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INTOXICAÇÃO

EXÓGENA
METODOLOGIA

 Aula didático participativa.

 Data show e Power Point.

 Quadro branco e piloto.


OBJETIVOS

 Conhecer a fisiopatologias da intoxicação exógena.

 Sistematização da assistência de enfermagem.


DEFINIÇÃO

Consequência clínica e/ou bioquímicas


da exposição a substâncias químicas
encontradas no ambiente ou isoladas.

Venenos são
substâncias químicas
que podem causar
dano ao organismo.
CURIOSIDADES

 Os pacientes vítimas de intoxicações não são “doentes”


propriamente ditos; na maioria dos casos são saudáveis,
que desenvolvem sintomas e sinais decorrentes do
contato com substâncias externas;
 Trata-se da exposição acidental ou intencional a
substâncias químicas ou medicamentos em doses
tóxicas;
 Perturbações biológicas abruptas causadas por
substância capaz de causar danos.
CURIOSIDADES

 Danospodem colocar vida em risco ou causar


sequelas permanentes;
 As
perturbações são geralmente proporcionais à
quantidade de tóxico;
 Estamos envolvidos por milhares de potenciais
tóxicos;

 INTOXICAÇÃO ACIDENTAL, SUICÍDIO, HOMICÍDIO.


CURIOSIDADES

 A intensidade é variável, dependendo do agente


tóxico, da quantidade, do tempo de exposição e da
idade da vítima;
 As reações em crianças e idosos geralmente são mais
graves que em adultos;
 As substâncias podem ser de uso industrial, doméstico,
agrícola, automotiva, etc. Outras são de uso humano,
médico, na maioria resultando em efeitos tóxicos pelo
mau uso ou pelo abuso.
ÍNDICES

 As intoxicações acidentais ou intencionais, bem


como superdosagens de medicamentos,
constituem uma fonte significativa de
morbimortalidade agregada a gastos em
serviços de saúde;
 Os casos mais significativo, em adultos, é a
tentativa de suicídio;
 Nas crianças, as intoxicações acidentais são
mais comuns;
ÍNDICES

 As intoxicações causadas por produtos de limpeza,


especialmente os que contêm soda cáustica, são
os que mais deixam sequelas em crianças menores
de 5 anos;
 No Brasil, a intoxicação exógena também se
encontra entre os três principais meios utilizados nas
tentativas de suicídios. As substâncias relacionadas
a 70% dos casos são os medicamentos e pesticidas;
 No Brasil, o Sistema Nacional de Informações
Tóxicos-Farmacológicas (SINITOX) registrou, no ano
de 2013, pouco mais de 42 mil casos de
intoxicação humana.
CASOS, ÓBITOS E LETALIDADE DE INTOXICAÇÃO
HUMANA POR AGENTE E POR REGIÃO, 2013
CASOS REGISTRADOS DE INTOXICAÇÃO HUMANA POR
AGENTE TÓXICO E FAIXA ETÁRIA, 2013
CASOS REGISTRADOS DE INTOXICAÇÃO HUMANA POR
AGENTE TÓXICO E SEXO, 2013
ATENÇÃO

• A real incidência de intoxicações exógenas é


desconhecida, devido a diagnósticos inadequados e
subnotificações de casos;
• 5 a 10% dos atendimentos de urgência e 5% das
admissões em UTI são atribuídas as intoxicações.
PRINCIPAIS AGENTES
 Medicamentos
 Animais peçonhentos
 Produtos químicos de uso domiciliar
 Produtos químicos de uso industrial
 Agrotóxicos
 Raticidas
 Drogas
 Plantas
 Outros
CONSIDERAÇÕES GERAIS

 Não exitem muitos antídotos (antagonistas específicos


dos venenos) eficazes;

 É muito importante identificar a substância responsável


pelo envenenamento o mais breve possível;

 Deve-se observar tb as circunstâncias em que ocorreu o


envenenamento.
CONSIDERAÇÕES GERAIS
 Um veneno pode penetrar no organismo por diversos
meios ou via de administração:

INGERIDO INALADO ABSORVIDO INJETADO

Medicamentos, Toxina de diversas


Gases e poeiras fontes, como aranhas,
substâncias químicas Inseticidas,
tóxicas (monóxido de escorpiões
industriais, derivados agrotóxicos e outras
carbono, amônia,
de petróleo, substâncias químicas
agrotóxicos, cola de
agrotóxicos, raticidas, que penetrem no
sapateiro, acetona,
formicidas, plantas, organismo pela pele
éter, gás de cozinha, Drogas injetadas com
alimentos ou mucosas.
... seringa e agulha
contaminados.

A intoxicação aguda é uma emergência médica comum.


SINAIS E SINTOMAS MAIS COMUNS

 Sudorese, salivação e lacrimejamento


 Dor de cabeça
 Pulso lento, rápido ou irregular
 Queimacao nos olhos e mucosas
 Dificuldade para engolir
 Queimadura ou mancha ao redor da boca
 Pele pálida, vermelha ou cianótica
 Odores característicos na respiração, roupa, ambiente
SINAIS E SINTOMAS MAIS COMUNS

 Respiração anormal – rápida, lenta ou com dificuldade


 Alterações pupilares (midríase ou miose)
 Distensão e dor abdominal
 Vômitos
 Alterações da consciência
 Convulsões
 Choque
ABORDAGEM INICIAL
 Verifique inicialmente se o local é seguro;
 Procure identificar a via de contaminação e o veneno
em questão;
 Faça o exame primário (esteja preparado para intervir
com manobras para liberação das vias aéreas e RCP)
 1.A Manter a via aérea permeável e controle
cervical.
 2.B Assegurar ventilação e oxigenação eficaz.
 3.C Manter circulação adequada.
 4.D Avaliação neurológica.
 5. E Exposição da vítima.
ABORDAGEM INICIAL
 Proceda o exame secundário;
 História clínica e exame físico (identificação do
tóxico)
 Administração de antídoto
 Descontaminação gastrintestinal
 Remoção ativa do tóxico
 Exames: Sangue, Urina, ECG, Exames toxicológicos.

 Remova a vítima do local.

ATENÇÃO:
Há situações em que a vítima deve ser removida imediatamente, para diminuir a exposição ao veneno
e preservar a segurança da equipe.
DESCONTAMINAÇÃO

OBJETIVO:
 Diminuir a exposição do organismo ao agente tóxico, reduzindo
o tempo e/ou a superfície de exposição.

Via de intoxicação:
 Digestiva,
 Respiratória,
 Cutânea.
INDUÇÃO DO VÔMITO

 Se o veneno foi ingerido e a vítima estiver consciene e


alerta, dê-lhe dois ou três copos de água para beber,
com a finalidade de diluir o veneno;
 Se a ingestão ocorre a menos de 4 horas, induza o
vômito.

CUIDADO  Em alguns casos, isso NÃO deve ser


feito, como na ingestão de derivados de petróleo
(gasolina, querosena), de corrosivos (soda cáustiva) e
quando a vítima está sonolenta.
INDUÇÃO DO VÔMITO
XAROPE DE IPECA – medicamento emetizante
Indicações:
 Primeira hora após a ingestão do tóxico;
 Remoção de tóxicos não adsorvidos pelo carvão ativado.

Contra-indicações:
 Alteração da consciência ou convulsões;
 Ingestão de fármacos pro-convulsivos e agentes corrosivos;
 Ingestão de petróleo ou derivados (preferível lavagem gástrica ou carvão
ativado)
 Crianças menores de dois anos, gestanres e cardiopatas
INDUÇÃO DO VÔMITO
INDUÇÃO DO VÔMITO

Efeitos adversos:
 Vómitos persistentes (podem atrasar o uso de carvão ativado ou de
antídotos orais);
 Gastrite hemorrágica;
 Sonolência (20%);
 Diarreia (25%).

Técnica:
 1) 30 mL no adulto e 10-15 mL na criança;
 2) após 10-15 min, ingerir 2-3 copos de água;
 3) se vómito não ocorre após 30 minutos, repetir toda a operação;
 4) se novamente não provocar o vómito, fazer lavagem gástrica
LAVAGEM GÁSTRICA

Indicações:
 Remoção de tóxicos sólidos, líquidos e venenos.

Contra-indicações:
 Alterações da consciência ou convulsões deve ser efectuada com
precaução (entubação endotraqueal prévia);
 Comprimidos intactos implicam provocar o vómito e só depois a lavagem
gástrica;
 Ingestão de corrosivos tem indicação para ENDOSCOPIA DIGESTIVA
precoce.
LAVAGEM GÁSTRICA
LAVAGEM GÁSTRICA
Efeitos adversos:
 Perfuração do esófago ou estômago;
 Epistáxis por trauma;
 Vômitos e aspiração pulmonar

Técnica:
 1) Posicionar;
 2) Técnica de SNG e esvaziar o conteúdo, não esquecendo a possibilidade
de colheita para análises toxicológicas (SONDA CALIBROSA);
 3) Iniciar lavagem com administração de carvão ativado, 1 g/kg;
 4) Fazer lavagem com soro fisiológico e remover por gravidade ou sucção
ativa; repetir até perfazer 2 L ou não haver remoção de material tóxico.
CARVÃO ATIVADO
 “ANTÍDOTO UNIVERSAL”
 São poucos os tóxicos que não são adsorvidos pelo carvão ativado.

Indicações:
 Eficaz na maior parte das INTOXICAÇÕES ORAIS;
 AEficácia aumenta se previamente se INDUZIR O VÕMITO ou se fizer
LAVAGEM GÁSTRICA;
 Eficácia de uso em DOSES MÚLTIPLAS - digitálicos, fenobarbital,
paracetamol, salicilatos e teofilina;
 DOSES REPETIDAS particularmente úteis no caso de tóxicos com ciclo
ENTEROHEPÁTICO.
CARVÃO ATIVADO
CARVÃO ATIVADO
Contra-indicações:
 Obstrução intestinal;
 Ingestão de ácidos minerais,
 Álcalis cáusticos ou derivados de petróleo

Efeitos adversos:
 Vômito,
 Obstipação,
 Distensão gástrica

Técnica:
 1) dose inicial: administrar 1-2 g/kg;
 2) doses seguintes: 0,5-1 g/kg de 4 em 4 horas
OUTRAS VIAS DE INTOXICAÇÃO

PELE
 Muitos tóxicos são absorvidos através da pele;

 Usar equipamentos de proteção individual.

 Remover as roupas e lavar com água abundante;

 Usar shampoo ou sabão nas substâncias oleosas.

 Agentes com neutralizantes específicos


VIA AÉREA

 Gases e tóxicos:

 Remover o doente do local e administrar O2 umidificado.

 Observar sinais de edema das vias aéreas superiores que


rapidamente pode evoluir para obstrução total – TOT.

 Pode surgir edema pulmonar, horas após a intoxicação -


observar pelo menos 6 horas.
OLHOS

 Lavar com água e aplicar colírio de anestésico local.

 Não instilar qualquer substância neutralizante.

 Todo o doente deve ser observado por Oftalmologista.


ABORDAGEM TERAPÊUTICA

Aumento da excreção do tóxico:


 Diurese forçada
 Diálise gastrintestinal
 Terapia extracorporal
 Hemodiálise

 Hemoperfusão

 Diálise peritoneal
 Hemofiltração

 Plasmaferese
AUMENTO DA EXCREÇÃO DO TÓXICO
 CRITÉRIOS CLÍNICOS PARA USO DESTAS TÉCNICAS:

 Intoxicação clinicamente grave (coma profundo, insuficiência


respiratória, etc.)

 Redução da capacidade de depuração espontânea do tóxico


(insuficiência hepática ou renal)

 Estado prévio de saúde (cardiopatia, pneumopatia) e idade.

 Intoxicação com risco de sequelas ou mortalidade.


UTILIZAÇÃO DE ANTÍDOTOS

 Substância que se utiliza para anular ou diminuir os efeitos de


um tóxico no organismo, por neutralização deste (quelação,
reacções antigénio/anticorpo) ou antagonização
farmacológica.

 Disponíveis apenas para uma parte dos potenciais tóxicos


CUIDADOS DURANTE O TRANSPORTE

 Comunique os dados à central;


 Administre oxigênio;
 Transporte a vítima em decúbito lateral, para prevenir aspiração no
caso de vômitos;
 Leve para o hospital qualquer objeto que possa conter amostra do
veneno (frasco, roupa, vômito);
 Esteja certo de que a vítima que você está atendendo é a punica
intoxicada. No caso de criança, verificar se estava só ou brincava
com outras, que também devem ser avaliadas.
ALGUMAS INTOXICAÇÕES MAIS
COMUNS

 Monóxido de Carbono

 Ingestão de depressores do sistema nervoso central

 Estimulantes do sistema nervoso central


MONÓXIDO DE CARBONO

 É um gás incolor, sem cheiro e potencialmente perigoso;


 Intoxicação por inalação;
 Liga-se fortemente a hemoglobina, competindo com o oxigênio e
provocando hipóxia, podendo ocasionar lesão cerebral e morte;
 Pode ser emitido por: escapamento de veículos, aquecedores à
gás, fogões, aquecedores e queima de praticamente qualquer
substância em locais fechado.
MONÓXIDO DE CARBONO

 SINTOMAS

POSTERIORMENTE
Distúrbios visuais
INICIAIS
Confusão mental
Dor de cabeça
Síncope
Náuseas
Tremores
Vômito
Coma
Coriza
Disfunção cardiopulmonar
Morte

 TRATAMENTO
Medida de suporte de oxigênio a 100%, que deve ser iniciado mesmo que haja
suspeita da intoxicação
INGESTÃO DE DEPRESSORES DO SNC

 Álcool – o mais comum, frequentemente associado a intoxicações


por outras drogas;

 Barbitúricos – Gardenal, Luminal, Nembutal

 Sedativos – Dormonid, Rohipnol, Halcion

 Tranquilizantes menores – Valium, Diempax, Lorax, Lexotan


INGESTÃO DE DEPRESSORES DO SNC

SINAIS E SINTOMAS
 A intoxicação por esse grupo de drogas revela sintomatologia
semelhante;
 A vítima apresenta-se sonolenta, confusa e desorientada, agressiva
ou comatosa;
 Com pulso lento, PA baixa, reflexos diminuídos ou ausentes, pele
em geral pálida e seca, e pupilas reagindo lentamente a luz;
 Durante o atendimento, fale com a vítima, procure mantê-la
acordada, reavalie-a com frequência e esteja atento(a) para
hipoventilação e os vômitos, pois ela, por ter os reflexos diminuídos,
está propensa a fazer broncoaspiração.
ESTIMULANTES DO SNC

 Anfetaminas, cafeína e cocaína;


 Anfetaminas são utilizadas como anorexígenos. As mais comuns
são: fenfluramina, femproporex e mazindol;

SINAIS E SINTOMAS
 Distúrbios digestivos (náuseas, dor abdominal e diarreia), sudorese,
hipertermia, rubor facial e taquipnéia;
 Seguem-se distúrbios cardiovasculares, como palpitações,
taquicardia, hipertensão arterial e arritmias;
 As manifestações neurológicas compreendem cefaleia, tontura,
nistagmo (movimentos oculares anormais), midríase, tremores,
rigidez muscular, convulsões e coma.
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM
Os profissionais de enfermagem, podem atuar:

Na PREVENÇÃO – orientando as
famílias, ministrando palestras, Diretamente no TRATAMENTO
promovendo programas das intoxicações através da
falando a respeito dos riscos à assistência de enfermagem,
saúde quando há exposição visando preservar a vida do
aos agentes intoxicantes e do individuo e minimizar os danos a
perigo que eles podem saúde.
provocar, levando a morte.
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM
 Realizar prevenção, especialmente para crianças e responsáveis;
 Identificar a via de administração e o veneno em questão;
 Abordar a vítima identificando-se e realizando o exame primário;
 Colocar o paciente em oxigenoterapia, com monitorização cardíaca;
 Acesso venoso periférico;
 Verificação dos SSVV;
 Observar o nível de consciência;
 Observar presença e aspecto do vômito;
 Realizar lavagem gástrica, se indicado;
 Administrar antídoto, se indicado;
 Preservar a privacidade do paciente.
“Nenhuma forma de abuso de drogas,
acidental ou intencional, pode ser
considerada apenas superficial; as drogas,
desde a aspirina, passando pelo álcool até a
heroína, podem complicar o atendimento de
emergência e causar a morte”.
REFERÊNCIAS

 ANDRADE, Aline Dias. Prevalência de internação por intoxicação exógena em hospital de alta
complexidade no município de Teófilo Otoni-MG nos anos de 2001 a 2005 e 2007. Revista Eletrônica
Multidisciplinar Pindorama do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia – IFBA, n. 02,
ano 3, jun, 2012.
 BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Guia de Vigilância em Saúde. Brasília:
Ministério da Saúde, 2014.
 CONCEIÇÃO, Vander Monteiro da; et al. Percepções culturais de acadêmicos e enfermeiros sobre a
sistematização da assistência de enfermagem cultural. Rev Enferm UFSM, v. 4, n. 2, p.378-388, abr/jun,
2014.
 DANTAS, Jacklyne Stroisner de Sousa; et al. Perfil do paciente com intoxicação exógena por
“chumbinho” na abordagem inicial em serviço de emergência. Rev. Eletr. Enf. [Internet], v. 15, n. 1,p. 54-
60, jan/mar, 2013.
 MELO, W. F.; et al. Assistência de enfermagem à vítima de intoxicação exógena. REBES, v. 5, n. 2, p. 26-
31, abr.-jun., 2015.
 POTTER, P.; et al. Fundamentos de enfermagem. 8.ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013.
 SALLUM, A. M. C.; PARANHOS, W. Y. O enfermeiro e as situações de emergência. 2. ed. São Paulo:
Atheneu, 2010.
 SMELTZER, S. C.; et al. BRUNNER & SUDDARTH – Tratado de Enfermagem médico-cirúrgica. 12.ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2015.

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