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4114 DIÁRIO DA REPÚBLICA I SÉRIE — N.

º 168 — DE 1 DE SETEMBRO DE 2011 4115

ASSEMBLEIA NACIONAL ARTIGO 3.° ou comercialização, ou que represente uma s) instalações de armazenamento de combustíveis —
––––– (Definições) ameaça à segurança do Estado, ou a pessoas ou os locais, incluindo o conjunto dos reservatórios
Lei n.º 28/11 bens; e respectivos equipamentos auxiliares, destina-
de 1 de Setembro Para efeitos do disposto na presente lei entende-se por: l) distribuição — a disseminação de produtos petrolí- dos a conter produtos derivados do petróleo
feros através de equipamentos móveis (rodoviá- líquidos ou gasosos;
A necessidade da criação de um quadro regulador para o
a) armazenamento — a manutenção de petróleo bruto rios, ferroviários, aéreos e embarcações) ou fixos t) instalação petrolífera — a infra-estrutura industrial
mercado de derivados de petróleo em Angola, que assegure
e de produtos petrolíferos em reservatórios (redes e ramais de oleodutos ou gasodutos), ou logística destinada ao exercício de qualquer
o aumento da eficiência da cadeia de refinação de petróleo
bruto, armazenamento, transporte, distribuição e comercia- situados em instalações devidamente autorizadas, tendo em vista o abastecimento de clientes finais actividade prevista pela presente lei;
lização de produtos petrolíferos que estimule e garanta a incluindo cavernas, para fins logísticos, de con- ou de instalações de armazenamento destinado u) licenciamento — o conjunto de procedimentos e
cobertura nacional, permitindo, igualmente, o livre acesso sumo ou de constituição de reservas de segu- ao abastecimento directo de clientes finais; diligências necessário à tomada de decisão sobre
às referidas actividades. rança, para uso próprio ou de terceiros, excluindo m) entidade licenciadora e fiscalizadora — a entidade um pedido de acesso ao exercício de alguma das
instalações de venda a retalho e a manutenção de da Administração Central competente para a actividades descritas no artigo 1.° da presente lei,
O referido quadro regulador deve ter como principal produtos em vias de fabrico nas refinarias ou coordenação do processo de licenciamento ou de centralizados pela entidade licenciadora, e com
objectivo estabelecer princípios gerais de organização e de noutras instalações petrolíferas industriais; controlo prévio e para a fiscalização do cumpri- a participação do requerente e de todas as enti-
estruturação do mercado de derivados de petróleo, bem como dades que, em virtude de competências próprias
b) combustíveis líquidos — as gasolinas de aviação e mento da presente lei e dos regulamentos relati-
regras de acesso e de equidade para todos os agentes econó- ou da natureza do projecto, devam ser consulta-
gasolinas auto, petróleos de iluminação e carbu- vos às actividades por ela abrangidas;
micos nele interessados, salvaguardando, simultaneamente, das;
rantes, jet-fuel, gasóleos e fuelóleos; n) grandes instalações de armazenamento — as ins-
os interesses estratégicos do País. v) mercado petrolífero — o conjunto das operações
c) combustíveis sólidos derivados do petróleo — o talações de armazenamento de petróleo bruto e
coque de petróleo e produtos similares; de produtos petrolíferos que, pela sua capacidade comerciais e financeiras relativas ao petróleo
Havendo necessidade de se dotar o País de legislação ade-
d) centros de operação logística — as grandes insta- bruto e aos produtos petrolíferos transaccionados
quada à Estratégia de Liberalização do Sector dos Combus- e localização sejam definidos como de interesse
lações de armazenamento ligadas a terminais no território nacional, bem como as importações
tíveis, aprovada pelo Presidente da República, Titular do estratégico, segundo critérios que venham a ser
marítimos ou às refinarias, por sistemas de trans- e exportações;
Poder Executivo; estabelecidos em legislação complementar;
porte de produtos petrolíferos por conduta ou w) operador de instalações petrolíferas — a pessoa
o) gás de Petróleo Liquefeito — mistura de hidrocar-
A Assembleia Nacional aprova, por mandato do povo, abastecidas a partir de equipamentos de trans- singular ou colectiva responsável pela gestão e
bonetos leves, predominantemente butano e pro-
nos termos da alínea b) do artigo 161.° e da alínea d) do porte móveis (rodoviários, ferroviários, aéreos e exploração de uma instalação petrolífera;
pano, em fase gasosa nas condições normais de
n.° 2 do artigo 166.°, ambos da Constituição da República fluviais); x) tratamento de produtos petrolíferos — a actividade
pressão e de temperatura, contendo igualmente
de Angola, o seguinte: e) cliente — o cliente grossista ou retalhista e o cliente de manipulação, designadamente, trasfegas ou
outros componentes como o propano, os isóme-
final de produtos petrolíferos; enchimento e as operações físicas simples, nomea-
ros de butano, o buteno e vestígios de outros
LEI SOBRE A REFINAÇÃO DE PETRÓLEO f) cliente doméstico — o cliente final que compra damente de rectificação e de mistura, podendo
hidrocarbonetos gasosos, que sob determinadas
BRUTO, ARMAZENAMENTO, TRANSPORTE, produtos de petróleo para consumo doméstico, também incluir as operações químicas de purifi-
condições de pressão e temperatura pode ser
DISTRIBUIÇÃO E COMERCIALIZAÇÃO excluindo actividades comerciais ou profissio- cação ou acabamento, efectuadas sobre os pro-
acondicionada em recipientes ou reservatórios no
DE PRODUTOS PETROLÍFEROS nais; dutos petrolíferos;
seu estado líquido;
g) cliente final — o cliente que compra produtos y) Petróleo bruto — uma mistura de hidrocarbonetos
CAPÍTULO I p) grandes instalações petrolíferas — as refinarias, as que esteja em estado líquido à cabeça do poço ou
petrolíferos para consumo próprio;
Disposições Gerais grandes instalações de armazenamento e os sis- no separador nas condições normais de pressão e
h) grossista — a pessoa singular ou colectiva, com ou
temas de transporte de produtos petrolíferos por temperatura incluindo destilados e condensados,
sem o estatuto de importador, que transaccione,
ARTIGO 1.° conduta, integrados ou não em centros de opera- bem como os líquidos extraídos do gás natural;
no território nacional, petróleo bruto para refina-
(Objecto) ção logística; z) Postos de abastecimento de combustíveis (expres-
ção ou produtos petrolíferos para comercializa-
q) gás Natural (GN) — mistura gasosa de hidrocar- são equivalente a instalações de abastecimento
ção, não incluindo a venda a clientes finais;
A presente lei estabelece as bases gerais da organização bonetos, na sua maioria metano, mas contendo
i) importador — o grossista que introduza, no territó- de combustíveis) — a instalação destinada ao
e do funcionamento do sector dos derivados de petróleo, bem igualmente pequenas quantidades de etano e pro-
rio nacional, petróleo bruto ou produtos semi-fa- abastecimento, para consumo próprio, público ou
como as disposições gerais aplicáveis ao exercício das acti- pano, eventualmente indícios de outros hidrocar-
bricados para refinação ou, ainda, produtos cooperativo, de gasolinas, gasóleos e GPL, para
vidades de refinação de petróleo bruto e de armazenamento, bonetos mais pesados, bem como outros gases
petrolíferos para armazenamento; veículos rodoviários, correspondendo-lhe a área
transporte, distribuição e comercialização de produtos petro- não combustíveis como o dióxido de carbono e o
j) retalhista — a pessoa singular ou colectiva que dis- do local onde se inserem as unidades de abaste-
líferos.
tribui ou comercializa produtos de petróleo em azoto; cimento, os respectivos reservatórios, as zonas
ARTIGO 2.°
instalações de venda a retalho, com ou sem r) gás Natural Liquefeito (GNL) — o gás natural que, de segurança e de protecção, bem como os edifí-
(Âmbito de aplicação)
entrega ao domicílio dos clientes; através de arrefecimento, foi conduzido ao seu cios integrados e as vias necessárias à circulação
A presente lei aplica-se a todo o território nacional e k) crise energética — qualquer ocorrência que provo- estado líquido, geralmente com o objectivo de dos veículos rodoviários a abastecer. Por exten-
abrange todas as pessoas singulares e colectivas, públicas ou que uma perturbação súbita no mercado de pro- armazenamento ou transporte, mantendo-se são incluem-se, nesta definição, as instalações
privadas, que exercem ou venham a exercer as actividades dutos petrolíferos, afectando as actividades de naquele estado apenas enquanto se verificarem semelhantes destinadas ao abastecimento de
descritas no artigo anterior. produção, importação, refinação, armazenamento as condições de arrefecimento exigidas; embarcações ou aeronaves;
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aa) produtos petrolíferos — os produtos obtidos ARTIGO 5.° b) promoção da adequada diversificação das fontes de d) promoção da eficiência energética e da utilização
por destilação do petróleo bruto e tratamentos (Princípios fundamentais) aprovisionamento, em articulação com a utiliza- racional dos meios, bem como da protecção
subsequentes, designadamente GPL, gasolina ção de outras formas alternativas de energia; ambiental.
O exercício das actividades abrangidas pela presente lei
para automóveis, gasolina de aviação (avgás), c) promoção da eficiência e da utilização racional dos
deve obedecer aos seguintes princípios fundamentais:
nafta, petróleo de iluminação e de motores, meios e dos produtos petrolíferos; ARTIGO 9.°

jet-fuel, gasóleo, fuelóleos, lubrificantes, a) princípio do desenvolvimento e da coesão econó- d) constituição de um cadastro centralizado e actuali- (Protecção dos consumidores)

parafina, asfalto, coque do petróleo, carbor- mica nacional; zado das instalações petrolíferas localizadas em
reactores, solventes, produtos betuminosos e b) princípio da racionalidade e da eficiência dos meios todo o território nacional; 1. Para efeitos da presente lei, entende-se por consumidor,
outros derivados do petróleo bruto; a utilizar, desde o aprovisionamento, por impor- e) declaração de crise energética, nos termos da legis- o cliente final de produtos petrolíferos.
bb) refinação — a actividade que procede à trans- tação ou aquisição no mercado interno, de pro- lação aplicável, e adopção das medidas restriti-
dutos petrolíferos até ao consumo final, de forma vas nela previstas, de forma a minorar os seus 2. No exercício das actividades objecto da presente lei,
formação de petróleo bruto e de produtos
a contribuir para a progressiva melhoria da com- efeitos e garantir o abastecimento de combustí- incluindo a comercialização de GPL e GN canalizado, é
semi-fabricados para o fabrico de produtos
petitividade e da eficiência do mercado petrolí- veis às entidades consideradas prioritárias. assegurada a protecção dos consumidores, nomeadamente
petrolíferos;
fero nacional; quanto à prestação do serviço, ao exercício do direito de
cc) reservas de segurança — as quantidades de
c) princípio da liberdade de acesso e da não discrimi- 3. O Titular do Poder Executivo pode delegar nos seus informação, à qualidade da prestação do serviço, à repressão
produtos petrolíferos armazenados com o
nação; órgãos auxiliares o exercício das competências descritas nos de cláusulas abusivas e à resolução de litígios, nos termos da
fim de serem introduzidas no mercado quando
d) princípio da concorrência, sem prejuízo do cum- números anteriores do presente artigo. legislação em vigor.
expressamente determinado pelo Titular do
primento das obrigações do serviço público;
Poder Executivo ou pelos órgãos auxiliares, 3. A prestação do serviço descrito no número anterior
e) princípio da transparência e da objectividade das ARTIGOS 7.º
no âmbito de poderes delegados, para fazer deve obedecer a elevados padrões de qualidade, neles
regras e das decisões;
face a situações de perturbação do abasteci- (Direitos)
f) princípio da protecção dos consumidores; devendo incluir-se o grau de satisfação dos clientes.
mento;
g) princípio da utilização racional dos recursos;
dd) reservas estratégicas — a parte das reservas Nos termos da presente lei são assegurados, a todos os
h) princípio da preservação e da manutenção do equi- 4. O prestador do serviço deve informar o consumidor,
de segurança constituídas e mantidas com fins intervenientes, os seguintes direitos: de forma clara e conveniente, das condições em que o ser-
líbrio ambiental;
estratégicos, geridas pela entidade da Admi- i) princípio da promoção e apoio ao empresariado viço é fornecido e prestar-lhe todos os esclarecimentos que se
nistração Pública competente para o efeito; a) liberdade de acesso ou de candidatura ao exercício justifiquem, de acordo com as circunstâncias.
nacional, com particular destaque para as micro,
ee) transporte — a veiculação de petróleo bruto das actividades;
pequenas e médias empresas.
ou de produtos petrolíferos através de equipa- b) não discriminação; 5. O prestador do serviço informa directamente, de forma
mentos móveis (rodoviários, ferroviários, aéreos c) igualdade de tratamento e de oportunidades; atempada e eficaz, os consumidores sobre as tarifas aplicá-
ARTIGO 6.°
ou marítimos) ou fixos (rede e ramais de oleo- d) acesso à informação e salvaguarda da confidencia- veis pelos serviços prestados, disponibilizando-lhes infor-
(Competência do Titular do Poder Executivo)
duto e gasoduto), entre instalações destinadas lidade das informações consideradas sensíveis; mação clara e completa sobre essas tarifas.
à refinação ou ao armazenamento, excluindo 1. No âmbito da presente lei e tendo em vista a criação de e) liberdade de escolha de fornecedor de produtos
o abastecimento directo a clientes finais, ou um mercado competitivo, eficiente, seguro e ambientalmente petrolíferos. ARTIGO 10.°
de instalações de armazenamento destinadas sustentável, compete ao Titular do Poder Executivo: (Protecção do ambiente)
ARTIGO 8.°
ao abastecimento directo de clientes finais, a) promover a regulamentação específica relativa ao
(Obrigações de serviço público) 1. No exercício das actividades previstas na presente lei
(habitualmente designado por transporte exercício das actividades abrangidas pela pre-
secundário). os intervenientes devem adoptar as providências adequadas
sente lei no que diz respeito as condições aplicá-
1. Sem prejuízo do exercício das actividades em regime à minimização dos impactes ambientais, com vista a salva-
veis à construção, alteração e exploração das
livre e concorrencial, são estabelecidas obrigações de serviço guardar a sua preservação, nos termos previstos pela legisla-
CAPÍTULO II instalações de refinação e tratamento de petróleo,
público, que devem ser observadas pelos grossistas e reta- ção ambiental em vigor.
armazenamento, bem como do transporte, da
Objectivos e Princípios Fundamentais lhistas e operadores de instalações petrolíferas, nos termos
distribuição e da comercialização de produtos
previstos na lei e legislação complementar. 2. O Titular do Poder Executivo deve promover políticas
petrolíferos;
ARTIGO 4.° de utilização racional de energia, tendo em vista a eficiência
b) especificar as características de produtos petrolífe-
(Objectivos) 2. São obrigações de serviço público: energética e a protecção da qualidade do ambiente.
ros e regulamentar a sua utilização.

O exercício das actividades abrangidas pela presente lei 2. Compete, ainda, ao Titular do Poder Executivo garan- a) a segurança, a regularidade e a qualidade do abas- ARTIGO 11.°
tem como objectivo fundamental contribuir para o desenvol- tir a segurança de abastecimento, através da: tecimento; (Segurança, higiene e saúde no trabalho)
vimento do País e para a coesão económica e social, assegu- b) a protecção dos consumidores;
rando, nomeadamente a oferta de produtos petrolíferos em a) definição das obrigações de constituição e manu- c) a satisfação das necessidades de consumidores prio- No exercício das actividades previstas na presente lei
termos adequados às necessidades dos consumidores, quer tenção de reservas, e das condições da sua mobi- ritários nos sectores da saúde, Forças Armadas e deve ser observada a legislação em vigor relativa às condi-
qualitativa, quer quantitativamente. lização em situações de crise energética; assistência social; ções de segurança, higiene e saúde no trabalho.
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ARTIGO 12.º vistas na presente lei, nos termos a definir em legislação SECÇÃO II leo e entidades inspectoras de redes e ramais de distribuição
(Medidas de contingência) especial. Licenciamento e instalações de gás, para colaboração com a entidade licen-
ciadora competente no que diz respeito à apreciação de pro-
1. Em caso de crise energética o Titular do Poder Exe- 3. O Titular do Poder Executivo pode, ainda, estabelecer ARTIGO 17.° jectos, vistorias e inspecções previstas na presente lei, nos
cutivo pode adoptar, com carácter excepcional, comuni- mecanismos administrativos, financeiros ou operacionais (Requisitos para o licenciamento) termos de legislação complementar ou, na sua falta, mediante
cando, de imediato, o facto à Assembleia Nacional, medidas para impulsionar o financiamento das actividades de refina- protocolo ou contrato com a entidade licenciadora compe-
de contingência, sempre que se registem situações susceptí- ção, armazenamento, transporte, distribuição e comerciali- 1. O acesso às actividades descritas no artigo 1.° da pre- tente, que defina a sua actuação e procedimento.
veis de provocar distorções de concorrência e de afectarem zação de produtos petrolíferos, promovendo o acesso directo sente lei, nomeadamente a construção, exploração, alteração
negativamente o funcionamento do mercado dos derivados a créditos em condições favoráveis. de capacidade, renovação de licença e outras alterações que, 5. As entidades de inspecção referidas no número ante-
de petróleo. de qualquer forma, afectem as condições de segurança de ins- rior estão sujeitas a incompatibilidades, segredo profissional,
talação destinada ao exercício de qualquer das actividades prestação de informação às entidades competentes e manu-
CAPÍTULO III
2. As medidas de contingência, previstas nos termos do estabelecidas no artigo 1.° ficam sujeitas a licenciamento, tenção de arquivo de documentação de actividade e de
Organização, Regime de Actividades e Funcionamento
número anterior, têm carácter excepcional, devendo ser nos termos a definir por Decreto Presidencial. seguro de responsabilidade civil.
limitadas a um período de tempo necessário e adequado para SECÇÃO I
solucionar a crise ou a ameaça que as justificou. 2. Os elementos a fornecer pelo requerente e os requisi- ARTIGO 20.°
Composição do Sector dos Derivados de Petróleo
tos e condições técnicas a observar, nos termos do artigo (Pedido de licenciamento)

3. O acto que fixar as medidas de contingência deve anterior são definidos pelo Titular do Poder Executivo, com
ARTIGO 15.°
determinar, igualmente, a compensação devida aos lesados faculdade de delegação nos seus órgãos auxiliares. 1. O pedido de licenciamento deve conter a informação
(Actividades do sector dos derivados de petróleo)
pela adopção das mesmas, devendo ser assegurada, em todos necessária, incluindo os elementos exigidos, nos termos do
os casos, uma repartição equitativa dos encargos. 3. A estrutura dos processos de licenciamento deve ser artigo 17.º
1. O sector dos derivados de petróleo integra o exercício
adequada à complexidade e perigosidade das instalações
das seguintes actividades: 2. A entidade licenciadora verifica a conformidade do
ARTIGO 13.°
desenvolvidas.
pedido com o disposto no número anterior, em prazo a defi-
(Regime de preços) a) refinação de petróleo bruto; nir em legislação própria, recusando o recebimento do
4. Sem prejuízo do disposto nos n.os 1 e 2 podem ser
b) armazenamento; pedido se este não estiver acompanhado de todos os elemen-
1. Não obstante as regras de concorrência estabelecidas estabelecidos, em casos justificados, regimes simplificados
c) transporte; tos instrutórios cuja junção é obrigatória.
em legislação especial e das obrigações de serviço público de licenciamento ou de não sujeição a licenciamento, nos ter-
d) distribuição;
deve ser estabelecido um mecanismo de regulação de preços mos a definir em legislação complementar. 3. A entidade licenciadora pode solicitar, ao requerente,
e) comercialização.
de venda ao público, que permita: informação suplementar, suspendendo-se a instrução do res-
2. O exercício das actividades referidas no número ante- ARTIGO 18.° pectivo procedimento, pelo prazo a ser fixado em legislação
a) assegurar a minimização de custos para os consu- rior é acumulável, desde que os intervenientes cumpram as (Competência para o licenciamento) própria.
midores; condições para cada uma delas e não infrinjam a legislação
b) levar em consideração as diferenças de custos exis- sobre a concorrência. A competência das entidades da Administração Pública, 4. O não cumprimento, por parte do requerente, do dis-
tentes entre os diferentes tipos de produtos e as para efeitos de licenciamento das actividades descritas no posto no número anterior implica a anulação do pedido de
actividades reguladas, considerando a respectiva 3. Os agentes do sector dos derivados de petróleo devem artigo 1.°, é fixada por Decreto Presidencial. licenciamento.
cadeia de valor. obedecer aos princípios de separação contabilística e jurídica
entre as actividades, nos termos a definir em legislação com- ARTIGO 19.° 5. Com o pedido de licenciamento é devida taxa corres-
2. Sem prejuízo do disposto no número anterior devem plementar. (Processo de licenciamento) pondente à apreciação do projecto e à vistoria inicial referi-
ser revistos os actuais critérios de fixação de preços de pro- das nas alíneas a) e b) do n.° 1 do artigo 61.°
dutos petrolíferos. ARTIGO 16.º 1. A entidade promotora apresenta o pedido de licencia-
(Agentes do sector dos derivados de petróleo) mento à entidade competente, a quem incumbe a instrução ARTIGO 21.°
ARTIGO 14.º do respectivo processo. (Entidades a consultar)
(Incentivos) São agentes do sector dos derivados de petróleo:
2. A instrução do processo de licenciamento pode incluir 1. Devem ser consultadas as entidades cujo parecer seja
1. Os incentivos a serem concedidos para o exercício das a) os operadores de refinação; a consulta a outras entidades, nos termos do artigo 21.°, bem legalmente exigido.
actividades objecto da presente lei são os previstos na legis- b) os operadores de armazenamento; como a realização de vistorias.
lação sobre o investimento privado ou em outros instrumen- c) os operadores de transporte; 2. Até ao termo do prazo a fixar nos termos do n.° 2 do
tos legais aplicáveis. d) os operadores de distribuição; 3. A instrução do processo conclui-se com a concessão da artigo anterior, a entidade licenciadora envia o pedido às
e) os grossistas e os retalhistas; respectiva licença. entidades a consultar, para emissão de parecer.
2. O Titular do Poder Executivo pode atribuir outros f) outros agentes económicos intervenientes no mer-
incentivos fiscais, cambiais e aduaneiros que se tornem cado petrolífero; 4. Podem ser criadas, por diploma próprio, entidades ins- 3. O interessado pode solicitar, à entidade licenciadora,
necessários implementar para promover as actividades pre- g) os consumidores de produtos petrolíferos. pectoras de instalações de combustíveis derivados do petró- previamente à apresentação do pedido de licenciamento, a
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indicação das entidades que, nos termos legais, devam emi- ARTIGO 25.° a) por via marítima, fluvial, aérea, rodoviária ou fer- a) obrigação e regularidade do fornecimento;
tir parecer relativamente ao pedido a apresentar. (Aprovação do projecto) roviária; b) publicitação dos preços praticados;
b) através de condutas, designadamente redes e ramais c) prestação de informação às entidades administrati-
4. O interessado pode solicitar previamente os pareceres 1. Após a recepção dos pareceres referidos nos arti- de gasodutos e oleodutos. vas competentes.
legalmente exigidos junto das entidades competentes, entre- gos 21.° e 23.°, a entidade licenciadora envia ao requerente,
gando-os com o requerimento de pedido de licenciamento, em parecer devidamente fundamentado, a decisão sobre a 2. As condições a que deve obedecer o acesso, o licen- ARTIGO 31.°
caso em que não há lugar a nova consulta desde que até à aprovação do projecto requerido, imposição de condições ou ciamento e o exercício da actividade de transporte pelos (Regime do exercício da comercialização)
data da apresentação de tal pedido não haja decorrido mais de alterações ou, ainda, rejeição. meios referidos na alínea a) do número anterior são estabe-
um ano desde a emissão dos pareceres ou desde que, caso lecidas no âmbito da legislação sobre o sector dos transpor- O exercício da actividade de comercialização de produtos
tenha sido esgotado este prazo, não se tenham verificado 2. Os projectistas, empreiteiros e responsáveis pela exe- tes e demais legislação específica aplicável. petrolíferos fica sujeito a licença, nos termos dos artigos 17.°
alterações dos pressupostos de facto ou de direito em que os cução dos projectos devem comprovar a existência de seguro a 25.° e em legislação complementar, observados os requisi-
mesmos se basearam. de responsabilidade civil que cubra os riscos da respectiva 3. O exercício da actividade de transporte por conduta tos previstos nas alíneas a) a c) do artigo 26.°, bem como às
actividade, em montante a definir pela entidade licenciadora. depende de licenciamento das instalações, nos termos dos disposições legais em matéria fiscal, comercial e aduaneira.
ARTIGO 22.°
artigos 17.° a 25.° e de legislação complementar, observados
(Prazo para pareceres)
os requisitos previstos nas alíneas a) a c) do artigo 26.°
SECÇÃO III SECÇÃO IV
Refinação, Tratamento, Armazenamento, Transporte, Distribuição Importação, Recepção, Expedição e Exportação
1. O prazo para emissão de pareceres por cada uma das ARTIGO 29.°
e Comercialização de Produtos Petrolíferos
entidades consultadas é fixado por legislação própria. (Distribuição)
ARTIGO 32.°
ARTIGO 26.° (Regime de exercício das actividades)
2. A falta de emissão de parecer dentro do prazo a 1. A distribuição de produtos petrolíferos pode processar-se:
(Refinação e tratamento)
ser fixado, nos termos do n.° 1 é considerada como parecer As actividades de importação, recepção, expedição e
favorável. a) por via marítima, fluvial, aérea, rodoviária e ferro-
O exercício das actividades de refinação de petróleo bruto exportação de petróleo bruto e de produtos petrolíferos ficam
viária;
ARTIGO 23.° e de tratamento de derivados de petróleo depende do licen- sujeitas a licenciamento, nos termos definidos em legislação
b) através de condutas, designadamente redes e ramais
(Pareceres condicionantes) ciamento das instalações a ser concedido, nos termos dos complementar e ao cumprimento das condições estabeleci-
de gasodutos e oleodutos.
artigos 17.° a 25.° e a regulamentar, tendo em conta: das na legislação comercial, fiscal e aduaneira em vigor.
O licenciamento de instalações sujeitas a avaliação de
2. As condições a que deve obedecer o acesso, o licen-
impacte ambiental, nos termos da legislação própria, só pode a) a idoneidade e a capacidade técnica, económica e ciamento e o exercício da actividade de distribuição de pro-
ter seguimento após conclusão do procedimento previsto na financeira do requerente; CAPÍTULO IV
dutos petrolíferos pelos meios referidos na alínea a) do
referida legislação. b) a conformidade do respectivo projecto com a polí- Consumidores
número anterior são estabelecidas no âmbito da legislação
tica energética nacional; sobre o sector dos transportes e demais legislação específica
ARTIGO 24.° c) o plano de ordenamento do território e os objectivos SECÇÃO I
aplicável.
(Vistorias) de política ambiental, nos termos definidos em Direitos dos Consumidores

legislação própria. 3. O exercício da actividade de distribuição de produtos


1. As vistorias têm em vista o cumprimento dos regula- petrolíferos por conduta depende do licenciamento das ins- ARTIGO 33.°
mentos aplicáveis e, em geral, a garantia da segurança de pes- talações, a conceder, nos termos dos artigos 17.° a 25.° e de (Direitos dos consumidores)
ARTIGO 27.°
soas e bens e são efectuadas pela entidade licenciadora ou legislação complementar, observados os requisitos previstos
(Armazenamento)
por uma comissão por ela constituída para o efeito, nos ter- nas alíneas a) a c) do artigo 26.° 1. Todos os consumidores têm o direito de escolher o seu
mos estabelecidos em legislação própria, sendo lavrado auto fornecedor de produtos petrolíferos.
1. O exercício da actividade de armazenamento depende
das respectivas conclusões. ARTIGO 30.°
do licenciamento das instalações a ser concedido, nos termos
(Comercialização de produtos petrolíferos)
2. São, também, direitos dos consumidores:
dos artigos 17.° a 25.° e a regulamentar em legislação com-
2. A vistoria pode ser:
plementar.
1. Estão autorizados a desenvolver as actividades de a) o acesso às instalações, nos termos previstos nos
a) inicial, que se destina a avaliar o local, podendo ser comercialização de produtos petrolíferos: artigos 43.° e 44.°;
impostas condições e prazos julgados conve- 2. Na atribuição da licença deve atender-se aos requisitos b) o acesso à informação, nomeadamente, sobre pre-
nientes para o exercício das actividades referidas estabelecidos nas alíneas a) a c) do artigo anterior. ços e tarifas aplicáveis e condições normais de
a) grossistas;
no artigo 1.°; b) retalhistas. acesso aos serviços, de forma transparente e não
b) final, que se destina a averiguar se a instalação ARTIGO 28.° discriminatória;
reúne condições para a concessão de licença, (Transporte) 2. As condições do exercício da actividade de comercia- c) o acesso à informação sobre os seus direitos,
para o que deve ser verificada a concordância lização são estabelecidas em legislação complementar, que designadamente, sobre serviços considerados
com o projecto e o cumprimento das condições e 1. O exercício da actividade de transporte pode proces- determina os requisitos aplicáveis ao mesmo, bem como as essenciais e sobre preços e tarifas aplicáveis e
das prescrições legalmente exigidas. sar-se: obrigações a que ficam sujeitos, nomeadamente quanto a: condições normais de acesso aos produtos e aos
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serviços, de forma transparente e não discrimi- a que lhe seja dada quitação daquele, salvo o disposto na uma antecedência mínima de dez dias úteis rela- f) facultar todas as informações estritamente necessá-
natória; parte final do n.° 4 do artigo anterior. tivamente à data-limite fixada para efectuar o rias ao fornecimento de produtos petrolíferos,
d) a qualidade e a segurança dos produtos e serviços pagamento. nos termos das disposições legais aplicáveis.
prestados; ARTIGO 37.°
e) a disponibilização de procedimentos transparentes, (Proibição de consumos mínimos) 2. O prazo para a propositura da acção pelo fornecedor CAPÍTULO V
simples e a baixo custo para o tratamento das de produtos petrolíferos contra o consumidor é de três anos, Acesso de Terceiros e Regulação
suas queixas e reclamações relacionadas com o São proibidas a imposição e a cobrança de consumos contados após a prestação do serviço ou do pagamento ini-
abastecimento de GPL e GN canalizado, permi- mínimos, bem como a proibição da cobrança aos consumi- cial, consoante os casos. ARTIGO 43.°
tindo que os litígios sejam resolvidos de modo dores de: (Acesso de terceiros às instalações)
ARTIGO 40.°
justo e rápido, prevendo um sistema de compen-
a) qualquer importância a título de preço, aluguer, (Ónus da prova) 1. Os titulares de grandes instalações de armazenamento,
sação;
amortização ou inspecção periódica de contado- de transporte e de distribuição por conduta devem permitir o
f) a assistência técnica aos consumidores de GPL e GN 1. Cabe ao fornecedor de produtos petrolíferos a prova de
res ou outros instrumentos de medição dos ser- acesso de terceiros, mediante acordo com os interessados,
canalizado; todos os factos relativos ao cumprimento das suas obrigações
viços utilizados; devendo a negociação decorrer de forma transparente e
g) ausência de pagamento por mudança de fornecedor e ao desenvolvimento de diligências decorrentes da prestação
b) qualquer outra tarifa de efeito equivalente à utili- objectiva, praticando preços que devem ser objecto de
de GPL e GN canalizado. dos serviços ao consumidor.
zação das medidas referidas na alínea anterior, publicação.
ARTIGO 34.° independentemente da designação utilizada; 2. Incide sobre o fornecedor de produtos petrolíferos o
(Serviço público essencial) c) qualquer tarifa que não tenha uma correspondência 2. O disposto no número anterior não prejudica a facul-
ónus da prova da realização das comunicações a que se refere
directa com um encargo em que a entidade pres- dade do Titular do Poder Executivo, com faculdade de dele-
o artigo anterior, relativas à exigência do pagamento e do
A distribuição, incluindo o armazenamento que lhe está gação nos seus órgãos auxiliares, de estabelecer preços de
tadora do serviço efectivamente incorra, salvo momento em que as mesmas sejam efectuadas.
directamente associado, e a comercialização de GPL e GN acesso para zonas do território nacional onde não exista con-
disposição legal em contrário;
canalizado são considerados serviço público essencial, nos corrência efectiva na oferta de serviços de transporte e de
d) qualquer outra tarifa não subsumível às alíneas ARTIGO 41.°
termos dos artigos 35.° a 41.° anteriores que seja contrapartida de alteração das armazenamento, bem como para as situações em que as
(Acerto de valores cobrados)
condições de prestação do serviço ou dos equi- referidas actividades devam, comprovadamente, ser exerci-
ARTIGO 35.° das em regime de monopólio natural.
pamentos utilizados para esse fim, excepto Sempre que, em virtude do método de facturação utili-
(Suspensão do fornecimento de GPL e GN canalizado)
quando expressamente solicitada pelo consumi- zado, seja cobrado ao consumidor um valor que exceda o cor-
dor. respondente ao consumo efectuado, o valor em excesso é 3. O acesso previsto nos números anteriores apenas é con-
1. A prestação do serviço de fornecimento de GPL e GN
abatido da factura em que tenha sido efectuado o acerto, cedido a entidades licenciadas, nos termos desta lei, podendo
canalizado, descrito no artigo anterior, não pode ser suspensa ARTIGO 38.°
salvo caso de declaração em contrário, manifestada expres- ser negado ao interessado estrangeiro ou sociedade que tenha
sem pré-aviso adequado, salvo caso fortuito ou de força (Facturação)
samente pelo consumidor. a sua sede social, principal ou da administração, em país que
maior.
1. Nos casos justificados o consumidor tem direito a uma não reconheça reciprocamente direitos análogos a socieda-
2. Em caso de mora do consumidor que justifique a sus- factura que especifique devidamente os valores que apre- SECÇÃO II des ou a cidadãos angolanos.
pensão do serviço esta só pode ocorrer após o consumidor senta. Deveres dos Consumidores
ter sido advertido, por escrito, com a antecedência mínima 4. Os procedimentos administrativos, as condições de
de dez dias relativamente à data em que ela venha a ter lugar. 2. A factura a que se refere o número anterior deve ter ARTIGO 42.° acesso, os eventuais preços a estabelecer pelo Titular do
uma periodicidade mensal, devendo discriminar os serviços (Deveres dos consumidores) Poder Executivo, ou por seus órgãos auxiliares, no exercício
3. A advertência a que se refere o número anterior, para prestados e as correspondentes tarifas. de competências delegadas, e o modo de divulgação da
além de justificar o motivo da suspensão, deve informar o Constituem deveres dos consumidores, nomeadamente: informação constam de legislação especial.
consumidor dos meios que tem ao seu dispor para evitar a ARTIGO 39.º
suspensão do serviço e para a retoma do mesmo, sem pre- a) prestar as garantias a que estejam obrigados, nos
(Prescrição e caducidade) 5. O disposto nos números anteriores pode, nos termos
juízo de poder fazer valer os direitos que lhe assistem, nos termos das disposições legais aplicáveis;
da legislação complementar, ser aplicado à interligação de
termos legais. 1. O direito ao recebimento do preço do serviço prestado b) proceder aos pagamentos a que estejam obrigados;
redes e ramais de condutas de GPL e GN.
prescreve no prazo de três anos após a sua prestação, salvo c) contribuir para a melhoria da protecção do
4. A prestação do serviço não pode ser suspensa em con-
se: ambiente, nos termos das disposições legais apli-
sequência de falta de pagamento de qualquer outro serviço, ARTIGO 44.°
a) por qualquer motivo, incluindo o erro do fornece- cáveis;
ainda que incluído na mesma factura, salvo se forem funcio- (Regulação)
dor de produtos petrolíferos, tenha sido paga d) contribuir para a melhoria da eficiência energética
nalmente indissociáveis.
importância inferior a que corresponde ao con- e da utilização racional dos meios e dos produtos 1. O acesso de terceiros às instalações previstas nesta lei
sumo efectuado, o direito do prestador ao rece- petrolíferos, nos termos das disposições legais é objecto de regulação, segundo critérios objectivos, trans-
ARTIGO 36.º
bimento da diferença caduca dentro de um ano aplicáveis; parentes e não discriminatórios.
(Direito a quitação parcial)
após aquele pagamento; e) manter em condições de segurança as suas instala-
Não pode ser recusado o pagamento do serviço, ainda que b) a exigência de pagamento por serviços prestados é ções e equipamentos, nos termos das disposições 2. Em legislação complementar a esta lei devem ser defi-
facturado juntamente com outros, tendo o consumidor direito comunicada ao consumidor, por escrito, com legais aplicáveis; nidas as actividades objecto de regulação, nomeadamente:
4124 DIÁRIO DA REPÚBLICA I SÉRIE — N.º 168 — DE 1 DE SETEMBRO DE 2011 4125

a) as condições de relacionamento comercial entre os panhando as condições de aprovisionamento de produtos 2. As condições de utilização das reservas são estabele- previsto no presente artigo, deve revestir-se de carácter
agentes e os clientes; petrolíferos, bem como o desenvolvimento e a utilização das cidas em legislação complementar. urgente e a impugnação judicial não tem efeitos suspensivos
b) as condições de qualidade de serviço; capacidades de refinação de petróleo bruto, armazenamento, sobre a decisão.
c) as condições e tarifas de acesso. transporte, distribuição e comercialização dos derivados de ARTIGO 53.°
petróleo, com a faculdade de delegação de competências nos (Centros de operação logística) CAPÍTULO VIII
ARTIGO 45.º seus órgãos auxiliares. Segurança Técnica das Instalações
(Competência regulatória) 1. O Titular do Poder Executivo ou o órgão auxiliar, no
ARTIGO 49.° exercício de poderes delegados, deve fomentar a criação, em ARTIGO 56.°
As competências regulatórias previstas no presente capí- (Garantia do abastecimento) locais estratégicos do território nacional, de centros de ope- (Regulamentação técnica)
tulo são exercidas por entidade a definir por Decreto Presi- ração logística, conjugando grandes instalações de armaze-
dencial. 1. Compete ao Titular do Poder Executivo promover as namento e instalações de transporte por conduta, de modo a As regras técnicas relativas à construção e à exploração
CAPÍTULO VI condições destinadas a garantir o abastecimento de produtos constituírem um sistema integrado de abastecimento do País das instalações destinadas às actividades previstas no arti-
Planeamento das Infra-Estruturas do Sector petrolíferos em todo o território nacional, sem prejuízo dos em produtos de petróleo. go 1.° obedecem à regulamentação e legislação específicas
dos Derivados de Petróleo mecanismos de mercado. aplicáveis.
2. A operação destes centros logísticos deve garantir o
ARTIGO 46.° 2. Para efeitos do número anterior o Titular do Poder Exe- acesso de terceiros aos produtos petrolíferos, em condições a ARTIGO 57.°

(Objectivos do planeamento das infra-estruturas) cutivo pode impor obrigações de serviço público, nos termos definir pela entidade administrativa competente. (Técnicos responsáveis)

a definir em legislação complementar.


1. O planeamento das infra-estruturas do sector dos deri- ARTIGO 54.º A assinatura dos projectos apresentados a licenciamento
vados de petróleo deve reflectir as grandes linhas de desen- 3. O Titular do Poder Executivo pode delegar nos seus (Utilidade pública das instalações petrolíferas) e a exploração das instalações são da responsabilidade de
volvimento programático e estratégico do sector, de acordo órgãos auxiliares, o exercício das competências descritas, nos engenheiros ou engenheiros técnicos, com formação ade-
com a Política Energética do Estado. números anteriores do presente artigo. 1. O Titular do Poder Executivo pode declarar a utilidade quada, nos termos a definir em legislação complementar,
pública das instalações petrolíferas, atribuindo concessões podendo definir, igualmente, os requisitos de formação de
2. O planeamento das infra-estruturas do sector dos deri- ARTIGO 50.° para o efeito, através de mecanismos previstos por lei. base e experiência aplicáveis aos técnicos.
vados do petróleo deve identificar as necessidades a longo (Reservas de segurança de produtos petrolíferos)
prazo referentes à capacidade de aprovisionamento, refina- 2. A declaração de utilidade pública fica sujeita ao reco- ARTIGO 58.°

ção, transporte e distribuição, bem como as interfaces por- 1. Para o asseguramento e normal abastecimento do mer- nhecimento da importância e da relevância do interesse da (Inspecções periódicas)

tuárias para a recepção de produtos petrolíferos, a fim de cado dos derivados de petróleo devem ser constituídas reser- instalação para a economia nacional, o seu carácter estrutu-
satisfazer a procura nacional de derivados de petróleo, com vas de segurança. rante para a segurança ou para a autonomia do abastecimento 1. As instalações destinadas às actividades previstas no
a devida salvaguarda da cobertura nacional, segurança, fia- e ao cumprimento da legislação aplicável às expropriações artigo 1.° são objecto de inspecção periódica, destinada a
bilidade e qualidade do serviço. 2. Os agentes obrigados a constituir reservas de segurança por utilidade pública. verificar a conformidade da instalação com as condições
e o regime da sua constituição são objecto de legislação com- aprovadas no âmbito do licenciamento.
ARTIGO 47.° plementar. ARTIGO 55.°

(Elaboração do planeamento das infra-estruturas) (Servidões e expropriações por utilidade pública) 2. O disposto neste artigo não prejudica a realização de
ARTIGO 51.º outros procedimentos previstos em legislação específica.
1. A competência para o planeamento das infra-estruturas (Reservas estratégicas) 1. O Titular do Poder Executivo pode constituir servidões
do sector dos derivados de petróleo é definida por Decreto administrativas ou declarar a utilidade pública para expro- ARTIGO 59.°
Presidencial. 1. O Titular do Poder Executivo deve assegurar que parte priação de equipamentos, terrenos e instalações que se (Medidas cautelares)
das reservas de segurança seja mantida como reserva estra- revistam de especial relevância para a economia nacional,
2. A elaboração do planeamento das infra-estruturas do tégica, de acordo com o interesse nacional. por serem necessários ao desenvolvimento das actividades 1. Sempre que seja detectada uma situação de perigo
sector dos derivados de petróleo deve ser feita, nos termos a previstas nesta lei ou estruturante para a segurança do abas- grave para a saúde, a segurança de pessoas e bens, a higiene
definir em legislação complementar. 2. O órgão competente para o asseguramento da consti- tecimento petrolífero, nos termos da legislação aplicável às e a segurança dos locais de trabalho e o ambiente a entidade
tuição, manutenção e gestão das reservas estratégicas é defi- expropriações por utilidade pública. licenciadora e as demais entidades fiscalizadoras, de per si
CAPÍTULO VII nido por Decreto Presidencial. ou em colaboração, devem tomar, imediatamente, as provi-
Segurança do Abastecimento 2. O interessado na declaração de utilidade pública deve dências que, em cada caso, se justifiquem para prevenir ou
ARTIGO 52.° requerê-la junto da autoridade administrativa competente, em eliminar a situação de perigo, podendo vir a ser determinado:
ARTIGO 48.° (Utilização das reservas) requerimento que identifique os bens ou os direitos preten-
(Monitorização da segurança do abastecimento) didos, bem como a respectiva localização. a) o encerramento preventivo da instalação, no todo
1. Em caso de perturbação grave ou de crise energética ou em parte, por selagem, por um prazo máximo
O Titular do Poder Executivo deve monitorar a segurança as reservas devem ser mobilizadas para assegurar o abaste- 3. Sem prejuízo dos procedimentos previstos na legisla- de um ano;
do abastecimento no sector dos derivados de petróleo, acom- cimento a instituições consideradas prioritárias. ção aplicável o processo de declaração de utilidade pública, b) a retirada ou a apreensão dos produtos.
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2. A cessação das medidas cautelares previstas no número sárias à apreciação das condições de exploração de uma ins- ARTIGO 65.° f) encerramento de estabelecimento cujo funciona-
anterior é determinada, a requerimento do interessado, após talação de armazenamento ou de postos de abastecimento (Transgressão administrativa) mento esteja sujeito a autorização ou a licença de
vistoria à instalação da qual se demonstre terem cessado as constituem encargos da entidade que as tenha promovido, autoridade administrativa;
circunstâncias que lhe deram causa, sem prejuízo, em caso salvo se se verificar a inobservância das prescrições técnicas 1. Constitui transgressão administrativa, punível com g) suspensão de autorizações, licenças e alvarás.
de transgressão, do prosseguimento do respectivo processo. obrigatórias, caso em que os encargos são suportados pelo multa:
titular da licença de exploração. 5. A responsabilidade prevista, nos termos da presente lei
a) o exercício das actividades previstas na presente lei
ARTIGO 60.° não isenta o agente de responsabilidade civil, penal, fiscal ou
sem o devido licenciamento pelas autoridades
(Medidas em caso de cessação de actividade) de qualquer outra natureza prevista na legislação em vigor.
4. Os actos pelos quais seja devido o pagamento de taxas competentes;
apenas são praticados após prova prévia do respectivo paga- b) a realização de inspecções por entidades que não se
1. Em caso de cessação da actividade os locais são ARTIGO 66.°
mento. encontrem devidamente habilitadas, nos termos
repostos em condições que garantam a segurança das pessoas (Instrução do processo e aplicação das multas)
do n.° 4 do artigo 19.°;
e do ambiente, podendo ser determinada a retirada dos equi- c) o não cumprimento do disposto no artigo 24.°;
5. Pela apreciação do procedimento de reconhecimento As entidades licenciadoras e fiscalizadoras procedem à
pamentos. d) o incumprimento do previsto no n.° 2 do artigo 49.°
referido na alínea h) do n.° 1 do presente artigo é devida, à instrução dos correspondentes processos de transgressão
autoridade administrativa, uma taxa a ser fixada nos termos da presente lei;
2. As operações correspondentes correm a expensas do administrativa, cabendo à autoridade administrativa desig-
do n.° 2, devendo este valor ser actualizado anualmente de e) o não cumprimento das obrigações previstas no
titular da licença. nada por Decreto Presidencial a competência para a aplica-
acordo com o índice de Preços (I. P.) ao consumidor, publi- n.° 5 do artigo 19.°
ção das multas e das sanções acessórias.
cado pelo Instituto Nacional de Estatística. f) o não cumprimento da obrigação de informação
CAPÍTULO IX referida no n.° 1 do artigo 69.°;
Taxas ARTIGO 67.º
ARTIGO 62.° g) o não cumprimento das especificações técnicas dos
(Distribuição do produto das multas)
(Prazo de pagamento das taxas) produtos petrolíferos;
ARTIGO 61.° h) a instalação, alteração, exploração, suspensão da
(Taxas de licenciamento e de vistorias) O produto das multas constitui receita:
As taxas e os quantitativos correspondentes a despesas exploração ou encerramento de instalações de
feitas pelos serviços que constituam encargo do detentor da armazenamento ou de postos de abastecimento
1. É devido o pagamento de taxas pelos seguintes actos: a) em 60 % do Estado;
licença são pagas no prazo de trinta dias na forma e no local com desrespeito pelas disposições desta lei;
b) em 40 % da entidade licenciadora.
a indicar pela entidade licenciadora, mediante guias a emitir i) o impedimento ou a obstrução, pelo titular da
a) apreciação dos pedidos de aprovação dos projectos licença ou por quem actue sob as suas ordens, de
por esta, devendo ser devolvido documento comprovativo do
de construção e de alteração e licenciamento das acções de fiscalização efectuadas, nos termos ARTIGO 68.°
pagamento das mesmas.
actividades previstas na presente lei; desta lei. (Regime sancionatório no âmbito da regulamentação técnica)
b) vistorias relativas ao processo de licenciamento;
ARTIGO 63.º
c) vistorias a realizar para apreciação de recursos hie- 2. O valor das multas é fixado por Decreto Presidencial, 1. A instrução de processos de transgressão e a distribui-
(Pagamento das taxas através de terminal bancário)
rárquicos; com diferenciação entre as pessoas singulares e colectivas. ção do produto das multas respeitantes à fiscalização dos nor-
d) vistorias para verificação do cumprimento das mativos técnicos aplicáveis à construção e exploração das
Sempre que possível a entidade licenciadora deve dispo-
medidas impostas nas decisões proferidas sobre 3. A negligência e a tentativa são puníveis. instalações mencionadas no artigo 1.° subordinam-se às dis-
nibilizar mecanismos que permitam o pagamento das taxas
reclamações; posições dos artigos 44.° e 45.°
através de pagamento automático.
e) vistorias periódicas; 4. Em função da gravidade da infracção e da culpa do
f) repetição da vistoria para verificação das condições infractor podem ser aplicadas as seguintes sanções acessó- 2. A tipificação das transgressões e o montante das mul-
impostas; CAPÍTULO X rias: tas referidas no número anterior são estabelecidos na legis-
g) averbamentos; Fiscalização e Transgressões lação específica aplicável.
h) reconhecimento de entidades inspectoras de insta- a) revogação da licença concedida para o exercício das
lações de combustíveis derivados do petróleo e ARTIGO 64.° actividades previstas na presente lei; CAPÍTULO XI
de outras entidades intervenientes nas activida- (Fiscalização) b) perda de objectos pertencentes ao infractor; Matérias Sujeitas a Informação
des previstas no artigo 1.° c) interdição do exercício de profissões ou activida-
1. As actividades e instalações abrangidas pela presente des cujo exercício dependa de título público ou ARTIGO 69.°
2. Os montantes das taxas previstas nas alíneas a) a g) do lei são sujeitas a fiscalização pelas autoridades administra- de autorização ou homologação de autoridade (Registo de acidentes)
número anterior são definidos em Decreto Presidencial, com tivas competentes, nos termos a definir por legislação espe- pública;
faculdade de delegação nos órgãos auxiliares do Titular do cial. d) privação do direito de participar em feiras ou mer- 1. Os acidentes ocorridos em instalações abrangidas
Poder Executivo, nos termos do artigo 12.° da Lei n.° 7/11, cados; pelo artigo 1.° são obrigatoriamente comunicados, no prazo
de 16 de Fevereiro — Lei sobre o Regime Geral das Taxas. 2. A fiscalização prevista no número anterior exerce-se e) privação do direito de participar em arrematações máximo de vinte e quatro horas, pelo detentor da licença de
no âmbito do licenciamento e no âmbito da regulamentação ou em concursos públicos que tenham por exploração da instalação à entidade licenciadora, que deve
3. As despesas realizadas com as colheitas de amostras, técnica das instalações e não prejudica as competências atri- objecto o fornecimento de bens e serviços e a proceder ao respectivo inquérito e manter o registo corres-
ensaios laboratoriais ou quaisquer outras avaliações neces- buídas, por lei, a outras entidades. concessão de serviços públicos; pondente.
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2. A entidade licenciadora deve, de imediato, informar ao ceres, dela devendo ser dado conhecimento ao titular da 3. A utilização de produtos petrolíferos pode ser restrin- a) a Lei n.° 1947, de 12 de Fevereiro de 1937;
organismo da Administração Pública com competência de licença, ao reclamante e às entidades consultadas. gida ou condicionada por razões relacionadas com a protec- b) o Decreto n.° 37/00, de 6 de Outubro e respectivos
inspecção do ambiente de todas as ocorrências de acidente, ção da saúde, do meio ambiente e do património arquitectónico diplomas regulamentares.
nomeadamente a emissão de substâncias, incêndios ou 4. O cumprimento das condições que sejam impostas ou paisagístico.
explosões resultantes de desenvolvimentos súbitos e impre- nessa decisão é verificado mediante vistoria. ARTIGO 81.°
vistos ocorridos numa instalação abrangida pela presente lei 4. A competência de controlo e monitorização da quali- (Dúvidas e omissões)
que tenha conhecimento por força do disposto no n.° 1. CAPÍTULO XIII dade técnica dos produtos petrolíferos a colocar no mercado
Disposições Finais e Transitórias petrolífero nacional, nos termos a definir em legislação com- As dúvidas e omissões suscitadas na interpretação e apli-
ARTIGO 70.º plementar, é estabelecida por Decreto Presidencial. cação da presente lei são resolvidas pela Assembleia Nacio-
(Base de dados de postos de abastecimento) ARTIGO 73.° nal.
(Regime transitório) ARTIGO 76.° ARTIGO 82.°
A entidade licenciadora dos postos de abastecimento (Arbitragem) (Entrada em vigor)
presta informação, com periodicidade semestral, à autoridade 1. As licenças ou as autorizações concedidas à data da
administrativa competente sobre os postos de abastecimento publicação da presente lei mantêm-se válidas, sem prejuízo Os conflitos entre os operadores, os agentes económicos A presente lei entra em vigor trinta dias após a data da
licenciados ou cujas licenças caducaram, com indicação da do estabelecido no número seguinte. sua publicação.
e os clientes, no âmbito da prestação de serviços integrados
respectiva localização, proprietário, capacidade e produtos
2. O exercício das actividades correspondentes às na definição de serviços públicos essenciais, podem ser Vista e aprovada pela Assembleia Nacional, em Luanda,
armazenados.
licenças ou autorizações referidas no número anterior passa resolvidos por recurso a arbitragem, nos termos da lei geral. aos 19 de Julho de 2011.
CAPÍTULO XII a processar-se, nos termos da presente lei e da legislação
Recursos e Reclamações complementar. ARTIGO 77.° O Presidente da Assembleia Nacional, António Paulo
(Seguros e cauções) Kassoma.
ARTIGO 71.° 3. Ao licenciamento das instalações de armazenamento e
(Recurso hierárquico) postos de abastecimento cujos processos tenham sido inicia- 1. Os operadores e os agentes económicos devem consti- Promulgada aos, 25 de Agosto de 2011.
dos anteriormente à data da entrada em vigor da presente lei tuir e manter em vigor um seguro de responsabilidade civil,
Sem prejuízo do disposto na parte final do n.° 3 do arti- aplica-se o regime em vigor à data da entrada do pedido de proporcional ao potencial risco inerente às actividades, de Publique-se.
go 55.°, o recurso hierárquico necessário das decisões profe- licenciamento. montante a definir, nos termos da legislação complementar.
ridas no processo de licenciamento tem efeito suspensivo, O Presidente da República, JOSÉ EDUARDO DOS SANTOS.
podendo, no entanto, a entidade para quem se recorre atri- 4. À renovação das autorizações de exploração das insta- 2. Cumulativamente aos operadores e aos agentes econó-
buir-lhe efeito meramente devolutivo, quando considere que lações existentes e das referidas no número anterior aplicam- micos pode ser exigida a prestação de caução a definir em ––––––––––
a não execução imediata dessas decisões pode causar grave -se as disposições da presente lei. legislação complementar.
prejuízo ao interesse público. Lei n.º 29/11
ARTIGO 74.° ARTIGO 78.° de 1 de Setembro
ARTIGO 72.° (Instalações petrolíferas para uso das Forças Armadas) (Norma transitória)
(Reclamações de terceiros) Para melhor responder aos desafios de gestão adminis-
O licenciamento, a inspecção e a fiscalização das instala-
Enquanto não for publicada a legislação referida na pre- trativa decorrentes dos progressos verificados e que venham
ções petrolíferas para uso das Forças Armadas que se situem
1. A todo o tempo podem terceiros, devidamente identi- sente lei mantêm-se em vigor os diplomas legais e os regu- a verificar-se nos domínios económico e social nas Provín-
em zonas ou instalações de interesse para a defesa nacional
ficados, apresentar reclamação fundamentada relativa à lamentos respeitantes ao sector dos derivados de petróleo no cias de Luanda e do Bengo.
são realizadas pelos órgãos competentes de cada um dos
laboração de qualquer instalação de armazenamento ou posto que não sejam incompatíveis com as disposições estabeleci-
ramos das Forças Armadas, nos termos a regulamentar por
de abastecimento, junto da entidade licenciadora ou da enti- das na presente lei. Considerando que a divisão administrativa da Província
Decreto Presidencial.
dade a quem caiba a salvaguarda dos direitos ou interesses de Luanda já não se acha conforme com o crescimento
ARTIGO 79.° urbano da Província de Luanda, transformando-a numa
em causa, que a transmite à entidade licenciadora, no prazo
ARTIGO 75.º
(Regulamentação) grande cidade com os desafios de gestão administrativa daí
de quinze dias, acompanhada de parecer.
(Características e utilização dos produtos petrolíferos)
decorrentes;
2. No caso de a reclamação ser dirigida à entidade licen- 1. Os produtos petrolíferos colocados no mercado devem A presente lei deve ser regulamentada pelo Titular do
ciadora esta pode consultar as entidades a quem cabe a sal- possuir a qualidade adequada à sua utilização e obedecer às Poder Executivo no prazo de cento e oitenta dias após a sua Tendo em conta que a expansão do aglomerado urbano
vaguarda dos direitos ou interesses em causa, devendo estas características e às especificações técnicas estabelecidas por entrada em vigor. propiciou o crescimento em torno da Cidade de Luanda e,
comunicar o seu parecer no prazo máximo de quarenta e legislação especial. ARTIGO 80.° por conseguinte, os limites territoriais dos municípios
cinco dias. (Norma revogatória) encontram-se, agora, desajustados ao intenso processo de
2. É proibida a comercialização de produtos petrolíferos crescimento e expansão urbano e territorial da Cidade de
3. A decisão é proferida pela entidade licenciadora no que não cumpram as especificações definidas em legislação É revogada toda a legislação que contrarie o disposto na Luanda, colocando questões relacionadas com a delimitação
prazo máximo de noventa dias após a recepção desses pare- especial. presente lei, nomeadamente: territorial;

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