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Conceito saúde e doença

Conceituar saúde é algo bem complexo. Por algum tempo ela foi considerada uma espécie de silêncio orgânico.

Outra maneira de conceituar saúde foi apresentada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 1948: “Saúde é um
completo estado de bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência de doenças” (SEGRE; FERRAZ, 1997,
p. 539). Esse conceito tem o mérito de incluir as dimensões mental e social, mas do ponto de vista prático é pouco
operacional.

O que é um completo estado de bem-estar? Como avaliar esse estado?

É muito difícil definir o que é saúde e estabelecer os limites, definindo onde começa a enfermidade. Saúde e
enfermidade são dois estados entre os quais o indivíduo flutua por toda a sua vida, são duas condições estreitamente
ligadas por conexões recíprocas.

Processo saúde/doença

As teorias que interpretam o processo saúde-doença são meramente diferentes formas de pensar do ser humano em
relação aos fatos sociais, sejam eles determinados pelo desenvolvimento das forças produtivas, das relações de
produção, poder, ou seja, tudo que é relacionado a sociedade e trabalho.

Período pré patogênico

Ao estudar a HND de uma doença, a primeira tarefa é buscar identificar os vários aspectos que podem estar
relacionados à sua ocorrência, isto é, à sua determinação – agente(s) etiológico(s), condições predisponentes,
facilitadoras, protetoras etc.

Esse componente do modelo se refere ao período em que a doença ainda não está instalada, mas há condições para
que ela possa ocorrer.

Os vários aspectos causalmente relacionados à doença no modelo de HND estão organizados para fins propedêuticos
em 3 grupos.

 Agente
 Hospedeiro
 Meio

Agente

Refere-se aos elementos externos ao organismo que ao interagirem com ele podem provocar alteração ou dano.
Substâncias químicas, toxinas, temperaturas extremas, qualidade do ar, violência, etc.

Hospedeiro

Refere-se a aspectos relacionados a suscetibilidade dos indivíduos aos agentes agressores. Como herança genética,
traços congênitos, sexo, idade, estado nutricional, condicionamento físico, trabalho, lazer, vida sexual, padrão
alimentar, álcool, tabaco, etc.

Meio

Diz respeito ao ambiente que põe em contato agentes e potenciais hospedeiros. Desenvolvimento econômico, padrões
culturais, modo de vida rural ou urbano, condições de trabalho e alimentação, condições climáticas, topográficas e
socioestruturais, condições médico-sanitárias, entre outros.

Conhecimentos relativos ao agente, hospedeiro e meio permitem a maior chance de uma intervenção positiva, evitando
agravos e favorecendo modos de vida mais saudáveis.

Mesmo nas populações e indivíduos já afetados por algum dano ou alteração à saúde, um conhecimento acurado
sobre os processos patológicos e suas possibilidades de evolução e desfecho podem favorecer uma intervenção que
restabeleça da melhor forma possível a saúde ou reduza seus danos individuais e coletivos
Período patogênico (P.P)

Componente relacionado a conhecimentos sobre um processo patogênico em toda sua extensão e dimensões, desde
as alterações funcionais e morfológicas até seus possíveis desfechos. Nessa perspectiva o modelo de HDN distingue
dois subcomponentes.

1) Já existe algum tipo de alteração patológica em curso, mas ainda sem expressão clínica. (Período
patogênico precoce)
2) Aqui a doença já é perceptível pelo indivíduo afetado, com sinais e sintomas que caracterizam um quadro
clínico. (Patologia precoce).

P.P. pré-clínico

Relaciona-se as alterações celulares, teciduais e funcionais que ocorrem nos indivíduos afetados por uma doença
antes de se produzirem sinais ou sintomas observáveis. Do ponto de vista da evolução clínica do caso individual, ele é
de suma importância, pois os eventos ocorridos nesse momento podem determinar diferentes condições de reação,
reversão, adaptação e recuperação no processo de adoecimento, com repercussões sobre o grau de
comprometimento morfofuncional do organismo, sobre o sofrimento físico e mental do doente e seus circundantes,
sobre custos de diferentes ordens com o tratamento e/ou reabilitação, isto é, sobre o prognóstico.

Processos patogênicos precoces são períodos nos quais pode ocorrer a transmissão de agentes infecciosos sem que
se saiba, retardando a interrupção da cadeia de transmissão.

P.P. clínico

Leavell e Clark chamavam de “lesões precoces” e “doença avançada”, esse momento do esquema busca identificar a
síndrome característica de uma doença, com os sinais mais frequentes e ses possíveis desdobramentos clínicos. Aqui
os conhecimentos se unem para permitir o reconhecimento e melhor intervenção sobre a doença, suas variantes, suas
respostas ás diferentes formas de inrevenção terapêutica.

Desfecho

Todas as doenças caminham para um desfecho. Como visto ela pode evoluir ou ser controlada.

Outras possibilidades de desfecho podem ocorrer no curso de uma doença.

Evoluir para remissão, deixando sequelas; evoluir para a cronificação; nesse caso, não há remissão ou controle total
da doença, mas ela segue como uma condição disfuncional que pode exigir cuidados para o resto da vida. Por fim, há
o desfecho indesejado: o óbito. Conhecer a letalidade de uma doença, as condições de sua ocorrência e a frequência e
características de sua distribuição populacional é também tarefa de relevância prática no conhecimento da HND.

Níveis de prevenção

AS ações de prevenção segundo três fases, correspondentes a cada um dos períodos de evolução da doença
definidos no modelo de HND, conforme representado na figura a seguir. Essas três fases da prevenção – primária,
secundária e terciária – admitem ainda subdivisões, a partir das quais definem-se cinco níveis de prevenções.
Níveis de prevenção

Primária

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