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Saúde mental na adolescência e universidades

Recentemente, um importante tema vem ganhando atenção em meio à população


mundial: a depressão em meio a adolescente. Visando uma maior explicação de como o
meio social familiar pode se relacionar a essa condição, o texto “Estrutura e suporte
familiar como fatores de risco na depressão de adolescentes”, de Baptista, M. e
colaboradores, acentua relevantes pontos a serem considerados. [12]
Segundo o texto, a adolescência é uma fase de alto peso emocional, em que diversos
aspectos da vida do indivíduo começam a mudar. Nela, o adolescente passa a ter uma
independência da família, desenvolvendo uma identidade própria, inicia a se preparar para
uma carreira profissional, passando por um período de grande aprendizagem de normas,
conceitos sociais e morais, ademais das mudanças biológicas e hormonais.
Durante este processo de diversas mudanças, a família se apresenta como um importante
fator para o bem estar mental do adolescente. Pode-se notar no texto, por exemplo, uma
clara relação quanto a integridade e funcionalidade familiar e a autoestima, sentimento de
segurança e estabilidade de adolescentes, que, quando diante da falta desta, tendem a
citar características como desorganização, desatenção, descontrole e distração,
apresentando menor auto-estima
Assim, desordens psicológicas e sintomas depressivos estão estritamente ligados ao
suporte familiar oferecido. Apesar deste não ser o único fator responsável pela prevalência
de depressão na população adolescente, o texto compara a família a um “colchão
amortecedor” para os eventos estressores, pelos quais o adolescente enfrenta no seu
cotidiano.
Neste contexto, pode-se ressaltar a importância de uma boa saúde mental e apoio familiar
ao adolescente quando este entra na universidade. Nos últimos anos, diversos casos de
suicídio dentro da universidade vem sendo relatados, [13] sendo a depressão e ansiedade
um problema em ascensão entre a população universitária. Em um questionário realizado
pelo site Catraca Livre,[14] 73,5% dos participantes relataram que foram diagnosticados com
depressão durante o vestibular e nos últimos semestres do curso; demonstrando como a
vida pré-universitária está altamente relacionada com a saúde mental do universitário em
si.  
Frente a desafios como vida acadêmica e até a distância da família, é importante que o
universitário possua um ponto de apoio familiar para recorrer quando necessário, trazendo
esse background familiar desde sua infância e adolescência.
Estudos demonstram que a prevalência média da depressão em meio a essa população é
de aproximadamente 30%, frente a 9% da população em geral. [15]  Diversas universidades
vêm desenvolvendo estratégias importantes de auxílio a saúde mental dos universitários, a
UFRGS, por exemplo, criou o “Pega Leve” ,[16] projeto que através de palestras baseadas
em psicoeducação visa estimular o empoderamento e autonomia do estudante.
Entretanto, de forma a não apenas se contar com medidas de remediação, como as das
universidades, o auxílio familiar se apresenta como um aliado e medida preventiva. É
importante que familiares compreendam sua importância quanto a construção da saúde
mental do adolescente, além de estar atentos a características como desinteresse em
atividades, sentimento de inutilidade e culpa, pensamento de morte e suicídio, entre
diversos outros. Deste modo, problemas como depressão e ansiedade entre universitários
podem ser prevenidos antes mesmo destes iniciarem a se preocupar quanto ao vestibular
e universidade.

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