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Uma publicação da Igreja Batista da Lagoinha

Edição Agosto/2008

Gerência de Comunicação

Ana Paula Costa

Transcrição:

Marilene Rocha

Copidesque:

Jussara Fonseca

Revisão:

Adriana Santos

Capa e Diagramação:

Luciano Buchacra
1ª Parte

Seja uma
bênção

“Ora, disse o Senhor a Abrão: Sai da tua terra, da


tua parentela e da casa de teu pai e vai para a terra que
te mostrarei; de ti farei uma grande nação, e te aben-
çoarei, e te engrandecerei o nome. Sê tu uma bênção!
Abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os
que te amaldiçoarem; em ti serão benditas todas as
famílias da terra. Partiu, pois, Abrão, como lho orde-
nara o Senhor, e Ló foi com ele. Tinha Abrão setenta e
cinco anos quando saiu de Harã. Levou Abrão consigo
a Sarai, sua mulher, e a Ló, filho de seu irmão, e todos
os bens que haviam adquirido, e as pessoas que lhes

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acresceram em Harã. Partiram para a terra de Canaã;
e lá chegaram. Atravessou Abrão a terra até Siquém,
até ao carvalho de Moré. Nesse tempo os cananeus
habitavam essa terra. Apareceu o Senhor a Abrão e
lhe disse: Darei à tua descendência esta terra. Ali edifi-
cou Abrão um altar ao Senhor, que lhe aparecera. Pas-
sando dali para o monte ao oriente de Betel, armou a
sua tenda, ficando Betel ao ocidente e Ai ao oriente;
ali edificou um altar ao Senhor e invocou o nome do
Senhor. Depois, seguiu Abrão dali, indo sempre para
o Neguebe. Havia fome naquela terra; desceu, pois,
Abrão ao Egito, para aí ficar, porquanto era grande a
fome na terra. Quando se aproximava do Egito, quase
ao entrar, disse a Sarai, sua mulher: Ora, bem sei que
és mulher de formosa aparência; os egípcios, quan-
do te virem, vão dizer: É a mulher dele e me matarão,
deixando-te com vida. Dize, pois, que és minha irmã,
para que me considerem por amor de ti e, por tua cau-
sa, me conservem a vida. Tendo Abrão entrado no Egi-
to, viram os egípcios que a mulher era sobremaneira
formosa. Viram-na os príncipes de Faraó e gabaram-
na junto dele; e a mulher foi levada para a casa de Fa-
raó. Este, por causa dela, tratou bem a Abrão, o qual
veio a ter ovelhas, bois, jumentos, escravos e escravas,
jumentas e camelos. Porém o Senhor puniu Faraó e a
sua casa com grandes pragas, por causa de Sarai, mu-
lher de Abrão. Chamou, pois, Faraó a Abrão e lhe disse:
Que é isso que me fizeste? Por que não me disseste que

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era ela tua mulher? E me disseste ser tua irmã? Por isso,
a tomei para ser minha mulher. Agora, pois, eis a tua
mulher, toma-a e vai-te. E Faraó deu ordens aos seus
homens a respeito dele; e acompanharam-no, a ele, a
sua mulher e a tudo que possuía.” (Gênesis 12.1-20).

Uma comunidade terapêutica


Temos muitos sonhos em nosso coração, mas
conforme a Palavra de Deus afirma, fazemos muitos
planos, mas a resposta certa vem de Deus (Provér-
bios 16.1).
Quando realmente colocamos nossa vida den-
tro do querer e da vontade de Deus, o Pai, podemos
ver a realidade do cumprimento de nosso sonho,
pois está escrito: “Agrada-te do Senhor, e ele satisfará
os desejos do teu coração.” (Salmo 37.4).
Os três primeiros versículos de Gênesis 12 não se
referem apenas a Abraão, há neles uma mensagem
contextualizada para nossa vida. Abraão é também
um simbolismo das gerações futuras, de você e de
mim.
“Ora, disse o Senhor a Abrão: Sai da tua terra, da
tua parentela e da casa de teu pai e vai para a terra
que te mostrarei; de ti farei uma grande nação, e te
abençoarei, e te engrandecerei o nome. Sê tu uma
bênção!” (Gênesis 12.1-2).
A maioria das pessoas quer ser abençoada, mas
nem todas querem abençoar outras. Somos aben-

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çoados para sermos bênçãos onde estivermos. Você
foi chamado por Deus para cumprir esta gloriosa
missão.
Você é uma bênção porque Deus diz que você
é. Você tem o que a Bíblia diz que você tem. Você
pode o que a Bíblia diz que você pode. E, na Bíblia,
Deus diz: “Sê tu uma bênção.” E poder abençoar al-
guém é um privilégio que Deus nos concedeu.
Deus quer curar as pessoas por nosso intermédio.
Estamos vivendo um período em que as pessoas vão
para a igreja como se ali estivesse a última esperança
delas. Pessoas com todos os tipos de problemas, com
casamentos destruídos, com sérios problemas emo-
cionais, marcadas pela solidão, pela ansiedade, pela
culpa, pela escravidão e pelo abandono. Elas sofrem
profundamente na alma e isso lhes afeta até o corpo.
E Jesus é a única resposta para todo este tormento.
As pessoas chegam famintas às igrejas. Famintas de
amor, de carinho, de atenção, de cura, de perdão. Elas
estão famintas de Deus. Elas estão vazias, porque no
mundo a indiferença e a frieza têm dominado o cora-
ção das pessoas. Mas na Igreja do Senhor isso tem de
ser diferente, porque o governo ali pertence a Jesus. A
Igreja de Jesus precisa ser uma comunidade terapêu-
tica de onde emane cura, levando alento para alma,
que tenha carinho e que promova a vida.
Temos de amar essas pessoas, porque a maio-
ria está com a vida totalmente desequilibrada. É o

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marido que saiu de casa e já está no segundo ou
no terceiro casamento; é a esposa que abandonou
o esposo e também já se casou mais de uma vez.
Quantas mulheres chegam às igrejas com o coração
ferido por traições de diversos níveis. Quantas pes-
soas estão marcadas pelo desespero. Nós, a Igreja
do Senhor, fomos chamados para ser uma igreja de
cura. Uma igreja que possa, realmente, levar a gra-
ça do Senhor de maneira intensa ao coração dessas
pessoas. Potencialmente, a igreja tem tudo de que
as pessoas precisam para ser plenamente felizes.
Elas precisam de Jesus. É a partir do encontro ver-
dadeiro com o Filho de Deus que todas as outras
coisas acontecem. É a entrega pessoal a Jesus que
permite Deus agir em nossa vida e, em nome de
Jesus, passamos ter livre acesso ao Pai. Mas temos
de ser estes facilitadores para levá-las a Jesus. Te-
mos de ser abençoadores que as ajudam quando
entram destruídas na igreja, temos de ajudá-las no
crescimento em Cristo.
Normalmente, as pessoas vão aos psiquiatras e
aos psicólogos, porque elas estão sedentas de amor
e aceitação. Toda a humanidade é faminta de amor
e aceitação. Nós precisamos disso porque fomos
criados pelo Deus que é amor. E a Igreja de Jesus é
expressão do amor de Deus. Por isso a igreja deve
ser o lugar onde qualquer pessoa que entrar sinta-
se envolvida por esse amor.

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“Como suspira a corça pelas correntes das águas, as-
sim, por ti, ó Deus, suspira a minha alma. A minha alma
tem sede de Deus, do Deus vivo [...]” (Salmo 42.1-2).
Não podemos nos acostumar com as mazelas
dos nossos semelhantes a ponto de nem nos im-
portarmos com eles. Não podemos ver os miserá-
veis e considerá-los lixos da sociedade. Temos de ter
um coração amoroso e nos compadecermos deles,
porque foi por eles também que Jesus morreu na
cruz do Calvário.
Deus não nos criou para endurecermos nosso
coração a ponto de atravessarmos uma rua apenas
para ficarmos bem distantes de alguém que precisa
de nossa ajuda. Não somos e não podemos ser uma
igreja indiferente com a dor, com o sofrimento, com
a lágrima, com o desespero e com o abandono das
pessoas. Pelo contrário, precisamos ser aqueles que
estão sempre com os braços abertos para todos que
quiserem se achegar a nós e encontrar Jesus.

Metamorfose
Muitas vezes, existem pessoas sofrendo ao seu
lado, mas você nem está percebendo. Pode ser
aquelas que trabalham na mesma empresa, ou na
sua escola e, de repente, aquela pessoa desapa-
rece. Mas você só vai dar falta dela muito tempo
depois. Então, chega a notícia de que ela faleceu.
São situações muito tristes. Devemos nos importar

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com as pessoas e abençoá-las. A melhor maneira de
abençoar alguém é lhe falando de Jesus, depois, é
expressando com palavras e com atitudes o amor
de Deus que habita em nós:
“Nós sabemos que já passamos da morte para a
vida, porque amamos os irmãos; aquele que não ama
permanece na morte. Todo aquele que odeia a seu
irmão é assassino; ora, vós sabeis que todo assassino
não tem a vida eterna permanente em si. Nisto conhe-
cemos o amor: que Cristo deu a sua vida por nós; e de-
vemos dar nossa vida pelos irmãos. Ora, aquele que
possuir recursos deste mundo, e vir a seu irmão pa-
decer necessidade, e fechar-lhe o seu coração, como
pode permanecer nele o amor de Deus? Filhinhos, não
amemos de palavra, nem de língua, mas de fato e de
verdade.” (1 João 3.14-18).
A Palavra de Deus no Salmo 19, versículo de
número 7 diz: “A lei do Senhor é perfeita e restaura
a alma; o testemunho do Senhor é fiel e dá sabedoria
aos símplices.” Temos de ter intimidade com a Pala-
vra de Deus, conhecer seus mandamentos para que
saibamos conduzir as pessoas convenientemente
nos caminhos do Senhor. Conhecer a Bíblia é fun-
damental para que tenhamos condições de ajudar
aqueles que ainda estão novinhos na fé. O conhe-
cimentos dos princípios de Deus e amor dele em
nosso coração é chave para sermos instrumentos
de bênção e cura nas mãos de Deus.

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A presença de Deus no meio da Igreja de Jesus
precisa fluir para curar o emocional das pessoas,
para curar os problemas físicos, para levá-las à
vida abundante que Cristo tem para quem o rece-
be como Senhor e Salvador. E a maravilhosa pre-
sença de Deus em nós promove a cura mediante
o nome de Jesus, mediante a nossa fé no Filho
de Deus. A igreja é um local de cura porque ali
se ministra a Palavra de Deus, a fé em Jesus Cris-
to e o poder que emana do seu nome. E quando
uma pessoa vem para Jesus, tudo se faz novo em
sua vida (2 Coríntios 5.17), por isso, precisamos
nos dispor a caminhar juntos, principalmente nos
primeiros passos desta nova caminhada. Os rela-
cionamentos afetivos e sinceros, fundamentados
nos princípios bíblicos são maneiras eficazes de
demonstrar o amor de Deus que “é derramado em
nosso coração pelo Espírito Santo, que nos foi ou-
torgado.” (Romanos 5.5).
Quando você veio para Jesus, muitas coisas
aconteceram na sua vida, você foi transformado em
uma nova criatura. Não foi apenas uma mudança de
religião ou de igreja. A sua vida é que foi mudada. É
como o processo de nascimento de uma borboleta.
Você era como uma lagarta e rastejava. Entretanto,
há um momento quando a lagarta pára de rastejar e
transforma-se em uma crisálida e, daquela crisálida,
nasce uma linda borboleta.

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Toda lagarta pode virar uma linda borboleta. Um
ser que rastejava é agora uma linda criatura que voa
livre, enfeitando ainda mais a natureza divina.
Deus promove essa metamorfose em nós. A Bí-
blia afirma que o mesmo amor de Deus foi derrama-
do em nosso coração pelo Espírito Santo.
“Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu
o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pere-
ça, mas tenha a vida eterna.” (João 3.16). É com a mesma
intensidade e característica desse amor que devemos
amar as pessoas, porque Cristo habita em você.
Se você já é salvo, você tem esse amor em você.
O grande problema é que nós aprendemos a amar
mediante condições. Amamos se e não apesar de,
como Deus nos ama. Premiamos os vencedores,
contudo o pódio de Deus é diferente. O prêmio não
é apenas para aquele que chega em primeiro lugar.
Deus não está interessado que todos cheguem em
primeiro lugar. Deus quer que a pessoa chegue, ain-
da que seja por último. Isso é bem diferente. O im-
portante é chegar, não importa se em primeiro ou
em ultimo lugar. O importante é estar lá, é cumprir
a jornada. Paulo cita isso de maneira bastante clara:
“prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vo-
cação de Deus em Cristo Jesus.” (Filipenses 3.14). Mas
o melhor é que cheguemos ao pódio de Deus o
quanto antes, porque isso é um tesouro inigualável.
Alguém passa a largo ao ver um tesouro?

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“O reino dos céus é semelhante a um tesouro ocul-
to no campo, o qual certo homem, tendo-o achado,
escondeu. E, transbordante de alegria, vai, vende tudo
o que tem e compra aquele campo.” (Mateus 13.44).
O amor condicional diz: “eu amo, se...” “Eu amo
quando...” “Eu amo porque...” Isso é amor de troca-troca.
Mas o amor que está dentro do seu coração, é o amor
do próprio Deus e esse amor é incondicional.

O amor cura
Eu tive um colega pastor, um homem muito pre-
cioso, que já está na glória. Esse colega tinha uma
filha muito linda. Ela foi estudar nos Estados Unidos
e ficou alguns anos por lá.
Quando ela estava para voltar, o coração daque-
le pastor estava ansioso para receber a filha de volta.
A família preparou uma linda festa para recebê-la.
No aeroporto internacional, você não vê as pessoas
chegando, porque elas desembarcam em local fe-
chado. Você só vê a pessoa quando a porta se abre
para ela sair, fechando rapidamente em seguida.
Do lado de fora, a família esperava a volta da
filha. A moça havia engordado muitos quilos, e ao
revê-la, naquele instante, o pai teve um impacto
muito forte e disse para si mesmo: “Esta não foi a
filha que eu mandei para os Estados Unidos...” Ele não
conseguia aceitá-la. O amor dele não era o amor in-
condicional.

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Quando chegaram em casa, trataram logo de
tirar da geladeira todos os potes de sorvetes, acaba-
ram com todos os bombons e passaram a policiar a
moça de todas as maneiras. Não faz isso... Não coma
aquilo e aquilo outro... E a moça continuava engor-
dando.
Um dia, ele estava em seu gabinete orando e
reconheceu o seu pecado. Ele percebeu que esta-
va amando a filha com um amor condicional. Ele
queria apresentar sua filha para os outros, e achava
que as pessoas iriam ridicularizá-la. Mas ele mesmo
a amava apenas com o amor condicional. Em seu in-
terior ele não se conformava: “Filha, por que você fez
isso comigo? Por quê? Por que você ficou feia, assim?”
Então, reconhecendo o quanto errara e com o
coração quebrantado, ele chamou a filha e em lágri-
mas e disse: “Filha, me perdoe”.
Abraçado à filha, ele chorava e perdia perdão. No
momento em que ele começou a liberar o amor que já
existia no seu coração, mas que havia sido deturpado,
o amor incondicional – o amor de Deus – começou a
fluir dele para sua filha. Depois ele comprou muitos
potes de sorvetes e muitos chocolates. Não havia mais
pressões em casa. E aquela moça, sem se sentir acua-
da e acusada, começou a emagrecer. Ela emagreceu e
voltou a ter o corpo de antes.
A maior força que existe no mundo não é o ódio,
mas sim o amor. O amor de Deus. Não pense que em

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seu coração, hoje, há um outro tipo de amor, não. A
Palavra de Deus diz que “o amor de Deus é derrama-
do em nosso coração pelo Espírito Santo, que nos foi
outorgado.” (Romanos 5.5). Ou seja, nos foi dado. O
amor não é somente sublime, porque Deus é práti-
co, e nós temos de trazer essa praticidade para nos-
sa vida. Deus quer usar os nossos relacionamentos
para, em nome de Jesus, curar as pessoas.
Devemos agir de maneira diferente à do mun-
do. Normalmente, as pessoas se abraçam, mas nem
sempre com boas intenções ou apenas como um
mero cumprimento. Mas o nosso abraço tem de ser
fraternal, tem de ser a expressão viva do amor de
Deus. E o amor de Deus é divino e prático. Ele nos
ama como estamos, mas esse amor nos transforma
em novas criaturas; nós nos tornamos seus filhos.
Que privilégio. Deus cuida de cada um de nós dia-
riamente. Que você seja este poderoso instrumento
de amor e bênção nas mãos de Deus para abençoar
muitas pessoas.

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2ª Parte

Três aspectos
importantes

E xistem três aspectos práticos para que real-


mente a igreja seja um lugar de cura. São sim-
ples, mas fundamentais. Vamos, nesta segunda par-
te, ver cada um deles.

Aceitação
Aceitação é este amor incondicional. A igreja
deve sempre acolher as pessoas pelo que elas são.
Não podemos aceitar as pessoas pelo que elas fa-
zem ou pelo que têm. Na igreja não podemos se-
parar as pessoas por títulos: doutor, advogado, mé-

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dico... ou jardineiro, faxineiro... Na igreja, não pode
existir uma pessoa mais importante do que a outra.
Somos todos irmãos em Cristo Jesus.
Na igreja, você e cada um que ali está, é a pes-
soa mais importante na reunião. Isso é aceitação. E,
quantas vezes, tudo o que uma pessoa está preci-
sando é simplesmente de ser aceita?
Não podemos rotular Deus em regras humanas.
Nossos princípios têm de ser os de Deus, porque se-
não vamos impor pesos que as pessoas não serão
capazes de carregar. O amor de Deus sempre vai
nos acolher como estamos, contudo, à medida que
vamos conhecendo o caráter do nosso Pai, vamos
também aprendendo a viver de acordo com as suas
Leis, que não são pesadas. Jesus disse:
“Vinde a mim, todos os que estais cansados e so-
brecarregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o
meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e
humilde de coração; e achareis descanso para a vos-
sa alma. Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é
leve.” (Mateus 11.28-30 – grifo do autor).
Não é fácil aceitar as pessoas como elas são,
e isso vale também em relação a nós. Será que
somos pessoas fáceis de ser aceitas? Contudo, se
Jesus estiver no centro da nossa vontade, tudo
ficará mais fácil, pois, assim como o apóstolo Pau-
lo, seremos capazes de dizer e agir conforme a
declaração:

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“Logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em
mim; e esse viver que, agora, tenho na carne, vivo pela
fé no Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se en-
tregou por mim.” (Gálatas 2.20).
Esse maravilhoso amor cresce em nós à medi-
da que conhecemos mais o Senhor e permitimos
que Ele nos molde para sermos instrumentos de
bênçãos em suas mãos. A Igreja de Jesus tem de
ser um rio que leva a cura de Deus para as pessoas,
mas isso somente acontecerá quando cada irmão
deixar o amor de Deus fluir do seu interior como
rios de água viva, pois Jesus disse: “Quem crer em
mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios
de água viva.” (João 7.38).
“E também faço esta oração: que o vosso amor au-
mente mais e mais em pleno conhecimento e toda a
percepção.” (Filipenses 1.9).
Muitas pessoas me pedem para orar por elas. En-
tretanto, nenhuma pessoa me pediu oração para que
o amor dentro dela aumentasse. Eu faço, também, esta
oração, “que o seu amor aumente mais e mais em pleno
conhecimento e toda percepção” (Filipenses 1.19).
Infelizmente, não são poucas as vezes em que
nós temos um amor egoísta. Nós amamos a nós
mesmos. Por isso é que Jesus disse: “Se alguém quer
vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e
siga-me.” (Mateus 16.24). Não coloque você em pri-
meiro lugar. O amor de Deus é inesgotável!

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E também faço esta oração: “Que o vosso amor
aumente mais e mais em pleno conhecimento e toda
percepção.” Assim como o amor, a percepção deve
crescer mais e mais, pois ela é a capacidade de per-
ceber a necessidade do outro. A pessoa que se as-
senta ao seu lado na igreja não é como uma coluna
fria, feita de concreto, cimento e ferro. A pessoa que
está do seu lado tem sentimentos, sonhos, alegrias,
frustrações... E se você não tiver percepção dessa
pessoa, dificilmente a ajudará.
Quantas vezes, no louvor, você está em pé, pu-
lando e se alegrando, mas a pessoa que está do
seu lado está com os braços cruzados e com a face
fechada? Não precisa nem de percepção. Alguma
coisa está acontecendo com ela. Mas, muitas vezes,
tem uma pessoa que está pulando também ao seu
lado, mas o coração dela está chorando por dentro.
Outras vezes, pode ser você que esteja chorando
por dentro e precisa de alguém que o perceba.
Aceitação é você começar a entender que ser
membro da igreja não é só apenas se assentar no
banco da igreja. Aceitação é você ter o compromis-
so com Deus e com a pessoa que está ao seu lado.
Não fique olhando só a nuca do outro que está
à sua frente, olhe para o seu rosto e deixe que ele
também o veja. Você pode olhar nos olhos do seu
irmão e perceber que ele necessita do amor de
Deus para uma questão específica. Você não sabe o

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que é, mas se disponha e Deus agirá. Em sua grande
maioria, a pessoa está angustiada, deprimida, cho-
rando, sofrendo e desesperada. Nós não podemos
ser uma Igreja indiferente. Não é este o chamamen-
to do Senhor para nós como sua Igreja. A nossa vida
tem de fazer diferença.
Precisamos perceber a necessidade do outro.
Algumas pessoas que vão às igrejas, muitas vezes,
saem frustradas porque ninguém lhes cumprimen-
tou, ninguém lhes deu um sorriso ou um abraço.
Afinal, estavam ou não na casa de Deus? Ali não
deveriam encontrar o amor de Deus também nas
pessoas? Na Igreja do Senhor tem de ter amor, acei-
tação e percepção, porque o amor de Deus já está
em nós.
Existem dentro das igrejas situações delicadas
porque existem também pessoas ultra-sensíveis,
que se melindram por tudo, mas Deus quer alcan-
çá-las também. E nós temos de nos dispor incondi-
cionalmente para Deus como filhos abençoadores.
Israel, na época do rei Davi, teve o melhor exérci-
to que já esteve sobre o Planeta: o exército de Davi.
E você sabe de que maneira esse exército foi forma-
do? “Davi retirou-se dali e se refugiou na caverna de
Adulão.” (1 Samuel 22.1).
Caverna é um buraco na rocha, não é um palácio.
Caverna é lugar de habitação de bichos estranhos e
de animais selvagens. É um lugar escuro, frio, úmido

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e malcheiroso. E Davi se refugiou numa caverna, em
Adulão. Não tinha, absolutamente nada naquela ca-
verna, mas ele se refugiou ali.
Entretanto, Davi sabia amar e aceitar as pessoas.
E as coisas começaram a acontecer.
“[...] quando ouviram isso seus irmãos e toda a casa
de seu pai, desceram ali para ter com ele. Ajuntaram-
se a ele todos os homens que se achavam em aperto,
e todo homem endividado, e todos os amargurados
de espírito, e ele se fez chefe deles; e eram com ele uns
quatrocentos homens.” (1 Samuel 22.1-2).
O que tinha dentro daquela caverna? Apenas
um homem chamado Davi, que aceitava as pessoas
com amor incondicional. As pessoas começaram a
correr para ele porque todos gostam de ser aceitos
como são. Ajuntaram-se a ele todos os homens que
se achavam em aperto e dificuldades. Eles não ti-
nham como voltar mais. Muitas vezes as circunstân-
cias da vida levam o indivíduo a chegar a um mo-
mento de muito aperto, em todas as áreas de sua
vida: familiar, econômica, saúde emocional, saúde
espiritual e saúde física.
Os homens que estavam assim, em aperto, cor-
reram não para o palácio, mas para a caverna, por-
que na caverna havia um homem que os aceitava.
E diz o texto: “e todo homem endividado”. Era gente
que, se fosse nos dias atuais, estava com o nome no
SPC e na SERASA, estava cheio de carnês, fugindo

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dos cobradores. Endividados! Mas lá estava Davi.
Ele aceitava os endividados. Ele os amava.
E todos os amargurados de espírito. Amargu-
rados de espírito são homens que foram traídos e
pisados, foram humilhados e difamados. Mas o que
fez Davi? Ele os aceitou, e eram nada mais, nada
menos que quatrocentos rejeitados por toda uma
sociedade. Mas Davi trabalhou esses quatrocentos
homens e fez deles seus capitães. David foi o co-
mandante desse exército. E como os soldados ama-
vam Davi!
Durante uma batalha, houve um momento quan-
do Davi disse: “Quem me dera beber água do poço que
está junto à porta de Belém!” (2 Samuel 23.15). Três
soldados que estavam no mesmo cenáculo que Davi,
ouviram-no suspirar por isso e, saindo dali, foram bus-
car o que Davi estava ansiando naquele momento.
Eles arriscaram a própria vida, mas voltaram trazendo
a água do poço de Belém para Davi.
“Então, aqueles três valentes romperam pelo
acampamento dos filisteus, e tiraram água do poço
junto à porta de Belém, e tomaram-na, e a levaram a
Davi; ele não a quis beber, porém a derramou como
libação ao Senhor. E disse: Longe de mim, ó Senhor,
fazer tal coisa; beberia eu o sangue dos homens que
lá foram com perigo de sua vida? De maneira que não
a quis beber. São estas as coisas que fizeram os três
valentes.” (2 Samuel 23.16-17).

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Quando Davi olhou para a água, com certeza,
Davi chorou e derramou a água dizendo: “Eu não
posso beber desta água”. E ele a derramou em oferta
ao Senhor Deus. Essas pessoas estavam dispostas a
arriscar a própria vida, a morrer por Davi, porque ele
tinha um coração pronto a aceitar.
A igreja de Jesus tem de aceitar as pessoas, não
por aquilo que elas têm, não por aquilo que elas fa-
zem, mas por aquilo que elas são: criaturas de Deus
também pelas quais Jesus deu a sua vida na cruz do
Calvário.
Muitas vezes, nem percebemos certas pessoas
que estão perto de nós, mas talvez Deus as tenha
colocado do nosso lado para que sejamos bênção
em sua vida, para que sejamos como Davi, que mu-
dou a vida daqueles homens; para que o amor de
Deus em nós faça diferença e mude aquelas vidas.

Confissão
A confissão tem que ser verdadeira e profun-
da. Ela é um dos aspectos mais poderosos da cura.
Confissão não é apenas reconhecer o erro. Muitas
vezes, pensamos que confissão é apenas confessar
a culpa. Porém, confissão é também assumir seus
sentimentos: “Eu sou assim! Eu me sinto assim!”
Muitas vezes, achamos que a confissão é apenas
para o perdão. Entretanto, a confissão é para trazer
cura! O tipo de confissão declarado aqui neste texto

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de Tiago é para cura: “Confessai, pois, os vossos peca-
dos uns aos outros e orai uns pelos outros, para serdes
curados.” (Tg 5.16).
A confissão de pecados você faz a Deus e é uma
confissão para perdão. “Se confessarmos os nossos
pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados
e nos purificar de toda injustiça.” (1 João 1.9). As pes-
soas precisam aprender a confessar, a falar, a abrir o
seu coração. Quantos chegam às igrejas marcados
pela solidão, com doenças e enfermidades sérias,
com problemas não resolvidos e com tantas falhas
no caráter. Muitas vezes, eles precisam apenas de
alguém para confessar.
Quantas pessoas carregam traumas terríveis em
sua vida. Mas, também, quantas pessoas são cura-
das no momento em que elas confessam. As pes-
soas pagam psiquiatras e psicólogos apenas para
ouvi-las. As pessoas querem falar, elas precisam
falar. Mas não têm com quem falar. Esse confessar
é falar. É dizer: “Está doendo!” “Está muito dolorido!
Mas elas não sabem a quem confessar. “Enquanto
calei os meus pecados, envelheceram os meus ossos
pelos meus constantes gemidos todo o dia.” (Salmo
32.3).
Um médico, irmão em Cristo, contou que certa
vez chegou em seu consultório uma moça toda tor-
ta. E quando ele a examinou, constatou que ela não
tinha problema físico nenhum. Então, ela começou

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a falar da amargura que sentia contra o seu pai.
Começou a lhe contar sua história. Contou os seus
traumas e as suas angústias. E ela chorava muito. E
ele deixou que apenas ela falasse durante horas. No
final, ele orou por ela e a abençoou. E quando se le-
vantou para sair, ela não tinha absolutamente mais
nada! Ela só precisava de alguém que a ouvisse. É
por isso que a Palavra diz: “Confessai!” E o salmista
diz: “enquanto eu calei, envelheceram os meus ossos.”
A Igreja de Jesus é este povo que abre o coração.
Nós fomos chamados por Deus para sermos pessoas
que se interessam umas pelas outras. Esse interesse
exige amor, e Deus nos dá esta capacidade de amar.
Há um momento em que Jó abre o seu coração. E
este é um dos textos mais tristes da Bíblia. “Se, como
Adão, encobri as minhas transgressões, ocultando
o meu delito no meu seio; porque eu temia a grande
multidão, e o desprezo das famílias me apavorava, de
sorte que me calei e não saí da porta.” (Jó 31.33-34).
Literalmente Jó estava confessando: “Eu tinha
medo. Eu tinha medo da grande multidão. Eu tinha
medo de como eles iriam me encarar. Eu tinha medo
como eles iriam me tratar. Eu tinha medo da grande
multidão e o desprezo das famílias me apavorava”. O
que minha família vai pensar de mim? O que minha
família vai dizer ao meu respeito? “De sorte que me
calei. Não saí da porta”. Jó se trancou numa vida fe-
chada e solitária.

26
Penso que no seu íntimo ele dizia: “Tomara eu
tivesse quem me ouvisse”.
Nós não conseguimos explicar muitas coisas,
entretanto, Deus nos chamou para sermos Igreja
de Cristo. E a igreja, que é um sonho de Deus, deve
se importar com as pessoas. Uma igreja não pode
ser legalista, ela tem de ser uma igreja bíblica, uma
igreja que tenha um coração como o de Deus.
Confessai uns aos outros para serdes curados. A
confissão é exatamente você abrir o seu coração. Na
sua casa, você deve ouvir seus filhos, e eles, você.
Ouça seus pais, seus filhos, seu cônjuge, seus ami-
gos, seus irmãos em Cristo. Ouça e deixe Deus usar
você para abençoar muitas vidas. E não é apenas ou-
vir, mas é ouvir com o coração. É preciso ouvir com
amor e interesse. E a confissão tem de acontecer na
Igreja. O irmão que se assenta do seu lado na igreja
deve ouvir você, que também precisa ouvi-lo.
À medida que nos importamos com as pessoas,
cada uma vai sendo curada. E essa cura vem me-
diante o amor e a paciência, quando elas encon-
tram essas virtudes em nós e são abençoadas. Deus
tem nos dado seu amor para aceitarmos as pessoas
e para ouvi-las. O poder de Deus em nosso meio
passará a ser tão forte que os hospitais psiquiátricos
vão esvaziar porque nós vamos ouvir as pessoas e,
pelo poder de Deus, elas serão curadas. Este é um
sonho de Deus para o seu povo.

27
O slogan da nossa igreja, a Batista da Lagoinha
é “grande para servir, mas pequena para se importar”.
Nós nos importamos com cada pessoa e milhares
vão sendo curadas pelo poder de Deus.

Reconciliação
“Ora, tudo provém de Deus, que nos reconciliou
consigo mesmo por meio de Cristo e nos deu o minis-
tério da reconciliação.” (2 Coríntios 5.18).
Não pense que Deus selecionou algumas pesso-
as para lhes dar o ministério da reconciliação. Não!
Deus o deu a todos nós. Deus não deu apenas a
mim ou a você. A reconciliação é algo muito inte-
ressante. Muitas famílias enfrentam brigas. Pai que
não conversa com filho; filho que não conversa com
os seus pais. Vizinhos que são irreconciliáveis. Eles
estão separados. Qual é o ministério da reconcilia-
ção?
Jesus foi pregado em uma cruz, porque a cruz
revela a reconciliação do homem com Deus. O ho-
mem estava separado de Deus por causa do peca-
do, mas Cristo se fez pecado em nosso lugar e nos
reconciliou com Deus, o Pai (Gálatas 3.13).
O Ministério da reconciliação é Cristo vivendo
em nós, por isso, Ele reconcilia o homem com Deus,
o homem com o homem e também o homem con-
sigo mesmo. Quantas pessoas precisam da recon-
ciliação na própria alma? Elas são brigadas consigo

28
mesmas. Elas são brigadas com a altura que têm.
Elas são brigadas com o nível de melanina que têm
na pele. Elas são brigadas com a cor dos seus olhos.
Elas são brigadas com o tamanho das orelhas, en-
fim, não conseguem se amar! Existe uma briga in-
terna dentro delas.
Nós precisamos ter o entendimento de que,
como igreja, Deus nos deu este ministério chamado
reconciliação. O poder de ajuntar, de exatamente
reconciliar. É trazer o perdão, mesmo quando nós
não merecemos. Muitas vezes, a pessoa diz: “Eu vou
perdoar quando ele mudar de comportamento”. Deus
não nos perdoou quando mudamos o nosso com-
portamento. Ele não nos perdoou como prêmio por
termos agido bem. Ele nos perdoou a despeito de
não sermos dignos.
Nós não somos aceitos por Deus por causa do
nosso merecimento. Somos aceitos por Deus pelo
nosso arrependimento. Reconciliar é ajuntar as
duas partes que foram quebradas, separadas. E foi
Jesus quem nos reconciliou com Deus, o Pai.
“Porquanto há um só Deus e um só Mediador entre
Deus e os homens, Cristo Jesus, homem, o qual a si mes-
mo se deu em resgate por todos.” (1 Timóteo 2.5-6).
Há um poder muito grande na reconciliação. O
poder de juntar. Você não consegue descrever to-
das as maravilhas do perdão. Você pode amar aque-
la pessoa que o feriu, que o magoou. Como? Pelo

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poder do perdão e do amor de Deus que está em
você.
Para que nos tornemos um lugar de reconcilia-
ção, temos que promover o perdão entre as duas
partes que estavam separadas. Vamos falhar algu-
mas vezes, mas vamos continuar tentando. Quere-
mos caminhar de mãos dadas.
As pessoas aguardam a manifestação da vida de
Deus na sua vida. Você é o melhor que Deus tem.
Nem anjos, nem querubins ou serafins pregam o
Evangelho, porque nenhum deles experimentou o
que nós experimentamos: a transformação. Somos
Igreja, por isso, não queremos ser somente uma
igreja na cidade. Você não foi chamado para ser
apenas mais um membro de igreja. Você foi chama-
do para fazer diferença, para ter aceitação, confis-
são e reconciliação. Vamos viver assim.
“Depois disto, o homem me fez voltar à entrada
do templo, e eis que saíam águas de debaixo do li-
miar do templo, para o oriente; porque a face da casa
dava para o oriente, e as águas vinham de baixo, do
lado direito da casa, do lado sul do altar. Ele me levou
pela porta do norte e me fez dar uma volta por fora,
até à porta exterior, que olha para o oriente; e eis que
corriam as águas ao lado direito. Saiu aquele homem
para o oriente, tendo na mão um cordel de medir; me-
diu mil côvados e me fez passar pelas águas, águas
que me davam pelos tornozelos. Mediu mais mil e me

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fez passar pelas águas, águas que me davam pelos
joelhos; mediu mais mil e me fez passar pelas águas,
águas que me davam pelos lombos. Mediu ainda ou-
tros mil, e era já um rio que eu não podia atravessar,
porque as águas tinham crescido, águas que se de-
viam passar a nado, rio pelo qual não se podia passar.
E me disse: Viste isto, filho do homem? Então, me levou
e me tornou a trazer à margem do rio. Tendo eu volta-
do, eis que à margem do rio havia grande abundân-
cia de árvores, de um e de outro lado. Então, me disse:
Estas águas saem para a região oriental, e descem à
campina, e entram no mar Morto, cujas águas ficarão
saudáveis. Toda criatura vivente que vive em enxames
viverá por onde quer que passe este rio, e haverá mui-
tíssimo peixe, e, aonde chegarem estas águas, torna-
rão saudáveis as do mar, e tudo viverá por onde quer
que passe este rio. Junto a ele se acharão pescadores;
desde En-Gedi até En-Eglaim haverá lugar para se es-
tenderem redes; o seu peixe, segundo as suas espécies,
será como o peixe do mar Grande, em multidão exces-
siva. Mas os seus charcos e os seus pântanos não se-
rão feitos saudáveis; serão deixados para o sal. Junto
ao rio, às ribanceiras, de um e de outro lado, nascerá
toda sorte de árvore que dá fruto para se comer; não
fenecerá a sua folha, nem faltará o seu fruto; nos seus
meses, produzirá novos frutos, porque as suas águas
saem do santuário; o seu fruto servirá de alimento, e a
sua folha, de remédio.” (Ezequiel 47.1-12).

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Sião é uma figura da Igreja de Jesus. E o texto
de Ezequiel 47.1-12 fala que a igreja seria um lugar
de cura. Que a sua experiência com Deus não seja
só até os tornozelos. Não é só para você molhar os
pés. Deus tem algo muito maior para você. “Ah, não!
Eu já afundei até os joelhos”. Mas até os joelhos, você
continua sem muita segurança. “Ah, não! Eu afundei,
mas a água deu nos meus lombos”. Não. Quantas
vezes nós não nos soltamos em Deus porque que-
remos continuar sentindo os nossos pés no chão?
Nosso estado de segurança, aquele nível de como-
didade. Queira águas mais profundas. Que você se
solte em Deus, que mergulhe em suas águas e se
solte totalmente. No verso 6 e 7 está escrito: “Viste
isto, filho do homem? Então, me levou e me tornou a
trazer à margem do rio. Tendo eu voltado, eis que à
margem a rio havia grande abundância de árvores,
de um e de outro lado. Então, me disse: Estas águas
saem para a região oriental, e descem à campina e en-
tram no mar Morto, cujas águas ficarão saudáveis.”
Estas águas estão aí, em você. O apóstolo Pedro
entendeu isso. A presença de Deus era tão forte
nele que, quando passava pelas ruas, sua própria
sombra curava os enfermos. O mar Morto é morto
mesmo. O nível de sal é tão grande que nem peixes
existem lá. Nem as aves voam por cima dele, mas
esse rio, quando entra no mar Morto, as águas ficam
saudáveis.

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Quando nós olhamos a nossa cidade como mar
Morto, olhe para você como essas águas. Elas saem
de você e vão pelas ruas da cidade, na sua casa, na
sua família, no seu trabalho. Por onde você vai pas-
sando, a vida vai brotando.
“Toda criatura vivente que vive em enxames viverá
por onde quer que passe este rio. E haverá muitíssimo
peixe”. Jesus disse para Pedro: Pedro, você é pesca-
dor de peixes. Mas, agora, você vai se transformar
em pescador de homens.
E aonde chegar estas águas tornarão saudáveis
as do mar e tudo viverá por que onde quer que pas-
se este rio.” Tudo passará a ter vida.
O texto diz, também, que o seu fruto servirá de
alimento e a sua folha de remédio. Aprouve a Deus
fazer de você um instrumento. Um instrumento de
cura. A cura pelo relacionamento. A cura pela acei-
tação. A cura pela confissão. A cura pela reconcilia-
ção. Lá fora, as pessoas só encontram indiferença
e frieza. Mas na Igreja de Jesus eles encontrarão a
cura que precisam, porque Deus habita em você,
porque Jesus está onde dois ou três estão reunidos
(Mateus 18.20), e no templo Deus se manifesta com
poder e glória (Salmo 133).
Você é este instrumento. A pessoa, muitas vezes,
ao entrar na igreja, pode não entender tudo, mas
ela deve ficar impactada pela realidade que existe
na vida da Igreja. Talvez ela não entenda muitas

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coisas, mas que ela possa falar: “Eu nunca fui a um
lugar onde eu fosse tão amada e tão aceita. Que esse
rio possa passar pela nossa cidade.
Existe dentro de você esta fonte. Jesus disse:
“Quem crer em mim, como diz a Escritura, do seu in-
terior fluirão rios de água viva.” (João 7.38). Ele disse
isso a respeito do Espírito Santo que receberiam os
que nele cressem. Há uma fonte de águas vivas que
jorra do seu interior. Há uma fonte de amor dentro
de você. Porque o Espírito Santo é amor. E essa fon-
te tem de fluir pela aceitação, pela confissão e pela
reconciliação.
É este o tempo de Deus para você. Esta é a hora
de Deus para o seu coração. Se você pudesse per-
ceber tudo aquilo que Deus tem para você e para
realizar por seu intermédio, você não esperaria nem
mais um minuto para se dispor totalmente para
Ele.
“Muito bem, servo bom e fiel; foste fiel no pouco,
sobre o muito te colocarei; entra no gozo do teu se-
nhor.” (Mateus 25.21).

Deus abençoe,

Pr. Márcio Valadão

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Uma publicação da Igreja Batista da Lagoinha

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www.lagoinha.com

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