Você está na página 1de 35

ANÁLISE DE RECURSOS CONTRA PROVA DISCURSIVA

Edição 2023/1

Brasília | DF | Abril de 2023

Página 1 de 35
Questão nº: 01

Item A:

Como é denominada a alteração anatômica que justifica a elevação do ponto de transição


esofagogástrica para o tórax do paciente nos casos de Doença de Refluxo Gastroesofágico?:
(valor: 2,0 pontos)

Resumo dos principais argumentos apresentados pelos participantes. (Item A)

•Hérnia diafragmática - 17,14%

•Hérnia por deslizamento - 9,05%

•Hérnia de hiato - 6,19%

•Hipotonia/incompetência/relaxamento transitório do esfíncter esofagiano inferior


(EEI) - 1,43%

•Hérnia - 0,47%

•Distúrbio motor esofágico - 0,47%

Manifestação da Banca

ACATAR o argumento apresentado por 6,19% dos participantes, pois hérnia de hiato é
sinônimo de hérnia hiatal, portanto, está em conformidade com o gabarito deste quesito.

NÃO ACATAR o argumento apresentado por 17,14% dos participantes, pois a hérnia
diafragmática é outro tipo de hérnia, podendo ser, inclusive, congênita, pelo fechamento
incompleto do diafragma, ou adquirida (traumática), portanto, não corresponde a hérnia de
hiato por deslizamento ou hérnia hiatal, conforme gabarito deste quesito.

NÃO ACATAR o argumento apresentado por 9,05% dos participantes, pois existem
outros tipos de hérnia por deslizamento, além da hiatal, como a hérnia inguinal, portanto, não
corresponde a hérnia de hiato por deslizamento ou hérnia hiatal, conforme gabarito deste
quesito.

NÃO ACATAR o argumento apresentado por 1,43% dos participantes, pois a


hipotonia/incompetência/relaxamento do esfíncter esofagiano inferior corresponde a uma
alteração na musculatura da transição do esôfago para o estômago, podendo vir a causar uma
elevação do ponto de transição esofagogástrica (hérnia hiatal), mas não significa que já ocorreu
esta elevação quando ocorre esta alteração no esfíncter, portanto, não corresponde a hérnia de
hiato por deslizamento ou hérnia hiatal, conforme gabarito deste quesito.

Página 2 de 35
NÃO ACATAR o argumento apresentado por 0,47% dos participantes, pois existem
vários tipos de hérnia, portanto, não corresponde a hérnia de hiato por deslizamento ou hérnia
hiatal, conforme gabarito deste quesito.

NÃO ACATAR o argumento apresentado por 0,47% dos participantes, pois distúrbio
motor esofágico se refere a uma alteração na motilidade do esôfago, ou seja, uma alteração
funcional do esôfago, portanto, não corresponde a hérnia de hiato por deslizamento ou hérnia
hiatal, conforme gabarito deste quesito.

Parecer Final

Recurso deferido – alteração de quesito

Mudança no Padrão de Resposta - Sim

Novo Padrão de Resposta:

a) Presença de hérnia de hiato por deslizamento ou hérnia hiatal (ou hérnia de hiato) (valor: 2,0
pontos)

Item B:

Que nome se dá à alteração do epitélio esofagiano descrita no caso? (valor: 2,0 pontos)

Resumo dos principais argumentos apresentados pelos participantes. (Item B)

•Metaplasia intestinal - 4,76%

•Metaplasia intestinal do esôfago - 13,33%

•Metaplasia epitelial do esôfago ou esôfago/epitélio colunar/metaplasia

de epitélio cilíndrico estratificado/epitélio escamocolunar - 11,42%

•Metaplasia - 1,42%

•Barret (com um “t” apenas) - 0,47%

•Metaplasia esôfago-gástrica - 0,47%

Manifestação da Banca

NÃO ACATAR o argumento apresentado por 13,33% dos participantes, pois é apenas
uma cópia da descrição anatomopatológica descrita no caso: “Biópsias são obtidas das áreas

Página 3 de 35
ectópicas da mucosa esofagiana, que revelam a presença de metaplasia intestinal no epitélio
colunar no esôfago distal, não havendo sinais de displasia ou neoplasia local.” O que se cobra
agora é o conhecimento médico no epônimo de extrema relevância e amplo conhecimento
médico (Esôfago de Barrett) com complicação de DRGE e fator de risco para câncer de esôfago.

NÃO ACATAR o argumento apresentado por 11,42% dos participantes, pois é apenas
uma cópia da descrição anatomopatológica descrita no caso: “Biópsias são obtidas das áreas
ectópicas da mucosa esofagiana, que revelam a presença de metaplasia intestinal no epitélio
colunar no esôfago distal, não havendo sinais de displasia ou neoplasia local.” O que se cobra
agora é o conhecimento médico no epônimo de extrema relevância e amplo conhecimento
médico (Esôfago de Barrett) com complicação de DRGE e fator de risco para câncer de esôfago.

ACATAR o argumento apresentado por 0,47% dos participantes, pois o erro de grafia
(uma letra “t” a menos), não invalida a correta resposta do candidato, portanto, está em
conformidade com o gabarito deste quesito.

NÃO ACATAR o argumento apresentado por 14,76% dos participantes, pois o alteração
epitelial chamada de metaplasia intestinal pode ocorrer em outros órgãos do aparelho
gastrointestinal, não apenas no esôfago, portanto, não corresponde a metaplasia de Barrett ou
esôfago de Barrett ou metaplasia intestinal do esôfago, conforme gabarito deste quesito.

NÃO ACATAR o argumento apresentado por 1,42% dos participantes, pois existem
vários tipos de metaplasia, em vários órgãos, portanto, não corresponde ao gabarito deste
quesito.

NÃO ACATAR o argumento apresentado por 0,47% dos participantes, pois metaplasia
esôfago-gástrica indica que a mesma estaria ocorrendo tanto no esôfago, como no estômago, e
no caso em questão a metaplasia ocorre apenas no esôfago, portanto, não corresponde ao
exigido no gabarito deste quesito.

Parecer Final

Recurso deferido – alteração de quesito

Mudança no Padrão de Resposta - Sim

Novo Padrão de Resposta:

b) Metaplasia de Barrett ou esôfago de Barrett (esôfago de Barret) (valor: 2,0 pontos)

Item C:

Que tipo histológico de neoplasia está associado a essa condição? (valor: 1,0 ponto)

Página 4 de 35
Resumo dos principais argumentos apresentados pelos participantes. (Item C)

• Carcinoma adenocelular ou tumor adenocarcinomatoso ou neoplasia


adenocarcinomatosa ou carcinoma glandular - 10,47%

•Neoplasia de esôfago - 1,42%

•Adenoma - 0,47%

Manifestação da Banca

ACATAR o argumento apresentado por 10,47% dos participantes, pois Carcinoma


adenocelular ou tumor adenocarcinomatoso ou neoplasia adenocarcinomatosa ou carcinoma
glandular são sinônimos de adenocarcinoma, portanto, está em conformidade com o gabarito
deste quesito.

NÃO ACATAR o argumento apresentado por 1,42% dos participantes, pois existem
vários tipos de neoplasia de esôfago, inclusive benignas, as quais não correspondem ao
adenocarcinoma, conforme exigido no gabarito deste quesito.

NÃO ACATAR o argumento apresentado por 0,47% dos participantes, pois adenoma é
um tipo de tumor benigno, podendo estar presente em vários órgãos, portanto, não
corresponde a adenocarcinoma, conforme exigido no gabarito deste quesito.

Parecer Final

Recurso deferido – alteração de quesito

Mudança no Padrão de Resposta - Sim

Novo padrão de resposta:

c) Adenocarcinoma (ou carcinoma adenocelular ou tumor adenocarcinomatoso ou neoplasia


adenocarcinomatosa ou carcinoma glandular) (valor :1,0 ponto)

Item D:

Quais são as sete medidas comportamentais (valor: 2,5) e medicamentoso (valor: 2,5) indicados
para o paciente nesse caso?

Resumo dos principais argumentos apresentados pelos participantes. (Item D)

•Não ingerir álcool/reduzir bebidas alcoólicas/cessar o etilismo - 38,09%

Página 5 de 35
•Fracionar refeições/fazer refeições menores - 34,28%

•Praticar atividade física regular - 32,85%

•Evitar alimentos apimentados/muito temperados - 30,95%

•Omeprazol, pantoprazol, esomeprazol ou lansoprazol - 30,00%

•Mastigar bem os alimentos - 24,28%

•Evitar roupas apertadas na cintura ou abdômen - 23,33%

•Comer lentamente - 22,85%

•IBP (como abreviação de Inibidor da Bomba de Prótons) - 22,85%

•Gerenciar/evitar estresse - 22,38%

•Fazer uso de técnicas de relaxamento - 21,42%

•Não deitar após as refeições - 12,38%

•Evitar o consumo de líquidos durante as refeições - 6,67%

•Evitar o uso de medicamentos anti-inflamatórios não esteroidais - 5,23%

•Consumo de alimentos ricos em fibras, frutas, legumes e verduras - 3,80%

•Não consumir alimentos/bebidas quentes - 3,33%

•Não consumir alimentos industrializados - 3,33%

•Dieta hipocalórica como sinônimo de perda de peso - 3,00%

•Comer na hora correta/não ficar por longos períodos do dia sem se alimentar - 1,90%

•Dormir para o lado esquerdo/decúbito lateral esquerdo - 1,90%

•Inclusão das seguintes opções de tratamento (tratamentos endoscópicos, ablação por


radiofrequência ou ablação, radioterapia, quimioterapia, radioterapia+quimioterapia,
Stent esofágico, controle da dor ou analgesia, sonda nasogástrica, alimentação enteral)
- 0,47%

Manifestação da Banca

ACATAR o argumento apresentado por 38,09% dos participantes, pois o consumo de


álcool/bebidas alcoólicas diminui a pressão do esfíncter esofágico inferior (EEI), sendo, desta
maneira, “refluxogênico”, portanto, é uma das medidas comportamentais indicadas para o
paciente nesse caso.

ACATAR o argumento apresentado por 30,95% dos participantes, pois os alimentos


apimentados/muito temperados diminuem a pressão do esfíncter esofágico inferior (EEI),

Página 6 de 35
sendo, desta maneira, “refluxogênicos”, portanto, é uma das medidas comportamentais
indicadas para o paciente nesse caso.

ACATAR o argumento apresentado por 12,38% dos participantes, pois evitar ingerir
alimentos antes de deitar-se atenua o refluxo e/ou a pirose, portanto, é uma das medidas
comportamentais indicadas para o paciente nesse caso.

ACATAR o argumento apresentado por 22,85% dos participantes, pois fazer uso de IBP
(Inibidor da Bomba de Prótons), inibe a secreção ácida gástrica, atenuando os sintomas
causados pelo refluxo e possibilitando a cicatrização da esofagite, portanto, é uma das medidas
medicamentosas indicadas para o paciente nesse caso.

NÃO ACATAR o argumento apresentado por 30,00% dos participantes, pois Todas essas
medicações são inibidores de bomba de prótons (portanto, serão consideradas corretas pelo
avaliador na correção) e não devemos citar nomes de drogas em provas.

NÃO ACATAR os seguintes argumentos apresentados pelos participantes: fracionar


refeições/fazer refeições menores (34,28%); praticar atividade física regular (32,85%); mastigar
bem os alimentos (24,28%); evitar roupas apertadas na cintura ou abdômen (23,33%); comer
lentamente (22,85%); gerenciar/evitar estresse (22,38%); fazer uso de técnicas de relaxamento
(21,42%); evitar o consumo de líquidos durante as refeições (6,67%); evitar o uso de
medicamentos anti-inflamatórios não esteroidais (5,23%); consumo de alimentos ricos em
fibras, frutas, legumes e verduras (3,80%); não consumir alimentos/bebidas quentes (3,33%);
não consumir alimentos industrializados (3,33%); dieta hipocalórica como sinônimo de perda de
peso (3,00%); comer na hora correta/não ficar por longos períodos do dia sem se alimentar
(1,90%); dormir para o lado esquerdo/decúbito lateral esquerdo (1,90%); inclusão das seguintes
opções de tratamento: tratamentos endoscópicos, ablação por radiofrequência ou ablação,
radioterapia, quimioterapia, radioterapia+quimioterapia, Stent esofágico, controle da dor ou
analgesia, sonda nasogástrica, alimentação enteral (0,47%), pois são medidas genéricas, e até
poderiam atenuar o refluxo e/ou a pirose em alguns subgrupos de pacientes, mas não em todos,
não estando necessariamente indicadas para este paciente, portanto, não correspondem ao
exigido neste quesito.

Parecer Final

Recurso deferido – alteração de quesito

Mudança no Padrão de Resposta - Sim

Novo Padrão de Resposta:

d) i. Medidas comportamentais (valor 2,5 pontos): cessar tabagismo (0,25); reduzir consumo de
álcool/bebidas alcoólicas (0,25); adotar medidas dietéticas: evitar café (0,25) e alimentos
ácidos/apimentados/muito temperados (0,25); eliminar gordura ou perder peso (0,25); evitar
bebidas gasosas (0,25); elevar cabeceira de cama (0,5); evitar deitar-se 2h pós-jantar/ evitar
ingerir alimentos antes de deitar-se (0,5)

Página 7 de 35
ii. Medida medicamentosa (valor: 2,5 pontos): bloqueio de secreção ácida gástrica,
principalmente por meio do uso de inibidor de bomba de prótons

Referências bibliográficas:

KABRILAS, P. J.; HIRANO, I. Diseases of the Esophagus. In: JAMESON, J. L.; FAUCI, A. S.; KASPER,
D. L.; HAUSER, S. L.; LONGO, D. L.; LOSCALZO J. Harrison's Principles of Internal Medicine, 20th
ed. New York/USA: McGraw-Hill Education, 2018. p. 2209-20.

GUEDES VR, TORRES TP, CAPONI LGF, STAFIN I, DE ARAÚJO JN. Critérios morfológicos no esôfago
de Barrett. HU Revista. Juiz de Fora, v. 39, n. 1 e 2, p. 45-53, jan./jun. 2013.
(https://periodicos.ufjf.br/index.php/hurevista/article/view/2062/756)

KATAYAMA RC, LAURINO-NETO RM, HERBELLA FAM. Distúrbios Motores do Esôfago. SECAD.
Artmed. Ciclo 13, v. 1. 2021. (https://portal.secad.artmed.com.br/artigo/disturbios-motores-
do-esofago)

MEDEIROS-FILHO FT, VILELA LBF, CARVALHO VP, OLIVEIRA LXA, MOTA RA. Esôfago de Barrett:
o estado da arte. Artigo de Revisão. Rev Soc Bras Clin Med. 2020;18(3):180-8.
(https://docs.bvsalud.org/biblioref/2022/03/1361584/180-188.pdf)

ALVES JR, GRAFFUNDER FP, RECH JVT, TERNES CMP, KOERICH-SILVA I. Diagnosis, treatment and
follow-up of Barrett’s esophagus: a systematic review. Arq Gastroenterol. 2020;57(3):289-295.
(https://www.scielo.br/j/ag/a/cRDXLVwkd3JHpmYpgDYJCHj/?format=pdf&lang=en)

_____________________________________________________________________________

Questão nº: 02

Item A:

Aponte o principal diagnóstico para o caso desse paciente. (valor: 4,0 pontos)

Resumo dos principais argumentos apresentados pelos participantes. (Item A)

• Argumento 1 (21,33%): solicitada ampliação do gabarito para termos semelhantes aos


já citados no padrão de respostas, tais como “adenocarcinoma esofágico de terço
distal”, “carcinoma esofágico” com o argumento de se tratar do tipo histológico mais
prevalente no Brasil, bem como, “tumor de esôfago”, “tumor ulcerado”, “neoplasia de
esôfago”, “neoplasia maligna” ou apenas “adenocarcinoma”. Solicitado também
ampliação do gabarito para “carcinoma epidermóide” e “carcinoma escamoso” visto a
indisponibilidade do histopatológico, não podendo excluir esse tipo histológico, a
despeito da localização.

Página 8 de 35
Parte dos recursos aventa a hipótese de câncer gástrico, considerando a falta de
detalhes da questão, bem como câncer da junção esofagogástrica, solicitando a
ampliação para “Câncer esofagogástrico” e “Câncer gástrico”.

• Argumento 2 (1,3%): solicitada a ampliação para diagnósticos não relacionados a


neoplasia maligna. Solicitam ampliação para “acalásia” sugerindo quadro clínico
compatível, bem como ampliação para “Esôfago de Barret” argumentando progressão
deste para o adenocarcinoma. Solicitada também ampliação para outros diagnósticos
como esofagite, úlcera péptica, úlcera esofágica, infecção por H. pylori e doença de
Crohn , sem embasamento clínico.

• Argumento 3 (0,11%): ampliação para diagnósticos de câncer de boca, laringe e,


argumentando ser um quadro compatível com a história descrita no enunciado.

• Argumento 4 (0,05%): solicitada anulação considerando a falta de dados e não tratar-


se de quadro de competência do médico generalista.

Manifestação da Banca

ACATAR PARCIALMENTE - Serão aceitos termos similares a câncer, desde que estes
apontem a localização correta da lesão, como por exemplo, neoplasia/tumor/tumor
maligno/neoplasia maligna de esôfago. Acatada a ampliação do subtipo histológico para
carcinoma escamoso/carcinoma epidermóide/CEC de esôfago considerando que este é o
subtipo histológico mais comum no Brasil na topografia do esôfago distal, correspondendo a
cerca de 90% dos casos, mesmo que a questão oriente ao diagnóstico de adenocarcinoma ao
citar que o paciente era portador da doença do refluxo com má adesão ao tratamento.

NÃO ACATAR ampliação para “Câncer gástrico” ou “câncer da junção esôfagogástrica”


visto a questão ter sido clara quanto ao fato da lesão estar localizada a 34 cm da arcada dentada
superior (ADS), que corresponde ao esôfago distal, não estando nem próximo à junção
esôfagogástrica (40 cm da ADS) e muito menos descrever lesão localizada em estômago.

Página 9 de 35
NÃO ACATAR visto a questão não trazer quaisquer evidências de acalásia, diagnóstico
este definido pela hipertonia do esfincter esofageano inferior e ausência do relaxamento deste
frente ao processo de deglutição. No caso em questão, o paciente era portador da doença do
refluxo gastroesofágico (DRGE). Segundo o livro texto Sabiston “DRGE é a condição benigna mais
comum do esôfago, afetando milhões de pessoas em todo o mundo. Ocorre quando há fluxo
retrógrado do conteúdo gástrico através do EEI que mais comumente se manifesta como “azia”.
(…) O significado literal do termo acalásia é “falha em relaxar”. De tal forma, são doenças com
quadro clínico divergente. Não acatado o a diagnóstico de Esôfago de Barrett (EB) visto também
não ter referência a qualquer alteração compatível com epitélio de Barret na endoscopia citada.
Segundo Guedes, “Por meio do exame endoscópico é possível analisar as características
macroscópicas do EB e classificá-lo. A substituição da mucosa escamosa (mais espessa, que
garante uma maior distância entre os capilares e a superfície) para uma mucosa colunar (menor
espessura e capilares mais superficiais) pode ser observada pela coloração rosa-salmão típica do
EB e o aspecto aveludado da nova mucosa”.

Página 10 de 35
NÃO ACATAR os demais diagnósticos supracitados visto que o foco da questão era o
diagnóstico da lesão citada na endoscopia.

NÃO ACATAR conforme já descrito no argumento 1. O enunciado era claro quanto a


localização da lesão a 34 cm da arcada dentária superior.

NÃO ACATAR. Os dados eram mais que suficientes para resposta da questão. Segundo
as diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Medicina, “Os conteúdos essenciais do curso
de graduação em Medicina devem guardar estreita relação com as necessidades de saúde mais
frequentes referidas pela comunidade e identificadas pelo setor de saúde. Devem contemplar:
(...) diagnóstico, prognóstico e conduta terapêutica nas doenças que acometem o ser humano
em todas as fases do ciclo biológico, considerando-se os critérios da prevalência, letalidade,
potencial de prevenção e importância pedagógica;”. Além disso, a Matriz de Referência do INEP
para o Revalida traz “Conduta diagnóstica e terapêutica das afecções cirúrgicas mais frequentes
do aparelho digestório. Doenças da parede abdominal. Doenças do esôfago - doença do refluxo
gastroesofágico, hérnia hiatal e neoplasias.”

Parecer Final

Recurso deferido – alteração de quesito

Mudança no Padrão de Resposta - Sim

Novo Padrão de Resposta:

a) O diagnóstico provável é: câncer de esôfago/ neoplasia de esôfago / adenocarcinoma de


esôfago / tumor de esôfago / carcinoma de esôfago/ tumor maligno de esôfago / neoplasia
maligna de esôfago / carcinoma escamoso de esôfago / carcinoma epidermóide de esôfago /
CEC de esôfago. (valor: 4,0 pontos)

Item B

Explicite o exame necessário para a confirmação do diagnóstico. (valor: 2,0 pontos)

Resumo dos principais argumentos apresentados pelos participantes. (Item B)

• Argumento 1 (35,62%): solicitada ampliação do gabarito para variações do termo


“biópsia”, tais como, Endoscopia digestiva alta com biópsia, EDA com bióspia,
Esofagogastroduodenoscopia com biópsia e Histopatológico via endoscópica, dada a
justificativa de que, para realizar a biópsia precisa ser realizada a endoscopia. Também
solicitada ampliação para biópsia da lesão ulcerativa, biópsia da mucosa, estudo
histopatológico, biópsia da lesão, análise histológica, biópsia da lesão esofagena e
apenas biópsia. Solicitada ampliação para gastroscopia e esofagoscopia.

Página 11 de 35
• Argumento 2 (0,44%):solicitadoa ampliação do gabarito para exames como
manometria, pHmetria, esofagografia baritada, entre outros exames relacionados ao
quadro de acalasia, doença do refluxo gastroesofágico e gastrite.

• Argumento 3 (0,297%): solicitada ampliação do gabarito para tomografia de


tórax/pescoço/abdômen como exames diagnósticos com a justificativa da necessidade
de estadiamento, bem como ampliação para quem solicitou marcadores tumorais.

Manifestação da Banca

ACATAR PARCIALMENTE. Acatado o uso de termos similares aos que já constavam no


padrão de respostas, como biópsia/histologia/histopatológico da lesão esofágica/lesão
ulcerada/lesão esofageana. O emprego do termo endoscopia com biópsia/EDA com
biópsia/esofagoduodenoscopia com bióspia também serão considerados desde que o candidato
especifique que a biópsia a ser realizada será da lesão esofágica e não somente a utilização do
termo biópsia, sem especificação do local.

NÃO ACATAR: ampliação para gastroscopia e esofagoscopia visto que não se tratam de
exames que confirmem o diagnóstico, esses exames são o mesmo que a endoscopia digestiva
alta citada no enunciado da questão, e apenas descrevem a macroscopia da lesão que pode
sugerir uma doença, que deverá ter sua origem confirmada com a análise histopatológica. Como
a própria construção do nome demonstra, sufixo -scopia é um sufixo nominal, de origem grega,
que exprime a ideia de observação, exame.

NÃO ACATAR. Como já argumentado para os recursos do item A que solicitavam


ampliação do gabarito para acalasia, DRGE e gastrite, não há nada que direcione a questão para
suspeição diagnóstica que não a relacionada ao câncer de esôfago, tendo sido clara ao solicitar
“o exame necessário para a confirmação do diagnóstico”. Espera-se que a resposta do item seja
relacionada ao diagnóstico correto.

NÃO ACATAR. O item foi claro ao solicitar “o exame necessário para a confirmação do
diagnóstico”. As tomografias do pescoço, tórax e abdômen fazem parte do estadiamento de um
paciente com diagnóstico de neoplasia de esôfago e não permitem a confirmação do câncer.
Tais exames podem monstrar achados que levem à suspeição de tumores de esôfago e são
essenciais para definição de doença inicial ou avançada, contudo, o diagnóstico confirmatório
é reservado ao estudo histopatológico. Não há, ainda , na literatura descrição do uso de
marcadores tumorais no diagnóstico, estadiamento ou prognóstico no câncer de esôfago.

Parecer Final
Recurso deferido – alteração de quesito

Mudança no Padrão de Resposta – Sim

Novo Padrão de Resposta:

Página 12 de 35
b) Biópsia/histologia/histopatológico da lesão esofágica/lesão ulcerada/lesão esofageana ou
tumor esofágico/tumor ulcerado.
Desde que citados a biópsia da lesão esofágica com os termos citados acima, o aditivo dos
termos EDA/endoscopia/esofagoduodenoscopia não implicará em perda do ponto. (valor: 2,0
pontos)

Item C:

Cite 4 possíveis condutas terapêuticas para pacientes com essa doença. (valor: 4,0 pontos)

Resumo dos principais argumentos apresentados pelos participantes. (Item C)

• Argumento 1 (39,88%): solicitadoa ampliação para outras propostas terapêuticas


como: cuidados paliativos, internação hospitalar, hidratação venosa, pesquisa por H.
pylori, antibioticoterapia, uso de inibidores de bomba de prótons (IBP), radioterapia,
quimioterapia, esofagectomia, “cirurgia” apenas, “cirurgia do esôfago”, cirurgia Bilroth
I/Bilroth II, dissecção tumoral, exérese da tumoração no esôfago, ressecção cirúrgica da
lesão com margem, utilização da alça de cólon para autotransplante, sonda
enteral/sonda nasogástrica/sonda nasojejunal, nutrição parenteral, botão gástrico,
encaminhamento a outro profissional (psicologia, equipe multidisciplinar, oncologista,
gastroenterologista), stent esofágico, prótese esofágica, dilatação esofágica,
mucosectomia (considerando estadiamento que permita esse tipo de ressecção),
traqueostomia, analgesia, imunoterapia, radioterapia exclusiva, ablação por
radiofrequência, terapia anti-hipertensiva (devido má adesão medicamentosa),
mudanças comportamentais relacionados aos fatores de risco e agravantes da doença
(cabeceira a 45°, evitar alimentos ultraprocessados, dietas que não irritem o esôfago,
entre outros) e solicitação de exames complementares para estadiamento.

• Argumento 2 (0,14%): solicitada ampliação do gabarito considerando os diagnósticos


da acalásia, doença do refluxo gastroesofágico e gastrite, solicitados em argumentação
do item A. Solicitada inclusão de: dilatação com balão, esfincterectomia com
reconstrução, uso de anticolinérgicos, gastrectomia com vagotomia seletiva,
antibioticoterapia com amoxicilina e clavulanato, tratamento antibioticoterapia para h.
pylori, cardiomiotomia a Heller, fundoplicatura.

• Argumento 3 (0,08%): solicitada anulação do item justificando que não há dados


suficientes para responder.

Manifestação da Banca

ACATADO PARCIALMENTE. Parte dos recursos solicitados englobam fatores já


presentes no gabarito preliminar, tais como a ressecção cirúrgica da lesão com margem,
utilização da alça de cólon para autotransplante (no item substituição esofágica pelo cólon),
sonda nasogástrica/sonda nasojejunal, botão gástrico (se este se referir ao botão da
gastrostomia endoscópica), stent ou prótese esofágica (no item substituição esofágica).

Página 13 de 35
ACATAR: nutrição parenteral, desde que seja citado como medida de ponte até
estabelecimento de via alimentar definitiva do paciente ou com vistas a recuperação nutricional
pré-operatória. O uso de nutrição parenteral isolado não é descrito como opção terapêutica em
tumores de esôfago.

ACATAR: imunoterapia. No atual cenário do tratamento dos câncer esofágico, nos casos
de doença avançada, o uso de imunoterápicos orientados a marcadores detectados na
imunohistoquímica podem ser utilizados. Segundo o instituto Oncoguia “Em certos casos,
quando nenhuma outra opção de tratamento está disponível, os imunoterápicos podem ser
usados para pacientes cujo câncer de esôfago foi testado positivo para alterações genéticas
específicas, como um alto nível de instabilidade de microssatélites (MSI-H) ou alterações em um
dos genes de reparo de incompatibilidade (MMR)”, bem como conforme o guideline da ESMO.

Página 14 de 35
NÃO ACATAR: cuidados paliativos, visto que se trata se um termo genérico, sendo os
cuidados paliativos um conjunto de medidas e assistência prestado ao paciente, e não uma
conduta isolada.

NÃO ACATAR: internação hospitalar, analgesia e hidratação venosa visto que não
necessariamente o paciente com câncer de esôfago precisa ser internado, bem como nenhum
desses itens está relacionado ao tratamento da doença citada especificadamente.

NÃO ACATAR: pesquisa de H.pylori, IBP e antibioticoterapia visto que não há indicação
de pesquisa do H. pylori, bem como não há indicação do uso de IBP e antibioticoterapia em
pacientes com neoplasia do esôfago.

NÃO ACATAR: cirurgia Bilroth I e Bilroth II, visto se tratar de reconstruções intestinais
relativas às gastrectomias e que não tem indicação no tratamento da neoplasia em questão.

NÃO ACATAR: dissecção tumoral/exérese da lesão do esôfago já que está incorreto


dissecar/retirar somente o tumor, devendo ser realizada uma esofagectomia com margem da
lesão.

NÃO ACATAR: encaminhamento para outro profissional, qualquer que seja ele,
tratamento da doença hipertensiva, mudanças comportamentais e fatores de risco (cabeceira
elevada, dieta sem irritantes esofágicos, ingesta de alimentos ultraprocessados) visto que a
questão solicita as condutas terapêuticas voltada para a doença em questão.

NÃO ACATAR: solicitação de exames complementares. A questão solicita medidas


terapêuticas e não de diagnóstico e estadiamento.

NÃO ACATAR: dilatação esofágica, visto que ela, de forma isolada, não é utilizada como
tratamento paliativo nos tumores de esôfago. A dilatação pode até ser realizada com o intuito
da passagem da prótese esofágica, mas não de forma isolada, como em outras doenças do
esôfago.

NÃO ACATAR: traqueostomia, visto que nos tumores de terço distal não há
comprometimento da traqueia como pode ocorrer em tumores de esôfago médio e proximal).
Ainda que possa haver comprometimento de brônquio fonte, a traqueostomia por ser alta, não
apresenta benefícios

NÃO ACATAR: mucosectomia , visto que, segundo o ESMO guidelines, a mucosectomia


não é indicada na presença de lesões ulceradas.

NÃO ACATAR: ablação por radiofrequência, visto que não há indicação desta quando
do diagnóstico de neoplasia de esôfago. A ablação é utilizada nos casos do Esôfago de Barrett
com presença de displasia.

NÃO ACATAR: radioterapia exclusiva visto os protocolos atuais não a proconizarem,


sendo esta sempre em associação a quimioterapia.

NÃO ACATAR. Conforme já justificado na argumentação dos itens anteriores, a questão


se trata de uma suspeita de neoplasia de esôfago, não cabendo nenhuma das condutas
solicitadas que são direcionadas para acalásia, DRGE, gastrite e esofagite.

Página 15 de 35
NÃO ACATAR. Os dados eram mais que suficientes para elaboração da hipótese da
neoplasia de esôfago, bem como elaboração de condutas terapêuticas que podem ser adotas
em um paciente com esse tipo de diagnóstico. O item trazia a possibilidade de descrever
qualquer conduta terapêutica para neoplasia de esôfago independente do estadiamento.

Parecer Final
Recurso deferido – alteração de quesito

Mudança no Padrão de Resposta – Sim

Novo Padrão de Resposta:


c) O examinando deve citar quatro das seguintes condutas terapêuticas: (valor: 1,0 ponto cada)

1- Ressecção cirúrgica exclusiva/ esofagectomia exclusiva.

2- Ressecção cirúrgica+ quimioterapia / esofagectomia + quimioterapia.

3- Quimioterapia exclusiva/quimioterapia paliativa.

4- Quimioterapia neoadjuvante seguida de cirurgia / quimiorradioterapia neoadjuvante seguida


de cirurgia.

5- Jejunostomia (por qualquer via e de qualquer tipo)

6- Gastrostomia (por qualquer via e de qualquer tipo)

7- Sonda nasoenteral para alimentação.

8- Quimiorradioterapia exclusiva.

9- Substituição esofágica (estômago, jejuno, cólon ou prótese/stent).

10- Nutrição parenteral para recuperação nutricional ou até definição de outra via alimentar.

11- Imunoterapia.

Referências Bibliográficas:

Sabiston Textbook. 20Th edition. Chapter 41.

Higa, LC et al. Diagnóstico precoce de carcinoma esofágico. Arq Med Hosp Fac Cienc Med Santa
Casa São Paulo. 2018;63(3):232-4.

Caum LC, Bizinelli SL, Pisani JC, Amarantes HMB dos S, Ioshii SO, Carmes ER. Metaplasia intestinal
especializada de esôfago distal na doença do refluxo gastroesofágico: prevalência e aspectos
clínico-epidemiológicos. Arq Gastroenterol [Internet]. 2003Oct;40(Arq. Gastroenterol., 2003
40(4)):220–6.

Guedes, VR et al. Critérios morfológicos no esôfago de Barrett. HU Revista, Juiz de Fora, v. 39, n.
1 e 2, p. xx-xx, jan./jun. 2013.

Página 16 de 35
Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Medicina (acessado em:
http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/Med.pdf).

Matriz de Referência do Exame Nacional de Revalidação dos Diplomas Médicos (acessado em:
https://download.inep.gov.br/educacao_superior/revalida/portaria/2020/Portaria_540_17092
020.pdf)

https://www.meudicionario.org/-scopia

R. Obermannová et al. Oesophageal cancer: ESMO Clinical Practice Guideline for diagnosis,
treatment and follow-up. Annals of Oncology. Volume 33, Issue 10. 2022.

Oncoguia – ONG.

R. Obermannová et al. Oesophageal cancer: ESMO Clinical Practice Guideline for diagnosis,
treatment and follow-up. Annals of Oncology. Volume 33, Issue 10. 2022.

_____________________________________________________________________________

Questão nº: 03

Item A:

Cite duas hipóteses diagnósticas para o caso. (valor: 2,0 pontos)

Resumo dos principais argumentos apresentados pelos participantes. (Item A)

• Argumento 1: Ingurgitamento mamário- 26,8%

• Argumento 2: Mastite – 29,5 %

• Argumento 3: Fissura mamilar- 23,1 %

• Argumento 4: Anulação da questão- 2,2%

• Argumento 5: Carcinoma de Paget- 7,7%

• Argumento 6: Eczema mamilar – 10,5 %

• Argumento 7: Micose- 0,2 %

Manifestação da Banca

NÃO ACATAR como padrão de resposta o ingurgitamento mamário e mastite


(argumentos 1 e 2), visto que a descrição do quadro clínico da questão não permite estes
diagnósticos.

Página 17 de 35
O ingurgitamento mamário fisiológico é comum no início do período de ativação
secretora da mama (descida do leite ou apojadura), entre o 3º e o 5º dia após o parto, como
resultado do aumento do volume de leite e da circulação linfática. A mama fica cheia, pesada,
com discreto aumento de temperatura, porém sem sinais de hiperemia ou edema. O leite flui
facilmente, não necessitando de intervenção, pois a condição resolve-se em poucos dias.

Conforme referência utilizada, no ingurgitamento mamário patológico “a mama fica


excessivamente distendida, o que causa grande desconforto, às vezes acompanhado de febre e
mal-estar. Pode haver áreas difusas avermelhadas, edemaciadas e brilhantes. Os mamilos ficam
achatados, dificultando a pega do bebê, e o leite muitas vezes não flui com facilidade”. Já a
mastite “é um processo inflamatório de um ou mais segmentos da mama, geralmente unilateral,
que pode progredir ou não para uma infecção bacteriana.”

A mastite lactacional geralmente tem início na 2ª ou 3ª semana pós-parto, podendo, no


entanto, ocorrer em qualquer estágio da lactação. Acontece, na maioria das vezes,
unilateralmente, em área localizada ou em vários pontos da mama. As manifestações clínicas
podem variar desde inflamação local, com repercussões sistêmicas mínimas, até sinais e
sintomas de abscesso e septicemia. A área atingida da mama apresenta-se vermelha, quente,
edemaciada e dolorida, e a mulher refere febre e sintomas semelhantes à síndrome gripal,
acompanhados, algumas vezes, de náuseas e vômitos. Os sintomas costumam ter grande
impacto nas atividades diárias da mulher

Dessa forma, o quadro cínico descrito é de uma mulher com infecção por Cândida, que
caracteristicamente apresentam dor no mamilo, prurido, sensação de queimadura (ardor) e
fisgadas=, que se irradiam para o interior da mama e persistem após a mamada. A pele dos
mamilos e da aréola pode apresentar-se avermelhada, brilhante ou apenas irritada ou com
aspecto friável e fina descamação; raramente observam-se placas esbranquiçadas.

ACATAR como padrão de resposta a fissura mamilar (argumento 3) por se tratar de uma
das apresentações do trauma mamilar. O trauma mamilar é a dificuldade mais frequente
enfrentada pelas lactantes no período pós-parto imediato, ocorrendo em mais metade das
parturientes e o quadro clínico com dor intensa e desconforto para amamentar pode estar
associado a fissuras ou micorfissuras em diferentes posições em relação ao mamilo, inclusive
na inserção mamilo-areolar.

NÃO ACATAR a anulação da questão visto que o quadro clínico descrito é de candidíase
mamária e trauma mamilar.

NÃO ACATAR como padrão de resposta os argumentos 5 e 6, visto que o carcinoma de


Paget entra no diagnóstico diferencial de abscesso mamário e diferencia-se do eczema por não
responder à corticoterapia. O carcinoma de Paget tem uma apresentação clínica característica
e principalmente não está ligada à amamentação, que é um dos comandos principais do
enunciado da questão.

NÃO ACATAR como padrão de resposta o argumento 7, visto que conforme referência,
os termos aceitos são candidose, candidíase e monilíase. Segundo a Sociedade Brasileira de
Dermatologia, Eczema é um tipo de dermatose que se caracteriza por apresentar vários tipos de
lesões. Pode ser agudo, subagudo ou crônico. A versão aguda tem lesões que começam com
marcas avermelhadas com bolhinhas de água na superfície que, ao se romperem, eliminam um

Página 18 de 35
líquido claro, o que caracteriza a fase subaguda do eczema. e principalmente não está ligada à
amamentação, que é um dos comandos principais do enunciado da questão.

Parecer Final:
Recurso deferido – alteração de quesito

Mudança no Padrão de Resposta - Sim

Novo Padrão de Resposta:


1. Candidose ou candidíase ou monilíase mamária. (valor: 1,0 ponto)

2. Trauma mamilar ou erro de técnica com trauma mamilar ou mamilos machucados ou fissura
mamilar. (valor: 1,0 ponto)

Item B:

Explique as duas hipóteses diagnósticas, discorrendo sobre os fatores predisponentes de cada


hipótese e o manejo adequado para cada uma. (valor: 6,0 pontos)

Resumo dos principais argumentos apresentados pelos participantes. (Item B)

• Argumento 1: Esvaziar ambas as mamas – 5, 7 %

• Argumento 2: Exposição mamilar à luz - 10,5%

• Argumento 3: Protetor de mamilos – 83,8%

Manifestação da Banca

NÃO ACATAR como padrão de resposta o argumento 1, visto que o trauma mamilar
pode ocorrer por erro de técnica do esvaziamento mamário, como com o uso impróprio de
bombas de extração de leite, e não pelo procedimento em si.

Trauma mamilar é a dificuldade mais frequente enfrentada pelas lactantes no período


pós-parto imediato, ocorrendo em mais metade das parturientes. Acredita-se que a causa mais
comum de dor e trauma mamilar seja técnica inadequada de amamentação.

Entre os fatores que predispõem ao trauma mamilar estão pouca idade materna,
primiparidade, mamilos curtos/planos ou invertidos, disfunções orais na criança, freio de língua
excessivamente curto, sucção não nutritiva prolongada, uso impróprio de bombas de extração
de leite, tração do mamilo na interrupção da mamada, uso de cremes, óleos ou loções que
causem reações alérgicas nos mamilos, exposição a forros ou conchas que mantenham os
mamilos úmidos, uso de bicos e chupetas pelas crianças (pode alterar a dinâmica oral e
determinar confusão de bicos) e limpeza excessiva da mama e mamilos com sabões ou agentes

Página 19 de 35
de limpeza que removem a proteção natural da pele da aréola e dos mamilos e podem provocar
alergia ou irritação da pele.

ACATAR como padrão de resposta o argumento 2, visto que além do tratamento


específico contra o fungo, algumas medidas gerais são úteis durante o tratamento, como
enxaguar os mamilos e secá-los ao ar livre após as mamadas e expô-los à luz por pelo menos
alguns minutos por dia.

NÃO ACATAR como padrão de resposta o argumento 3, pois protetores de mamilos


mantem a umidade e predispõe a macerações do mamilo. São fatores predisponentes a
umidade e lesão dos mamilos e uso, pela mulher, de antibióticos, contraceptivos orais e
esteroides.

Parecer Final:
Recurso deferido – alteração de quesito

Mudança no Padrão de Resposta - Sim

Novo Padrão de Resposta:


Candidose (candidíase, monilíase) (valor: 3,0 pontos)

Fatores predisponentes: o excesso de umidade (0,3 ponto) e lesão/trauma dos mamilos (0,3
ponto); o uso, pela mulher, de antibióticos (0,3 ponto), contraceptivos orais (0,3 ponto) e
esteroides (0,3 ponto). (Valor: 1,5 pontos)

Manejo medicamentoso: Mãe e bebê devem ser tratados simultaneamente, mesmo que a
criança não apresente sinais evidentes de candidíase. O tratamento inicialmente é local, com
nistatina, clotrimazol, miconazol ou cetoconazol tópicos por duas semanas. As mulheres podem
aplicar o creme após cada mamada e ele não precisa ser removido antes da próxima mamada.
Se o tratamento tópico não for eficaz, recomenda-se o uso de fluconazol por 14 a 18 dias, por
via oral. (valor: 0,7 ponto).

Para o tratamento da criança, recomenda-se nistatina suspensão oral ou miconazol gel oral
(valor: 0,5 ponto).

Manejo não medicamentoso: enxaguar os mamilos e secá-los ao ar livre após as mamadas e


expô-los à luz por pelo menos alguns minutos por dia. (valor: 0,3 ponto).

Item C:

Descreva pelo menos 4 orientações gerais pertinentes e adequadas para, nesse caso, melhorar
a saúde da lactante e a amamentação. (valor: 2,0 pontos)

Resumo dos principais argumentos apresentados pelos participantes. (Item C)

• Argumento 1: Amamentação com intervalo definido- 1,3%

• Argumento 2: Uso de antibióticos – 7,9 %

Página 20 de 35
• Argumento 3: Orientações gerais de puericultura – 2,5 %

• Argumento 4: Higiene das mamas- 7,2%

• Argumento 5: Interrupção temporária da amamentação em caso de lesão mamilar –


64,2 %

• Argumento 6: Utilização de compressa fria - 11,9 %

• Argumento 7: Grupos de apoio à amamentação - 2,2%

• Argumento 8: amamentação em local tranquilo - 2,7%

• Argumento 9: evitar conversas durante a amamentação -0,1 %

Manifestação da Banca

NÃO ACATAR como padrão de resposta o argumento 1, visto que a criança deve ser
amamentada sem restrições de horários e de tempo de permanência na mama.

NÃO ACATAR como padrão de resposta o argumento 2, visto que no caso de candidíase
mamária, deve-se utilizar antifúngico para o tratamento que inicialmente é local, com nistatina,
clotrimazol, miconazol ou cetoconazol tópicos por duas semanas.

NÃO ACATAR como padrão de resposta o argumento 3 visto que o item solicita
orientações pertinentes e adequadas para, nesse caso, melhorar a saúde da lactante e a
amamentação.

ACATAR como padrão de resposta o argumento 4, pois diante de trauma mamilar como
escoriações ou fissuras, recomenda-se que os mamilos sejam enxaguados com água limpa após
cada mamada, para evitar infecção.

ACATAR como padrão de resposta o argumento 5, visto que “se a lesão mamilar é muito
extensa ou a mãe não está conseguindo amamentar por causa da dor, pode ser necessário
interromper temporariamente a amamentação na mama afetada”.

ACATAR como padrão de resposta o argumento 6, visto que o uso de compressa fria
está indicado em casos de ingurgitamento mamário, que deve ser evitado para melhorar a saúde
da lactante e a amamentação. Utilizar compressas frias nas mamas, após as mamadas ou nos
intervalos. A hipotermia diminui a produção do leite, pela vasoconstrição provocada e
consequente diminuição de oferta de substratos necessários à produção do leite.

ACATAR como padrão de resposta o argumento 7 visto que no período pós-parto, os


profissionais de saúde devem estar preparados para acompanhar o processo da amamentação
e o crescimento e desenvolvimento da criança, tanto em atendimentos individuais quanto em
visitas domiciliares bem como, orientar as mulheres e seus familiares, quanto ao acesso a outros
serviços e grupos de apoio à amamentação, após a alta. A prática da amamentação é fortemente
influenciada pelo meio em que a mulher está inserida. Para uma amamentação bem-sucedida,
são necessários constantes incentivo e suporte, não só́ dos profissionais de saúde, mas das suas
famílias e da comunidade.

Página 21 de 35
NÃO ACATAR como padrão de resposta o argumento 8 e 9, pois conforme a referência
utilizada, para realizar a ordenha, de preferência manual, recomenda-se procurar um local
tranquilo para esgotar o leite e também usar máscara ou lenço na boca, e evitar falar, espirrar
ou tossir enquanto estiver ordenhando o leite.

Parecer Final:
Recurso deferido – alteração de quesito

Mudança no Padrão de Resposta - Sim

Novo Padrão de Resposta:


O participante deve citar pelo menos 4 das seguintes orientações (valor: 0,5 pontos cada):

amamentar com técnica adequada (posicionamento e pega adequados), de modo que o bebê
abocanhe toda a aréola; (0,5)

cuidar para que os mamilos se mantenham secos, expondo-os ao ar livre ou à luz solar e fazer
trocas frequentes dos forros utilizados quando há vazamento de leite; (0,5)

não usar produtos que retiram a proteção natural do mamilo, como sabões, álcool ou qualquer
produto secante; (0,5)

evitar ingurgitamento mamário; fazer ordenha manual da aréola antes da mamada se ela estiver
ingurgitada; (0,5)

manter o leite ordenhado em congelador por até 15 dias e encaminhar/doar ao banco de leite;
(0,5)

introduzir o dedo indicador ou mínimo pela comissura labial (canto) da boca do bebê, se for
preciso interromper a mamada, de maneira que a sucção seja interrompida antes de a criança
ser retirada do seio; (0,5)

não usar protetores (intermediários) de mamilo, pois eles, além de não serem eficazes, podem
ser a causa do trauma mamilar. (0,5)

as chupetas e bicos de mamadeira são fontes importantes de reinfecção; deve-se eliminá-los ou


fervê-los por 20 minutos, pelo menos uma vez ao dia (0,5)

diante de trauma mamilar como escoriações ou fissuras, recomenda-se que os mamilos sejam
enxaguados com água limpa após cada mamada, para evitar infecção. (0,5)

se a lesão mamilar é muito extensa ou a mãe não está conseguindo amamentar por causa da
dor, pode ser necessário interromper temporariamente a amamentação na mama afetada (0,5)

o uso de compressa fria está indicado em casos de ingurgitamento mamário (0,5)

no período pós-parto, os profissionais de saúde devem estar preparados para acompanhar o


processo da amamentação e o crescimento e desenvolvimento da criança, tanto em
atendimentos individuais quanto em visitas domiciliares bem como, orientar as mulheres e seus
familiares, quanto ao acesso a outros serviços e grupos de apoio à amamentação, após a alta.

Página 22 de 35
Referências Bibliográficas:

BRASIL. Ministério da Saúde. Saúde da criança: aleitamento materno e alimentação


complementar. 2. ed. Brasília: Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde.
Departamento de Atenção Básica, 2015. p. 33-36; 56-59: il. (Cadernos de Atenção Básica; n. 23)

Cinotti, E., Galluccio, D., Tognetti, L., Habougit, C., Manganoni, A.M., Venturini, M., Perrot, J.L.
and Rubegni, P. (2019), Nipple and areola lesions: review of dermoscopy and reflectance
confocal microscopy features. J Eur Acad Dermatol Venereol, 33: 1837-
1846. https://doi.org/10.1111/jdv.15727

Elsa Regina Justo Giugliani, Tópicos básicos em aleitamento materno. In: Tratado de pediatria /
organização Sociedade Brasileira de Pediatria. - 5. ed. - Barueri [SP] : Manole, 2022

Luciano Borges Santiago Elsa Regina Justo Giugliani Moises Yechiel Chencinski. O papel do
pediatra no aleitamento materno. In: Tratado de pediatria / organização Sociedade Brasileira de
Pediatria. - 5. ed. - Barueri [SP] : Manole, 2022.

Graciete Oliveira Vieira; Elsa Regina Justo Giugliani . Problemas com a mama puerperal:
prevenção, diagnóstico e tratamento. In: Tratado de pediatria / organização Sociedade Brasileira
de Pediatria. - 5. ed. - Barueri [SP] : Manole, 2022.

https://www.sbd.org.br/doencas/eczema/

_____________________________________________________________________________

Questão nº: 04

Item A:

Apresente o principal diagnóstico para o caso. (valor: 3,0 pontos)

Resumo dos principais argumentos apresentados pelos participantes. (Item A)

• Argumento 1: Os candidatos solicitam no item “A” a ampliação do gabarito preliminar


para “tricomoníase, vaginite, vulvovaginite”. 655/2197 (29,81%)

Manifestação da Banca

A vaginose bacteriana é a causa mais comum de corrimento vaginal, afetando cerca de


10 a 30% das gestantes e 10% das mulheres atendidas na atenção básica. Em virtude de sua
relevância temática, espera-se do candidato a distinção entre as vulvovaginites mais prevalentes

Página 23 de 35
inicialmente pelos sinais de sintomas e exame clínico da paciente. Desse modo, a vaginose
bacteriana deve ser o principal diagnóstico pelos achados descritos na questão 4 tais quais:
corrimento de aspecto branco-acinzentado de aparência bolhosa e com odor forte com colo
íntegro e sem colpite ou aspecto de flogose, iniciado após a menstruação.

Além disso, o uso de termos mais genéricos, como vaginites e vulvovaginites não
determina especificamente o diagnóstico, sendo extremamente amplo e dificultando inclusive
o tratamento. Era necessário para resposta do item um diagnóstico específico. Desse modo, não
serão aceitos os argumentos apresentados pelos participantes.

Parecer Final:
Recurso indeferido

Mudança no Padrão de Resposta - Não

Item B:

Enumere 3 critérios de diagnóstico para essa doença. (valor: 3,0 pontos)

Resumo dos principais argumentos apresentados pelos participantes. (Item B)

• Argumento 1: Os candidatos solicitam no item “B” a inclusão do termo “corrimento


vaginal branco-acinzentado”. 843/2197 (38%)

• Argumento 2: Os candidatos solicitam no item “B” a ampliação do gabarito para “teste


de aminas positivas e odor fétido”. 111/2197 (5%)

• Argumento 3: Os candidatos solicitam no item “B” a ampliação do gabarito preliminar


para “colposcopia e especuloscopia” aos critérios diagnósticos. 7/2197 (0,3%)

Manifestação da Banca

Espera que os candidatos possam descrever adequadamente os critérios de Amsel os


quais são: 1) corrimento vaginal homogêneo, geralmente branco-acinzentado com quantidade
variável; 2) pH vaginal > 4,5; 3) Teste de Whiff ou Teste das aminas (KOH 10%) positivos; 4)
Presença de clue cells na bacterioscopia corada por Gram. Desse modo, a colposcopia e exame
especular não fazem parte dos critérios de Amsel e não serão aceitos pelos candidatos.

Devido à expressão “corrimento branco-acinzentado” fazer parte dos critérios de Amsel


e ser uma das características da secreção alterada pela microbiota vaginal esse termo será
incluído ao gabarito (entre parênteses) e considerado como sinônimo de corrimento
homogêneo. De igual modo, a expressão “teste das aminas positivo” faz parte dos critérios de

Página 24 de 35
Amsel e caso esteja descrita adequadamente já está inclusa entre parênteses no gabarito
preliminar de respostas do item 3 deste certame.

Parecer Final:
Recurso deferido – alteração de quesito

Mudança no Padrão de Resposta - Sim

Novo Padrão de Resposta:


• Corrimento vaginal homogêneo (corrimento branco-acinzentado);

• pH > 4,5;

• Presença de clue cells (células- guia) no exame de lâmina a fresco;

• Teste de whiff positivo (odor fétido das aminas com adição de hidróxido de potássio a 10%).

Item C:

Aponte o agente mais comum dessa enfermidade. (valor: 2,0 pontos)

Resumo dos principais argumentos apresentados pelos participantes. (Item C)

• Argumento 1: Os candidatos solicitam que sejam sejam aceitos os erros gramaticais


ao escrever o nome do agente etiológico: Gardnerella vaginallis. Ademais, solicitam que
variações como: Gardnerella sp. ou somente Gardnerella sejam aceitos. Além de alguns
pedirem para aceitar Chlamydia e Trichomonas, pois justificam dizendo que não há
como diferenciar a etiologia e diagnóstico pelo enunciado. 79/2197 (3,59%)

Manifestação da Banca

Segundo as regras taxonômicas a correta escrita de um agente etiológico dá-se em latim,


formado por duas palavras - a primeira refere-se ao gênero e segunda à espécie -, sendo apenas
a primeira letra da primeira palavra maiúscula, não recebendo acentuação gráfica.

Ademais, os nomes científicos podem ser abreviados a partir da segunda vez que são
mencionados no texto, o que não é o caso do item 3. Apenas pode ser abreviada a palavra que
indica o gênero, nunca a palavra que indica a espécie. Para tal, deverá ser mantida a inicial
maiúscula do gênero, seguida de um ponto indicativo de abreviação.

Em caso da espécie ainda não ter sido identificada, que não é o caso dos principais
agentes etiológicos identificados no contexto da vaginose bacteriana, o nome da espécie pode
ser seguido por “sp.” que é a abreviatura da espécie. Nesse caso, o gênero (que não pode ser
abreviado) deve ser grafado em itálico ou sublinhado quando escrito em computador ou
sublinhado quando escrito à mão.

Página 25 de 35
Em virtude disso, não serão aceitos erros gramaticais do agente etiológico discordantes da
norma culta da língua portuguesa e do gabarito preliminar.

Parecer Final:
Recurso indeferido

Mudança no Padrão de Resposta - Não

Item D:

Cite 2 fatores de risco para recidiva da doença. (valor: 2,0 pontos)

Resumo dos principais argumentos apresentados pelos participantes. (Item D)

• Argumento 1: Os candidatos solicitam no item “D” a inclusão aos fatores de risco


relacionados à vaginose bacteriana o “tratamento anterior inadequado”.
155/2197 (7%)

• Argumento 2: Os candidatos solicitam no item “D” a ampliação do gabarito aos fatores


de risco relacionados à vaginose bacteriana o “uso de lubrificantes vaginais, múltiplos
parceiros, imunidade baixa, mulheres que fazem sexo com mulheres, sexo anal
receptivo antes do vaginal” 674/2197. (30%)

• Argumento 3: Os candidatos solicitam no item “D” a ampliação do gabarito preliminar


para “alterações no pH vaginal”. 7/2197 (0,3%)

Manifestação da Banca

Espera-se que os candidatos possam elencar os principais fatores de risco a fim de


aconselhar a paciente adequadamente, sobretudo, dos fatores modificáveis. Desse modo, a
expressão “alterações no pH vaginal” é considerada genérica pela banca e não será aceita no
padrão de respostas.

O tratamento incompleto pode levar ao desenvolvimento de microrganismos


resistentes e, em virtude disso, será ampliado o gabarito sendo aceito a expressão “tratamento
anterior inadequado” entre parênteses.

Espera-se do candidato citar os principais fatores de risco desencadeadores de vaginose


bacteriana e alguns, inclusive, identificáveis na paciente do caso do item 3. Conforme revisto na
literatura usada como referência para elaboração do item 3, optou-se por ampliar o gabarito,
visto que fatores de risco importantes não foram incluídos ao gabarito preliminar conforme
argumentos apresentados pelos candidatos. Por conta disso, o gabarito será ampliado e serão

Página 26 de 35
acrescidos os seguintes fatores de risco: múltiplos parceiros sexuais, sexo anal receptivo antes
do vaginal e mulheres que fazem sexo com outras mulheres.

Parecer Final:
Recurso deferido – alteração de quesito

Mudança no Padrão de Resposta - Sim

Novo Padrão de Resposta:


• Múltiplos parceiros sexuais;

• Sexo anal receptivo antes do vaginal;

• Mulheres que fazem sexo com outras mulheres;

• Prática sexual sem preservativo;

• Prática sexual frequente e sem preservativo;

• Prática sexual frequente;

• Uso de ducha vaginal;

• Uso de sabonetes íntimos;

• Uso frequente de antibióticos;

• Uso de roupas íntimas justas, úmidas ou de tecidos sintéticos;

• Resistência bacteriana aos imidazólicos (tratamento anterior inadequado).

Referências Bibliográficas:

BRASIL. Ministério da Saúde. Protocolo clínico e diretrizes terapêuticas para atenção integral às
pessoas com infecções sexualmente transmissíveis, 2022.

Manual MSD. Disponível em: https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/ginecologia-e-


obstetr%C3%ADcia/vaginite-cervicite-e-doen%C3%A7a-inflamat%C3%B3ria-
p%C3%A9lvica/vaginose-bacteriana-vb

Protocolos FEBRASGO. Vaginites e Vaginoses. Ginecologia - n 24, 2018.

CARVALHO, N.S. e cols. Protocolo Brasileiro para Infecções Sexualmente Transmissíveis 2020:
infecções que causam corrimento vaginal. Epidemiol. Serv. Saude, Brasília, 30(Esp.1):e2020593,
2021.

_____________________________________________________________________________

Página 27 de 35
Questão nº: 05

Item A:

Aponte 5 itens da história clínica do paciente que devem ser coletados durante a entrevista.
(valor: 2,5 pontos)

Resumo dos principais argumentos apresentados pelos participantes. (Item A)

• Considerar sinônimos como: situação vacinal, relação homossexual e caroço na virilha.


• Considerar a investigação de: presença de lesão peniana, uso de preservativos, vida
sexual ativa, prática de sexo anal, múltiplos parceiros, parceria com manifestação
clínica, mesmos sintomas pregressos, febre, dor abdominal, dor lombar, dor testicular,
estado civil, atualização do cartão vacinal, adenopatia inguinal, dor, ardência ao urinar,
histórico de doenças do trato geniturinário, dias de sintomas, uso de medicação, dados
pessoais, relações desprotegidas, alergia medicamentosa, orientação sexual,
comorbidades associadas e uso de imunossupressor.

Manifestação da Banca

O caso em tela traz um paciente com 22 anos que compareceu à unidade básica de
saúde, sem apoio de exames laboratoriais, referindo corrimento uretral discreto, amarelado e
com odor forte, acompanhado de prurido uretral e disúria há 3 dias.

O padrão de resposta esperado para este quesito era:

1. Práticas sexuais.

2. Uso de produtos e/ou objetos na prática sexual.

3. Fatores de risco para infecções sexualmente transmissíveis: novas ou múltiplas parcerias


sexuais, parcerias com IST, história prévia/presença de outra IST, uso irregular de preservativo.

4. Aspecto do corrimento.

5. Presença de sintomas urinários (dor uretral (independentemente da micção), disúria,


estranguria (micção lenta e dolorosa), prurido uretral).

A maior parte dos argumentos se baseia em opinião pessoal ou na prática clínica do


candidato, ou foram interpostos sem a apresentação da argumentação ou da referência que a
embasa.

Uma parte dos recursos foi interposta usando o próprio documento de referência do
autor da questão.

Considerando a referência utilizada pela autoria da questão, no caso, o Protocolo Clínico


e Diretrizes Terapêuticas para Atenção Integral às Pessoas com Infecções Sexualmente
Transmissíveis (IST), o Quadro 7 - História sexual: perguntas específicas para avaliação de risco,
elenca perguntas específicas que abordam os pontos mais importantes relacionados à
vulnerabilidade em relação às IST. E que, a partir das respostas, é possível ao profissional fazer

Página 28 de 35
uma avaliação de risco adequada e realizar o gerenciamento de risco junto com o paciente. O
mesmo elenca as seguintes perguntas, na página 33:

PERGUNTAS ESPECÍFICAS – ROTINA DE CONSULTA


“Vou fazer algumas perguntas sobre sua saúde sexual. Uma vez que a saúde
sexual é muito importante para a saúde geral, sempre pergunto aos pacientes
Saúde sexual sobre isso. Se está tudo bem para você, eu vou fazer algumas perguntas sobre
questões sexuais agora. Antes de começar, você tem dúvidas ou alguma
preocupação em relação à sua saúde sexual que gostaria de discutir?”
“O que você se considera ser (orientação sexual)? Homossexual (gay, lésbica),
Identificação heterossexual, bissexual, outra, não sabe?”
“Qual é a sua identidade de gênero? Homem, mulher, homem trans, mulher trans,
travesti, outra?”
“Qual o sexo com que você foi designado no nascimento, como está registrado na sua
certidão de nascimento?”
“Você já teve relações sexuais?”
Parcerias Se sim: “Quantas parcerias sexuais você teve no último ano?” (ou em outro período
de tempo, de acordo com a avaliação clínica a ser realizada na consulta)
“Você teve relações sexuais com homens, mulheres ou ambos?”
“Nos últimos três meses, você teve relações sexuais com alguém que não
conhecia ou que acabou de conhecer?”
“Você já foi forçado(a) ou pressionado(a) a ter relações sexuais?”
“Nos últimos três meses, que tipos de sexo você teve? Anal? Vaginal? Oral?
Receptivo (passivo), insertivo (ativo), ambos (passivo e ativo)?”
Práticas sexuais “Você ou sua parceria usou álcool ou drogas quando você fez sexo?”
“Você já trocou sexo por drogas ou dinheiro?”
“Você já teve uma IST?” Se sim: “Qual? Onde foi a infecção? Quando foi? Você se
tratou? Sua parceria se tratou?”
História de IST
“Você já foi testado(a) para HIV, sífilis, hepatite B e C?” Se sim: “Há quanto tempo foi
esse teste? Qual foi o resultado?”
“O que você faz para se proteger das IST, incluindo o HIV?”
Proteção “Quando você usa essa proteção? Com quais parcerias?”
“Você foi vacinado contra hepatite B? Hepatite A? HPV?”
“Você tem algum desejo de ter (mais) filhos(as)?”
Planejamento Se sim: “Quantos filhos(as) você gostaria de ter? Quando você gostaria de ter um
familiar filho? Você e sua parceria estão utilizando algum método para evitar gravidez neste
momento?
Se não: “Você está fazendo alguma coisa para evitar a gravidez?” (certifique-se de
fazer as mesmas perguntas também a pacientes trans que ainda possuem órgãos
reprodutivos femininos)
Fonte: adaptado de Carrió (2012)32; Workowski; Bolan (2015)33; Nusbaum; Hamilton (2002)31.

A presença confirmada de corrimento uretral na queixa clínica do paciente, não


descarta, sem uma avaliação mais diretiva, a presença de outras IST concomitantes, que possam
se manifestar com úlceras, vesículas, linfonodomegalia e/ou sintomas sistêmicos.

Assim sendo, o enunciado da questão deveria ter indicado que não havia outras
condições simultâneas, no intuito de direcionar o candidato imediatamente ao fluxograma para
o manejo de corrimento uretral, que era o recorte do padrão da resposta.

Página 29 de 35
A questão solicitada neste quesito seria mais assertiva se estivesse mais bem delimitada.

Como por exemplo: “Aponte 5 itens da história clínica do paciente que devem ser
coletados durante a entrevista, conforme o fluxograma do Ministério da Saúde para o manejo
de corrimento uretral”.

Esta delimitação denotaria o que o candidato deveria indicar naquele momento,


considerando somente os dados fornecidos.

As perguntas apresentadas no quadro 7 (pág. 33), também devem ser coletadas durante
a entrevista, para além das indicadas suscintamente na Figura 13 - Fluxograma para o manejo
de corrimento uretral (pág. 124), recorte da referência utilizado pelo autor da questão.

Parecer Final:
Recurso deferido – alteração de quesito

Mudança no Padrão de Resposta - Sim

Novo Padrão de Resposta:


Preocupações em relação à saúde sexual?

Orientação sexual, identidade de gênero, sexo designado ao nascimento?

Já iniciou as atividades sexuais (sexarca)?

Quantidade de parcerias no último ano (múltiplas parcerias)?

Relação com homens, mulheres ou ambos?

Relação com alguém não conhecido ou que acabou de conhecer nos últimos 3 meses?

Já foi pressionado a ter relações sexuais?

Tipo de sexo nos últimos 3 meses (anal, vaginal, oral), receptivo (passivo), insertivo (ativo) ou
ambos?

Uso de produtos e/ou objetos na prática sexual?

Uso de álcool ou drogas na relação sexual?

IST prévia (caso afirmativo: qual, onde foi a infecção, quando, foi tratado, parceria tratada?)

Fez testagem para HIV, sífilis, hepatite B e C (quando, qual resultado)?

Como se protege de IST incluindo HIV (quando usa, com quais parcerias)?

Vacinado contra hepatite B, hepatite A e HPV?

Desejo de ter filhos? (caso afirmativo: quantos, quando, uso de método contraceptivo atual;
caso negativo: uso de método contraceptivo atual)

Aspecto do corrimento?

Página 30 de 35
Presença de sintomas urinários (dor uretral (independentemente da micção), disúria,
estranguria (micção lenta e dolorosa), prurido uretral)?

Presença de lesão genital?

Presença de linfonodomegalia?

Parceria com manifestação clínica/sintoma?

Sintomas sistêmicos (febre, calafrio)?

Uso de medicamento para a condição atual?

Comorbidades?

Uso de imunossupressor?

Item B:

Indique os 2 agentes etiológicos mais prováveis nessa situação. (valor: 1,0 ponto)

Resumo dos principais argumentos apresentados pelos participantes. (Item B)

• Considerar outros agentes etiológicos: vírus do herpes simples (HSV) e Treponema


Pallidum.
• Considerar o agente indicado corretamente, mesmo que com erro de grafia (Gonococo,
Clamídia, Gonorreia, Tricomonas).

Manifestação da Banca

O caso em tela traz um paciente com 22 anos que compareceu à unidade básica de
saúde, sem apoio de exames laboratoriais, referindo corrimento uretral discreto, amarelado e
com odor forte, acompanhado de prurido uretral e disúria há 3 dias.

O padrão de resposta esperado para este quesito era: Clamídia (Chlamydia trachomatis)
e Gonorreia (Neisseria gonorrhoeae).

A maior parte dos argumentos se baseia em opinião pessoal ou na prática clínica do


candidato, ou foram interpostos sem a apresentação da argumentação ou da referência que a
embasa.

Uma parte dos recursos foi interposta usando o próprio documento de referência do
autor da questão.

Considerando a referência utilizada pelo autor da questão, no caso, o Protocolo Clínico


e Diretrizes Terapêuticas para Atenção Integral às Pessoas com Infecções Sexualmente
Transmissíveis (IST), o próprio fluxograma para o manejo de corrimento uretral apresentado na
Figura 13, da página 124, utiliza o sinônimo “gonococo” para indicar a gonorreia (Neisseria
gonorrhoeae).

Página 31 de 35
Parecer Final:
Recurso deferido – alteração de quesito

Mudança no Padrão de Resposta - Sim

Novo Padrão de Resposta:


Clamídia (Chlamydia trachomatis) e Gonorreia ou Gonococo (Neisseria gonorrhoeae)

Item C:

Na indisponibilidade para a realização de exames laboratoriais, cite qual é a primeira opção de


tratamento inicial de corrimento uretral. (valor: 2,0 pontos).

Resumo dos principais argumentos apresentados pelos participantes. (Item C)

• Considerar: antibioticoterapia, Cefalosporina de 3ª geração, Ceftriaxona por via oral,


Doxiciclina, Azitromicina, Eritromicina ou Ofloxacina.

Manifestação da Banca

O caso em tela traz um paciente com 22 anos que compareceu à unidade básica de
saúde, sem apoio de exames laboratoriais, referindo corrimento uretral discreto, amarelado e
com odor forte, acompanhado de prurido uretral e disúria há 3 dias.

O padrão de resposta esperado para este quesito era: Ceftriaxona 500 mg, IM, dose
única MAIS Azitromicina 500 mg, 2 comprimidos, VO, dose única (valor: 2,0 pontos = somente
se citar os dois antibióticos associados)

A maior parte dos argumentos se baseia em opinião pessoal ou na prática clínica do


candidato, ou foram interpostos sem a apresentação da argumentação ou da referência que a
embasa.

Os argumentos apresentados são equivocados e sem evidência, sendo assim, não são
procedentes, pois as drogas apresentadas, isoladamente não tratam os dois prováveis agentes
etiológicos simultaneamente.

Parecer Final:
Recurso indeferido

Mudança no Padrão de Resposta - Não

Página 32 de 35
Item D:

Se os sintomas persistirem após 7 dias do tratamento, mesmo com uso regular da medicação
prescrita, cite qual agente etiológico deve ser tratado. (valor: 1,0 ponto)

Resumo dos principais argumentos apresentados pelos participantes. (Item D)

• Considerar Chlamydia tracomatis, tricomoníase, Gonococo, Neisseria gonorrhoeae,


Candidíase, Escherichia coli, Mycoplasma genitalium, Trichomas vaginalis e Ureaplasma
urealyticum.
Manifestação da Banca

O caso em tela traz um paciente com 22 anos que compareceu à unidade básica de
saúde, sem apoio de exames laboratoriais, referindo corrimento uretral discreto, amarelado e
com odor forte, acompanhado de prurido uretral e disúria há 3 dias.

O padrão de resposta esperado para este quesito era: Trichomonas vaginalis (T.
vaginalis)

A maior parte dos argumentos se baseia em opinião pessoal ou na prática clínica do


candidato, ou foram interpostos sem a apresentação da argumentação ou da referência que a
embasa.

Uma parte dos recursos foi interposta usando o próprio documento de referência da
autoria da questão.

Para uretrites persistentes e descartadas as possibilidades de reinfecção ou o


tratamento inadequado para clamídia e gonorreia, deve-se pesquisar agentes não suscetíveis ao
tratamento anterior (ex.: Mycoplasma genitalium, Trichomonas vaginalis e Ureaplasma
urealyticum), bem como outras causas não infecciosas de uretrites, como trauma (ordenha
continuada), instrumentalização e inserção de corpos estranhos intrauretrais ou parauretrais
(piercings) e irritação química (uso de certos produtos lubrificantes e espermicidas) devem ser
consideradas no diagnóstico diferencial. (mesma referência da autoria, pág. 120)

Parecer Final:
Recurso deferido – alteração de quesito

Mudança no Padrão de Resposta - Sim

Novo Padrão de Resposta:


Mycoplasma genitalium, Trichomonas vaginalis e Ureaplasma urealyticum

Página 33 de 35
Item E:

Cite as 3 vacinas que devem ser averiguadas no cartão de vacinação e as 4 testagens a serem
oferecidas, que são pertinentes ao caso. (valor: 3,5 pontos)

Resumo dos principais argumentos apresentados pelos participantes. (Item D)

• Utilizando da mesma bibliografia que respalda o gabarito provisório em sua totalidade


não há menção da vacina Hepatite A nos protocolos e diretrizes o que não é cabível de
pontuação tal item.
• Considerar VDRL como sinônimo de teste rápido para sífilis
• Considerar a indicação das vacinas dT, SCR, febre amarela, Hepatite B, influenza,
Meningocócica ACWY, Meningo B, HPV, tríplice viral e Hepatite A

Manifestação da Banca

O caso em tela traz um paciente com 22 anos que compareceu à unidade básica de
saúde, sem apoio de exames laboratoriais, referindo corrimento uretral discreto, amarelado e
com odor forte, acompanhado de prurido uretral e disúria há 3 dias.

O padrão de resposta esperado para este quesito era: Vacinas: contra hepatite A, contra
hepatite B; contra HPV, testagem para HIV, para sífilis, para hepatite B, e para hepatite C.

A maior parte dos argumentos se baseia em opinião pessoal ou na prática clínica do


candidato, ou foram interpostos sem a apresentação da argumentação ou da referência que a
embasa.

Uma parte dos recursos foi interposta usando o próprio documento de referência da
autoria da questão.

O principal mecanismo de transmissão do vírus da hepatite A – HAV é o fecal-oral. A


transmissão sexual desse vírus é infrequente. No entanto, recentemente, diversos casos de
transmissão sexual do vírus da hepatite A foram confirmados em países da Europa e no Brasil. A
maioria dos casos parece ocorrer entre homens que fazem sexo com outros homens, embora
essa forma de transmissão também tenha sido observada entre mulheres. A magnitude da
transmissão da hepatite A por via sexual é provavelmente subestimada.

A transmissão sexual do HAV possivelmente limita o benefício da prevenção por meio


do uso exclusivo de preservativos, devendo-se complementar a prevenção com outras medidas,
como a higienização das mãos, genitália, períneo e região anal antes e depois do ato sexual; o
uso de barreiras de látex durante o sexo oral-anal e de luvas de látex para dedilhado ou “fisting”;
e a higienização de vibradores e outros acessórios/brinquedos eróticos.

A vacinação se constitui como a principal medida de prevenção contra a hepatite A,


sendo extremamente eficaz e segura.

Página 34 de 35
No caso apresentado, a UBS não dispunha de recurso de apoio diagnóstico laboratorial,
assim sendo, não era possível a verificação de susceptibilidade do paciente exposto por meio da
pesquisa de exame sorológico específico (anti-HAV IgM e anti-HAV IgG).

Em 7 de junho de 2018, foi publicada a Nota Informativa nº 10/2018-


COVIG/CGVP/DCCI/SVS/MS28, que amplia a indicação do uso da vacina de hepatite A para
pessoas que tenham prática sexual com contato oral-anal, com priorização de gays e homens
que fazem sexo com homens – HSH.

Além disso, atualmente, no SUS, a vacina para hepatite A está indicada para crianças de
15 meses a cinco anos incompletos (quatro anos, 11 meses e 29 dias) e, nos CRIE, para pessoas
de qualquer idade que apresentem as seguintes situações: hepatopatias crônicas de qualquer
etiologia (incluindo HCV e HBV), coagulopatias, infecção pelo HIV, quaisquer doenças
imunossupressoras ou doenças de depósito, fibrose cística e trissomias, além de candidatos a
transplante de órgãos, doadores de órgãos cadastrados em programas de transplantes e
pessoas com hemoglobinopatias.

Nesse contexto, toda a população de HSH vivendo com HIV deve ser vacinada para
Hepatite A. VDRL não é sinônimo de teste rápido para sífilis.

Os argumentos apresentados são equivocados e sem evidência, sendo assim, não são
procedentes.

BRASIL. Ministério da Saúde. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Atenção Integral
às Pessoas com Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST). Secretaria de Vigilância em Saúde,
Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis,
Brasília: Ministério da Saúde, 2022. p. 124-5. Acesso em: 21 de março de 2023

Parecer Final:
Recurso indeferido

Mudança no Padrão de Resposta - Não

Referências Bibliográficas:

BRASIL. Ministério da Saúde. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Atenção Integral
às Pessoas com Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST). Secretaria de Vigilância em Saúde,
Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis,
Brasília: Ministério da Saúde, 2022. p. 124-5. Acesso em: 21 de março de 2023

Página 35 de 35

Você também pode gostar