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2013
Copyright © UNIASSELVI 2013
Elaboração:
Prof.ª Daniela Gadotti Sophiati
Prof.ª Johanna Wolfram Heuer
001.309
S712p Sophiati, Daniela Gadotti
Pré-história / Daniela Gadotti Sophiati e Johanna Wolfram
Heuer. Indaial : Uniasselvi, 2013.
188 p. : il
ISBN 978-85-7830-752-3
1. Humanidades – História.
I. Centro Universitário Leonardo da Vinci.
Apresentação
Caro(a) acadêmico(a)!
III
NOTA
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há
novidades em nosso material.
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa
continuar seus estudos com um material de qualidade.
IV
V
VI
Sumário
UNIDADE 1 – NOVA HISTÓRIA CULTURAL E PRÉ-HISTÓRIA, ARQUEOLOGIA,
TEORIA DE DARWIN E FORMAÇÃO DO UNIVERSO..................................... 1
TÓPICO 2 – ARQUEOLOGIA................................................................................................................ 11
1 INTRODUÇÃO...................................................................................................................................... 11
2 ETAPAS DE PESQUISA....................................................................................................................... 14
2.1 LEVANTAMENTO........................................................................................................................... 17
2.2 ESCAVAÇÃO..................................................................................................................................... 18
2.3 ANÁLISE DE LABORATÓRIO....................................................................................................... 19
2.4 PUBLICAÇÃO................................................................................................................................... 20
2.5 A ARQUEOLOGIA COMO CIÊNCIA TRANSDISCIPLINAR.................................................. 20
2.5.1 Formas de datação................................................................................................................... 20
2.5.2 Áreas de atuação...................................................................................................................... 23
3 HISTÓRIA DA ARQUEOLOGIA...................................................................................................... 26
3.1 ARQUEOLOGIA NA IDADE MÉDIA.......................................................................................... 26
3.2 ARQUEOLOGIA NA IDADE MODERNA................................................................................... 26
3.3 ARQUEOLOGIA NA IDADE CONTEMPORÂNEA.................................................................. 27
3.3.1 Atuação dos arqueólogos no Brasil....................................................................................... 31
LEITURA COMPLEMENTAR................................................................................................................ 33
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 35
AUTOATIVIDADE.................................................................................................................................. 36
VII
2.2.1 Era Pré-Cambriana.................................................................................................................. 51
2.2.2 Era Paleozoica.......................................................................................................................... 52
2.2.3 Era Mesozoica.......................................................................................................................... 52
2.2.4 Era Cenozoica........................................................................................................................... 52
3 FORMAÇÃO DOS CONTINENTES................................................................................................. 54
LEITURA COMPLEMENTAR................................................................................................................ 55
RESUMO DO TÓPICO 4........................................................................................................................ 57
AUTOATIVIDADE.................................................................................................................................. 58
VIII
2.3 IDADE DO FERRO........................................................................................................................... 110
2.4 SURGIMENTO DO COMÉRCIO.................................................................................................... 110
2.5 DIVISÃO DA SOCIEDADE............................................................................................................. 111
3 SURGIMENTO DO ESTADO............................................................................................................. 112
3.1 A CENTRALIZAÇÃO DO PODER................................................................................................ 113
3.2 O SURGIMENTO DA ESCRITA..................................................................................................... 113
4 AS PRIMEIRAS CIVILIZAÇÕES....................................................................................................... 114
RESUMO DO TÓPICO 4........................................................................................................................ 115
AUTOATIVIDADE.................................................................................................................................. 116
IX
4.1 A ALIMENTAÇÃO........................................................................................................................... 158
4.1.1 Produção de alimentos............................................................................................................ 158
4.2 AS HABITAÇÕES............................................................................................................................. 160
4.3 ORGANIZAÇÃO SOCIAL.............................................................................................................. 161
4.4 CRENÇAS AMERÍNDIAS............................................................................................................... 162
5 INDÍGENAS HOJE............................................................................................................................... 163
LEITURA COMPLEMENTAR................................................................................................................ 166
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 169
AUTOATIVIDADE.................................................................................................................................. 170
X
UNIDADE 1
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir desta unidade, você será capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta primeira unidade está dividida em quatro tópicos. No final de cada
tópico, você encontrará atividades que possibilitarão a apropriação de
conhecimentos na área.
TÓPICO 2 – ARQUEOLOGIA
1
2
UNIDADE 1
TÓPICO 1
1 INTRODUÇÃO
Segundo a divisão tradicional da História, a Pré-História é o momento
histórico que antecede a História Antiga. Tal período é comumente associado,
especialmente na TV, a dinossauros carnívoros e homens primitivos que
conviviam no mesmo período.
E
IMPORTANT
TUROS
ESTUDOS FU
3
UNIDADE 1 | NOVA HISTÓRIA CULTURAL E PRÉ-HISTÓRIA, ARQUEOLOGIA, TEORIA DE DARWIN E FORMAÇÃO DO UNIVERSO
E
IMPORTANT
ATENCAO
DICAS
Para saber mais sobre a história da escrita você pode assistir aos
vídeos disponíveis nos seguintes links: vídeo 1: <http://www.youtube.com/
watch?v=GC8ClPNWv3k&feature=related> e vídeo 2: <http://www.youtube.com/
watch?v=uF9kNYH1EQg&feature=relmfu>. Neles você aprenderá mais sobre o assunto e
sobre temas como a arqueologia, que será discutida no Tópico 2 desta unidade. O material
disponível nos vídeos pode ser utilizado, ainda, como ferramenta didática no ensino de
História Antiga.
4
TÓPICO 1 | A NOVA HISTÓRIA CULTURAL E A PRÉ-HISTÓRIA
NOTA
Fica determinado, então, pela teoria rankeana, que a História só existe onde há
um registro escrito. O período que antecede o surgimento da escrita passa a ser considerado
Pré-História. (BURKE, 1991, p. 42).
E
IMPORTANT
5
UNIDADE 1 | NOVA HISTÓRIA CULTURAL E PRÉ-HISTÓRIA, ARQUEOLOGIA, TEORIA DE DARWIN E FORMAÇÃO DO UNIVERSO
NOTA
Esta visão de História vem sendo deixada de lado, acusada de favorecer uma
“História Narrativa”, que apenas descreve os fatos, sem se preocupar com as suas causas.
3 A ESCOLA DE ANNALES
A partir de 1929, surgem mudanças na Historiografia, quando Lucien
Fevbre e March Bloch fundam a Revista Annales. Juntamente com outros
historiadores e sociólogos, os dois propõem uma revisão na forma de se pesquisar
história.
• novos métodos
• novos objetos
• novas fontes
• novas abordagens
6
TÓPICO 1 | A NOVA HISTÓRIA CULTURAL E A PRÉ-HISTÓRIA
• História vista de baixo: estudo de grupos que não eram considerados antes
como agentes da história.
NOTA
DICAS
7
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você viu que:
8
AUTOATIVIDADE
1 Ao se tornar uma ciência no século XIX, a História estava sujeita a uma série
de métodos e regras. Quais eram eles? De que forma isso se relaciona com o
estabelecimento da divisão tradicional da História?
9
10
UNIDADE 1
TÓPICO 2
ARQUEOLOGIA
1 INTRODUÇÃO
Para que possamos conhecer o modo de vida das sociedades pré-históricas,
várias ciências unem seus conhecimentos. Entre essas ciências encontramos
a arqueologia, que é a ciência que estuda os vestígios materiais deixados pelo
homem.
FONTE: As autoras
11
UNIDADE 1 | NOVA HISTÓRIA CULTURAL E PRÉ-HISTÓRIA, ARQUEOLOGIA, TEORIA DE DARWIN E FORMAÇÃO DO UNIVERSO
TUROS
ESTUDOS FU
12
TÓPICO 2 | ARQUEOLOGIA
DICAS
ATENCAO
13
UNIDADE 1 | NOVA HISTÓRIA CULTURAL E PRÉ-HISTÓRIA, ARQUEOLOGIA, TEORIA DE DARWIN E FORMAÇÃO DO UNIVERSO
NOTA
DICAS
2 ETAPAS DE PESQUISA
Quando falamos em arqueologia, imediatamente nos vêm à mente
imagens de grandes aventuras como as vividas por Indiana Jones ou Lara Croft,
personagens que imortalizaram no cinema a ideia de aventura e caça ao tesouro
na arqueologia. Você, entretanto, sabia que esta ciência não é feita apenas de
aventuras?
NOTA
Tutancâmon foi um faraó egípcio que morreu ainda jovem, aos 19 anos, em
1324 a.C.
NOTA
15
UNIDADE 1 | NOVA HISTÓRIA CULTURAL E PRÉ-HISTÓRIA, ARQUEOLOGIA, TEORIA DE DARWIN E FORMAÇÃO DO UNIVERSO
NOTA
DICAS
16
TÓPICO 2 | ARQUEOLOGIA
E
IMPORTANT
Como você verá a seguir, o trabalho do arqueólogo pode ser dividido em várias
fases. Entre as principais estão:
• levantamento;
• escavações;
• processamento em laboratório;
• publicação.
2.1 LEVANTAMENTO
O levantamento (ou prospecção) consiste na localização de áreas que sejam
potenciais sítios arqueológicos. Esta pesquisa pode ser feita através de estudo de
fotografias aéreas, caminhadas nas áreas estudadas ou com o uso de aparelhos,
como sondas, radares, entre outros. O principal objetivo desta fase das pesquisas
é encontrar os sítios arqueológicos.
17
UNIDADE 1 | NOVA HISTÓRIA CULTURAL E PRÉ-HISTÓRIA, ARQUEOLOGIA, TEORIA DE DARWIN E FORMAÇÃO DO UNIVERSO
2.2 ESCAVAÇÃO
A segunda etapa dos trabalhos de arqueologia é a escavação. Esta é a mais
famosa de todas as etapas e, geralmente, a única que vem à mente quando se
pensa nas pesquisas arqueológicas. No entanto, apesar de ser uma fase muito
importante destas pesquisas, ela é apenas uma parte do conjunto de atividades
desenvolvidas pelos arqueólogos.
NOTA
18
TÓPICO 2 | ARQUEOLOGIA
DICAS
19
UNIDADE 1 | NOVA HISTÓRIA CULTURAL E PRÉ-HISTÓRIA, ARQUEOLOGIA, TEORIA DE DARWIN E FORMAÇÃO DO UNIVERSO
2.4 PUBLICAÇÃO
A última fase de ação de uma pesquisa arqueológica é a publicação dos
dados observados, na qual todos os resultados das atividades de campo e análises
dos vestígios identificados são disponibilizados para o público acadêmico, através
de revistas, livros e artigos científicos. Os pesquisadores também procuram
divulgar o trabalho ao público em geral através de cartilhas, jornais, revistas e
vídeos, por exemplo.
a) Estratigrafia
20
TÓPICO 2 | ARQUEOLOGIA
b) Carbono 14
A planta absorve o
14CO2 e incorpora
o 14C através da
fotossíntese
Os animais e
pessoas absorvem
Quando um animal morre, o 14C através do
seu organismo cessa de consumo das
receber os átomos de plantas
carbono. De maneira que a
quantidade de 14C começa
a decair
c) Termoluminescência
22
TÓPICO 2 | ARQUEOLOGIA
NOTA
NOTA
24
TÓPICO 2 | ARQUEOLOGIA
NOTA
Estas são apenas algumas das tantas áreas de atuação que podem ser
associadas à arqueologia. Isto se justifica, entre outros motivos, pela maneira
dinâmica com que é composta nossa realidade e assim também foi a de nossos
antepassados.
E
IMPORTANT
Vale lembrar que as pesquisas arqueológicas não têm como objetivo apenas o
artefato em si, mas procuram, a partir do estudo destes artefatos, entender os sistemas e diferentes
áreas da vida social de quem os produziu. Isto quer dizer que os arqueólogos escavam as peças
arqueológicas para, através delas, entender melhor a vida das pessoas que as fabricaram.
25
UNIDADE 1 | NOVA HISTÓRIA CULTURAL E PRÉ-HISTÓRIA, ARQUEOLOGIA, TEORIA DE DARWIN E FORMAÇÃO DO UNIVERSO
3 HISTÓRIA DA ARQUEOLOGIA
A arqueologia como ciência teve seu início por volta do século XIX,
acompanhando o surgimento de tantas outras ciências no período, embora entre
gregos e babilônicos, muito antes da era cristã, já existisse o interesse por entender
o desenvolvimento humano e colecionar peças antigas.
26
TÓPICO 2 | ARQUEOLOGIA
27
UNIDADE 1 | NOVA HISTÓRIA CULTURAL E PRÉ-HISTÓRIA, ARQUEOLOGIA, TEORIA DE DARWIN E FORMAÇÃO DO UNIVERSO
TUROS
ESTUDOS FU
ATENCAO
Neste período acreditava-se que o homem havia surgido há apenas 4.000 anos;
assim, estes animais teriam desaparecido no dilúvio citado na Bíblia.
28
TÓPICO 2 | ARQUEOLOGIA
E
IMPORTANT
E
IMPORTANT
29
UNIDADE 1 | NOVA HISTÓRIA CULTURAL E PRÉ-HISTÓRIA, ARQUEOLOGIA, TEORIA DE DARWIN E FORMAÇÃO DO UNIVERSO
NOTA
Por volta dos anos 60, a arqueologia passa por mudanças, acompanhando
outras ciências. Na Inglaterra, o pesquisador Gordon Childe (1892-1957) defendia
que cada grupo humano deveria ser estudado em seu desenvolvimento específico.
Não existia mais uma linha do tempo única, na qual os indígenas estavam
no estágio Paleolítico e os europeus na História contemporânea. Agora, cada
povo tinha sua própria trajetória.
30
TÓPICO 2 | ARQUEOLOGIA
NOTA
Você sabe o que é difusionismo? É uma corrente teórica que foi muito usada na
antropologia e que acredita que uma inovação acontece em uma região, central, e se espalha
para a periferia. O seu uso exagerado, por um grupo de pesquisadores ingleses, chamou-se
hiperdifusionismo, eles acreditavam que as principais invenções humanas tinham origem
no Egito. No Brasil as ideias difusionistas foram empregadas de maneira errada por alguns,
que usavam os fenícios como criadores de gravuras espalhadas pelo Brasil, negando assim a
capacidade dos indígenas brasileiros de fazê-las.
E
IMPORTANT
31
UNIDADE 1 | NOVA HISTÓRIA CULTURAL E PRÉ-HISTÓRIA, ARQUEOLOGIA, TEORIA DE DARWIN E FORMAÇÃO DO UNIVERSO
DICAS
DICAS
Websites interessantes:
• Sociedade de Arqueologia Brasileira: <http://www.sabnet.com.br/>
• Arqueologia Brasileira (Itaú Cultural Virtual): <http://www.itaucultural.org.br/arqueologia/>
• Arqueologia Digital: <http://arqueologiadigital.com/>
• História e-história (seção Arqueologia): <http://www.historiaehistoria.com.br/indice.
cfm?tb=arqueologia>
Artigo recomendado:
• Artigo: Como se tornar arqueólogo no Brasil, de Pedro Paulo de Abreu Funari, disponível
em: <http://www.usp.br/revistausp/44/05-pedropaulo.pdf>
Livros:
• Arqueologia, de Pedro Paulo de Abreu Funari
• O Brasil antes dos brasileiros, de André Prous
• Arqueologia brasileira, de André Prous
• Os índios antes do Brasil, de Carlos Fausto
• Pré-História do Brasil, de Pedro Paulo de Abreu Funari e Francisco Silva Noelli
• História do pensamento arqueológico, de Bruce G. Trigger
32
TÓPICO 2 | ARQUEOLOGIA
LEITURA COMPLEMENTAR
[...]
Por muito tempo a arqueologia foi vista como uma disciplina auxiliar da
História e da antropologia. Até 1960 o pensamento dominante considerava que
“A arqueologia tinha como propósito a simples coleção, descrição e classificação
de objetos antigos”. (FUNARI, 2003, p. 15). A partir de 1960, surge nos Estados
Unidos um movimento que apresenta uma nova arqueologia, que entende a
arqueologia como o “[...] estudo da cultura material que busca compreender as
relações sociais e as transformações na sociedade” (FUNARI, 2003, p. 15).
33
UNIDADE 1 | NOVA HISTÓRIA CULTURAL E PRÉ-HISTÓRIA, ARQUEOLOGIA, TEORIA DE DARWIN E FORMAÇÃO DO UNIVERSO
FONTE: Adaptado de: HISTÓRIA e arqueologia: alguns debates. Disponível em: <http://www.
historiaehistoria.com.br/materia.cfm?tb=arqueologia&id=55>. Acesso em: 24 abr. 2013.
34
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você viu que:
35
AUTOATIVIDADE
36
UNIDADE 1
TÓPICO 3
TEORIA DE DARWIN
1 INTRODUÇÃO
Algumas das principais questões da nossa história enquanto humanos
são: quem somos?, qual a nossa origem?. Se hoje parece simples iniciar o debate,
embora nem sempre seja possível chegar a um acordo, em épocas passadas não
havia espaço para discussões.
NOTA
Nem sempre foi esta a realidade, os gregos, por exemplo, acreditavam que Gaia
era a personificação divina da Terra. Os egípcios acreditavam que a Terra surgiu do rio Nilo,
entre diversas outras explicações.
37
UNIDADE 1 | NOVA HISTÓRIA CULTURAL E PRÉ-HISTÓRIA, ARQUEOLOGIA, TEORIA DE DARWIN E FORMAÇÃO DO UNIVERSO
NOTA
2 TEORIA DE DARWIN
Cada povo criou explicações diferenciadas para a criação do universo e o
surgimento do homem na Terra. Os povos indígenas, islâmicos, cristãos, celtas,
vikings, cada um, enfim, tem sua própria cosmogonia.
NOTA
A cosmogonia iorubá conta que no início dos tempos havia dois mundos:
Orum, ambiente dos orixás ou mundo espiritual, e Aiyê, espaço dos homens ou
mundo físico. Para os índios kaingang os irmãos Kamé e Kairu criaram a natureza
e as regras de conduta para os homens.
38
TÓPICO 3 | TEORIA DE DARWIN
39
UNIDADE 1 | NOVA HISTÓRIA CULTURAL E PRÉ-HISTÓRIA, ARQUEOLOGIA, TEORIA DE DARWIN E FORMAÇÃO DO UNIVERSO
40
TÓPICO 3 | TEORIA DE DARWIN
NOTA
• Luta pela vida – os seres vivos produzem muitos descendentes, mas poucos
chegam à fase adulta para reproduzir-se; por isso o número de indivíduos de
cada espécie se mantém constante ao longo das gerações.
• Seleção natural – somente os mais aptos sobrevivem porque são mais ajustados
(adaptados) às condições ambientais, de modo que cada geração aprimora o
grau de adaptação conseguido por seus ancestrais.
41
UNIDADE 1 | NOVA HISTÓRIA CULTURAL E PRÉ-HISTÓRIA, ARQUEOLOGIA, TEORIA DE DARWIN E FORMAÇÃO DO UNIVERSO
NOTA
TUROS
ESTUDOS FU
ATENCAO
42
TÓPICO 3 | TEORIA DE DARWIN
E
IMPORTANT
Nem sempre o evolucionismo foi utilizado com boas intenções. Uma corrente
de pensadores seguiu ideias conhecidas como “evolucionismo social” também conhecido
como “racismo científico”, em que se justificava a superioridade de grupos a partir da evolução
de “raças inferiores” e “raças superiores”, “primitivos” e “civilizados”, entre outras comparações
qualitativas.
43
UNIDADE 1 | NOVA HISTÓRIA CULTURAL E PRÉ-HISTÓRIA, ARQUEOLOGIA, TEORIA DE DARWIN E FORMAÇÃO DO UNIVERSO
DICAS
• a evolução é permanente.
E
IMPORTANT
44
TÓPICO 3 | TEORIA DE DARWIN
LEITURA COMPLEMENTAR
O HUMANISMO DE DARWIN
[...]
[...]
[...]
45
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você viu que:
46
AUTOATIVIDADE
47
48
UNIDADE 1
TÓPICO 4
A FORMAÇÃO DO UNIVERSO
1 INTRODUÇÃO
Assim como as perguntas fundamentais sobre nossa origem enquanto
humanos, a origem do universo também foi um questionamento central de
vários povos, e, embora as respostas científicas só recentemente tenham sido
fundamentadas, desde a Antiguidade houve interesse por compreender o
universo e os eventos astronômicos.
NOTA
• teoria heliocêntrica: ideia de que o Sol está no centro do universo e de que a Terra
gira em torno dele.
49
UNIDADE 1 | NOVA HISTÓRIA CULTURAL E PRÉ-HISTÓRIA, ARQUEOLOGIA, TEORIA DE DARWIN E FORMAÇÃO DO UNIVERSO
2 FORMAÇÃO DO UNIVERSO
De acordo com a Teoria do Big Bang, uma grande quantidade de matéria
se concentrava em um único ponto, muito quente e denso. Por volta de 15 bilhões
de anos, a agitação molecular no interior do ponto causou uma grande explosão,
provocando uma expansão para todos os sentidos.
NOTA
50
TÓPICO 4 | A FORMAÇÃO DO UNIVERSO
51
UNIDADE 1 | NOVA HISTÓRIA CULTURAL E PRÉ-HISTÓRIA, ARQUEOLOGIA, TEORIA DE DARWIN E FORMAÇÃO DO UNIVERSO
a) Triássico - domínio dos répteis na Terra. Surgimento dos grandes répteis como
o dinossauro, adaptação de alguns répteis à vida marinha.
52
TÓPICO 4 | A FORMAÇÃO DO UNIVERSO
E
IMPORTANT
53
UNIDADE 1 | NOVA HISTÓRIA CULTURAL E PRÉ-HISTÓRIA, ARQUEOLOGIA, TEORIA DE DARWIN E FORMAÇÃO DO UNIVERSO
E
IMPORTANT
Quando escreveu o livro, Wegener não tinha ideia de como teria ocorrido
a deriva. Ele acreditava que forças gravitacionais teriam afastado e deslocado
os continentes. Posteriormente, outros indícios da Pangeia foram descobertos:
nos locais onde os continentes se encaixam, existe uma similaridade de clima,
vegetação, fósseis e alguns animais.
54
TÓPICO 4 | A FORMAÇÃO DO UNIVERSO
LEITURA COMPLEMENTAR
Não são poucas as teses que tentam explicar a mais intrigante questão
da Pré-História. Afinal, de que forma milhões de seres com dimensões colossais,
como dinossauros e outros grandes répteis, deixaram subitamente de existir?
FONTE: MUNIZ, Diógenes de. O fim dos dinossauros ainda é um mistério para os cientistas.
Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/folha/ciencia/ult306u14199.shtml>. Acesso em: 3
abr. 2012.
56
RESUMO DO TÓPICO 4
Neste tópico, você viu que:
57
AUTOATIVIDADE
2 “De acordo com a teoria, tudo começou numa grande explosão (o Big Bang).
Toda a matéria do universo concentrava-se num só bloco, que explodiu – e
desde então continua se expandindo”. (SUPERINTERESSANTE, 2004).
Estabeleça a sequência do Big Bang até o surgimento das primeiras formas
de vida na Terra.
58
UNIDADE 2
PERÍODOS PRÉ-HISTÓRICOS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir desta unidade, você será capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em quatro tópicos. No final de cada tópico, você
encontrará atividades que possibilitarão a apropriação de conhecimentos na
área.
59
60
UNIDADE 2
TÓPICO 1
1 INTRODUÇÃO
O período Paleolítico inicia com a origem do ser humano (há 4,5 milhões de
anos) e termina por volta 10.000 a.C., com a invenção da agricultura. Considerado
o mais longo da História da humanidade, foi o momento de desenvolvimento da
maior parte das espécies de hominídeos conhecidos.
2 EVOLUÇÃO HUMANA
O que nos torna humanos? O que nos confere a habilidade de refletir sobre
o passado e ponderar o futuro? Quem nós somos enquanto espécie e de onde nós
viemos são informações que fazem parte de uma história fantástica, que possui
cerca de 4 milhões de anos.
61
UNIDADE 2 | PERÍODOS PRÉ-HISTÓRICOS
Os primatas são uma ordem da qual fazem parte cerca de 250 espécies de
mamíferos. Possuem algumas características comuns como, por exemplo:
• polegar opositor;
62
TÓPICO 1 | EVOLUÇÃO HUMANA E PERÍODO PALEOLÍTICO
0
Orangotango
Gibão Gorila Chimpanzé Homem
10
Prossímios atuais
20
30
40
50
60
Prossímios primitivos
63
UNIDADE 2 | PERÍODOS PRÉ-HISTÓRICOS
FIGURA 16 – LÊMURE
FIGURA 17 – BABUÍNOS
64
TÓPICO 1 | EVOLUÇÃO HUMANA E PERÍODO PALEOLÍTICO
FIGURA 18 – MICO-LEÃO-DOURADO
Por fim, chegamos aos hominídeos que, por sua vez, dividem-se entre nós,
seres humanos, e os símios. Note que apresentaremos aqui diversas características
que diferenciam os hominídeos dos demais primatas, indicando características
evolutivas que, em conjunto e ao longo de milhares de anos, resultaram em quem
somos atualmente.
FIGURA 19 – ORANGOTANGO
65
UNIDADE 2 | PERÍODOS PRÉ-HISTÓRICOS
NOTA
DICAS
66
TÓPICO 1 | EVOLUÇÃO HUMANA E PERÍODO PALEOLÍTICO
FONTE: As autoras
NOTA
67
UNIDADE 2 | PERÍODOS PRÉ-HISTÓRICOS
ATENCAO
CRIACIONISMO X EVOLUCIONISMO
Existe um grande debate entre as pessoas que defendem as duas formas de compreensão do
surgimento da humanidade e da criação do mundo. Desde a primeira publicação do livro “A
Origem das Espécies”, por Charles Darwin, duas teorias distintas sobre a origem da vida se opõem.
Uma delas é o criacionismo, que defende a existência de um Deus criador, tendo por base os
escritos bíblicos. A outra é o evolucionismo, que surgiu a partir do século XIX, quando cientistas
iniciaram a propor novas teorias sobre a origem da vida, contrapondo a teoria criacionista.
Entre os cientistas que defendem o evolucionismo, a teoria da grande explosão do Big Bang,
que acontecera há cerca de 10 a 15 bilhões de anos, seria o início de tudo o que hoje existe.
Sabendo disto, resta a pergunta que vem sendo debatida nos últimos séculos: somos criação
divina ou resultado de um longo processo evolutivo? É importante compreender que ambas
as teorias são aceitas como verdade, possuindo cada qual seus argumentos. É fundamental
procurar compreender estes argumentos e os fatos nos quais estão baseados, antes de julgar
uma ou outra teoria como “certa” ou “errada”. E, acima de tudo, é fundamental lembrar que
todos somos livres para acreditar no que julgamos adequado e devemos ser respeitados por
isto, bem como devemos respeitar opiniões divergentes. Para compreender melhor o assunto
leia o artigo: “Criacionismo x Evolucionismo: Análise de Discurso Sobre a Origem da Vida nas
Revistas Veja, Superinteressante e Galileu”, escrito por Stanley Botti Fernandes, da Universidade
Federal do Pará e disponível em: <http://www.intercom.org.br/papers/regionais/norte2008/
resumos/R13-0184-1.pdf>.
3 PERÍODO PALEOLÍTICO
Apesar de ter iniciado no século XIX, o estudo da evolução humana apresenta,
ainda, diversas dificuldades, principalmente por causa da pequena quantidade de
fósseis até hoje encontrados. Os fósseis são uma das peças chaves para a compreensão
das mudanças que sofreram os hominídeos e de como estas mudanças ao longo de
milhares de anos (processo evolutivo) resultaram no surgimento dos seres humanos
modernos.
Nas últimas décadas, novos fósseis foram descobertos e sua pesquisa foi
combinada com novas tecnologias como a análise do DNA (material genético) dos
ossos, o que garantiu grandes avanços na compreensão da evolução humana. Com
base nas diversas pesquisas realizadas até o momento, acredita-se que a África foi
68
TÓPICO 1 | EVOLUÇÃO HUMANA E PERÍODO PALEOLÍTICO
NOTA
Savana é uma área geralmente plana, cuja vegetação predominante são gramíneas,
árvores esparsas e arbustos isolados.
69
UNIDADE 2 | PERÍODOS PRÉ-HISTÓRICOS
NOTA
A ciência que estuda os fósseis é a paleontologia. Existe um ramo desta ciência destinado
especificamente a estudar os fósseis de hominídeos, ela é chamada paleoantropologia
(paleontologia + antropologia). A paleoantropologia estuda a evolução das espécies que
antecederam o homem moderno e nossa própria espécie, o Homo sapiens, através da
análise das características físicas, modos de vida e interação social.
FONTE: MONTEIRO, Euder. Paleoantropologia para iniciantes: um curso ilustrado sobre a
evolução biológica humana. Disponível em: <http://paleoantro.dominiotemporario.com/
doc/Manual_2.pdf>. Acesso em: 1 nov. 2012.
a) Intrumentos líticos
70
TÓPICO 1 | EVOLUÇÃO HUMANA E PERÍODO PALEOLÍTICO
71
UNIDADE 2 | PERÍODOS PRÉ-HISTÓRICOS
b) Organização social
NOTA
72
TÓPICO 1 | EVOLUÇÃO HUMANA E PERÍODO PALEOLÍTICO
FIGURA 22 – RECONSTITUIÇÃO DE
FIGURA 23 – RECONSTITUIÇÃO DE
ATIVIDADE DE CAÇA COM DETALHE DOS
ORGANIZAÇÃO DE ACAMPAMENTO
INTRUMENTOS EM MADEIRA E PEDRA
73
UNIDADE 2 | PERÍODOS PRÉ-HISTÓRICOS
4 OS HOMINÍDEOS
Até os anos 60 do século XX, acreditava-se que apenas um hominídeo
havia existido por vez, devido à falta de espaço ecológico. Assim, segundo essa
teoria, o Australopithecus teria dado origem ao Homo habilis, deixando de existir
quando este surgiu.
Mas nos anos 70, novas pesquisas mostraram que, há 1,8 milhão de anos,
vários hominídeos coexistiram. O Australopithecus afarensis, por exemplo, foi
contemporâneo de uma espécie conhecida como Kenyantropus. O Homo habilis,
por sua vez, conviveu com o Homo ergaster e o Homo rudolfensis. Estima-se que
tenham existido pelo menos 20 espécies diferentes de hominídeos.
FONTE: As autoras
74
TÓPICO 1 | EVOLUÇÃO HUMANA E PERÍODO PALEOLÍTICO
• Australopithecus
• Homo habilis
• Homo erectus
• Homo sapiens
4.1 AUSTRALOPITHECUS
Os Australopithecus (a palavra significa “macaco do sul”) viveram há 3,2
milhões de anos, na África Oriental. A prova mais antiga de sua existência é o fóssil
de Lucy, encontrado em 1974. Os Australopithecus representam o mais conhecido
dos gêneros pré-humanos. Este gênero engloba, atualmente, pelo menos cinco
espécies diferentes, das quais a mais conhecida é Lucy (Australopithecus afarensis).
NOTA
75
UNIDADE 2 | PERÍODOS PRÉ-HISTÓRICOS
à dos humanoides não humanos. Ou seja, através desta descoberta foi possível
verificar que “[...] primeiro começamos a andar sobre duas pernas (bipedismo) e
depois é que aconteceu a evolução cerebral.” (CUNHA, 2010, p. 51).
76
TÓPICO 1 | EVOLUÇÃO HUMANA E PERÍODO PALEOLÍTICO
O Homo habilis surgiu por volta de 2,4 milhões de anos e desapareceu por
volta de 1,5 milhão de anos. O primeiro fóssil de Homo habilis foi encontrado na
região do Quênia, em 1963. Ao mesmo tempo em que esta espécie é diferente dos
Australopithecus em diversos aspectos da morfologia do crânio (tamanho e forma),
estas duas espécies dividem características similares no restante do esqueleto,
o que sugere que o Homo habilis é mais parecido com seus ancestrais do que se
imaginava.
DICAS
77
UNIDADE 2 | PERÍODOS PRÉ-HISTÓRICOS
78
TÓPICO 1 | EVOLUÇÃO HUMANA E PERÍODO PALEOLÍTICO
79
UNIDADE 2 | PERÍODOS PRÉ-HISTÓRICOS
80
TÓPICO 1 | EVOLUÇÃO HUMANA E PERÍODO PALEOLÍTICO
DICAS
• bipedalismo;
• coluna ereta;
• perda de pelos;
81
UNIDADE 2 | PERÍODOS PRÉ-HISTÓRICOS
LEITURA COMPLEMENTAR I
Anderson Estevan
82
TÓPICO 1 | EVOLUÇÃO HUMANA E PERÍODO PALEOLÍTICO
LEITURA COMPLEMENTAR II
Stephen S. Hall
83
UNIDADE 2 | PERÍODOS PRÉ-HISTÓRICOS
“Essas fraturas – clack! – foram feitas por seres humanos”, diz Rosas,
imitando o ruído do impacto de um instrumento de pedra. “Isso significa que
estavam em busca do cérebro, no interior do crânio, e do tutano, presente nos
84
TÓPICO 1 | EVOLUÇÃO HUMANA E PERÍODO PALEOLÍTICO
ossos longos.” Além das fraturas, marcas de cortes nos ossos indicam que os
indivíduos foram objeto de canibalismo. Logo após a morte dos nove, o solo sob
eles cedeu de repente, impedindo que hienas e outros animais dispersassem as
ossadas.
O primeiro indício de que o nosso tipo de ser humano não foi o primeiro a
habitar a Europa surgiu há um século e meio, em um local 13 quilômetros a leste
da cidade alemã de Düsseldorf. Em agosto de 1856, operários que trabalhavam
em uma mina de calcário no vale do rio Neander escavaram um crânio com
testa proeminente e ossos grossos nas pernas. Desde o início, os neandertais
carregaram a pecha de um persistente estereótipo cultural, sendo vistos como
abrutalhados moradores das cavernas. O tamanho e a forma dos fósseis sugerem
que eram baixos e robustos (os homens tinham em média 1,60 metro de altura e
pesavam cerca de 84 quilos), com músculos que protegeriam pulmões de grande
capacidade. O paleoantropólogo Steven E. Churchill calculou que, para manter
essa massa corporal em um clima frio, um neandertal adulto do sexo masculino
teria de ingerir 5 mil calorias por dia. Contudo, por trás da fronte projetada, o
crânio achatado de um neandertal abrigava um cérebro com volume algo superior
ao da nossa própria média atual. E ainda que suas ferramentas e armas fossem
mais primitivas que as dos seres humanos modernos que os suplantaram na
Europa, elas não eram menos elaboradas que os implementos produzidos pelos
seres humanos da época na África e no Oriente Médio.
85
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você estudou que:
86
AUTOATIVIDADE
87
88
UNIDADE 2 TÓPICO 2
PERÍODO MESOLÍTICO
1 INTRODUÇÃO
O período Mesolítico é considerado o período de transição entre o
Paleolítico e o Neolítico. Neste momento começaram a ocorrer mudanças e
transformações significativas que possibilitaram a fixação dos grupos hominídeos
ao solo. Como características do Mesolítico podemos destacar:
• intensificação da coleta;
• povoamento da América.
2 PERÍODO MESOLÍTICO
O período Mesolítico corresponde aos últimos 100 mil anos do período
Paleolítico e é considerado como período intermediário entre a economia caçadora
e coletora do Paleolítico e a economia produtora do Neolítico.
89
UNIDADE 2 | PERÍODOS PRÉ-HISTÓRICOS
90
TÓPICO 2 | PERÍODO MESOLÍTICO
91
UNIDADE 2 | PERÍODOS PRÉ-HISTÓRICOS
NOTA
NOTA
A caverna de Lascaux não se encontra mais disponível para visitação por motivos de
conservação. No entanto, o governo francês elaborou uma forma muito interessante de tornar este
patrimônio acessível ao público de qualquer parte do mundo. Trata-se de uma reconstituição de
diversas salas da caverna e suas pinturas, em 3D. O passeio virtual pode ser feito pelo site <www.
lascaux.culture.fr>. Ele não está disponível em português, mas a visita é de fácil acesso. Acesse o
endereço e aproveite para fazer uma viagem pela Pré-História através das impressionantes pinturas
encontradas nas paredes da caverna.
92
TÓPICO 2 | PERÍODO MESOLÍTICO
FONTE: As autoras
LEITURA COMPLEMENTAR
93
UNIDADE 2 | PERÍODOS PRÉ-HISTÓRICOS
falha na pedra dava vida às narinas ou aos olhos. As cores empregadas – preto,
vermelho, amarelo, alaranjado – eram obtidas de pigmentos naturais de terra e
rocha, moídos até se transformarem em um pó fino que se dissolvia na água.
Somente uma galeria foi reproduzida: a Sala dos Touros. Foi um trabalho
difícil. Como colocar na superfície desigual das paredes amplificações fotográficas
das imagens? Os laboratórios fotográficos encontraram a solução: tornar
gelatinosa a película fotográfica sem que ela se deformasse quando esticada e
sem alterar a densidade das cores originais. E mais, foram feitos negativos em
cores e com as dimensões originais das pinturas (há algumas com quatro metros
de comprimento!).
O trabalho ficou perfeito. Para dar a sensação ao visitante de que ele está
entrando em uma caverna verdadeira, o ar condicionado mantém a temperatura
baixa, a iluminação é fraca e há um efeito sonoro de água gotejante, característico
das grutas.
FONTE: RODRIGUES, Joelza Éster. História em documento. São Paulo: FTD, 2001. p. 310.
94
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você viu que:
95
AUTOATIVIDADE
96
UNIDADE 2 TÓPICO 3
PERÍODO NEOLÍTICO
1 INTRODUÇÃO
O período Neolítico teve início por volta de 12 mil anos, trazendo
modificações na relação do homem com a natureza. O nome dado a este período
(nova Idade da Pedra) faz referência à nova técnica utilizada para produzir
artefatos. Se no Paleolítico eles eram produzidos de pedra lascada, agora passam
a ser feitos, também, de pedra polida.
• o cultivo de alimentos;
97
UNIDADE 2 | PERÍODOS PRÉ-HISTÓRICOS
• a domesticação de animais;
• a sedentarização;
• o aumento populacional;
2 REVOLUÇÃO NEOLÍTICA
Alguns historiadores consideram que, de todos os períodos da História da
humanidade, nenhum foi tão significativo quanto o período Neolítico. Para estes
pesquisadores, se considerássemos todas as revoluções, guerras, mudanças de
sistema político ocorridas em nossa História, nenhuma teria causado mudanças
tão profundas.
E por que este período foi tão importante? Se durante o Paleolítico grupos
humanos se extinguiram por falta de alimento, o Neolítico proporcionou, pela
primeira vez, a sobra de alimentos e, consequentemente, o aumento da população.
Em nenhum momento da História a população cresceu de forma tão intensa. “A
produção de um excedente agrícola, somado à atividade criadora, serviu para
atender as necessidades da comunidade em períodos mais duros”. (PINSKY, 2001,
p. 32). O domínio do cultivo de alimentos e a domesticação de animais trouxe
estabilidade para as populações, permitiu a fixação ao solo e criou novas formas
de sociedade. Com a sobra de alimentos, a divisão do trabalho passou a ser feita
de acordo com o sexo e a idade. Surgiram também os líderes das comunidades,
que administravam os problemas coletivos.
E
IMPORTANT
99
UNIDADE 2 | PERÍODOS PRÉ-HISTÓRICOS
100
TÓPICO 3 | PERÍODO NEOLÍTICO
• a tecelagem: as fibras como o linho e o algodão, bem como a lã das ovelhas, por
exemplo, passaram a ser utilizadas para fabricação de roupas;
101
UNIDADE 2 | PERÍODOS PRÉ-HISTÓRICOS
Já existiam ritos fúnebres, nos quais os mortos eram enterrados dentro das
casas, embaixo de plataformas utilizadas como camas. As pesquisas arqueológicas
nesta cidade mostraram a possibilidade da existência de sociedades matriarcais,
em que a liderança e a descendência eram transmitidas através da linhagem
feminina. Um dos indícios desta hipótese são as estatuetas femininas encontradas
no local. Achados relativizam informações contidas em outros documentos
históricos. Através da pesquisa na Bíblia, acreditava-se que todas as sociedades
antigas fossem patriarcais.
102
TÓPICO 3 | PERÍODO NEOLÍTICO
103
UNIDADE 2 | PERÍODOS PRÉ-HISTÓRICOS
LEITURA COMPLEMENTAR
[...]
Que essa transformação tenha sido lenta, não se duvida. Afinal, entre saber
que os vegetais crescem se plantados e conseguir organizar uma plantação racional
e rentável, existe uma longa distância, que passa pela necessidade de alteração de
padrões de comportamento já arraigados. A convivência com a coleta deve ter sido
o fenômeno mais comum durante muito tempo.
FONTE: PINSKY, Jaime. As primeiras civilizações. São Paulo: Contexto, 2001. p. 72.
105
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você viu que:
106
AUTOATIVIDADE
107
108
UNIDADE 2
TÓPICO 4
1 INTRODUÇÃO
A Idade dos Metais é considerado o último período da Pré-História, tendo
iniciado há 6 mil anos a.C. e terminado por volta de 4.000 a.C. A Idade dos Metais
está dividida em três fases: Idade do Cobre, Idade do Bronze e Idade do Ferro.
Como principais características deste período, podemos citar:
• o surgimento da metalurgia;
• a invenção da escrita;
• o surgimento do Estado;
• surgimento do comércio;
109
UNIDADE 2 | PERÍODOS PRÉ-HISTÓRICOS
Com a invenção do arado e o uso da roda aliada à tração animal, foi possível
ampliar as áreas cultivadas, dependendo de um número menor de pessoas. Como
as lavouras não estavam livres de alterações do clima, normalmente plantava-
se mais do que o necessário, armazenando os cereais em silos e celeiros. Essas
grandes construções protegiam o alimento do sol e da chuva. Assim, em períodos
em que a produção era escassa, utilizava-se o estoque.
Outro fator que aumentou a produção agrícola foi a invenção dos canais
de irrigação. Como as antigas sociedades desenvolveram-se ao longo de rios como
o Tigre, Eufrates, Nilo, Amarelo e Ganges, a água era aproveitada em momentos
de pouca chuva. O aumento da produção provocou uma sobra que passou a ser
trocada entre os grupos. Inicialmente, não havia moeda, apenas o escambo. Mais
tarde, o gado foi utilizado como moeda de troca (pecúnia). Com a necessidade de
uma maior facilidade de transporte, os metais preciosos passaram a ser utilizados
como moeda.
111
UNIDADE 2 | PERÍODOS PRÉ-HISTÓRICOS
Logo após, estavam os agricultores ou felás. Como não eram donos da terra,
plantavam e entregavam parte da produção ao rei e aos sacerdotes. Os escravos
estavam na base da pirâmide social e eram muitas vezes prisioneiros de guerra,
ou escravos de dívidas. Isso ocorria quando os camponeses não conseguiam
pagar os impostos. Pesquisas arqueológicas observaram a diferenciação social
através da existência de tipos diferenciados de moradia e túmulos, bem como da
alimentação.
3 SURGIMENTO DO ESTADO
As cidades surgidas na região do Crescente Fértil se tornaram cada vez
mais complexas. A população aumentou, tornando-se necessária a produção de
uma quantidade muito maior de alimentos. A configuração da região do Crescente
Fértil – uma região desértica banhada por dois rios, impôs a necessidade da
construção de grandes obras. Em regiões como a Mesopotâmia e o Egito, banhadas
pelos rios Nilo, Tigre e Eufrates, as cheias periódicas eram fundamentais para a
fertilização do solo. Ao retornarem ao nível normal, as águas deixavam a terra
coberta de húmus.
NOTA
112
TÓPICO 4 | IDADE DOS METAIS
113
UNIDADE 2 | PERÍODOS PRÉ-HISTÓRICOS
4 AS PRIMEIRAS CIVILIZAÇÕES
As primeiras civilizações surgiram na região cercada por desertos do
Crescente Fértil. Vários povos diferentes que habitavam a região da Mesopotâmia
desenvolveram sociedades teocráticas complexas, reunidas em torno das obras
hidráulicas. Logo após o surgimento da Mesopotâmia, surgiram as sociedades
fenícia, egípcia e hebraica. Sociedades estas que vão ser estudadas na Disciplina
de História Antiga.
114
RESUMO DO TÓPICO 4
Neste tópico, você viu que:
115
AUTOATIVIDADE
116
UNIDADE 3
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir desta unidade, você será capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em quatro tópicos. Em cada um deles você encon-
trará atividades que o(a) ajudarão a fixar os conhecimentos adquiridos.
117
118
UNIDADE 3
TÓPICO 1
PRÉ-HISTÓRIA DA AMÉRICA
1 INTRODUÇÃO
Os hominídeos tiveram origem há 4,5 milhões de anos, na África. Durante
o período Paleolítico, os continentes da Ásia e da África foram ocupados através
de sucessivas levas migratórias. O último continente a ser povoado pelo homem
foi a América. Portanto, como vimos, a humanidade não nasceu no continente
americano, mas aqui chegou, provavelmente, ao final do Pleistoceno.
NOTA
119
UNIDADE 3 | PRÉ-HISTÓRIA DA AMÉRICA, PRÉ-HISTÓRIA DO BRASIL, OS POVOS INDÍGENAS
NOTA
Peter Peter Wilhelm Lund foi um naturalista dinamarquês que viveu no século
XIX. Desenvolveu estudos na área da Paleontologia, Arqueologia e História Natural. Os
primeiros dados a respeito da ocupação humana no território que hoje denominamos Brasil
provêm de suas pesquisas, sobretudo na região de Lagoa Santa, Minas Gerais.
Com relação a estas evidências, que deixaram claro que o homem pré-
histórico na América conviveu com a megafauna extinta, destaca-se a importância
da pesquisa arqueológica para o estudo das primeiras ocupações do continente
americano. A arqueologia é a única ciência que pode oferecer pistas da antiguidade
desta ocupação.
2 TEORIAS MIGRATÓRIAS
Atualmente, existem três teorias que explicam o povoamento da América.
São elas:
• a teoria malaio-polinésia;
• a teoria australiana.
NOTA
120
TÓPICO 1 | PRÉ-HISTÓRIA DA AMÉRICA
NOTA
NOTA
122
TÓPICO 1 | PRÉ-HISTÓRIA DA AMÉRICA
3 EXPLORAÇÃO DE RECURSOS
De acordo com a exploração dos recursos alimentares, podemos dividir as
primeiras sociedades ameríndias da seguinte forma:
123
UNIDADE 3 | PRÉ-HISTÓRIA DA AMÉRICA, PRÉ-HISTÓRIA DO BRASIL, OS POVOS INDÍGENAS
4 DOMÍNIO DA AGRICULTURA
O domínio da agricultura ou revolução neolítica ocorreu na América entre
5.000 e 4.000 a.C. na Mesoamérica – México e América Central.
NOTA
124
TÓPICO 1 | PRÉ-HISTÓRIA DA AMÉRICA
125
UNIDADE 3 | PRÉ-HISTÓRIA DA AMÉRICA, PRÉ-HISTÓRIA DO BRASIL, OS POVOS INDÍGENAS
E
IMPORTANT
ATENCAO
126
TÓPICO 1 | PRÉ-HISTÓRIA DA AMÉRICA
LEITURA COMPLEMENTAR
O PRIMEIRO BRASILEIRO
Esses achados vão contra a teoria mais aceita, de que o homem chegou à América
há cerca de 13 mil anos...
Não concordo com isso. Temos, sim, uma tradição. Até mesmo porque
instituições de todo o mundo nos procuram para firmar acordos de pesquisa.
Em 2003 devemos receber pesquisadores ingleses, franceses e de outras
nacionalidades, em convênio com universidades brasileiras, como a Federal de
Pernambuco.
Por que então esses achados, apesar de importantes, não tiveram repercussão?
128
TÓPICO 1 | PRÉ-HISTÓRIA DA AMÉRICA
FONTE: GUIDON, Niède. O primeiro brasileiro. Superinteressante, São Paulo, jan. 2003. Disponível
em: <http://super.abril.com.br/ciencia/primeiro-brasileiro-443602.shtml>. Acesso em: 24 abr. 2013.
129
RESUMO DO TÓPICO 1
130
AUTOATIVIDADE
131
132
UNIDADE 3
TÓPICO 2
PRÉ-HISTÓRIA DO BRASIL
1 INTRODUÇÃO
Os fósseis humanos mais antigos já encontrados no Brasil têm data de
11.500 anos. No entanto, pesquisas como as de Niède Guidon propõem uma
datação mais antiga para a ocupação do território, baseadas na descoberta de
restos de fogueiras que teriam sido produzidas por populações pré-históricas.
133
UNIDADE 3 | PRÉ-HISTÓRIA DA AMÉRICA, PRÉ-HISTÓRIA DO BRASIL, OS POVOS INDÍGENAS
2 PRÉ-HISTÓRIA DO BRASIL
Durante o século XIX, vários naturalistas e viajantes estiveram na
América do Sul empreendendo pesquisas botânicas e paleoantropológicas.
Entre eles, podemos destacar Spix, Von Martius, Humboldt e Charles Darwin.
Novas pesquisas arqueológicas revelaram outros importantes vestígios, existindo
atualmente, no Brasil, mais de 2.400 sítios arqueológicos.
NOTA
134
TÓPICO 2 | PRÉ-HISTÓRIA DO BRASIL
135
UNIDADE 3 | PRÉ-HISTÓRIA DA AMÉRICA, PRÉ-HISTÓRIA DO BRASIL, OS POVOS INDÍGENAS
mas antes que, neste ambiente os vestígios estão mais abrigados e, portanto, se
conservam melhor, por isto são os que mais frequentemente são identificados.
136
TÓPICO 2 | PRÉ-HISTÓRIA DO BRASIL
2.1.1 Luzia
O representante mais famoso do homem de Lagoa Santa é um fóssil de
uma mulher, que recebeu o nome de Luzia.
NOTA
137
UNIDADE 3 | PRÉ-HISTÓRIA DA AMÉRICA, PRÉ-HISTÓRIA DO BRASIL, OS POVOS INDÍGENAS
Não há muito que se possa afirmar sobre a vida social destas populações.
Alguns pesquisadores afirmam que viviam em grupos pequenos, de alta
mobilidade, ou seja, se deslocavam com frequência no território e que não
possuíam hierarquia, sendo a única diferença de status dentro do grupo
caracterizada pelo sexo e pela idade. No entanto este é um modelo interpretativo
bastante influenciado por ideias antigas e que vem sendo questionado.
138
TÓPICO 2 | PRÉ-HISTÓRIA DO BRASIL
NOTA
139
UNIDADE 3 | PRÉ-HISTÓRIA DA AMÉRICA, PRÉ-HISTÓRIA DO BRASIL, OS POVOS INDÍGENAS
(1) (2)
FONTE: Disponível em: <kelerlucas.com.br>. Acesso em: 5 fev. 2013.
140
TÓPICO 2 | PRÉ-HISTÓRIA DO BRASIL
141
UNIDADE 3 | PRÉ-HISTÓRIA DA AMÉRICA, PRÉ-HISTÓRIA DO BRASIL, OS POVOS INDÍGENAS
FONTE: As autoras
3 MUDANÇAS AMBIENTAIS
Os grandes animais que conviveram com os primeiros habitantes do
Brasil não sobreviveram ao novo clima que se tornou cada vez mais quente. Nos
períodos em que viveu o homem de Lagoa Santa, a vegetação era diferente, assim
como a fauna.
O clima era mais frio e no lugar das grandes matas havia o cerrado. Com a
mudança de clima, a vegetação tornou-se mais densa e animais como a preguiça
gigante entraram em extinção. Esta mudança no habitat também modificou os
hábitos das populações, que começaram a praticar a caça intensiva de pequenos
animais, bem como a pesca em áreas fluviais e no mar. Alguns grupos iniciaram
a agricultura, ainda que incipiente.
Por este motivo, como já foi explicado na Unidade 1, a principal ciência para
estudar estes povos é a arqueologia, que usa como seus “documentos” a cultura
material, ou seja, os objetos por eles deixados, quase sempre involuntariamente
142
TÓPICO 2 | PRÉ-HISTÓRIA DO BRASIL
e através dos quais se faz a reconstrução de sua história. Os locais nos quais são
identificados estes objetos são os sítios arqueológicos, que podem ser de diferentes
tipos, dependendo das populações que os habitaram.
3.2 OS SAMBAQUIS
As mudanças ambientais e a escassez de recursos ocasionaram uma
migração de muitos grupos populacionais para áreas do litoral. Nestes locais
existiam maiores possibilidades de recursos, como moluscos e outros frutos do
mar.
NOTA
143
UNIDADE 3 | PRÉ-HISTÓRIA DA AMÉRICA, PRÉ-HISTÓRIA DO BRASIL, OS POVOS INDÍGENAS
FONTE: As autoras
Estes povos viveram entre 5.000 e 2.000 mil anos atrás, na região da costa
paraense até o Rio Grande do Sul. Segundo a arqueóloga Madu Gaspar, eles
produziam artefatos como agulhas, anzóis, canoas, machados etc. Entre os elementos
mais interessantes encontrados nos sambaquis estão os sepultamentos, em geral
dispostos de forma cerimonial e em locais específicos para esta prática, separados
das áreas de moradia. Os sepultamentos são geralmente acompanhados de artefatos
em osso, em concha, material lítico polido, oferendas alimentares e fogueiras.
144
TÓPICO 2 | PRÉ-HISTÓRIA DO BRASIL
FONTE: As autoras
145
UNIDADE 3 | PRÉ-HISTÓRIA DA AMÉRICA, PRÉ-HISTÓRIA DO BRASIL, OS POVOS INDÍGENAS
NOTA
146
TÓPICO 2 | PRÉ-HISTÓRIA DO BRASIL
• tradições amazônicas;
• tradição marajoara;
• tradição itararé;
• tradição una.
FONTE: As autoras
147
UNIDADE 3 | PRÉ-HISTÓRIA DA AMÉRICA, PRÉ-HISTÓRIA DO BRASIL, OS POVOS INDÍGENAS
E
IMPORTANT
148
TÓPICO 2 | PRÉ-HISTÓRIA DO BRASIL
LEITURA COMPLEMENTAR
Hoje, qualquer atividade que venha ocupar ou edificar uma área com
sítios arqueológicos tem que ser precedida de pesquisa arqueológica, para avaliar
a viabilidade do projeto, sem danos ao patrimônio arqueológico.
FONTE: KOLLER, Rosalie Cristina. Patrimônio arqueológico: para conhecer e conservar Joinville.
Joinville: MASJ, 2003.
149
UNIDADE 3 | PRÉ-HISTÓRIA DA AMÉRICA, PRÉ-HISTÓRIA DO BRASIL, OS POVOS INDÍGENAS
150
RESUMO DO TÓPICO 2
• O fóssil humano mais antigo do Brasil tem 1.680 anos e foi chamado de Luzia.
• O Homem de Lagoa Santa viveu entre 11.000 e 8.500 anos, em Minas Gerais.
151
AUTOATIVIDADE
152
UNIDADE 3
TÓPICO 3
OS POVOS INDÍGENAS
1 INTRODUÇÃO
Há cerca de 4 mil anos, alguns grupos indígenas do Brasil tornaram-se
agricultores e desenvolveram a arte da cerâmica. O crescimento da população
indígena e o deslocamento pelo território originaram uma diversificação étnica
entre os indígenas.
• grupos isolados: acainá, aricapu, aruaquê, irantche, jabiti, canê, cioá e trumaí.
154
TÓPICO 3 | OS POVOS INDÍGENAS
3 OS DIVERSOS TRONCOS
155
UNIDADE 3 | PRÉ-HISTÓRIA DA AMÉRICA, PRÉ-HISTÓRIA DO BRASIL, OS POVOS INDÍGENAS
Maranhão e Mato Grosso do Sul, somente para citar alguns estados. A presença
de falantes destas línguas em diversas partes do país tem diversas razões, sendo
uma delas o constante deslocamento destes povos ao longo da História.
156
TÓPICO 3 | OS POVOS INDÍGENAS
4 OS POVOS INDÍGENAS
Dentre o grupo jê, os grupos principais são os jê, pataxó, botocudo, cariri,
guató, bororó, camacã e macaxali. Estes grupos se originaram no Rio de Janeiro
e na Bahia e migraram para regiões como Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais,
Santa Catarina e Paraná. Já o grupo tupi formou-se na região dos rios Xingu e
Tapajós e migrou para regiões como o Paraná, Paraguai e as regiões litorâneas
que se estendem do Rio Grande do Sul até o Ceará. As principais famílias deste
grupo são os juruna, mandacaru, ariquém, tupari, ramarama e monde. Devido
aos deslocamentos, a família tupi sofreu uma nova divisão, dando origem aos
guaranis. Nestes dois grupos, existem ainda subgrupos.
157
UNIDADE 3 | PRÉ-HISTÓRIA DA AMÉRICA, PRÉ-HISTÓRIA DO BRASIL, OS POVOS INDÍGENAS
4.1 A ALIMENTAÇÃO
O estudo da alimentação durante a pré-história é difícil, tendo em vista
que as informações sobre este período, como já vimos, são adquiridas, sobretudo,
pela arqueologia através do estudo dos vestígios materiais. Os alimentos, em
geral, são altamente perecíveis e, portanto, para saber o que comiam os grupos
pré-históricos, os pesquisadores têm que usar vestígios indiretos para sua análise.
Conforme Prous (1997):
NOTA
159
UNIDADE 3 | PRÉ-HISTÓRIA DA AMÉRICA, PRÉ-HISTÓRIA DO BRASIL, OS POVOS INDÍGENAS
4.2 AS HABITAÇÕES
Um dos critérios fundamentais para a escolha de um local de moradia
é sua proximidade com fontes de água. Dependendo da população, existem
diversas outras exigências, como a presença de rio navegável, terras férteis ou
presença de mata. Assim sendo, as habitações indígenas variavam conforme o
grupo. Os índios do grupo tupi, por exemplo, construíam a aldeia em pontos
próximos a rios e matas e em locais que facilitavam a defesa contra ataque de
grupos inimigos. Normalmente essas aldeias eram constituídas de habitações
coletivas com tamanho entre 40 e 160 m de comprimento por 10 a 16 m de largura.
Nas maiores aldeias a população chegava a alcançar 3 mil pessoas. As moradias
tinham a forma de círculo ou de ferradura, dispostas ao redor de uma praça
central.
160
TÓPICO 3 | OS POVOS INDÍGENAS
FONTE: As autoras
161
UNIDADE 3 | PRÉ-HISTÓRIA DA AMÉRICA, PRÉ-HISTÓRIA DO BRASIL, OS POVOS INDÍGENAS
162
TÓPICO 3 | OS POVOS INDÍGENAS
5 INDÍGENAS HOJE
Perguntas recorrentes quando se trata dos povos indígenas no Brasil são:
quantos são os índios atualmente?, quantos índios havia aqui à época do contato
com os colonizadores?. Diversos pesquisadores e o próprio governo federal,
por intermédio do censo, tentaram responder a estas questões e chegaram a
números que às vezes se aproximam e outras divergem entre si. No caso dos
censos realizados pelo governo, o principal problema é que se inclui somente
uma parcela da população indígena, tendo em vista a impossibilidade de os
recenseadores visitarem os grupos isolados e que, mesmo no caso daqueles que
vivem nas cidades, muitos não se identificam como índios.
NOTA
163
UNIDADE 3 | PRÉ-HISTÓRIA DA AMÉRICA, PRÉ-HISTÓRIA DO BRASIL, OS POVOS INDÍGENAS
164
TÓPICO 3 | OS POVOS INDÍGENAS
165
UNIDADE 3 | PRÉ-HISTÓRIA DA AMÉRICA, PRÉ-HISTÓRIA DO BRASIL, OS POVOS INDÍGENAS
LEITURA COMPLEMENTAR
Se no Período Colonial era assim, ao longo dos tempos, definir quem era
índio ou não constituiu sempre uma questão legal. Desde a independência em
relação às metrópoles europeias, vários países americanos estabeleceram diferentes
legislações em relação aos índios e foram criadas instituições oficiais para cuidar
dos assuntos a eles relacionados.
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TÓPICO 3 | OS POVOS INDÍGENAS
Identidade e diversidade
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UNIDADE 3 | PRÉ-HISTÓRIA DA AMÉRICA, PRÉ-HISTÓRIA DO BRASIL, OS POVOS INDÍGENAS
A diversidade cultural pode ser enfocada tanto sob o ponto de vista das
diferenças existentes entre as sociedades indígenas e as não indígenas, quanto sob
o ponto de vista das diferenças entre as muitas sociedades indígenas que vivem
no Brasil. Mas está sempre relacionada ao contato entre realidades socioculturais
diferentes e à necessidade de convívio entre elas, especialmente num país
pluriétnico, como é o caso do Brasil.
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RESUMO DO TÓPICO 3
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AUTOATIVIDADE
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UNIDADE 3
TÓPICO 4
EDUCAÇÃO PATRIMONIAL
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico você entrará em contato com os conceitos da educação
patrimonial, uma das principais metodologias utilizadas no ensino da pré-história
e que consiste em utilizar as informações deste período, dos sítios arqueológicos
e do patrimônio cultural em geral para, além de promover o estudo deste período
histórico, conscientizar crianças e adultos a respeito da importância da proteção
do patrimônio.
[...] os processos educativos formais e não formais que têm como foco
o patrimônio cultural apropriado socialmente como recurso para a
compreensão sócio-histórica das referências culturais em todas as suas
manifestações, com o objetivo de colaborar para o seu reconhecimento,
valorização e preservação. (BRASIL, 2012, p. 5).
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TÓPICO 4 | EDUCAÇÃO PATRIMONIAL
I. as formas de expressão;
II. os modos de criar, fazer e viver;
III. as criações científicas, artísticas e tecnológicas;
IV. as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços
destinados às manifestações artístico-culturais;
V. os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico,
artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e científico.
NOTA
Você sabia? A capoeira foi instituída pelo Ministério da Cultura como patrimônio
cultural brasileiro através do instrumento de tombamento. O tombamento é um ato
administrativo realizado pelo poder público com o objetivo de preservar, através da aplicação
da lei, bens de valor histórico, cultural, arquitetônico e ambiental para a população, impedindo
que venham a ser destruídos ou descaracterizados.
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DICAS
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TÓPICO 4 | EDUCAÇÃO PATRIMONIAL
avaliação final.
- ocupação pré-colonial da região de interesse (de acordo com o contexto dos alunos)
– diferentes grupos; cultura, especificidades, tipos de moradia, alimentação,
organização social.
Procedimento de ensino
Objetivos
Os objetivos são:
Aula 3
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Procedimento de ensino
Objetivos
Os objetivos são:
Aula 4
Objetivo
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TÓPICO 4 | EDUCAÇÃO PATRIMONIAL
Aula 5
Objetivo
Aula 6
Objetivos
Os objetivos são:
- fazer com que os alunos percebam a importância do trabalho que estão fazendo,
à medida que servirá de base para que seus colegas de outras turmas aprendam
com ele.
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E
IMPORTANT
LEITURA COMPLEMENTAR
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RESUMO DO TÓPICO 4
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REFERÊNCIAS
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