Fichamento do artigo "A contribuição do calvinismo na criação de um ambiente favorável à ética e à moral, a partir da atitude individual" de Fábio José Barbosa Correia.
Título original
A CONTRIBUIÇÃO DO CALVINISMO NA CRIAÇÃO DE UM AMBIENTE FAVORÁVEL À ÉTICA E À MORAL, A PARTIR DA ATITUDE INDIVIDUAL
Fichamento do artigo "A contribuição do calvinismo na criação de um ambiente favorável à ética e à moral, a partir da atitude individual" de Fábio José Barbosa Correia.
Fichamento do artigo "A contribuição do calvinismo na criação de um ambiente favorável à ética e à moral, a partir da atitude individual" de Fábio José Barbosa Correia.
A CONTRIBUIÇÃO DO CALVINISMO NA CRIAÇÃO DE UM AMBIENTE FAVORÁVEL
Á ÉTICA E À MORAL, A PARTIR DA ATITUDE INDIVIDUAL O Calvinismo é mais do que uma interpretação das escrituras sagradas, é também uma outra forma de interpretar o mundo – cosmovisão – e seus fenômenos que afetam o homem. Tal interpretação pode ser vista como contribuinte de diversas áreas da vida humana como as relações sociais, econômicas e políticas. Nesse sentido, o pensamento calvinista prevê uma unidade de sistema de vida e foi um fenômeno central no desenvolvimento da humanidade. Junto com outras vertentes como a paganista, islâmica e romanista, o calvinismo representa um princípio que domina todos os aspectos da vida e que satisfaz todas as condições necessárias para o desenvolvimento da humanidade, além de promover um sentido de busca rigoroso pela ética, moral e virtudes.
Sob uma primeira análise, é possível notar a relação intrínseca entre os
países que adotaram o calvinismo como influência e o alto grau de justiça social e de desenvolvimento nos mesmos. Assim, o calvinismo ganha espaço entre as massas em tempos de colapsos em que se predominam o relativismo das virtudes e a falta de um norte ético e moral.
Outrossim, o criador do movimento, o francês João Calvino, foi uma
figura de extrema importância durante o século XVI ao pôr em prática sua cosmovisão do mundo, influenciando o período em questões políticas, econômicas etc. Em uma de suas obras sobre as esferas políticas e de administração civil, Calvino esclarece que é inconcebível que seus atuantes vivam de forma corrupta, uma vez que entendia que a atuação do governo civil era algo relativo a um “ministério divino”.
Já no século XIX, os calvinistas ingleses, conhecidos como puritanos,
continuaram a influenciar positivamente todas as esferas políticas e econômicas. Para eles, assim como para Calvino, era importante manter a moral e a ética e rejeitar qualquer tipo de corrupção. Nesse viés, as pessoas que seguiam essa vertente acreditavam que as recompensas de um trabalho não corrompido eram morais e espirituais, e esse trabalho “glorificava a Deus e beneficiava a sociedade”. Desse modo, grande atenção era dada à boa consciência, o que trazia ao seu ensino grande força ética, tornando os puritanos os maiores pregadores de retidão pessoal.
Além disso, a doutrina da eleição ou predestinação, considerada ponto
central do pensamento calvinista, tem efeitos psicológicos na produção de uma ética particular, relacionando-se com a questão da equidade e justiça. Com isso, tal ideia de predestinação cria um sentimento de gratidão a Deus e as pessoas acreditavam que eram “eleitas”, o que fazia com elas levassem uma “santificação da vida cotidiana”. Dessarte, a consciência de ser minoria e a motivação de ser eleito de deus fazia com que cada membro das comunidades religiosas se dedicasse simultaneamente ao aprimoramento ético, intelectual e profissional e, principalmente, a Deus.
Para os praticantes do calvinismo, a vertente é primordial pois incita um
conhecimento profundo do coração, traduzindo tal autoconhecimento em boas ações, seguindo o propósito da verdade de Deus. Assim, o fim supremo e principal do homem seria glorificar a Deus. A partir disso, para ser digna da eleição de Deus, a pessoa deveria pregar em sua vida apenas concepções que estivessem alinhadas à sua práxis, devotando sua órbita à glória de Deus, pois este é a razão de sua própria vida, além de eliminar qualquer caminho que a desvirtuasse de tal glória divina.
Tudo deveria glorificar a Deus, até mesmo atividades que
tradicionalmente não estivessem ligadas à religião, como o comércio. Como aponta Weber, “O Deus de Calvino exigia de seus crentes não boas ações isoladas, mas uma vida de boas ações combinadas em um sistema unificado”. Dessa forma, as condutas religiosas escapam apenas das paredes da Igreja e entranham-se em todos os campos, divinos ou seculares, do dia a dia de um indivíduo.
Infere-se, portanto, que o a vertente calvinista é muito mais do que
apenas mais uma religião engessada. O Calvinismo, em verdade, engloba todos os aspectos da vida de seus adeptos e contribui para o desenvolvimento das sociedades. Assim sendo, sua cosmovisão mostrou-se importante para a efetiva manutenção econômica e política do Estado que guiar, pois é contra tudo aquilo que corrompe e causa ruptura estatal, como a corrupção. Dessa maneira, o Calvinismo deve ser considerado por todos que desejam viver em uma sociedade íntegra, contribuindo para o conhecimento profundo de seus pensamentos e coração, o que leva a atitudes justas que não atinjam o próximo, atendendo à máxima de glorificar à Deus e viver pelo mesmo.