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Kit Educação Fora Da Caixa
Kit Educação Fora Da Caixa
I
T ALEX BRETAS
2015
KIT EDUCAÇÃO FORA DA CAIXA
50 ferramentas para quem quer sair da caixa da educação
Projeto gráfico:
ADRIANA PESSOA BARBOSA
Diagramação:
ACÁCIA DE ALMEIDA
Revisão:
ANA LUIZA ROCHA DO VALLE
CRIAR E
Apresentação 06 FORTALECER 42 EXPERIMENTAR 78
do Kit LAÇOS NOVAS LENTES
Intervenções e 117
Performances
. SUMÁRIO
Rituais 159
Investigação 171
Apreciativa
Assim como este texto de apresentação – que foi escrito durante, e não
no final –, as ferramentas de aprendizagem a seguir surgiram no interior
de outro processo. Em 2014, iniciei meu doutorado informal sobre novas
formas de aprendizagem de jovens e adultos, batizado de Educação Fora
da Caixa. A primeira entrega desse percurso seria um livro recheado com
os resultados da minha pesquisa: relatos, projetos inspiradores, diálogos
teórico-filosóficos, histórias...
Como dizia o poeta pantaneiro Manoel de Barros, “tudo que não invento é
falso”. A história a seguir é ao mesmo tempo um alerta e um convite para
que você saboreie livremente o Kit.
Boas experimentações!
Alex Bretas
www.alexbretas.com.br
Numa manhã
Quando o menininho já tinha conhecido melhor a escola,
O professor disse:
“Hoje nós vamos desenhar”.
“Que bom!”, pensou o menininho.
Ele gostava de desenhar de tudo;
Leões e tigres,
Galinhas e vacas,
Trens e barcos;
E ele pegou sua caixa de giz
E começou a desenhar.
Noutro dia
Quando o menininho tinha conseguido abrir
A porta da frente da escola sozinho,
A professora disse:
“Hoje nós vamos trabalhar com argila”.
“Que bom!”, pensou o menininho;
Ele gostava de argila.
Ele podia fazer todo tipo de coisa com argila:
Cobras e bonecos de neve,
Elefantes e ratos,
Carros e caminhões
E ele começou a amassar e espremer
Sua bola de argila.
E então
O menininho e sua família
Foram morar em outra casa,
Numa outra cidade,
E o menininho
Teve que ir para uma outra escola.
Essa escola era ainda maior
Do que a primeira.
E não tinha uma porta da frente
Que ia direto pra sua sala.
Ele precisava dar alguns longos passos
E andar num corredor bem grande
Pra chegar na sua sala.
E no primeiro dia
Lá estava ele,
E a professora disse:
“Hoje nós vamos desenhar”.
“Que bom!” pensou o menininho.
E ele esperou a professora
Dizer o que deveria ser feito.
Mas a professora não disse uma palavra.
Apenas andou um pouco pela sala.
Por quê?
Como?
Pensar
Sentir
Uma peça-chave para lidar bem com o nível do Sentir é buscar desenvolver
a empatia. Aqui, empatia pode ser entendida como a suspensão de nossas
reações habituais de julgamento (simpatia e antipatia) ao acessarmos
as experiências do outro. Melhoramos nossa empatia ao percebermos e
frearmos nossas reações imediatas, praticando a escuta cuidadosa.
Querer
As ferramentas contidas neste livro podem ser bastante úteis para ajudar
a pensar diferentes alternativas de conteúdo, interação e procedimento,
de modo a atender distintas necessidades educativas.
Para mergulhar
Por quê?
Como?
Incompetência inconsciente
É quando nem nos damos conta do quão ignorantes somos. Não
reconhecemos o quanto teremos que nos esforçar caso queiramos
aprender algo.
Incompetência consciente
De repente, você começa a sair com alguém que lhe fala que o seu
macarrão com legumes está completamente malcozido e destemperado.
Não é fácil aceitar a crítica, mas agora você pelo menos sabe que não
sabe.
Competência consciente
Você já consegue fazer alguns pratos saborosos. Ao sair com outra pessoa
(a primeira acabou te dispensando...) você monta um cardápio árabe
completo, mas passa todo o tempo na cozinha certificando-se de que tudo
vai sair do jeito que você planejou.
Finalmente passamos a entender ou fazer bem algo, mas temos que ficar
pensando naquilo exaustivamente. Dividimos os processos em partes
menores para nos sentirmos mais seguros, e ainda assim precisamos
estar concentrados o tempo todo.
Competência inconsciente
Você passou a praticar tanto que se tornou chef de cozinha! Nesta fase,
incorporamos a habilidade e deixamos de nos preocupar ao exercê-la.
Fazemos tudo de forma natural e automática e somos reconhecidos como
pessoas que “sabem o que estão fazendo”.
Para mergulhar
Por quê?
Tudo isso revela também uma reação de igual força, mas oposta. Há
diversos movimentos em defesa da importância de momentos de silêncio.
E não são somente religiões ou correntes espiritualistas. De acordo com
Paul Haider5, os efeitos do silêncio para a saúde são abundantes:
Como?
relatar o que se passa por dentro. Nesse caso, é importante não julgar o que
vier: se você sente raiva ou frustração, se tem pensamentos dos quais não
se orgulha ou que te fazem mal, aceite-os para que então possam ir embora.
Não tente racionalizá-los ou encontrar qualquer explicação ou justificativa.
Incorporar o silêncio na vida cotidiana pode ser uma ótima forma não
só de tranquilizar a si, como também apaziguar quem nos rodeia. Como
Juliana Vilarinho afirma, ficar cara a cara com nosso mundo interno “é
uma jornada muito bonita que nem sempre temos a oportunidade de
experimentar”7.
Para mergulhar
Fonte: Asia-Pictures.
Por quê?
Como?
Para mergulhar
A partir das metáforas dos elementos de uma árvore (raízes, solo, caule,
galhos, flores, frutos, sementes), cada pessoa é convidada a desenhar uma
árvore que represente sua vida, a apreciar as “árvores” dos outros, a falar
sobre seus desafios pessoais e a celebrar o melhor de cada um.
Por quê?
Como?
Convide as pessoas para pensar em algum tipo de árvore que faça sentido
em suas vidas. Peça a elas para desenhá-la da forma mais expressiva que
puderem. Separe alguns minutos para que os participantes reflitam sobre
os significados daquela árvore para si mesmos. Oriente-os a escrever
sucintamente o que eles veem de significado em cada componente da
árvore. Se quiser, você pode comentar um pouco sobre as possibilidades
Para mergulhar
Por quê?
Aplicando o modelo à jornada do herói, tem-se que cada vez que ele
retorna de uma aventura, suas perguntas crescem na medida dos novos
saberes e experiências acumuladas. Talvez seja por isso que o herói
sempre anseia por embarcar numa nova jornada. Se todos nós temos um
“quê” de herói, a jornada pode ser uma boa lente para compreendermos
nossos próprios caminhos de aprendizado.
Como?
Ato I — Apresentação
Mundo comum
É o mundo conhecido, habitual do herói. Não há surpresas: o herói é
apresentado em sua vida banal.
Chamado à aventura
O herói ouve de algo ou alguém um chamado para iniciar sua jornada. O
chamado tem um propósito urgente e intransferível.
Recusa do chamado
O herói recebeu o chamado, mas escolhe por não o escutar, geralmente
porque sente medo.
Ato II — Conflito
Provação suprema
Momento em que o herói enfrenta sua ameaça mais temida. Durante a
luta, o herói precisa morrer – seja literal ou metaforicamente – para então
renascer capaz de derrotar seu maior inimigo. Depois de quase perder, ele
enfim vence a batalha.
Recompensa
Após derrotar seu maior inimigo, o herói obtém uma recompensa,
geralmente representada por um elixir ou algum outro objeto. A recompensa
pode também vir na forma de novos aprendizados e de reconhecimento.
Ato III — Resolução
Caminho de volta
O herói precisa retornar ao mundo conhecido, mas a volta não será fácil.
Seus inimigos preparam-lhe um golpe final.
Ressurreição
Ao fazer a viagem de retorno para o seu mundo, o herói é surpreendido
e precisa enfrentar a batalha final. Nessa luta, ele precisa aplicar todos
os aprendizados que teve durante a jornada. Ao conseguir a vitória, o
herói renasce, isto é, transforma-se de dentro para fora. O renascimento
Ao tomar contato com os 12 passos, que pontes poderiam ser feitas com a
educação? Acredito que a jornada do herói pode ser encarada como uma
metáfora do nosso próprio percurso de desenvolvimento. É possível, por
exemplo, fazer a si próprio as seguintes questões:
Para mergulhar:
Fonte: ProJourno.
Por quê?
Como?
Existem várias formas de aplicar o World Café, desde seu uso em políticas
públicas até conversas estratégicas em empresas. Algumas dicas:
Para mergulhar
Fonte: Wikipedia.
Por quê?
Como?
Além desses quatro princípios, o Open Space é regido pela lei dos dois
pés. Em suma, ela reafirma a responsabilidade de cada um para com seu
aprendizado e suas contribuições e confere a todos a liberdade de ir e vir.
Assim, a ideia é que as pessoas participem do que realmente têm vontade,
podendo sair de uma conversa sempre que entenderem que não estão
fazendo a diferença ali. A lei dos dois pés permite o surgimento da figura
das “abelhas” — os participantes que levam informações de um grupo
a outro — e das “borboletas”, que podem optar por não participar de
nenhum grupo para fazerem o que consideram mais importante. Às vezes,
o encontro entre duas ou mais borboletas pode acabar inaugurando uma
nova conversa.
Após explicar os quatro princípios e a lei dos dois pés, o grupo começa
a montar a agenda do Open Space. Todos são convidados a refletir por
um momento em silêncio e em seguida, caso queiram, poderão oferecer
sessões às quais queiram assumir responsabilidade. Uma parede já deve
estar preparada com o esqueleto de uma tabela contendo os tempos e
espaços reservados para as sessões. Um Open Space pode durar de duas
horas a até vários dias.
Sala Salão de
Lounge Biblioteca Jardim
Principal Chá
9:30 - 11:30
11:00 - 13:00
14:00 - 15:30
14:00 - 17:30
O Open Space pode ser aplicado em situações diversas, desde que haja
um tema “quente” e um grupo disposto a experimentar uma forma de
trabalho colaborativa. Em escolas, por exemplo, o método pode ser
uma boa forma de elaborar novas estratégias e solucionar desafios;
em organizações, o Open Space pode servir para engajar todos os
funcionários e partes interessadas num novo projeto.
Para mergulhar
Por quê?
Assim como as duas abordagens que lhe deram origem, o Pro Action Café
altera a maneira habitual com que interagimos. Menos interrupções, mais
escuta; ao invés de agendas impostas, convites para o diálogo; antes das
respostas na ponta da língua, perguntas que fazem pensar. O que torna
o Pro Action único, no entanto, é sua facilidade em revelar o potencial de
ajuda mútua disponível em qualquer grupo.
Como?
O Pro Action pode ser aplicado tanto de forma totalmente livre, com as
pessoas trazendo seus projetos e questões, ou a partir de um tema ou
contexto específico. No caso dos Círculos de Doutorandos Informais, por
exemplo, orientamos os participantes a trazerem seus próprios projetos
de aprendizagem.
Para fazer um Pro Action Café você vai precisar de materiais como
canetinhas coloridas, folhas grandes, papéis tamanho A4, post-its e tudo o
mais que ajude as pessoas a rabiscarem suas ideias enquanto conversam.
Encontrar um espaço que seja acolhedor, tranquilo e informal também é
imprescindível para criar a atmosfera de um verdadeiro Café. No caso de
grupos maiores, também será necessário montar um quadro num local
visível a todos, de modo que funcione como o esqueleto da agenda a ser
preenchido pelos participantes no início do encontro.
• Rodada 1: por quê/para quê? O que está por trás desta questão
ou projeto? Qual é a missão que o projeto busca atender?
• Rodada 2: o que não estamos vendo? O que falta para termos
uma compreensão completa a respeito da questão ou do
projeto?
• Rodada 3: quais os próximos passos? Quais ajudas são
necessárias? O que eu aprendi nessa conversa?
Para mergulhar
Por quê?
Como?
Fonte:Wikipedia.
Após essa introdução, pode ser que demore um pouco para os primeiros
participantes ocuparem as cadeiras do círculo de dentro. Não se preocupe
com isso. Momentos de silêncio são importantes, e poderão acontecer
também durante o diálogo.
Para mergulhar
Por quê?
Heather Plett sumariza cinco motivos pelos quais deveríamos utilizar mais
os objetos da fala17:
Como?
Fonte: Heather Plett.
“Imagine que nós estamos fazendo um círculo de escuta. Eu, você e alguns
amigos estamos sentados num círculo de cadeiras. Nós então contamos
a algumas pessoas que estão chegando o que elas podem esperar.
Quando todos temos clareza do que vai acontecer, nosso círculo começa.
Nós sentamos em silêncio. Um bastão (ou outro objeto que caiba nas
Para mergulhar
Por quê?
Como?
Após a primeira pessoa relatar sua biografia, ocorre uma troca de papéis
para que outro participante possa fazer seu relato. As trocas acontecem
até que todos tenham tido a chance de falar.
Para mergulhar:
Cartografias humanas
A técnica do “pé de galinha”19 é um artifício para ampliar nossas redes
de contatos de forma consciente, ampliando os benefícios das conexões
entre pares (peer-to-peer). O método consiste em pedir às pessoas ao final
de uma conversa para indicarem outros três contatos que poderiam ser
relevantes para você.
Por quê?
Como?
Certa vez escrevi sobre como três ações simples podem ativar o poder
da nossa rede: agradecer, ajudar e tomar cafés. O pé de galinha funciona
como um complemento capaz de otimizar as interações (cafés), ampliando
os ganhos decorrentes. Neste sentido, ele pode ser utilizado para
potencializar percursos de aprendizagem ou simplesmente para explorar
melhor uma questão, por meio da agregação de diferentes perspectivas.
É importante que o pedido por contatos seja feito com um objetivo. Uma
intenção clara ajudará a pessoa a escolher os contatos que apresentará
a você. Ao utilizar sucessivamente o pé de galinha, pode ocorrer de seu
objetivo inicial ir se transformando na medida em que as novas interações
forem acontecendo, e isso é positivo. Entender as percepções de pessoas
que ainda não conhecemos acaba transformando nossas próprias
perspectivas.
Para mergulhar
Por quê?
A partir desses três pontos, fica claro que a biomimética propõe uma
verdadeira revolução na forma com que enxergamos o ambiente. Fred
Gelli, um dos diretores da agência de design de ideias Tátil, acredita que
a humanidade tem desvirtuado três comportamentos fundamentais da
natureza:
• A natureza baseia-se na otimização de recursos, e a história do
ser humano tem sido uma história de maximização desenfreada;
• A natureza funciona em ciclos, enquanto a humanidade tem
adotado uma visão linear;
• Na natureza vigora a visão ecossistêmica ou interdependência,
ao passo que nós nos acostumamos a ter uma visão
fragmentada dos processos de consumo e produção.
Como?
Fonte: AskNature.org.
Para mergulhar
Fonte: Jardim do Mundo.
A palavra permacultura foi criada por David Holmgren e Bill Mollison, dois
ecologistas australianos, e num primeiro momento referia-se somente a
métodos de agricultura sustentável. Mais tarde, seu significado foi sendo
ampliado no sentido de incluir aspectos sociais, econômicos e culturais,
mas mantendo-se as questões basilares: a observação dos padrões da
natureza e a autossuficiência local.
Por quê?
Fonte: Wikipédia.
Kit Educação Fora da Caixa 84
Permacultura
Como?
1. Observe e interaja
Uma das diretrizes mais importantes da permacultura é a observação
atenta da natureza, com o intuito de aprender com ela a desenhar
sistemas humanos sustentáveis.
3. Obtenha rendimento
Garantir a autossuficiência local, inaugurando formas criativas e flexíveis
de manter o sistema e capturar mais energia.
ela sobrevive por meio de resíduos vegetais e gera valor para todo o
ecossistema.
Para mergulhar:
Fonte: RQ Genesis.
Por quê?
Como?
Para mergulhar
Por quê?
Conforme o trecho acima, fica nítido que essa forma de aprender não
é nova; pelo contrário, remonta a uma sabedoria muito antiga da
humanidade. Na Grécia antiga, conta-se que Aristóteles costumava
caminhar com seu grupo de pupilos pelas ruas de Atenas, aproveitando-
se das interações que o traçado fazia surgir para criar oportunidades
de aprendizagem. Suas caminhadas ficaram conhecidas como método
peripatético.
Como?
• Intenção
(precisa ser algo que parta da vontade de quem irá viver a
experiência)
• Que sustenta o Deslocamento,
(de uma realidade a qual já estamos acostumados para outra,
ainda por conhecer)
• Que pressupõe Abertura,
(um olhar fresco para tudo que a jornada nos apresenta, de
modo a suspender nossos julgamentos habituais)
• Para gerar Transformação,
(que deve ser sentida não apenas por quem embarcou na
jornada, como também por quem foi visitado)
Para mergulhar:
Por quê?
As pessoas são mais sensíveis as solicitações As pessoas são menos sensíveis as solicitações
dos outros. dos outros.
Fonte: Pedagogia da Cooperação. Caderno de Referência do Esporte, volume 12. Fundação Vale.
Como?
Fonte: Projeto Cooperação.
Com-tato
O com-tato é o momento do toque sutil, do reconhecimento da
humanidade do outro por meio da presença física. Na Pedagogia da
Cooperação, toda reunião inicia-se por meio de uma atividade de com-tato.
Contrato
O contrato é a etapa de celebração dos combinados e acordos de
convivência do grupo. Todos poderão, nessa fase, manifestar suas
necessidades individuais para que o encontro transcorra da melhor forma
possível para todos.
In-quieta-ações
As in-quieta-ações acontecem por meio de um processo de cocriação
focado nas questões mais vivas e nos desejos de saber, de agir e de inter-
agir de todo o grupo. O objetivo é “colocar na mesa” tudo que inquieta
os participantes, evitando julgamentos e escutando para compreender.
O trabalho com as inquietações pode ter um tema norteador (que faça
sentido para o grupo) ou ser livre para que as questões mais importantes
possam aparecer.
Alianças e parcerias
O momento de alianças e parcerias é crucial porque significa uma pausa
no processo costumeiro de perguntar-e-responder. Aqui, as pessoas são
convidadas a jogar algum jogo ou vivenciar alguma experiência que ajude
a despertá-las para o espírito cooperativo — geralmente, atividades cujo
objetivo seja impossível de se realizar sozinho. A formação de alianças pode
se dar também por meio de um processo de agregação dos participantes em
torno dos temas e inquietações surgidas na etapa anterior.
Soluções como-uns
As soluções como-uns ocorrem num momento marcado pela exploração
conjunta de caminhos possíveis para lidar com as inquietações. É
importante que as ideias, sugestões e comentários de todos sejam
considerados. As descobertas do grupo durante a etapa de alianças e
parcerias poderão reverberar aqui, adicionando riqueza às inquietações e
soluções levantadas.
Projetos de cooperação
Os projetos de cooperação surgem como desdobramentos de todo
o processo e especialmente da fase de soluções como-uns. Este é o
momento de traduzir em ações as ideias do grupo, partindo do simples
para o complexo e começando pequeno. A ideia é colocar a cooperação
em prática no dia-a-dia de cada um.
Celebrar o ven-Ser
A etapa de celebrar o ven-Ser honra as tradições ancestrais que depositam
nas celebrações grande importância para a reenergização e a síntese
de aprendizados do grupo. Vários tipos de atividades podem ser úteis,
desde uma festa com brincadeiras até momentos mais introspectivos de
agradecimento. Mais uma vez, todos terão voz e poderão manifestar seus
sentimentos em relação a todo o processo vivenciado.
Para mergulhar
Por quê?
Como?
Para mergulhar
Jogo da vida
O Role-Playing Game (RPG) é um tipo de jogo imaginativo cujo ponto de
partida é a criação de narrativas ficcionais. Desde sua criação na década
de 70 o RPG evoluiu para formatos e plataformas diversas, mas o jogo
original dispensa muitos recursos. Cada partida é chamada de “aventura”,
e uma sequência pode ser denominada de “campanha”.
Por quê?
Como?
Fonte: Roleplayers
Decidi escrever sobre o RPG a partir do contato que tive com o Thiago
Oliveira, do Grupo Interpretar e Aprender. Trata-se de um coletivo
de jogadores experientes que optaram por conciliar a paixão pelas
aventuras com o propósito da educação. A partir de demandas de
conteúdo manifestadas por professores e escolas, eles desenvolvem jogos
customizados e mestram partidas segmentadas em cenas.
Para mergulhar:
Por quê?
Como?
Fonte: Le Vernis.
Para mergulhar:
Por quê?
Como?
A performance que me fez olhar com mais atenção para o vasto campo
de possibilidades desse tipo de iniciativa foi a “Entre Saltos” (foto acima),
do Coletivo PI. A ação consiste num desfile público de mulheres, que
caminham por várias ruas calçando apenas um salto alto e, ao final, dão
vida a uma instalação artística.
A força de uma ação como essa está em sua carga simbólica, metafórica.
Ao propor uma performance ou intervenção, é preciso libertar nosso olhar
artístico. No blog do Projeto PiPiPi encontrei uma pergunta que pode
ajudar pessoas e grupos a fazer isso. Ao adaptá-la, ficou assim:
Para mergulhar
Por quê?
Como?
• Despertam a curiosidade;
• Estimulam a reflexão;
• Revelam os pressupostos escondidos;
• Questionam o que está posto;
• São um convite à criatividade e a novas possibilidades;
• Geram energia e movimento;
• Canalizam a atenção e estimulam a investigação;
• Permanecem vivas nos participantes;
• Tocam em significados profundos;
• Geram mais perguntas.
Para mergulhar
Por quê?
Como?
Para mergulhar
Por mais que a palavra mentor seja associada a alguém com mais
experiência que o mentorado, uma definição mais ampla posicionaria o
mentor simplesmente como alguém capaz e disposto a ajudar.
Por quê?
Fonte: Startupi.
Como?
que fazer, mas sim explorar o cenário junto com você até que você se sinta
feliz com suas opções e decisões”.
Nesse ponto a mentoria assemelha-se ao coaching, que se sustenta
justamente por meio da escuta e das boas perguntas.
Para mergulhar
Fonte: Diário de Iguape.
Por quê?
Ainda assim, talvez não precisemos “jogar fora o bebê com a água do
banho”. Se frequentar uma aula deixa de ser algo obrigatório, é possível
enxergá-la como um método capaz de contribuir com o desenvolvimento
de sujeitos autônomos, tal como vislumbrava Paulo Freire. No sentido
figurado, quando dizemos que alguém “nos deu uma aula”, isso costuma
ser indício de que reconhecemos a competência dessa pessoa em
determinado campo. Para acessarmos a sabedoria que é inerente a
qualquer ser humano, talvez seja útil alterar as lógicas de funcionamento
das aulas tradicionais.
Como?
Para mergulhar
• TED. Link
• Ossobuco. Link
• Escola de Rua. Link
Por quê?
Como?
Às vezes, a resposta não vem. Ainda que isso possa ser frustrante, é
importante aceitar o tempo de cada pessoa e entender que o próprio
processo de escrever uma carta é, por si só, recompensador. Pode ser que
algumas respostas apareçam na medida em que você escreve e dialoga
consigo mesmo – e com as lembranças e pensamentos a respeito do seu
destinatário.
Outra forma de utilizar as cartas é escrever para si. O que você escreveria
para si mesmo? Que perguntas você sente que precisa se fazer? O que
você teria a dizer a você mesmo daqui a 5 anos? É possível escrever em
Para mergulhar
Fonte: AAPE.
Por quê?
Como?
Nós temos medo de imitar. A escola nos fez acreditar que a imitação é
algo antiético por conta da condenação da cola. A personamimética é uma
forma de se resgatar o valor da imitação para que possamos aprender
com quem admiramos e amamos.
Para mergulhar
Por quê?
Como?
Meu amigo Daniel Larusso criou um blog onde escreve todos os dias,
faça chuva ou faça sol. Ao acessá-lo para escrever este texto, não
coincidentemente me deparei com um texto intitulado “Sobre foco e
disciplina. Ou dispersão e preguiça”. Da mesma forma que fiz com o Kit,
ele pretende publicar um livro a partir de seu compromisso com o blog.
O que ocorre é que criamos uma rotina e a tornamos pública, de modo
que todos que acompanham o blog passaram a poder acompanhar e
“fiscalizar” nossa produção.
Para mergulhar:
Por quê?
Como?
Fonte: OMF.
Para se narrar uma história que cative a atenção, Garr Reynolds fornece
algumas dicas interessantes. A história deve, segundo ele:
• Remeter a algo particular da vida de alguém;
• Ser peculiar;
• Falar de um tema universal;
• Expor vulnerabilidades e fraquezas;
• Narrar uma transformação;
• Ser contada de maneira natural, com energia, engajamento e
presença.
Ainda que não seja um guia, esses pontos podem ajudar na estruturação
de nossas narrativas. No fim do dia, tudo o que precisamos é contar nossa
própria história.
Para mergulhar
Por quê?
Como?
Se você é ativista por alguma causa ou pretende ser, está em suas mãos o
Para mergulhar
Por quê?
Fonte: Oikos.
Como?
Para mergulhar
Fonte: Erno Paulinyi.
Por quê?
Como?
Fonte: Instituto Brookfield.
Toda a mobilização de um Oasis pode ser feita durante uma semana (sete
dias), ou durante um mês nos finais de semana. Ao jogar, os participantes
dão vida a diferentes personagens, cada um com habilidades e papéis
distintos nas interações com a comunidade. No site do Instituto Elos é
possível baixar o manual de bolso da Metodologia Elos, o qual, além de
descrever os personagens, fornece orientações detalhadas sobre o jogo.
O Olhar
É o exercício de uma visão apreciativa sobre a comunidade, de modo a
reconhecer a abundância de recursos, talentos e belezas já existentes.
Fazem parte dessa etapa atividades de observação, registro e a suspensão
dos nossos julgamentos e noções pré-concebidas.
O Afeto
A criação de vínculos afetivos entre as pessoas do grupo e da comunidade
é estimulada, com o intuito de aflorar a confiança e o desejo de cuidado
mútuo. A escuta é a principal ferramenta, conjugada a passeios,
apreciação das histórias e demonstrações de talentos de pessoas da
comunidade.
O Sonho
Nesse passo, o mais importante é cultivar espaços seguros e de confiança
para que todos possam expressar suas aspirações coletivas em relação à
comunidade. Conversas com diferentes públicos, a realização de um grande
encontro da comunidade e a identificação dos padrões que apontam para o
sonho comum são atividades que pertencem a essa etapa.
O Cuidado
É o estágio da Projetação Coletiva, que deve ser realizada com a
participação de todos, tendo-se cuidado com as expectativas e as relações.
O grupo mobilizador, em conjunto com a comunidade, deverá pensar
e executar estratégias diversas para levantar os recursos necessários
à materialização da aspiração coletiva. Um segundo encontro da
comunidade deverá ser realizado com os intuitos de se cocriar uma
maquete representativa do sonho e planejar a intervenção, que deverá ser
exequível em um curto espaço de tempo.
O Milagre
Compreende a mobilização, divulgação e preparação necessárias para
possibilitar a ação coletiva, além do grande dia de mutirão que tornará
A Celebração
Após o Milagre, é importante celebrar a conquista em conjunto,
compartilhando o que foi marcante, desafiador e motivo de alegria para
cada um. É um momento de reencontro festivo e acolhedor, em que são
reconhecidas as contribuições de todos para o processo. Várias atividades
podem ocorrer: show de talentos, roda de contação de histórias, danças
circulares, apresentações e exibições de vídeos etc.
A Re-evolução
É o impulso para um novo ciclo de realizações, de modo a estimular o
protagonismo da comunidade. Um Encontro de Futuro pode ser proposto
para estimular conversas a respeito de quais cenários a comunidade
imagina a partir da transformação ocorrida. Novas parcerias podem
ser criadas e um novo desafio pode ser identificado ou proposto. É
importante manter o contato com a comunidade após o término do jogo,
incentivando-a a buscar a realização de outros sonhos coletivos.
Para mergulhar:
Fonte: Umcomo.
Por quê?
realidades;
• O ato de fazer perguntas sobre uma organização ou grupo o
influencia de alguma forma;
• As pessoas têm mais segurança e se sentem mais confortáveis
para imaginar o futuro (desconhecido) quando levam consigo
partes do passado (conhecido);
• Se nós levaremos partes do passado, elas devem ser o que de
melhor ocorreu no passado;
• A linguagem que usamos cria nossa realidade.
Como?
Descoberta
A etapa da Descoberta faz referência ao que de melhor existiu no passado
do coletivo ou indivíduo objeto da investigação. É importante explicitar
os fatores que ensejaram os fatos positivos e quais elementos as pessoas
gostariam de preservar no futuro.
Sonho
Em seguida, a fase do Sonho é a cocriação da visão de futuro desejada.
De acordo com Marianne Mille Bojer e outros autores no livro Mapeando
Diálogos, as pessoas “respondem ao que imaginam que o mundo pede
que sejam. Creem que o melhor do que aquilo que já existe serve de base
para o futuro”.
Desenho
A etapa de Desenho é como dar vida aos sonhos, de modo a criar
estruturas, processos, tecnologias, políticas e procedimentos que
materializem a visão de futuro cocriada anteriormente. Aqui, a utilização
de proposições ousadamente ideais pode ser útil para não deixar a
energia do núcleo positivo se dissipar.
Destino
Por fim, a fase do Destino existe para implementar a visão de futuro
sonhada e as estruturas desenhadas. Num processo coletivo, grupos
podem se formar nessa etapa para se responsabilizar por diferentes áreas
que demandem mudanças.
Para mergulhar
Fonte: Worksmarts.
Por quê?
Como?
Fonte: Academia.edu.
Forças
• No que sou bom? Quais são minhas habilidades e pontos fortes?
• O que meus amigos e familiares acreditam que faço bem?
• Quais conhecimentos e competências únicas eu detenho?
Oportunidades
• Quais oportunidades o mundo está evidenciando para mim?
• Quais delas poderiam se aproveitar dos meus fortes e me fazer
alcançar minhas aspirações?
• Como minhas habilidades poderiam me ajudar a aproveitar
essas oportunidades?
Aspirações
• Qual é a minha paixão?
• O que eu quero fazer e alcançar?
• Como seria se eu já tivesse alcançado o que desejo?
Resultados
• Quais são as duas primeiras coisas que preciso fazer?
• Como eu saberei se já consegui alcançar o que quero? Quais
serão os sinais?
• De que maneiras eu poderia celebrar minhas conquistas?
Criar a sua própria Matriz SOAR pessoal pode ser uma ótima forma de
iniciar um novo percurso de aprendizagem. Escrevi um texto que explora
outras perguntas de reflexão que podem surgir dos quatro elementos da
Matriz: chama-se “20 potências de aprendizagem que todos nós temos”.
Para mergulhar:
Por quê?
Como?
Fonte: Futurista Blog.
O caso de Mont Fleur na África do Sul tem muito a nos ensinar. Talvez a
essência do processo sul-africano possa ser traduzida nos cinco passos da
criação de cenários que Mille Bojer pontua. São eles 62:
Para mergulhar:
Por quê?
Fonte: Común Tierra.
Como?
Sonhar
O Sonhar começa quando alguém compartilha sua visão de futuro com
outras pessoas. Em seguida, há uma “coleta de sonhos” em que todos
que querem participar do projeto também explicitam suas aspirações.
Isso é muito importante para que a visão inicial deixe de ser individual e
passe a contar com o engajamento genuíno do grupo. Uma pergunta que
costuma ser feita neste momento é:
“O que este sonho precisa ter para que seja 100% seu?”
Planejar
Ao tornar o sonho coletivo, inicia-se a etapa Planejar. O primeiro passo é
criar de um a três objetivos de realização que podem ser bons referenciais
para a concretização do sonho. Em seguida, utiliza-se um processo
chamado Karabirrdt65 (ou diagrama “Teia de Aranha”) para definir tarefas e
distribuí-las nas quatro etapas do projeto. Essa ferramenta funciona como
um mapa da jornada para o time.
Realizar e Celebrar
Para mergulhar
Fonte: Madlab.cc.
Por quê?
Fonte: Hackerspace.lu.
Como?
A filosofia por trás dos hackerspaces também vale a pena ser conhecida.
A ética hacker é uma visão de mundo que abre diversas possibilidades
criativas – os hacks – nas mais diversas áreas da vida, não somente no
universo computacional. Um hack representa um caminho mais curto e
efetivo para se chegar a um resultado. O UnCollege é um dos exemplos de
iniciativa cujo propósito é hackear a educação.
Para mergulhar
Fonte: UCLA Magazine.
Por quê?
Como?
Para mergulhar
Fonte: Soydanbay.
Comunidades são redes, e redes são como sabonetes que escapam a todo
e qualquer aperto hierárquico.
Por quê?
Aprender junto talvez seja a definição mais simples possível do que se faz
numa comunidade de aprendizagem. Por mais simplista que pareça, esta
talvez seja a principal competência a ser desenvolvida num mundo cada
vez hiperconectado e multicultural. Como José Pacheco afirma69,
Como?
Pacheco também diz que toda comunidade é formada por pessoas. Para
aprenderem, essas pessoas desenvolvem projetos, expedições rumo ao
desconhecido cujo combustível é a curiosidade. Uma comunidade de
aprendizagem, então, é composta por pessoas que se juntam – mediadas
por interesses próprios e, em algum nível, comuns – para levar à cabo
projetos de investigação. Ao se agregarem e começarem a trabalhar em
conjunto, logo surgem equipes.
Para mergulhar:
Por quê?
Como?
Para mergulhar:
Por quê?
Barbara Beskind tem 91 anos e foi contratada pela IDEO, uma das
empresas de design e inovação mais prestigiadas dos Estados Unidos.
Ela assistiu a uma entrevista do fundador da IDEO, David Kelley, que
Como?
A idade entre 30 e 60 anos são os anos Nós somos uma única geração que convive
realmente produtivos. Os mais velhos e - seja em qualquer idade ou estágio da vida.
mais novos são menos relevantes. Precisamos da participação e dos talentos
de cada um no seu “círculo da vida”
Fonte: Scary Mommy.
Não importa quantos anos nos separam: no fim do dia, aprender é função
da nossa coragem em se deixar afetar pelo diferente.
Para mergulhar:
Fonte: Style of Sound.
Por quê?
Fixar preços cria uma barreira de entrada a novos consumidores que não
podem ou não estão dispostos a investir o valor pré-estabelecido. Assim,
ao apresentar um novo produto ou serviço a potenciais compradores,
o PWYW pode ser um bom caminho. Além disso, uma pequena parcela
das pessoas que valorizam muito determinado produto geralmente se
dispõe a contribuir com quantias maiores do que nossas expectativas de
remuneração mais otimistas. Tom Morkes, autor do “PWYW Guide”, afirma
que esse tipo de comprador costuma representar de 1 a 3% do público
total, e que os valores aportados por eles costumam superar a lacuna
deixada por aqueles que pagam menos do que o valor médio.
Como?
Por último, aprender algo novo na prática é possível via PWYW porque as
barreiras de entrada em certos segmentos costumam diminuir quando o
consumidor decide quanto quer pagar. Quer aprender a fazer mandalas
artesanais, mas tem dúvidas se isso poderia dar certo? Faça algumas e
Para mergulhar
Fonte: Wired.
Por quê?
Como?
Para mergulhar
Por quê?
Como?
Para mergulhar
Por quê?
Como?
Para mergulhar
Por quê?
Como?
Planejamento
Os principais objetivos dessa fase são identificar o desafio a ser tratado e
organizar o processo. Pode ser dividida em dois momentos:
• Pré-reunião: identificar a demanda a ser discutida e decidir a
respeito de quem precisará ser incluído para que haja
uma pluralidade de visões contempladas. Definir o local, a
quantidade e frequência de reuniões, duração etc.
• Início da reunião: ao começar a conversa, é fundamental que
todo o grupo tenha clareza sobre o objetivo da reunião, o
formato com que ela se dará, as expectativas quanto aos
resultados esperados e os papéis de cada um. Pode ser útil
formular uma pergunta-desafio, de modo a servir como ponto
de partida do processo.
Formação de imagem
Essa etapa compreende a exploração conjunta do tema considerando
passado, presente e futuro. O objetivo é que todos consigam formar uma
visão compartilhada sobre o assunto. Assim como a fase de Planejamento,
pode dividir-se em duas subetapas:
• Formação de imagem passado/presente: conversas a respeito
do que já aconteceu e do atual estágio do desafio, sob múltiplas
perspectivas. É importante reunir o máximo de percepções
e fatos disponíveis. Nesse ponto pode ocorrer uma eventual
transformação da pergunta inicial, já que o grupo amadureceu
seu entendimento a respeito do contexto.
• Formação de imagem futura: semelhante a um brainstorming,
a ideia é abrir espaço para todo o grupo dar ideias sobre o
que poderia ser feito, ainda que certas possibilidades pareçam
improváveis ou fora da realidade. Recomenda-se que as pessoas
“piramidem” na ideia dos outros, encaixando novos elementos e
formando novas ideias por meio da cocriação.
Julgamento
O principal objetivo da fase de Julgamento é transformar as opiniões
pessoais em opiniões do grupo. O mecanismo para que isso aconteça é a
definição de critérios comuns para o julgamento de cada ideia cocriada na
etapa anterior.
Ao passar cada ideia pela “peneira” dos critérios, o terreno para uma
tomada de decisão consciente será pavimentado. Este é um momento
delicado para o grupo, que deverá buscar o consenso sempre que
possível, mas também precisará exercitar seu consentimento.
Consentir não é o mesmo que concordar, mas aceitar que determinado
direcionamento poderá ser melhor para o coletivo, ainda que minha
opinião pessoal seja divergente.
Decisão
Após selecionar as ideias que se mantiveram relevantes frente aos
critérios, é preciso avançar para uma definição do que será feito. Nesse
momento pode ser interessante que o grupo resgate a pergunta-
desafio e o objetivo da reunião a fim de iluminar a tomada de decisão.
Eventualmente pode ser que surja uma nova ideia ou um novo
entendimento, e é preciso que isso não seja negligenciado.
Avaliação do processo
Ao finalizar o plano de ação, ainda há uma etapa importante a ser
cumprida. Para que as próximas reuniões possam ser abastecidas com os
aprendizados que o grupo teve, é imprescindível realizar uma avaliação do
processo.
Para mergulhar:
Por quê?
Neste sentido, a Matriz serve para abrir horizontes. Ela ajuda a promover
a gestão de conhecimento entre a equipe, e isso contribui para que haja
alinhamento desde o início do projeto.
A força da Matriz CSD reside na sua premissa essencial, que aponta para
a existência de certezas, suposições e dúvidas em todas as situações que
nos detivermos a investigar. Ao começarmos a preenchê-la, costuma ficar
evidente a grande quantidade de perguntas em contraste com o pequeno
volume de certezas, especialmente em contextos mais complexos.
Conduzir essa reflexão é muito importante para “firmar o passo” e,
gradativamente, ir povoando o espaço das certezas. No caminho, novas
dúvidas e suposições acabam surgindo.
Como?
Fonte: LOGOBR.
A Matriz CSD pode ser uma ferramenta interessante toda vez em que é
preciso explorar determinada situação ou contexto. “Colocar no papel” nossos
pensamentos pode nos ajudar bastante a avançar nossas investigações.
Para mergulhar:
Por quê?
Além desses artifícios, os mapas mentais têm um estilo que facilita sua
visualização e trabalham com palavras-chave. Isso nos ajuda a encontrar
melhores sínteses para os conteúdos.
Como?
Fonte: Examtime.
Criar um mapa mental pode ser uma ótima forma de iniciar um novo
projeto de aprendizagem. O formato radial e aberto do mapa mental é
bastante convidativo às novas ideias. Ao iniciar o projeto Educação Fora da
Caixa, fiz vários mapas mentais, mas mantive um por todo o trajeto.
O mapa mental do livro da Educação Fora da Caixa (em junho de 2015). Fonte: o autor.
Para mergulhar
Por quê?
Eisenhower. Fonte: History.com.
Como?
seguinte forma:
• 1. Urgente e Importante: é o lugar para se começar,
representado pelas tarefas inadiáveis, mas relevantes;
• 2. Não Urgente e Importante: é o quadrante mais valioso,
porém mais comumente negligenciado por conta da
procrastinação e de urgências constantes;
• 3. Urgente e Não Importante: são as interrupções,
representadas por telefonemas, checagem constante de
e-mails, reuniões excessivas etc;
• 4. Não Urgente e Não Importante: são distrações que podem
atrapalhar a realização das tarefas de outros quadrantes
(especialmente aquelas do quadrante 2).
Fonte: Marcelo Toledo.
Para mergulhar
Valéria Giannella
É uma alegria e uma honra ter recebido de Alex Bretas o convite para
escrever essas “palavras finais” as quais, como é óbvio, e coerentemente
com o Kit e a pesquisa do projeto Educação Fora da Caixa, nada têm de
final ou conclusivo. Elas apenas aproveitam a chance de partilhar algumas
sensações e reflexões que a leitura despertou, e apontar alguns elementos
que já podemos assumir serem um chão comum para quem hoje se
disponha, a partir dos lugares e das posições as mais diversas, a trilhar
o caminho de uma educação humanizadora, democrática, libertadora,
cidadã.
Uma última coisa, das tantas que pipocaram durante a leitura, gostaria
de destacar aqui. É que as ferramentas aqui apresentadas comungam,
de forma implícita, mas facilmente detectável, o fato de se esquivar do
fundamento positivista tradicional para abraçar paradigmas outros:
holísticos? Sistêmicos? Pós-positivistas em sentido amplo e pouco
propenso a categorizar? Todos os casos me parecem partilhar: uma
1
Encontrei essa história em inglês no site https://learningvillagesveaborg.
wordpress.com/2015/04/06/little-boy/ e a traduzi livremente.
2
Agradeço imensamente à Adigo Lumo e ao Instituto EcoSocial que,
por meio de seus programas de formação, permitiram-me conhecer o
arquétipo da trimembração do ser humano (Pensar, Sentir e Querer),
além de outras referências importantes da antroposofia. O mesmo
agradecimento estende-se às ferramentas “compartilhamento biográfico”
e “processo decisório em grupo”, ambas também de base antroposófica.
3
Soube disso por meio do texto “Conscious Competence Learning
Model”, uma das fontes mais completas que encontrei sobre o assunto.
O material está disponível no link http://www.businessballs.com/
consciouscompetencelearningmodel.htm.
4
Idem acima.
5
Você encontra o texto completo dele aqui: http://omtimes.com/2012/10/
the-health-benefits-of-silence-simple-yet-profound/.
6
Leia o texto na íntegra aqui: http://www.bkumaris.org.br/editora/artigos/
Dicas-de-como-praticar-sil%C3%AAncio-Juliana-Vilarinho.pdf.
7
Citação retirada do texto de Juliana Vilarinho, disponível no link acima.
8
Retirei a citação do site http://centrodeyogavajrapani.com.br/mantras-2/
mantras-indianos/.
9
Extraído do belíssimo documento que Lígia elaborou sobre a Árvore da
Vida, disponível no link https://grupodevoluntariadoempresarial.files.
wordpress.com/2013/08/apresentac3a7c3a3o-grupo-de-estudos-de-
voluntariado-empresarial-ago-2013.pdf.
10
Para mais detalhes sobre a metodologia completa, veja o link http://
www.pacificdisaster.net/pdnadmin/data/original/REPSSI_2007_Tree_life.
pdf.
11
Yaacov Hetch desenvolve esse modelo no livro “Democratic Education: a
beginning of a story”, publicado nos EUA pela Bravura Books em 2011.
12
As seis diretrizes estão melhor descritas no documento “World Café Para
Viagem”, disponível no link http://www.theworldcafe.com/wp-content/
uploads/2015/07/World_Cafe_Para_Viagem.pdf.
13
Facilitação gráfica é um formato de colheita altamente visual,
geralmente feita num painel de grandes dimensões visível aos
participantes e em tempo real. Para mais informações sobre facilitação
gráfica, acesse http://www.facilitacaograficacolheita.com.br/facilitacao-
grafica/.
14
Perguntas traduzidas e adaptadas do documento editado por Andries
De Vos e Ria Baeck, disponível aqui
15
Mais informações sobre a origem do objeto da fala podem ser
encontradas aqui: onte: http://www.firstpeople.us/FP-Html-Legends/
TraditionalTalkingStick-Unknown.html.
16
Argumentos extraídos de um texto do site de Heather Platt: http://
heatherplett.com/2015/06/why-weneed-more-talking-pieces/.
17
Idem acima. Traduzi livremente e adaptei os cinco motivos.
18
Traduzi livremente o trecho, que se encontra em http://www.co-
intelligence.org/P-listeningcircles.html.
19
Agradeço muito à Liziane Silva, da INK, e ao Rodrigo Britto, da Aliança
20
“Alterdidatismo” é um termo que peguei emprestado de Augusto
de Franco, e que remete ao aprender com o outro, em rede. Pode ser
entendida como uma complementação ao autodidatismo e é oposta ao
“heterodidatismo”, que se revela quando alguém impõe a uma pessoa os
termos de sua aprendizagem (ensino).
21
Vi essa frase num fórum da Escola de Redes: http://escoladeredes.net/
group/transioorganizacional/ forum/topics/criar-cadeias-de-conhecimento
?commentId=2384710%3AComment%3A43550&groupId=2384710%3AGro
up%3A22221.
22
Extraí as citações do artigo “A Biomimética como Método Criativo para o
Projeto de Produto”, de F. B. Detanico, F. G. Teixeira e T. K. Silva, produzido
no âmbito do Programa de Pós-Graduação em Design da UFRGS. O texto
está disponível em http://www.pgdesign.ufrgs.br/designetecnologia/
index.php/det/article/viewFile/52/33.
23
Idem acima.
24
A citação é do site do Presencing Institute, disponível no link https://
www.presencing.com/theoryu.
25
Trecho retirado do site http://www.youwilldobetter.com/2015/03/teoria-
u-lideranca-partir-propositopara-futuro-queremos-viver/.
26
Otto Scharmer, o fundador da Teoria U, dialoga com a antroposofia
em vários pontos de sua proposta, como na descrição desse princípio,
cujos três elementos – mente aberta, coração aberto e vontade aberta –
relacionam-se diretamente com o Pensar, Sentir e Querer.
27
“Downloading”, aqui, quer dizer um tipo de escuta e interação que
28
Citação extraída do livro Bojer, Marianne Mille et al. Mapeando diálogos:
ferramentas essenciais para a mudança social. Instituto Noos, Rio de
Janeiro, 2010.
29
Tomei conhecimento da frase por meio do trabalho da Três por Quatro,
mais precisamente a partir do seguinte documento: http://slate.adobe.
com/a/xlkM8.
30
O Projeto Cooperação é uma comunidade criada por Fábio Brotto e
outros facilitadores de jogos cooperativos.
31
Citação extraída de: “Pedagogia da Cooperação”. Caderno de
referência de esporte, volume 12. Fundação Vale. O material
encontra-se disponível no seguinte link: http://unesdoc.unesco.org/
images/0022/002250/225005POR.pdf.
32
Idem acima.
33
Todas as citações utilizadas nas descrições dos quatro princípios
também remetem ao material indicado na nota acima.
34
Extraí a frase de Einstein da Wikiquote, no site https://pt.wikiquote.org/
wiki/Albert_Einstein.
35
Citação extraída do site do Coletivo PI. Veja no seguinte endereço: http://
www.coletivopi.com/p/entresaltos. html.
36
Idem acima.
37
Traduzi livremente as características do artigo original em inglês,
disponível em http://www.principals.ca/documents/powerful_questions_
article_(World_Cafe_Website).pdf.
38
Vi a frase sendo atribuída a Sêneca no site http://faladeaula.blogspot.
com.br/2011/01/quem-ensinaaprende-duas-vezes.html.
39
O doutorado informal é um caminho de aprendizagem que se inspira
na profundidade e inovação do doutorado acadêmico, por um lado, e na
liberdade proporcionada pela não vinculação às instituições, de outro. Este
livro é uma das entregas do meu percurso de doutorado informal. Para
saber mais, acesse http://www.alexbretas.com.br/doutorado-informal/.
40
Citação traduzida e adaptada do post “What are the 40 benefits of
having a mentor?”, de John Carleton, disponível em https://medium.com/@
carleton_john/what-are-the-benefits-of-having-amentor-8973b54ef548.
41
Criei a microaula inspirado por práticas como o elevator pitch, uma
espécie de apresentação curta de um negócio ou projeto comum em
eventos de empreendedorismo.
42
Essa ferramenta foi criada por mim e pela Mariana Baldi no início de
2015.
43
Citação extraída da página do Unlock da Biblioteca Virtual da
Antroposofia, uma ótima fonte de pesquisa a respeito da ciência
espiritual de Rudolf Steiner. Link: https://unlock.fund/pt-BR/
bibliotecavirtualdaantroposofia,
44
Retirei a citação do site da contadora de histórias Emilie Andrade: http://
emilie-andrade.com/.
45
Citação extraída e traduzida do artigo “Why Your Brain Loves Good
Storytelling”, publicado no site da Harvard Business Review. Link: https://
hbr.org/2014/10/why-your-brain-loves-good-storytelling/.
46
Extraído e traduzido de http://www.artofmanliness.com/2012/02/13/
how-and-why-to-write-your-ownpersonal-manifesto/.
47
Letterings são combinações específicas de letras geralmente
desenhadas a mão. Vários manifestos inspiracionais popularizados na
internet seguiram esse formato.
48
Traduzido e adaptado do artigo “Manifesto: Our Manifesto For
Creating Yours”, disponível em http://geoffmcdonald.com/the-manifesto-
manifesto/.
49
Extraído de https://pt.wikipedia.org/wiki/Ritual.
50
O artigo “Why Rituals Work” aponta algumas evidências neste sentido.
51
Essa frase aparece como subtítulo do livro “Jogos Cooperativos”, escrito
por Fábio Otuzi Brotto e publivado pela editora do Projeto Cooperação.
Mais detalhes sobre a publicação podem ser acessados no seguinte link:
http://jogoscooperativos.net/page/livros-jc.
52
De acordo com o documento que sistematiza a Metodologia
Elos, disponível em http://issuu.com/elos/docs/metodologiaelo_
manualdebolso_pt.
53
Idem acima.
54
Traduzi e adaptei a lista do original que se encontra no documento
“What is appreciative inquiry?”, disponível no link http://ngobg.info/bg/
documents/49/756whatisai.pdf.
55
Os pontos a seguir foram elaborados com base no artigo disponível no
site http://asq.org/service/bodyof-knowledge/tools-SOAR.
56
Idem acima.
57
As perguntas foram traduzidas e adaptadas do livro “How to be
More Awesome: a practical journey”, de Tim Slack e Suzanne Quinney,
Wordscapes Ltd., 2014.
58
Extraído de uma apresentação da autora disponível no Slideshare, no
seguinte endereço: http://pt.slideshare.net/institutounibanco/cenrios-
transformadores-por-mille-bo.
59
Extraído e traduzido de um artigo do autor disponível no site da
McKinsey&Company, no endereço http://www.mckinsey.com/insights/
strategy/the_use_and_abuse_of_scenarios.
60
Extraído da página de Peter Drucker no Wikiquote, disponível no link
https://pt.wikiquote.org/wiki/Peter_Drucker.
61
Bojer, Marianne Mille et al. Mapeando diálogos: ferramentas essenciais
para a mudança social. Instituto Noos, Rio de Janeiro, 2010.
62
Extraído do link http://pt.slideshare.net/institutounibanco/cenrios-
transformadores-por-mille-bo.
63
Os princípios foram retirados de uma página do site oficial do Dragon
Dreaming no Brasil: http://www.dragondreamingbr.org/portal/index.php/
dragon-dreaming/etica-dd.html.
64
Extraído de http://www.dragondreamingbr.org/portal/index.php/2012-
10-25-17-02-40/conceito.html.
65
Para entender como se faz um Karrabirrdt, entre neste link: http://www.
dragondreamingbr.org/portal/index.php/2012-10-25-17-02-40/fichas-
tecnicas/100-karabirrdt.html.
66
O trecho foi extraído de um texto do autor intitulado “Hackerspace:
um novo modelo de escola”, o qual não se encontrava mais disponível na
última vez que tentei acessá-lo. De toda forma, o link é http://tutzstyle.
com/artigos/hackerspace-um-novo-modelo-de-escola/.
67
Os exemplos que trouxe foram retirados do artigo de Jack Feuer,
disponível no link http://magazine.ucla.edu/features/outlaw-biology/.
68
Extraído e traduzido do verbete “Learning community” da Wikipedia,
disponível em https://en.wikipedia.org/wiki/Learning_community.
69
Fui buscar esse trecho no livro “Aprender em comunidade”, de
José Pacheco, disponível na íntegra em http://media.wix.com/ugd/
bcc8d6_68e5a307f06e4037a896d68ae7a99062.pdf.
70
Trecho extraído de uma entrevista concedida pelo filósofo, disponível
http://escoladedialogo.com.br/escoladedialogo/index.php/biblioteca/
artigos/ultrapassar-a-economia/.
71
Agradeço muito aos queridos Danilo e Luah por terem me apresentado
a Piazza del Libri, que serviu de inspiração para que eu escrevesse sobre
as ocupações criativas. Para mais detalhes sobre essa iniciativa, ver o link
https://medium.com/@educforadacaixa/pra%C3%A7a-do-livro-kit-fora-
dacaixa-4c6610ad0f4f.
72
Traduzi e adaptei a pergunta, cuja versão original pode ser encontrada
em http://www.wisertogether.com/wp-content/uploads/cafe-question.jpg.
73
Encontrei e traduzi o comentário de Evan Briggs a partir do link https://
www.scarymommy.com/this-iswhat-happens-when-you-put-a-preschool-
in-a-nursing-home/?section=pre-schoolyears&u=GDOaeJ6LCm.
74
Busquei e traduzi essa frase do site iz Quotes. Link: http://izquotes.com/
quote/348498.
75
Extraído e traduzido de uma entrevista de John Croft sobre o tema,
disponível no link http://plantowin.net.au/2012/09/empowered-
fundraising/.
76
Retirado de um dos textos mais completos sobre captação empoderada
que encontrei, disponível na íntegra no site do Dragon Dreaming no Brasil:
http://www.dragondreamingbr.org/portal/index.php/2012-10-25-17-02-40/
fichas-tecnicas/106-22-captacao-empoderada.html.
77
Idem acima.
78
Citação retirada de http://logobr.org/design-estrategico/matriz-csd/.
79
Extraído de um artigo do autor publicado no site da Sociedade Brasileira
de Coaching, disponível no link http://www.sbcoaching.com.br/blog