso passado, que ele mesmo presenciou, como o dia da assinatura da Lei
Áurea pela Princesa Isabel:
- Vovó assistiu a ela?- interroguei.
 Assisti. Não posso descrever o que foi a solenidade. Há coisas que ninguém
descreve. A praça e as ruas vizinhas do palácio estavam assim de gente. Na sala
ninguém podia mover-se. Ao terminar a assinatura, Isabel chegou à porta do
palácio. Ao me lembrar disto sinto ainda os cabelos arrepiados. A praça inteira, a
uma só voz, aclamou o nome da princesa que acabava de tornar os brasileiros
iguais. (CORRÊA, 1957: 226-227)

Viriato Corrêa considera que a História é fonte de infinitas lições para as novas
gerações, que deveriam se espelhar no exemplo de brasileiros patriotas que, em vida, se
dedicaram à causa nacional. Dessa forma, Viriato se pauta também por uma visão ufanista do
Brasil, tão em voga na literatura escolar dos primeiros anos da República:

5
Paulo de Albuquerque Maranhão foi um dos signatários do Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova no
Brasil, em 1932 e fazia parte do grupo dirigido por Anísio Teixeira na gestão da instrução pública do Distrito
Federal.
6
Rodolfo Garcia era historiador , membro do IHGB, da ABL e, à época, era Diretor da Biblioteca Nacional.

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A grandeza do Brasil depende de vocês, meus meninos. As crianças é que são o


futuro de um pais. Se vocês seguirem o exemplo dos grandes homens que eu acabei
de nomear, se trabalharem, se estudarem, se cultivarem a inteligência, o Brasil
amanhã poderá ser a mais bela, a mais rica, a primeira nação do mundo.
(CORRÊA, 1957: 236)

Assim, a História, através das “lições do vovô”, possui um caráter formativo, ao


fornecer elementos que servem para a construção de valores morais e cívicos, calcados no
exemplo edificante de alguns brasileiros que são exaltados como heróis nacionais, e merecem
figurar no Panteão da Pátria (Anchieta, Tiradentes, D. Pedro II, Rui Barbosa, entre outros).
Além de veicular conteúdos de História exigidos pelos programas curriculares da
época, o livro inova, ao trazer elementos da história da vida privada e aspectos do cotidiano
dos brasileiros de outrora. Exemplo disso, são os capítulos “Plantas e bichos da Pindorama”,
“Cidades que eram aldeias”, “A mesa brasileira” e “Os costumes de nossos avós”. Assim,
Viriato insere na literatura didática aspectos já presentes em suas crônicas históricas, filiadas a
noção de petite histoire. Ele mesmo dizia que fazia uma “história de chinelos”, com aspectos
pitorescos e anedóticos, diferente daquela produzida pela academia e institutos históricos- a
“história de coturno”.
Na produção deste livro, Viriato contou com as ilustrações do caricaturista e escritor
Benedito Bastos Barreto (1897-1947)- o Belmonte que, com seu traço, contribuiu também
para tornar mais “vistosa” a história para as crianças.
Ao produzir livros destinados ao público infanto-juvenil sobre fatos e personagens de
nossa história, consideramos que Viriato Corrêa, embora não sendo historiador, nem membro
do IHGB ou professor do Colégio Pedro II, contribuiu também para a construção do saber
histórico escolar. Seus livros infantis foram tão importantes quanto os manuais didáticos de
autores do período, como Rocha Pombo, João Ribeiro, Max Fleiuss- todos estes ligados à
tradição historiográfica do IHGB e professores do Colégio Pedro II. Durante os anos 30 a 70
do século passado, suas “lições do vovô”, ao abordar fatos e personagens da História Pátria,
fizeram a mente e o coração de nossas crianças, fortalecendo nelas o caráter cívico-patriótico.
No mês ano em que foi lançado História do Brasil para crianças (1934), Viriato
colocava um novo livro de crônicas históricas na praça, editado pela Civilização Brasileira-
Alcôvas da História (cantinhos, esceninhos e recessos da vida historica do Brazil): Em um
dos capítulos desse livro, Viriato Corrêa diz:
Sem História não há pátria. E a história não são unicamente os acontecimentos
bellicos, o heroísmo da espada e o choque das batalhas. História é a aventura no
bom sentido, é a audácia, é o desenvolvimento da capacidade de trabalho, é a
ascenção para a posteridade, é a bravura do labor, é o descortínio do futuro, é a
inquietação fecunda da intelligencia, é a realização (CORRÊA, 1934: 159)

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Além de uma história anedótica, pitoresca e vistosa, Viriato Corrêa queria uma história
que se constituísse em importante elemento de construção de nossa identidade nacional,
pautada não mais na exaltação da natureza exuberante e grandiosa, mas no trabalho dos
homens que fizeram nossa História.

Figura 2: História do Brasil para crianças (1934)


Autoria: Texto- Viriato Corrêa; Ilustrações: Belmonte

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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RODRIGUEZ, Miguel Somoza. Los manuales escolares como fuente para la historia de la educación
en América Latina. Madrid: Universidad Nacional de Educación a Distancia, 2001.
BITTENCOURT, Circe. Livro didático e saber escolar (1810-1910). Belo Horizonte, MG: Autêntica,
2008, Col. História da Educação.
BOLETIM DE ARIEL (mensário crítico-bibliográfico). Lettras, Artes, Sciencias. Rio de Janeiro:
Dezembro de 1934. Anno IV, n. 3;
CATÁLOGO GERAL. São Paulo: Companhia Editora Nacional, nº 12 de setembro de 1935.

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CHOPPIN, Alain. História dos livros e das edições didáticas: sobre o estado da arte. Educação e
Pesquisa, v. 30, nº 3, set./dez. 2004.
CORRÊA, Viriato. Contos da Historia do Brasil (para uso das escolas). Rio de Janeiro: A. J. de
Castilho Editor, 1921.
_______________. Alcôvas da História (cantinhos, esceninhos e recessos da vida historica do
Brazil). Rio de Janeiro: Civilização Brasileira S.A, 1934.
_______________. História do Brasil para crianças. 21ª. ed. São Paulo: Cia. Editora Nacional, 1957.
_______________. Meu Torrão (contos da História Pátria). 7ª ed., São Paulo: Cia. Editora Nacional,
1962.
FERNANDES, J. Ricardo Oriá. O Livro didático e a pedagogia do cidadão: o papel do Instituto
Histórico e Geográfico Brasileiro na ensino de história. In: SAECULUM- Revista de História (13);
João pessoa, jul/dez. 2005, p. 121-131.
GUIA LIVRES. Livros escolares brasileiros (1810-2005). São Paulo. Faculdade de Educação.
Universidade de São Paulo, 2005.
HALLEWELL, Laurence. O Livro no Brasil: sua história. São Paulo: T.A. Queiroz: Ed. da
Universidade de São Paulo, 1985.
PINTO, G. Hércules. Viriato Corrêa (a modo de biografia). Rio de Janeiro: Editora Alba Ltda., 1966.
ROMERO, Silvio. A História do Brasil ensinada pela biografia de seus heróis. Livro para as classes
primárias. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1890.

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