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MEU CORAÇÃO AFRICANO

Texto editado, originalmente escrito em março de 2016.

A sensação pode ser de deslocamento, de não pertencer ou talvez de estar aqui por
engano. Como se você fosse o Super-Homem, sem todos aqueles poderes, mas com
toda certeza os seus pais te mandaram para um planeta que não é o seu. Você se
sente diferente, sozinho e as vezes até preso em um corpo. Houve dias em que
experimentei a péssima sensação de estar presa em mim mesma, a este corpo, e ter
a certeza que esta é uma realidade artificial, e que em breve eu iria acordar.
Pode ser também que a sua saúde não seja das melhores, e desde que você nasceu
ela insista em não ajudar você a ter uma vida tranquila em Aye (Terra), ou quem
sabe você não exista socialmente, é uma mentira suas dezenas ou centenas de
amigos sociais por que você não se apega e/ou jamais permite que se apeguem a
você. Você é aquele símbolo do não pertence. É como se houvesse uma legião, uma
força que te fizesse não amar estar vivo ou estar aqui, e não significa que você
queira morrer, mas apenas de que não quer estar.
Sim, eu sei que estar aqui em Aye é uma benção, nem sempre é fácil e talvez muitas
pessoas sintam alguma identificação com essas linhas porque a vida é uma
montanha russa de emoções, mas também existe a possibilidade de que você tenha
um contrato no Orun, um acordo, um pacto, que jamais será descoberto seu teor de
forma completa com Egbe Orun (Sociedade do Céu - Comunidade dos Amigos
Celestiais).
O Culto Tradicional Yoruba trouxe consigo o culto de alguns Orixás e Sociedades
que ainda não eram cultuados no Brasil, ou que podem ter se perdido.
É muito íntimo falar como uma Elegbe, logo eu, que não gosto de falar da minha
intimidade de jeito nenhum, muita gente pra julgar, poucos para moderar e tentar
compreender as pessoas que pensam diferente. O meu olhar ser diferente do seu
não define quem de fato é anormal. Afinal, aprendemos a falar de nós mesmos com
superficialidade, para não transformarem informação em arma. Mas essa página
tem um propósito muito maior do que a minha vergonha e ou medo. Não quero
falar de acontecimentos sobrenaturais, não vou nem entrar nessa questão, quero
falar do que pulsa na minha alma e o que me fez muitas vezes chorar atrás de
portas e debaixo do chuveiro com uma saudade que doía fisicamente. Chorei com
saudades de casa, de uma casa que eu não lembrava de onde era, mas tinha certeza
de que existia. Como se tivessem me esquecido aqui ou me abandonado. Olhei
muitas vezes para a minha mãe e para o meu pai ao meu lado e não me senti em
família. Ligação ou dívidas de outras vidas talvez, mas família? Não, família não.
Me sentia mais em família quando brincava sozinha dentro de uma barraca feita de
pano, com uns 5 anos de idade, e uma sombra aparecia para brincar comigo e me
fazia rir. Conforme fui crescendo e principalmente depois do meus 7 anos, ela
sumiu.
Houve tempos que o meu espírito foi se desconectando aos poucos do meu corpo,
dia após dia, e quase virei um zumbi, nada aqui fazia muito sentido. Eu pedi muitas
vezes para ir embora, para que alguém viesse me buscar. Por favor, não quero
bancar a mórbida, eu apenas queria voltar para a minha casa, e ficar perto dos
meus e isso não era possível aqui.
Por vezes, me fiz de surda e disse para mim mesma: Eu vou em frente. Mas eu dava
um passo para frente, começava algo novo e quando eu menos esperava tudo dava
errado. Como se uma força dissesse: “Ei, seu lugar não é aí! Seu lugar é aqui ao
nosso lado. Volta logo para casa.” “Não se apegue a sua vida”.
Sou uma dos vários tipos de Elegbe, que também possuem outros sintomas, que
tem sonhos que assombram, que acalentam e que me mostram as vezes o que está
chegando por aí. Sou do tipo que tende ao isolamento. Tenho pavor de multidões,
não gosto de festas ou encontro sociais, não gosto de falar com pessoas estranhas,
não gosto de interagir e muito menos que toquem em mim. Eu me esforço MUITO
para ser legal, ou tento né. Por mim eu deixava todas as pessoas no vácuo quando
elas falam comigo. Feio né? Mas quase ninguém percebe. Talvez, se você também
for um Elegbe possa me entender. Ei!!! não é por mal não, mas é que os animas
andam em bando, por afinidade, por essência e eu me perdi na última revoada.
Somos uma Sociedade de amigos espirituais, somos unidos, alguns estão aqui em
Aye e outros ficaram em Orun. Nos amamos tanto e somos tão unidos, que quando
alguém do bando tem que vir para aye cumprir a missão do seu Orí, a gente nem
liga, e fica chamando pra voltar logo para casa. O ouvido não ouve, mas a alma
sente. Coisa de doido né? Não, não é não. Louco é tudo aquilo que a gente não
conhece, até outro dia era feitiçaria e hoje é tecnologia. É apenas uma realidade
diferente da sua.
Conheci Egbe Orun em 2009, ainda com o nome de Muso. A sensação de não
pertencer melhorou MUITO, e as pessoas passaram a ser mais aceitáveis para mim.
Mas ainda saboto o meu social constantemente. Ainda há oscilações de energia e
até me iniciar em Egbé, preciso vez ou outra fazer um ebó para acalmar a minha
galera de lá e me acalmar por aqui e reconectar com este mundo.
O culto a Egbé está intimamente relacionado ao culto dos ancestrais. Egbe Orun
melhora a forma como a sociedade te vê e como você vê a sociedade, assim como
trás a alegria de viver, saúde e prosperidade na vida daqueles que o procuram.
As pessoas que possuem pacto com Egbe Orun precisam cultuar Egbé, para que o
seu Egbe tenha um pouco de paciência até o momento de você voltar para o seu lar.
Caso faça a sua pesquisa no Google, entenda que não somos portadores da má
sorte, nem deficientes espirituais como já dizem por aí.

APÓS A INICIAÇÃO:

Texto novo escrito em maio de 2020.

Aprendi a abraçar! Até gosto de receber e dar abraços. Também passei a convidar
pessoas para reuniões em minha casa. Gosto de sair para dançar, mas interagir
com estranhos ainda é uma dificuldade.
Continuo com saudades da minha alcatéia, do meu bando, mas não dói mais como
antes, o choro é raro mas o peito ainda aperta. Meus pés estão mais fincados no
chão, tenho mais autonomia sobre mim mesma. Consegui compreender que nem
tudo era Egbe Orun, que também havia a fuga da minha realidade por feridas que
nada tinham a ver com Egbe e sim com o meu Orí. São escolhas o tempo inteiro
feitas de maneira mais centradas e vista por alguns como egoístas, mas
diariamente escolho ser maior do que meus problemas e os meus demônios. Me
sinto forte, me sinto apoiada e como se agora houvesse até uma torcida
organizada: "Vai !!!!"
De repente a vida começou a ser um desafio que quero conquistar, explorar e
saborear. Meu Egbe foi de sabotador para a minha grande força e o meu zelar. Que
me avisa quando o perigo está me espreitando e não permite que o escorpião me
pegue dormindo. De uma me tornei duzentas. Do vento contra ao vento a favor. O
meu Egbé é um grande Egbe. Recebi o nome de Egbekemi – Egbe Cuida de Mim e
tenho tanto orgulho do que nos tornamos. A cada vitória, agradeço ao meu Orí em
primeiro lugar, mas SEMPRE agradeço a meu Egbe Orun.
Mas você que está me lendo, precisa compreender que se o meu Orí não tivesse
optado em vencer, se eu não tivesse aprendido a cultuar Egbe com
responsabilidade e regularidade, se eu não tivesse aprendido a me comunicar com
eles, se eu não tivesse um assentamento com os elementos corretos, sacralizado da
maneira correta e outros “si”, não sei se eu estaria tão certa e plena, mas uma
certeza eu tenho: Iniciar só por iniciar, pode inclusive trazer mais malefícios que
benefícios.
Depressão, ansiedade, isolamento social e outros vários sintomas não são sempre
tratados com Egbe Orun. Você é um indivíduo único, com um Orí único, com uma
história e ancestralidades únicas e não pode ser tratado como receita de bolo
caseiro. Esses mesmo sintomas podem ser desequilíbrio energéticos relacionados
a outras divindades como Obaluaye, Esu, Obatalá, Yemoja, Osun, Ogun e por aí vai.
Não seja enganado por modismo de Egbe Orun, não faça autodiagnostico e nem
permita que aventureiros façam.
Cuidado com o que você lê por aí. Estão surgindo especialistas por todos os lados
que mal sabem cuidar de si mesmos. Especialistas de apostila e até mesmo
brasileiros e nigerianos mercenários vendendo o que não existe.
Caso precise de fato se iniciar ou apenas ter um assentamento de Egbe Orun,
certifique-se que o sacerdote lhe dará o suporte necessário para dar continuidade
ao tratamento espiritual que começa a partir da iniciação, pois muitos tratam a
iniciação como o fim de todos os problemas, e na verdade quem tem pacto com
Egbe Orun, é como uma doença crônica que precisa de tratamento o resto da vida.
É amor demais hahahahahahaha...
Quer ler mais sobre Egbe Orun?
Aqui vão mais alguns textos links do Meu Coração Africano: - Egbe Orun I - Egbe
Orun II - Egbe Orun III
Egbe ooooo Muso Muso Ere oooooooo Akika, Asege

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Ọ̀ nà’ re o - (Um bom caminho para você)


Ìyá Ṣọlà Ẹgbẹ́ kẹ́ mi
Meu Coração Africano II

No final deste texto, para não perder a linha de raciocínio, farei uma breve
apresentação dele, mas sem dúvida ele é o brasileiro com a maior vivência e
conhecimento de Ifá.

Uma base bem construída é a edificação de um cultuador de Orisa forte e vitorioso,


sempre se lembre disso. Estabeleça bem suas metas, erga seu templo pessoal, esse
que vive dentro de você, em uma base sólida e tenha certeza de que você poderá
lograr de uma vida próspera em comunhão com os deuses que chamamos de Orisa.

Estes próximos textos falarão de rituais do culto aos Orisa que você possivelmente
acredita conhecer bem os seus propósitos. Será que realmente conhece? Ou será
que como a maioria do nosso povo, você ouviu um pouco aqui e outro acolá, mas
nunca ninguém sentou para te explicar. Talvez haja algumas lacunas que não foram
preenchidas e esta série de textos, irá permitir que você possa saber o que é e qual
a finalidade daquilo que compõe a sua crença. Serão explicado vários rituais.
Iniciaremos pela consulta oracular e iremos até rituais mais complexos.

Apaixone-se por esta série e acompanhe todas as publicações até o final. Fará toda
a diferença na sua vida, seja você aspirante, aprendiz ou veterano.

Você se recorda, que sempre me refiro a esta vida como um grande jogo, desafio
e/ou missão? Onde as tuas experiências e o que você faz com elas, são o centro
deste certame? Agora imagine, que durante o desafio, você esteja em uma nova
fase e um obstáculo tenha lhe feito perder o rumo, ou esteja tão grato aos
resultados dos teus esforços que não quer correr o risco de se perder.

Os obstáculos podem ser a perda do emprego, uma separação, uma doença, a


partida de alguém da sua vida ou qualquer situação que lhe tire do prumo. Pode
ser também que desde o início, você não tenha encontrado o propósito e precise de
uma orientação para começar a andar rumo ao seu progresso pessoal. Neste
momento a Espiritualidade Yorùbá lhe oferece um recurso, chamado consulta
oracular. Você que acompanha o Meu Coração Africano há 4 anos, já sabe que
existem vários tipos de oráculos no culto dos Orisa, alguns bem populares e outros
nem tanto:

Erindilogun/merindilogun (búzios) - Culto de Osun, Yemoja, Obatalá, Oyá, Sango...

Opele Ifá - Culto de Ifá

Ikin Ifá - Culto de Ifá


Obi - Culto de Orisa e ancestralidade

Orogbo - Culto a Sango e outros Orisa

Awose Olomi - Vidência através da água

Awose Alaso - Vidência através da roupa de Egungun

Oju Egungun - Pêndulo usados pelos Oje no culto de Egungun

Orisa Apepe - Uma esteira usada como oráculo

O oráculo dentro de nossa crença tem justamente este objetivo: Orientar, para que
uma situação possa ser transformada ao nosso favor, favorável ao objetivo
individual, para que possamos cumprir o nosso pré destino.

As mensagens do oráculo são sagradas e certeiras e não dependem da intuição do


olhador para serem transmitidas, justamente porque a intuição humana pode
sofrer interferências das emoções do olhador.

O oráculo pode e deve ser consultados em momentos cardeais, em que precisamos


de um norte para prosseguirmos nossa caminhada, assim como para vencer
desafios. Uma palavra, um presente do mundo sagrado para nós, como uma chave
que abrem possibilidades.

Um novo ciclo pessoal como um aniversário, um casamento, o início de um novo


trabalho ou promoção, ou a perda de um. Assim como uma gestação, um momento
de paralisia, a descoberta de uma doença, um embate ou encruzilhada em nossas
vidas. Esses são momentos primordiais da nossa existência, que merecem
orientações para que não percamos o compasso do tempo, avisos importantes e
oportunidades, para que seja possível desfrutar da felicidade da vitória.

É uma ofensa ao sagrado banalizar essa fonte de sabedoria com perguntas torpes
que podem alimentar os ajoguns com fofocas, brigas e intrigas. Dentro do Odù Ika
Ofun, temos lições básicas de que não devemos buscar Ifá com maldade em nossas
corações. Lembrando que maldade é diferente de sobrevivência e muitas vezes
deixamos esse julgamento nas mãos de Esu e Ifá.

Quando o sacerdote consulta o oráculo ele SEMPRE trará dois pilares para o
consulente:

Orientação de comportamento e alertas


Liturgia espiritual com objetivos que podem transformar a situação, evitar ou
proteger.

Ambas DEVEM ser seguidas.

Se você faz uma consulta oracular por curiosidade e não segue os dois pilares, NÃO
HÁ um castigo. Sempre gosto de frisar isso aos meus filhos e clientes. Mas se você
está remando rumo ao barranco, é lá que você vai cair. Mas se você segue as
orientações e o oráculo lhe disse: Reme mais devagar e faça o ebó, e você assim o
faz. Pode ter certeza que ao remar mais devagar, você terá mais tempo para pensar
e fazendo um ebó, o tronco de uma árvore pode cair na sua frente, lhe amparar,
impedindo que você vá rumo ao abismo. Se você só faz o ebó, mas não rema mais
devagar (alusão ao comportamento) pode ser que quando o tronco da árvore caia,
você já tenha passado.

PERGUNTAS COMUM:

Existe um tempo mínimo ou máximo para que as recomendações litúrgicas sejam


feitas?

R: Sim.

Voltando para o exemplo da barragem. Você concorda comigo que a vida


continuará tomando seu prumo e a água continuará correndo, certo? Então o
quanto antes for feito melhor. Há casos de versos em Ifá que é determinante que o
ebó seja feito até no mesmo dia. Há uma crença yoruba que a pessoa tem 5 dias,
outras creem em 21.
Depois de 6 meses que eu fiz a consulta, posso fazer o ebó?

R: Eu aconselho que seja feita uma nova consulta.

Qual a diferença entre os oráculos? Algum é melhor?

R: A minha opinião e a do Oluwo Sérgio Borges é de que nesse momento, a


diferença vai estar na capacitação do olhador e não no oráculo. Os oráculos
integralmente oferecem todos os elementos para propiciar uma solução para o
consulente. Neste momento os fundamentos e conhecimentos são essenciais e
fazem a diferença.
Estou há alguns anos afirmando que para ser Babalawo de ofício, é preciso mais do
que 3 viagens para a África. No meu Canal no Telegram, inclusive, falei sobre os
atributos mínimos que formam um Sacerdote de Ifá.

Neste texto apresento aos leitores do Meu Coração Africano, um amigo, conselheiro
e professor. Um Babalawo brasileiro que reconheço dentro de todos os atributos
que sempre elenquei. Irei apresentá-lo pois este texto e os próximos desta série
serão escritos com o apoio dele.

Sérgio Borges, Oluwo Ifagbamila Obalaiye Onifade, brasileiro, veterano em Ifá,


iniciado ainda em 1991 em terras yoruba. Possui tantos títulos dentro da religião,
que é autorizado, pelos próprios yoruba, a iniciar sua própria família espiritual no
Brasil, mas há algo que ele tem, que para mim, Ifásolà, vale mais do que qualquer
título. Vivência, história e reconhecimento. Oluwo Ifagbamila, conquistou morando
na Nigéria, o que muitos hoje tentam comprar, mas que não está a venda, ser
reconhecido como um deles, e quando digo um deles, me refiro um Sacerdote, que
tem acesso aos segredos que não estão disponíveis no mercado para venda.

Ele teve a oportunidade de ter grandes professores como o Akoda Awo Funso
Olawaiye, Araba Awo Olusoji Oyekale, o falecido Soffo Saint Abla Meji entre outros.
Viveu por 6 anos entre a Nigeria e o Benin.

São quase 30 anos de história dentro da Religião Tradicional Yoruba, em que o seu
conhecimento, reconhecido, sobre todos os rituais pertinentes ao culto de
Orunmila Ifa, levou ele a ser pelo Araba Ifatola Onifade, juntamente com os
principais sacerdotes da Cidade de Iraye Remo, no Estado de Ogun, Nigéria, à fazer
parte do restrito grupo de awonis (sacerdotes reais) que são os sacerdotes
responsáveis pelas divinações feitas ao (Oba) Rei de Iraye – Remo.

Tenho certeza que com o apoio nos textos do Oluwo Ifagbamila, esta série falando
sobre os propósitos de vários rituais da Religião Tradicional Yoruba, irá elucidar
ainda mais o seu conhecimento sobre essa religião tão simples, complexa e
misteriosa.
Facebook Oluwo Ifagbamila Onifade:
https://www.facebook.com/baba.oloogun.oogunlade

O próximo texto desta série, será sobre

O VALOR E OS PROPÓSITOS DE UMA INICIAÇÃO EM ORISA.

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𝐈̀𝐲𝐚́𝐧𝐢𝐟𝐚́

𝐁𝐚̀𝐛𝐚́𝐥𝐚́𝐰𝐨 𝐈𝐟𝐚𝐠𝐛𝐚𝐢𝐲𝐢𝐧 𝐀𝐠𝐛𝐨𝐨𝐥𝐚

Eu sinto vergonha quando leio alguns textos que tem como objetivo diminuir a
importância das mulheres na religião tradicional yorùbá.

Quem deveria sentir vergonha é quem escreve essas besteiras, mas quem
sente vergonha por algumas dessas pessoas dizem ser iniciadas em Ifá, sou
eu.

O Ifá deveria trazer paz para a vida dessas pessoas, porque Ifá esclarece as
dúvidas e soluciona os problemas, mas isso não está acontecendo com eles.

Uma Ìyánifá pode iniciar em Òrìsà, pode fazer Isefá, pode também consultar
com Ikin e opele e fazer ebó.

Todos deveriam saber que uma Ìyánifá só não participa dos rituais para o Òrìsà
Oro e para os rituais referentes à Iyá Odù.

A Ìyánifá tem o direito de ter sua casa e atender a sua família e todas as
pessoas que a procuram, ela só não pode fazer um itefá ou um Ìtelódù, por
razões obvias.

Para fazer um itefá necessita fazer rituais para Iya Odù, isso é evidente.

Toda Ìyánifá com permissão para ter a sua casa tem a seu lado um Bàbáláwo,
preparado para fazer os rituais necessários para tudo relativo à Iyá Odù.

Qualquer pessoa iniciada em Ifá deveria saber que para fazer um Itefá à
pessoa deve ser iniciada nos culta a Iyá Oduologboje.

Porque algumas pessoas têm essa necessidade de diminuir a figura feminina?

Isso deve ser fruto de problemas psicológicos, falta de informação ou


preconceito.

Eu não pretendo explicar tais questões, deixo isso para os psicólogos e para os
assistentes sociais, mas sinto vergonha porque essas pessoas são iniciadas no
Ifá.

Na religião ou em qualquer outro seguimento não existe espaço para tanta


ignorância e preconceito.
Se as pessoas se calarem agora será a vez das mulheres, amanhã serão os
negros e depois os homossexuais.

Se continuar assim com o tempo somente os ignorantes poderão fazer parte de


nossa religião.

No Ifá assim como na vida, os imbecis estão ocupando espaços porque os


homens de bem estão calados.

Não podemos esquecer que é responsabilidade de todos impedirem, o avanço


do preconceito.
Só combatendo essas ações vamos poder sonhar com dias melhores e com
uma sociedade mais justa, é indigno se calar diante dos fatos.

Estudos De Umbanda Ofc

CONSELHO DA VOVÓ

Ô fia, vovó veio te dar um conselho, acho que fia tá precisando.


Fia, muita coisa tem acontecido em sua vida e no planeta também e com isso,
fia pode tá sentindo ansiedade e pensando, questionando demais as coisas.
Fia já ouviu dizer que até a folha de uma árvore só cai porque tem a permissão
de Deus?
Nada acontece sem uma razão fia, e Deus só deixa as coisas acontecerem em
nossa vida com um propósito. A vó sabe que suncê queria que tudo fosse só
flores, que houvesse só felicidade, só amor. Mas suncê já reparou que foi na
dor, nos acontecimentos mais difíceis que fia amadureceu, evoluiu?
Às vezes fia não consegue entender os recados da espiritualidade de uma
forma, e então a vida se encarrega de mostrar de outro jeito. Mas saiba fia que
não há injustiça aos olhos do pai, tudo tem um objetivo e sempre será para um
bem maior. Aceite o que estiver acontecendo fia e tente tirar o melhor disso.
Cada situação é um aprendizado, uma evolução. A vovó sabe o tanto que
suncê é forte, tudo vai ficar bem fia, não há fardo pesado demais que suncê
não possa carregar. Vovó confia muito em suncê e pede pra que fia lembre que
nunca está sozinha. A vó fica emanando as melhores energias pra fia minha.
Vovó nunca abandona os fios que tem.
Fica com Deus, fia.

Foto @afrourbanas
Texto Canal do Espiritismo
O Tridente é o Simbolo do Poder e assim é com Exu. O Significado do Tridente
de Exu na Umbanda é explicado no seguinte texto.:

"O tridente é uma simbologia magística do ternário em conjunção com a mãe


terra, ou seja representa as três pontas voltadas para cima, buscando alcançar
o limiar das alturas e com isso, a evolução espiritual que se faz necessário a
todos os seres, quer sejam encarnados, quanto desencarnados, e sendo que a
sua base vai a terra, é indicativo que essas entidades (Exus e Pombagiras)
estão atreladas à vida mundana da terra e com ela buscam a sabedoria e o
equilíbrio necessário para que assim possam crescer materialmente. O tridente
em si mesmo, possui os quatro elementos primordiais: o ar água e fogo devido
as suas três pontas voltadas para cima, e ao elemento terra (que é associado
simbolicamente pelo numero 4) devido a haste central que tem como base a
terra, formando em si mesmo uma ferramenta magisticamente perfeita.

Isso prova mais uma vez que Exu é o Rei da Encruzilha da encruzilhada dos
elementos o senhor que domina todos elementos.

Diz-se que o Tridente em curva (Vermelho) é de Pomba-Gira e o Reto (Preto) é


o de Exu, mas na verdade os Tridentes Curvos são de entidades do Fogo e do
Ar e os Retos de Exus da Água e da Terra.

A HISTÓRIA DO CABOCLO PENA BRANCA

Nasceu em aproximadamente 1425, na região central do Brasil, hoje, entre


Brasília e Goiás, onde seu pai era o Cacique da tribo. Era o filho mais velho de
seus pais e desde cedo se mostrou com um diferencial entre os outros índios
da mesma tribo, era de uma extraordinária inteligência.

Na época não havia o costume de fazer intercâmbios e trocas de alimentos


entre tribos, apenas algumas faziam isto, pois havia uma cultura de
subsistência, mas o Cacique Pena Branca foi um dos primeiros a incentivar a
melhora de condições das tribos, e por isso assumiu a tarefa de fazer
intercâmbios com outras tribos, entre elas a Jê ou Tapuia, e Nuaruaque ou
Caríba.

Quando fazia uma de suas peregrinações ele conheceu na região do nordeste


brasileiro (hoje Bahia), uma índia que viria a ser a sua mulher, chamava-se
"Flor da Manhã" a qual foi sempre o seu apoio.

Como cacique, foi respeitado pela sua tribo de tupis, assim como por todas as
outras tribos e continuou, apesar disso, seu trabalho de itinerante por todo o
Brasil na tentativa de fortalecer e unir a cultura indígena.
Certo dia Pena Branca estava em cima de um monte na região da atual Bahia,
e foi o primeiro a avistar a chegada dos portugueses nas suas naus, com
grandes cruzes vermelhas no leme. Esteve presente na 1ª missa realizada no
Brasil pelos jesuítas, na figura de Frei Henrique de Coimbra.

Desde então procurou ser o porta-voz entre índios e os portugueses, sendo


precavido pela desconfiança das intenções daqueles homens brancos que
ofereciam objetos, como espelhos e pentes, para agradá-los.

Aprendeu rapidamente o português e a cultura cristã com os jesuítas.

Os escambos, comércio de pau-brasil entre índios e portugueses, eram vistos


com reservas por Pena Branca, pois ali começaram as épocas de escravidão
indígena e a intenção de Pena Branca sempre foi a de progredir culturalmente
com a chegada desses novos povos, aos quais ele chamava de amigos.

Morre com 104 anos de idade, em 1529, o Cacique Pena Branca, deixando
grande saudade em todos os índios do Brasil, sendo reconhecido na
espiritualidade como servidor na assistência aos índios brasileiros, junto com
outros espíritos, como o Cacique Cobra Coral.

Á importância do Obí nas Obrigações

Obí era uma pessoa simples e honesta, muito bondosa e que ajudava a todos
os que lhe procuravam.
Obí era amigo de Exú, e sempre andavam juntos, ajudavam os mendigos e os
necessitados e Exú se orgulhava do amigo que tinha.
Em suas caminhadas ao Òrun, Exú comentou com Olórun sobre a existência
de Obí e que ele era uma pessoa muito virtuosa Olórum então pediu que Exú
na próxima ida ao Órun leva-se Obí com ele, pois queria conhecer esta pessoa
tão virtuosa que Exú tanto elogiava. Assim Exú levou Obi para conhecer
Olórun, este chegou ao Órun maravilhado e se jogou aos pés Olórum
louvando-o, sentou à mesa e conversou com Olórun, após a refeição Olórum
contente com a postura e a forma como Obi se comportava lhe agraciou com
uma vida mais digna este quando quando retornou para o Aiyê passou a ter um
novo rumo em sua vida.
Começou a ter novas oportunidades e a progredir, comprou uma linda casa e
roupas brancas que brilhavam tem tão limpas.

Mas a vaidade começou a se apoderar de Obi, este começou a desprezar os


mendigos que batiam a sua porta, e começou a fazer festas e mais festas,
regadas ao luxo e a luxúria.
Exú que estava viajando chegou na cidade e resolveu visitar Obi, ao chegar na
casa do mesmo viu que existia uma festa e que os seus amigos mendigos
estavam na rua a chorar, estranhou e abraçando-os os levou para dentro da
casa de Obi e entrou com eles abraçados.
Obi tomado de orgulho e vaidade mandou que ele se retirasse, que a sua
morada não era lugar para mendigos e nem para Exú, este ficou triste e se
retirou da casa de Obi e foi-se ao Orun para se queixar com Olorun, Olorun
ficou triste e horrorizado com o relato de Exú, mas se viu obrigado a constatar
o que estava acontecendo.
No outro dia quando Obi estava saindo de casa, apareceu-lhe um mendigo e
pediu um prato de comida, Obi o tratou mal e lhe disse um monte de coisas
ruins e mandou ele sair da frente de sua casa.
Eis que o mendigo se levantou e jogou a roupa no chão e aquela luz se fez
presente, era Olorun fantasiado de mendigo que fora a
ver de perto o que Obi estava fazendo.
Obi se jogou aos pés de Olorun e pediu desculpas, este olhou para ele e
sentenciou;
Obi, a partir de hoje você servirá a todos, todos utilizarão de você para me
consultar.
Todas as oferendas que forem feitas deverão ter a sua presença
e você passará a ser um fruto, que todos comerão e utilizaram sempre e
transformou Obi em uma arvoré que da frutos o ano
inteiro e que tem de ser utilizado em toda e qualquer oferenda que é feita, pois
através de Obi é que recebemos a resposta se a oferend é ou não é de bom
agrado.

Eis a importância de Obi na liturgia e na consagração das oferendas

Tipos de OBí

Obí ( Abatá ) é composto de 4 partes


Obí ( àbátá infín ) Obí de 4 partes branco exclusivo de Obatalá

OSSOSSI E O MILHO

Certa vez Oxalá estava preocupado com seu filho Oxossi, pois após de
incessantes criticas Oxossi deixou o mundo e sumiu perante outros lugares,
ninguém sabia onde estava Oxossi.

Oxum sua esposa chorava todos os dias a falta de seu esposo caçador Odé,
tanto que chorava que os rios transbordavam sobre as pedras e se jogavam a
elas formando assim as cachoeiras, Ogum seu irmão e parceiro procurava pelo
o mundo inteiro seu irmão e não o encontrava de forma alguma, Yansã com
seus ventos também corria sobre os nove oruns para encontrar Oxossi mas
também nada, dessa forma Oxalá convocou Exú, com seu poder do Ogó se
teletransportar sobre todos os lugares no universo para encontrar Oxossi, mas
também falhou.

Com o passar do tempo o mundo começou a ficar sem vida, não havia mais
alimento, mais fartura, animais e nem plantas, a terra era infértil e a natureza
começou a ficar morta.

Desesperada, Oxum procurou Ifá, e a este perguntou, onde talvez, poderia


estar Oxossi. Ifá consultou por horas e horas e também não encontrou Oxossi.

Ficou abismado, pois sempre conseguia ver tudo com seu oráculo.
Ifá chamou Ogum e o deu sete chaves e dois cadeados, e pediu que com isso
abrisse as sete portas do orun, e com os cadeados fechasse o primeiro e o
último orun, dessa forma, Oxossi estivesse onde for, ficaria preso e voltaria.

Assim Ogum fez, abriu sete oruns e trancou o primeiro e o último orun. Dessa
forma Oxossi voltou ao aye, com as sete chaves na mão e os dois cadeados na
outra mão.

Ogum ficou surpreso e feliz por estar revendo seu irmão novamente.
Oxum ficou tão feliz que que correu para abraçar seu esposo, chorou e cantou
aos quatro ventos o nome de Oxossi.

E assim todos os orixás foram cumprimentar Oxossi.

Oxalá contou a ele que o mundo estava sem vida, na miséria, sem animais
nem plantas, sem fartura alguma e nada do que se plantava nascia, e que sua
ausência fez muita diferença sobre o mundo.

Então Oxossi foi consultar Ifá, e este lhe disse para colher seis espigas de
milho, retirar os grãos das espigas e joga-los para cima. Então assim, Oxossi
raspou suas espigas, e rezou cada uma delas.

Oxossi jogou suas sementes de milho na terra, e em seguida balançou bem


forte o seu Erukerê e espalhou as sementes para o mundo inteiro, as sementes
de milho foram para toda parte e para todos os reinos, fertilizando todos os
solos e caindo sobre a terra, fazendo nascer todos os tipos de plantações e
animais, levando a fartura e a riqueza a todos.

Desse dia em diante, Oxossi passou a ser consagrado como o dono da fartura,
da riqueza e da prosperidade, e que sua função era de trazer vida e fartura a
todos os lugares e casas do mundo e de axé.

Por isso que o milho é um dos símbolos mais usados e mais admirados de
Oxossi e para ele, o milho vale "ouro".

Texto: Márcia Assis


POSTADO: Candomblé na Íntegra
ERVAS QUENTES, MORNAS E FRIAS

Fonte: editado de baiano juvenal

Sabemos que cada linha espiritual que trabalha com a natureza tem a sua
doutrina e fundamento, que cada mentor tem seu mistério, por isso neste artigo
específico vamos nos basear nos estudos do espiritual “Francisco Borges” e
seu manual “O poder das Ervas, Pedras, Águas, Benzimentos e Simpatias”.
Pesquise Adriano Camargo.

ERVAS QUENTES
Vamos chamar de “ervas quentes” as ervas fortes cuja atuação energética é
agressiva. Elas tem alto poder de limpeza, todavia, seu uso excessivo pode
causar buracos ou rompimentos em nossa áurea e campo energético. Devem
ser usadas com moderação. São elas:
– Fumo
– Bagaço de cana
– Casca de Jurema Preta
– Guiné
– Arruda
– Casca de Alho
– Angico
– Dandá
– Beladona
– Aroeira
– Peregum
– Pimenta
– Losna
– Alpiste
– Cipó Cruz
– Cânfora
– Folha de Chorão
– Pinhão Roxo

ERVAS MORNAS

Vamos chamar de “ervas mornas” as ervas que atuam de forma equilibradoras


de energia, são ervas que não agridem, pelo contrário, atenuam efeitos
negativos de ervas quentes. São ervas que ajudam a reconstruir a nossa
energia, o nosso campo astral, nosso campo magnético, nossa áurea, etc. São
elas:
– Folha de Manga
– Arlecrin
– Sávia
– Alfazema (>as vezes é vista como fria)
– Cipó Caboclo
– Calêndula
– Macaca
– Samambaia
– Hortelã
– Pitanga
– Levante
– Manjericão (>as vezes é vista como fria)
– Camomila
– Tapete de Oxalá
– Erva Doce
– Macela do Campo

ERVAS FRIAS
Vamos chamar de “ervas frias” as ervas de uso específicos, ervas que trazem
energias em um determinado campo magnético. Como por exemplo:
Ervas frias “Atratoras”
– Rosa Vermelha
– Rosa Laranja
– Artemísia
– Malva
– Amora
– Maçã
– Canela
– Canelinha
– Cravo da Índia
Ervas firas “Energéticas”
– Girassol
– Emburana
– Folha de Café
– Guaraná
– Jurubeba
– Nó de Cachorro
Ervas frias “Calmantes”
– Capim Cidreira
– Maracujá
– Abacaxi
– Melissa
– Valeriana
– Pêssego
– Beterraba

Ervas frias são aquelas não são agressivas como as ervas quentes e seus
benefícios vão além de equilibrantes como as ervas mornas. Elas atuam
especificamente em um determinado campo magnético.
Ervas quentes e frias

As ervas ou o próprio banho de ervas, depende da necessidade de cada


pessoa naquele momento.
Existe 3 tipos de ervas, que são: Ervas Quentes ou Agressivas
São ervas que tem a capacidade de dissolver as larvas astrais, miasmas e
cascões energéticos.
A atuação dessas ervas é semelhante a de um ácido, que possui um alto poder
de limpeza.
Verbos mais Utilizado: limpar, consumir, purificar, dissolver, descarregar

Algumas ervas quentes: erva de bicho, guiné, peregum roxo, arruda, aroeira,
jurema preta, pinhão roxo, bambu, quebra demanda, espada de São Jorge,
fumo, casca de alho, casca de cebola, entre outras.
Ervas Mornas ou Equilibradoras
Esse tipo de ervas tem a propriedade de equilibrar e restaurar nosso corpo
energético quando da utilização de ervas quentes. Esse tipo de ervas pode ser
utilizado diariamente sem restrições.

Verbos mais Utilizado: equilibrar, manter, adequar, fluir, restaurar, energizar.

Algumas ervas mista: sálvia, alfavaca, alfazema, cana do brejo, erva de Santa
Maria, manjericão, verbena, alecrim, manjerona, hortelã, calêndula (flor),
camomila (flor), cipó de caboclo, umbaúba, angico, entre outras.

Ervas Frias ou Específicas:


Ervas frias são as ervas de uso específico, São usadas para mediunidade, para
atrair bons fluidos, para prosperidade, para fitoterapia, etc.

Algumas ervas frias: macela (flor), algodoeiro, anis estrelado, jasmim, louro,
noz moscada, losna, angélica, sândalo, erva de Santa Luzia, mil folhas, pichuri,
imburana (semente), entre outras.

O Poder dos Banhos de Ervas

Quando falamos de banhos de ervas, não nos referimos a uma pauta da


atualidade, ao contrário, a tradição do uso de erva para banhos é muito antiga,
provém de diversas civilizações e culturas milenares, as quais notaram que
através desta simples prática era possível se prevenir de futuras doenças,
diminuir os sintomas ou se curar.

Os benefícios
Tomar banho de ervas relaxa, perfuma e possui diversos benefícios medicinais
que agem tanto no físico quanto no espiritual, garantindo as vantagens: auxílio
contra insônia, retira pensamentos e energias negativas do corpo, relaxa (tira o
cansaço), retira a ansiedade e estresse do dia a dia, auxilia a elevação
espiritual e acalma o físico e espiritual.

Os banhos podem ser feitos até mesmo em crianças para livrá-las de toda
energia negativa que tenha ação sobre seu corpo, mas é muito importante que
se saiba combinar as ervas, pois cada tipo de caso pede um cuidado diferente.
Há alguns detalhes que devem ser observados antes de qualquer banho:

🌿O único impedimento de quem pode usar dos benefícios dos banhos é em


caso de alergia a algum tipo de erva;
🌿Banhos não interferem em tratamentos médicos (nem os substituem);
🌿Todo banho deve conter produtos novos, portanto não reutilize material já
usado em outro banho, eles devem ser jogados fora;
🌿Dê preferência sempre ao uso de água mineral;

Dicas:
Faça antes seu banho de higiene.
Não economize na quantidade de água, um bom banho de ter, no mínimo de 4
a 5l para que todo seu corpo possa ser banhado.
Coe as ervas antes de usá-las, ninguém merece lavar o banheiro após o
banho.
Um banho de ervas precisa ser “rezado”, durante o preparo vá mentalizando
sua intenção.
Separe uma panela e uma colher de pau só para os banhos, as ervas deixam
“gosto” na panela e atrapalhará o que você fizer com a panela depois.
Faça o banho com dois litros de água e, depois, junte a ele mais água, que
pode ser do próprio chuveiro, para deixá-lo na temperatura e quantidade
adequadas!

Banho de ervas

Canela de Velho – Tira negatividade de obsessores.

Colônia – Descarrega e acalma.

Elevante – Readquirir energia, levanta e abre caminho. Junto com o alecrim


traz clientes e dinheiro.

Macassá – Tem um perfume forte e bom. Dá uma boa levantada. A pessoa


raciocina melhor, encontra o caminho, relaxa, descarrega e fortalece a ligação
com o Anjo de Guarda e abre os caminhos amorosos. Boa também para
doentes.

Manjericão – Tira mau olhado e descarrega. Excelente para crianças e adultos.


Para crianças usar somente o manjericão e a rosa branca.

Oriri – Acalma, tira perturbações e traz energia no banho de ervas. Com


problemas de nervos colocar a folha úmida na cabeça. Serve para dormir com
ela.

Alecrim – Prosperidade e abertura dos caminhos.

Alfazema – Acalma, tranqüiliza e relaxa.


CACURUCAIA

A Pombo-gira mas velha que existe, não é uma Pomba Gira da encruzilha, mas
sim do cemitério , ela é do cruzeiro das almas da calunga, não usa preto e
vermelho . Apresenta-se vestida de preto e amarelo , preto e roxo ou branco e
coral . Em seu ponto riscado, prevalecem indicativos deste habitat onde atua.

Cacurucaia é uma entidade bastante antiga na seara de Umbanda. Atualmente,


pouquíssimos médiuns trabalham com essa Pomba Gira, que alguns acreditam
estar prestes a finalizar sua missão espiritual .

Apresenta-se como uma velha senhora, como seu próprio nome indica.

Não gosta de futilidades, preferindo assuntos complexos e de difícil resolução.

Ao contrário das outras Pomba Giras, prefere o charuto ao cigarro e cigarrilha.


Apreciando igualmente bebidas fortes, como a cachaça, a vodka e o gim.

Uma senhora vaidosa que adora perfumes, é super enquizilada e ranzinza


mais quem a conhece nunca mais a esquece .

Segundo dizem, é uma Pomba Gira que tem como vibração originária o Orixá
Nanã .

Seu ponto cantado :

7 vezes eu cai
7 vezes levantei
7 vezes eu subi
pela mão da rainha e do rei
se o arco iris
também tem as 7 cores
a semana 7 dias
a mulher 7 amores
Cacurucaia com as 7 gargalhadas
vai vencer seus inimigos
pelas 7 encruzilhadas.

Um pouco sobre a nação Nagô Egbá — Xangô do Recife.

Em 1875, Inês Joaquina da Costa (Ifá Tinuké), mais conhecida como Tia Inês,
desembarcava em Pernambuco vinda da cidade de Egbá, na Nigéria. Em sua
mínima bagagem como por intuição do que estaria por vir, trouxe sementes e
materiais usados no culto a Yemonjá, orixá cultuado na sua região, e mais
algumas divindades cultuadas no panteão yorubá.

Com o passar do tempo, ela se estabeleceu em Recife, no bairro de Água Fria,


plantou as sementes das árvores sagradas, a exemplo da gameleira e do
Baobá. E assim foi nascendo o Sítio de Tia Inês e uma forma de culto
conhecida como Nagô Egbá, tendo sua casa matriz o próprio Sítio de Tia Inês,
que mais tarde seria conhecido, registrado e tombado como Terreiro Obá
Ogunté, estendendo-se então como culto mais conhecido em Recife e sua
região metropolitana e como reflexo presente na cultura pernambucana.

Após a morte da matriarca da nação Nagô Egbá, o Sítio de Tia Inês continuou
aos cuidados de seus filhos adotivos e assim a regência passou a ser de pai
para filho, causando assim mais uma característica da nação: o patriarcado,
como sendo a maneira mais comum de herança. O mais conhecido entre os
regentes foi Felipe Sabino da Costa (Ope Watanan), conhecido como Pai
Adão, sua figura se mostrou tão popular dentro do culto que a casa passou a
ser popularmente conhecida até hoje como Sítio do Pai Adão.

Boa parte dos barracões, atualmente, é regida por zeladores, porém vale
salientar que as casas mais tradicionais e mais respeitadas foram fundadas por
mulheres.
Os papéis do homem e da mulher são bem fixos no culto, os homens
ganharam mais espaço e sempre por trás dos zeladores estão elas, as
“senhorinhas” zeladoras os acompanhando. Observando conversas entre
zeladores percebo certo machismo e muitas zeladoras repelem esses
conceitos, arregaçam as mangas e constroem seus barracões, sendo eles
regidos por elas e sendo elas auxiliadas pelos seus ogãs e ègbón mi,
mostrando que o futuro poderá refletir novamente o passado.
O Nagô Egbá se assemelha muito ao Ketu. É uma nação onde suas casas
tradicionais mantêm as mesmas formas de culto e conceitos ensinados pelos
seus antepassados, daí vem o por quê da quantidade de orixás cultuados, que
citarei mais adiante, ser relativamente menor que a de outros cultos.

Como uma nação de origem yorubá, o Nagô Egbá comporta orixás, teorias e
histórias mitológicas iguais ou muito próximas da nação Ketu. Além das
pequenas diferenças em sua ritualística interna, a diferença mais clara está
presente nas festas, nas formas como os orixás se manifestam e dançam
durante os xirês. Os instrumentos principais mudam; no lugar do som mais
agudo dos atabaques, está o som mais grave e compassado dos ilús. A
sequência de orixás cantada durante a roda do xirê é a mesma em todas as
casas e a das toadas geralmente também (provável herança da nossa casa
matriz).

Os orixás homenageados em ritual aberto ao público, o toque, são em menor


número do que na nação Ketu, como já foi mencionado. São basicamente treze
orixás cantados na seguinte sequência: Exu, Ogum, Odé, Obaluayê, Oxumaré,
Nanã, Ewá, Obá, Oxum, Yemonjá, Xangô, Oyá e Oxalá. Ossaim tem seu culto
e é sempre lembrado e homenageado durante os rituais internos e orôs; Iroko
segue lembrado e cultuado nos terreiros na forma da imensa gameleira. Sobre
o orixá Logum Edé, não há registro no culto Nagô Egbá, nós não negamos sua
existência, apenas não há registro histórico sobre o orixá dentro do culto.

Porém, há uma peculiaridade em relação a alguns outros cultos: o culto à


Orunmilá é muito conhecido e difundido na nação com suas inúmeras cantigas
cantadas durante as saídas dos balaios para Oxum e as panelas de Yemonjá,
além de ser também lembrado na cerimônia de Bori.

Houve um tempo, mais precisamente entre 1938 e 1948, em que os terreiros


de Candomblé foram perseguidos, fechados e alguns até destruídos. Esse
episódio ocorreu em diversas partes do país e não aconteceu diferente em
Pernambuco. Muitos zeladores fecharam suas portas, abandonaram a religião,
enquanto os que persistiram na sua fé faziam tudo á maneira mais escondida e
disfarçada possível.

“Era 31 de dezembro de 1948 e a comunidade de Água Fria, na Zona Norte de


Recife, se aprontava para um ritual que há muito não se via, nem ouvia, a não
ser em lugares secretos. Naquela noite poderiam outra vez cultuar seus deuses
com o consentimento das autoridades.
É claro que começou somente com o povo do terreiro do Sítio de Pai Adão. Os
filhos e filhas de santo tocavam e dançavam ainda desconfiados; o batuque era
discreto. Olhavam pelas janelas para ver se a polícia não apareceria para
impedi-los, mais uma vez. As baianas usavam a saia branca do candomblé por
cima de vestidos. Ficaria mais fácil de tirá-las caso os perseguidores
chegassem de surpresa. Os que não acreditavam no que ouviam, aos poucos,
iam se aproximando do salão do terreiro, onde acontecia um toque para Oxalá.
De repente, um grito ecoa no salão. Era o orixá Ogum, manifestado em França,
filha de santo antiga da casa. Os ogãs perderam a timidez; soltaram os braços
e o toque se animou; os fiéis passaram a cantar mais alto, os cânticos a Oxalá.
E os orixás da casa passaram a “descer”. Mãe Joana Batista recebeu sua
Iemanjá, e os demais médiuns passaram a entrar em transe e receber seus
orixás. Com o passar dos dias, outros terreiros do Recife voltaram a praticar
seus rituais de candomblé, livres da perseguição que durou dez anos. O fim do
período marcado pelas constantes prisões de babalorixás e filhos de santo, e
quebra-quebra da polícia quando encontrava imagens e símbolos africanos nas
casas denunciadas, completa hoje sessenta anos.”

Esse episódio significou algumas perdas ao culto, perdas principalmente nos


fundamentos de orixás recentemente inseridos ao culto durante aquela época,
como Obaluayê, Nanã, Oxumaré, Ewá e Obá e que aos poucos iam sendo
conhecidos pelos adeptos. E apenas os orixás mais conhecidos voltaram a ser
cultuados, a exemplos: Yemonjá, Oxum, Exu, Ogum, Xangô, Oyá e Odé. Com
a inserção do ketu e do jeje-nagô em Pernambuco, a troca de informações fez
e está fazendo, aos poucos, estes orixás que tiveram seus fundamentos
perdidos voltarem a ser não apenas homenageados no xirê, mas também
cultuados dentro da nação.

EKODIDÉ

O surgimento do Ekodidé

Conta a lenda que Oxalá, numa de suas caminhadas pelo mundo, iria passar
pela aldeia de Oxun, onde pretendia parar e descansar.
Exú, mensageiro dos orixás, correu para avisar Oxun que o grande orixá fun-
fun estava a caminho de sua cidade. Era preciso organizar uma grande
recepção, pois a visita era muito importante para todos. Ela, então, apressou-
se com os preparativos da festa, ordenando a limpeza de todas as casas e
lugares públicos da aldeia, bem como que os enfeites utilizados fossem da cor
branca. Oxun cuidou pessoalmente da ornamentação e limpeza de seu palácio,
pois tudo tinha que estar perfeito, à altura de Oxalá.
Com tantos afazeres importantes, em tão curto espaço de tempo, Oxun não se
lembrou de convidar as Iya-mi para a grande festa.
As feiticeiras não perdoaram essa desfeita. Sentindo-se muito desprestigiadas,
resolveram desmoralizar Oxun perante os convidados.
No dia da chegada de Oxalá à cidade, Oxorongá entrou disfarçada no palácio
para colocar, no assento do trono da Oxun, um preparado mágico, que não fora
notado por ninguém.
Toda a cidade estava impecavelmente limpa e ornamentada. O palácio de
Oxun, que fora caprichosamente preparado, tinha seus móveis e utensílios
cobertos por tecidos de uma alvura imaculada. Branca também seria a cor das
roupas utilizadas na cerimônia.
Oxalá finalmente chegou, sendo respeitosamente reverenciado numa grande
demonstração de fé e admiração ao grande mensageiro da paz.
Oxun, sentada em seu trono, esperava com impaciência a entrada de Oxalá
em seu palácio, quando iria oferecer-lhe seu próprio assento. Mas, ao tentar
levantar-se, percebeu que estava presa em sua cadeira e, por mais força que
fizesse, não conseguia soltar-se. O esforço que empreendeu foi tão grande,
que, mesmo ferida, conseguiu ficar em pé, mas uma poça de sangue havia
manchado suas roupas e também sua cadeira.
Quando Oxalá viu aquele sangue vermelho no trono em que se sentaria, ficou
tão contrariado, que saiu imediatamente do recinto, sentindo-se muito ofendido.
Oxum, envergonhada com o acontecido, não conseguia entender porque havia
ficado presa em sua própria cadeira, uma vez que ela mesma tinha cuidado de
todos os preparativos.
Escondendo-se de todos, foi consultar o oráculo de Ifá para obter um conselho.
O jogo, então, lhe revelou que Oxorongá havia colocado feitiço em seu
assento, por não ter sido convidada.
Exú, a pedido de Oxun, foi em busca do grande pai, para relatar-lhe o ocorrido.
Oxalá retornou ao palácio, onde a grande mãe das águas estava sentada de
cabeça baixa, muito constrangida. Quando ela o viu, começou a abanar seu
abebe, transformando o sangue de suas roupas em penas vermelhas, que, ao
voar, caíram sobre a cabeça de todos os que ali estavam, inclusive a de Oxalá.
Em reconhecimento ao esforço que ela empreendeu para homenageá-lo, ele
aceitou aquela pena vermelha (ekodidé), prostrando-se à sua frente, em sinal
de agradecimento.
A partir de então, essa pena foi introduzida nos rituais de feitura do Candomblé.

Jogar água na rua ou na frente de nossa casa ou Ilé asé se chama, Omi tutu,
ou seja, Água que acalma, refresca.
Pedimos licença mostrando nosso respeito e, pedindo que a água resfrie a
terra.
Muitos são os motivos para se fazer o Omi tutu.
_ Esfriar o caminho de quem chega.
_ Esfriar o caminho de quem vai.
_ Apagar o rastro de um ebó negativo
_ Abrir caminhos para uma nova energia mais sensível.
_ Mostrar aos convidados que são bem vindos.
_ Mostrar para os convidados que Èsù aprova sua visita.
_ Sacrificar Obi ou orogbo para obter boa sorte.
E muito mais.
Página inicialPOR QUE JOGAR ÁGUA NA RUA ?
POR QUE JOGAR ÁGUA NA RUA ?
Redação TVR USM

Jogar água na rua ou na frente de nossa casa ou Ilé asé se chama, Omi tutu,
ou seja, Água que acalma.
Esse ritual é muito antigo, e praticado tanto em Nigéria quando Angola e Benin.
Mas focaremos no ato que representa o culto Nigeriano.
Muitos são os motivos para se fazer o Omi tutu.

_ Esfriar o caminho de quem chega.


_ Esfriar o caminho de quem vai.
_ Apagar o rastro de um ebó negativo
_ Abrir caminhos para uma nova energia mais sensível.
_ Mostrar aos convidados que são bem vindos.
_ Mostrar para os convidados que Èsù aprova sua visita.
_ Sacrificar Obi ou orogbo para obter boa sorte.
E muito mais.

Todo ato de jogar água no chão remete a três divindades. Èsù, Onilé e
Egungun.

Fazemos para acalmar a divindade para não desagradá-la para um novo ato
que se seguirá após o omi tutu.

Em suma, em todos esses momentos, o objetivo é apaziguar. Há uma frase em


yorùbá que diz “Somente a Água Fresca Apazigua o Calor da TerrA

Igì Òpè

A palmeira do dendezeiro é conhecida pelos Yorùbá(s) por igi-òpe.


Mas, em termos culturais, referem-se a ela como Igi-Àgunlá — uma expressão
usada para descrever sua importância no culto tradicional, social e econômico,
pelo fato de fornecer:
- O emu, vinho de palma, usado principalmente em comemorações da
Tradição;
- O epo, azeite de dendê, é usado na culinária comum, e principalmente na
culinária dos Òrísà(s) por ser considerado um elemento apaziguador;
- A mànrìwò – folha tenra da palmeira, é usada em roupas “isolante da força
caótica” de Ògún, Egúngun e Òsányìn. Além disso, desfiado e posto na soleira
da porta do Ilé Àse, significa dizer que aquilo que está do outro lado é Sagrado
– é um recado para os invasores físicos e espirituais. Além disso, é com as
nervuras do mànrìwò desfiado para Ògún que se faz o Sàsàrà de Obàlúwàiyé
porque passam a representar os Egúns, mortos;
- Por ser uma folha que concentra grande quantidade de ferro, beber o suco da
folha tenra da palmeira (mànrìwò), cura anemia;
- As fibras da palmeira são usadas em artes e/ou artesanatos;
- Depois de extraído o óleo, as fibras retiradas das sementes são usadas, para
atear fogo, em fogões a lenha;
- A folha é usada em construções de casas;
- As sementes com 4 orifícios – Ikin(s) –, são usadas pelos Bàbálawo(s) para
proceder divinações;
As sementes comuns são usadas pelos ferreiros, para atear o fogo, de suas
forjas;
- As cinzas resultantes do fogo do ferreiro são usadas para fazer: sabão-da-
costa, tinturas para tecidos e estatuetas, magia de proteção e, em especial,
uma magia que, em nome de Ògún, pode matar;
- Das nozes é extraído um óleo chamado de àdí, usado em magias negativas
(feitiços), na fabricação de cosméticos e de chocolates.
A árvore do dendezeiro (Igi Ope), representa a ligação dos Òrìsà com a
humanidade, existem diversas mitologias yorùbás que narram a participação e
importância desta árvore na gênese de nosso mundo. Um antigo Itan, conta-
nos que foi por meio do Igi Ope que os Òrìsàs desceram do Orùn para o Aye.

A mànrìwò, folha tenra da palmeira, tem a conotação de uma espada, e, por


conter ferro — elemento de Ògún, é usada nos rituais para representar a sua
arma; é usada como roupa de Ògún porque isola a força caótica do Òrísà; é
usada como roupa de Òsányìn porque é remédio; é usada como roupa de
Egúngun porque cobre o corpo do Òje e não o deixa passar vergonha.

Dessa maneira, rasgando uma mànrìwò diante de Ògún, sabendo o seu


significado, é como usar um facão para limpar o caminho.

A FINALIDADE DO ÀKÀSÀ.

O que é Àkàsà/ acaçá e para que serve o Akasà e sua importância dentro do
culto do Candomblé e da religião Afro, as definições mais elementares do
ÀKÀSÀ, dizem que se trata de uma pasta de milho branco ralado ou moído,
envolvida ainda quente, em folha de banana ou em outro recipiente.

A definição é correta, mas extremamente superficial, já que o ÀKÀSÀ é de


longe a comida mais importante do candomblé. Seu preparo e forma de
utilização nos rituais de oferendas envolvem preceitos e bem rígidos, que
nunca podem deixar de ser observados. Todos os Orixás, de Orixá Exu a
OBATÀLÀ, recebem acaçá, em suas oferendas, adimu, obrigações, etc.

Todas as cerimonias, do ebó mais simples aos sacrifícios de animais, levam


acaçá. Em rituais de iniciação, de passagem, em tudo mais que ocorra em uma
casa de candomblé, só acontece com a presença de ÀKÀSÀ. A pasta branca à
base de milho branco, chama-se eco (èko), depois de envolvida na folha de
banana ou em um recipiente, aí sim, será ÀKÀSÀ. O ÀKÀSÀ, é um corpo,
símbolo de um ser. A única oferenda que restitui e redistribui o axé.

O ÀKÀSÀ remete ao maior significado que a vida pode ter: a própria vida; e por
ser o grande elemento apaziguador, que arranca a morte, a doença, a pobreza
e outras mazelas do seio da vida, tornou-e a comida e predileção de todos os
Orixás. Só existe uma oferenda capaz de restituir o axé e desenvolver a paz e
a prosperidade na Terra, ela é justamente o ÀKÀSÀ. Mas o que faz de uma
comida aparentemente tão simples a maior das oferendas aos orixás?

Do conjuto Èkò (mingau) que significa o corpo e Ewè (folha) o oculto e feito o
ÀKÀSÀ.

O Akasa tem o formato de pirâmide porque representação de um Corpo, um


Ser, um Descendente, nosso eu espiritual, nosso Ori Ínù, ele pode representar
todos os Orixás.

Sua forma ligeiramente cônica nos remete ao infinito símbolo do crescimento e


expansão.
Comparado a uma montanha que nos leva as alturas, a ponta deste tem o
poder de atrair as mais diversas energias.

Portanto, o acaçá é um corpo, o símbolo de um ser. A única oferenda que


restituí e redistribui o axé.

Somente a água é tão importante quanto o acaçá, pois não existem substitutos
para nenhum dos dois, que são, a exemplo do obi, elementos indispensáveis
em qualquer ritual. Ambos configuram-se como símbolo da vida, e é justamente
para afastar a morte do caminho das pessoas, para que o sacrifício não seja o
homem, que são oferecidos.

O acaçá remete ao maior significado que a vida pode ter: a própria vida. E por
ser o grande elemento apaziguador, que arranca a morte, a doença, a pobreza
e outras mazelas do seio da vida, tornou-se a comida e predileção de todos os
orixás.

O MILHO BRANCO

O Milho Branco (agbadô ou ebô) é um grão muito importante para o


Povo do Santo.
Seu preparo e forma de utilização nos rituais de oferendas envolvem preceitos
bem rígidos, que nunca podem deixar de ser considerados pelos seguidores do
Candomblé. Todos os Orişás, de Eşú à Òşàlá e até mesmo os ancestrais,
recebem oferenda a base deste grão.
Todas as cerimônias, do ebó mais simples aos mais sofisticados, em rituais de
iniciação, de passagem, ritos de vida e de morte, em tudo mais que ocorra em
uma casa de Candomblé, só acontecem com a presença do Milho Brando
(agbadò ou ebô).
A pasta branca de milho branco depois de pilado ou moído chama-se (èko), o
mingau chama-se (denguê), depois de moído e cozido e envolvida na folha de
bananeira verde, chama-se de (àkàsà), os grãos cozidos só na água chama-se
(egbô), moído e cozido, envolvido em palha de bananeira seca chama-se
(aberem), os grãos recheados com cebola, camarão, azeite doce e dendê
chama-se (dibô), os grãos inteiros cozidos com coco e açúcar chama-se
(mukunza).
Toda oferenda com milho branco restitui e redistribui o àşé, por ser o grande
elemento apaziguador, que arranca a morte, a doença, a pobreza e outras
mazelas do seio da vida, tornou-se a comida predileta de todos os Orişás.
Nem todas as palavras do mundo são suficientes para decifrar e expressar o
valor de uma oferenda a base de milho branco. Basta admitir que os segredos
estão nas coisas mais simples, para ver que muitos julgaram insignificantes, a
comida extremamente importante do candomblé, banalizando o sagrado e
privilegiando a intuição imaginária em detrimento do fundamento.
Constituem grandes fundamentos "cristalizados" ao longo de anos e anos de
tradição. Fundamento é o segredo compartilhado com o Povo de Santo, o
mistério sagrado, o detalhe que faz a diferença e a prova de que ninguém pode
enganar o Orişá que existe em cada um de nós. O grande fundamento é que
em todos os rituais por menor que seja a presença de alguma comida com
milho branco deve estar presente, seja ela em forma de Ebô, Àkàsà, Aberem,
Dibô, Denguê, que possibilita a paz, alegria e longevidade. O maior segredo e
melhor fundamento do Candomblé é um ritual indispensável a todos nós,
constituído do ato de oferecer Milho Branco à cabeça, chamado de Bori ou
Ebôri, pois é este ritual que mantem todo Povo de Santo de pé e totalmente
equilibrado.
Oloje Ikú Ike Obarainan 🙏🏽

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