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CMCG AE2/2011 – LITERATURA 2º ANO DO ENS. MÉDIO 1ª CHAMADA 1

ALUNO N°: NOME: TURMA: ___________


Profº Jucinaldo

1ª QUESTÃO (10 escores)

ROMANTISMO (PROSA)

MÚLTIPLA ESCOLHA

ESCOLHA A ÚNICA RESPOSTA CERTA, ASSINALANDO-A COM UM “X” NOS PARÊNTESES À ESQUERDA.

Leia o texto abaixo para responder aos itens de 01 a 10.

Texto I

Capítulo IV

Era uma dessas noites de Petrópolis, envoltas de nevoeiro e cerração. Caminhávamos mais pelo tato que pela
vista, dificilmente distinguiríamos os objetos a uma pequena distância; e muitas vezes, quando meu guia se
apressava, o seu vulto perdia-se nas trevas. Em alguns minutos chegamos em face de um pequeno edifício construído
a alguns passos do alinhamento, e cujas janelas estavam esclarecidas por uma luz interior.
- É ali.
- Obrigado.
O criado voltou, e eu fiquei junto dessa casa sem saber o que ia fazer.
A ideia de que estava perto dela, que via a luz que esclarecia, que tocava a relva que ela pisara, fazia-me feliz.
- é coisa singular, minha prima! O amor que é insaciável e exigente, e não se satisfaz com tudo que uma
mulher pode dar, que deseja o impossível, ás vezes contenta-se com o simples gozo d’alma, com uma dessas
emoções delicadas, com um desses nadas, dos quais o coração faz um mundo novo e desconhecido. Não pense,
porém, que eu fui à Petrópolis só para contemplar com enlevo as janelas de um chalet; não. Ao passo que sentia esse
prazer, refletia no meio de vê-la e de falar-lhe.
Mas como?...
Se soubesse todos os expedientes, cada qual mais extravagante, que inventou a minha imaginação! Se
tivesse a elaboração tenaz a que se entregava o meu espírito para descobrir um meio de dizer-lhe que eu estava ali e
a esperava!
Por fim achei um; se não era o melhor, era o mais pronto. Desde que chegara tinha ouvido um prelúdio de
piano, mas tão débeis que pareciam antes tirados por uma mão distraída que roçava o teclado do que por uma pessoa
que tocasse.
Isto me fez lembrar que ao meu amor se prendia a recordação de uma bela música de Verdi; e foi quanto
bastou. Cantei, minha prima, ou antes assassinei aquela linda romanza; os que me ouvissem, tomar-me-iam por
algum furioso; mas ela me compreenderia.
E de fato, quando acabei de estropiar esse trecho magnífico da harmonia e sentimento, o piano que havia
emudecido soltou um trilho brilhante e sonoro, que acordou os ecos adormecidos no silêncio da noite.
Depois daquela cascata de sons majestosos, que se precipitavam em ondas de harmonia, do seio daquele
turbilhão de notas que se cruzavam, deslizou plangente, suave e melancólica uma voz que sentia e palpitava,
exprimindo todo o amor que respira a melodia sublime de Verdi.
Era ela que cantava!
Oh! Não posso pintar-lhe, minha prima, a expressão profundamente triste, a angústia de que ela repassou
aquela frase de despedida: - Non ti scordar di me. Addio!...
Partia-me a alma.
Apenas acabou de cantar, vi desenhar-se uma sombra em uma das janelas; saltei a grade do jardim; mas as
venezianas descidas não me permitiram ver o que se passava na sala. Sentei-me sobre uma pedra e esperei. Não se
ria, D...; estava resolvido a passar ali a noite ao relento, olhando para aquela casa, e alimentando a esperança de que
ela viria ao menos com uma palavra compensar meu sacrifício. Não me enganei. Havia meia hora que a luz da sala
tinha desaparecido e que toda a casa parecia dormir, quando abriu-se uma das portas do jardim e eu vi ou antes
pressenti a sua sombra na sala. (...)
(Fragmento do romance Cinco minutos, de José de Alencar.)

01. Segundo o estudioso franco-germânico Wolfgang Kayser, o foco narrativo é uma espécie de máscara utilizada pela
imaginação para livremente criar um universo paralelo ao universo físico. Nesse trecho, essa máscara criativa
situa-se no (na)
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( A ) perspectiva emocional do criado ou guia que conduz o fio da narrativa ao suspense, dinamizando os
acontecimentos.
( B ) viajante misterioso que devaneia pela noite e confidencia suas peripécias amorosas, sendo ele o senhor
da narração.
( C ) escritor, o senhor da criação, que transfere suas emoções ao personagem atuante na ficção, seu alter-
ego.
( D ) na aceitação do interlocutor identificado apenas com a letra D, acerca da verossimilhança da narrativa.
( E ) viajante misterioso que conta a sua história por meio de outro personagem, seu alter-ego, observando e
julgando as ações daquele.

02. Todo o evento desse capítulo está permeado de imaginação, suspense e expectativas de um narrador tenso e, ao
mesmo tempo, instigado pelo mistério feminino. Quanto ao tempo dos acontecimentos é CORRETO dizer que

( A ) o tempo do episódio é predominantemente psicológico; isso indica que só há progressão no âmbito da


imaginação no personagem.
( B ) todo o evento contado principia ao anoitecer e acaba no amanhecer, quando o personagem ainda
esperava pela dama, sentado numa pedra.
( C ) o tempo cronológico é bem marcado: tem início no entoar da melodia de Verdi, pelo personagem; e seu
término, coincide com o término da execução da música ao piano pela dama.
( D ) as marcas de tempo cronológico são imprecisas, mas existem e coincidem com as ações do narrador em
sua tentativa de encontrar dama misteriosa, cantando e avançando pelo jardim.
( E ) a imprecisão do espaço, “uma dessas noites” coincidem com a indefinição do tempo dos acontecimentos:
o narrador de nada tem certeza; tudo resume-se à sua imaginação e expectativas românticas.

03. O liberalismo burguês é marcante na formação cultural do indivíduo do século XIX. No texto, isso fica mais
evidente no (na)

( A ) sentimento de posse egoística em relação ao bem amado: sem constrangimento, o narrador segue a
mulher, invade sua liberdade e sua propriedade.
( B ) confidência amorosa feita para sua prima, sem constrangimentos, além da acessibilidade a árias de
música clássica e concertos de piano.
( C ) despertar no cidadão comum a capacidade de sonhar com os ideais de felicidade. Por isso, detém o
narrador plena e franca liberdade de buscar sua felicidade.
( D ) ociosidade e falta de compromisso que ele tem com a moral e os bons costumes, principalmente com o
pudor feminino.
( E ) valorização do livre arbítrio, entre amar ou não amar; ter família ou viver solteiro, viajar ou não, viver ou
morrer, tanto faz; o amor não é exigente como o egocentrismo.

04. Da moça não conhecemos nada ou quase nada. Mas do narrador já temos condições de dizer algo sobre seu
perfil.Este personagem se nos revela alguém que

( A ) cultiva uma solidão voluntária, que o faz sofrer e ao mesmo tempo o agrada. Já sabe ele que alguém o
ama e pede-lhe para não esquecê-la.
( B ) chama a atenção para seu eu, como um aventureiro do amor: aquele que se atira de corpo e alma ao
abismo de um amor então impossível.
( C ) expande seu sentimento de culpa, vive plenamente a sua autoflagelação, autossacrifício para causar a
impressão de amante martirizado.
( D ) se alimenta de fortes emoções e acredita que tudo deriva do sentimento. O amor é responsável pela
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queda do homem, ante o Cristianismo e por lançá-lo às chamas do pecado.
( E ) fora do seu juízo de moralidade e ética, perverte a pureza feminina, constrange a liberdade da mulher em
nome de uma livre expressão dos sentimentos.

05. A importância da música no colóquio amoroso é a de

( A ) realçar o elevado nível cultural do narrador burguês, protótipo de homem diferenciado no campo das artes
e do amor.
( B ) implantar o ambiente melancólico que rodeia o encontro entre os amantes, como verdadeira súplica ao
Criador, pela eternidade.
( C ) reconectar os amantes, posto que eles já haviam combinado esse código de interação amorosa,
anteriormente, para driblar as convenções sociais.
( D ) resgatar os sentimentos mais profundos do indivíduo, buscando as tristezas perenes de sua existência,
que nem mesmo o amor é capaz de curar.
( E ) estabelecer certa empatia ou comunicação sentimental e psíquica entre os amantes, segundo a cultura
romântica das almas irmãs ou gêmeas.

06. No texto, a frase em italiano “Non ti scordar di me”, insere-se no diálogo romântico dos amantes como

(A) índice de estado emocional melancólico - diante do drama em que se encontra a amante no presente, em
relação a pouca expectativa por felicidade futura.
(B) o enunciador de um mundo de possibilidades amorosas que abrir-se-á ao sujeito lírico, como promessa de
amor eterno e inesquecível.
(C) uma condição que deveriam ser cumpridas pelo personagem lírico para ser aceito como par amoroso
daquela mulher misteriosa.
(D) a dura impossibilidade de superar o tempo e modificar seu destino, já pronto e acabado. Dalí por diante,
ela e o amante não mais poderiam se encontrar.
(E) uma provocação ou um ato de sedução feminina para ‘pescar’ um bom partido na sociedade carioca
luxuriosa do século XIX.

07. Sensações do texto como a escuridão, a solidão e o silêncio da noite de Petrópolis contribuem para

( A ) dar a sugestão de que o narrador é um “judeu errante”.


( B ) preparar a sensação de prazer dos amantes aos abraçarem-se no reencontro.
( C ) que o leitor visualize a condição de ruína interior do narrador, tido como um furioso.
( D ) tornar a aparição da mulher em algo enigmático e sobrenatural.
( E ) valorizar a atmosfera de mistério e de suspense que vai marcar o encontro dos amantes.

08. No texto, “A ideia de que estava perto dela, que via a luz que a esclarecia, que tocava a relva que ela pisara, fazia-
me feliz.” Essa declaração do narrador, segundo o Idealismo Romântico, indica um “Eu” que

( A ) perdeu seu sentido de indivíduo e agora só se reencontra no ser amado.é o amor enquanto unidade de ser
e sentir.
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( B ) projeta-se na realização amorosa restrita ao campo da ideia de amar. Ali se realiza plenamente.
( C ) idealiza um ser amado totalmente dependente dos seus desejos e inspirações, reproduzindo-se nas
emoções daquele.
( D ) vive, intensamente, um encontro sagrado entre o seu ser e o bem amado, na condição de vassalagem e
plena submissão altruísta.
( E ) compraz-se em viver o absoluto de um segundo na imagem da mulher amada, já que consegue formar
junto dela a ideia de posse anímica e de conjunção corpórea.

09. Na demonstração de o maior amante do mundo, em Don Juan, Lord Byron usufruiu da figura de um interlocutor
como esse: a prima.

Tal recurso tinha como fundamento romântico-burguês promover, junto aos leitores de folhetins, a

( A ) formação de um juízo de tolerância e aceitação às ações desencontradas do narrador, uma vez que se
tratava de um sentimento nobre.
( B ) o sentimento de confiabilidade da burguesia que buscava se afirmar, como símbolo de perfeição social,
moral e emocional.
( C ) ampliação da autopropaganda burguesa e narcísica, já que tal prima representa todas as leitoras que
almejariam viver intensamente um amor.
( D ) pratica do altruísmo e das ações humanitárias, posto que o narrador se qualifica e se sacrifica como um
ser escolhido para sentir a dor de sua amada.
( E ) confidencialidade de informações de foro íntimo e a valorização da opinião do público leitor amadurecido
no gênero romance.

10. Segundo o texto, em sua ideia-síntese, o grande amor

( A ) encontra-se na beleza do grotesco.


( B ) mora nos olhos e passeia na alma.
( C ) não exige, não ensoberbece, não é interesseiro.
( D ) vive do desconhecido de todos os dias.
( E ) costuma alçar seu voo na eternidade de uma noite.

2ª QUESTÃO (06 escores)

CORRESPONDÊNCIA

EXISTEM A SEGUIR VÁRIOS CONCEITOS EM COLUNAS. COLOQUE NOS PARÊNTESES DA COLUNA DA DIREITA
O NÚMERO QUE JULGAR CORRESPONDER AO CONCEITO DA COLUNA DA ESQUERDA. CASO NÃO HAJA
CORRESPONDÊNCIA, DÊ UM TRAÇO. LEVE EM CONTA QUE PODERÁ HAVER REPETIÇÃO DE NÚMEROS.

11. As personagens femininas dos folhetins românticos não são somente aquelas mocinhas frágeis, pálidas,
dependentes e sem iniciativa. Muitas delas são resistentes e lutam pelo sentimento. Por isso é que são chamadas
de heroínas. Faça a relação a seguir, levando em conta o obstáculo ou a missão de cada uma delas, dentro do
Romantismo brasileiro com seus respectivos poderes românticos especiais.

Obstáculos a serem superados Poderes Românticos Especiais


1. Partirá para o desconhecido em busca do ( ) “Detinha em si ao mesmo tempo a força e a aflição
homem do camafeu, que detém a joia de sua de seu povo. Era diferente deles em pele, mas
felicidade. irmã em alma: era um anjo surgindo entre as
brumas vaporosas, ante o qual ninguém diria que
corre-lhe nas veias sangue africano.”
2. Combater o Dr. Cifrão, responsável por espalhar ( ) “Tem o poder de revelar beleza e sedução no
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uma toxina materialista que destrói o amor e a tempo certo. A extrema vivacidade de seus
fidelidade românticos. movimentos a destaca. É brejeira, inconstante e
insensível ao assédio amoroso; na intimidade é
contida e fiel à sua verdade íntima.”
3. Enfrentar a frieza e a violência do olhar ( ) “Detinha em si o poder de vida e de morte sobre o
paralisante do sanguinário Manecão, que no amado; tão boa, tão carinhosa e tão feiticeira...
sertão faz sua própria lei. podia pôr também a honra da casa do pai nos pés,
num soltar de cabelos.”
4. Por muito tempo lhe impuseram a imagem da ( ) “Detinha o poder e brilho de uma estrela, desde o
perdida Noiva de Satã, que tentará impedir, por momento de sua ascensão ninguém lhe disputou o
via da sedução, a ordenação do filho de Deus. cetro; foi proclamada a rainha dos salões; tornou-
Ela precisa se livrar dessa pecha. se a deusa dos bailes; a musa dos poetas e o ídolo
dos noivos em disponibilidade.”
5. Precisa salvar-se da sanha virulenta e ( ) “Usa do dever de imolar-se pelo amor e, pela sua
interesseira do Homem do sangue azul, que a imagem de amante fiel, cristã, encaminha
tem como assombrada por um diabólico amor, esperanças para que amantes desgraçados por
que acordou seu coração inocente. interesses de família possam viver seus amores de
forma sadia e livre no paraíso.”
6. Combater o Senhor das Sombras, que hipnotiza ( ) “-Louco, que pretendes esquecer-me e pedes ao
uma família inteira para usurpar-lhes a herança, céu força para se perjuro e desapiedado!Lutas em
lançando herdeiros nos conventos e mosteiros. vão; eu sou o anjo que leva ao céu teus
pensamentos e tuas orações, e jamais consentirei
que cheguem ao trono de Deus tuas mentirosas
preces.”
7. Precisa livrar-se da sanha implacável o
Abominável Leôncio, seu senhor, desalmado e
perseguidor de escravos que a quer como
amante.

3ª QUESTÃO (41 escores)

PERGUNTAS SIMPLES

(04 escores)
RESPONDA ÀS PERGUNTAS ABAIXO

12. Osvandro Marcos, que é um simples e honesto vaqueiro, é despertado em seu amor por Hermengarda, que é
assediada por Crisóstomo dos Cristais Abundantes – um próspero negociante de pedras preciosas, o qual oferece
grande soma em dinheiro para desposar a donzela. Está estabelecido o conflito maniqueísta. No Romantismo,
como se constrói um enredo maniqueísta? (02 escores)

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Observe a figura a seguir e responda ao item 13.


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13. O que tem a ver a imagem acima com o sistema de referências românticas acerca do casamento?
(02 escores)
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DÊ O QUE SE PEDE

(37 escores)

Observe atentamente a figura abaixo e leia o roteiro do filme Avatar para responder ao item 14.

Avatar surpreende pela tecnologia, mas não pelo roteiro

Texto II
Vale a pena assistir ao novo filme de James Cameron nas salas com projeção em 3D, para ver os detalhes e o
realismo dos efeitos especiais.
A história se passa em Pandora, um planeta distante da Terra que vira alvo dos humanos por ser rico em um
mineral supervalioso e que pode revolucionar a produção de energia. O país possui uma natureza exuberante e é
habitado por uma espécie humanoide denominada Na'vi. Como o ar é venenoso para os humanos, cientistas
desenvolvem um "Avatar" que combina o DNA dos Na'vi com o das pessoas envolvidas nesta operação. Dessa
maneira, os missionários podem entrar em Pandora com corpos artificiais, sem sair dos laboratórios.
Um desses "Avatar" é controlado por Jake Sully, um ex-fuzileiro naval que entra nesta missão para conseguir
dinheiro e pagar um tratamento para recuperar o movimento das pernas. Apesar de não ter experiência, Jake vai
morar numa aldeia Na'vi localizada exatamente na área onde há abundância do mineral buscado pelos humanos.
Mas o que parecia a estratégia perfeita, acaba-se tomando um novo rumo. Jake se apaixona por uma Na'vi ao
mesmo tempo em que vê eclodir uma guerra, na qual precisa decidir de que lado irá lutar.
Mudam-se o tempo, os interesses, os motivos, a roupagem, os efeitos de imagem e movimentos, mas no
essencial, as tramas ‘modernas’ estão sempre imitando o que a literatura já fez.
14. Analise atentamente o roteiro do filme AVATAR e diga por que seu roteirista deveria pagar direitos autorais ao
escritor cearense do Romantismo brasileiro José de Alencar, por ter usurpado a história de uma certa “Na’vi”
brasileira. (04 escores)
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Observe atentamente a imagem a seguir para responder ao item 15.

15. A imagem acima ilustra um possível vir-a-ser da personagem Iracema e seu filho. No plano da prosa romântica
indianista, José de Alencar, adotou a “ideologia de recepção”, no que tange à colonização. O povo nativo sofreria o
impacto da “ação civilizatória”? Segundo essa ideologia, como seria o brasileiro formado a partir da personagem
Moacyr?
Comente essa acepção. (04 escores)
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Leia a síntese do romance Inocência, de V. de Taunay e responda ao item 16.

Texto III

Sertão de Santana do Paranaíba, 1860. Pereira ( Martinho dos Santos Pereira ) vive na fazenda com Inocência, sua
filha de 18 anos. Seu pai exige-lhe obediência total, num regime antigo, e educada longe do mundo. Escolhe para ela
o noivo, Manecão, um homem criado no sertão, bruto, de índole violenta. Maria Conga é uma preta, escrava de
Pereira. Tico é o guarda da moça Inocência, bastante fiel, apesar de ser mudo. Um dia, Pereira encontrou-se com um
rapaz que percorria os caminhos do sertão a medicar. Havia feitos estudos no colégio do Caraça e iniciado Farmácia
em Ouro Preto. Chamavam-no de "doutor", título que não menosprezava. Seu nome era Cirino Ferreira dos Santos
( Dr. Cirino ).

Inocência estava doente de "uma febre braba" e o "doutor" curou-a . Os dois apaixonaram-se mais tarde: eram
demasiados os cuidados que o "doutor" tinha para com ela. Amavam-se às escondidas e o laranjal era local de
encontros proibidos. Pensavam que ninguém poderia desconfiar... mas Tico, o anãozinho mudo, e deformado, estava
atento... Nesse ínterim, Pereira andava é desconfiado do Dr. Meyer, um caçador de borboletas, que por lá aparecera!

16. Na prosa romântica, os coadjuvantes são aqueles personagens que criam situações novas na trama e dão impulso
a ela. Identifique-os no enredo acima, explicando sua essencialidade e a sua funcionalidade.
(04 escores)

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17. “Nada de lamúrias, meu tio! – dizia Baltazar. – Desgraçada seria vê-la casada! Eu vos prometo ante de um ano
restituir-lha curada. Um ano de convento é um ótimo vomitório para o coração.”

Na novela passional ultrarromântica, como é visto o amor pelos seus adversários? Por que ele causa tanta
desgraça familiar? (03 escores)

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18. A novela de Camilo Castelo Branco – Amor de perdição - é enigmática num sentido: o amor que une os
protagonistas não é o mesmo amor que compõe o título da obra. Explique essa observação.
(02 escores)

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Leia o relato a seguir, retirado de um BLOG de Thomas Trimmel, no qual uma jovem confidencia sua
experiência juvenil com o advento do amor, para responder aos itens 19 e 20.

Texto IV

Meu amor da infância...

Eu era louca por um guri da minha sala, eu na 2ª série e ele na 4ª, eu fazia de tudo para mim ficar perto dele, pois
necessitava dele perto de mim...mas eu era muito nova, tinha apenas 8 anos, e não conhecia nada da vida...
O tempo passou, eu me mudei do lugar de onde eu morava, mas ele permaneceu ali...de tanto eu pensar nele, aos
poucos ele foi sumindo da minha mente, ou seja, acabei esquecendo dele.
O tempo passou, eu cresci, estava no 2ºcolegial, um dia na escola onde eu estudo, estava eu no corredor, quando eu
vi aquele menino que não me parecia estranho. Então, resolvi perguntar seu nome, e ele me respondeu, minha
impressão que ele também já me conhecia, não havia dúvidas, era aquele menino que anos atrás eu amei...
Resolvi então investigar sobre ele... Soube que estava no 3º colegial, e que morava no mesmo lugar. Parece que
naquele momento o amor havia voltado, então resolvi conversar com ele e, na naquele exato momento, meu sonho de
beijar a sua boca se realizou...
Fiquei com ele 1 mês, e hoje mais uma vez, não tenho notícias dele...esse 1 mês que passei ao lado dele, vai ser
inesquecível!!!

Escrito por: Giselly

19. Relacione a história da Giselly acima com a história das personagens Carolina e Augusto na obra máxima de
Macedo, A Moreninha. (03 escores)

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20. Do contexto do século XIX de A moreninha para o contexto moderno, o que ainda resta da postura e atitudes do
personagem Augusto, presente nos jovens atuais? (02 escores)

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Leia o texto a seguir para responder aos itens 21 e 22.

Texto V

Celibato
A graça de ser só.

Ando pensando no valor de ser só. Talvez seja por causa da grande polêmica que envolve a vida celibatária.
Interessante como as pessoas ficam querendo arrumar esposas para os padres. Lutam, mesmo que não as
tenhamos convocado para tal, para que recebamos o direito de nos casar e constituir família.
Já presenciei discursos inflamados de pessoas que acham um absurdo o fato de padre não poder casar.
Eu também fico indignado, mas de outro modo. Fico indignado quando a sociedade interpreta a vida celibatária
como mera restrição da vida sexual. Fico indignado quando vejo as pessoas se perderem em argumentos rasos,
limitando uma questão tão complexa ao contexto do “pode ou não pode”.
A sexualidade é apenas um detalhe da questão.
Castidade é muito mais.
Castidade é um elemento que favorece a solidão frutuosa, pois nos coloca diante da possibilidade de fazer da
vida uma experiência de doação plena. Digo por mim.
Eu não poderia ser um homem casado e levar a vida que levo. Não poderia privar os meus filhos de minha
presença para fazer as escolhas que faço.
O fato de não me casar não me priva do amor. Eu o descubro de outros modos.

(trecho de artigo feito pelo Padre Fábio de Melo em seu Blog)

21. Parece-nos que no livro O Seminarista, de Bernardo de Guimarães, o tema da vida celibatária envolve, também,
outras questões mais complexas. Identifique 03 (três) dessas questões
(03 escores)

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22. A que tipo de amor o Pe. Fábio de Melo faz referência no seu texto? Contraponha ao amor vivido pelas
personagens Margarida e Eugênio, no livro de Bernardo de Guimarães. (03 escores)

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Leia o texto a seguir e responda aos itens 23 e 24.

Texto VI

Golpe do baú – quando a vida real vira trama de novela

DOUTRINA, FAMÍLIA | 16 jun 2010 - www.parasaberdireito.com.br

Trama de novela que se preze sempre tem alguma história de golpe do baú. Na vida real também. Exemplo disso
é a história que me foi contada por um de meus clientes aos quais forneço orientações para resolver dúvidas jurídicas
na área do Direito de Família e Sucessão. Uma moça casou-se com um homem que alegava ser o herdeiro de um rico
usineiro nordestino. Detalhes não faltaram para reforçar a história dele: jantares em restaurantes de luxo, presentes
caros, roupas de grife, carro importado e por aí afora. Cada dúvida da moça era prontamente rebatida por uma
convincente desculpa. E foi assim que os dois se casaram e… não viveram felizes para sempre. Na verdade, não
viveram felizes nem por alguns meses. Pouco depois do casamento, o conto de fadas desmoronou. Não havia herança
nem usineiro nordestino. Tudo não passava de uma farsa montada às custas de cheques sem fundo e cartões de
crédito estourados. E a lua-de-mel acabou com dívidas e credores batendo à porta. A moça concluiu sua história
perguntando: o que fazer para sair dessa fria? O casamento poderia ser anulado?

23. No enredo de Senhora, de José de Alencar, explique de que forma a personagem Aurélia previne-se contra um
golpe do baú, sendo por isso mais atenta do que a moça descrita acima. (03 escores)

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24. O preço, a quitação, a posse, o resgate – Alencar – num surto de realidade - transformou a obra máxima de sua
bibliografia na imagem de um contrato de compra e venda. Tal era o seu desdouro ante a instituição casamento,
na segunda metade do século XIX. Contudo, manteve-se romântico. Diante disso, de que forma procurou resgatar
a essência do casamento romântico? (03 escores)

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Leia o trecho de um artigo do Jornal do Brasil sobre Política, de 10/06 /2011, para responder ao item 25.

Texto VII

“Quem tem mais de 30 anos de idade provavelmente se lembra de um comercial de cigarro protagonizado pelo
ex-jogador Gérson, autor do bordão: “Faça como eu. Leve vantagem em tudo! Fume tal cigarro...”. Por causa da frase,
o craque ficou injustamente estigmatizado, mas a cultura da esperteza só fez crescer e se consolidar nas décadas
seguintes. E neste início de século parece mais enraizada do que nunca.

De fato, a sociedade brasileira parece irremediavelmente dividida em duas categorias: os espertalhões e os


otários. Os espertalhões são os que só fazem tirar vantagem em tudo e estão pouco se lixando para o restante da
sociedade. Sob a sua ótica, o outro só existe para ser devidamente explorado, humilhado, desprezado. Os otários
somos todos que de uma forma espontânea ou compulsória, consciente ou inconsciente servimos aos espertos.
Graças a nós, eles conseguem acumular fama, dinheiro ou poder. Ou as três coisas juntas.”

(Blogdofasoares.blogspot.com)

25. Já na primeira metade do século XIX, Martins Pena denunciava esse desvio de caráter do brasileiro –
principalmente – daqueles envolvidos com o poder. Em menor escala, no âmbito familiar, o que esse texto tem a
ver com a peça O noviço, comédia de costumes em três atos, publicada em 1845?

( 3 escores)

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4ª QUESTÃO (06 escores)

DISCURSIVA
Visto:
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ALUNO N°: NOME: TURMA: ___________


Profº Jucinaldo
LEIA ATENTAMENTE O TEMA A SEGUIR E REDIJA O TEXTO NA CAIXA DE RASCUNHO COM UM MÍNIMO DE 5
(CINCO) E UM MÁXIMO DE 15 (QUINZE) LINHAS, APÓS REDIGI-LO TRANSCREVA-O PARA A CAIXA DO TEXTO
DEFINITIVO.
TEMA: A relação homem natureza e o Romantismo.

Texto VIII

Ibama multa acusada de caçar onças no Pantanal em R$ 105 mil

Globo Rural, em 13 de maio de 2011

O escritório regional do Ibama em Corumbá (MS) multou a proprietária da fazenda Santa Sofia em R$ 105 mil
por caça ilegal de onça e outros animais silvestres no Pantanal. Os dois crânios de onça apreendidos na fazenda
continham resíduos de musculatura, indicando abate recente, conforme laudo pericial da Embrapa Pantanal. Também
foram encontradas 16 galhadas de cervos do pantanal, uma pele de sucuri e nove armas durante a operação Jaguar II.
A operação Jaguar II foi deflagrada após investigações conjuntas do Ibama e da Polícia Federal, a qual recebeu de um
norte-americano um vídeo feito durante uma das caçadas.

Nesse vídeo, narrado em inglês, um grupo de estrangeiros acompanhado pelo caçador de onças Antônio
Teodoro de Melo Neto e pela proprietária da Fazenda Santa Sofia, Beatriz Rondon, acuam uma onça-parda no topo de
uma árvore e atiram. O animal cai morto e é ladeado pelos cães. Na sequência, eles acuam uma onça-pintada,
considerada o troféu mais valioso, de acordo com a narrativa. Ouve-se um disparo e a onça-pintada é atingida; cai e
agoniza. Um dos caçadores do grupo dá mais um tiro à queima-roupa na cabeça da onça. “É uma fêmea muito linda,
mas estava matando o meu gado”, diz a fazendeira no vídeo. O grupo comemora o final da caçada. As imagens
impressionam. Ao longo do safári, o grupo atira também em várias capivaras.

Beatriz Rondon foi presidente da Sociedade para a Defesa do Pantanal (Sodepan), uma organização não
governamental com atuação reconhecida em Mato Grosso do Sul. A fazenda Santa Sofia é uma Reserva Particular do
Patrimônio Natural (RPPN) e fica no Pantanal do Rio Negro, considerada uma das regiões mais preservadas e belas da
planície pantaneira. Para definir o valor da multa, o Ibama considerou como agravante o fato de a fazenda Santa Sofia
ser uma RPPN e a caça ter fins turísticos.

26. Discorra acerca dos valores e ideais de um Romantismo primitivo e suas projeções para o homem moderno,
seguindo os seguintes tópicos:

1. relacionar a foto com a formação do vilão e do herói dos romances regionalistas;


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Profº Jucinaldo

2. ressaltar a importância dos fundamentos românticos inspirados em J.J. Rousseau acerca da ideologia campo x
cidade e do bom selvagem, para conformação do herói primitivo ou selvagem;

3. identificar valores do Romantismo panteísta, Deus está na natureza. De que forma a ação do invasor anula a
presença de Deus?

4. valores caros ao ideário burguês como civilização versus selvageria; preservação versus destruição,
egocentrismo versus humanidade;

5. reflexão final. (6 escores)

RASCUNHO:
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5 ________________________________________________________________________________
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TEXTO DEFINITIVO:
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Correção gramatical e/ou apresentação da prova: 0,2 ponto.

BOA PROVA

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