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A linguagem vai ser o conteúdo central da filosofia e, dentro das áreas de que ela trata,
especialmente da teoria do conhecimento, somente em meados do século XIX, permanecendo
desde então até os nossos dias. Ocorre o que se denomina de Virada Linguística da Filosofia
Contemporânea, caracterizada pelo paradigma da linguagem enquanto componente a ser
investigado pela filosofia, ainda que de duas formas diametralmente oposta, quais seja, a
hermenêutica e a analítica. A primeira é também denominada de filosofia continental,
enquanto a segunda o é de filosofia anglo-saxônica. Trata-se de duas escolas filosóficas que
ao se aproximarem na tomada da linguagem como eixo central de investigação, separam-se
devido ao método de abordagem e ao trato mesmo da linguagem.
A tradição analítica ligada ao Círculo de Viena, considera como tendo sentido apenas
as proposições às quais se pode atribuir um valor de verdade, e cuja verificação requer que o
seu significado possa ser reduzido a um conjunto de dados empíricos. A ocorrência desses
dados ou não é que determina a verdade ou falsidade da referida proposição, sendo a
possibilidade de uma tal atribuição condição de significado. R. Carnap em "Pseudoproblemas
na filosofia" afirma: "Somente os enunciados que possuem conteúdo fatual são teoricamente
significativos; enunciados (ostensivos) que não podem, em princípio, estar fundamentados
pela experiência são carentes de significado" (Carnap 3, p. 168). A filiação ou não a esta
tradição tem reflexos marcantes sobre a possibilidade de justificar as normas morais. Para os
que compartem tal fundamentação, não é possível conferir a essas proposições qualquer
função cognitiva, não havendo, assim, possibilidade de sua justificação ou fundamentação
racional.