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CHARQUEADAS
& OLARIAS
Um estudo sobre o espaço
pelotense
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Ester J. B. Gutierrez
NEGROS,
CHARQUEADAS
& OLARIAS
Um estudo sobre o espaço
pelotense
2ª Edição
Pelotas
Editora e Gráfica Universitária – UFPel
2001
Obra publicada pela Universidade Federal de Pelotas
Impresso no Brasil
Copyright 2001 – Ester J. B. Gutierrez
Tiragem: 1.000 exemplares
1. História-arquitetura. 2. História-Pelotas
3. Negros-história 4. Charqueadas-história
5. Olarias-história I – título.
CDD : 981.657
Para meus pais, filhos, marido, sogra
e cunhados pelo muito que lhes devo.
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SUMÁRIO
Mário Maestri∗
∗
Doutor em História pela Université Catholique de Louvain, Bélgica.
Professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
INTRODUÇÃO
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Figura 2 – Localização: Assunção; Colônia do Sacramento; Montevidéu; Rio Grande; Laguna; São
Francisco e Curitiba.
Vicente a Assunção. [ABREU E SILVA, 1948: sp.] O acesso dos castelhanos a Buenos
Aires não era fácil:
“[...] a mercadoria espanhola ou européia, que passava pela Espanha
necessariamente chegava ao istmo de Panamá, a Cartagena ou ‘porto
Bello’, cruzava o istmo em mula, era carregada na frota do Mar do Sul,
desembarcava em ‘Calao’ [porto] para ser transportada para Lima, e de ali
tomava caminho das caravanas, em lombo de mula, até chegar Buenos
Aires. [...] Como resultado da intensa atividade de contrabando realizada
na época, que não é exclusiva do Prata, mas sim é própria de um regime
regulamentarista ao extremo como era o monopolista espanhol [...].”
[WILLIAN & PONS, 1989: 93] [FIG. 2]
Domínio colonial
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Uma outra classificação dos primeiros habitante do Rio Grande relacionou três
grandes grupos. Foram eles os tupis-guaranis, os gês e os guaicurus.
“No primeiro desses grupos [Tupis-Guaranis] são incluídos os Tapes,
Carijós, Caaguas, Guaianás e Arachanes; no segundo [Gês] estão reunidos
os Botocudos, os Bugres, Caingangs e Coroados; constituindo o terceiro
grupo [Guaicurus] os Jaros, Guenoas, Charruas e Minuanos.” [COSTA e
SILVA, 1968: 13]
Segundo o critério geográfico, definiu-se uma terceira relação para os
habitantes pré-colombianos:
22 NEGROS, CHARQUEADAS & OLARIAS
Missões
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Figura 4 – Vacarias.
Colônia do Sacramento
CAMINHO DA PRAIA
Entre a Colônia do Sacramento e Laguna, ficava uma terra ainda não explorada
pelas potências ibéricas. No meio desse espaço, perto do oceano Atlântico, foi erguido,
em 1737, pelos portugueses, o presídio Jesus-Maria-José, que veio dar origem à atual
cidade de Rio Grande. O assentamento do presídio visava fornecer uma retaguarda
militar à Colônia, fiscalizar e cobrar os impostos dos produtos que saíam de lá, fixar a
povoação portuguesa. A primeira década de vida de Sacramento foi marcada por um
desenfreado contrabando de tecidos, couros e, principalmente escravos, sob o
envolvimento silencioso das autoridades portenhas.
“Sacramento foi um mercado distribuidor de escravos, não os fixou, em forma
geral, à região; é, porém, interessante reter essa primeira introdução da mão-de-obra
negra no Sul.” [MAESTRI, 1984: 43] Na década seguinte, a última do século XVII, a
cidadela “passou a contar para mais de 1.000 habitantes.” A administração “promoveu
a salga de carnes, criando uma verdadeira indústria e promovendo, com o maior êxito,
o comércio do produto; localizou agricultores nas cercanias da praça [...].” [CESAR,
1970: 81] Quando entrou o século XVIII, a cidade e a conseqüente disputa com Buenos
Aires continuavam a crescer.
“Era 1703. [...] é quando parte de Colônia Domingos Filguera, para
estabelecer o roteiro que seria a ligação por terra com o Brasil, acabando
com a perigosa dependência marítima .............................................................
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percorre em quatro meses o caminho que ficou conhecido como o Caminho
da Praia, da Colônia até Laguna. Faz as indicações essenciais para
promover a ligação por terra e a região passaria a ser trilhada pelos
tropeiros, primeiro levando o gado que alimentaria as Minas Gerais,
fechando o ciclo produtivo e inserindo Colônia no processo de circulação e
acumulação mundial, via Portugal, além de fixar os luso-brasileiros,
primeiramente os lagunistas, nos caminhos do Sul.” [NETTO, sd.: 102]
A caminhada de Domingos Filguera foi descrita em um roteiro cheio de
informações inéditas sobre os lugares que percorreu, e de sugestões aos futuros
viajantes. Ao mesmo tempo em que propôs um guia gastronômico para as jornadas, deu
conta da fauna da região. Da mesma forma, comunicou sobre a geografia do território e
sugeriu a confecção de embarcações. Começou advertindo sobre o perigo das onças e,
por isso, optando pelo caminho da praia. O itinerário atravessou a serra de Maldonado;
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circundou a lagoa de Castilhos; avistou “um lago que vai costeando a costa e vai fazer
barra no Rio Grande”.
Nesse lugar, construiu uma jangada para passar às águas. Sempre pela praia,
cruzou o Taramandabum [Tramandaí] e o Iboipiu, com água pela cintura, o Araraga e o
Ararangá [Araranguá] de jangada. Seguiu até uma lagoa e depois, andando pelos rastos
de gado, avistou os morros de Santa Marta. Tomando a direção do interior, enxergou
Laguna e os animais do Capitão Domingos de Brito, fundador da povoação. Definiu
Castilhos como o lugar onde acabava o gado vacum e iniciava a caça abundante de
porcos, cervos e veados. Observou que as margens das lagoas e do mar eram generosas
em peixes e pássaros. [FIG. 5]
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Estrada do Planalto
Os caminhos históricos
Montevidéu
Rio Grande
dos campos da área do canal levou à instalação das estâncias reais da Torotama e do
Bojuru, com gado trazido de São Miguel. [FIG. 6] A existência de todas essas
edificações garantia a posse do território até Santa Catarina, dava acesso ao sistema
hidrográfico da laguna dos Patos, permitia o acesso aos rebanhos platinos, formava uma
retaguarda à Colônia do Sacramento, ajudava no controle e fiscalização dos impostos,
mercadorias, gado e ocupava efetivamente a terra. Essa posse foi o que mais pesou nas
questões de limites entre as duas potências ibéricas.
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Primeiras Sesmarias
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Açorianos
1747, realizou-se o contrato com Feliciano Velho Oldemberg para o envio de casais
açorianos em grande quantidade. [Fortes, 1978: 52]
A vinda dessas famílias não rompeu o processo de apropriação da terra que
vinha sendo feito. Ao contrário, a mão-de-obra doméstica açoriana abasteceu de
alimentos os exércitos e forneceu braços para as operações militares. A imigração
serviria para a criação de povoados.
“Há orientações minuciosas sobre a escolha dos ‘sítios mais apropriados
para fundar lugares’, com sessenta casais cada um. As ordens estabelecem
também a extensão que devem ter os logradouros públicos, a praça, a
igreja, e a dimensão das ruas. Outra determinação expressa era a de ‘logo
levantar uma Companhia de Ordenanças’ nas quais ‘se alistarão todos os
moradores, casados e solteiros, e dareis ordens para a sua disciplina’.”
[OSORIO, 1990: 98]
O tamanho das datas de terras destinadas à agricultura e, conseqüentemente,
aos casais colonizadores, era bem diferente do das sesmarias de campo destinadas às
fazendas de gado. Quanto ao processo de concessão, a data era uma doação do
governador militar de São Pedro e possuía mais ou menos 1500 braças, um quarto légua
quadrada [272 hectares]. A sesmaria deveria ser concedida pelo vice-rei, governador do
Rio de Janeiro e, posteriormente, ser confirmada, em Portugal, pelo conselho
Ultramarino. Media aproximadamente três léguas de comprimento, por uma de largura
ou uma e meia em quadro [de 13.000 a 10.000 hectares]. [FORTES, 1978: 80]
Um ano depois de assinado o contrato com Feliciano Velho Oldemberg, em
1748, em Santa Catarina, chegou a primeira leva de casais do contrato. Em 1752, a
maior parte alcançou Rio Grande para dar andamento à ocupação da área definida pelo
tratado de Madri. Foram enviados a Viamão, Santo Amaro e Rio Pardo, não atingindo a
terra missioneira. O tratado fracassou, os espanhóis avançaram sobre Rio Grande e os
açorianos passaram quase 20 anos sem receber a propriedade estipulada no edital.
O Rincão de Pelotas
líder guarani Sepé Tiarajú. [PINHEIRO, 1982: 81] É possível que esses feitos tenham
contribuído para que o governador Gomes Freire de Andrade o presenteasse, em 18 de
junho de 1758, com o rincão de Pelotas. O rincão possuía os seguintes limites naturais:
laguna dos Patos; sangradouro da Mirim, atualmente chamado de canal São Gonçalo;
arroios Pelotas e Correntes. [BPP, RPTMP, 93: 11] [FIG. 8] Nesse lugar, quando o
tenente-coronel não era mais proprietário, chegaram a funcionar, como já assinalamos,
sete charqueadas, unidas, ou não, às respectivas fazendas.
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[MONTOYA, 1984: 111] Entre outros negócios, Francisco Medina foi empresário da
pesca da baleia, nas costas da Patagônia, e, nos anos de 1784 e 1786, forneceu sal às
cidades de Montevidéu e Buenos Aires. Adquiriu uma grande estância, perto do arroio
Colla, e colocou em marcha um enorme saladeiro, pelo sistema chamado irlandês, que
conservava a carne em barricas de sal. [ASSUNÇÃO, 1978: 271]
Este último empreendimento contava com um porto na desembocadura do
arroio Sauce com o rio da Prata e estava localizado numa área de sete léguas [46,2km]
de frente ao rio da Prata, por três e meia [23,1km] de fundo, tendo a leste o rio Rosário
e, a oeste, o arroio do Sauce. Em 1788, Medina recebeu 150.000 pesos de empréstimo
da Real Fazenda, para melhorias naquele estabelecimento. No mesmo ano, veio a
falecer. Na relação de bens da estância, o rebanho de gado somou 25.000 animais, o de
cavalos, 3.000, e o de ovelhas, 300. Na charqueada, trabalhavam 11 escravos. A fábrica
de salgar contava com 11 galpões, sendo três de tijolos e telhas de barro e o restante de
pau-a-pique e cobertura de palha. Todos serviam a mais de uma função. Nos primeiros,
localizavam-se os tanques de salga, fábrica de tonéis, dormitório para os toneleiros e
depósitos. Os outros galpões serviam de armazéns para o charque, depósitos,
alojamento da peonada, cozinha e olaria. A senzala compartilhava do mesmo galpão da
graxeira, onde se produziam velas, sebo, etc. Para pendurar sebo e graxa, possuía
enramadas a céu aberto. Contava com currais para gado e cavalos. [ASSUNÇÃO, 1978:
272]
Há quem afirme que o primeiro saladeiro que se instalou, na Banda Oriental,
foi obra de dom Francisco Antônio Maciel, em Montevidéu. As fábricas de carne
salgada foram se estabelecendo nas proximidades de Montevidéu, próximas à baía; nas
imediações de Maldonado; nas margens dos rios Uruguai e Negro, “buscando sempre
conciliar as facilidades de abastecimento de gado com a economia de transporte dos
produtos elaborados”. [SEOANE, 1928: 94] Em Buenos Aires, a produção da carne
salgada, com vistas à comercialização, iniciou mais tarde, mas, em troca, as medidas
protecionistas tomadas pela Primeira Junta foram crescendo até 1815, permitindo o
estabelecimento e o rapidíssimo desenvolvimento dos saladeiros.
“E aqui tudo se fará, fundamentalmente, ao redor de um nome, cuja
influência, emanada precisamente nessas medidas protecionistas, em seu
caráter, seu poder econômico, seu carisma popular [que lhe dava fama de
muito ‘gaúcho’], e seus ‘contatos’ locais e externos, cada vez mais
poderosos: Juan Manuel Rosas. A firma Rosas, Terrero y Cia, exerceu um
verdadeiro monopólio sobre a indústria saladeiril e a exportação dos
produtos desta, desde 1815 em diante.” [ASSUMÇÃO, 1978: 276]
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[BETTAMIO, 1980: 164] Era de parecer favorável à instalação das fazendas de gado,
desde que as vivendas de seus donos se localizassem dentro do recinto da vila.
Em 1778, Moniz Barreto, em “Observações relativas à agricultura, comércio e
navegação do continente do Rio Grande de São Pedro no Brasil”, propôs:
“[...] que as terras sejam repartidas de outro modo, diferente do que se
havia praticado para que ‘em lugar de haver muitas fazendas grandes, haja
muitas pequenas, segundo a força dos agricultores’; identifica ramos do
comércio a serem incentivados, como ‘as carnes salgadas que devem ser
exportadas a este reino em lugar das que vem da Irlanda’, e o cultivo do
linho cânhamo, que dispensaria as importações da Rússia.” [OSÓRIO,
1990: 165]
Dois anos depois, em 1780, começou a distribuição formal das propriedades.
Em relação ao distrito do Serro Pelado, verificou-se que houve coincidência entre as
observações dos autores assinalados e as doações de terras, realizadas pela coroa
portuguesa. Quanto à região platina, constatou-se que, tanto no caso da aparente
gratuidade das concessões portuguesas, como no da venda espanhola, houve a
monopolização das terras, por parte dos comerciantes, militares e abastecedores do
exército.
Posses
Serro Pelado
“Nas três léguas [19,8km] que distam entre o tronco do Piratini e a parte
meridional desta cordilheira [serra dos Tapes] se acha em cerro elevado,
mas todo rodeável e limpo de mato postado junto à margem setentrional do
mesmo Piratini longe da embocadura sete léguas [46,2km] a que chamam
Serro Pelado.” [ROSCIO, 1980: 127] [FIG. 10]
ENQUANTO ISSO, NA BANDA DE LÁ 53
NORTE
Figura 10 – Cópia parcial do mapa de João Francisco Roscio, 1778. Biblioteca Nacional. Seção de Manuscrito, 5, 4, 35.
O rio Piratini deságua mais ou menos no meio do canal que une a lagoa Mirim
à laguna dos Patos. Nasce na serra do Passarinho e, até chegar o sangradouro, percorre
quase 200km. Naquela época, era navegável por lanchões, até o passo do Ricardo, a
40km da foz. Pela margem direita recebia: o Piratini-chico, Piratinisinho, ou Piratini-do-
meio; o Santa-Maria ou Piratini-da-orqueta, que descia a coxilha das Pedras Altas, e o
arroio Herval. Eram afluentes da margem esquerda: o arroio Tamanduá; o Antunes; o
Correntes; o Piratini-do-Saraiva, que nascia a ocidente de Cangussu; o arroinho da
Maria-Gomes; o arroio das Pedras, que brotava na serra da Buena; e o arroio do Capão
do Leão, que tinha origem nos serros das Almas. [VARELA, 1897: 330]
Entre o rio Piratini e a laguna, mais cinco arroios despejavam suas águas na
margem norte do São Gonçalo: o arroio Pavão, que nascia na serra de mesmo nome e
era navegável para pequenos barcos; o arroio do Padre-doutor, padre Pedro Pereira
Fernandes de Mesquita, que tinha origem na serra que lhe deu o nome; o arroio do
Fragata ou do Moreira, que começava na serra da Buena; o arroio Santa Bárbara, que
surgia no Monte Bonito e um dia chegou a banhar a cidade de Pelotas, e o seu afluente,
o arroio Pepino; e, por fim, mais próximo da laguna, o arroio Pelotas, com 30km
navegáveis, dos seus 40 de extensão, e dois afluentes, o João-padre, na margem direita e
o Andradas, na esquerda. [VARELA, 1897: 330] [FIG. 11]
54 NEGROS, CHARQUEADAS & OLARIAS
NORTE
Figura 11 – Cópia reduzida de um mapa do Serro Pelado. Acervo Profa. Helen Osório.
Do arroio Pavão, afluente do rio Piratini, até a laguna dos Patos, existiram seis
estâncias interceptadas por cinco arroios, que chegavam à margem norte do sangradouro
da Mirim. Somando-se a fazenda da Feitoria, localizada às margens da laguna, entre os
arroios Grande e Correntes, teríamos as sete fazendas que vieram a formar o município
de Pelotas, hoje subdividido nos municípios de Capão do Leão e Morro Redondo. No
quadrilátero definido pelo arroio Pavão, ou do Contrabandista, e a laguna dos Patos; o
arroio Grande e o sangradouro da Mirim, ou canal da Torotama, atualmente chamado de
canal São Gonçalo, funcionaram mais de 40 charqueadas. Desses estabelecimentos,
aproximadamente 30 localizaram-se na Sesmaria do Monte Bonito, destinando-se
exclusivamente à salga de carnes e tendo, como alternativa, a produção de elementos
cerâmicos. As charqueadas restantes, distribuídas pelas outras sesmarias, dedicavam-se
também à criação. [FIG. 12]
Todas essas estâncias estavam afetas ao distrito do Serro Pelado, onde o
brigadeiro Rafael Pinto Bandeira, como Comandante da Fronteira do Rio Grande, dava
informações nos processos de concessão de terras. Rafael Pinto Bandeira foi o exemplo
máximo do estancieiro-militar. Sua biografia confunde-se com a história do Rio Grande.
Ele e seu bando contrabandearam gado, apropriaram-se de terras, trucidaram,
aprisionaram e expulsaram nativos e castelhanos, amedrontaram seus companheiros, e,
para a Coroa portuguesa, conquistaram e reconquistaram território.
O comandante da fronteira do Rio Grande fazia com que as autoridades
instituídas pelo poder colonial ficassem impotentes diante dos seus atos e dependentes
de suas ações. Por isso, o vice-rei, marquês de Lavradio, era favorável às arreadas que
enfraqueciam os espanhóis, porque acreditava que não havia outro remédio senão
permitir a Pinto Bandeira se fartar, ou seja, até que o brigadeiro se julgasse satisfeito. A
maneira de agir de Pinto Bandeira deixava a diplomacia portuguesa embaraçada, como
no caso da denúncia do comandante espanhol Juan Verniz, sobre o ataque que Pinto
Bandeira fez à Guarda de São Martinho, onde, além de matar soldados espanhóis e fazer
prisioneiros, pegou numerosa cavalhada, gado vacum e alguns índios; na estância de
São Lourenço, chegou a desnudar as índias e apropriar-se de seus poucos bens.
[OSÓRIO, 1990: 133]
56 NEGROS, CHARQUEADAS & OLARIAS
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Figura 12 – Terras que formaram os atuais municípios de Pelotas, Capão do Leão e Morro Redondo.
Rio Grande, contraiu segundas núpcias com Josefa Eulália de Azevedo. Com Bárbara
Vitória, teve uma filha, Bibiana Maria Bandeira e, com a segunda esposa, ganhou outra
filha, Rafaela Pinto Bandeira. Esta casou com o coronel baiano Vicente Ferrer da Silva
Freire. De Rafaela, ganhou dois netos: Diogo da Silva Freire, assassinado juntamente
com seu pai, em sua fazenda no rio dos Sinos, em 1836, e Maria Josefa da Silva Freire,
casada com Israel Rodrigues da Silva, filho do comendador Boaventura Rodrigues
Barcellos e de Cecília Rodrigues Barcellos. [RHEINGANTZ, 1979: 371] A família
Rodrigues Barcellos foi a que teve maior número de charqueadas, todas localizadas na
margem direita do Arroio Pelotas, na sesmaria de Monte Bonito.
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Figura 13 – Localização aproximada das terras que formaram a Estância do Pavão de Rafael Pinto Bandeira.
NORTE
Figura 14 – Cópia parcial da carta cartográfica, 1777. Instituto Histórico e Geográfico de Pelotas.
Figura 15 – Cópia parcial e reduzida do canal São Gonçalo. Biblioteca Nacional, seção de mapas, 8, 4, 20.
Sessenta e seis por cento dos cativos de Joaquina não possuíam informações
sobre seus afazeres, possivelmente porque não eram qualificados e prestavam qualquer
tipo de serviço; 26% do total eram mulheres. Apesar de o programa de necessidades
destacar as instalações destinadas à olaria, nenhum escravo foi qualificado como oleiro.
Por outro lado, apesar do número elevado de escravos, a senzala, na charqueada do
Pavão, não constou de nenhum dos dois inventários. Certamente, a explicação dessa
questão, assim como de outras já apontadas, ou não, necessita de uma amostragem
maior de dados, que, no decorrer do trabalho, irão sendo apresentados.
Do exposto até aqui, foi possível identificar uma tipologia de charqueada,
constituída de três atividades: criação de animais, produção de charque e de elementos
cerâmicos. Essa solução pode ser encontrada na Banda Oriental e no Continente de Rio
Grande, desde os últimos vinte anos do século XVIII, e no século XIX. A localização
seguia dois critérios, a proximidade dos rebanhos de gado e a dos cursos de água
navegáveis, com acesso ao Atlântico, favorecendo, conseqüentemente, a exportação.
Esses dois critérios, para a implantação dos empreendimentos saladeiris, fizeram
com que o distrito de Serro Pelado fosse transformado no maior pólo sulino da Colônia e do
Império. Para começar, o Serro Pelado era fronteiro aos Campos Neutrais, a “terra-de-
ninguém”, povoada com imensos rebanhos de gado bravio. O canal São Gonçalo permitia o
acesso à Banda Oriental, através da lagoa Mirim, e, pela laguna dos Patos, alcançava-se o
porto de Rio Grande e o Atlântico. No sangradouro, desaguava uma série de arroios, que
permitiam a navegação e serviam de limites naturais às doações de terras. A costa do arroio
que propiciava o maior trecho navegável, o Pelotas, foi dividida em pequenas frações de
terrenos, e ali se instalou o cerne do núcleo charqueador pelotense. Nesse espaço, foi
identificada uma outra tipologia de charqueada, destinada especialmente à produção do
charque, e, muitas vezes, acompanhada da produção de elementos cerâmicos.
Capítulo 7
SANTANA
Existiram três estâncias - Santana, São Tomé e Santa Bárbara - entre a fazenda,
a charqueada e a olaria do Pavão e o cerne do núcleo charqueador pelotense, na
sesmaria do Monte Bonito, situada entre os arroios Santa Bárbara e o Pelotas. Elas
ocupavam o espaço cortado pelo arroio de São Tomé, depois chamado de Padre-doutor,
e do Pestana, Moreira, ou, como posteriormente foi chamado, Fragata, até encontrar o
arroio Santa Bárbara, divisa das terras da estância do Monte Bonito. Pelo menos, nessa
área, funcionaram duas charqueadas, localizadas às margens do arroio Fragata. Os
estabelecimentos saladeiris pertenceram a Antônio Rafael dos Anjos e a Joaquim
Manuel Teixeira, ambos da Colônia do Sacramento. [FIG. 16]
O dono da fazenda de Santana foi Felix da Costa Furtado de Mendonça, alferes
de ordenanças das tropas da Colônia do Sacramento. Nascido em 1735, em Saquarema,
Nossa Senhora de Nazaré, no Rio de Janeiro, morreu em 1819, em Pelotas. Seus pais
chamavam-se Jorge Antônio da Costa Soares e Ana Maria Furtado de Mendonça. Em
1773, na Colônia do Sacramento, casou com Ana Josefa Pereira. Esta era filha de
Vicente Pereira, português de São Pedro de Alfândega da Fé, Bragança, que havia
casado na cidade do Porto, enquanto aguardava a partida de um navio para a América,
com sua conterrânea Madalena Martins Pinta. Ana Josefa foi a décima e última filha do
casal. Entre seus irmãos, havia dois padres, Pedro Pereira Fernandes de Mesquita,
vigário de Rio Grande, e Antônio Pereira de Mesquita. Ana Josefa Pereira e o alferes
Felix da Costa Furtado de Mendonça tiveram três filhos homens, o doutor Hipólito José
da Costa Pereira, nascido na Colônia; o padre Felício Joaquim da Costa Pereira,
portenho, primeiro vigário de Pelotas, e o rio-grandino José Saturnino da Costa Pereira.
[RHENGANTZ, 1979: 255]
Hipólito, Felício e Saturnino estudaram em Coimbra, como o tio, por isso
chamado padre-doutor Pedro Pereira de Mesquita. O mais velho, Hipólito, formou-se
em Leis e Filosofia. Jornalista, iniciou e manteve a publicação do Correio Brasiliense,
até a Independência do Brasil. Recebeu o título de Patrono da Imprensa Brasileira. A
mando do governo português, desempenhou diversas funções. Na América do Norte,
estudou as culturas do linho e do cânhamo, por parecerem adequadas à capitania de São
Pedro do Rio Grande. Entre 1801 e 1803, suspeito de ser ‘pedreiro livre’, permaneceu,
por ordem do Santo Ofício, nos cárceres da Inquisição, de onde conseguiu fugir.
[CUNHA, 23/08/1928: s.p.] [FIG. 16]
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Figura 16 – Localização aproximada das estâncias do Pavão, Santana, São Tomé e Santa Bárbara.
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São Tomé
confinante Rafael Pinto Bandeira; do dito passo em linha reta, por cima de
uma coxilha que vai ao passo dos Carros, no arroio Pestana [Fragata ou
Moreira], onde extrema com José da Silva e a serra que tapa os referidos
campos.” [RAPRGS, /04/1921: 112]
Alexandre da Silva Baldez era originário da Colônia do Sacramento. Durante a
ocupação espanhola, tinha se escondido por essas paragens. Quando o vice-rei Luís de
Vasconcelos e Souza, em 1789, concedeu-lhe a posse das terras que ele ocupava, essas
mediam duas léguas [13.200m] de comprimento e 3/4 de légua de largura.
Santa Bárbara
Mudança de Rumo
Além das quatro estâncias, Pavão, Santana, São Tomé e Santa Bárbara, mais
três, Monte Bonito, Pelotas e Feitoria formaram o município de Pelotas, atualmente
subdividido entre os municípios de Capão do Leão e Morro Redondo. Para apresentar
os dados referentes à implantação do pólo charqueador pelotense, esta descrição levou
em conta dois critérios. O primeiro, de ordem geográfica, vinha, ao longo deste
trabalho, seguindo o sentido sul-norte, Pavão, Santana, São Tomé e Santa Bárbara.
O segundo critério de apresentação deixou para expor, no fim, as sesmarias
onde funcionavam maior quantidade de charqueadas. Ou seja, começar com o entorno e
terminar no cerne do núcleo saladeiril. Por isso, o rumo foi invertido. As estâncias de
Pelotas e Monte Bonito, divididas pelo arroio Pelotas, foram deixadas por último. Na
estância de Pelotas, na margem esquerda do arroio, funcionaram sete estabelecimentos;
na direita, na sesmaria do Monte Bonito, trabalhavam 23 fábricas de salga de carnes. No
Monte Bonito, somavam-se, ainda, mais ou menos dez saladeiros, localizados às
margens do canal São Gonçalo.
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Figura 18 – Localização aproximada das sesmarias do Monte Bonito, Pelotas e Real Feitoria do Linho Cânhamo.
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Figura 19 – Localização aproximada das estâncias Sá [Patrimônio], Graça, Palma, Galatéia e Laranjal.
Devassa
dessa acusação, Tomás Luís Osório foi denunciado por proteger um jesuíta. Acabou
enforcado em Portugal. [NASCIMENTO, 1989: 12]
Serro pelado Potros Reses Bois Cavalos Éguas Burros Burras Ovelhas Total
Pelotas 190 5500 230 224 470 8 22 900 7.544
Agregados - 128 10 10 184 - - - 332
Correntes 404 885 12 47 302 29 - 482 2.161
Agregados 33 561 8 32 199 16 - 47 896
S. Lourenço 170 2686 30 207 125 - - - 3.218
Agregados - - - - 1258 428 110 418 2.214
Soma 797 9760 290 520 2538 481 132 1847 16.365
Fonte: ASRGS, L. 1198B: 198-205.
“[...] veremos que a zona de Rio Grande [além da vila, Povo Novo, Cerro
Pelado, Estreito e Mostardas] produz 52,47% do trigo do Continente e
possui apenas 22,37% da população escrava, enquanto que as zonas de Rio
Pardo e Porto Alegre, juntas, produzem apenas 47,54% do trigo e possuem
77,62% dos escravos. São, pois, os lavradores em suas pequenas parcelas,
os responsáveis pela maior parte da produção do trigo, que até 1790 terá
praticamente o mesmo valor exportado do charque.” [OSÓRIO: 1990, 189]
Grandes e pequenos produtores trocaram a agricultura pela pecuária. Além da
superação da crise na Europa, e da existência de todos os problemas listados, os
próprios rebanhos de gado encarregaram-se de pisotear e terminar com as plantações. A
pecuária e seus derivados foram produzidos e mandados para o centro do Brasil. O
processo de produção da carne salgada exigiu uma quantidade maior de trabalhadores
do que o pastoreio. Na sociedade escravista brasileira, a solução encontrada foi a que
vinha sendo utilizada na colônia portuguesa, a importação da mão-de-obra cativa
africana. Com a instalação do pólo charqueador, aumentou consideravelmente a
população escrava no Rio Grande de São Pedro e, em particular, no distrito de Serro
Pelado.
Manuel Bento da Rocha era casado com Isabel Francisca da Silveira. Esta veio
da ilha de Faial, nos Açores, com seus pais, o alferes Antônio Furtado de Mendonça e
Isabel da Silveira. [NASCIMENTO, 1989: 10] Ou, era filha de Mateus Inácio da
Silveira. Essa família já estaria em Viamão, muito antes dos casais de número, ou seja,
do contrato de Velho Oldemberg, que chegaram em Rio Grande em 1748.
Provavelmente esses Silveiras tenham passado por São Paulo, e vindo para o sul, na
mesma época de Jerônimo Dorneles e Dionísio Rodrigues. [FORTES, 1978: 57]
Isabel Francisca tinha quatro irmãs: Mariana Eufrásia; Maria Antônia; Joana
Margarida e Ana Inácia; dois irmãos: Antônio e José Inácio. Suas irmãs e sobrinhas
casaram-se com militares e foram proprietárias das terras da sesmaria de Monte Bonito.
Com a morte do capitão-mor, Manuel Bento da Rocha, Isabel Francisca herdou e
administrou a estância de Pelotas, até a sua morte, no ano da independência do Brasil. O
casal não teve filhos.
Por testamento, destinou parcialmente a estância de Pelotas a duas sobrinhas-
netas e afilhadas, as irmãs Maria Regina da Fontoura e Isabel Dorotéia da Fontoura,
netas de sua irmã Maria Antônia, casada com Maurício Inácio da Silveira, e filhas de
Dorotéia Isabel da Silveira e do capitão de dragões José Carneiro da Fontoura. Maria
Regina da Fontoura casou-se com João Duarte Machado; eles foram pais de José Maria
Bento da Fontoura, Manuel Bento da Fontoura e Maria Augusta da Fontoura, casada
com Joaquim José Assumpção.
A outra herdeira, Isabel Dorotéia da Fontoura, casou com João Simões Lopes.
Dessa sucessão foi possível identificar, na sesmaria de Pelotas, sete charqueadas. A
mais distante, da boca do arroio Pelotas com o canal São Gonçalo, estância da Graça,
76 NEGROS, CHARQUEADAS & OLARIAS
pertenceu a João Simões Lopes, que a passou a seu filho de mesmo nome, também
conhecido como visconde da Graça.
Descendo o arroio Pelotas, em direção ao canal São Gonçalo, encontravam-se
na margem esquerda, as seguintes charqueadas: na estância da Graça, de João Simões
Lopes; no Moreira, de José Antônio Moreira, barão de Butui; na Costa, de Joaquim José
Assumpção, no Fontoura, dos irmãos, José Maria Bento da Fontoura e Manuel Bento da
Fontoura; no Castro, de Antônio José de Oliveira Castro; e, a do barão de Azevedo
Machado, Antônio José de Azevedo Machado. Anotou-se, ainda, um estabelecimento
saladeiril na laguna dos Patos, no Laranjal. [FIG. 20]
NORTE
Figura 20 – Cópia parcial e ampliada de uma carta hidrográfica, Lopo Neto, Arquivo Nacional. Seção de
Mapas, MVOP-CB [25].
“De começos até quase fins do século passado - e desde a foz até pouco
além do Cotovelo, onde na Graça se situara a última charqueada - pelas
suas margens, e sobretudo pela direita, se escalavam esses estabelecimentos
com as suas respectivas olarias.” [Grifo nosso] [CUNHA, 1939: 40]
Em menor número, mas, da mesma forma, as charqueadas da margem esquerda
do Pelotas seguiam subindo a costa do arroio, com as suas respectivas olarias e campos
de criação. Todas essas terras pertenceram preliminarmente a fazenda de Pelotas. A
primeira, mais distante da foz, a charqueada da Graça, vinculada à estância de mesmo
nome, pertenceu ao visconde da Graça, João Simões Lopes. Descendo o arroio, no
Moreira, o segundo estabelecimento foi do barão de Butui, José Antônio Moreira, dono
da fazenda da Palma. Em seguida, estaria a fábrica do barão de Azevedo Machado,
Antônio José de Azevedo Machado, proprietário da fazenda da Galatéia. No lugar
chamado Costa, situou-se o estabelecimento de um outro barão, o do Jarau, possuidor
da fazenda do Laranjal. Continuando a descer o arroio, no Passo Real, encontrava-se o
estabelecimento dos irmãos José Maria e Manuel Bento da Fontoura, que também foram
senhores da estância do Laranjal. Em sexto e último lugar, próxima à foz, no passo do
Castro, ficava a charqueada de Antônio José de Oliveira Castro, sogro do barão de
Butui. [FIG. 21]
Parte das terras da estância de Pelotas foram negociadas, como as duas vendas
realizadas por Isabel Francisca da Silveira, viúva do segundo proprietário, o capitão
Manuel Bento da Rocha:
“15 de maio de 1819. Dona Isabel Francisca da Silveira fez venda a Inácio
Bernardes de um terreno, ou potreiro, que principia no arroio de Pelotas, no
lugar onde algum tempo existiu a olaria de João Duarte Machado [marido
da herdeira, Maria Regina da Fontoura, pai de José Maria Bento da
Fontoura e Manuel Bento da Fontoura], seguindo arroio acima até a Volta
das Éguas, no lugar onde o mesmo João tirava barro, e, deste ponto, a rumo
nordeste, até o pantano, que divide a chácara de Ana Nóia, e daqui
seguindo o mesmo banhado e pantano a rumo sudeste, digo, o pantano até
encontrar o rumo sudeste lançado no lugar onde existiu a casa do dito
Duarte.
6 de novembro de 1819. Dona Isabel Francisca da Silveira fez venda a José
Pinto Martins [o português, que veio do Ceará, e, em 1780, segundo parece,
78 NEGROS, CHARQUEADAS & OLARIAS
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Figura 21 – Localização das charqueadas da margem esquerda do arroio Pelotas e de seus respectivos passos.
Os Passos
Graça
A estância da Graça permanece até hoje nas mãos da família Simões Lopes,
descendente da herdeira Isabel Dorotéia da Fontoura, casada com o português João
Simões Lopes. Isabel Dorotéia, sobrinha de Isabel Francisca da Silveira, era filha de
Isabel Dorotéia da Silveira e do português José Carneiro da Fontoura, capitão de
dragões, que lutou em Rio Pardo contra os correntinos, sob as ordens de Rafael Pinto
Bandeira. Isabel Dorotéia e João Simões Lopes foram pais do visconde da Graça,
também chamado João, de Idelfonso e de Clara, baronesa do Jarau, dona da charqueada
da Costa e da fazenda do Laranjal.
O visconde da Graça teve 22 filhos de dois casamentos, entre eles, Idelfonso
foi ministro da agricultura e deputado federal em sete legislatura; Augusto foi deputado
constituinte e senador da república. O membro mais ilustre da família foi o neto do
nobre casal, o escritor João Simões Lopes Neto, filho de Catão Bonifácio, administrador
ESTÂNCIAS, CHARQUEADAS E OLARIAS DA MARGEM ESQUERDA DO ARROIO PELOTAS 81
Moreira
Costa
Fontoura
Castro
Proprietário João Simões Lopes Br. e Bra. de Butui Maria Augusta Fontoura Fª Alexandrina de José Maria Bento
Castro Fontoura
Terrenos o quinhão de campo o terreno da charqueada sul o terreno da charqueada e o terreno da o terreno da
de charqueada e – Antº de Oliª Norte olaria frente – no valo que charqueada charqueada
olaria Malaquias Bor. fundos – divide herdeiros Inácio José
José Mª da Fontoura e seu Bernardes Oeste – graxeira
irmão Manoel sudeste – na margem do passo
Real, que divide com Aº José
Oliª Castro
Casas casas de moradia casas de moradia casa nova de sobrado e casa casa de sobrado casa de moradia
térrea
Mangueira de armazéns, galpões, armazéns, galpões, guindastes, armazéns, galpão, armazéns, galpão, galpão, curral e
matança, guindaste, graxeiras, varais, barracas [couros] e demais graxeira com cinco caldeiras graxeiras e demais demais
canchas, armazéns, currais e demais utensílios utensílios benfeitorias
depósitos, galpões, utensílios
graxeiras, varais,
curais, etc.
Fonte: APRGS - INVENTÁRIO de João Simões Lopes Neto. Pelotas, nº 366, M. 26, E. 25. 1º Cartório de Órfãos e
Provedoria, 1853; INVENTÁRIO de Leonídia Gonçalves Moreira. Baronesa e Barão de Butui. Pelotas, nº 647, M.
41, E. 25, 1º Cartório de Órfãos e Provedoria, 1867/ 1877; INVENTÁRIO de Maria Augusta da Fontoura. Rio
Grande, nº 514, M. 22, E. 12, 1845; INVENTÁRIO de Francisca Alexandrina de Castro. Pelotas, nº 239, M. 21, E.
25. 1º Cartório de Órfãos e Provedoria, 1848; INVENTÁRIO de José Maria Bento da Fontoura. Pelotas, nº 1465, M.
80, E. 26. Cartório de Órfãos e Provedoria, 1902.
Capítulo 10
O ESPAÇO DA ESCRAVATURA
NAS FAZENDAS, CHARQUEDAS E OLARIAS
Escravas
Especialização
parte das mulheres, as crianças e aqueles sobre os quais a documentação nada informou,
e que, por isso, presume-se que não tivessem qualificação. [TAB. 6]
Eram especializados nos trabalhos do campo, em serviços de tropeiros e
campeiros, de 0 a 23% do plantel de cativos, ou seja, uma média de 9% dedicava-se aos
rebanhos de gado. Na estância, saladeiro e olaria do Pavão, ocorreram os dois extremos.
Antes da morte de seu proprietário, em 1823, existiam 15 escravos campeiros, que
representavam 23% da população servil do estabelecimento. Em 1849, no inventário da
esposa e herdeira, nenhum cativo dedicava-se à pecuária. [TAB. 4 e 5]
Os escravos de ofício e domésticos, aqueles que prestavam serviços à
escravaria e aos senhores, perfaziam um média de 9% da população servil de cada
charqueador. Esse número foi quase uma constante. Os cativos que se ocupavam da
cozinha, da costura, ou só da construção civil, variavam num espectro de 7 a 10%.
[TAB. 5]
Os escravos especializados na fabricação do charque eram os mais numerosos,
correspondendo a uma média de 53% do total de cada charqueador. A quantidade, por
estabelecimento, variava de 23 a 71%, ou, em números reais, de 75 a 7 escravos
qualificados nos trabalhos da salgação da carne e de seus derivados. Esses eram, porém,
os trabalhadores especializados; por isso, supõe-se que o número de homens servis
dedicados à salgação tenha sido maior. Por certo, o trabalho não especializado, na
fabricação da carne salgada, couro, sebo e graxas, ocupava muitos cativos. Em alguns
inventários, o número de serventes chegou quase à metade do total daqueles que se
ocupavam das atividades qualificadas. [TAB. 5 e 7]
Os serventes, assim como os trabalhadores não especializados,
desempenhavam inúmeras tarefas, como: empurrar o vagonete, que continha o boi, da
mangueira de matança até a cancha; transportar as peças de carne daí para o galpão;
lavar as canchas e galpões, imergir os couros em tanques de salmoura; formar e desfazer
as pilhas de charque e couros; colocar e recolher as mantas nos varais; carregar os iates;
acender e manter o fogo das caldeiras ou caldeirões; moer o sal, etc. Eram considerados
escravos especializados, no trabalho dos saladeiros, aqueles que se dedicavam, quase
que exclusivamente, e de forma direta à produção e ao transporte da carne salgada e de
seus subprodutos, exercendo as funções de carneador, salgador, graxeiro, descarneador,
chimango, servente e marinheiro.
A Terra
de 100 a 300m, chegando no máximo a 400m de altura. A outra faz parte da Planície
Costeira gaúcha. A transição entre os morros cristalinos e a planície sedimentar é feita
de maneira gradual, através de pequenos patamares que se estendem em direção do
canal São Gonçalo e da laguna dos Patos. [FIG. 23] Na serra, localizavam-se a sesmaria
e as datas de matos. Na planície, as charqueadas situavam-se nos aluviões das margens
do arroio Pelotas e do canal São Gonçalo; e a cidade, numa área terminal das encostas.
A sesmaria fazia parte da primeira divisão de terras; os saladeiros, o núcleo urbano, as
datas de matos e o logradouro público, da segunda.
Figura 22 – Cópia parcial das linhas de navegação entre os portos das lagoas, canais e da barra do Rio
Grande. Arquivo Nacional. Seção de mapas, MVOP-CB [25].
SESMARIA DO MONTE BONITO. CONCESSÕES X ORGANIZAÇÃO ESPACIAL 95
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Mariana Eufrásia teve suas terras concedidas em 1813. Nessa área, fez o
segundo loteamento, que deu origem à zona de comércio central, da cidade de Pelotas.
O terreno configurava uma extensão das “sobras” da sesmaria de Monte Bonito.
Mariana era irmã de Isabel Francisca da Silveira, dona da sesmaria de Pelotas, mãe de
Maurícia Inácia, esposa do alferes Inácio Antônio da Silveira Cazado.
Em 1825, a sesmaria de Monte Bonito foi dividida entre nove herdeiros. No
Registro de Prédios e Terrenos do Município de Pelotas, foram legatários do alferes:
Alexandre Igº Pires [1.719,9ha]; Inácio Antônio Pires [257,5ha]; Mariana Angélica do
Carmo [1.243,4ha]; Antônio José de Oliveira Castro, casado com Francisca
Alexandrina, [2.265,4ha]; Fermino Antônio da Silveira [1.117,1ha]; Cândida Maria da
Silveira [1.338,4ha]; Francisco Antônio da Cruz Guimarães [1.258,2ha]; João Inácio da
Silveira [1.053,3ha]; Joaquina Fermina da Silveira [1.113,2ha]; totalizando
[10.368,2ha]. [BPP, RPTMP, L. 93: 15] [FIG. 25]
98 NEGROS, CHARQUEADAS & OLARIAS
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faixas ribeirinhas, quase nada restou das construções que abrigavam a mão-de-obra
escrava da charquia.
Capítulo 12
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Figura 26 – Localização das datas de matos, arroio Quilombo, charqueadas, Passo dos Negros, cidade,
tablada, logradouro público.
“Quilombo”
“[...] que a dita quantia não satisfaz ao que a mesma Câmara ter prometido
aos que apreendessem, e destruírem os dez quilombolas considerados
motores dos roubos, incêndios, em assassinatos perpretados no Município,
por quanto tem prometido quatrocentos mil réis pelo chefe preto Manuel
Padeiro e duzentos mil réis por cada um dos nove companheiros do referido
Padeiro [...].”
Entre os anos de 1832 e 1849, “um escravo preto de nação mina” era vendido
por 200 mil réis. Esse preço equivalia a um terreno na rua do Açougue [Barão de Santa
Tecla], de seis braças [13,2m de frente], ou seja, o preço pago por cada quilombola
daria para a compra de um escravo ou de um terreno. [SIMÃO, 1990: 312]
Quatrocentos mil réis era o salário, de um ano, que o arquiteto, Eduardo
Krestckmar, ganhou, em 1834, por realizar os alinhamentos da cidade. Essa comparação
demonstra o alto custo dos escravos e, conseqüentemente, dos prêmios pagos pela
captura ou morte dos fugitivos.
Durante os dez anos que durou a Revolução Farroupilha, tanto os
revolucionários como os dirigentes dos exércitos do império prometiam liberdade aos
cativos que lutassem por suas causas. Possivelmente, uma parcela dos escravos
continuassem procurando os seus próprios refúgios, alheios às desavenças de seus
senhores. Durante o período revolucionário, a documentação é confusa. “Efetivamente,
nos anos posteriores à pacificação, teremos notícias de diversas expedições contra
quilombos, possivelmente formados durante o decênio revolucionário.” [MAESTRI,
1984:136]
provavelmente, porque ele era casado com Francisca Alexandrina, filha e herdeira do
alferes Inácio Antônio da Silveira Cazado e de Maurícia Inácia da Silveira. [FIG. 25]
Simões Lopes afirmou que o estabelecimento, pertenceu a Antônio José de Oliveira
Castro e José Gonçalo, tendo sido construído em terras de frei Marcelino, que o doou às
sobrinhas Dorotéia Cândida Paiva e Mariana Eufrásia da Silveira; o escritor disse,
ainda, que a charqueada pertenceu depois a Alfredo Augusto Paiva. [LOPES NETO:
1952: 113]
Retiro
Cotovelo
O Cotovelo é o lugar onde o arroio Pelotas faz uma curva de quase 90 graus.
Até esse local, as águas descem a serra dos Tapes, procurando o oriente. Bem aí, onde
as águas tomam o sentido norte-nordeste, existiam duas charqueadas, que ficavam a
12km do São Gonçalo. Sobre essa área, Alberto Coelho da Cunha escreveu:
106 NEGROS, CHARQUEADAS & OLARIAS
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Figura 27 – Mapa da divisão de terras do Retiro e do Cotovelo. Base principal no RPTMP, do museu da BPP.
DESCRIÇÃO ESPACIAL DO CERNE DO NÚCLEO CHARQUEADOR PELOTENSE 107
AS DATAS LITORÂNEAS
Tipologia Fabril
Cascalho
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Figura 28 – Mapa da divisão de terras do Cascalho e da Boa Vista. Base principal no RPTMP, do Museu
da BPP.
Arroio Pelotas e, pelo oeste, com o capitão Inácio Antônio da Silveira; por compra que
fez de Antônio, com cercas, currais e varais. Portanto, naqueles primeiros dez anos do
século passado, o Logradouro Público não tinha sido regularizado. As terras de Inácio
Antônio da Silveira encostavam nos limites dos terrenos fabris.
A Residência
O Espaço Fabril
sebo e 3.200 couros estavam estocados no seu estabelecimento. Duas canoas, uma
denominada Princesa do Brasil e, outra, menor, Flor do Arroio, somavam-se aos bens de
Joana Maria Bernardina. Constavam do inventário, ainda: dívidas ativas e passivas,
dinheiro, ouro, prata, pedras, móveis, louças e roupas.
A Matéria Prima
Os Escravos de Jaguari
Boa Vista
Na Boa Vista, ficava uma charqueada que foi passando pelos seguintes
proprietários: José Inácio Bernardes; Antônio da Cruz Seco; Quirino Candiota & Irmão;
Anibal Antunes Maciel e o barão de Arroio Grande, Francisco Antônio Gomes da
Costa. [LOPES NETO: 1952: 114] Maria do Carmo Soares, que havia nascido na
metade do século XVIII, na Colônia do Sacramento, era casada com o português
Joaquim José da Cruz Secco, charqueador. Tiveram uma filha, que recebeu o nome da
AS DATAS LITORÂNEAS 115
mãe, e que casou com outro português, Antônio José Gonçalves Chaves.
[RHEINGANTZ, 1979: 359]
Esse último, é reconhecido não só pela sua fortuna, como, também, pelo
pioneirismo de idéias e feitos. Em 1817, defendia a abolição da escravatura e, em 1832,
introduziu a navegação à vapor entre Pelotas e Rio Grande. Gonçalves Chaves tinha
uma charqueada, na Costa, do mesmo lado direito do arroio Pelotas, a poucos metros da
de seu sogro. Entre eles existiram quatro fábricas, de que tratamos a seguir. Com
pequenas variações físico/espaciais, os estabelecimentos multiplicaram-se nas margens
ribeirinhas das datas litorâneas, até a sede da cidade, junto ao arroio Santa Bárbara.
.
Capítulo 14
COSTA
Vinhas
Bens de raiz
Mais imóveis
Juntos, João Guerino e Matilde e da Silva Vinhas não chegaram a possuir nem
propriedades urbanas, nem grandes propriedades rurais. A diferença que existiu entre a
listagem dos inventários dos bens imóveis de João Guerino e de sua esposa, Matilde da
Silva Vinhas, concerniu a parte de uma chácara em Bagé, que, em viúva, herdara de
seus pais.
A desigualdade foi grande em relação aos bens do filho João. Somou-se ao
patrimônio uma data de matos, na serra dos Tapes, denominada Quilombo; na cidade,
um lance de casas e um conjunto urbano, formado por dois lances de casas e um terreno.
[APRGS, INVENTÁRIO de João Vinhas. Pelotas, nº 642, M. 41, E. 25. 1º Cartório de
COSTA 119
Escravaria
todas as suas disposições, escolheu como herdeiro João Pinto Martins; este residia em
sua companhia e era filho da parda Antônia, que, como Francisca, tinha sido cativa na
Fazenda de Pelotas. [APRGS, INVENTÁRIO de José Pinto Martins. Pelotas, nº 114, M.
10, E. 25. 1º Cartório de Órfãos e Provedoria, 1827]
Cativos
Utensílios
Benfeitorias
OS RODRIGUES BARCELLOS
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Figura 29 – Mapa das propriedades da família Rodrigues Barcellos, vizinhos e estradas. Base principal no
RPTMP, no Museu da BPP.
Até chegar às mãos de Boaventura, outra fatia de terras passou por vários
proprietários. Situava-se entre as terras do visconde de Jaguari, Antônio Pereira da
Cruz, o Logradouro Público e o arroio Pelotas. Em 27 de junho de 1798, João Francisco
Viera Braga comprou 385m de terreno de Antônio Rosa, pela quantia de 140$800 réis.
Quatro anos e dois meses depois, em 27 de agosto de 1802, João Francisco Viera Braga
vendeu a mesma área ao alferes José Cardozo de Gusmão. “[...] 15 de setembro de 1808
José Cardoso de Gusmão fez venda a Boaventura Rodrigues Barcellos.” [BPP,
RPTMP, 93: 178]
Em 1814, os Rodrigues Barcellos realizaram um negócio no seio da própria
família, o qual resultou em três charqueadas.
“20 de setembro de 1814. Luís Rodrigues Barcellos fez venda a seus três
irmãos Cipriano Rodrigues Barcellos, Bernardino Rodrigues Barcellos e
Inácio Rodrigues Barcellos, de um terreno na Costa do arroio Pelotas que se
divide pelo sul com pouco mais ou menos parte eles com terrenos do padre
Antônio Pereira por pé da margem do arroio e outra parte pelo dito rumo
com terras de Luís Pereira, pelo lado do norte pouco mais ou menos se divide
com terrenos hoje Boaventura Rodrigues Barcellos, sendo os fundos do
mencionado terreno de 3.960m. O qual vendedor houve por compra que ele
fez a Custódio José dos Santos Moreira.” [BPP, RPTMP, 93: 33]
Essas terras deram origem ao segundo saladeiro de Boaventura Rodrigues
Barcellos e às fábricas de Antônio José Gonçalves Chaves e de Inácio Rodrigues
Barcellos. Havia grandes confusões nas medições das terras. Os limites eram naturais; a
serra, os arroios e o canal não mantinham as medidas constantes das transações
fundiárias. Parece que as “sobras” eram um tanto elásticas, puxava-se de um lado,
faltava do outro. Existia também a posse dos antigos moradores e a cautela de alguns,
que requeriam títulos de sesmarias. Outros avançavam sobre as propriedades vizinhas.
As desavenças entre a família apareceram um ano depois. Em 1815,
Boaventura Rodrigues Barcellos solicitou medição de suas terras; foi notificado seu
irmão Inácio Rodrigues Barcellos.
“Diz Boaventura Rodrigues Barcellos que ele é senhor e possuidor de uma
porção de terras sitas na costa do rio [arroio] Pelotas com 407m de frente ao
rio [arroio], e 4.136m de fundo até as terras do capitão Inácio Antônio da
Silveira, que as houve por compra a Custódio Manuel Viera e sua mulher [...].
Confinantes, Inácio Rodrigues Barcellos, Cipriano Rodrigues Barcellos,
Bernardino Rodrigues Barcellos, Luís Rodrigues Barcellos e suas mulheres,
Custódio Manuel Viera e sua mulher, José Pinto Martins e dona Maurícia
Inácia da Silveira, por si, e seu marido ausente, o capitão Inácio Antônio da
Silveira.” [APRGS, MEDIÇÃO de Boaventura Rodrigues Barcellos. Pelotas,
nº 568, M. 14, E. 33. 2º Cartório do Cível e do Crime, 1815]
No mesmo ano de 1856, foi feito o inventário dos bens de Albana Rodrigues
Barcellos, esposa de Boaventura da Silva Barcellos, nora do comendador. De maneira
mais detalhada, o levantamento do patrimônio de Albana informou sobre a presença de
uma máquina a vapor, bem como, sobre a moradia de escravos. Na listagem dos prédios
que compunham a charqueada, pôde ser observado: uma propriedade de casas de
sobrado que servia de moradia; uma outra casa, utilizada como graxeira, com cilindros,
três tinas, uma das quais servia para derreter o sebo, e duas para ossos, duas caldeiras
grandes, para apurar graxa, e todos os demais utensílios da mesma graxeira; um galpão
de charquear, com tafona e dois armazéns, para sal; um outro galpão grande, que
compreendia, senzala, armazém, cocheira, estrebaria e diversos quartos; uma casa
grande, destinada a salgar couros, e, uma mangueira, com seu brete e cancha.
[INVENTÁRIO de Albana Rodrigues Barcellos. Pelotas, nº 406, M.28, E. 25, 1º
Cartório de Órfãos e Provedoria, 1856]
OS RODRIGUES BARCELLOS 127
Fluxograma
próprio produto, a carne salgada. No Rio Grande, no início dos anos vinte, do século
passado, por um lado, o gado era confiscado para abastecer as forças militares que
investiam na ocupação da Banda Oriental; por outro lado, nas chamadas califórnias,
invasões àqueles territórios, as reses eram roubadas e contrabandeadas. Com o nome de
Província da Cisplatina, anexou-se a Banda Oriental; a fronteira estendeu-se sobre o
território que ficava ao leste do rio Uruguai. Nesses anos, o fluxo dos rebanhos,
sobretudo para as charqueadas, tornou-se uma constante.
No decorrer de 1821 a 1822, o sal teve uma política atribulada. O Decreto de
29 de abril de 1821 eliminou a cobrança de direitos sobre o sal, nas províncias centrais
do reino do Brasil. Em 11 de maio do mesmo ano, outro decreto estendeu essa isenção
aos portos das províncias periféricas, mas, impôs taxa de 80 réis por alqueire [13,8
litros]. Com essas medidas, o Rio Grande continuava em desvantagem em relação às
províncias centrais e os cofres lusitanos sofriam diminuição, no total de recursos
arrastados. No primeiro semestre de 1822, a isenção atingiu apenas o produto nacional,
transportado em navios nacionais. Em meados, do ano, voltaram as mesmas regras
determinadas pela carta régia de 1805, com exceção do produto inglês, que pagaria
15%. [CORSETTI, 1983: 108-119]
O decreto de abril de 1821 tornou norma a cobrança nas importações. Os
saladeiristas obrigavam-se a pagar pela carne salgada 600 réis em navios estrangeiros e
200 em portugueses. Constantemente, estancieiros, charqueadores e comerciantes do
Rio Grande viam-se subjugados ao poder colonial português, associado às forças
hegemônicas do centro e do nordeste do Brasil. Deste quadro, podem-se extrair as
justificativas para a adoção dos princípios liberais, por Antônio José Gonçalves Chaves.
Sua postura, à primeira vista, parece contradizer sua condição sócio-econômica. Com
atenção, percebemos a situação específica das necessidades econômico-sociais da
produção saladeiril e escravista gaúcha. Daí, a aposta no liberalismo econômico, que,
aqui, representava uma maneira de escapar dos tributos cobrados pela coroa.
Pensamento
Escravidão x Desperdício
As Impressões de Saint-Hilaire
Os Terrenos da Fábrica
Ao todo, somavam sete áreas contíguas, e uma na serra dos Tapes, no lugar
denominado Três Serros, onde existia uma casa de moradia, construída de material. As
propriedades contínuas eram as que seguem: a da charqueada, que se situava na margem
direita do arroio Pelotas, dividia com o estabelecimento do dr. Antônio José Gonçalves
Chaves e irmãos e a fábrica de Boaventura Teixeira Barcellos e Companhia; um
cercado, que limitava com o dr. Chaves e irmão; o potreiro pequeno; o potreiro
pequeno; um terreno no Areal, com frente à estrada, dividindo-se com Cipriano e dando
fundos à mesma charqueada, com quarenta e nove mil e tantos metros de área; um
terreno, que dividia com o outro canto da chácara do mesmo Cipriano e a estrada, com
espaço suficiente para o trânsito público; uma chácara, com arvoredo de espinho,
limitando com Cipriano, a estrada do Areal e terrenos de Boaventura Teixeira; um
potreiro grande, com frente à estrada do Passo Fundo e fundos ao Logradouro Público,
dividindo com Cipriano e com os Chaves. [APRGS, INVENTÁRIO de Inácio
Rodrigues Barcellos. Pelotas, nº 55. M. 36. E. 25, 1º Cartório de Órfãos e Provedoria,
1863]
Em 1874, Dorotéia da Fontoura Barcellos, viúva de Luís Teixeira Barcellos,
em seu nome e de seus cunhados, solicitou medição judicial dessas terras. Mediram
10,3ha. O vizinho, João Maria Chaves, foi notificado. [APRGS. MEDIÇÃO. Dorotéia
da Fontoura Barcellos. Pelotas, nº 642. M. 16. E. 33, 2º Cartório Civil, 1874]
Observaram-se conflitos com os vizinhos, e do pai com os filhos. No tempo de Inácio, a
charqueada tinha duas casas de moradia, uma, onde ele vivia, com cozinha, despensa e
pátio de tijolos, e outra, que ficava na ponta do galpão, com quatro quartos, sala, pátio e
cozinha, coberta de telhas e com paredes de tijolos. A senzala, com cobertura de capim,
localizava-se junto à graxeira dos Chaves.
Quando do levantamento dos bens de Luís, apareceram indicadas três casas,
que serviam de residência aos respectivos filhos, e o que lhe cabia nesses imóveis: “a
casa que reside Eleutério Teixeira Barcellos; a metade da casa que reside Boaventura
Teixeira Barcellos e a casa que reside a inventariante [Dorotéia da Fontoura Barcellos]”
[Luís Teixeira Barcellos. Pelotas, nº 777. M. 46. E. 25, 1º Cartório de Órfãos
Provedoria, 1871]
As instalações permaneceram quase as mesmas, durante o período em que
pertenceu a Inácio e seus filhos; os prédios, mantiveram-se em mau estado de
conservação. Entre os anos de 1863, quando deixou de pertencer ao pai, Inácio, até
1886, quando morreu o último filho, Eleutério, os inventariantes foram anotando a
deteriorização que a fábrica vinha sofrendo. O programa de necessidades do saladeiro
consistia em um armazém para o sal; duas casas, uma de tafona e outra, para guardar
carretas; duas barracas, uma de salgar, contígua a uma de couros; graxeira; cancha;
brete e contrabrete; mangueira de matança. Os utensílios da charqueada, arrolados em
1880, quando do levantamento dos bens de Rita, consistiram em uma balança decimal;
uma outra, americana; 20 tábuas velhas; 18 carrinhos de mão; 1.000 forquilhas de varal
e 300 varas. [INVENTÁRIO de Rita Teixeira Barcellos. Pelotas, nº 937. M. 54. E. 25,
1º Cartório de Órfãos e Provedoria, 1880]
AREAL. INÁCIO RODRIGUES BARCELLOS 139
No canal São Gonçalo, três padres fizeram parte da relação de donatários das
datas para casais, na freguesia de Nossa Senhora da Conceição. Foram eles: Antônio
Pereira; doutor Pedro Pereira Fernandes de Mesquita, vigário de Rio Grande, e Anselmo
de Souza. Antônio e Pedro eram irmãos de Ana Josefa, esposa do alferes Felix da Costa
Furtado de Mendonça, dono da Estância de Santana, localizada nas nascentes do arroio
São Tomé. O Padre-doutor possuía, ainda, terras vizinhas às de sua irmã. O outro
religioso da família Pereira, primeiro vigário de Pelotas, filho de Ana Josefa, chamava-
se Felício. Esse último padre, junto com Antônio Francisco dos Anjos, implantou o
primeiro loteamento urbano de Pelotas.
Os terrenos situados na boca do arroio Pelotas tinham 660m de frente para o
São Gonçalo e mais ou menos 4.136m de fundos, sendo retangulares. O registro de
terras do padre Anselmo de Souza diz o seguinte:
“Terra ao pé do rincão Bravo, que pelo sul parte com o proprietário [desta
data] Antônio Mendes, pelo norte com o terreno do padre João de Almeida,
fazendo fundos para o sangradouro da Mirim. Esta terra foi concedida a
Antônio Mendes Borges, o qual trocou a dita terra com o sobredito
Anselmo, por outra terra que o dito Anselmo possuía, a qual é ao pé da
Roça Velha que parte do sul com o tenente Fernando Gonçalves, pelo norte
com Antônio Freitas e fundos para o dito sangradouro da Mirim.”
[AHRGS, RTRS, M.45, L.291]
140 NEGROS, CHARQUEADAS & OLARIAS
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Pereira da Silva e Maria da Conceição.
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Base principal no RPTMP, do museu da BPP.
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Figura 32 – Mapa da boca do arroio Pelotas com o canal São Gonçalo. Herdeiros de Luís Pereira da Silva.
Base principal no RPTMP, do museu da BPP.
Pelotas e pelos fundos com as terras que sobraram da fazenda do finado Inácio
Antônio.” [BPP, RPTMP, 92: 75]
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Figura 33 – Mapa de divisão das terras de Genoveva Pereira da Silva. Base principal no RPTMP, do
museu da BPP.
“No tocante aos impostos, enquanto o charque sulino era onerado com altas
taxas de importação sobre o sal, os pecuaristas eram obrigados a pagar
altas taxas sobre a légua de terra. Por outro lado, o charque platino,
concorrente do gaúcho, pagava baixo imposto nas alfândegas brasileiras.
Por trás deste tratamento preferencial ao produto estrangeiro, que forçava a
baixa do preço do artigo rio-grandense, manifestavam-se os interesses do
centro e norte do país, que queriam comprar o alimento para seus escravos
a baixo custo.” [PESAVENTO, 1980: 27]
Em duas oportunidades, em 1824 e 1849, Domingos José de Almeida
esclareceu sobre suas atividades comerciais e industriais. Encaminhada ao Corregedor
do Civil, na Corte, a primeira correspondência consistia numa justificativa de serviços
prestados à Província. Além de ser fazendeiro, disse ser negociante estabelecido com
comércio de grosso trato, tanto na terra, como no alto mar, por ter embarcações nas mais
diferentes praças. No segundo expediente dirigido ao Ministério da Fazenda, solicitou
isenção de divisas, referentes às matérias-primas de que necessitava para a manutenção
da fábrica de velas, sebo e sabão de sua propriedade. [NEVES, 1987: 16]
Os Terrenos da Charqueada
“Na Costa. Wenceslau José Gomes que passou a Junius Brutus Cassio de
Almeida [filho de Domingos José de Almeida] e deste, à Cia Pastoril,
Industrial Sul do Brasil. Mais tarde foi de cel. Pedro Osório & Cia. Em
1905 foi era de João M. Moreira.
Na Costa. O estabelecimento de Neves & Irmão, que passou a Domingos
Soares Barbosa, e deste a Antenor S. Barbosa. Também foi do cel. Antero
Cunha e de outros. Foi demolida no princípio deste século.
Na Costa. O saladeiro de José Gonçalves Lopes, que passou a herdeiros.”
[LOPES NETO, 1952: 114]
Atoladouro
Antonio José da Silva Maia quando faleceu era proprietário de uma fábrica que
ficava na Boca do Arroio. Ao longo de sua vida, tivera um outro estabelecimento
charqueador, no São Gonçalo. Em 1884, ano da emancipação dos escravos em Pelotas,
realizou-se o seu inventário. Na descrição do saladeiro, os avaliadores anotaram os
serviços obrigatórios da população servil, escrevendo: “Um estabelecimento de
charqueada, na margem do arroio Pelotas e rio [canal] São Gonçalo, com casa de
moradia, potreiros e todos os escravos contratados, digo, e os serviços dos seus
escravos [...].” [INVENTÁRIO de Antônio José da Silva Maia. Pelotas, nº 995. M. 57.
E. 25, Cartório de Órfãos e Provedoria, 1884]
O plantel de Antônio José estava dividido: alforriados, cinco, todos com mais
de 48 anos; 61, com prestação de serviços, desses duas eram do sexo feminino, e uma
mulher, com cláusula de seis anos de trabalho obrigatório. A fortuna dos Maia
repousava naqueles bens chamados de raiz e no dinheiro que emprestava a juros.
Contaram 43 casas entre prédios térreos e sobrados; oito terrenos urbanos; duas
chácaras; um terreno no Capão do Leão; outro, na estrada do Fragata; uma casa, na rua
do Imperador, atual Felix da Cunha, onde estava montada uma fábrica de sabão e velas,
e, para completar a listagem dos imóveis, um terreno na estrada das Três Vendas, onde
existia um estabelecimento de olaria. Os bens móveis, ou semoventes, como eram
DOMINGOS JOSÉ DE ALMEIDA 153
O Passo dos Negros foi descrito por Alberto Coelho da Cunha da seguinte
forma:
“As barreiras que o São Gonçalo, sob a denominação de sangradouro da
Mirim, opusera às primeiras expedições de exploração, haviam já desde
anos caído: ele fora seguido em todo o seu percurso, examinadas e
perscrutadas as suas margens, e nelas descobertas e investigados os pontos
de mais fácil vedação e que melhor se apresentassem a um serviço de
canoas. Antes de atingir-se o local em que, sobre ele, se abre a boca do
Pelotas, foi criado o passo conhecido por Passo dos Negros e que fora
aberto e se tornara popular sob a denominação de Passo Rico. Nele se
substituíra, desde logo, em favor da Coroa, o imposto de pedágio.[...]
Descoberta que foi esta porta, que dava a entrada à região desconhecida
que, com as datas da serra, se ia confundir e sumir para o interior da ainda
mal devassada Capitania, junto ao passo se formou o primeiro arraial do
distrito.” [CUNHA, 13/08/1928: s.p.] [FIG. 34]
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Figura 34 – Cópia reduzida da planta do Passo dos Negros. Biblioteca Pública Pelotense, Museu,
RPTMP, L. 93, p.147.
NORTE
Figura 35 – Cópia parcial e ampliada do mapa do Porto de S. Pedro do Sul e de parte do Rio São
Gonçalo, 1854. Biblioteca Nacional. Seção de Iconografia, ARC - 8-1-39.
Margarida, viúva do capitão João José Guimarães, venderam a Manuel Batista Teixeira
um estabelecimento, sito no Passo dos Negros, com suas benfeitorias.
O terreno dividia, ao norte, com Damácio Vergara e a povoação do Passo dos
Negros. Limitava, pelo sul, com terrenos da viúva de José Inácio Xavier; pelo leste,
com o São Gonçalo e, pelo oeste, com Manuel Pinto de Morais. No registro,
textualmente, eram essas as dimensões: “[...] tendo a linha 171,6m até o alinhamento da
rua denominada Campo e seguindo o alinhamento [...] rumo nordeste [...] tem por este
rumo 204,6m [...].” [BPP, RPTMP, 93: 124 e 146]
Quase vinte anos antes, em 20 de agosto de 1815, o capitão João José Teixeira
Guimarães e sua mulher, Antônia Margarida Teixeira de Araújo, tinham vendido parte
da propriedade a João Nunes Batista e a Joaquina Maria da Silva, donos da estância,
charqueada e olaria do Pavão. Em 12 de março de 1821, o comendador Francisco
Xavier comprou as terras de João e Joaquina, e, na véspera do Natal do ano de 1833, o
comendador, sua mulher, sua mãe e irmãos maiores arrendaram a Tomás José de
Campos o saladeiro, com terrenos, casas de moradia, armazéns e demais utensílios. No
contrato, dizia:
“[...] sita na margem do São Gonçalo, entre os estabelecimentos dos
herdeiros do falecido Barbosa Lopes de Jesus, cujos terrenos pertencem à
própria charqueada fazendo fundos até as chácaras de Manuel Pinto de
Morais, João dos Martírio Torres e das irmãs dele outorgante arrendador
de baixo das seguintes condições: um conto e seiscentos mil réis a mais
pago no fim de cada ano; seis anos de contrato; [...]; que o potreiro
pequeno, que divide com os terrenos do falecido Barbosa Lopes de Jesus e
um quarto que serve de cocheira fica desanexado deste arrendamento [...].”
[APRGS, NOTAS e TRANSMISSÕES, L.1: 165]
Em 1842, o comendador Francisco Xavier, acompanhado da esposa, Gertudes
Xavier Faria, da mãe, Genoveva Maria de Jesus, e das irmãs, Maria Leopoldina Xavier,
Bernardina Inácia Xavier e Dorotéia Leopoldina, vendeu a Tomás José de Campos o
estabelecimento. A sudeste, limitava com o São Gonçalo; a nordeste, dividia com João
Martírio ou Manuel Batista Teixeira e, a noroeste, fazia divisa com Francisco Xavier
Faria e os herdeiros de Manuel Pinto de Morais. O terreno de Tomás José de Campos
possuía uma área de 81,7ha e tinha de largura um total de 572m; destes, 242m foram
comprados de Francisco Xavier Faria de João Nunes Batista; 300m, herdou de José
Inácio Xavier. [BBP, RPTMP, 93: 162]
Essa área dividia, pelo norte, com terras dos herdeiros do finado Antônio de
Morais Figueredo Vizeu; pelo sul, com as do coronel Tomás José de Campos; pelo
leste, com o São Gonçalo e, a oeste, com a estrada que seguia para as outras
charqueadas. A outra área era o potreiro em frente ao mesmo estabelecimento, que se
limitava, ao norte, com a Estrada das Tropas, ao sul, com a Estrada da Costa, e, a oeste,
com a Estrada de Baixo, que segue para a Costa do arroio Pelotas. Na serra da Buena,
possuía um terreno, com 1.650m de frente, e outros tantos de fundos, que, a leste, era
fronteiro à estrada de Canguçu; e, na cidade, tinha uma morada de casas. Deixou dois
iates, poucos animais, muitas dívidas e 31 escravos. Em 1871, quando da relação dos
bens de Carlota Batista Teixeira, o plantel de cativos estava reduzido a 21 trabalhadores
servis. [INVENTÁRIO de Carlota Batista Teixeira. Pelotas, nº 733. M. 44. E. 25.
Cartório de Órfãos e Provedoria, 1871]
desta tecnologia, pelo menos, desde o final da primeira metade do século passado. A
presença da fábrica de fazer cola representou uma sofisticação dos subprodutos do gado,
um aperfeiçoamento da técnica e da mão-de-obra. Porém, entre os 65 trabalhadores
servis, nenhum tinha a profissão de graxeiro. O plantel distribuía-se entre as seguintes
profissões: campeiros, três; carneadores, 15; salgadores, três; serventes, 19; cozinheiros,
dois; marinheiros, 13; carpinteiros, dois; pedreiros, dois. Somavam-se a esses, seis
cativos sem profissão.
Este último grupo era composto por quatro mulheres, uma criança e um cego.
Certamente, era um conjunto de pessoas que ficava marginalizado nas tarefas que
compunham o processo de produção do charque e de seus derivados.
A estrada de ferro garantia uma melhora nas condições de trabalho,
possibilitando o embarque dos produtos. Essa facilidade deveria existir, para transportar
os grandes pedaços de carne, da cancha, local onde os animais eram esfolados e
esquartejados, para os galpões, lugar da desossa, retalhamento e salgação. Segundo
parece, o número elevado, de marinheiros, em relação ao plantel dos outros
charqueadores, justificava-se pela presença, nos bens da senhora Virgínia Campos, de
uma escuna, de nome Primavera, de 41,1t, e um iate, já muito velho, denominado Dois
Irmãos, de 20,6t.
Posteriormente, a charqueada pertenceu a Joaquim Rodrigues da Silva e a
Antônio da Silva Maia. Em 1884, quando ocorreu a emancipação dos escravos em
Pelotas, Maia teve seus bens inventariados. Esse estabelecimento não estava mais em
suas mãos, tendo permanecido com a charqueada da Boca do arroio Pelotas, que herdara
de seu sogro, Manuel Soares. Significativo foi o número de imóveis urbanos deixados
por esse charqueador: 44 prédios, entre térreos e sobrados. Paralelamente, na contagem,
os trabalhadores estavam assim distribuídos: alforriados, 5, todos com mais de 48 anos;
60, com prestação de quatro anos de serviço, sendo dois do sexo feminino, e mais uma
mulher, com cláusula de seis anos. [INVENTÁRIO de Antônio José da Silva Maia.
Pelotas, nº 995. M. 57. E. 25, Cartório de Órfãos e Provedoria. 1884]
Vizinha a essa fábrica, ficava a que pertenceu a João Alves de Bittencourt,
barão de Serro Alegre e ao filho deste, barão de Santa Tecla, que se chamava Joaquim
da Silva Tavares. Depois, vinha o estabelecimento de José Gonçalves da Silveira
Calheca. Na parte interior dessas terras, quando propriedade de Francisco Antônio dos
Anjos, foi realizado o primeiro loteamento da cidade de Pelotas.
a viúva Bárbara Lopes de Jesus, cujo lado media 1.861m. No terreno estava construída
uma morada de casas, de paredes de tijolo e coberta de telha com sua cozinha e um
armazém de colher trigos. Com cobertura de capim, existia uma casa velha, com sua
tafona e seus pertences; um galpão de charqueada; dois ranchos; dois galpões de olaria,
com seu forno, nas margens do São Gonçalo. E, para completar a listagem das
benfeitorias, um curral velho de madeira. Além da charqueada Calheca possuía três
datas de matos, na estrada de Canguçu, quatro léguas de campo divididas em diferentes
lugares. Ao todo, era senhor de 30 escravos. [APRGS, INVENTÁRIO de José
Gonçalves da Silveira Calheca. Pelotas, nº 56. M. 5. E. 25, 1º Cartório de Órfãos e
Provedoria. 1820]
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A Cidade
Parte da sede do atual município de Pelotas resultou de uma fração das terras
de José Gonçalves da Silveira Calheca. Em 10 de outubro de 1806, José Aguiar Peixoto
e sua mulher, Ana Leocárdia da Cunha, venderam um terreno, que tinham comprado de
Calheca, a Antônio Francisco dos Anjos. Dividia ao sudoeste com terras que foram do
falecido Francisco Pires Cazado, ao nordeste com João José Teixeira Guimarães, ao
sudeste com um capão que servia de fundos à Orta e, ao noroeste, com a estrada que ia
para o Monte Bonito, onde existia um banhado de inverno. Os vendedores reservaram
para si o campo que ficava entre esse banhado e as divisas do falecido João Antônio
Pereira Lemos. [BPP, RPTMP: 92: 9]
Chamaram a freguesia de São Francisco de Paula, em homenagem ao santo do
dia da expulsão dos espanhóis, 2 de abril de 1766. A freguesia foi formalizada através
de dois procedimentos: Resolução de Consulta da Mesa de Consciência e Ordens, de 31
de janeiro de 1812, e o alvará do príncipe regente dom João, de 7 de julho do mesmo
ano. [MOREIRA, 1988: 53]
Três correntes de opiniões se levantaram sobre a localização da sede de São
Francisco de Paula. Uma delas indicava o lugar hoje conhecido como Laranjal, nas
terras de Isabel Francisca da Silveira [irmã de Mariana Eufrásia]: fora defendida por
Antônio Soares de Paiva e Domingos de Castro Antiquera. A outra tendência estava
representada pelos seguintes interessados: sargento-mor José Tomás da Silva, capitão
Domingos Rodrigues, João Pereira Vianna e José Gonçalves da Silveira Calheca,
auxiliado por seus genros Manuel Rodrigues Valadares e José Antônio Ferreira Vianna.
Estes davam preferência ao declive da lomba fronteira à várzea, que vai ao
encontro do São Gonçalo. E Boaventura Rodrigues Barcellos apoiava o capitão-mor
Antônio Francisco dos Anjos. Discutia-se sobre os locais menos inundáveis ou a
possibilidade de implantação de um porto. O padre Felício Joaquim da Costa foi
escolhido por seu tio, padre doutor Pedro Pereira Fernandes de Mesquita, vigário de Rio
Grande, para advogar, junto à Corte do Rio de Janeiro, as pretensões dos moradores da
margem norte do São Gonçalo.
A localização da cidade era defendida conforme essas pessoas estivessem
vinculadas à posse da terra. Interessava que a sede da cidade estivesse implantada
dentro ou no entorno de suas propriedades ou concessões. Em fevereiro de 1813, o
capitão-mor Antônio dos Anjos e o vigário Felício entraram num acordo e começaram
166 NEGROS, CHARQUEADAS & OLARIAS
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Figura 37 – Cópia reduzida da primeiro loteamento de Pelotas. Biblioteca Pública Pelotense, Museu,
RPTMP, L.92, p.9.
168 NEGROS, CHARQUEADAS & OLARIAS
Segundo Loteamento
Ela própria, Mariana, recebeu mais ou menos 315ha. Na sesmaria do Monte Bonito, os
da Silveira possuíram terras urbanas e rurais. Os Rodrigues Barcellos foram os grandes
proprietários dos terrenos marginais de charqueada.
Figura 38 – Planta da cidade de Pelotas, 1835. Prefeitura Municipal de Pelotas. Secretaria Municipal de
Urbanismo e Meio Ambiente.
.
Capítulo 21
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Figura 39 – Planta da Tablada e do Logradouro Público. Base principal do RPTMP, do museu da BPP.
174 NEGROS, CHARQUEADAS & OLARIAS
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1810
1818
1820
1824
1827
1851
1852
1854
1854
1856
1857
1862
1863
1865
1865
1865
1865
1867
1870
1871
1871
1871
1872
1875
1877
1880
1881
1883
1884
1885
1886
1887
Profissões Fr. Mé. %
Carneador 02 09 15 17 12 07 06 29 08 30 06 05 16 15 11 05 28 09 17 14
Servente 19 11 11 07 03 06 26 07 32 16 22 20 12 15
Salgador 02 03 01 01 04 13 02 05 02 03 10
Descarneador 03 02 03 01 04 01 06
Graxeiro 01 04 01 03 04
Sebeiro 02 01 02
Chimango 14 04 02
Charqueador 01 01 02
Aprendiz 10 01
Tripeiro 02 01
Marinheiro 01 13 02 05 04 01 03 04 05 05 03 02 05 03 01 15 04
Cozinheiro 01 02 01 03 01 02 04 02 02 03 06 03 12 03
Carpinteiro 01 02 02 01 01 01 01 01 01 01 03 04 07 03 02 15 02
Pedreiros 02 02 03 03 02 02 01 01 02 04 01 01 01 13 02
Tanoeiro 01 02 02 01 02 01 06
Lavadeiro[a] 02 01 01 01 04 01 06
Sapateiro 02 02 [01] 01 01 05
Alfaiate 01 02 02 [01] 01 04
Boleeiro 01 03 01 01 01 04
Carreteiro 01 01 02
Carroceiro 02 01 02
Ferreiro 03 01 02
Barbeiro 01 01
Padeiro 01 01
Peixeiro 01 01
Lustrador 01 01
Serrador 02 01
Engomador 01 01
Corroeiro 01 01
Costureira 02 02 03 03 01 05
Mucama 01 01 02
Escravas 05 04 17 04 08 04 06 09 13 [03] 02 [04 13] 04 [04] 09 [08] [17 07 13]
Crianças 07 crias 01 01 02 01 05
Doente, inválido, pouco serviço 01 01 01 02 04
Forros, com cláusula de serviço 09 61 12 09 11
Em outro local, estância, cidade 05 47 02
Sem informação 42 42 91 26 02 56 18 53 38 05 24 03 05 60 26 14 10 88 02
TOTAL 47 46 127 30 31 65 40 71 55 83 38 45 30 31 109 31 78 60 26 21 23 48 54 104 84 28 82 28 28 54 100
FONTE: APRGS, 1º e 2º Cartório Órfãos de Pelotas. Período 1810-1887.
O Quadro
Freqüência
ANOS
Média
Total
1810
1818
1824
1820
1827
1851
1852
1854
1854
1856
1857
1862
1863
1865
1865
1864
1865
1867
1870
1871
1871
1871
1872
1875
1877
1880
1881
1883
Profissões %
Crianças 07 crias
01 01 02 01 05 12
Doente, inválido, pouco serviço 01 01 01 02 04 05
Especializados 23 59 38 09 28 17 40 28 30 85 24 73 07 13 47 50 16 84 28 81 26 21 805 53
Sem informação 47 46 120 30 08 04 02 62 27 66 38 05 02 24 07 05 60 26 14 10 88 02 22 693 46
TOTAL 47 46 127 30 31 65 40 71 55 83 38 45 30 31 109 31 78 60 26 21 23 48 54 104 84 28 82 28 28 54 1515 100
FONTE: APRGS, 1º e 2º Cartório Órfãos de Pelotas. Período 1810-1887.
Na Área da Produção
aqueles que conduziam as reses nas viagens, não fizeram parte do elenco de cativos das
fábricas de carne salgada. Apesar da presença de horta e pomares nos estabelecimentos
foram poucos os roceiros. Verifica-se, igualmente, a presença de olarias e a total
ausência de oleiros.
fabricavam tijolos e telhas, o que permitiria a ocupação constante do plantel. Nos dois
os casos carneadores e serventes eram os que alcançavam o maior número de homens
por estabelecimento, estimou-se uma média de 15 homens em cada uma dessas duas
especialidades. Portanto em torno de 30 escravos trabalhavam exclusivamente no
charque e nos subprodutos. [TAB. 6, 7, 8, 9, 10 e 11]
População
salgada e seus derivados como as graxas, até o transporte do produto ao porto marítimo
de Rio Grande. Os campeiros ocupava os terrenos correspondentes aos potreiros de fora
ou de fundos e do meio. Os marinheiros iam e vinham através do arroio Pelotas, do
canal São Gonçalo e da laguna dos Patos. Carneadores e serventes distribuíam-se na
mangueira da matança e nesta ordem colocavam-se nas canchas, galpões, barraca de
couros e varais.
Os escravos de ofício dividiam-se pelos galpões da produção e obviamente os
domésticos atendiam a casa do senhor, que como as instalações fabris situavam-se no
terreno ribeirinho. Constatamos a especialização em mais da metade da população servil
das fábricas de salgar carnes. Por um lado, as péssimas condições de vida dos escravos
impediam a reprodução natural desses trabalhadores. Por outro lado, concluímos que a
baixa percentagem de mulheres e a quase inexistência de crianças afastou a
probabilidade de constituição de família cativa nos saladeiros, revelando o drama da
sobrevivência da população servil charqueadora.
.
Capítulo 23
Pouco tem sido escrito sobre o a área onde era fabricada a carne salgada.
Porém, as descrições dos diversos viajantes estrangeiros que passaram por Pelotas,
durante o século XIX, permitiu esboçar um programa de necessidades, ou seja, sugerir
uma lista das diversas funções executadas nas fábricas, e delinear um quadro evolutivo
do espaço da produção do charque, no século passado. Foram selecionados textos que
trataram do entorno dos estabelecimentos, das construções e das atividades nelas
desenvolvidas. Com base em alguns dados fornecidos por estes estrangeiros, podemos
calcular as condições ambientais em que trabalhava, e tentava sobreviver, a população
servil charqueadora.
Entorno
[...] editada pela tipografia Imperial e Constitucional de J. Villeneuve. Seu relato foi dos
mais completos. Sobre o entorno construído, escreveu:
“O viajante, passageiro a bordo das embarcações que navegam nesses rios,
esbarra-se às vezes com ilhas movediças formadas de agregação fortuita de
uma porção de aqueles molhes detrimentos que vem surgir à superfície das
águas quando a fermentação entra a desenvolver os gases que contém. [...]
O estrangeiro que chega a primeira vez as charqueadas avista com
admiração paredes extensas tão brancas como alabastro; meio século mais
tarde, se o destino o levasse ao mesmo lugar, havia de achar as paredes com
a mesma alvura; é uma matéria que o tempo põe sem a sujar; são os ossos
entrelaçados com arte e solidez, a formarem cerca contínua capaz de apor-
se mais eficazmente que qualquer outra aos esforços do gado recolhido no
currais que circunscrevem.” [DREYS, 1927:138 e 142]
Em 1858, o alemão Ave-Lallemant fez observações significativas quanto à
definição da paisagem dos saladeiros:
“Cada vez mais se aproximava a margem do rio apareciam bonitos grupos
de casas e a embocadura de um pequeno rio vindo do norte, o rio Pelotas, a
cujas margens se estendem estabelecimentos, de carácter verdadeiramente
romântico, a certos respeitos, mas por outro lado, realmente repugnantes.
Em toda a região há um horrível cheiro de carniça! Couros, chifres, cascos,
ossos, tendões, tripas e nauseantes massas de sangue em putrefação e, além
disso, campos inteiros com carnes dependurada, formam um verdadeiro
monturo [...]. Uma multidão de abutres sobrevoa a região ou ceva-se em
sangue putrefato!
Por mais aprazível que seja o porto de Pelotas, por mais largas, retas e em
parte bonitas ruas que tenham a cidade que fica a um quarto de milha acima
- nesse matadouro extingue-se qualquer impressão de graça e limpeza; em
toda parte cheira mal.” [AVE-LALLEMANT, 1980: 409]
Os registros das viagens, dos primeiros sessenta anos do século XIX, dizem
respeito principalmente ao impacto dos dejetos da produção no meio ambiente. O relato
desses estrangeiros nos levou a desenhar uma paisagem bastante macabra para o meio
ambiente da charqueada. Nesse local, imperavam imundícies, excrementos, sangues,
vísceras, ossos, mau cheiro e animais pestilentos.
Sobre o meio ambiente dos saladeiros, as descrições dos viajantes das últimas
décadas do século XIX não foram tão numerosas como dos primeiros anos. Em
compensação, os trabalhos elaborados por Louis Couty, e Herbert Smith, no início da
década de 80 do século passado, foram bastante coincidentes e precisos sobre o fabrico
do charque e de seus subprodutos. Certamente a fabricação dos derivados diminuiu
substancialmente a quantidade de despejos.
Em 1880, no Rio de Janeiro, a tipografia Nacional publicou, o relatório do
técnico francês Louis Couty denominado, Le Mete et Conseves de Viande, rapport à
som excellence Mouseier le Ministre de l’Agriculture et du Comerce sur sa Mission
dans les Provinces du Paraná, Rio Grande et les Estats du Sul. Em 1882, o trabalho do
geólogo norte-americano Herbert Smith, descreveu a Tablada. Como já assinalamos, a
Tablada era um local descampado, extenso e quase liso, para onde o gado de estâncias
de vários lugares era trazido, a fim de ser comercializado com os charqueadores.
O AMBIENTE CONSTRUIDO NA VISÃO DOS VIAJANTES DO SÉCULO XIX 187
Abater
Mangueira de Matança
A mangueira de matança foi analisada por Dryes e por Couty como um curral
menor, que poderia comportar até 60 cabeças de gado. Possuía as seguintes
características: paredes altas e resistentes; piso inclinado e escorregadio, de tijolos ou
pranchas; forma - dois troncos de pirâmide unidos por uma base maior; circulação - uma
das extremidades dava acesso para as outras mangueiras através de um curral ou brete; a
outra extremidade, a mais importante, era aonde o gado seria abatido; plataforma -
exterior - com uma altura que permitisse que um homem ficasse mais alto que um
animal; equipamentos - uma vagonete sobre trilhos; um guincho ou polía.
Um cativo, na plataforma, laçava o boi que aparecia no brete. A outra ponta do
laço estava fora do recinto, presa a um guincho que era acionada por duas bestas de
cargas, boi ou cavalo. O boi era arrastado. O animal qualquer que fosse a sua
resistência, vinha a bater com a cabeça e ficava fixado contra o guincho. Um segundo
cativo, ou o mesmo, matador ou desnucador que também estava colocado na
plataforma, enfiava uma faca, longa e resistente, no músculo da nuca. Toda a manobra
188 NEGROS, CHARQUEADAS & OLARIAS
durava de um a dois minutos. Era possível matar até 1.200 bois em menos de 18 horas.
A média das matanças variava, conforme as charqueadas, entre 200 a 1.000 bois. Logo
após a facada, o boi caía sobre o vagonete. A porta vertical que fechava a abertura da
mangueira era elevada. O vagonete com o boi, que ainda urrava, e apresentava
contrações, era puxado por dois escravos, que os conduziam sobre trilhos até a cancha.
era feito por um operário sobre uma mesa. Em Pelotas, era realizado por dois escravos,
colocados de cada lado, diante da carne estendida sobre uma barra de madeira. Após o
charqueio, era executado a loncagem. A loncagem constava de incisões paralelas de
cinco a quatorze centímetros de comprimento, bastante profundas, que aumentavam a
superfície exposta ao ar e à salga.
No rio da Prata, diz ainda Couty, a salga era feita em tanque de salmoura. Em
Pelotas, todos os pedaços charqueados eram colocados em mesas côncavas cheias de
sal. Os salgadores esfregavam principalmente os pontos lonqueados. Gastavam-se, por
animal de 10 a 12kg de sal moído. A carne era disposta em pilhas compostas de
camadas sucessivas de sal, para estender as carnes no sentido do seu comprimento, de
modo que não ficassem amontoados ou dobrados, recorria-se a mais ou menos cinco
cativos que de pé em cima das pilhas, com as mão ou com ganchos de ferro,
conseguiam o resultado desejado. A duração de uma pilha dependia de condições
meteorológicas, usualmente de um a dois dias; com um pouco mais de sal, as pilhas
duravam até 40 dias. Uma pilha formada pelas carnes de 200 bois media
aproximadamente 5m de comprimento e de largura, 0,80cm de altura nas pontas e
1,30m no centro.
Tanque
Secar, Varais
Couros
Barraca de Couros
Porto
O sobrado foi construído para o barão do Jarau quando este tinha cinco anos,
em 1834. Foi levantado junto à casa térrea existente. Vários aumentos e modificações
ocorreram durante esse tempo. Exceto os últimos herdeiros, que atualmente lá residem,
segundo parece, os demais usaram o sobrado como casa de veraneio. No período que
funcionava a charqueada a família ali permanecia durante a safra. O prédio mais antigo
sofreu desabamento parcial da cobertura. Os reparos modificaram os caimentos de
telhado e alteraram o perímetro da residência. A unidade formal do conjunto das
edificações foi fragmentada em uma de suas parcelas. Entretanto, continuam legíveis as
procupações formais das fachadas como, simetria, ritmo, a relação entre cheios e vazios,
tratamento dos cunhais, etc.
Posteriormente, houve aplicação de adornos de massa sobre as vergas de todas
as aberturas das fachadas leste e norte. Esta última localiza-se em frente ao arroio
Pelotas. Por ter sido o curso d’água a via de acesso, a fachada norte era considerada a
principal. Recebeu um medalhão com a data da construção do sobrado sobre a bandeira
do império do Brasil. Provavelmente, a maioria das esquadrias mantém as dimensões
originais. Não foi possível detectar as janelas originais. Existem janelas de guilhotina e
de abrir de duas folhas, que possuem postigos internos ou venezianas externas.
Independente da época em que foram colocadas, assumem esta ou aquela solução. Da
mesma forma aparecem ou não elementos de ferro na parte superior das janelas.
202 NEGROS, CHARQUEADAS & OLARIAS
Ocupação Ibérica
Vacarias
Estradas
acompanhava o mar servia mais aos portugueses, ou, mais aos espanhóis. Nos dois
casos, no Caminho da Praia circulavam tropeiros, mercenários, marginais,
contrabandistas, etc. Ao norte, no interior, a estrada do Planalto seria consolidada em
1730, permitindo que o transcurso entre Laguna e Curitiba fosse realizado em menos de
um mês, pelas tropas de gado. Em 1727, Bruno Maurício de Zabala, governador de
Buenos Aires, adiantou-se às intenções dos portugueses e fundou Montevidéu, entre
Colônia e Laguna.
Nas andanças entre as terras espanholas, que ficavam ao sul do arroio Chuí, e a
área portuguesa, ao norte do arroio Taim, aprisionavam, transportavam, coureavam os
rebanhos e faziam contrabandos. A terra de “ninguém”, instituída pelo tratado, que
deveria ser uma área desocupada e de proteção às duas colônias, era, ao contrário,
povoada de gado e de bandos de homens que viviam circulando por esse território.
Propostas de Ocupação
Serro Pelado
Sesmaria de Pelotas
propriedade ao alferes Inácio Antônio da Silveira Cazado. O alferes era casado com
Maurícia Inácia da Silveira, sobrinha de Isabel Francisca da Silveira, dona da estância
de Pelotas e filha de Mariana Eufrásia da Silveira e do sargento-mor Francisco Pires da
Silveira Cazado, agregado e irmão de seu marido. Mariana recebeu seus terrenos em
1813. Na área concedida, funcionaram duas charqueadas e realizou-se o segundo
loteamento da cidade.
Antes que o vigário vendesse a propriedade, no início do ano de 1781, foram
doadas 19 datas de terras localizadas na margem norte do canal São Gonçalo e direita
do arroio Pelotas. Eram faixas de mais ou menos 770X4.136m. Davam frente ao arroio
Pelotas ou ao canal São Gonçalo, e fundos à estância do alferes Inácio Antônio da
Silveira Cazado. Ao observarmos o mapa da sesmaria do Monte Bonito, consolidado ao
longo do século XIX, anotamos um complexo fabril composto por mais ou menos 30
charqueadas contíguas, estabelecidas nos terrenos ribeirinhos doados; pela cidade; pelo
Logradouro Publico, pelo passo dos Negros e pelas datas de matos, na serra dos Tapes.
Os Rodrigues Barcellos
Enlaces
Complexo Fabril
A Cidade
Metade dos senhores possuía em seu plantel marujos cativos. A outra metade,
possivelmente, contrataria os serviços dos primeiros. A produção e o transporte do
charque eram apoiados pela mão-de-obra de escravos de ofício e domésticos, que
ajudavam na manutenção do próprio plantel de cativos, como os cozinheiros; das
instalações, como os carpinteiros e os pedreiros; dos senhores e de suas famílias, como
os engomadores, etc.
Ambiente Construído
I - Fontes
Planta do porto da província de São Pedro do Sul e Planta e sondagem do Sangradouro, 1875. MVOP-
de parte do rio São Gonçalo, levantada pela BC (17).
Comissão de Demarcação de Limites, 1854. Mapa de uma parte da América meridional. PEDRO
ARC - 8- 1- 39. CREMEMBBERG, 1827. MVOP-A (22)
1.2 Seção de Manuscritos Carta das lagoas dos Patos, Mirim e dos canais que
Mapas particulares extraídos da carta da capitania do ligam a barra do Rio Grande do Sul, LOPO
Rio Grande de São Pedro e suas NETO, 1882. MVOP-BC (136).
224 NEGROS, CHARQUEADAS & OLARIAS
Carta hidrográfica, LOPO NETO, 1878. MVOP-CB Antônio José de Oliveira Castro e sua mulher
(25). Francisca Alexandrina da Silveira, procede da
fazenda do Monte Bonito, s.d. L. 93, p. 119.
3 Rio Grande. Biblioteca Rio-Grandense
Antônio José de Oliveira Castro, arroio Pelotas,
3.1 Seção de Mapas
1819/1824. L. 92, p. 84.
Planta Perspectiva da barra do Rio Grande do Sul,
Padre Antônio Pereira, arroio Pelotas, 1814. L. 93, p.
1775. M - C, G - 1, m - 673.
65.
Pelotas e seus arrabaldes, 1826. M - C, G - 4, m -
Boaventura, Cipriano e Inácio Rodrigues Barcellos,
1201.
arroio Pelotas, 1814/1826/1827. L. 93, p. 35.
Mapa do Município de Pelotas, 1828. M - C, G - 2,
Boaventura Inácio Barcellos, arroio Pelotas,
m - 824.
181/1820/1827/1833. L. 93, p. 46.
Carta esferica del Rio de la Plata, 1789. M -D, G - 3,
Boaventura Rodrigues Barcellos, arroio Pelotas,
m - 1345.
1814. L. 92, p. 61.
Quadro comparativo da posição e profundidade da
Boaventura Rodrigues Barcellos, estrada do Retiro,
barra do Rio Grande do Sul em diferentes
1827. L. 93, p. 143.
épocas. 1775 - 1883. M - G, G- 9, m - 1934.
Cipriano Rodrigues Barcellos e Cipriano Joaquim
Carta demonstrativa do valor estratégico de Pelotas,
Barcellos, 1829. L. 92, p. 78.
do plano de defesa do Rio Grande do Sul, da
seção meridional de um novo traçado para a Cipriano Rodrigues Barcellos, Logradouro Público,
Estrada de Ferro Recife - Valparaiso. 1822. L. 92, p. 38.
OTACÍLIO CAMARÁ. M - B, G- 8, m - 584.
Domingos José de Almeida, Arroio Pelotas, 1828. L.
Mapa do município de Pelotas, EDMUNDO DE 93, p. 29.
CASTRO LOPES, 1911. M - C, G - 2, M- 820.
Domingos de Castro Antiquera, arroios Correntes e
Mapa particular del Rio de la Plata y sus contornos, Grande, 1823. L. 93, P. 35.
con las situaciones de los puertos de mar de
Eleodoro de Azevedo Souza, arroio Pelotas, s.d. L.
aquelas costas. M - D, G - 3, m - 1345.
92, p. 88.
4 PELOTAS. Instituto Histórico e Geográfico de
Francisco Antônio da Cruz Guimarães, quinhão da
Pelotas
fazenda do Monte Bonito, 1827. L. 93, p. 167.
Carta cartográfica, MANUEL H. COUTO Y
Francisco Pereira de Souza, arroio Pelotas, 1827. L.
REYES, 1777.
93, p. 49.
5 PELOTAS. Biblioteca Pública Pelotense
Genoveva Pereira da Silva, estrada da Costa, procede
5.1 Museu. Livros de Registros de Prédios e das terras de Luís Pereira da Silva e Eugênia da
Terrenos do Município de Pelotas. Plantas dos Conceição, s.d. L. 93, p. 131.
terrenos de:
Guilherme Rodrigues de Andrade, procede da
Antônio Francisco dos Anjos, arroios Moreira, São fazenda de Pelotas, rincão do Andrade,
Tome e canal São Gonçalo, 1799, 1814, 1821. L. 1821/1835. L. 92, p. 133.
93, p. 25.
Inácio Antônio Pires, arroio Santa Bárbara, 1827. L.
Antônio Francisco dos Anjos, Povo de Pelotas, s.d. 93, p.121.
L. 92, p.10.
Inácio Antônio da Silveira Cazado, fazenda do
Alexandre Inácio Pires, quinhão da fazenda do Monte Bonito, 1774/1780. L. 93, p.17.
Monte Bonito, 1827. L. 93, p. 175.
Inácio Gonçalves Rego, procede da fazenda do
Alexandre da Silva Baldes, arroio Moreira, 1787. L. Monte Bonito, 1832. L. 92, p. 4.
93, p. 23.
Inácio José Bernardes e José Pinto Martins, arroio
Antônio José Gonçalves Chaves, estrada do Retiro, Pelotas, 1819/1821. L. 92, p. 30.
1827. L. p. 187.
Isabel Francisca da Silveira, arroios Pelotas,
Antônio José de Oliveira Castro, arroio Santa Correntes e laguna dos Patos, 1779/1812. L. 93,
Bárbara, 1821/1826/1842/1846. L. 93, 187. p. 15.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 225
Barão de Jaguari, arroio Correntes, 1831. L. 93, p. TOMÁS José de Campos, quinhão da fazenda do
117. Monte Bonito, 1822/1823/1827/1845. L. 93, p.
109.
João Inácio da Silveira, quinhão do Monte Bonito,
1827. L. 93, p. 107 6 Prefeitura Municipal de Pelotas
Joaquim Francisco Ilha, procede da estância do 6.1 Acervo não organizado da Secretaria
Pavão, 1810/1825. L. 98, p. 135. Municipal de Urbanismo e Meio Ambiente.
Joaquina Fermina da Silveira, quinhão da fazenda do Planta da cidade de Pelotas, escala: 300 braças/ 1
Monte Bonito, Santa Bárbara, 1827. L. 93, p. 55. polegada, 1835.
José Barbosa de Meneses, procede da fazenda do Planta da cidade de Pelotas, escala: 1/5.000, 1909.
Pavão, 1816. L. 93, p. 43.
Planta da cidade de Pelotas, escala: 1/10.000, 1922.
José Gonçalves da Silveira Calheca, São Gonçalo,
Planta da cidade e seus arrabaldes, escala: 1/5.000,
1790/1799/1815. L. 93, p. 145.
1924.
José Inácio da Cunha, arroios Moreira e São Tome,
Pelotas e seus arrabaldes, escala 1/25.000, 1926.
1829. L. 93, p. 40.
Planta da cidade de Pelotas e seus arrabaldes, escala:
José Joaquim Gonçalves, arroio Pelotas, procede da
1/10.000, 1949.
fazenda do Monte Bonito, 1825/1832. L. 93, p.
169. Planta da cidade, escala: 1/25.000, 1967.
José Pereira da Silva Brites, arroio Pelotas, 1832. L. Planta cadastral, reconstituição aerofotogramétrica,
93, p. 27. escala 1/2.000, 1972.
José Rodrigues Barcellos, arroio Pelotas, Evolução urbana, 1815-1966, escala: 1/40.000, 1978.
1802/1808/1815. L. 93, p. 179.
Planta da cidade, escala: 1/20.000, 1980.
Luis Pereira da Silva e Eugênia da Conceição, arroio
Pelotas e canal São Gonçalo, 1778/17786/1806. Mapa das estradas de rodagem do município, escala:
L. 93, p. 105. 1/100.000, 1989.
Luís de Azevedo e Souza, João Vinhas e José Planta da zona suburbana da cidade de Pelotas,
escala 1/100.000, s.d.
Rodrigues Candiota, arroio Pelotas, s.d. L. 92, p.
2. 7 Outros mapas e plantas
Manuel Alves de Morais e sua sogra Maria 7.1 Porto Alegre. Acervo Helen Osório. Mapa do
Angélica, arroios Moreira e Santa Bárbara e caminho novo, que vai do passo de Turitama
canal São Gonçalo, 1817/1818. L. 93, p. 21. ao de S. Antônio, s.e., s.d.
Manuel Mendes de Oliveira, procede da fazenda do 7.2 Pelotas. Acervo herdeiros de Joaquim
Pavão, s.d. L. 92, s. p. Assumpção Rheingantz. Planta de um trecho
Manuel Silveira de Avila, arroio Pelotas, 1825. L. do arroio Pelotas, escala: 1/2.500, 1902.
93, p. 57. 7.3 Ministério do Exército. Departamento de
Manuel Soares, São Gonçalo, Povo do Passo dos Engenharia e Comunicações. Diretoria do
Negros, 1820. L. 93, p. 147. Serviço Geográfico.
Herdeiros de Manuel Soares da Silva e João Jacinto Região sul do Brasil, escala: 1/250.000, 1981.
de Mendonça, arroio Pelotas e canal São Região sul do Brasil, escala 1/50.000, 1981.
Gonçalo, s.d. L. 92, p. 58.
7.4 Secretaria da Agricultura do Estado do Rio
Manuel Ravelo Paiva, arroio Pelotas, s. d. L. 93, p. Grande do Sul. Departamento de Comandos
114. Mecanizados. Divisão de Geografia e
Mariana Angélica do Carmo. Quinhão da fazenda do Cartografia.
Monte Bonito, 1827. L. 93, p. 173. Mapa Geológico do Estado do Rio Grande do Sul,
Herdeiros de Mariana Eufrázia da Silveira, São escala: 1/1.000.000 e parte do Escudo Sul-
Gonçalo, 1813/1829. L. 93, p. 8. Riograndense, escala 1/600.000, 1989.
Brasil, escala: 1/6.000 1967. Integra o exemplar da João Simões Lopes. Pelotas, nº 366, M.26, E.25, 1º
Georama nº 13. Buenos Aires: Codex. Cartório de Órfãos e Provedoria, 1853.
América do Sul, escala:1/20.000.000, 1967. Integra o João Guerino Vinhas. Pelotas, nº 383, M.26, E.25,
exemplar da Georama nº 28. Buenos Aires: Cartório de Órfãos e Provedoria, 1854.
Codex. José Gomes de Vasconcelos Jardim. Porto Alegre, nº
Norte da Argentina e Chile, Paraguai, escala: 99, M.7, E.2, 2º Cartório de Órfãos e Ausentes,
1/5.000.000, 1967. Integra o exemplar da 1854.
Georama nº 35. Buenos Aires: Codex.
José Vieira Vianna. Pelotas, nº 383, M.26, E.25, 1º
Uruguai, Rio da Prata, Andes Centrais Chilenos, Cartório de Órfãos e Provedoria, 1854.
escala: 1/2.500.000, 1967. Integra o exemplar da
Albana dos Santos Barcellos. Pelotas, nº 406, M.28,
Georama nº 36. Buenos Aires: Codex.
E.25, Cartório de Órfãos e Provedoria, 1856.
Argentina e Chile meridionais, escala: 1/5.000.000,
Boaventura Rodrigues Barcellos. Pelotas, nº 409,
1967. Integra o exemplar da Georama nº 37. M.28, E.25, Cartório de Órfãos e Provedoria,
Buenos Aires: Codex. 1856.
B) Manuscritos Bernardino Rodrigues Barcellos. Pelotas, nº 430,
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E.25, 1º Cartório de Órfãos e Provedoria, 1857.
Joana Maria Bernardina. Pelotas, nº 16, M.01, E.25,
Cartório de Órfãos e Provedoria, 1810. Mathilde da Silva Vinhas. Pelotas, nº 567, M. 36, E.
25, Cartório de Órfãos e Provedoria, 1862.
Domingos Rodrigues. Pelotas, nº 32, M.02, E.25,
Cartório de Órfãos e Provedoria, 1818. Inácio Rodrigues Barcellos. Pelotas, nº 55, M.36,
E.25, 1º Cartório de Órfãos e Provedoria, 1863.
José Gonçalves da Silveira Calheca. Pelotas, nº 56,
M.05, E.25, 1º Cartório de Órfãos e Provedoria, Manuel Batista Teixeira. Pelotas, nº 579, M.37, E.25,
1820. 1º Cartório de Órfãos e Provedoria, 1864.
João Nunes Batista. Pelotas, nº 75, M.06, E.25, 1º Joaquim Guilherme da Costa. Pelotas, nº 599, M.38,
Cartório de Órfãos e Provedoria, 1823. E.25, 1º Cartório de Órfãos e Provedoria, 1865.
Cecília Rodrigues da Silva. Pelotas, nº 83, M.07, José Inácio da Cunha. Pelotas, nº 60, M.38, E.25, 1º
E.25, 1º Cartório de Órfãos e Provedoria, 1871. Cartório de Órfãos e Provedoria, 1865.
José Pinto Martins. Pelotas, nº 114, M.10, E.25. Maria Antônia Coelho da Cunha. Pelotas, nº 603,
Cartório de Órfãos e provedoria, 1827. M.39, E.25, 1º Cartório de Órfãos e Provedoria,
1865.
José Pinto Martins. Rio Grande, nº 354, M.15, E.12,
Cartório de Órfãos e Provedoria, 1832. João Vinhas. Pelotas, nº 642, M.41, E.25, Cartório de
Órfãos e Provedoria, 1867.
Francisca Alexandrina de Castro. Pelotas, nº 239,
M.21, E.25, 1º Cartório de Órfãos e Provedoria, Baronesa e do barão do Butuy. Pelotas, nº 647,
1871. M.41, E.25, Cartório de Órfãos e Provedoria,
1867/1877.
Maria Augusta da Fontoura. Rio Grande., nº 514,
M.22, E.12, Cartório de Órfãos e Provedoria, Cipriano Joaquim Rodrigues Barcellos. Pelotas, nº
1845. 02, M.01, E.28, 1º Cartório de Órfãos e
Provedoria, 1870.
Joaquina Maria da Silva. Pelotas, nº 304, M.21, E.25,
1º Cartório de Órfãos e Provedoria, 1849. Silvana Claudina Belchior. Pelotas, nº 727, M.44,
E.25, 1º Cartório de Órfãos e Provedoria, 1870.
Manuel Soares da Silva. Pelotas, nº 318, M.22, E.25,
1º Cartório de Órfãos e Provedoria, 1850. Carlota Baptista Teixeira. Pelotas, nº 733, M.44,
E.25, Cartório de Órfãos e Provedoria, 1871.
José Rodrigues Barcellos. Pelotas, nº 15, M. 1, E.30,
1º Cartório do Civil e do Crime, 1850. Antônio José Gonçalves Chaves, nº 754, M.45, E.25,
Cartório de Órfãos e Provedoria, 1871.
Virgínia de Souza Campos. Pelotas, nº 7335 M.23,
E.25, 1º Cartório de Órfãos e Provedoria, 1851. Luís Teixeira Barcellos. Pelotas, nº 777, M.46, E.25,
1º Cartório de Órfãos e Provedoria, 1871.
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Cartório de Órfãos e Provedoria, 1852.
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José Anibal Antunes Maciel. Pelotas, nº 85, M.03, Antônio Francisco dos Anjos. Pelotas-Rincão, nº
E.30, 1º Cartório de Órfãos e Provedoria, 1871. 525, M.12, E.30, 1º Cartório do Civil e do Crime,
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1º Cartório de Órfãos e Provedoria, 1877. M.12, E.30, 1º Cartório do Civil e do Crime,
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Cartório de Órfãos e Provedoria, 1877. Bárbara Lopes de Jesus. Pelotas-São Gonçalo, nº
567, M.14, E.33, 2º Cartório do Civil e do Crime,
Honório Luís da Silva. Pelotas, nº 111, M.06, E.28, 1815.
Cartório de Órfãos e Provedoria, 1880.
Bento Francisco da Cruz. Pelotas-Santa Bárbara, nº
Rita Teixeira Barcellos. Pelotas, nº 937, M.54, E.25, 590, M.14, E.30, 1º Cartório do Civil e do Crime,
1º Cartório de Órfãos e Provedoria, 1880. 1847.
Domingos Soares Barbosa. Pelotas, nº 943, M.54, Bernardino Rodrigues Barcellos. Pelotas-Pelotas, nº
E.25, Cartório de Órfãos e Provedoria, 1881. 560, M.13, E.3o, 1º Cartório do Civil e do Crime,
Mathilde Vinhas Lopes. Pelotas, nº 775, M.46, E.25, 1829.
1º Cartório de Órfãos e Provedoria, 1883. Boaventura Inácio Barcellos. Pelotas-Pelotas, nº 575,
Antônio da Silva Maia e Bernardina Soares Maia, nº M.14, E.33, 2º Cartório do Civil e do Crime,
995, M.57, E.25, Cartório de Órfãos e 1834.
Provedoria, 1884/1885. Boaventura Rodrigues Barcellos. Pelotas-Pelotas, nº
Jacinto Antônio Lopes. Pelotas, nº 1028, M.58, E.25, 568, M.14, E.33, 2º Cartório do Civil e do Crime,
1º Cartório de Órfãos e Provedoria, 1885. 1815.
Eleutério Rodrigues Barcellos. Pelotas, nº 1046, Câmara Municipal. Pelotas-Logradouro, nº 608,
M.59, E.25, 1º Cartório de Órfãos e Provedoria, M.15, E.33, 2º Cartório do Civil e do Crime,
1886. 1851.
João Maria Chaves. Pelotas, nº 1082, M.61, E.25, Câmara Municipal. Pelotas-Logradouro Público, nº
Cartório de Órfãos e Provedoria, 1887. 609, M.15, E.33, 2º Cartório do Civil e do Crime,
1852.
Boaventura Teixeira Barcellos. Pelotas, nº 157,
M.05, E.33, Cartório de Órfãos e Provedoria, Câmara Municipal. Pelotas-Santa Bárbara, nº 621,
1890. M.15, E.33, 2º Cartório do Civil e do Crime,
1856.
João Simões Lopes Neto. Pelotas, nº 1254, M.69,
E.26, Cartório de Órfãos e Provedoria, 1893. Cipriano Rodrigues Barcellos. Pelotas-Pelotas, nº
579, M.14, E.30, 1º Cartório do Civil e do Crime,
Barão de Corrientes. Pelotas, nº 217, M.06, E.33, 1835.
Cartório de Órfãos e Provedoria, 1897.
Dorotéia da Fontoura Barcellos. Pelotas-Costa, nº
Barão do Jarau. Pelotas, nº 228, M.06, E.25, Cartório 642, M.16, E.33, 2º Cartório do Civil e do Crime,
de Órfãos e Provedoria, 1898. 1874.
Barão de S. Tecla. Pelotas, nº 1465, M.80, E.26, Eugênia Ferreira da Conceição. Pelotas, nº 564,
Cartório de Órfãos e Provedoria, 1902. M.14. E.33. 2º Cartório Civil e Crime, 1806.
José Maria Bento da Fontoura. Pelotas, nº 1465, Francisco Jerônimo Coelho. Pelotas-Pelotas, nº 608,
M.26, E.25, 1º Cartório de Órfãos e Provedoria, M.14, E.3o, 1º Cartório do Civil e do Crime,
1902. 1854.
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236 NEGROS, CHARQUEADAS & OLARIAS
A
Abreu, Cristóvão Pereira de__________________________________________________________ 29, 32, 36, 37, 38
Abreu, Pereira. Ver Abreu, Cristóvão Pereira.
Abreu, Escolástica Maria de _____________________________________________________________________147
Albana. Ver Barcellos, Albana Rodrigues.
Alegrete _______________________________________________________________________________67,114,148
Alexandre VI __________________________________________________________________________________17
Almeida. Ver Almeida, Domingos José de.
Almeida, Abrilina Decimanona Caçapavana de ______________________________________________________148
Almeida, Domingos de. Ver Almeida, Domingos José de.
Almeida, Domingos José de __________________________ 80, 86, 104, 129, 139, 145, 147, 148, 149, 150, 172, 217
Almeida, José de. Ver Almeida, Domingos José de.
Almeida, João de. Ver Pereira, João de Almeida.
Almeida, José Roiz Pereira de____________________________________________________________________120
Almeida, Junius Brutus Cássio de _____________________________________________________________148, 150
Almeida, Luís de. Ver Almeida, Luís Felipe de.
Almeida, Luís Felipe de_________________________________________________________________________149
Alves da Conceição ____________________________________________________________________________153
Ana Inácia ________________________________________________________________________________ 75,168
Ana Josefa. Ver Pereira, Ana Josefa.
Andrade, Gomes Freire ____________________________________________________________________42, 45, 71
Anjos, Antônio dos. Ver Anjos, Antônio Francisco dos.
Anjos, Antônio Francisco dos _________________________________________ 66, 69, 139, 159, 163, 165, 166, 219
Anjos, Antônio Rafael dos________________________________________________________________________63
Anjos, José Antônio dos ________________________________________________________________________185
Anselmo. Ver Souza, Anselmo.
Antiqueira. Ver Antiqueira, Domingos José de Castro.
Antiqueira, Antônio de Castro____________________________________________________________________152
Antiqueira, Castro. Ver Antiqueira, Domingos José de Castro.
Antiqueira, Clara ______________________________________________________________________________152
Antiqueira, Domingos José. Ver Antiqueira, Domingos José de Castro.
Antiqueira, Domingos de Castro. Ver Antiqueira, Domingos José de Castro
Antiqueira, Domingos José de Castro ______________________________________________ 69, 110, 111, 113, 165
Antiqueira, João Alano Domingos de Castro ________________________________________________________172
Antônia______________________________________________________________________________________120
Antônia Margarida. Ver Araújo, Antônia Margarida Teixeira.
Antônio___________________________________________________________________________________75, 168
Antônio. Ver Cazado, Inácio Antônio da Silveira.
Antônio. Ver Pereira, Antônio.
Antônio José. Ver Chaves, Antônio José Gonçalves.
Antônio José. Ver Maia, Antônio José da Silva.
Antônia Margarida. Ver Araújo, Antônia Margarida Teixeira.
Antunes, Francisco______________________________________________________________________________57
Araújo, Antônia Margarida Teixeira de ____________________________________________________________158
238 NEGROS, CHARQUEADAS & OLARIAS
B
Baldez. Ver Baldez, Alexandre da Silva.
Baldez, Alexandre. Ver Baldez, Alexandre da Silva.
Baldez, Alexandre da Silva _____________________________________________________________ 64, 65, 66, 67
Bandeira, Bibiana Maria_________________________________________________________________________ 57
Bandeira, Francisco Pinto__________________________________________________________________ 36, 44, 56
Bandeira, Pinto. Ver Bandeira, Rafael Pinto.
Bandeira, Rafael Pinto ____________________36, 44, 46, 50, 52, 55, 56, 57, 58, 66, 67, 68, 69, 73, 80, 123, 215, 216
Bandeira, Rafaela Pinto _____________________________________________________________________ 57, 123
Bárbara Vitória ________________________________________________________________________________ 57
Barbosa. Ver Barbosa, Domingos Soares.
Barbosa, Antenor S. ___________________________________________________________________________ 150
Barbosa, Domingos Soares__________________________________________________________________ 144, 150
Barbosa, Josefa Maria _________________________________________________________________________ 151
Barcellos, Albana Rodrigues _________________________________________________________ 83, 126, 127, 128
Barcellos, Ana Prudência _______________________________________________________________________ 151
Barcellos, Antônio Rodrigues ___________________________________________________________________ 137
Barcellos, Bernardino Rodrigues _____________________________ 125, 123, 139, 143, 145, 146, 148, 149, 172, 217
Barcellos Boaventura Inácio ________________________________________________________________ 114, 172
Barcellos Boaventura Rodrigues ____________57, 86, 80, 112, 117, 121, 123, 124, 125, 126, 154, 165, 171, 172, 181
Barcellos, Boaventura Roiz. Ver Barcellos, Boaventura Rodrigues.
Barcellos, Boaventura da Silva __________________________________________________________ 123, 125, 126
Barcellos, Boaventura Texeira _______________________________________________________________ 137, 138
Barcellos, Cipriano. Ver Barcellos, Cipriano Rodrigues.
Barcellos, Cipriano Joaquim. Ver Barcellos, Cipriano Joaquim Rodrigues.
Barcellos, Cipriano Joaquim Rodrigues____________________________________ 123, 144, 145, 146, 150, 151, 172
Barcellos, Cipriano Rodrigues __________ 123, 125, 134, 137, 139, 141, 142, 143, 144, 145, 146, 150, 152, 165, 172
Barcellos, Dorotéia da Fontoura______________________________________________________________ 137, 138
Barcellos, Eleutério Rodrigues_______________________________________________________________ 123, 137
Barcellos, Eleutério Teixeira ____________________________________________________________________ 138
Barcellos, Flristela Salgado _____________________________________________________________________ 137
Barcellos, Inácio Rodrigues _________________________________________ 125, 127, 137, 138, 139, 143, 145, 172
Barcellos, Inácio Teixeira_______________________________________________________________________ 137
Barcellos, Israel Rodrigues___________________________________________________________________ 57, 123
ÍNDICE REMISSIVO 239
C
Cabral, Sebastião da Veiga _______________________________________________________________________57
Calheca. Ver Calheca, José Gonçalves da Silveira.
Calheca, José Gonçalves. Ver Calheca, José Gonçalves da Silveira.
Calheca, José Gonçalves da Silveira ______________________________________ 157, 160, 163, 164, 165, 166, 219
Calheca, José da Silveira. Ver Calheca, José Gonçalves da Silveira.
Calheca, Maria de Santana da Silveira _____________________________________________________________163
Calheca, Senhorinha da Silveira __________________________________________________________________163
Campos, José Bento e ___________________________________________________________ 80, 86, 117, 126, 127
Campos, Tomás José de_____________________________________________________________________158, 159
Campos Júnior, José Bento e_____________________________________________________________________117
Campos, Virgínia. Ver Campos Virgínia de Souza.
240 NEGROS, CHARQUEADAS & OLARIAS
D
Domingos José. Ver Antiqueira, Domingos José de Castro.
Domingos, José _______________________________________________________________________________172
Domingues, Manuel________________________________________________________________________111, 112
Domingues, Custódio __________________________________________________________________________151
Dorneles, Jerônimo _____________________________________________________________________________75
Dorotéia. Ver Fontoura, Dorotéia Clara.
Doreotéia Leopoldina __________________________________________________________________________158
Dreys. Ver Dreys, Nicolau.
Dreys, Nicolau _______________________________________________________ 185, 186, 187, 188, 189, 190, 191
Duarte, João ___________________________________________________________________________________99
Duarte. Ver Machado, João Duarte.
E
Eleutério. Ver Barcellos, Eleutério Rodrigues.
Elias. Ver Silva, Elias Pereira.
Espírito Santo, Páscoa [Maria] do _________________________________________________________________151
Eufrásia. Ver Lopes, Eufrásia Gonçalves.
Eugênia da Conceição __________________________________________________________________140, 141, 150
Etchegarai ___________________________________________________________________________________110
Etchepari ____________________________________________________________________________________110
Etcheverri ____________________________________________________________________________________110
F
Faria, Francisco Xavier _________________________________________________________________157, 158, 159
Faria, Francisco de Souza __________________________________________________________________29, 36, 37
Faria, Gertrudes Xavier _________________________________________________________________________158
Faria, Souza. Ver Faria, Francisco de Souza.
Felício. Ver Pereira, Felício Joaquim de Souza.
Feijó, Antônio V. _______________________________________________________________________________57
Fernandes, Florestam ____________________________________________________________________________29
Ferreira, Francisco de Paula _____________________________________________________________________105
Figueredo, José Marcelino de ________________________________________________________ 54, 57, 66, 95, 96
Filguera, Domingos _________________________________________________________________________27, 212
Florinda. Ver Silva, Florinda Luíza da.
Florinda Luíza. Ver Silva, Folorinda Luíza.
Folha, José ___________________________________________________________________________________149
242 NEGROS, CHARQUEADAS & OLARIAS
G
Garro. Ver Garro, José.
Garro, José ___________________________________________________________________________________ 25
Gaeta ________________________________________________________________________________________ 19
Genoveva. Ver Silva, Genoveva Pereira.
Gomes, Manuel Inácio __________________________________________________________________________ 66
Gomes, Wenceslau José ____________________________________________________________________ 139, 150
Gonçalo, José ________________________________________________________________________________ 105
Gonçalves, André ______________________________________________________________________________ 18
Gonçalves, Bento _____________________________________________________________________________ 148
Gonçalves, Felix A. ___________________________________________________________________________ 151
Gonçalves, Fernando __________________________________________________________________________ 139
Gonçalves, Francisco José _______________________________________________________________________ 82
Gonçalves, Isabel Maria ________________________________________________________________________ 129
Gonçalves, José ______________________________________________________________________________ 141
Gonçalves, José Joaquim _______________________________________________________________________ 105
Gorender, Jacob _____________________________________________________________________ 16, 29, 30, 132
Graça. Ver Lopes, João Simões [filho].
Guedes, Jacinto _______________________________________________________________________________ 151
Guerino, João. Ver Vinhas, João Guerino.
Guimarães, Francisco Antônio da Cruz _____________________________________________________________ 97
Guimarães, Francisco Teixeira___________________________________________________________________ 117
Guimarães, João José. Ver Guimarães, João José Teixeira.
Guimarães, João José Teixeira _______________________________________________________ 155, 157, 158, 165
Guimarães, Joaquim José _______________________________________________________________________ 118
Guimarães, Manuel Portugal ________________________________________________________________ 150, 172
Guimarães, Perpétua Teixeira ___________________________________________________________________ 157
Guimarães, Tito José Teixeira de Araújo___________________________________________________________ 157
Gusmão, Alexandre ____________________________________________________________________________ 41
Gusmão, José Cardoso de_______________________________________________________________________ 125
H
Haagen, Guilherme van der _____________________________________________________________________ 168
Hipólito. Ver Pereira, Hipólito José da Costa.
ÍNDICE REMISSIVO 243
I
Idiart ________________________________________________________________________________________110
Ildefonso [Lopes, Simões – tio]_________________________________________________________________80, 81
Ildefonso [Lopes, Simões – sobrinho]____________________________________________________________80, 81
Ilha, Joaquim Francisco __________________________________________________________________________60
Inácio. Ver Barcellos, Inácio Rodrigues.
Inácio Antônio. Ver Cazado, Inácio Antônio da Silveira.
Irume, Pedro__________________________________________________________________________________149
Isabel. Ver Silveira, Isabel Francisca da.
Isabel Dorotéia. Ver Fontoura Isabel Dorotéia.
Isabel Francisca. Ver Silveira, Isabel Francisca
Itapocaí. Ver Barcellos, Miguel Rodrigues.
J
Jacinto Antônio. Ver Lopes, Jacinto Antônio.
Jacome, Teodoro Pereira _________________________________________________________________________67
Jaguari. Ver Antiqueira, Domingos José de Castro.
Jarau. Ver Assumpção, Joaquim José e Clara.
Jatayr. Ver Cunha, Alberto Coelho da
Jesus, Bárbara Lopes de_________________________________________________________________________164
Jesus, Barbosa Lopes de ________________________________________________________________________158
Jesus, Genoveva Maria de _______________________________________________________________________158
Jesus, Manuel de _______________________________________________________________________________73
Jesus, Tereza Maria de__________________________________________________________________________151
Joana. Ver Joana Maria Bernardina.
Joana Margarida____________________________________________________________________________ 75,168
Joana Margarida_______________________________________________________________________________168
Joana Maria Bernardina_____________________________________________________________________111, 113
João ________________________________________________________________________________________123
João [dom] _______________________________________________________________________________156, 165
João. Ver Batista, João Nunes.
João. Ver Lopes, João Simões.
João. Ver Machado, João Duarte.
João. Ver Vinhas, João.
João Batista. Ver Roux, João Batista.
João Jacinto. Ver Mendonça, João Jacinto.
João Maria. Ver Chaves, João Maria.
Joaquina. Ver Silva, Joaquina Maria da.
Joaquina Maria. Ver Silva, Joaquina Maria.
José. Ver Fontoura, José Maria Bento da.
José Inácio ________________________________________________________________________________75, 168
José Marcelino. Ver, Figueredo, José Marcelino.
José Maria. ver Fontoura, José Maria bento.
Josefa. Ver Azevedo, Josefa Eulália de.
K
Krestckmar_______________________________________________________________________________104, 166
L
Lamas, Joana Maria ____________________________________________________________________________137
Lamas, Micaela Emerenciana ____________________________________________________________________137
Lara, Miguel José______________________________________________________________________________163
Lavradio ______________________________________________________________________________________55
Lavison, George_______________________________________________________________________________126
Leão, Próspero C.______________________________________________________________________________112
Leite, Joana __________________________________________________________________________________141
Lemos, João Antônio Pereira_____________________________________________________________________166
Leonídia. Ver Moreira, Leonídia Gonçalves.
Lima, Bernardina Barcellos ______________________________________________________________123, 148, 217
244 NEGROS, CHARQUEADAS & OLARIAS
M
Macedo, Francisco José _________________________________________________________________________ 84
Macedo, Jorge Soares ___________________________________________________________________________ 24
Machado, Agostinho Moreira____________________________________________________________________ 114
Machado, Antônio José de Azevedo __________________________________________________ 76, 77, 81, 82, 153
Machado, Azevedo, Ver Machado, Antônio José de Azevedo.
Machado, João Duarte _________________________________________________________ 75, 77, 82, 84, 119, 216
Maciel, Anibal Antunes ____________________________________________________________________ 114, 117
Maciel, Eliseu Antunes_________________________________________________________________________ 172
Maciel, Francisco Antônio _______________________________________________________________________ 48
Maciel, Francisco Antunes ____________________________________________________________________ 82, 84
Maestri, Mário __________________________________________________________________________ 14, 16, 30
Magalhães. Ver Magalhães, João de.
Magalhães, Antônio Teixeira ____________________________________________________________________ 110
Magalhães, João de____________________________________________________________________ 29, 32, 36, 37
Magalhães, Manuel Antônio _____________________________________________________________________ 31
Maia. Ver Maia, Antônio José da Silva.
Maia, Antônio José da Silva_________________________________________________ 139, 151, 152, 153, 159, 160
Maia, Antônio da Silva. Ver Maia, Antônio José da Silva.
Maia, Bernardino _____________________________________________________________________________ 151
Maia, Cristovão da Silva _______________________________________________________________________ 151
Maia, José da Silva. Ver Maia, Antônio José da Silva.
Malaquias de Borba ____________________________________________________________________________ 82
Manuel. Ver Silva, Manuel Pereira da.
Manuel. Ver Carvalho, Manuel Moreira de.
Manuel. Ver Fontoura, Manuel Bento da.
Manuel. Ver Paiva, Manuel Ravelo.
Manuel. Ver Silva, Manuel Pereira da.
Manuel. Ver Teixeira, Manuel Batista.
Manuel Bento. Ver Fontoura, Manuel Bento da.
Manuel Bento. Ver Rocha, Manuel Bento da.
Manuel Francisco ______________________________________________________________________________ 99
Manuel Luís. Ver Mesquita, Manuel Luís.
Manuel Padeiro___________________________________________________________________________ 103, 104
Manuel Joaquim ______________________________________________________________________________ 113
Marcelino ___________________________________________________________________________________ 105
Maria. Ver Maria da Encarnação.
ÍNDICE REMISSIVO 245
N
Nascimento, Eulália do_________________________________________________________________________ 163
Nascimento, Joaquina Rosa do___________________________________________________________________ 151
Nóia, Ana _________________________________________________________________________________ 77, 78
Nunes, Evaristo Ferreira________________________________________________________________________ 110
O
O’Donnell, Pedro _____________________________________________________________________________ 121
Oldemberg, Feliciano Velho __________________________________________________________________ 44, 75
Oldemberg, Velho. Ver Oldemberg, Feliciano Velho.
Oliveira, Clara Maria de_________________________________________________________________________ 56
Oliveira, Francisco _____________________________________________________________________________ 99
Oliveira, Inácio Xavier de _______________________________________________________________________ 99
Oliveira, João Batista de________________________________________________________________________ 118
Oliveira, José Miranda de________________________________________________________________________ 57
Osório, Pedro ____________________________________________________________ 107, 110, 149, 150, 151, 168
Osório, Tomás Luís _________________________________________________________ 44, 45, 46, 71, 72, 73, 216
P
Pacheco, José de Souza ________________________________________________________________________ 105
Pacheco, Serafim de Souza _____________________________________________________________________ 172
Padeiro. Ver Manuel Padeiro.
Padre-Doutor. Ver Mesquita. Pedro Pereira Fernandes de.
Pais, José da Silva____________________________________________________________________ 32, 37, 43, 213
Pais, Silva. Ver Pais, José da Silva.
Paiva, Antônio Soares de _______________________________________________________________________ 167
Paiva, Alfredo Augusto ________________________________________________________________________ 105
Paiva, Dorotéia Cândida________________________________________________________________________ 105
Paiva, Manuel Ravelo__________________________________________________________________ 105, 168, 172
Paula, Francisco de. Ver Ferreira, Francisco de Paula.
Pedrarca, Domingo _____________________________________________________________________________ 31
Pedro. Ver Mesquita, Pedro Pereira Fernandes de.
Peixoto, Brito. Ver Peixoto, Francisco Domingos de Brito.
Peixoto, Francisco Domingos de Brito ____________________________________________________ 29, 36, 37, 38
Peixoto, José Aguiar_______________________________________________________________________ 165, 166
Pereira ______________________________________________________________________________________ 139
Pereira, Ana Josefa ______________________________________________________________________ 63, 64, 139
Pereira, Antônio _______________________________________________________________________ 64, 125, 139
Pereira, Cristóvão. Ver Abreu, Cristóvão Pereira.
Pereira, Felício. Ver Pereira, Felício Joaquim da Costa.
Pereira, Felício Joaquim da Costa _______________________________________ 63, 66, 69, 139, 156, 165, 166, 219
Pereira, Francisco _____________________________________________________________________________ 141
Pereira, Hipólito José da Costa ___________________________________________________________________ 63
Pereira, João de Almeida ________________________________________________________________ 99, 139, 141
Pereira, José. Ver Brites, José Pereira da Silva.
Pereira, José Saturnino da Costa _______________________________________________________________ 63, 64
Pereira, Luís. Ver Silva, Luís, Luís Pereira da.
Pereira, Maria Madalena ________________________________________________________________________ 56
Pereira, Pedro. Ver Mesquita, Pedro Pereira Fernandes de.
Pereira da Silva ___________________________________________________________________________ 141, 142
Pereira, Vicente _______________________________________________________________________________ 63
Pillar, Florência Maria do_______________________________________________________________________ 163
Pillar, Luzia Ferminiana do _____________________________________________________________________ 167
Pinheiro, Domingos Afonso _____________________________________________________________________ 124
Pinho, Sebastião de____________________________________________________________________________ 153
ÍNDICE REMISSIVO 247
Q
Quincas Patrão. Ver Assumpção, Joaquim José.
Quintão, João da Costa __________________________________________________________________________36
Quitéria Maria ________________________________________________________________________________141
Quitéria Maria ________________________________________________________________________________163
R
Rafaela. Ver Bandeira, Rafaela Pinto.
Ramos, Jerônimo de Freitas______________________________________________________________________106
Ravelo. Ver Paiva, Manuel Ravelo.
Rheingantz, Joaquim C. Assumpção________________________________________________________________82
Rezende. Ver Castro, José de _____________________________________________________________________65
Ribeiro, Francisco Xavier ________________________________________________________________________36
Ribeiro, Ignácio Barbosa de Lourenço ______________________________________________________________81
Ribeiro, José Teixeira Pinto______________________________________________________________________172
Ribeiro, Manuel Gonçalves _______________________________________________________________________36
Rita. Ver Barcellos, Rita Teixeira.
Rita. Ver Silva, Rita Pereira.
Roberto_______________________________________________________________________________________57
Rocha, Bento. Ver Rocha, Manuel Bento da.
Rocha, Manuel Bento da ________________________________________________________ 73, 74, 75, 76, 77, 216
Rodrigues, Antônio José ______________________________________________________________________81, 84
Rodrigues Barcellos________________________________________ 57, 114, 121, 123, 124, 125, 137, 154, 169, 217
Rodrigues, Dionísio. Ver Mendes, Dionísio Rodrigues.
Rodrigues, Domingos _____________________________________________________________ 157, 165, 166, 167
Rodrigues, Maria Joaquina ______________________________________________________________________165
Rodrigues, José ________________________________________________________________________________99
Roiz, José. Ver Rodrigues, José.
Roiz, Roberto __________________________________________________________________________________57
Rosa, Alberto R._______________________________________________________________________________151
Rosa, Antônio ________________________________________________________________________________125
Rosa, Francisco da ______________________________________________________________________________65
Rosa, Francisco Araújo __________________________________________________________________________66
Rosália. Ver Pires, Rosália Francisca.
Rosália Maria Angélica __________________________________________________________________________67
Rosas, Juan Manuel _____________________________________________________________________________48
Róscio, Francisco João ___________________________________________________________________31, 50, 214
Roux. Ver Roux, João Batista.
Roux, João Batista _____________________________________________________________________________110
Rüdiger, Selbat____________________________________________________________________ 37, 43, 46, 96, 98
S
S., João Antônio da Silva________________________________________________________________________117
Sá, Salvador Correia de __________________________________________________________________________24
248 NEGROS, CHARQUEADAS & OLARIAS
T
Tamboridengui________________________________________________________________________________110
Tamboridengui, João ___________________________________________________________________________134
Tavares, Joaquim da Silva _______________________________________________________________________160
Teixeira, Boaventura. Ver Barcellos, Boaventura Teixeira.
Teixeira, Carlos José ___________________________________________________________________________114
Teixeira, Carlota Batista ________________________________________________________________________159
Teixeira, Emerenciana Manuela __________________________________________________________________137
Teixeira, Joaquim Manuel ____________________________________________________________________63, 137
Teixeira, João Francisco ________________________________________________________________________114
Teixeira, José _________________________________________________________________________________172
Teixeira, Manuel Batista ___________________________________________________________ 151, 154, 157, 158
Teixeira, Pedro________________________________________________________________________________114
Terra, Jorge da _________________________________________________________________________________99
Tiarajú, Sepé __________________________________________________________________________________45
Tomás Luís____________________________________________________________________________________99
Torres, João do Martírio ________________________________________________________________________158
U
Ultra, Joz de __________________________________________________________________________________168
250 NEGROS, CHARQUEADAS & OLARIAS
V
Valadares, Manuel José. Ver Valadares, Manuel José Rodrigues.
Valadares, Manuel Rodrigues. Ver Valadares, Manuel José Rodrigues.
Valadares, Manuel José Rodrigues ___________________________________________________ 157, 161, 163, 165
Valpírio, Vítor. Ver Cunha, Alberto Coelho.
Vasconcelos, Luís de. Ver Souza, Luís de Vasconcelos.
Vargas, Manuel da Silva ________________________________________________________________________ 37
Velho Zapata. Ver Ayala, Miguel.
Vergara, Damácio_____________________________________________________________________________ 158
Verniz, Juan __________________________________________________________________________________ 55
Vespúcio, Américo _____________________________________________________________________________ 18
Viana, Luís Gonçalves _______________________________________________________________________ 35, 36
Vianna, Antônio Ferreira _______________________________________________________________________ 163
Vianna, Baltazar Gomes________________________________________________________________________ 168
Vianna, João Ferreira __________________________________________________________________________ 163
Viana, João Pereira ____________________________________________________________________________ 165
Vianna, José Antônio Ferreira ___________________________________________________________________ 165
Vianna, José Vieira____________________________________________________________________ 147, 161, 172
Vianna, Senhorinha da Silveira __________________________________________________________________ 163
Viera, Custódio Manuel ________________________________________________________________________ 125
Vidart ______________________________________________________________________________________ 149
Vinhas ______________________________________________________________________________ 117, 118, 119
Vinhas, João _________________________________________________________________________ 118, 121, 172
Vinhas, João Guerino __________________________________________________________________ 117, 118, 119
Vinhas, Matilde da Silva ___________________________________________________________ 117, 118, 119, 127
Vinhas, Pedro Lobo ___________________________________________________________________________ 117
Virgínia. Ver Campos, Virgínia de Souza.
Vitorino, Francisco Gonçalves ____________________________________________________________________ 61
Vizeu, Antônio de Morais Figueredo______________________________________________________________ 159
X
Xavier, Bernardina Inácia_______________________________________________________________________ 158
Xavier, Francisco. Ver Faria, Francisco Xavier.
Xavier, José Inácio ____________________________________________________________________________ 158
Xavier, Maria Leopoldina ______________________________________________________________________ 158
Xavier, Sebastião. Ver Xavier, Sebastião da Silva.
Xavier, Sebastião da Silva ________________________________________________________________ 54, 96, 102
Xavier Faria. Ver Faria, Francisco Xavier.
Z
Zabala. Ver Zabala, Bruno Maurício
Zabala, Bruno Maurício _____________________________________________________________________ 31, 213
.
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