Métodos Cromatográficos

Aula 1
Histórico
Desenvolvimento
Atualidades
LQ36B – Métodos Cromatográficos

Profa. Dra. Patrícia Valderrama

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• Os métodos de separação tem sido empregados
durante quase toda a história da humanidade.

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• Os métodos de separação tem sido empregados
durante quase toda a história da humanidade.

• Atividades como remoção de contaminantes por

filtração em areias ou de excesso de sal por contato
com determinadas folhas encontram-se descritas na
Bíblia e em trabalhos gregos e egípcios antigos.

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As águas de Mara (Êxodo, 15 – 22:25)

“Moisés fez partir os israelitas do mar Vermelho e os dirigiu para o deserto
de Sur. Caminharam três dias no deserto, sem encontrar água. Chegaram a Mara,
onde não puderam beber de sua água, porque era amarga, de onde o nome de Mara
que deram a esse lugar. Então o povo murmurou contra Moisés: “Que havemos de
beber?”
Moisés clamou ao Senhor, e o Senhor indicou-lhe uma árvore que ele jogou
na água e a água tornou-se doce.”
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• Métodos de separação como destilação, extração
por solvente e amalgamação foram empregados pelos
alquimistas.

• Os efeitos resultantes da adsorção foram descritos no

século 16 para um processo de preparação de vinho
branco a partir do vinho tinto.

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• No século 19, alguns cientistas aplicaram diferentes
sólidos para “filtração”/remoção de algumas
componentes ou fracionamento de líquidos.

• No mesmo século alguns cientistas fizeram

fracionamento em papel.
• 1834 – F.F. Runge:
Separações realizadas em
papel, com desenvolvimento
no modo circular, para
identificação da composição
de sais inorgânicos. Sua
grande obra foi um livro
publicado em 1855. 6
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https://ia802601.us.archive.org/20/items/gri_000033125012666851/gri_000033125012666851.pdf

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• Século 19 – C.F. Schönbein e F. Goppelscröder –
Introduziram separações feitas em tiras de papel
aplicando um tipo de desenvolvimento ascendente.

• Supunham que a subida observada foi devido à “ação

capilar”, similar à ascendência da seiva em uma árvore.

• 1889 – Beyerlink – Separações aplicando o

desenvolvimento circular com água e uma camada de
gelatina espalhada sobre uma placa de vidro.

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• Thompson e Way: Descreveram, independentemente,
um tipo de troca iônica, na qual amônia era substituída
por íons potássio durante a passagem de urina de
vacas através de um zeólito* natural.

• 1893 – Reed: Descreveu separações de sais

inorgânicos que ocorreram devido à passagem de um
líquido através de um sólido disposto em uma coluna.
Utilizou caulim** como fase estacionária e água como
fase móvel.
*Grupo de minerais (aluminosilicatos) que possuem uma estrutura
porosa – peneiras moleculares.
**Minério composto de silicatos hidratados de alumínio.
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• Day (EUA), Engler e Albrecht (Alemanha) utilizaram
colunas de fuller’s earth* e soluções de petróleo em éter
de petróleo (baixo ponto de ebulição) para fracionar
petróleo – Atualmente chamado Análise Frontal.

• Estes pesquisadores também utilizaram o

desenvolvimento ascendente, mas continuaram o
processo até coletar as frações separadas, o que
permitiu distinguir as diferentes fontes das amostras de
petróleo.

*Produto natural de silicato, alumínio e magnésio.

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• Todas as separações citadas ocorreram como
consequência de um dos mecanismos hoje
consagrados em cromatografia.

• Porém, os processos envolvidos não foram

apropriadamente reconhecidos nos experimentos
realizados no século 19.

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• Início do século 20 – Michael Semenovich Tswett:
reconhecimento do processo envolvido nas separações
em coluna.

• Identificou o mecanismo do processo da separação

como o de adsorção e introduziu a palavra
CROMATOGRAFIA ao mundo da ciência.

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• A palavra cromatografia deriva da palavra grega
Chrom (cor) + graphe (escrever)
• Explicitou que o processo não depende da cor, exceto para
facilitar a identificação dos componentes separados.

• Separou os componentes de extratos de folhas.

Usou uma coluna de vidro recheada com vários
sólidos finamente divididos.
Arrastou os diferentes componentes com éter de
petróleo.

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• Década de 1930 é considerada o início da época
moderna da cromatografia.

• Huhn e Lederer: aperfeiçoaram a cromatografia em

coluna (repetindo a experiência de Tswett).
Separaram e identificaram as xantofilas da gema
de ovo.
Usaram coluna recheada com carbonato de cálcio
pulverizado como fase estacionária.
Utilizaram éter de petróleo como fase móvel.

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• 1941 – Martin e Synge: Trabalho importantíssimo no
qual descreveram a cromatografia por partição
(cromatografia líquido-líquido).
• Aplicaram à cromatografia o conceito já bem conhecido em
outros processos de separação, de altura equivalente a um
prato.

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1941 – Martin e Synge: Anteciparam o
surgimento de duas técnicas
cromatográficas pressurizadas:
Cromatografia Gasosa (CG) e
Cromatografia Líquida de Alta Eficiência
(CLAE).

Por esse trabalho em 1952 receberam o

Prêmio Nobel.

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• Martin também participou em outros desenvolvimentos
importantes na história da cromatografia…

Com Gordon e Consden, reitroduziu a

cromatografia em papel.
Com Howard, desenvolveu a cromatografia
líquida aplicando as chamadas “fases reversas”.
Com James, atualizou a cromatografia gás-
líquido.

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DETECTOR

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• 1941 – Hesse e colaboradores: Descreveram a
cromatografia gás-sólido.
Separação de dois ácidos graxos, no vapor a
100oC, arrastando-os sobre sílica com um gás,
dióxido de carbono.

• Cremer e Prior: Foram os primeiros a descrever

um cromatógrafo a gás completo, utilizando
hidrogênio como gás de arraste, sílica como fase
estacionária e um catarômetro* como detector.

*catarômetro: sensor de condutividade térmica.

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• 1952 – Martin e James: Cromatografia gás-líquido.
• 1954 – Ray: Detector por condutividade térmica para a
cromatografia gás-líquido.
• Um ano depois os primeiros equipamentos foram
colocados no mercado dos Estados Unidos e da
Inglaterra.

• 1958 – Pretorius e colaboradores; McWilliams e

Dewar: Detector por ionização em chama.
Ampliou a detectabilidade do método
cromatográfico.

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• 1958 – Golay: Colunas capilares.
Ampliou os poderes analíticos a ponto de tornar a
cromatografia gasosa o método analítico de separação
e determinação mais usado no mundo.

• 1938 – Izmailov e Schraiber: Reintroduziram a

cromatografia em camada delgada.
Análise de produtos farmacêuticos.

• Kirchner e colaboradores: Desenvolvimento do método

de aderir o sólido ao suporte.
• Stahl: Método para preparar as placas com
reprodutibilidade.
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• Anos 30 – Adams e Holmes: Cromatografia por troca
iônica.
Síntese das primeiras resinas de troca iônica,
baseadas em fenol e formaldeído. Permitem a troca de
cátions.

• Posteriormente, resinas de poliacrilato ou poliestireno

entrecruzados com divinilbenzeno, com substituintes
sulfônicos e carboxílicos (para troca de cátions) ou
alquilaminos (para a troca de ânions), substituiram as
resinas originais.

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• Cohn: Usou resinas de poliestireno-divinilbenzeno com
substituintes iônicos para separação de aminoácidos
originados de proteína.

• Moore e Stein: Aperfeiçoaram o processo.

Uso de bomba peristáltica para empurrar a fase
móvel.
Fotômetro para a detecção, após uma reação
pós-coluna para produzir os derivados com ninhidrina.
• 1959 – Hamilton e Andrews: Modificação do sistema
de Moore e Stein.
Introdução de um outro tipo de bomba (pistão)
similar às usadas ainda hoje em CLAE.
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• Década de 1960 – Karr e colaboradores, Jentoft e
Gouw, Huber e Hulsman, Snyder, Kirkland e outros:
Aperfeiçoaram os sistemas de bombeamento e
detecção de CLAE.
Comprovaram que o uso desses equipamentos,
operados com fase móvel líquida sob pressão e com
métodos de detecção sensíveis, possibilita análise com
rapidez comparável à obtida por CG com resultados
altamente satisfatórios.

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• Paralelamente: Desenvolvimento das colunas para a
CLAE.
Utilização de partículas superficialmente porosas.
Partículas completamente porosas com diâmetros
reduzidos.
Desenvolvimento de fase reversa (fase
estacionária apolar).
Colunas com diâmetro interno menores:
Possibilitou o uso da CLAE para qualquer tipo de
análise (orgânica, inorgânica e microescala).

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• 1962 - Cromatografia usando como fase móvel um
fluido supercrítico: Graças às fases reversas.

• 1959 – Cromatogafia por exclusão (cromatografia por

filtração em gel): Separações de moléculas de interesse
biológico em soluções aquosas.

• 1951 – Cromatografia por bioafinidade: Separação e

purificação de proteínas e ácidos nucléicos.
Imobilização das espécies de interesse e posterior
eluição com nova fase móvel.

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Cromatografia - Histórico

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 Cromatografia - Histórico
• Referências

• Artigo:
Carol H. Collins; Michael Tswett e o “nascimento” da
cromatografia. Scientia Chromatographica. Vol. 1, n. 1,
2009, 7-20.

• Livro:
Carol H. Collins, Gilberto L. Braga, Pierina S. Bonato;
Fundamentos de cromatografia. Campinas, SP: Editora
da UNICAMP, 2006.

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 Cromatografia – Histórico no Brasil

Entrevista: A look at analytical

chemistry.
Brazilian Journal of Analytical
Chemistry (BrJAC), 2010, 1(0),
31
April/May/June. Não autorizado a disponibilização deste material na internet.
Cromatografia - Atualmente

• Robert E. Synovec  Pioneiro -

Cromatografia Gasosa Bidimensional.
Universidade de Washington - USA

• L. Mondello  Pioneiro - Cromatografia

Líquida Bidimensional.
Universidade de Messina – Messina - Itália

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 Cromatografia - Atualmente

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Pedroso M.P., et al. Química Nova, 32(2), 421-430, 2009. 33

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 Cromatografia - Atualmente

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Mondello, L.; et all.; Mass Spectrometry Reviews, 2008, 27, 101-124

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 Cromatografia - Atualmente
• Como analisar os resultados obtidos por cromatografia
bidimensional abrangente?

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 Review of chemometric analysis techniques for comprehensive two dimensional
separations data. Journal of Chromatography A, Volume 1255, 14 September 2012, Pages
3-11, Karisa M. Pierce, Benjamin Kehimkar, Luke C. Marney, Jamin C. Hoggard, Robert E.
Synovec. 35
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