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FORMAR PROFESSORES PARA ENSINAR GEOMETRIA: Um desafio para as

licenciaturas em Matemática.

1. A geometria e o desenvolvimento do aluno


“Há muito tempo a comunidade da educação matemática vem insistindo que a
aprendizagem da matemática não deve – e não pode – ficar limitada ao manejo de
fórmulas, [...]”. (pág. 7 8)

“[...], ela deve conduzir à interpretação de enunciados, à criação de significados, à


construção de instrumentos para a resolução de problemas. [...]” . (pág . 78)

“[...]. Sua meta deve ser o desenvolvimento do raciocínio lógico, [...] ”. (pág. 7 8)

“Muitos consideram ser a geometria, [...], o que mais favorece o desenvolvimento de


diversas capacidades. [...]” . (pág. 78)

“Nos próprios Parâmetros Curriculares Nacionais (Brasil, 1998), o ensino e a


aprendizagem de seus conceitos são indicados como um campo importante do
currículo de matemática por proporcionar aos alunos o desenvolvimento de um tipo de
pensamento que favorece a compreensão, a descrição, a representação e
organização do mundo em que vi vem”. (pág. 7 8)

“[...] apontam a geometria como o ramo mais adequado para o desenvolvimento de


capacidades intelectuais como a percepção espacial, a criatividade, o raciocínio
hipotético-dedutivo. [...]”. (pág. 7 8)

“[...], alguns autores localizam na geometria o campo ideal para o desenvolvimento da


capacidade de representação e de um tipo especial de pensamento, o visual, inerente à
resolução de diferentes questões matemáticas. [...]” . (pág . 78)

“[...], Atiyah (1982) comenta sobre a possibilidade de existirem dois tipos de


pensamentos: um que poderia chamar de visual – o qual, segundo ele, predomina na
geometria – e outro, sequencial, como o utilizado para verificar as etapas de uma
dedução [...]” . (pág. 78)

“[...] a geometria é a investigação do ‘espaço intelectual’, já que embora comece


com a vi são, ela caminha em direção ao pensamento , [...] .”. (pág. 7 9)

“[...] a geometria pode ser um intermediário único entre a língua e o formalismo


matemático [. ..] .” . (pág . 79)

“[...]. Assim, relacionando conhecimento e visualização, ele indica que a geometria


parece favorecer o desenvolvimento de capacidades intelectuais – nesse caso, a de
abstração.” (pág. 79 )

“[...] a importância da geometria pela possibilidade de sua aplicação em problemas do


cotidiano ou naqueles envolvendo outras áreas do conhecimento, [...] .”. (pág. 7 9)

2. A teoria na prática
Os alunos e a geometria

“[...] visando avaliar o conhecimento em matemática de matriculados e egressos d e


nossa escola básica indicam que esta não tem sido capaz de proporcionar a seus
alunos o domínio de alguns conceitos elementares desse campo de saber.” (pág.
79)

“[...]. O fato, por exemplo, de os estudantes conseguirem, um melhor desempenho


somente em questões rotineiras, aquelas que exigem apenas a aplicação direta de
conceitos ou a utilização de procedimentos mecanizados, revela que essas foram as
prioridades em sala de aula, [. ..].”. (pág. 79 )

“Um dos a spectos ma i s preoc upan tes ressal tad os nesses est udos é a bai xa
pont uação o bti da p elos alu no s em q uestõe s te nd o po r tema a ge ometr i a , [...].” .
(pág.
79)
“[...], eles acaba m não de senvo l ve ndo habi li da des liga das à percepção espa cial
[...] .”. (p ág. 79)
“[...]. O es t udo de mons tro u tamb é m que os co ncei tos geométri cos não sã o
trabal hados de modo a valori za r aspectos rele va nte s a formação de concei to s, co
mo
o uso d e d efi ni d ores, e xemp los e co ntra -e xemp los. [...]. ”. (pá g. 80 )
“[...], pro fe ssores [...] têm d e n unci ado as di ficuldade s dos al unos do bac harelad o
e
da li cenci atura em compree nder co ncei tos f undame ntai s de di sci pli nas como
C álculo , Á lgebra L i ne ar o u Ge ometria A nal íti ca [...] .” . (pág . 80)
“A lém di sso, esses gradua nd os ap re se nta m di ficuldades na comp ree nsão e d om
íni o
do proce sso d edutivo , [...] .” . (p ág. 80)
Os p rofe sso res d a e sco la básica e a geometr ia
“P esqui sas vi sando in ves ti gar como se enco ntra o ensi no da g eometria em nossa
escola bá si ca [...] têm co nsta tad o co mo P a vane llo (1989 ) que a geo metria é p
ouco
ensi nad a em nossas esco las , pri nci palme nte porq ue o s professores co nsi de ram s
ua
própri a formação e m re lação a esse co nte údo basta nte pre cária.” (pág. 8 0)
“A pesar d e mui tos professo re s entre vi stad os consi de ra re m importante um traba
l ho
com e sse ra mo da matemá ti ca nos nívei s funda me nta l e médi o, afirma m não
terem
condi ções de re ali zá-lo po r tere m apre ndi do mui to pouco de geometri a enq ua
nto
alu nos , mesmo d ura nte a li cenci a t ura . A firmam q ue ne sta, a abo rd agem desse
conte údo , q ua nd o reali zada, ti n ha si do de fi ci ente, [...]” . (p ág. 80)
“E mb ora o trabal ho com as figuras g eomét ricas e com suas medi das, pri nci p alme
nte
as áre as e per ímet ros, se ja m a lgumas d as pouca s noçõ es trabal hada s na escola
bási ca, mui tos dos pro fessore s poss uem co nce pçõ es e qui vocad as a respei to: [...]
”.
(pág. 81)
“[...] a Li cenci at ura em Ma te má ti ca e co nseque n te me nte nossa escola bási ca
não
tê m conseg ui do dar conta de p ro porcio nar aos estuda ntes o ace sso aos
i nstr ume nto s ma te máti cos f u nd ame ntai s, notadame nt e no tocante à geo me tri
a, [...] ”.
(pág. 81)
3. Professo res q ue en sinem ge ometria
“[...] fa zer os est uda nte s trabal hare m temas mais comple xos l hes p ossi bi li ta
compree nder o s mai s e leme nta re s. [...]”. (págs.81 -82 )
“[...] a formação de co nce i tos não se dá no vác uo, mas é u m processo que i ncorpora
ou modifica nívei s an teri ores de co nheci me nto . [...] ”. (pág. 82 )
“[...]: “se o p rofesso r nã o do mina de termi na dos co nte úd os t ra bal hados nos nívei
s
fu nda me n tal e médio , ele de ve se r capa z de est udar so zi nho e a pre nd er para
ensi na r”. [...]” . (pág. 82)
“[...]. Inves tiga ções sobre i ngressantes nos c ursos de Licenci at ura em Mate má ti ca
evi d encia m q ue mesmo os q ue co nseg uem va gas nas uni versid ades púb licas
demonst ram ter tido uma formação b ási ca d e quali dade questi oná vel , m ui tas ve
zes
fe i tas em c urso s s uple ti vos ”. (pág. 82)

“[...], qua ndo se i n vestiga m seus moti vos, para a opçã o po r essa li ce nci atura,
veri fi ca -se, por mai s estranho q ue possa parecer, q ue o go star de matemáti ca ou te r
fa ci li dad es no se u estudo nem semp re é o fa tor pred omina n t e.” (pág . 8 2)
“[...] t rês gra nde s ra zões p a ra essa escol ha , [...] a fa lta de co ndi çõe s dos a l
unos
(econômicas, fami li ares, etc), [...] . [. ..] ace sso ao mercad o de trabalho mai s cedo ”.
(pág. 82)
“[...], a Li cencia t ura em Mate máti ca que a í está de ve ser mod i fi cada d e modo a
concre ti zá- la e m no vas b ases, em um mode lo mais ad eq uado à reali d ade e às
di fi culdades dela decorre ntes ”. (pág. 82 )
“O redimensio na me nto da ativi d ade docente necessi ta d e profe ssores que tenha m
desen vol vi do no vas co mp etê nci a s não só para t rabal ha r com a lunos e m di fere
nte s
nívei s de conheci mento matemá tico, mas pa ra organi zar si t uações d e ap re ndi
zagem
mai s amplas, abertas e si gni fi cati vas”. (pág. 8 2)
“[...] uma questão f undame ntal q ua ndo se di scute m as Li cenci aturas [...] de vem
ser
cursos tota lme nte des vi nc ulado s do B ac harelado, mesmo porq ue as fi na li dades
de
ambos são to talme nte di fere ntes . [...]”. (pág. 8 3)
“[...], a de ma temá ti ca – tem por fi na li dade fo rma r os profi ssi onai s q ue i rão a
t ua r no
ensi no f undame nta l e médi o e, p orta n to, de vem fo r n ecer ao f ut uro pro fessor
as
fe rrame ntas necessári as a s ua a t uação profissi o na l. [...]”. (pág . 83)
“S e na li cenci at ura de ve ha ve r uma cons tr ução axi o máti ca da geo me tria , [...]
e sta
nã o po de aco ntecer d esli ga da de um trabalho de const rução d e concei tos atr a vés
de
ati vi da des [...]” . (pág. 8 3)
“Uma sol ução po deria co nsi stir em um traba lho rea li zado sob a forma de ofi ci na
s,
[...] . Nelas , ta nto seriam exp lorados os concei tos ge ométricos sob a fo rma de
ati vi da des, como di scuti d os os recur so s di dá ti co -metod ológ i cos envo l vi do s
no
processo d e e nsi no -apre nd i zag em dos mesmos, [ ... ]” . (pá g . 83)
“Nessa abo rd agem não pod eria fa ltar també m um traba lho co m co nstr uçõe s
geométri cas, [...] ”. (pá g. 84 )
“[...], as co ns tr uções ge ométricas pode ri am servir ta mbém como i nst r ume nta l i
za ção
para o e nsi no de o utros conte údos (á lgebra, etc) ”. (pág. 84 )

“[...] a formação dos d ocentes de q ua lque r níve l de e nsi no nã o se re st rinja a


aspectos pu ra me nte téc nico s e i ns tr uci o na i s, [...]” . (pág. 84)
“[...]. E nfati zam , també m, ser ne cessário “e leva r o nível de formação e
profi ssi onali zação dos p ro fe ssores” [...]”. (pág. 84)
“[...], ressal tam a necessi d ade de se p ri o ri zar a i nve s tigaçã o pe dagó gi ca na
fo rmação – i ni ci al o u co nti n uad a [...] ”. (pág. 8 4 )
4. As dif iculd ade s a serem e nfrentada s
“P re parar professo re s para a t uar no ensi no f u nda me nta l e médi o não é uma tare
fa
si mple s, p orq ue o trabal ho a ser dese nvol vi do por ele s em sa la de au la e xi ge
uma
sóli d a formação te óri ca e i nterdi sci pli na r. [...]” . (pág. 8 5)
“[...]. For mação essa q ue não só de ve habi li tá- los a co mp re e nder o fe nô me no
educati vo e m sua multi p li ci dad e, se us f undame ntos hi stó ri cos, p ol íti cos e soci
a i s,
como também , l hes a ssegura r o d om íni o dos co nteúdos a serem a bordados nesses
nívei s da escolari zação ”. (pág. 8 5)

O te xto aprese nta a i mpor tânci a de um e nsi no efica z d a g eometria , po i s esta


permi ta ao alu no o d esenvo lvi mento percepti vo, a i magi nação, isto é, dá se ntido
ao
abstrato. Ince nti var a co nst r ução de só li dos geo mé t ricos possi bi lita a vi sua
lização
tri di mensi ona l dos ob jetos, o con ta to co m estes. C omo também , a ponta a
precari e dade do e nsi no d a geo metri a, ca usado m ui tas ve zes pela fa l ha em co
mo
essa g eometria ve m se nd o t rans mitida nos c ursos de li ce nci at ura . É preci so
pe nsa r
de manei ra esp eci al na fo rmação d o s cursos de licenci at ura , poi s estes p reci sam
de
bases concretas e sem dúvid as pa ra que e ntão o ensi no apresente melhores
resulta dos.

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