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ABNT/CB-002

2º PROJETO ABNT NBR 16694


DEZ 2019

Projeto de pontes rodoviárias de aço e mistas de aço e concreto

APRESENTAÇÃO
1) Este 2º Projeto foi elaborado pela Comissão de Estudo de Pontes de Aço e Mistas
Projeto em Consulta Nacional

(CE-002:125.005) do Comitê Brasileiro da Construção Civil (ABNT/CB-002), com número de


Texto-Base 002:125.005-001, nas reuniões de:

08.05.2014 05.06.2014 21.08.2014

23.10.2014 13.11.2014 11.12.2014

12.03.2015 16.04.2015 21.05.2015

23.06.2015 27.08.2015 15.10.2015

a) não tem valor normativo.

2) Aqueles que tiverem conhecimento de qualquer direito de patente devem apresentar esta
informação em seus comentários, com documentação comprobatória.

3) Tomaram parte na sua elaboração, participando em no mínimo 30 % das reuniões realizadas


sobre o Texto-Base e aptos a deliberarem na Reunião de Análise da Consulta Nacional:

Participante Representante

METALFOP Fernando Ottoboni Pinho


UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO Zacarias M. Chamberlain Pravia
UNESP Renato Bertolino Jr.
FERNANDO MATOS Fernando Matos
USIMINAS MECÂNICA Thales José Mendes
PROCONSULT ENGENHARIA Filemon Botto de Barros
GERDAU Rosana Bevilaqua
CONCEPA Martin Beier
ENGETI Cassio S. Umezu

© ABNT 2019
Todos os direitos reservados. Salvo disposição em contrário, nenhuma parte desta publicação pode ser modificada
ou utilizada de outra forma que altere seu conteúdo. Esta publicação não é um documento normativo e tem
apenas a incumbência de permitir uma consulta prévia ao assunto tratado. Não é autorizado postar na internet
ou intranet sem prévia permissão por escrito. A permissão pode ser solicitada aos meios de comunicação da ABNT.

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DEZ 2019

ECOPONTES Fernando Cesar Hungaro


EGT ENGENHARIA Daniel Miranda dos Santos
AÇOTEC Erika Almeida Ribeiro
IVAN LIPPI ENG. ASSOCIADOS Ivan Lippi Rodrigues
Projeto em Consulta Nacional

UNISANTA Iberê Martins da Silva


ARCELOR MITTAL Silvia Scalzo
ABECE João Luiz Zatarelli
INSTITUTO MAUA DE TECNOLOGIA Ricardo Azeredo Passos Candelaria
MEDABIL Ronaldo Martinelli
ARCELOR MITTAL Eduardo Alves Machado
CCR ENGELOG Celso Coracini
ICZ Paulo Silva Sobrinho
USIMINAS Humberto Bellei
GERDAU Fabio Domingos Pannoni
CREA/CONFEA Paulo Eduardo de Grava
VOTORANTIM Luiza Abdala
BRAFER Debóra Pinho Ferreira
CREA-SE Jorge Roberto Silveira
UNISANTA Hildebrando Pereira dos Santos
GEPRO ENG. LTDA. Robson Ribeiro de Costa

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2º PROJETO ABNT NBR 16694
DEZ 2019

Projeto de pontes rodoviárias de aço e mistas de aço e concreto

Design of highway steel and composite bridges


Projeto em Consulta Nacional

Prefácio

A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) é o Foro Nacional de Normalização. As Normas


Brasileiras, cujo conteúdo é de responsabilidade dos Comitês Brasileiros (ABNT/CB), dos Organismos
de Normalização Setorial (ABNT/ONS) e das Comissões de Estudo Especiais (ABNT/CEE), são
elaboradas por Comissões de Estudo (CE), formadas pelas partes interessadas no tema objeto da
normalização.

Os Documentos Técnicos ABNT são elaborados conforme as regras da ABNT Diretiva 2.

A ABNT chama a atenção para que, apesar de ter sido solicitada manifestação sobre eventuais direitos
de patentes durante a Consulta Nacional, estes podem ocorrer e devem ser comunicados à ABNT
a qualquer momento (Lei nº 9.279, de 14 de maio de 1996).

Os Documentos Técnicos ABNT, assim como as Normas Internacionais (ISO e IEC), são voluntários
e não incluem requisitos contratuais, legais ou estatutários. Os Documentos Técnicos ABNT não
substituem Leis, Decretos ou Regulamentos, aos quais os usuários devem atender, tendo precedência
sobre qualquer Documento Técnico ABNT.

Ressalta-se que os Documentos Técnicos ABNT podem ser objeto de citação em Regulamentos
Técnicos. Nestes casos, os órgãos responsáveis pelos Regulamentos Técnicos podem determinar as
datas para exigência dos requisitos de quaisquer Documentos Técnicos ABNT.

A ABNT NBR 16694 foi elaborada no Comitê Brasileiro de Construção Civil (ABNT/CB-002), pela
Comissão de Estudo de Pontes de Aço e Mistas (CE-002:125.005). O 1º Projeto circulou em Consulta
Nacional conforme Edital nº 05, de 09.05.2018 a 09.07.2018. O 2º Projeto circulou em Consulta
Nacional conforme Edital nº XX, de XX.XX.XXXX a XX.XX.XXXX.

O Escopo em inglês da ABNT NBR 16694 é o seguinte:

Scope
This Standard defines the basic requirements for the design of steel structures and mixed steel-concrete
structures for bridges and viaducts, based in the methods of limits states, for highways.

This Standard applies exclusively to girder beam bridges, box girder, truss and arch bridges.

NOTE For solutions not covered by this Standard, is recomended that technical responsible use a
procedure accepted by scientific community, with the companion of special studies to maintain the level os
security provided by this.

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Introdução

Para a elaboração desta Norma, foram consultadas Normas de diversos países e pesquisas desen-
volvidas nas Universidades do Brasil.
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Projeto de pontes rodoviárias de aço e mistas de aço e concreto

1 Escopo
Projeto em Consulta Nacional

Esta Norma especifica os requisitos básicos para o projeto de estruturas de aço e de estruturas
mistas de aço e concreto de pontes e viadutos, com base no métodos dos estados limites, para uso
rodoviário.

Esta Norma se aplica exclusivamente às pontes de viga I de alma cheia, pontes de vigas tipo caixão,
pontes em treliças e pontes em arcos.

NOTA Para situações ou soluções construtivas não cobertas por esta Norma, recomenda-se que o
responsável técnico utilize um procedimento aceito pela comunidade técnico-científica, acompanhado de
estudos para manter o nível de segurança previsto por esta.

2 Referências normativas
Os documentos relacionados a seguir são indispensáveis à aplicação deste documento. Para refe-
rências datadas, aplicam-se somente as edições citadas. Para referências não datadas, aplicam-se
as edições mais recentes do referido documento (incluindo emendas).

ABNT NBR 6118, Projeto de estruturas de concreto ‒ Procedimento

ABNT NBR 6123, Forças devidas ao vento em edificações

ABNT NBR 6323, Galvanização por imersão a quente de produtos de aço e ferro fundido ‒ Especificação

ABNT NBR 7007, Aço-carbono e microligados para barras e perfis laminados a quente para uso
estrutural ‒ Requisitos

ABNT NBR 7187, Projeto de pontes de concreto armado e de concreto protendido ‒ Procedimento

ABNT NBR 7188, Carga móvel rodoviária e de pedestres em pontes, viadutos, passarelas e outras
estruturas

ABNT NBR 8681, Ações de segurança nas estruturas ‒ Procedimento

ABNT NBR 8800:2008, Projeto de estruturas de aço e de estruturas mistas de aço e concreto de
edifícios

ABNT NBR 10253, Preparo de superfície de aço-carbono zincado para aplicação de sistemas de
pintura

ABNT NBR 11297, Execução de sistema de pintura para estruturas e equipamentos de aço carbono
zincado ‒ Procedimento

ABNT NBR 14931, Execução de estruturas de concreto ‒ Procedimento

ABNT NBR 15421, Projeto de estruturas resistentes a sismos ‒ Procedimento

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ABNT NBR 16239, Projeto de estruturas de aço e de estruturas mistas de aço e concreto de edificações
com perfis tubulares

ISO 8501-1, Preparation of steel substrates before application of paints and related products ‒ visual
assessment of surface cleanliness ‒ Part 1: Rust grades and preparation grades of uncoated steel
substrates and of steel substrates after overall removal of previous coatings
Projeto em Consulta Nacional

ISO 9223, Corrosion of metals and alloys ‒ Corrosivity of atmospheres ‒ Classification, determination
and estimation

ISO 9225:2012, Corrosion of metals and alloys ‒ Corrosivity of atmospheres ‒ Measurement of


environmental parameters affecting corrosivity of atmospheres

ISO 12944 (todas as partes), Paints and varnishes ‒ Corrosion protection of steel structures by
protective paint systems

ASTM A36/A36M-14, Specification for carbon structural steel

ASTM A108-13, Specification for steel bar, carbon and alloy, cold-finished

ASTM A193 / A193M – 17, Specification for Alloy-Steel and Stainless Steel Bolting for High Temperature
or High Pressure Service and Other Special Purpose Applications

ASTM A370-14, Test methods and definitions for mechanical testing of steel products

ASTM A572/572M-15, Specification for high-strength low-alloy columbium-vanadium structural steel

ASTM A588/588M-15, Specification for high-strength low-alloy structural steel, up to 50 ksi [345 MPa]
minimum yield point, with atmospheric corrosion resistance

ASTM A668/A668M-17 Specification for steel forgings, carbon and alloy, for general industrial use

ASTM A709/A709M:13a, Specification for structural steel for bridges

ASTM F436/F436M-16, Sspecification for hardened steel washers inch and metric dimensions

ASTM F3125/F3125M-15, Specification for high strength structural bolts,steel and alloy steel, heat
treated, 120 ksi (830 mpa) and 150 ksi (1040mpa) minimum tensile strength, inch and metric dimensions

AASHTO/AWS D1.M/D1.5, Bridge Welding Code

3 Termos, definições, símbolos e unidades


3.1 Termos e definições

Para os efeitos deste documento, aplicam-se os termos e definições das ABNT NBR 8800,
ABNT NBR 6118 e da ABNT NBR 7187.

3.2 Símbolos

No projeto, execução e controle de pontes rodoviárias de aço e mistas de aço e concreto, devem ser
adotados os símbolos e as notações básicas indicadas na ABNT NBR 8800, ABNT NBR 6118 e a
ABNT NBR 7187.

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3.3 Unidades

Nesta Norma é adotado o Sistema Internacional de Unidades (SI), sendo recomendadas, na prática,
as seguintes unidades:

 a) para as cargas e forças concentradas ou distribuídas: kN, kN/m, kN/m2;


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 b) para os pesos específicos: kN/m3;

 c) para as tensões e resistências: MPa (N/mm2);

 d) para os momentos: kN.m ou MN.m.

4 Materiais
Os aços estruturais e os materiais de ligação aprovados para uso por esta Norma são citados em 4.1
a 4.4. Os concretos e o aço para as armaduras são especificados em 4.5.

4.1 Aços estruturais

Na Tabela 1 são apresentados alguns dos aços mais usados, com suas respectivas tensões de escoa-
mento e ruptura. Mais informações para os aços estruturais estão previstas na ABNT NBR 8800:2008,
A.1 e A.2, as quais devem ser respeitadas.

Tabela 1 – Aços para uso em pontes de aço e mistas de aço e concreto (continua)

Grupo de perfil a b ou
fy fu
Especificação Produto faixa de espessura Grau
MPa MPa
disponível

400-
MR 250 (ABNT NBR 7007) – – – 250
560
AR 350 (ABNT NBR 7007) – – – 345 450
AR 350 COR (ABNT NBR 7007) – – – 345 485
Perfis
1, 2 e 3
laminados 400 a
ASTM A36 – 250
Barras e 550
t ≤ 200 mm
chapas c

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Tabela 1 (conclusão)

Grupo de perfil a b ou
fy fu
Especificação Produto faixa de espessura Grau
MPa MPa
disponível

42 290 415
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1, 2 e 3 50 345 450
Perfis
55 380 485
laminados
60 415 520
1e2
65 450 550
ASTM A572
t ≤ 150 mm 42 290 415
t ≤ 100 mm 50 345 450
Barras e
t ≤ 50 mm 55 380 485
chapas c
60 415 520
t ≤ 31,5 mm
65 450 550
Perfis
1e2 – 345 485
laminados

ASTM A588 t ≤ 100 mm – 345 480


Barras e
100 mm < t ≤ 125 mm – 315 460
chapas c
125 mm < t ≤ 200 mm – 290 435
ASTM A709/A709M, para peças
não estruturais e de aparelhos – – – 250 400
de apoio
ASTM A 709/A709M G50 – – – 345 450
a Grupos de perfis laminados para efeito de propriedades mecânicas:
—— Grupo 1: perfis com espessura de mesa inferior ou igual a 37,5 mm;
—— Grupo 2: perfis com espessura de mesa superior a 37,5 mm e inferior ou igual a 50 mm;
—— Grupo 3: perfis com espessura de mesa superior a 50 mm;
—— Grupo 3: perfis tubulares.
b t corresponde à menor dimensão ou ao diâmetro da seção transversal da barra.
c Barras redondas, quadradas e chatas.

Para chapas com espessuras maiores que 50 mm, o material deve atender as limitações da
ASTM A370.

4.2 Parafusos, porcas, arruelas e pinos

Na Tabela 2 são fornecidos os valores mínimos de resistência ao escoamento e resistência à ruptura


de parafusos e suas respectivas porcas, que podem ser usados em pontes de aço e pontes mistas de
aço e concreto. No caso de pinos e roletes, deve-se usar conforme a ASTM A108 grau 1016 a 1030,
com tensão de escoamento mínimo de 250 MPa e a ASTM A668/668M, com classes C, D, F e G, com
escoamento até 345 MPa. As arruelas devem estar de acordo com a ASTM F436/F436M.

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Tabela 2 – Parafusos para uso em pontes e viadutos de aço e mistos aço e concreto
Diâmetro
fyb fub
Especificação db
MPa MPa
mm Pol
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A325 (ASTM F3125/ 635 825 16≤ db ≤ 24 1/2≤ db ≤ 1


F3125M) a 560 725 24≤ db ≤ 36 1< db ≤ 1½
ISO 4016 Classe 8.8 640 800 12≤ db ≤ 36 ‒
A490 (ASTM F3125/
895 1 035 16≤ db ≤ 36 1/2≤ db ≤ 1½
F3125M) a
ISO 4016 Classe 10.9 900 1 000 12≤ db ≤ 36 ‒
a Disponíveis também com resistência à corrosão atmosférica (aço patinável), comparável a dos aços
AR350 COR ou a dos aços ASTM A588.

4.3 Conectores de cisalhamento

Os conectores de cisalhamento previstos para pontes de aço e mistas de aço e concreto podem ser
de pino com cabeça ou perfis U laminados, soldados de acordo com a AASHTO/AWS D1.M/D1.5.

Os conectores de cisalhamento devem estar em conformidade com a ASTM A193 B7, com tensão de
escoamento equivalente à dos aços ASTM A36, ou dos aços ASTM A108, com tensão de escoamento
equivalente à dos aços ASTM A572 G50 ou ASTM A588 G50.

4.4 Soldas

Todas as soldas devem estar em conformidade com a AASHTO/AWS D1.M/D1.5. O metal de solda
deve ser classe 70 ou superior, isto é, apresentar fw ≥ 485 MPa, e ser adequado aos aços resistentes
à corrosão.

4.5 Concretos e aço das armaduras

4.5.1 Concretos para as lajes do tabuleiro

As propriedades do concreto de densidade normal devem atender à ABNT NBR 6118. Assim, a resis-
tência caraterística deste tipo de concreto, fck, deve ser no mínimo de 30 MPa.

4.5.2 Outros elementos de concreto

Para todos os outros elementos, deve ser consultada a ABNT NBR 6118.

5 Princípios gerais de projeto


5.1 Requisitos do projeto

As pontes, objeto desta Norma, devem ser concebidas, calculadas e detalhadas de modo a satisfazer os
requisitos de construtibilidade, segurança e utilização, respeitando os aspectos de inspeção, economia,
durabilidade e estética. Independentemente do tipo de análise utilizado, devem ser atendidas todas as
combinações de ações suscetíveis de ocorrerem durante a construção e a utilização, respeitados os
estados limites últimos e os estados limites de serviço requeridos.

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5.2 Avaliação de conformidade do projeto

A avaliação da conformidade do projeto deve ser realizada por profissional habilitado, independente
e diferente do projetista. Deve também ser requerida e contratada pelo contrante, e registrada em
documento específico, que acompanhe a documentação do projeto. Esta avaliação deve ser realizada
antes da fase de construção.
Projeto em Consulta Nacional

5.3 Estados-limites

Os estados-limites a serem considerados estão definidos e relacionados nas ABNT NBR 8800,
ABNT NBR 16239 e ABNT NBR 8681, com as devidas modificações indicadas nesta Norma.

Os estados-limites últimos (ELU) representam o colapso ou qualquer outra forma de ruína que
determine a paralisação do uso da estrutura.

Os estados-limites de serviço (ELS) estão relacionados com a durabilidade e a boa utilização


funcional das estruturas, sua aparência e o conforto dos usuários. Para assegurar a durabilidade
frente à corrosão, é importante assegurar as limitações e recomendações expostas na
ABNT NBR 8800:2008, Anexo N, e no Anexo B desta Norma.

5.3.1 Requisitos de segurança

Os requisitos de segurança desta Norma baseiam-se na ABNT NBR 8681.

5.3.2 Estados-limites

5.3.2.1 Geral

Deve ser investigado o comportamento estrutural dos elementos de aço e mistos de aço e concreto
para cada estágio durante a fabricação, manuseio, transporte e montagem e também durante a vida
útil projetada da estrutura da qual fazem parte. Os elementos estruturais devem ser dimensionados
para atender aos requisitos de segurança, utilização, corrosão e fadiga.

5.3.2.2 Estados-limites últimos (ELU)

As condições usuais de segurança para os estados-limites últimos são expressas por:

Rd ≥ Sd

onde

Sd representa os valores de cálculo dos esforços atuantes (em alguns casos tensões atuantes),
obtidos com base nas combinações últimas de ações indicadas em 7.4;

Rd representa os valores de cálculo dos esforços resistentes correspondentes (em alguns casos,
tensões resistentes).

5.3.2.3 Estados-limites de serviço (ELS)

Os estados-limites de serviço estão relacionados ao desempenho e à durabilidade da estrutura sob


condições normais de utilização, e podem ser tomados como restrições de tensões, deformações e
fissuras.

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As condições usuais de segurança para os estados-limites de serviço são expressas por:

Sser ≤ Slim

onde

Sser representa os efeitos estruturais de interesse, obtidos com base nas combinações de serviço
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indicadas em 7.4.5;

Slim representa os valores-limites adotados para estes efeitos, fornecidos no Anexo C desta
Norma.

Para assegurar a durabilidade, é importante atender às limitações e recomendações da


ABNT NBR 8800:2008, Anexo N, e o Anexo B desta Norma.

5.3.2.4 Estados-limites de fadiga e fratura

No caso dos elementos de aço e suas conexões, estes devem ser avaliados com as variações
de tensões resultantes da aplicação da carga móvel em um número previsto de ciclos para a vida útil
do projeto e os limites expostos no Anexo A.

Em estruturas de pontes de aço e mistas de aço e concreto, e em armadura de aço, devem ser
considerados efeitos de fadiga. No caso da laje do tabuleiro de concreto estrutural, a fadiga deve ser
avaliada conforme a ABNT NBR 6118.

Os estados-limites de fratura devem ser tomados como um conjunto de requisitos de tenacidade de


acordo com as especificações do aço empregado, de acordo com os ensaios definidos na ASTM A370.

5.4 Memorial descritivo e justificativo

O memorial descritivo e justificativo deve conter a descrição da obra e dos processos construtivos
propostos, bem como a justificativa técnica, econômica e arquitetônica da estrutura adotada.

5.5 Memorial de cálculo

O memorial de cálculo deve ser iniciado com uma indicação clara do modelo estrutural adotado, com
as dimensões principais, características dos materiais, condições de apoio, hipóteses de cálculo e
outras informações que sejam necessárias para defini-lo. Em seguida, os cálculos destinados à deter-
minação das solicitações e ao dimensionamento dos elementos estruturais devem ser apresentados
em sequência lógica e com desenvolvimento tal que eles facilmente possam ser entendidos, interpre-
tados e verificados. Os símbolos não usuais devem ser bem definidos, as equações aplicadas devem
figurar antes da introdução dos valores numéricos e as referências bibliográficas devem ser precisas
e completas. Se os cálculos forem efetuados com auxílio de computadores, devem ser fornecidas as
seguintes informações:

 a) se o programa utilizado for de uso corrente no meio técnico, sua identificação;

 b) se for um programa particular ou pouco conhecido, a descrição da base teórica, com as hipóteses
feitas e os procedimentos matemáticos usados nos cálculos;

 c) indicação clara dos dados de entrada;

 d) relação dos resultados fornecidos pelo programa, os quais devem ser apresentados ordenada-
mente, com o significado de cada um, de forma que possam facilmente ser entendidos e, eventu-
almente, verificados por processos independentes.

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5.6 Desenhos

5.6.1 Desenhos de Implantação

Os desenhos de implantação da obra devem conter sua localização e os elementos principais do pro-
jeto geométrico. Em perfil, devem ser mostradas as cotas do greide, do terreno natural e do obstáculo
Projeto em Consulta Nacional

transposto, constando também no desenho os gabaritos impostos, em largura e altura. Devem ser
mostradas as cotas dos elementos de fundação e do lençol freático, assim como o perfil geológico e
geotécnico do terreno. Em planta, os desenhos devem ser lançados sobre bases obtidas do levanta-
mento topográfico com as linhas rebaixadas, mostrando a compatibilização da obra com as condições
locais, indicando saias de aterro e taludes de corte. Devem ser fornecidas as coordenadas para loca-
ção das fundações.

5.6.2 Desenhos de projeto

Todas as informações necessárias para definição de quantidades, dimensões e arranjo da estrutura


devem estar indicadas e anotadas nos desenhos de projeto. É permitido o uso dos projetos de
arquitetura somente como informação suplementar, com o objetivo de esclarecer detalhes geométricos
e de acabamento.

Os desenhos de projeto devem ser baseados nos cálculos resultantes da aplicação das ações e dos
esforços de projeto que a estrutura deve suportar quando estiver completa e acabada.

Os desenhos de projeto devem mostrar claramente o trabalho que deve ser executado, fornecendo
as informações a seguir com suficiente precisão das dimensões, quantidades e natureza das peças
da estrutura a serem fabricadas:

 a) dimensões da seção transversal, tipo de aço e a locação de todos os elementos da estrutura;

 b) toda a geometria e pontos de trabalho necessários ao arranjo da estrutura;

 c) elevações do tabuleiro;

 d) eixos de vigas e treliças;

 e) a contra flecha necessária para os elementos da estrutura;

 f) sistema de limpeza e pintura, se aplicável;

 g) tipo de ligação e processo e controle de torque, se aplicável;

 h) sugestões para procedimentos de montagem.

 i) sistema de proteção às ações ambientais (aterramento, proteção à corrosão, entre outros).

As especificações técnicas da estrutura de aço e de concreto estrutural devem incluir quaisquer requi-
sitos adicionais requeridos para a sua fabricação e montagem.

Todos os desenhos de projeto, especificações técnicas e anexos devem ser numerados e datados
para facilitar a identificação.

5.6.2.1 Contraventamentos permanentes, enrijecedores de vigas, chapas de reforço de mesas de


vigas, enrijecedores de apoio de vigas secundárias e principais, talas de reforço de almas, aberturas
para acessibilidade e inspeção e outros detalhes especiais necessários devem ser mostrados com

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clareza nos desenhos de projeto, para que seus quantitativos e demais requisitos de fabricação sejam
facilmente identificados.

5.6.2.2 O projetista da estrutura deve apresentar nos desenhos de projeto todas as dimensões das
ligações e emendas necessárias para fabricação e montagem do projeto.
Projeto em Consulta Nacional

Quando o fabricante ou o montador especifica ou complementa os detalhes das ligações, deve obe-
decer esta Norma e àquelas referidas no projeto e nos documentos contratuais, submetendo estes
detalhes à aprovação do projetista e devida anuência do contratante.

5.6.2.3 Peças ou partes específicas de peças da estrutura que não possam receber pintura devem
ser especificadas nos documentos contratuais.

5.6.3 Desenhos de fabricação, transporte e montagem

5.6.3.1 Projetista

O projetista deve apresentar, como parte do projeto, as condições básicas de montagem para as quais
foi desenvolvido o projeto.

5.6.3.2 Contratante

O Contratante deve fornecer a tempo e de acordo com os documentos contratuais, todos os dese-
nhos de projeto e todas as especificações técnicas que tenham sido liberados para construção. Salvo
indicação em contrário, os desenhos de projeto que forem entregues como partes do pacote de docu-
mentos da licitação da obra devem ser considerados liberados para construção.

5.6.3.3 Fabricante e montador

Com exceção do indicado em 5.6.3.5, o fabricante deve preparar os desenhos de fabricação e de


montagem para a estrutura de aço e deve ser responsável por:

 a) transferir, de forma precisa e completa, todas as informações contidas nos documentos contratuais
para os desenhos de fabricação e de montagem;

 b) fornecer informações dimensionais precisas e detalhadas para atender ao ajuste correto entre as
peças da estrutura durante a montagem.

Cada desenho de fabricação e de montagem deve permanecer com o mesmo número de identificação
durante toda a duração do projeto, devendo ser claramente anotados a data e o número/letra de cada
revisão.

Quando o fabricante desejar introduzir mudanças no detalhamento de alguma ligação já descrita


nos desenhos de projeto, deve requerer por escrito ao projetista, antes da emissão dos desenhos de
fabricação e de montagem.

Em caso de alterações nas condições de montagem inicialmente previstas pelo projetista, o fabricante
ou o montador deve submeter tais alterações ao projetista para aprovação.

Sempre que requisitado, o fabricante deve fornecer ao contratante, construtora ou gerenciadora o


cronograma de remessa de desenhos de fabricação e de montagem, para maior agilidade no fluxo de
informações entre as partes envolvidas.

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5.6.3.4 Aprovações

Os desenhos de fabricação e de montagem devem ser submetidos pelo fabricante à análise e apro-
vação do projetista. Estes desenhos devem ser devolvidos ao fabricante em prazo adequado ao
andamento do contrato. Todos os desenhos de fabricação e de montagem já verificados pelo projetista
devem ser individualmente marcados como aprovados ou aprovados com ressalvas, se for o caso.
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Quando exigido, o fabricante deve subsequentemente atender aos comentários anotados e fornecer
os desenhos corrigidos ao projetista para aprovação final.

5.6.3.4.1 A aprovação dos desenhos de fabricação e de montagem, e dos desenhos aprovados com
ressalvas, e outras formas semelhantes de aprovação devem estabelecer o seguinte:

 a) confirmação de que o fabricante interpretou corretamente os documentos contratuais na entrega


de seus desenhos;

 b) confirmação de que o projetista analisou e aprovou os detalhes das ligações mostrados nos
desenhos de fabricação e de montagem submetidos à sua aprovação, de acordo com 5.6.2.2,
se aplicável;

 c) liberação pelo projetista e pelo contratante, autorizando o início da fabricação com base nos
desenhos revisados e aprovados.

Tais aprovações não eximem o fabricante da responsabilidade pela precisão das dimensões detalha-
das nos desenhos de fabricação e de montagem, ou pelo perfeito ajuste entre as peças que a serem
montadas na obra. Não é obrigação do projetista a verificação destes aspectos dos desenhos de
fabricação. Entretanto, é necessário atentar para alguma inconsistência do detalhamento que possa
comprometer a estabilidade de peças isoladas ou da estrutura em conjunto, solicitando a sua altera-
ção por parte do fabricante, que deve atender prontamente às suas exigências.

5.6.3.4.2 Quaisquer acréscimos, cancelamentos ou revisões incluídos em resposta a solicitações de


esclarecimentos, ou que estejam indicados em desenhos de fabricação e de montagem já aprovados,
constituem autorização pelo contratante de liberar estes desenhos para construção com tais acrés-
cimos, cancelamentos ou revisões. O fabricante e o montador devem notificar imediatamente o Con-
tratante sobre quaisquer acréscimos nos custos ou nos prazos recorrentes de revisões, modificações
ou cancelamentos, se estes tiverem sido feitos nos desenhos ou em quaisquer outros documentos.

5.6.3.5 Solicitação de esclarecimentos durante o projeto

Quando forem emitidas solicitações de esclarecimentos pelo contratante durante a elaboração do


projeto estrutural, o processo deve conter um registro escrito de perguntas e respostas relacionadas
à interpretação e implementação dos documentos contratuais, incluindo os esclarecimentos e/ou revi-
sões dos docu­mentos contratuais, se existirem.

5.7 Especificações

Todas as informações necessárias à execução da obra que não constem nos documentos previstos
em 5.6.1 a 5.6.3 devem ser fornecidas sob a forma de especificações.

5.8 Análise estrutural

O objetivo da análise estrutural é determinar os efeitos das ações na estrutura, visando efetuar verifi-
cações de estados-limites últimos e de serviço.

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A análise estrutural deve ser feita com um modelo realista, que permita representar a resposta da
estrutura e dos materiais estruturais, levando-se em conta as deformações causadas por todos os
esforços solicitantes relevantes. Onde necessário, a interação solo-estrutura e o comportamento das
ligações devem ser contemplados no modelo.

As prescrições para análise estrutural das estruturas de aço, concreto e mistas, contidas nas
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ABNT NBR 8800 e ABNT NBR 6118, devem ser seguidas.

Qualquer método de análise que satisfaça os requisitos de equílibrio e compatibilidade e que use
as relações tensão-deformação para os materiais usados (aço e concreto), pode ser usado; alguns
desses métodos são:

 a) método clássico das forças ou deslocamentos;

 b) método das diferenças finitas;

 c) método dos elementos finitos;

 d) método das faixas finitas.

O projetista é responsável pelo uso de programas de computador para desenvolver a análise estrutural
e a interpretação de seus resultados. O nome, a versão e a data de atualização do programa devem
ser indicados no memorial.

O projetista deve ter especial atenção às verificações de todas as fases construtivas, com base nos
mesmos modelos de análise empregados no dimensionamento do projeto.

6 Ações e combinações
Conforme definição constante na ABNT NBR 8681, ações são as causas que provocam o aparecimento
de esforços ou deformações nas estruturas. Classificam-se, segundo a referida norma, em:

 a) permanentes;

 b) variáveis;

 c) excepcionais.

6.1 Ações permanentes

Ações cujas intensidades podem ser consideradas constantes ao longo da vida útil projetada da
construção. Também são consideradas permanentes as que crescem no tempo, tendendo a um valor
limite constante. As ações permanentes compreendem, entre outras:

 a) cargas provenientes do peso próprio dos elementos estruturais;

 b) cargas provenientes do peso da pavimentação, dos revestimentos, das barreiras, dos guarda-
rodas, dos guarda-corpos e de dispositivos de sinalização;

 c) empuxos de terra e de líquidos;

 d) forças de protensão;

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 e) as deformações impostas, isto é, provocadas por fluência e retração do concreto, por variações
de temperatura e por deslocamentos de apoios.

6.1.1 Peso próprio dos elementos estruturais

Na avaliação das ações devidas ao peso próprio dos elementos estruturais, o peso específico para
elementos de aço deve ser igual a 77 kN/m3, o peso específico para elementos de concreto simples
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no mínimo igual a 24 kN/m3 e para o elementos em concreto armado ou protendido, de 25 kN/m3.

6.1.2 Pavimentação

Na avaliação da ação devida ao peso da pavimentação, deve ser adotado para peso específico do
material empregado o valor mínimo de 24 kN/m3, prevendo-se uma carga adicional de 2 kN/m2 para
atender a um possível recapeamento. A consideração desta ação adicional pode ser dispensada,
a critério do proprietário da obra, no caso de pontes de grandes vãos.

6.1.3 Empuxo de terra

O empuxo de terra nas estruturas é determinado de acordo com os princípios da mecânica dos solos,
em função de sua natureza (ativo, passivo ou de repouso), das características do terreno, assim como
das inclinações dos taludes e dos paramentos. Como simplificação, pode ser suposto que o solo
não tenha coesão e que não haja atrito entre o terreno e a estrutura, desde que as solicitações assim
determinadas estejam a favor da segurança.

O peso específico do solo úmido deve ser considerado no mínimo igual a 18 kN/m3, e o ângulo de
atrito interno no máximo igual a 30°. Os empuxos ativo e de repouso devem ser considerados nas
situações mais desfavoráveis. A atuação do empuxo passivo só pode ser levada em conta quando
sua ocorrência puder ser garantida ao longo de toda a vida útil de projeto da obra.

Quando a superestrutura funciona como arrimo dos aterros de acesso, a ação do empuxo de terra
proveniente destes aterros pode ser considerada simultaneamente em ambas as extremidades
somente no caso em que não haja juntas intermediárias do tabuleiro e desde que seja feita a verificação
também para a hipótese de existir a ação em apenas uma das extremidades, agindo isoladamente
(sem outras forças horizontais) e para o caso de estrutura em construção.

Nos casos de tabuleiro em curva ou esconso, deve ser considerada a atuação simultânea dos empuxos
em ambas as extremidades, quando for mais desfavorável. Para mais detalhes, deve ser consultada
a ABNT NBR 7187.

Pode ser prescindida a consideração da ação do empuxo de terra sobre os elementos estruturais
implantados em terraplenos horizontais de aterros previamente executados, desde que sejam adota-
das precauções especiais no projeto e na execução, como compactação adequada, inclinações con-
venientes dos taludes, distâncias mínimas dos elementos às bordas do aterro, terreno de fundação
com suficiente capacidade de suporte, entre outras.

6.1.4 Empuxo d’água

6.1.4.1 O empuxo d’água e a subpressão devem ser considerados nas situações mais desfavoráveis
para a verificação dos estados-limites, sendo dada especial atenção ao estudo dos níveis máximo
e mínimo dos cursos d’água e do lençol freático.

No caso de utilização de contrapeso enterrado, é obrigatória, na avaliação de seu peso, a consideração


da hipótese de submersão total do contrapeso, salvo se comprovada a impossibilidade de ocorrência
dessa situação.

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6.1.4.2 Nos muros de arrimo deve ser prevista, em toda a altura da estrutura, uma camada filtrante
contínua, na face em contato com o solo contido, associada a um sistema de drenos, de modo a evitar
a situação de pressões hidrostáticas. Caso contrário, deve ser considerado nos cálculos o empuxo
d´água resultante. Estas superficies devem ser impermeabilizadas.

6.1.4.3 Toda estrutura celular deve ser projetada, quando for o caso, para resistir ao empuxo d´água
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proveniente do lençol freático, da água livre ou da água acumulada de chuva. Caso a estrutura seja
provida de aberturas com dimensões adequadas, esta ação não precisa ser levada em consideração.

6.1.5 Deslocamento de fundações

Se a natureza do terreno e o tipo de fundações permitirem a ocorrência de deslocamentos que indu-


zam efeitos na estrutura, as deformações impostas decorrentes devem ser levadas em consideração
no projeto.

6.2 Ações variáveis

Ações de caráter transitório que compreendem, entre outras:

 a) ações móveis;

 b) ações de construção;

 c) ações de vento;

 d) empuxo de terra provocado por cargas móveis;

 e) pressão da água em movimento;

 f) efeitos dinâmicos;

 g) variações de temperatura.

6.2.1 Ações móveis

6.2.1.1 Ações verticais

Os valores característicos das ações móveis verticais são fixados na ABNT NBR 7188, inclusive
as ações nos passeios, ou, em caso excepcional, pelo proprietário da obra.

6.2.1.2 Efeito dinâmico das ações móveis

O efeito dinâmico das ações móveis deve ser analisado pela teoria da dinâmica das estruturas.
É permitido, no entanto, aplicar os coeficientes de ponderação definidos na ABNT NBR 7188.

6.2.1.3 Força centrífuga

Nas pontes rodoviárias em curva, aplica-se o definido na ABNT NBR 7188.

6.2.1.4 Efeitos da frenação e da aceleração

Aplica-se o definido na ABNT NBR 7188.

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6.2.2 Ações de construção

No projeto e cálculo estrutural, devem ser consideradas as ações das cargas passíveis de ocorrer
durante o período da construção, no mínimo de 1 kN/m2 aplicada na área de projeção do tabuleiro.
Devem ser consideradas, adicionalmente, as ações devidas ao peso de equipamentos e estruturas
auxiliares de montagem e de lançamento de elementos estruturais e seus efeitos em cada etapa
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executiva da obra.

6.2.3 Ação de vento

Deve ser calculada de acordo com a ABNT NBR 6123, considerando-se limites da ponte sem veículos
e da ponte com veículos, sujeitos às ações do vento, considerando um veículo tipo com 2 m de altura
em relação à superfície de rodagem.

6.2.4 Empuxo de terra provocado por ações móveis

Deve ser calculado com os mesmos critérios apresentados em 6.1.3, transformando-se as ações
móveis no terrapleno em altura de terra equivalente.

6.2.5 Ações excepcionais

Para colisão em pilares e ao nível do tabuleiro, aplica-se o prescrito na ABNT NBR 7188.

6.2.6 Ação dinâmica das águas

Deve ser calculada de acordo com a ABNT NBR 7188.

6.2.7 Ações devidas a variações de temperatura

Deve ser calculada de acordo com as ABNT NBR 7188, NBR 8800 e NBR 6118, para a fase construtiva
e de operação.

6.3 Coeficientes de ponderação das ações

As ações devem ser ponderadas pelo coeficiente γf, dado por:

γf = γf1 γf2 γf3

onde

γf1 é a parcela do coeficiente de ponderação das ações γf, que considera a variabilidade das
ações;

γf2 é a parcela do coeficiente de ponderação das ações γf, que considera a simultaneidade de
atuação das ações. O coeficiente γf2 é igual ao fator de combinação Ψo;

γf3 é a parcela do coeficiente de ponderação das ações γf, que considera os possíveis erros de
avaliação dos efeitos das ações, devido às incertezas do método de cálculo empregado, de
valor igual ou superior a 1,10.

Os coeficientes de ponderação para verificação dos estados-limites últimos são apresentados nas
Tabelas 3 e 4, para o produto estão os valores γf1 γf3. O produto γf1 γf3 é representado por γg e γq.

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Tabela 3 – Valores dos coeficientes de ponderação das ações γf = γf1 γf3


Ações permanentes
γg a
Diretas Indiretas
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Combinações Peso
Peso Peso próprio de estruturas
próprio de
próprio de moldadas no local e de
estruturas
estruturas elementos construtivos
pré-
metálicas industrializados
moldadas
1,25 1,30 1,35 1,20
Normais
(1,00) (1,00) (1,00) (0)
Especiais ou 1,15 1,20 1,25 1,20
de construção (1,00) (1,00) (1,00) (0)
1,10 1,15 1,15 0
Excepcionais
(1,00) (1,00) (1,00) (0)
Ações variáveis
γq a
Demais ações
Efeito da temperatura Ação do vento
variáveis.
Normais 1,20 1,40 1,50
Especiais ou
1,00 1,20 1,30
de construção
Excepcionais 1,00 1,00 1,00
a Os valores entre parênteses correspondem aos coeficientes para as ações permanentes favoráveis
à segurança; ações variáveis e excepcionais favoráveis à segurança não podem ser incluídas nas
combinações.

Tabela 4 – Valores dos fatores de combinação Ψo e de redução Ψ1 e Ψ2


para as ações variáveis
γf2
Ações
Ψo Ψ1 Ψ2 a, b
Vento Pressão dinâmica do vento nas estruturas em geral 0,6 0,3 0
Variações uniformes de temperatura em relação à média
Temperatura 0,6 0,5 0,3
anual local
Cargas móveis e seus efeitos dinâmicos
Pontes rodoviárias 0,7 0,5 0,3
a Para combinações excepcionais onde a ação principal for o sismo, admite-se adotar para Ψ2 o valor zero.
b Para combinações excepcionais onde a ação principal for o fogo, o fator de redução Ψ2 pode ser reduzido,
multiplicando-o por 0,7.

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Na Tabela 5 são apresentados os valores dos fatores de redução para combinação frequente de fadiga.

Tabela 5 – Valores dos fatores de redução para combinação frequente de fadiga


Carga móvel e seus efeitos dinâmicos Ψ1,fad N
Pontes rodoviárias
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Lajes do tabuleiro 0,8 2 × 106


Vigas transversais 0,7 2 × 106
Vigas longitudinais a
—— vão até 100 m 0,5 2 × 106
—— vão de 200 m 0,4 2 × 106
—— vão ≥ 300 m 0,3 2 × 106
—— mesoestrutura e infraestrutura b 0
a O valor de Ψ1,fad pode ser interpolado linearmente entre 100 m e 300 m.
b Desde que ligadas à superestrutura apenas por aparelhos de apoio. Não é o caso, por exemplo, de pontes
de pórtico ou pontes estaiadas.

6.4 Combinações

6.4.1 Combinações últimas normais

As combinações últimas normais decorrem do uso previsto para a ponte rodoviária.

Devem ser consideradas tantas combinações quantas forem necessárias para verificação das condições
de segurança em relação a todos estados-limites útlimos aplicavéis. Em cada combinação devem
estar incluídas as ações permamentes e a ação variável principal, com seus valores caraterísticos e
as demais ações variáveis, consideradas secundárias, com seus valores reduzidos de combinação.

Para cada combinação, aplica-se a seguinte expressão:


m n
Fd = ∑ ( γ giFGi,k ) + γ q1FQ1,k + ∑ ( γ qjψ 0jFQj,k )
i =1 j= 2

onde

FGi,k representa os valores caraterísticos das ações permanentes;

FQ1,k é o valor caraterístico da ação variável considerada principal para a combinação;

FQj,k representa o valores caraterísticos das ações variáveis que podem atuar simultaneamente
com a ação variável principal;

6.4.2 Combinações últimas especiais

As combinações últimas especiais decorrem da atuação de ações variáveis de natureza ou intensidade


especial, cujos efeitos superam em intensidade os efeitos produzidos pelas ações consideradas nas
combinações normais. Os carregamentos especiais são transitórios, com duração muito pequena em
relação ao período de vida útil projetada da estrutura.

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A cada carregamento especial corresponde uma única combinação última especial de ações, na
qual devem estar presentes as ações permanentes e a ação variável especial, com seus valores
característicos, e as demais ações variáveis com probabilidade não desprezível de ocorrência
simultânea, com seus valores reduzidos de combinação.

Aplica-se a seguinte expressão:


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m n
Fd = ∑ ( γ giFGi,k ) + γ q1FQ1,k + ∑ ( γ qjψ 0j,ef FQj,k )
i =1 j= 2

onde

FGi,k representa os valores característicos das ações permanentes;

FQ1,k é o valor característico da ação variável especial;

FQj,k representa os valores característicos das ações variáveis que podem atuar concomitante-
mente com a ação variável especial;

Ψ0j,ef representa os fatores de combinação efetivos de cada uma das ações variáveis que podem
atuar concomitantemente com a ação variável especial FQ1.

Os fatores Ψ0j,ef são iguais aos fatores Ψ0j adotados nas combinações normais, salvo quando a
ação variável especial FQ1 tiver um tempo de atuação muito pequeno, caso em que Ψ0j,ef podem ser
tomados como os correspondentes fatores de redução Ψ2j.

6.4.3 Combinações últimas de construção

As combinações últimas de construção devem ser levadas em conta nas estruturas em que haja
riscos de ocorrência de estados-limites últimos, já durante a fase de construção. O carregamento de
construção é transitório e sua duração deve ser definida em cada caso particular. No caso de pontes,
devem ser avaliadas todas as fases de montagem ou execução, assim como os equipamentos e
estruturas que sejam necessárias para o desenvolvimento da obra.

Devem ser consideradas tantas combinações de ações quantas sejam necessárias para verificação
das condições de segurança em relação a todos os estados-limites últimos que são de se temer
durante a fase de construção. Em cada combinação devem estar presentes as ações permanentes e
a ação variável principal, com seus valores característicos, e as demais ações variáveis, consideradas
secundárias, com seus valores reduzidos de combinação.

Para cada combinação, aplica-se a mesma expressão dada em 6.4.2, onde FQ1,k é o valor característico
da ação variável admitida como principal para a situação transitória considerada.

6.4.4 Combinações últimas excepcionais

As combinações últimas excepcionais decorrem da atuação de ações excepcionais que podem


provocar efeitos catastróficos. As ações excepcionais somente devem ser consideradas no projeto de
estrutura de determinados tipos de construção, nos quais essas ações não possam ser desprezadas e
que, além disso, na concepção estrutural, não possam ser tomadas medidas que anulem ou atenuem
a gravidade das consequências dos seus efeitos. O carregamento excepcional é transitório, com
duração extremamente curta.

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A cada carregamento excepcional corresponde uma única combinação última excepcional de ações,
na qual devem figurar as ações permanentes e a ação variável excepcional, com seus valores
característicos, e as demais ações variáveis com probabilidade não desprezível de ocorrência
simultânea, com seus valores reduzidos de combinação, conforme a ABNT NBR 8681. Nos casos de
ações sísmicas, deve ser utilizada a ABNT NBR 15421.
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Aplica-se a seguinte expressão:


m n
Fd = ∑ ( γ giFGi,k ) + FQ,exc + ∑ ( γ qjψ 0j,ef FQj,k )
i =1 j =1

onde

FQ,exc é o valor da ação transitória excepcional.

6.4.5 Combinações de serviço

6.4.5.1 Combinações quase permanentes de serviço

As combinações quase permanentes são aquelas que podem atuar durante grande parte do período
de vida da estrutura, da ordem da metade desse período. Essas combinações são utilizadas para os
efeitos de longa duração e para a aparência da construção.

Nas combinações quase permanentes, todas as ações variáveis são consideradas com seus valores
quase permanentes ψ 2FQ,k
m n
Fser = ∑ FGi,k + ∑ (ψ 2jFQj,k )
i =1 j =1

No contexto dos estados-limites de serviço, o termo aparência deve ser entendido como relacionado
a deslocamentos excessivos que não provoquem danos a outros componentes da construção, e não
a questões meramente estéticas.

6.4.5.2 Combinações frequentes de serviço

As combinações frequentes são aquelas que se repetem muitas vezes durante o período de vida da
estrutura, da ordem da 2x106 vezes em 50 anos, ou que tenham duração total igual a uma parte não
desprezível desse período, da ordem de 5 %. Essas combinações são utilizadas para os estados-
limites reversíveis, isto é, que não causam danos permanentes à estrutura ou a outros componentes
da construção, incluindo os relacionados ao conforto dos usuários e aos veículos, como vibrações
excessivas, movimentos laterais excessivos que comprometam e possam criar aberturas de fissuras.

Nas combinações frequentes, a ação variável principal FQ1 é tomada com seu valor frequente ψ1FQ1,k
e todas as demais ações variáveis são tomadas com seus valores quase permanentes ψ 2FQ,k
m n
Fser = ∑ FGi,k + ψ1FQ1,k ∑ (ψ 2jFQj,k )
i =1 j= 2

6.4.5.3 Combinações raras de serviço

As combinações raras são aquelas que podem atuar no máximo algumas horas durante o período
de vida da estrutura. Essas combinações são utilizadas para os estados-limites irreversíveis, isto é,
que causam danos permanentes à estrutura ou a outros componentes da construção, e para aqueles

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relacionados ao funcionamento adequado da estrutura, como formação de fissuras e danos aos


fechamentos.

Nas combinações raras, a ação variável principal FQ1 é tomada com seu valor característico FQ1,k
e todas as demais ações variáveis são tomadas com seus valores frequentes ψ1FQ,k
m n
∑ ∑ (ψ1jFQj,k )
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Fser = FGi,k + FQ1,k


i =1 j= 2

6.5 Considerações especiais para fadiga

Em estruturas de pontes de aço e pontes mistas de aço e concreto, devem ser considerados os
efeitos de fadiga. No caso da laje do tabuleiro de concreto, a fadiga deve ser avaliada conforme a
ABNT NBR 6118 No caso dos elementos de aço e suas conexões, estes devem ser avaliados com as
variações de tensões e os limites expostos no Anexo A.

7 Dimensões mínimas
7.1 Vão efetivo

Para determinação de esforços e deslocamentos, a distância entre centros dos aparelhos de apoio
deve ser considerada para o comprimento do vão.

7.2 Contraflecha

As vigas podem ter contraflecha para compensar as deformações devidas às ações permanentes e
deformações impostas. Quando considerada a execução em estágios, a sequência destes deve ser
considerada na determinação da contraflecha.

7.3 Espessuras mínimas das chapas de aço

A espessura mínima para contenções laterais, diafragmas, chapas de piso, seções transversais e
chapas gusset de conexão, exceto para almas de perfis laminados e nervuras de seção fechada em
tabuleiros ortotrópicos de aço, deve ser de 8 mm.

Para tabuleiros ortotrópicos, a espessura da alma de perfis laminados e de nervuras de seção fechada
deve ser maior ou igual a 6,35 mm e a espessura do piso do tabuleiro ortotrópico deve ser maior ou
igual a 4 % do maior espaçamento entre as nervuras, limitado a um mínimo de 12,5 mm.

7.4 Diafragmas e seções transversais

Diafragmas e contenções laterais transversais devem ser dispostos nos apoios extremos ou interme-
diários e intermitentemente ao longo do vão entre os apoios.

A necessidade de diafragmas e contenções laterais deve ser analisada para todas as fases de
fabricação, transporte e montagem até a situação final definitiva. Estas análises devem incluir, entre
outras, as seguintes considerações:

—— a transferência da ação do vento lateral no elemento inferior entre o apoio da longarina e o


tabuleiro da ponte;

—— a estabilidade do banzo inferior dos diafragmas quando estes foram sujeitos à compressão;

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—— a estabilidade do banzo superior em compressão prévia à cura do tabuleiro;

—— a distribuição das ações verticais permanentes e acidentais aplicadas à estrutura.

Diafragmas ou contenções transversais não requeridas para a situação definitiva da seção mista
podem ser considerados contenções temporárias. Formas de aço não podem ser consideradas ele-
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mentos de contenção lateral durante a cura do concreto do tabuleiro.

7.4.1 Pontes de vigas I

As contenções, diafragmas ou travejamentos transversais das longarinas laminadas devem


ter seções com no mínimo 50 % da altura da seção das longarinas. Quando as longarinas forem
soldadas, os diafragmas ou travejamentos devem ter seções com no mínimo 75 % da altura da seção
das longarinas. É recomendável sempre incluir banzos inferiores e superiores e as diagonais nos
travejamentos intermediários, principalmente em pontes com curvatura horizontal. Quando a relação
de comprimento e altura da viga de contenção transversal for maior que 4, esta relação deve ser
calculada como elemento de viga. A distância entre contenções não pode ser maior que 7 500 mm em
pontes retas, e em pontes curvas deve ser menor que 1/10 do raio de curvatura.

A critério do responsável técnico pelo projeto estrutural, pode ser realizada uma análise estrutural mais
rigorosa que permita ultrapassar os limites de distância entre contenções presentes nesta subseção.

Recomendações adicionais podem ser encontradas nas publicações AASHTO LRFD-8 (ver Bibliografia [1])
e nos Eurocodes 2, 3 e 4 (ver Bibliografia [2], [3], [4]).

7.4.2 Pontes de vigas tipo caixão

Devem ser previstos diafragmas nos apoios das pontes com vigas tipo caixão e em locais intermediários,
para evitar a distorção da seção transversal e resistir aos momentos torsores. Para seções de vigas
tipo caixão que tenham mais de uma viga, devem ser previstos diafragmas externos que liguem as
vigas e pode ser considerado o trabalho conjunto delas.

Em nenhum caso, para pontes em viga tipo caixão, o espaçamento dos diafragmas pode exceder a
12 000 mm.

Recomendações adicionais podem ser encontradas nas publicações AASHTO LRFD-8 (ver Bibliografia [1])
e nos Eurocodes 2, 3 e 4 (ver Bibliografia [2], [3],[4]).

7.4.3 Pontes de treliças e arcos

Diafragmas devem ser dispostos nas conexões das vigas de piso e nos nós das treliças, ou em
qualquer outro ponto onde aconteça aplicação de carga concentrada. Diafragmas de treliças devem
ser espaçados no máximo a cada 12 m.

Outras situações ou soluções construtivas podem ser encontradas nas publicações AASHTO LRFD-8
(ver Bibliografia [1]) e nos Eurocodes 2, 3 e 4 (ver Bibliografia [2], [3], [4]).

7.5 Contenção lateral

As contenções ou os travamentos laterais devem ser considerados para todos os estágios da monta-
gem e fabricação da ponte e no estágio final de operação, e devem considerar:

—— transferência das ações transversais devido ao vento;

20/53 NÃO TEM VALOR NORMATIVO


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—— controle das deformações da seção transversal durante a fabricação, transporte e montagem,


e quando da colocação do piso do tabuleiro da ponte.

8 Dimensionamento de elementos sujeitos à força axial de tração


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Elementos sujeitos à força axial de tração devem ser verificados conforme a ABNT NBR 8800:2008,
5.2. Os limites de esbeltez para pontes devem ser limitados a:

—— L/r ≤ 140 para elementos principais sujeitos a tensões reversas;

—— L/r ≤ 200 para elementos principais não sujeitos a tensões reversas;

—— L/r ≤ 240 para elementos secundários.

onde

L é o comprimento destravado do elemento entre seus pontos de trabalho;

r é o menor raio de giração da seção.

9 Dimensionamento de elementos sujeitos à força axial de compressão


Elementos prismáticos sujeitos à força axial de compressão devem ser dimensionados de acordo a
ABNT NBR 8800:2008, 5.3. O limite de esbeltez em todos os casos não pode exceder:

—— L/r ≤ 120 para elementos principais;

—— L/r ≤ 140 para elementos secundários.

10 Dimensionamento de elementos com seções I sujeitos à flexão


As vigas ou longarinas (sejam estas laminadas ou soldadas) devem ser dimensionadas em duas fases
diferentes: uma primeira quando as vigas de aço são a estrutura resistente, e outra quando o sistema
se comporta de maneira mista com a laje de concreto do tabuleiro.

Na primeira fase, comumente denominada como antes da cura (AC), o dimensionamento é de acordo
com a ABNT NBR 8800:2008, 5.4 e Anexo G. Nesta fase devem ser verificados os estados-limites
últimos de flambagem lateral com torção, flambagem local da mesa e flambagem local da alma,
para a combinação de construção considerando as ações permanentes e a sobrecarga na fase de
construção, tomada com o valor característico mínimo de 1 kN/m2.

Na segunda fase, após a cura do concreto, a viga se comporta como viga mista e deve ser aplicado
o descrito na ABNT NBR 8800:2008, Anexo O, adotando sempre interação completa. Os conectores
devem ser verificados considerando o fluxo de cisalhamento longitudinal, obtido em regime elástico.
As combinações últimas devem considerar as ações permanentes totais, as ações acidentais e as
cargas devidas ao tráfego dos veículos, com seus respectivos coeficientes de ponderação.

Para vigas de aço ou vigas mistas, com ou sem enrijecedores longitudinais, cuja esbeltez exceda
os limites da ABNT NBR 8800:2008, Anexo O, são utilizados os métodos de cálculo previstos pela
AASHTO LRFD-8 (ver Bibliografia [1]) ou nos Eurocodes 2, 3 e 4 (ver Bibliografia [2], [3],[4]).

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10.1 Enrijecedores longitudinais

Quando necessários, os enrijecedores longitudinais devem ser contínuos e os transversais que os


interceptam devem ser soldados para garantir a resistência à flexão e axial dos transversais. A relação
largura-espessura deve ser limitada a:
 b ≤ 0, 48 E
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 
t fy

e ter inércia mínima


 a 2 
l ≥ htw3 2, 4   − 0,13
  h

onde

b largura do enrijecedor;

tw espessura do enrijecedor;

E módulo de elasticidade do aço (200 000 MPa);

fy tensão de escoamento do aço;

h altura total da alma;

a distância entre linhas de centro de dois enrijecedores transversais adjacentes.

Para usar enrijecedores longitudinais, devem ser realizados estudos específicos que levem em conta
a flambagem local da alma e sua redução da resistência à flexão e cisalhamento.

10.2 Dimensionamento a cisalhamento

A verificação do cisalhamento de almas de vigas I de aço ou mistas deve ser feito conforme a
ABNT NBR 8800:2008, 5.4.3 e 5.7.7.

Os enrijecedores transversais necessários para resistir a forças localizadas devem ser dimensionados
de acordo com a ABNT NBR 8800:2008, 5.7.9.

Para vigas de aço ou vigas mistas, com ou sem enrijecedores longitudinais, cuja esbeltez exceda os
limites da ABNT NBR 8800:2008, Anexo G ou Anexo O, são utilizados os métodos de cálculo previstos
pela AASHTO LRFD-8 (ver Bibliografia [1]) ou pelos Eurocodes 2, 3 e 4 (ver Bibliografia [2], [3],[4]).

11 Conexões e emendas
As conexões e emendas devem obedecer às seguintes Seções da ABNT NBR 8800:2008:

—— Seção 6 - Condições específicas para o dimensionamento de ligações metálicas;

—— Seção 7 - Condições específicas para o dimensionamento de elementos mistos de aço e concreto;

—— Seção 8 - Condições específicas para o dimensionamento de ligações mistas;

—— Anexo R, sobre ligações mistas.

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12 Prescrições para estruturas de diversas tipologias


12.1 Longarinas de perfis I

As proporções limites recomendadas para as longarinas de perfis I são:


Projeto em Consulta Nacional

—— almas de vigas sem enrijecedores longitudinais


h
≤ 150
tw
—— almas de vigas com enrijecedores longitudinais
h
≤ 300
tw
—— mesas comprimidas e tracionadas
bf
≤ 12
2t f
h
bf ≥
6
t f ≥ 1,1t w
l yc
0,1 ≥
ly

onde

h altura da alma do perfil;

tw a espessura da alma da viga;

tf a espessura da mesa da viga;

bf a largura da mesa da viga;

Iyc inércia da mesa comprimida da viga de aço em relação ao eixo vertical no plano da alma;

Iy inércia da mesa tracionada da viga de aço em relação ao eixo vertical no plano da alma.

Para vigas de aço ou vigas mistas cuja esbeltez exceda os limites propostos nesta Seção, podem ser
utilizados os métodos de cálculo previstos nos Eurocodes 2, 3 e 4 (ver Bibliografia [2], [3], [4]).

12.2 Treliças

Recomenda-se que a altura das treliças seja de no mínimo 1/10 do comprimento efetivo do vão da
ponte, e que as treliças sejam simétricas e com seção contínua no banzo comprimido.

12.3 Estruturas com seções tipo caixão

A inclinação máxima da alma não pode exceder a relação 1 para 4 da vertical ou o ângulo de 14,04°.
Outro aspecto importante é a distância livre entre caixões, que deve ser de 0,8 a 1,2 da distância
superior entre os eixos da mesa do caixão (w), como mostrado na Figura 1. O balanço dos extremos
da seção transversal não pode exceder 0,6 W.

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< 0,6W W a = 0,8W a 1,2W


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Figura 1 – Limites para as dimensões de seções tipo caixão

13 Durabilidade e vida útil de projeto


A durabilidade depende da qualidade dos materiais, do projeto, da execução e da manutenção durante
a vida útil projetada. No caso do concreto, a durabilidade pode ser determinada da mesma maneira
que no projeto de estruturas de concreto, e considerando que as pontes estão sempre em ambientes
não protegidos. No caso das estruturas de aço, a durabilidade é baseada principalmente na proteção
contra corrosão, que deve ser de acordo com a ABNT NBR 8800:2008, Anexo N, e o Anexo B desta
Norma. A vida útil projetada para fadiga deve ser de acordo com o Anexo A desta Norma.

14 Recomendações construtivas e de utilização


14.1 Requisitos básicos de fabricação, montagem e controle de qualidade

Os requisitos básicos de fabricação, montagem e controle de qualidade são aqueles estabelecidos


na ABNT NBR 8800:2008, Seção 12, usando a AASHTO/AWS D1.M/D1.5 para as soldas e emendas
por solda.

Os requisitos básicos de execução das lajes de concreto moldadas no local dos tabuleiros das pontes
devem seguir a ABNT NBR 6118 e, em especial, a ABNT NBR 14931.

14.2 Manual de utilização, inspeção e manutenção

De posse das informações dos projetos, materiais e produtos utilizados e da execução da obra, deve
ser produzido por profissional habilitado, devidamente contratado pelo contratante, um manual de uti-
lização, inspeção e manutenção. Este manual deve especificar, de forma clara e sucinta, os requisitos
básicos para a utilização e a manutenção preventiva, necessários para garantir a vida útil projetada
prevista para a estrutura.

Partes da estrutura que mereçam consideração especial, com vida útil projetada diferente da estrutura
principal, devem ser contempladas, como aparelhos de apoio, juntas de dilatação, entre outras.

Elementos não estruturais que possam influir no processo de deterioração das estruturas, como os compo-
nentes do sistema de drenagem e as impermeabilizações, devem ser vistoriados periodicamente.

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Anexo A
(normativo)

Fadiga
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A.1 Aplicabilidade
A.1.1 Este Anexo aplica-se aos elementos estruturais de aço e ligações de pontes de aço e mistas
de aço e concreto com ações repetitivas ou cíclicas, com variação de tensões no regime elástico, cuja
frequência e magnitude são suficientes para iniciar fissuras e colapso progressivo por fadiga.

A.1.2 As especificações dadas em A.2 a A.6 podem não se aplicar em parte ou na totalidade às
ligações soldadas envolvendo um ou mais perfis tubulares. Recomenda-se, para a verificação dessas
ligações à fadiga, a utilização de bibliografias complementares adequadas, fazendo-se as adaptações
necessárias para manter o nível de segurança previsto nesta Norma.

A.2 Generalidades
A.2.1 Para os efeitos deste Anexo, usar a combinação frequente de fadiga:
m n
Fd,fad = ∑ FGi,k + ψ1 ∑ FQj,k
i=1 j=1

onde

FGi,k é o valor caraterístico das ações permanentes;

FQj,k é o valor característico das ações variáveis, sendo, neste caso, apenas a carga móvel
rodoviária padrão, conforme a ABNT NBR 7188;

Ψ 1 é o fator de redução para as ações variáveis de acordo com a Tabela 5.

A.2.2 Os requisitos deste Anexo aplicam-se às tensões no metal-base, calculadas usando-se a


combinação de ações descrita em A.2.1, cujo valor não ultrapasse 0,66 fy ou 0,40 fy, para tensões
normais ou de cisalhamento, respectivamente.

A.2.3 A faixa de variação de tensões é definida como a magnitude da mudança de tensão devida
à aplicação ou remoção das ações variáveis da combinação de ações descritas em A.2.1. No caso
de inversão de sinal da tensão em um ponto qualquer, a faixa de variação de tensões deve ser
determinada pela diferença algébrica dos valores máximo e mínimo da tensão considerada, nesse
ponto.

A.2.4 No caso de junta de topo com solda de penetração total, o limite admissível para a faixa de
variação de tensões (σSR) é aplicável apenas às soldas com qualidade que atendam as recomendações
da AWS D1.5 (ver Bibliografia, [1]).

A.2.5 Nenhuma verificação de resistência à fadiga é necessária se a faixa de variação de tensões


for inferior ao limite σTH dado na Tabela A.1.

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A.2.6 A resistência às ações cíclicas determinadas pelos requisitos deste Anexo é aplicável apenas
às estruturas:

 a) com proteção adequada à corrosão ou sujeitas apenas a atmosferas levemente corrosivas;

 b) sujeitas a temperaturas inferiores a 150 °C.


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A.3 Cálculo da tensão máxima e da máxima faixa de variação de tensões


A.3.1 O cálculo de tensões deve ser baseado em análise elástica. As tensões não podem ser
amplificadas pelos fatores de concentração de tensão devidos a descontinuidades geométricas.

A.3.2 Para parafusos e barras redondas rosqueadas sujeitos à tração, as tensões calculadas
devem incluir o efeito de alavanca, se existir.

A.3.3 No caso de atuação conjunta de força axial e momentos fletores, as máximas tensões nor-
mais e de cisalhamento devem ser determinadas considerando todos os esforços solicitantes.

A.3.4 Para barras com seções transversais simétricas, os parafusos e as soldas devem ser distri-
buídos simetricamente em relação ao eixo da barra, ou as tensões consideradas no cálculo da faixa
de variação de tensões devem incluir os efeitos da excentricidade.

A.3.5 Para cantoneiras sujeitas à força axial, onde o centro geométrico das soldas de ligação
fica entre as linhas que passam pelo centro geométrico da seção transversal da cantoneira e pelo
centro da aba conectada, os efeitos da excentricidade podem ser ignorados. Se o centro geométrico
das soldas situar-se fora dessa zona, as tensões totais, incluindo aquelas devidas à excentricidade,
devem ser incluídas no cálculo da faixa de variação de tensões.

A.4 Faixa admissível de variação de tensões


A faixa de variação de tensões não pode exceder os valores dados a seguir:

 a) para as categorias de detalhe A, B, B’, C, D, E e E’, a faixa admissível de variação de tensões,
σSR, expressa em megapascals (MPa) deve ser determinada por:
0,333
327Cf 
σSR =  ≥ σTH
 N 

onde

Cf é a constante dada na Tabela A.1 para a categoria correspondente;

N é o número de ciclos de variação de tensões durante a vida útil projetada da estrutura


(75 anos);

σTH é o limite admissível da faixa de variação de tensões, para um número infinito de ciclos
de solicitação, dado na Tabela A.1 expresso em megapascals (MPa);

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 b) para a categoria de detalhe F, a faixa admissível de variação de tensões, σSR, deve ser determinada
por:
0,167
 11 × 104 Cf 
σSR =   ≥ σTH
 N
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 c) para elementos de chapa tracionados, ligados na extremidade por soldas de penetração total,
soldas de penetração parcial, soldas de filete ou combinações das anteriores, dispostas transver-
salmente à direção das tensões, a faixa admissível de variação de tensões na seção transversal
da chapa tracionada, na linha de transição entre o metal-base e a solda, deve ser determinada
da seguinte forma:

—— com base no início da fissuração a partir da linha de transição entre o metal-base e a solda,
para categoria de detalhe C, pela equação a seguir:
0,333
 14, 4 × 1011
σSR =   ≥ 68, 9 MPa
 N

 com base no início da fissuração a partir da raiz da solda, no caso de soldas de penetração
parcial, com ou sem soldas de filete de reforço ou de contorno, para categoria de detalhe C’,
pela equação a seguir:
0,333
 14, 4 × 1011
σSR = 1, 72 RPJP  
 N

onde

RPJP é o fator de redução para soldas de penetração parcial, com ou sem filete de reforço (se
RPJP = 1,0, usar categoria de detalhe C), dado por:
  2a w 
0, 65 − 0, 59   + 0, 72   
 tp   tp  
RPJP =  ≤ 1, 0
 0
tp ,167 
 
 
2a é o comprimento da face não soldada da raiz na direção da espessura da chapa tracionada,
expresso em milímetros (mm);

w é a dimensão da perna do filete de reforço ou de contorno, se existir, na direção da espessura


da chapa tracionada, expressa em milímetros (mm);

tp é a espessura da chapa tracionada, expresso em milímetros (mm).

—— com base no início da fissuração a partir das raízes de um par de filetes de solda transversais,
em lados opostos da chapa tracionada, para categoria de detalhe C, pela equação a seguir:
0,333
 14, 4 × 1011
σSR = 1, 72 RFIL  
 N

onde

RFIL é o fator de redução para juntas constituídas apenas de um par de filetes de solda transversais
(se RFIL = 1,0, usar categoria de detalhe C), dado por

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 0, 06 + 0, 72 w 
 tp 
RFIL =   ≤ 1, 0
 tp0,167 
 

O limiar de fadiga é considerado a estimativa de vida útil projetada infinita, associada diretamente
Projeto em Consulta Nacional

à vida útil de projeto, isto é, 75 anos. Se houver algum projeto no qual as condições admitam ter
uma vida útil menor que 75 anos, podem ser usadas as equações expostas com o número de ciclos
definido com dados de tráfego na via em que a ponte está localizada ou estimativas conservadoras.

A.5 Parafusos e barras redondas rosqueadas


A faixa de variação de tensões não pode exceder a faixa admissível calculada como a seguir:

 a) para ligações parafusadas sujeitas a corte nos parafusos, a faixa admissível de variação de
tensões no material do elemento ligado é dada pela equação a seguir, onde Cf e σTH são dados
na Seção 2 da Tabela A.1:
0,333
327 Cf 
σSR =  ≥ σTH
 N 

para parafusos de alta resistência, parafusos comuns e barras redondas rosqueadas com rosca
laminada, cortada ou usinada, a faixa de variação de tensões de tração na área líquida do parafuso
ou da barra redonda rosqueada, proveniente de força axial e momento fletor, incluindo o efeito de
alavanca, não pode exceder a faixa admissível dada pela seguinte equação:
0,333
327 Cf 
σSR =  ≥ σTH
 N 

O fator Cf deve ser tomado igual a 3,9 × 108 (como para a categoria E’). O limite σTH deve ser
tomado igual a 48 MPa (como para a categoria D). A área efetiva deve ser determinada conforme a
ABNT NBR 8800:2008, 6.3.2.2.

Para juntas nas quais o material no interior da pega não seja limitado a aço ou juntas que não sejam
pré-tensionadas conforme os requisitos da ABNT NBR 8800:2008, Tabela 15, a força axial e o momento
fletor, incluindo o efeito de alavanca (se existir), devem ser considerados transmitidos exclusivamente
pelos parafusos ou barras redondas rosqueadas. Para juntas nas quais o material no interior da pega
seja limitado a aço, pré-tensionadas conforme os requisitos da ABNT NBR 8800:2008, Tabela 15,
permite-se uma análise da rigidez relativa das partes conectadas e dos parafusos para determinar
a faixa de variação de tensões de tração nos parafusos pré-tensionados devida à força axial e ao
momento fletor, incluindo o efeito de alavanca. Alternativamente, a faixa de variação de tensões nos
parafusos pode ser considerada igual a 20% da tensão na área líquida devida à força axial e ao
momento fletor provenientes de todas as ações, permanentes e variáveis.

A.6 Conectores de cisalhamento


Para conectores de cisalhamento do tipo pino, a faixa admissível de variação de tensões, σSR, em
megapascals (MPa), deve ser determinada por:

σSR = 238 – 29,5 Log(N)

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Sendo a força resistente do pino à fadiga (N):

onde
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N é o número de ciclos em 75 anos;

d é o diâmetro do pino, expresso em milímetros (mm);

Zr é a resistência ao corte por fadiga de um pino, expressa em newtons (N).

A.7 Requisitos especiais de fabricação e montagem


A.7.1 É permitido chapas de esperas longitudinais sejam deixadas no local e, se usadas, devem
ser contínuas. Se forem necessárias emendas nas chapas de espera em juntas longas, tais emendas
devem ser feitas com solda de penetração total e o excesso de solda deve ser esmerilhado longitudi-
nalmente antes do posicionamento da barra na junta.

A.7.2 Em juntas transversais sujeitas à tração, as chapas de espera, se usadas, devem ser remo-
vidas e é necessário fazer extração de raiz e contras-solda na junta.

A.7.3 Em juntas em T ou de canto, feitas com solda de penetração total, um filete de reforço não
menor que 6 mm deve ser adicionado nos cantos reentrantes.

A.7.4 A rugosidade superficial de bordas cortadas a maçarico, sujeitas a faixas de variações de


tensões significativas, não pode exceder 25 μm, usando-se como referência a ASME B46.1.

A.7.5 Cantos reentrantes em regiões de cortes, recortes e em aberturas para acesso de soldagem
devem formar um raio não menor que 10 mm. Para isto deve ser feito um furo sub-broqueado ou sub-
puncionado com raio menor, usinado posteriormente até o raio final. Alternativamente, o raio pode ser
obtido por corte a maçarico, devendo, neste caso, esmerilhar-se a superfície do corte até o estado de
metal brilhante.

A.7.6 Para juntas transversais com soldas de penetração total, em regiões de tensões de tração
elevadas, devem ser usados prolongadores para garantir que o término da solda ocorra fora da junta
acabada. Os prolongadores devem ser removidos e a extremidade da solda deve ser esmerilhada até
facear com a borda das peças ligadas. Limitadores nas extremidades da junta não podem ser usados.

NÃO TEM VALOR NORMATIVO 29/53


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Tabela A.1 – Parâmetros de fadiga e detalhes construtivos


Seção 1 – Material-base afastado de qualquer tipo de solda

Constante Limiar Localização


Descrição Categoria Cf σTH potencial do Detalhes construtivos
MPa MPa início da fratura
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1.1  Metal-base, exceto


aços resistentes à corrosão
atmosférica não pintados,
com superfícies laminadas,
Afastado de
sujeitas ou não à limpeza
A 250 × 108 165 qualquer solda ou
superficial. Bordas cortadas
ligação estrutural
a maçarico com rugosidade
superficial não superior a
25 μm, mas sem cantos
reentrantes

1.2  Metal-base de aço


resistente à corrosão
atmosférica não pintado,
com superfícies laminadas,
Afastado de
sujeitas ou não à limpeza
B 120 × 108 110 qualquer solda ou
superficial. Bordas cortadas
ligação estrutural
a maçarico com rugosidade
superficial não superior a
25 μm, mas sem cantos
reentrantes

1.3  Para elementos


com cantos reentrantes,
cortes e outras
descontinuidades, Em qualquer
C 44 × 108 69
consultar a AASHTO/ borda externa
AWS D1.5m/D1.5, exceto
aberturas de acesso para
solda

1.4  Para seções No metal-base no


laminadas com aberturas canto reentrante
de acesso para solda C 44 × 108 69 da abertura de
consultar A AASHTO/AWS acesso para
D1.5m/D1.5 solda

Na seção líquida
1.5  Furos abertos em
D 22 × 108 48 localizada ao lado
elementos
do furo

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Tabela A.1 (continuação)


Seção 2 – Materiais conectados em ligações parafusadas

Constante Limiar Localização


Descrição Categoria A σTH potencial do Detalhes construtivos
MPa MPa início da fratura
Projeto em Consulta Nacional

2.1  Seção bruta do


metal-base em juntas
por sobreposição
com parafusos de alta
resistência satisfazendo
todos os requisitos
aplicáveis a ligações
Através da seção
por atrito, com furação
B 120 × 108 110 bruta próxima ao
realizada através de
furo
broqueamento
NOTA Ver condição 2.3
para furos puncionados; ver
condição 2.5 para cantoneiras
ou seções T conectadas a
chapas gusset ou chapas de
ligação)

2.2  Metal-base na
seção líquida em juntas
com parafusos de alta
resistência calculados
com base em resistência
por contato, porém com
fabricação e instalação Na seção líquida
atendendo a todos os com origem na
requisitos aplicáveis às borda do furo ou
ligações por atrito, com B 120 × 108 110 através da seção
furação realizada através bruta próxima ao
de broqueamento furo, a que for
Nota: Ver condição 2.3 aplicável
para furos puncionados;
ver condição 2.5 para
cantoneiras ou seções
T conectadas a chapas
gusset ou chapas de
ligação

NÃO TEM VALOR NORMATIVO 31/53


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Tabela A.1 (continuação)


Constante Limiar Localização
Descrição Categoria A σTH potencial do Detalhes construtivos
MPa MPa início da fratura

2.3  Metal-base na seção


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líquida de todas as
conexões parafusadas em
membros galvanizados
por imersão a quente;
metal base na seção
apropriada definida nas
condições 2.1 e 2.2 para
conexões com parafusos
de alta resistência
Na seção líquida
protendidos e furos feitos
com origem na
por puncionamento; metal-
borda do furo ou
base na seção líquida de
D 22 × 108 48 através da seção
outros tipos de conexões
bruta próxima ao
com fixação mecânica
furo, a que for
(por exemplo, ligações
aplicável
com parafusos ASTM
A307 ou parafusos de alta
resistência instalados sem
protensão), exceto olhais
e chapas com pinos Nota:
Ver condição 2.5 para
cantoneiras ou seções
T conectadas a chapas
gusset ou chapas de
ligação.

2.4  Metal-base na seção


líquida da cabeça de olhais
ou chapas com pinos
Na seção líquida
Nota: Para o metal-base na
E 11 × 108 31 com origem na
haste dos olhais ou através
borda do furo
da seção bruta de chapas
com pinos, ver a condição
aplicável entre 1.1 ou 1.2.

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Tabela A.1 (continuação)


Constante Limiar Localização
Descrição Categoria A σTH potencial do Detalhes construtivos
MPa MPa início da fratura

2.5  Metal-base em
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cantoneiras ou seção T
conectadas a uma chapas
gusset ou chapa de ligação
com parafusos de alta
resistência em ligações
por atrito. A amplitude da
tensão de fadiga deve ser
calculada na área da seção
efetiva do elemento, Ae =
UAg, na qual U = (1 – x/L)
e onde Ag é a seção bruta
do elemento, x é a distância
do centroide do elemento
até a superfície do gusset
ou chapa de ligação, e L é
L
a distância do primeiro ao χ
último parafuso da linha cg
de furação com maior Por meio da
número de parafusos, Ver Ver Ver seção bruta perto
na direção da força axial. categoria constante limiar do furo ou da
O efeito do momento aplicável aplicável aplicável seção efetiva na
devido às excentricidades acima acima acima borda do furo, o L
na conexão deve ser que for aplicavél cg χ

ignorado na determinação
da amplitude da tensão
de fadiga. A categoria de
fadiga deve ser tomada
como aquela especificada
na condição 2.1. Para todos
os outros tipos de conexões
parafusadas, substituir Ag
por An (área líquida do
elemento) na determinação
da área líquida efetiva,
de acordo com as
equações anteriores, e
usar a categoria de fadiga
apropriada para o tipo de
conexão aplicável daquelas
exibidas nas condições 2.2
e 2.3

NÃO TEM VALOR NORMATIVO 33/53


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Tabela A.1 (continuação)


Seção 3 – Ligações soldadas dos componentes de barras compostas de chapas ou perfis

Constante Limiar Localização


Descrição Categoria A σTH potencial do Detalhes construtivos
MPa MPa início da fratura
Projeto em Consulta Nacional

3.1  Metal-base e metal


da solda em barras sem
A partir da
acessórios, compostas de or CJP

superfície ou or CJP

chapas ou perfis ligados


descontinuidades
por soldas longitudinais B 120 × 108 110
internas na solda
contínuas de penetração
afastado do final
total, com extração de raiz
da solda
e contrassolda, ou por
soldas contínuas de filete

3.2  Metal-base e metal


da solda em barras sem
A partir da
acessórios, compostas de
superfície ou
chapas ou perfis ligados
descontinuidades
por soldas longitudinais
B′ 61 × 108 83 internas na solda,
contínuas de penetração
incluindo a solda
total, com chapas de
para fixação de
espera não removidas, ou
chapas de espera
por soldas contínuas de
penetração parcial

3.3  Metal-base e metal da


solda nas extremidades
A partir da
de soldas longitudinais
extremidade da
nas aberturas de acesso
D 22 × 108 48 solda, penetrando
para soldagem em barras
na alma ou na
compostas
mesa
NOTA Não inclui a emenda
de topo da mesa.

3.4  Metal-base e A partir da


metal da solda em superfície ou
chapas sobrepostas de descontinuidades
comprimento parcial, internas na solda,
B 120 × 108 110
conectadas por soldas em posição
contínuas de filete paralelas distante da
à direção das tensões extremidade da
aplicadas solda

34/53 NÃO TEM VALOR NORMATIVO


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Tabela A.1 (continuação)


Constante Limiar Localização
Descrição Categoria A σTH potencial do Detalhes construtivos
MPa MPa início da fratura

3.5  Metal-base na
Projeto em Consulta Nacional

terminação da solda de
lamelas soldadas de
comprimento parcial, mais
estreitas que a mesa, Na mesa junto
tendo extremidades ao pé da solda
esquadrejadas ou com transversal da
redução gradual de extremidade, na
largura, com ou sem mesa junto ao
soldas transversais nas término da solda Com ou sem solda
Solda no extremo
extremidades, ou lamelas longitudinal, ou
mais largas que a mesa ainda na borda da
com soldas transversais mesa com lamela
nas extremidades: mais larga
Espessura da mesa
≤ 20 mm E 11 × 108 31
Espessura da mesa
> 20 mm E′ 3,9 × 108 18

3.6  Metal-base na Espaçamento do extremo


de solda d
terminação da solda de Na mesa, na
lamelas soldadas de terminação do
B 120 × 108 110
comprimento parcial, com filete de solda
conexões parafusadas de longitudinal
atrito na sua extremidade

3.7  Metal-base na
terminação da solda de Solda de extremo
Na borda da
lamelas soldadas de
mesa junto à TYP
comprimento parcial, mais E′ 3,9 × 108 18
extremidade da
largas que a mesa, sem
solda da lamela
soldas transversais nas
extremidades
Seção 4 ‒ Conexões de enrijecedores soldados
Constante Limiar Localização
Descrição Categoria A σTH potencial do Detalhes construtivos
MPa 3 MPa início da fratura

4.1  Metal-base no pé
da solda de filete entre o Iniciando na
enrijecedor e a mesa, e na descontinuidade
solda transversal de filete geométrica no pé
C′ 44 × 108 83
entre o enrijecedor e a alma da solda de filete
NOTA Inclui soldas e estendendo-se
similares em enrijecedores de para o metal-base
contato e chapas de conexão

NÃO TEM VALOR NORMATIVO 35/53


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Tabela A.1 (continuação)


Constante Limiar Localização
Descrição Categoria A σTH potencial do Detalhes construtivos
MPa 3 MPa início da fratura

4.2  Metal-base e metal


Projeto em Consulta Nacional

da solda em enrijecedores A partir da


longitudinais na alma, ou superfície ou
enrijecedores longitudinais descontinuidades
nas faces de seções internas na solda,
B 120 × 108 110
tipo caixão, conectados em posição
aos elementos por solda distante da
contínua de filete paralela extremidade da
à direção das tensões solda
aplicadas

4.3  Metal-base na
terminação de soldas
longitudinais entre o
enrijecedor e a alma, ou
entre o enrijecedor e a face
da seção tipo caixão:
Com o enrijecedor
conectado por soldas Filete, CJP, PJP Enrijecedor
de filete e sem raio de
transição na extremidade: Alma
ou aba
Sem raio de transição
Espessura do enrijecedor
< 25 mm. E 11 × 108 31 No membro
principal, no pé
Espessura do enrijecedor
do final da solda
≥ 25 mm E′ 3,9 × 108 18
Com o enrijecedor
R
conectado por soldas e Enrijecedor
Acabamento
com raio de transição R esmerilado
na extremidade e com Alma
ou aba Com raio de transição
a terminação da solda
diminuindo suavemente de
tamanho:
R ≥ 610 mm B 120 × 108 110 No membro
principal, próximo
610 mm > R ≥ 150 mm C 44 × 108 69
ao ponto de
150 mm > R ≥ 50 mm D 22 × 108 48 tangência do raio
50 mm > R E 11 × 108 31 de transição

36/53 NÃO TEM VALOR NORMATIVO


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Tabela A.1 (continuação)


Seção 5 – Ligações soldadas transversais à direção das tensões

Constante Limiar Localização


Descrição Categoria A σTH potencial do Detalhes construtivos
MPa 3 MPa início da fratura
Projeto em Consulta Nacional

5.1  Metal-base e metal da


solda em emendas de topo
com soldas de penetração
total, com a qualidade
da solda comprovada
através de ensaio não A partir de Esmerilamento
CJP
destrutivo e, na direção descontinuidades
Esmerilamento
das tensões aplicadas, internas no metal Esmerilamento CJP
CJP
com nivelamento da solda da solda ou ao
com o metal-base por longo da face de Esmerilamento
meio de esmerilhamento. fusão ou no início CJP

Transições em espessuras da transição


e larguras devem ser feitas
com uma inclinação não
superior a 1:2,5
fy < 690 MPa B 120 × 108 110
f y ≥ 690 MPa B’ 61 × 108 83

5.2  Metal-base e metal da


solda em emendas com
soldas de penetração total,
com a qualidade da solda
comprovada por ensaio
não destrutivo, havendo A partir de
transição de largura feita descontinuidades
CJP esmerilamento
com raio igual ou superior internas no metal
B 120 × 108 110
a 600 mm, com o ponto de da solda ou ao
R > 600mm
tangência na extremidade longo da face de
da solda de penetração. As fusão
soldas devem ser niveladas
com o metal-base por
meio de esmerilhamento
na direção das tensões
aplicadas

NÃO TEM VALOR NORMATIVO 37/53


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Tabela A.1 (continuação)


Constante Limiar Localização
Descrição Categoria A σTH potencial do Detalhes construtivos
MPa 3 MPa início da fratura

5.3  Metal-base e metal da


Projeto em Consulta Nacional

solda em emendas, juntas


em T ou juntas de canto,
A partir de
com soldas de penetração
descontinuidades
total, havendo transição de CJP
superficiais
espessura com inclinação
na transição
não superior a 1:2,5 ou sem
entre a solda e
transição de espessura, C 44 × 108 69
o metal-base, CJP com solda de reforço
quando o excesso de solda no local
estendendo-se
não for removido
no metal-base, ou
NOTA A fissuração na
ao longo da face
mesa do T pode ocorrer devido
de fusão
as tensões de flexão fora do
plano induzidas pelos vapores
do processo de soldagem.

A partir de
5.4  Metal-base e metal da
descontinuidades
solda em detalhes, onde
geométricas
as chapas carregadas
no pé do filete
são descontínuas e
de solda,
estão conectadas à outra
estendendo-se
chapa, normal à direção
C 44 × 108 69 no metal-base;
das tensões principais,
ou iniciando na
através de pares de soldas
raiz da solda
de filetes ou soldas de
sujeita à tração e
penetração parcial (em
estendendo-se,
lados opostos a esta
em seguida, pela
chapa)
solda

38/53 NÃO TEM VALOR NORMATIVO


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Tabela A.1 (continuação)


Seção 6 – Elementos soldados carregados transversalmente

Constante Limiar Localização


Descrição Categoria A σTH potencial do Detalhes construtivos
MPa 3 MPa início da fratura
Projeto em Consulta Nacional

6.1  Metal-base de um
componente solicitado
longitudinalmente em
um detalhe solicitado
transversalmente que
possui um raio R e se
vincula a ele por meio
de solda longitudinal, Próximo ao ponto
com terminação da solda de tangência do Filete ou penetração
parcial e total (PJP, CJP)
esmerilhada para obter raio na borda
concordância do componente
solicitado
R
longitudinalmente
R ≥ 600 mm B 120 × 108 110 Filete ou
ou no pé da solda PJP ou CJP

600 mm > R ≥ 150 mm C 44 × 108 69 na terminação


150 mm > R ≥ 50 mm D 22 × 108 48 da solda quando
50 mm > R E 11 × 108 31 a solda não for R
esmerilhada

Para qualquer raio de E 11 × 108 31


transição com a terminação
da solda não esmerilhada
NOTA Condição 6.2, 6.3 ou
6.4, a que for aplicável, deve
também ser verificada.

NÃO TEM VALOR NORMATIVO 39/53


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Tabela A.1 (continuação)


Constante Limiar Localização
Descrição Categoria A σTH potencial do Detalhes construtivos
MPa 3 MPa início da fratura

6.2  Metal-base em
Projeto em Consulta Nacional

um detalhe solicitado
transversalmente, que
incorpora um raio de
transição R e que se
vincula a um componente
solicitado longitudinalmente,
de mesma espessura,
através de solda
longitudinal de penetração
total, com a qualidade da
solda comprovada através
de ensaio não destrutivo, e
com a terminação da solda
CJP
esmerilhada para obter
t
concordância CJP
t

R
t
Quando o excesso de solda Próximo a pontos
R
for removido: de tangência
R ≥ 600 mm B 120 × 108 110 do raio ou da
Reforço sem remover
solda, ou na Reforço de solda removido
600 mm > R ≥ 150 mm C 44 × 108 69
face de fusão,
150 mm > R ≥ 50 mm D 22 × 108 48 no elemento
50 mm > R E 11 × 108 31 principal ou no
acessório

Quando o excesso de solda


não for removido: Na transição
R ≥ 600 mm. C 44 × 108 69 entre a solda e
o metal-base,
600 mm > R ≥ 150 mm C 44 × 108 69
podendo ser na
150 mm > R ≥ 50 mm D 22 × 108 48 borda da peça
50 mm > R E 11 × 108 31 principal ou no
acessório
NOTA A condição 6.1
também deve ser verificada.

40/53 NÃO TEM VALOR NORMATIVO


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Tabela A.1 (continuação)


Constante Limiar Localização
Descrição Categoria A σTH potencial do Detalhes construtivos
MPa 3 MPa início da fratura

6.3  Metal-base em
Projeto em Consulta Nacional

um detalhe solicitado
transversalmente, que
incorpora um raio de
transição R e que se
vincula a um componente
solicitado longitudinalmente,
de espessura diferente, Na transição
através de solda entre a solda e
longitudinal de penetração o metal-base na
t1
total, com a qualidade da borda do material CJP
solda comprovada através menos espesso t2
de ensaio não destrutivo, e Na terminação
com a terminação da solda R
da solda com
esmerilhada para obter menor raio de
concordância concordância Reforço de solda removido

Na transição
Quando o excesso de solda entre a solda e Reforço de solda sem remover
for removido: o metal-base na
R ≥ 50 mm D 22 × 108 48 borda do material
menos espesso
R < 50 mm E 11 × 108 31

Para qualquer raio R, E 11 × 108 31


quando o excesso de solda
não for removido
NOTA A condição 6.1
também deve ser verificada.

6.4  Metal-base em
um detalhe solicitado
transversalmente, que se
vincula a um componente filete ou
penetração
solicitado longitudinalmente Ver parcial (PJP)
ambos lados
através de solda condição
longitudinal de penetração 5.4
parcial ou solda longitudinal R
de filete
NOTA A condição 6.1
também deve ser verificada.

NÃO TEM VALOR NORMATIVO 41/53


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Tabela A.1 (continuação)


Seção 7 – Elementos soldados carregados longitudinalmente

Constante Limiar Localização


Descrição Categoria A σTH potencial do Detalhes construtivos
MPa 3 MPa início da fratura
Projeto em Consulta Nacional

7.1  Metal-base sujeito a


solicitação longitudinal,
em acessórios com
comprimento L no
sentido longitudinal e
espessura t, ligados por
soldas longitudinais ou L
transversais, de penetração
ou filete, quando o detalhe t
t
de transição do acessório t L
não possuir raio de No metal-
base, junto à L
transição:
terminação da
L < 50 mm C 44 × 108 69
solda
t
50 mm ≤ L ≤ 12t ou 100 mm D 22 × 108 48
L > 12t or 100 mm L

t < 25 mm E 11 × 108 31 L

t ≥ 25m m E’ 3,9 × 108 18


NOTA Ver condição
7.2  para conexões com
cantoneiras ou seções T
soldadas a chapas gusset ou
chapas de conexão.

42/53 NÃO TEM VALOR NORMATIVO


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Tabela A.1 (continuação)


Constante Limiar Localização
Descrição Categoria A σTH potencial do Detalhes construtivos
MPa 3 MPa início da fratura

7.2  Metal-base em
Projeto em Consulta Nacional

cantoneiras ou seção T
conectada a uma chapa
gusset ou chapa de ligação
por soldas longitudinais de
filete em ambos os lados
dos elementos conectados.
A amplitude da tensão de
L
fadiga deve ser calculada L
x
na área da seção efetiva cg
Na terminação
do elemento, , na qual e
da solda de filete
onde Ag é a seção bruta do E 11 × 108 31
em elementos L L
elemento, x é a distância cg x
conectados
do centroide do elemento
até a superfície do gusset
ou chapa de ligação e L é o
máximo comprimento dos
filetes longitudinais. O efeito
do momento devido às
excentricidades na conexão
deve ser ignorado na
determinação da amplitude
da tensão de fadiga

Seção 8 – Miscelâneas

Constante Limiar Localização


Descrição Categoria A σTH potencial do Detalhes construtivos
MPa 3 MPa início da fratura

8.1  Solda entre a nervura


∆f
e a laje – solda unilateral
com 80 % de penetração ≤ 0,02 ∆f
C 44 × 108 69 Ver figura ao lado
(mínimo 70 %), com
afastamento na raiz ≤ 0,5
mm antes da soldagem

8.2  Emenda da nervura


com solda – uma única
solda de penetração
de topo com cobrejunta
D 22 × 108 48 Ver figura ao lado
permanente em campo.
Afastamento para solda
∆f
maior que a espessura da
aba

NÃO TEM VALOR NORMATIVO 43/53


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Tabela A.1 (continuação)


Constante Limiar Localização
Descrição Categoria A σTH potencial do Detalhes construtivos
MPa 3 MPa início da fratura
Projeto em Consulta Nacional

8.3  Emenda na nervura


com parafusos – metal-
base na seção bruta de B 120 × 108 110 Ver figura ao lado
conexões parafusadas por
∆f
atrito ∆f

8.4  Emenda da chapa


de laje (no plano) - uma
∆f
única solda de penetração
D 22 × 108 48 Ver figura ao lado
de topo, transversal ou
longitudinal, com cobrejunta
permanente em campo

∆f
8.5  Solda entre a nervura
e a mesa – Parede da
nervura na região da solda 1
C 44 × 108 69 Ver figura ao lado
entre a nervura e a alma,
sendo a solda de filete ou ∆f
de penetração total
2

8.6  Solda entre a nervura


e a face – Alma do ∆f
enrijecedor na região da
C
solda entre a nervura e a 44 × 108 69 Ver figura ao lado
(Nota 1)
mesa, sendo a solda de filet
de, penetração parcial ou ∆f
de penetração total

8.7  Entalhe – metal-


base na borda com
acabamento suave
∆f
de corte por chama, A 250 × 108 165 Ver figura ao lado
∆f
satisfazendo os requisitos
da AASHTO/AWS D1.M/
D1.5

44/53 NÃO TEM VALOR NORMATIVO


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Tabela A.1 (continuação)


Constante Limiar Localização
Descrição Categoria A σTH potencial do Detalhes construtivos
MPa 3 MPa início da fratura

8.8  Parede da nervura


Projeto em Consulta Nacional

no entalhe – parede da
nervura na solda entre ∆f
a nervura e o pé, sendo C 44 × 108 69 Ver figura ao lado ∆f
a solda de filete, de
penetração parcial ou de
penetração total

∆f

8.9  Entre a nervura


e a chapa de laje no C 44 × 108 69 Ver figura ao lado
enrijecedor

Seção 9 – Miscelâneas

Constante Limiar Localização


Descrição Categoria A σTH potencial do Detalhes construtivos
MPa 3 MPa início da fratura

9.1  Metal-base em
conectores de cisalhamento
tipo pino com cabeça, No pé da solda
44 × 108 69
aplicados por processo no metal-base
automático de solda ou por
soldas de filete

9.2  Parafusos de alta


resistência sem protensão
inicial, parafusos comuns
e barras roscadas. Usar a
amplitude de tensão como
atuando na área tracionada Na raiz da rosca,
devido à ação conjunta da estendendo-se
carga móvel e do efeito de ao longo da área
alavanca (quando aplicável) tracionada

Para vida finita à fadiga E’ 3,9 × 108 N/A

Para vida infinita à fadiga D N/A 48

9.3  Conectores de
cisalhamento tipo pino Ruptura do
com cabeça, aplicados por 3,9 × 108 69 conector por
processo automático de cisalhamento
solda ou por soldas de filete

NÃO TEM VALOR NORMATIVO 45/53


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Anexo B
(normativo)

Durabilidade de componentes de aço frente à corrosão


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B.1 Uso de aços estruturais resistentes à corrosão atmosférica – Aços patináveis

B.1.1 Generalidades

Aços estruturais resistentes à corrosão atmosférica, também conhecidos como aços patináveis, são
aços que, sob condições adequadas de exposição, apresentam uma taxa de corrosão atmosférica
menor do que a observada para os aços estruturais comuns, a ponto de poderem ser utilizados sem
qualquer tipo de revestimento protetor e, ainda assim, atingir a vida útil de projeto (VUP) especificada.

Esta resistência à corrosão é devida à formação de uma película complexa de óxidos protetores,
conhecida como pátina, que atua como barreira e inibe a continuidade do processo de corrosão.

A pátina é desenvolvida somente se houver umedecimento e secagem alternados do aço e não é


desenvolvida em condições de contínuo umedecimento, onde houver exposição excessiva a cloretos,
ou, ainda, onde o nível de poluição atmosférica seja muito alto.

Embora a taxa de corrosão dos aços patináveis seja menor do que aquela observada para os aços
estruturais comuns, ela não pode ser ignorada. A taxa de corrosão é função do ambiente atmosférico,
em particular, do nível de poluentes, e também do microclima local - resultante do detalhamento do
projeto da estrutura.

B.1.2 Restrições de uso

Os aços patináveis não podem ser utilizados sem tratamento de proteção, nas seguintes situações:

●● Ambientes continuamente umedecidos. A pátina não é formada nessa condição, e o aço patinável,
corroerá de mesmo modo que um aço-carbono estrutural comum;

●● Em ambientes marinhos que contenham altas concentrações de íons cloreto ou deposição de


névoa salina. São ambientes atmosféricos cuja salinidade é classificada acima da categoria S2
da ISO 9223. São atmosferas em que a deposição de cloretos é superior a 300 mg.m-2.dia-1.
O procedimento de ensaio é descrito na ISO 9225:2012, Anexo A. Como regra geral, não se pode
utilizar aços patináveis não protegidos em ambientes localizados a distâncias inferiores a 3 km da
zona de arrebentação costeira;

●● Atmosferas que contenham concentrações extremas de agentes corrosivos ou gases industriais.


Nos casos onde houver dúvidas a respeito da classificação do nível de agressividade do ambiente,
deve-se recorrer, de mesmo modo, às ISO 9223 e ISO 9225. São consideradas atmosferas
agressivas aquelas descritas acima da classe P3 da ISO 9223, em que a concentração de SO2
é superior a 250 μg.m-3 (ou 200 mg.m-2.dia-1).

●● Quando o aço é enterrado no solo;

●● Onde a altura livre da estrutura de aço sobre a água for menor do que 2,5 m.

46/53 NÃO TEM VALOR NORMATIVO


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Se as restrições acima forem aplicadas somente a partes da estrutura, os aços patináveis podem ser
utilizados, desde que seja aplicada proteção nas partes específicas da estrutura.

B.1.3 Sobre-espessura

Para atender ao consumo de aço necessário à formação da pátina ao longo da VUP da estrutura,
Projeto em Consulta Nacional

uma sobre-espessura metálica deve ser considerada para cada face exposta da estrutura, conforme
Tabela B.1.

Tabela B.1 – Sobre-espessura de acordo com ambientes atmosféricos


Classificação do Classificação dos Sobre-espessura
ambiente atmosférico ambientes, para fins recomendada para cada
(ISO 9223) deste Anexo face exposta
C1, C2 0,3 mm
Pouco agressivos
C3 0,5 mm
C4, C5 Muito agressivos 1,0 mm

B.1.4 Detalhamento

As seguintes recomendações são apropriadas para o detalhamento de pontes confeccionadas em


aços patináveis:

●● eliminar pontos de acúmulo de água e detritos e providencie boa ventilação;

●● garantir bom acesso à inspeção, monitoramento e limpeza;

●● empregar pintura em regiões localizadas, sujeitas a alguma condição severa;

●● onde houver uma junta de dilatação, garantir bom acesso ao local e que um sistema de drenagem
eficiente seja projetado, de modo que as águas drenadas não caiam sobre os componentes de aço;

●● evitar frestas, como: juntas sobrepostas ou soldas descontínuas, por onde a água possa adentrar
por ação capilar e a ferrugem ser desenvolvida;

●● garantir que a água, inclusive a condensada, não forme goteiras localizadas. Isto causa pites na
seção metálica;

●● providenciar calhas para recolher o gotejamento ou defletir a água;

●● tubos de descarga, não metálicos, que saem do tabuleiro, devem possuir comprimento suficiente
para garantir que a água descartada não espirre em estruturas de aço adjacentes.

B.1.5 Acabamento superficial

Para a obtenção de uma aparência uniforme da pátina futura, recomenda-se a remoção da carepa de
laminação e dos contaminantes por intermédio de jateamento abrasivo, no padrão mínimo Sa 2, de
acordo com a ISO 8501-1.

NÃO TEM VALOR NORMATIVO 47/53


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B.1.6 Construção

A concretagem da laje (e eventual uso de argamassas expansivas - graute) deve ser feita com cuidado,
pois pode afetar irreversivelmente a formação da camada de óxidos protetores. Nestes casos, pode-se
recorrer a um novo jateamento abrasivo comercial da parte afetada da estrutura após o término dos
trabalhos de concretagem.
Projeto em Consulta Nacional

Durante a construção, os apoios devem ser protegidos do manchamento causado pela formação
inicial da pátina, protegendo-os com películas poliméricas, até a inspeção final de construção.

B.1.7 Inspeção e monitoramento

●● Desenhos como construído devem mostrar locais vulneráveis e trazer medidas iniciais das espes-
suras de aço em locais específicos, bem demarcados;

●● A inspeção visual de áreas críticas deve ser feita em intervalos inferiores a dois anos; medidas
de espessura devem ser feitas em intervalos de seis em seis anos. Se, após 18 anos, o valor
projetado para a perda de seção para a VUP exceder a sobre-espessura original incorporada no
projeto, então um sistema de proteção deve ser introduzido no tempo apropriado;

●● Os inspetores responsáveis pela averiguação das condições das superfícies ao longo da exposição
devem ser capazes de distinguir entre um revestimento aderente de ferrugem, bem formado, que
se apresenta como um revestimento aderente, de um revestimento granular, contendo escamas
que são liberadas facilmente – o que é sinal de perigo. A superfície pode estar empoeirada nos
primeiros estágios do desenvolvimento da pátina e isto é aceitável.

B.1.8 Rotina de manutenção

As superfícies contaminadas com sujeiras ou detritos variados devem ser periodicamente limpas,
onde possível, através da lavagem com água potável, utilizando equipamentos comuns, de baixa
pressão, tomando o cuidado de não destruir a pátina formada.

Qualquer vegetação que possa se fixar em qualquer ponto da estrutura deve ser retirada, pois ela
manterá o aço úmido, impedindo a formação da pátina.

O sistema de drenagem deve ser limpo regularmente. Qualquer vazamento deve ser rastreado até
sua fonte, e o sistema de drenagem ou junta de dilatação responsável pelo vazamento deve ser repa-
rado ou substituído.

Se houver indícios de acúmulo de bolsões de ferrugem em frestas de juntas parafusadas, as bordas


da junta devem ser seladas com selante apropriado.

Medidas corretivas incluem o jateamento abrasivo para remover a pátina e a pintura das partes afeta-
das ou de toda a estrutura da ponte, com um sistema adequado.

B.2 Proteção com pintura

B.2.1 Generalidades
As especificações de pintura aplicáveis às estruturas de aço estão descritas na ISO 12944-5.

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É importante ressaltar que o desempenho de um sistema de pintura depende da qualidade da limpeza


prévia do substrato, da qualidade de aplicação das tintas e da qualidade das tintas. Cada estágio deve
ser atendido de acordo com os requisitos existentes na especificação e de acordo com as informações
fornecidas pelo fabricante das tintas.

B.2.2 Preparo de superfície


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A superfície do aço deve ser preparada adequadamente antes da aplicação de qualquer revestimento.
O desempenho do revestimento é significativamente influenciado por variáveis, que incluem: aderên-
cia, limpeza, perfil de rugosidade, preparo da superfície nos locais das soldas e arestas.

B.2.3 O sistema de pintura

Os sistemas de proteção por pintura consistem, usualmente na aplicação sequencial de tintas aplica-
das diretamente sobre substrato previamente preparado, ou, em sistemas dúplex, sobre revestimen-
tos metálicos também preparados.

Convencionalmente, os sistemas de pintura consistem em uma tinta de fundo, tinta intermediária


e acabamento. As especificações de pintura modernas para pontes compreendem as três camadas,
e cada camada possui uma função específica.

As tintas de fundo e intermediária costumam ser aplicadas ainda no fabricante de estruturas. Áreas
não tratadas, como as regiões das ligações e de soldas de campo devem ser levadas às mesmas
condições daquelas partes protegidas no fabricante, antes da aplicação do acabamento.

Demãos adicionais de tinta podem ser aplicadas localmente, na região das soldas, parafusos e arestas
externas. Sua função é constituir uma espessura satisfatória nas arestas, onde, por tensão superficial,
a espessura da camada é, naturalmente, menor. A especificação deve indicar o número de demãos
necessárias e onde elas devem ser aplicadas.

As várias camadas sobrepostas de um sistema de pintura devem, naturalmente, apresentar com-


patibilidade entre si. Todas as tintas que compreendem o sistema devem ser do mesmo fabricante.
As tintas devem, adicionalmente, ser utilizadas de acordo com as recomendações do fabricante.

A espessura do revestimento, tanto a espessura total quanto a espessura de cada camada individual,
é fator importante no desempenho do revestimento. As especificações apresentam, em geral, uma
espessura de película seca mínima, embora elas usualmente também limitem a espessura em um
máximo. A aplicação de excesso de tinta pode resultar na formação de altas tensões internas na
película, causando a falha prematura do sistema.

O método de aplicação e as condições sob as quais as tintas são aplicadas têm efeito significativo
sobre a qualidade e durabilidade do revestimento. Os métodos padronizados utilizados para aplicar
tintas às pontes de aço incluem pincel, rolo, pistola convencional, pistola HVLP, pistola de pulverização
de alta pressão e pistola de alta pressão assistida.

É essencial que todos os estágios, desde o preparo da superfície até a aplicação da última camada de
tinta, incluindo os retoques, sejam inspecionados por um inspetor de pintura qualificado. O processo
de pintura é muito importante para que se atinja o desempenho esperado ao longo do tempo, para
garantir que a estrutura foi tratada de acordo com a especificação original e que os procedimentos
recomendados pelo fabricante de tintas sejam atendidos.

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B.3 Galvanização por imersão a quente de componentes estruturais

B.3.1 Generalidades

O processo de galvanização por imersão a quente envolve a formação de uma camada impermeável
de zinco, unida firmemente ao substrato metálico através da formação de compostos intermetálicos.
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Isto é atingido pela imersão do aço no banho de zinco líquido.

B.3.2 Espessura da camada

As espessuras de camadas são descritas na ABNT NBR 6323. O valor mínimo, típico, para vigas de
pontes é de 85 μm.

Espessuras maiores podem ser produzidas por um dos seguintes processos:

●● Aumento da rugosidade do substrato: este é o método mais comum para atingir espessuras
maiores, O jateamento abrasivo comercial, antes da imersão do aço, utilizando granalha angular
(grit), torna a superfície de contato com o zinco maior e mais rugosa. De modo geral, isto aumenta a
massa de zinco por unidade de área do revestimento em até 50%. Revestimentos com espessuras
maiores do que aqueles especificados pela ABNT NBR 6323 devem ser especificados somente
após consulta ao galvanizador;

●● Utilização de aços reativos: uma camada de revestimento de zinco mais espessa será obtida
se o componente a ser galvanizado for confeccionado em aço reativo. Os constituintes do aço
que têm grande influência sobre a reação ferro/zinco são o silício e o fósforo. O silício altera a
composição das camadas zinco-ferro, de modo que elas continuam a crescer com o tempo e a
taxa de crescimento não diminui conforme a camada se torna mais espessa. De mesmo modo
que no caso citado acima, a especificação destes aços deve ser feita somente após consulta ao
galvanizador.

B.3.3 Soldando aços galvanizados

Soldas podem ser feitas em aços previamente galvanizados por imersão a quente. As propriedades
mecânicas dos aços são, como regra, idênticos aos de aços estruturais não protegidos. Recomenda-
se remover o zinco depositado nas faces onde ocorrerá a fusão.

B.3.4 Pintando aços galvanizados

Em muitas aplicações, a galvanização por imersão a quente é utilizada sem qualquer tipo de proteção
adicional. Entretanto, com o intuito de propiciar uma durabilidade extra, ou onde exista uma exigência
de ordem arquitetônica, a pintura pode ser aplicada sobre o zinco. A combinação de proteção oferecida
pelo zinco com proteção oferecida pela pintura é chamada de revestimento dúplex. Quando se aplica
tinta ao revestimento galvanizado, certos cuidados devem ser tomados no preparo de superfície
do zinco, para garantir boa aderência da tinta. São várias as medidas que podem ser adotadas,
como o jateamento abrasivo leve e cuidadoso (brush off), decapagem leve (com ácidos fracos e
diluídos) ou intemperismo natural. Além disso, a tinta de fundo usualmente utilizada nestes casos é o
epóxi-isocianato, que possui excelente compatibilidade com substratos não ferrosos. Para o preparo
da superfície, consultar a ABNT NBR 10253 e, para execução do sistema de pintura em estruturas de
pontes, consultar a ABNT NBR 11297.

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B.3.5 Renovação da camada danificada de revestimento

Pequenas áreas de revestimento podem sofrer danos durante a construção e através de operações
de corte ou soldagem realizadas em campo. A proteção adequada frente à corrosão deve ser atingida
em qualquer área danificada desde que uma massa de zinco equivalente àquela danificada seja
depositada. Deve-se recorrer à ABNT NBR 6323 para mais detalhes.
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B.3.6 Detalhamento de componentes para a galvanização

O bom detalhamento para a galvanização prevê:

●● Meios para acesso e drenagem dos líquidos utilizados no processo de galvanização (incluindo o
zinco);

●● Meios para a ventilação de compartimentos internos.

Este último ponto não pode ser motivo de impedimento no detalhamento. O perigo de não se pro-
videnciar ventilação adequada para itens como tubos selados é que estes podem explodir durante
a imersão no banho de zinco aquecido.

B.3.7 Distorções

A liberação de tensões inerentes do aço, introduzidas pela soldagem, trabalho a frio, aplainamento,
furação por puncionamento etc., durante o processo de galvanização, pode levar à distorção do com-
ponente fabricado.

Deve-se trabalhar ainda na fase de projeto como modo de minimizar a ocorrência das tensões residuais:

●● evitar chapas finas contendo enrijecedores;

●● disponha os cordões de solda simetricamente. A dimensão do cordão deve ser mantida em um


mínimo;

●● evitar grandes mudanças de seções transversais que possam aumentar a distorção e a liberação
de tensões térmicas durante a galvanização.

B.4 Parafusos, porcas e arruelas


As superfícies expostas de parafusos, porcas e arruelas necessitam de proteção, do mesmo modo que
os componentes de aço em geral compatíveis com o sistema de proteção adotado. A especificação
de revestimentos para curtos períodos de tempo antes da pintura final pode ser adotada, porém os
revestimentos eletrodepositados não são recomendados.

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Anexo C
(normativo)

Limites de deslocamentos
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Os valores dos deslocamentos-limites para o caso de pontes são:

—— L/800, sendo L o vão entre eixos de apoios da ponte ou viaduto. No caso de existir passagem de
pedestres na ponte, este valor é reduzido para o limite de L/1.000;

—— no caso de balanços, o valor é de L/300 e com passagem de pedestres de L/375;

—— para a verificação dos estados-limites de deslocamento vertical, devem ser utilizadas as


combinações de serviço especificadas em 6.4.5, considerando a carga móvel rodoviária padrão
sem os fatores de majoração.

Os valores de contraflecha, quando existentes, podem ser considerados na verificação dos


estados-limites de serviço, sendo o valor de contraflecha aplicado à estrutura, limitado ao valor dos
deslocamentos verticais decorrentes das ações permanentes sem os fatores de majoração.

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Bibliografia

[1]  AASHTO LRFD-8, Bridge design specifications, 8th Edition, 2017.


Projeto em Consulta Nacional

[2]  EN 1992-2 Eurocode 2, Design of concrete structures ‒ Part 2: Concrete bridges

[3]  EN 1993-2 Eurocode 3, Design of steel structures ‒ Part 2: Steel bridges

[4]  EN 1994-2 Eurocode 4, Design of composite steel and concrete structures ‒ Part 2: General rules
and rules for bridges.

[5]  necco, C., Mariano, R. e Fernandes, F., Tratamento de Superfície e Pintura . Série Manual de
Construção em Aço , Centro Brasileiro de Construção em Aço (CBCA), Rio de Janeiro, 2003.

[6]  Pannoni, F. D., Princípios da Proteção de Estruturas Metálicas em Situação de Corrosão e


Incêndio , 6ª edição, Gerdau Aços Brasil, São Paulo, 2015.

[7]  Pannoni, F. D., Projeto e Durabilidade . Série Manual da Construção em Aço , Centro Brasileiro
da Construção em Aço (CBCA), Rio de Janeiro, 2009.

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