RESUMO
A natureza não é linear, por que a tratamos de tal maneira? Este trabalho apresenta de
forma mais concreta e simples a teoria do caos. Trata-se de uma teoria recente e
inovadora que modifica radicalmente a maneira de pensar a natureza e tratar seus
fenômenos. Esta nova ciência mostra o sentido da grande sensibilidade às condições
iniciais em qualquer sistema dinâmico e está particularmente interessada em
compreender os fenômenos turbulentos de tais sistemas, para tanto este artigo aborda a
seguinte estrutura: Primeiro daremos uma breve introdução ao tema, logo em seguida
será abordado um breve caráter histórico destacando as principais contribuições para
esta teoria, continuando com uma análise sobre “o efeito borboleta”, uma questão
bastante conhecido nesta área, prosseguindo com o atrator estranho e apresentando
assim o princípio da universalidade, até chegarmos então na linguagem do caos, os
fractais.
INTRODUÇÃO
RICHARD P. FEYMAN
“O caos dá lugar à ordem, que por sua vez dá lugar a novas formas de caos”
(STEWART, 1989, p.7). Não para o paradigma mecanicista que ignora a verdadeira
forma dos fenômenos naturais. Eis a questão. O que a ciência estudou, e ainda estuda,
predominantemente são regularidades na natureza, só que por muito tempo acreditou-se
que essas regularidades poderiam ser descritas por leis simples e determinísticas, através
das quais seria possível prever qualquer acontecimento ou fenômeno com exatidão
apenas conhecendo suas condições iniciais.
Graduando do V Período do curso de Licenciatura em Física do IFMA – Campus Imperatriz.
Graduando do V Período do curso de Licenciatura em Física do IFMA – Campus Imperatriz.
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1
Jules Henri Poincaré, nascido em Nancy, foi um matemático, físico e filósofo da ciência francês.
2
Jacques Salomon Hadamard, nascido em Versalhes, foi um matemático francês.
3
Pierre Maurice Marie Duhem, nascido em Paris, foi um físico francês.
4
Aleksandr Mikhailovich Lyapunov, nascido em Iaroslavl, foi um matemático e físico russo.
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Uma causa muito pequena, que nos passa despercebida, determina um efeito
considerável que não podemos deixar de ver, e então dizemos que o efeito é
devido ao acaso. Se conhecêssemos exatamente as leis da natureza e a
situação do universo no momento inicial, poderíamos prever exatamente a
situação desse mesmo universo em um momento seguinte. Contudo mesmo
que as leis naturais já não tivessem segredos para nós, ainda assim
poderíamos conhecer a situação aproximadamente. Se isso nos permitisse
prever a situação seguinte, com a mesma aproximação, seria tudo que
precisaríamos, e diríamos que o fenômeno tinha sido previsto, que é
governado por leis. Mas nem sempre é assim, pode acontecer que pequenas
diferenças nas condições iniciais produzam diferenças muito grandes nos
fenômenos finais. A previsão torna-se impossível. (POINCARÉ, 1908 apud
FERRARI, 2008, p.41)
O EFEITO BORBOLETA
1
Pierre David Ruelle, nascido em Ghent, Bélgica é um franco-belga físico matemático, desde 2000 ele é
professor emérito e professor visitante do Rutgers University.
2
Edward Norton Lorenz, nascido em West Haven, foi um meteorologista e matemático estadunidense.
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dy/dt = 28x – y – xz
dz/dt = 8/3z + xy
1
Barry Saltzman, nascido em New York City, foi professor de geologia e geofísica.
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O ATRATOR ESTRANHO
1
Stephen Smale, nascido em Flint, é um matemático estadunidense.
2
Floris Takens, nascido em Zaandam, foi um matemático holandês conhecido por contribuições à teoria
de sistemas dinâmicos caóticos.
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Atrator estranho está delimitado em certa região do espaço de fase que é chamada de
Bacia do atrator. Tais características podem ser observadas, por exemplos, no Atrator de
Lorenz, como ilustra a Figura 2.
A UNIVERSALIDADE DE FEIGENBAUM
1
Mitchell Feigenbaum Jay, nascido em Filadélfia, Pensilvânia é um físico matemático, um dos pioneiros
em estudos de teoria do caos e descobridor da constante de Feigenbaum.
2
Kenneth Geddes Wilson nascido em Waltham, é um físico estadunidense.
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BENOIT MANDELBROT
1
George Ferdinand Ludwig Philipp Cantor, nascido em São Petersburgo foi um matemático russo de
origem alemã.
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1
Niels Fabian Helge von Koch, nascido em Estocolmo foi um matemático sueco.
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Até aqui já fica claro algumas características essenciais dos fractais. Uma
delas é a invariância com a mudança de escalas, ou seja, não importa se a figura está
ampliada ou reduzida, a imagem terá sempre o mesmo aspecto. Outra é que representam
uma forma de enxergar o infinito ao longo de iterações dinâmicas.
A década de 60, esses padrões são estudados de uma forma mais detalhada
por Mandelbrot. Este cientista compreende a importância dessas estruturas e forma uma
idéia de universo baseada em formas que também seguiriam, na essência, certos padrões
em comum. Explicou por exemplo o problema do ruído em linhas telefônicas utilizando
o modelo de Cantor, afirmando que os ruídos obedeciam a certo padrão análogo.
Mandelbrot observou a natureza não como formas perfeitas, mas como algo caótico que
seguia um roteiro a ser descoberto.
1
Giuseppe Peano, matemático italiano.
2
David Hilbert, matemático alemão.
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Dizia: “As nuvens não são esferas, as montanhas não são cones, o
relâmpago não percorre uma linha reta.” (GLEICK, 1989, p.90 ). Propôs uma geometria
irregular, assim como a própria natureza, para descrever os fenômenos que expressasse
a forma do Universo. Observou as formas dos litorais e viu que tinham um
comprimento infinito à medida que se ampliava se aumenta a escala de medida.
Percebeu que as nuvens tinham aparência difícil de ser explicada pela geometria
clássica.
Está lançada a base matemática para o caos, uma ciência bastante complexa
que até então não tinha um rigoroso tratamento matemático. Os fractais estão para a
teoria do caos assim como a geometria euclidiana está para a física clássica.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com todo esse estudo a respeito da Teoria do caos, fica clara sua
importância para o estudo da natureza de forma mais palpável, um estudo mais realista
que modela o pensamento físico sobre o Universo. Pensar em sistemas perfeitos pode
ser bastante útil, mas é fato que as não-linearidades têm importância imprescindível no
desenvolvimento da ciência.
REFERÊNCIAS
STEWART, Ian. Será que Deus Joga Dados? Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editora,
1989.
GLEICK, James. Caos: a criação de uma nova ciência. Rio de Janeiro: Editora Campus,
1989.
SMALE, Steve. Uma ferradura nas praias do Rio de Janeiro. Ciência Hoje, v. 26, n.
156, dez. 1999. Disponível em < www.lavi.coppe.ufrj.br/savi/Ensino/.../Smale%20-
%20Ciencia%20Hoje.pdf> Acesso em 01/07/2010.
BUBLITZ, Aline; NUNES, Jéssica. A magia dos fractais. XXIII Feira Regional de
Matemática, Pomerode/SC, 2007. Disponível em <https://www.furb.br/especiais/
download/657335-699561/modelo_relatorio_trabalhos.pdf> Acesso em 01/07/2010.