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MEMÓRIA DESCRITIVA

Tipologia de Operação – 3.23 – Redes Locais de Intervenção Social


Programa Operacional Inclusão Social e Emprego

Julho 2015
Índice

1. Caracterização da Entidade ...........................................................................................................3


2. Contextualização geográfica do Projeto .......................................................................................5
3. Diagnóstico Social ..........................................................................................................................6
4. Caracterização do Projeto (Resumo) ......................................................................................... 18
5. Caráter inovador do projeto: implementação de metodologias de atendimento inovadoras 19
6. Relevância estratégica do projeto. Grau de cobertura do projeto, em termos de População-
alvo beneficiada com o projeto ........................................................................................................... 21
7. Relevância Estratégica do projeto: envolvimento institucional da entidade beneficiária a
nível local .............................................................................................................................................. 22
8. Coerência das ações propostas ................................................................................................. 24
8.1. Atendimento Social .................................................................................................................. 24
8.2. Acompanhamento Social ......................................................................................................... 25
a) Plano de Formação, Seminários e workshops .......................................................................... 26
b) Banco de Tempo .......................................................................................................................... 27
c) Gabinete de Apoio Psicossocial ................................................................................................ 28
d) “Férias para todos” ...................................................................................................................... 29
e) Apoio Alimentar a Famílias
Carenciadas……………………………………………………………30Erro! Marcador não definido.
f) Bolsa de Cuidadores ................................................................................................................... 31
g) Espaço de Orientação/Mediação Familiar ................................................................................. 32
h) Apoio no Empreendedorismo e na procura de emprego .......................................................... 32
i) Apoio no acesso a bens .............................................................................................................. 33
9. Qualidade técnica das ações propostas: capacidade, qualidade e adequação das
infraestruturas e dos recursos humanos afetos ao projeto .............................................................. 34
10. Qualidade técnica das ações propostas: experiência da entidade beneficiária no serviço
de atendimento e acompanhamento social ..................................................................................... 355
11. Projetos e ações que integrem a dimensão da igualdade de género ............................... 388
12. Relevância das instituições que intervêm no projeto e respetiva implantação no contexto
sócio local abrangido ......................................................................................................................... 399
13. Contributo do projeto para uma cultura de proximidade .................................................... 442
14. Contributo para a diminuição das emissões de carbono ................................................... 444
15. Grau de cumprimento dos resultados acordados no âmbito de outras operações de
responsabilidade do mesmo beneficiário ........................................................................................ 444
16. Descrição da Previsão de Custos ........................................................................................ 466

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1. Caracterização da Entidade

O presente projeto é apresentado pela Santa Casa da Misericórdia de Vizela, Instituição Particular de
Solidariedade Social, sem fins lucrativos, com sede na União das Freguesias de Caldas de Vizela (S.
Miguel e S. João), concelho de Vizela, e decorre de uma atuação pautada com missão, objetivos e
princípios institucionais, de cariz social.

A Santa Casa da Misericórdia de Vizela é dotada de personalidade jurídica, reconhecida como


Instituição Particular de Solidariedade Social, estatutariamente tem como objetivo satisfazer carências
sociais, quer de ordem material, quer de ordem espiritual.

Esta instituição foi criada em 25 de março de 1913. Nessa data passou a ser uma “associação de
fiéis, constituída na ordem jurídica canónica, com o objetivo de satisfazer carências sociais, quer de
ordem material, quer espiritual, e praticar atos de culto católico, de harmonia com o seu espírito
tradicional, informado pelos princípios da doutrina e moral cristãs.” (in: Compromisso da Irmandade).

A história desta Instituição está intrinsecamente associada à prestação de cuidados de saúde às


populações deste Concelho e freguesias vizinhas, visto que na sua génese e durante muitos anos
apenas se dedicou à assistência na área da saúde, através da ação do seu Hospital, procedente do
legado de um benfeitor desta terra, falecido no Brasil e que no seu testamento deixou parte da sua
fortuna à Santa Casa da Misericórdia de Guimarães, com a incumbência de criar uma Casa de Saúde
em Vizela, ou seja, o seu Hospital.

Assim, em 1918, as Instalações do Hospital de Vizela foram abertas a título provisório. A inauguração
solene do Hospital teve lugar em fevereiro de 1923, sendo a sua administração feita pela Santa Casa
da Misericórdia de Guimarães até 1952. Nesta data, por despacho do Governo de então, o mesmo foi
entregue à Santa Casa da Misericórdia de Vizela, que a partir daí é legítima proprietária do edifício.
Durante os primeiros anos o Hospital prestava basicamente primeiros socorros. No entanto, em 1975,
com as nacionalizações, o Hospital passou a ser administrado pelo Estado durante alguns anos,
tendo depois passado a albergar o Centro de Saúde de Vizela que se manteve até 1993, altura em
que se juntou ao Posto Médico, ou seja, Serviços Sociais e de Assistência, sendo entregue à Santa
Casa de Misericórdia de Vizela.

Quanto às outras valências, nomeadamente as da primeira infância, surgem em 1974, destinando-se


ao acolhimento e educação de crianças a partir dos 3 meses até aos 5 anos de idade.

A valência Creche entrou em funcionamento em 1974, destinando-se ao acolhimento e educação de


crianças. Esta tem como população alvo crianças com idades compreendidas entre 4 meses e os 3
anos de idade, e dá resposta atualmente a 100 crianças.

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A valência Jardim de Infância apoia também 120 crianças, com idades compreendidas entre os três e
os seis anos, abrangendo o pré-escolar, esta valência dispõe de edifício próprio que funciona em
pleno desde 1988.

As valências de apoio à terceira idade surgiram mais recentemente, a Santa Casa da Misericórdia de
Vizela desenvolve a sua atividade desde julho de 1999. Estas valências têm como objetivo principal o
atendimento e acolhimento de pessoas idosas, visando sobretudo contribuir para um
desenvolvimento sadio do processo de velhice, potenciando a integração social desta faixa etária.
Atualmente, apoia 45 idosos na valência Estrutura Residencial para Idosos, 32 Lar de Idosos Privado,
17 em Centro de Dia e 38 no Serviço de Apoio Domiciliário. A população alvo destas valências são
indivíduos, de ambos os sexos, maioritariamente com idades superiores a 65 anos.

Com o passar do tempo, a Instituição tem sido solicitada para a participação em projetos e parcerias
a desenvolver na comunidade, como é o caso do Protocolo do Rendimento Social de Inserção – RSI,
demonstrando que se foi coadunando com as novas problemáticas da nossa sociedade. Celebrado
em 2005 no âmbito de um protocolo com o Centro Distrital de Segurança Social de Braga – CDSSB,
para o desenvolvimento de ações, no âmbito das medidas de política social de Rendimento Social de
Inserção e Ação Social. A população alvo deste projeto são pessoas e famílias, residentes no
concelho de Vizela, em situação de vulnerabilidade e risco social.

Entretanto, em abril de 2011, a Santa Casa da Misericórdia de Vizela abriu a Unidade de Cuidados
Continuados Integrados António Francisco Guimarães (UCCI), que está integrada na Rede Nacional
de Cuidados Continuados Integrados (Rede) e visa prestar cuidados de saúde e de apoio social a
pessoas em situação de dependência temporária ou permanente, independentemente da idade, no
âmbito da média e da longa duração.

A UCCI tem como missão assegurar um conjunto de cuidados de saúde e/ou apoio social,
promovendo a autonomia e melhorando a funcionalidade da pessoa em situação de dependência,
através de um processo ativo e contínuo de reabilitação, readaptação e reinserção familiar e social,
prestando mais e melhores cuidados de saúde, em tempo útil, com humanidade e numa perspetiva
de solidariedade social. A UCCI disponibiliza duas tipologias de serviço, a Unidade de Média Duração
e Reabilitação, com lotação de 30 camas, e a Unidade de Longa Duração e Reabilitação, também
com 30 camas.

Em jeito de conclusão, importa referir que a Instituição desenvolve a sua atividade nas áreas da
infância e terceira idade, dando apoio diariamente a cerca de 500 utentes, através das suas
valências, nomeadamente, Creche, Jardim de Infância, Estrutura Residencial para Idosos, Centro de
Dia, Serviço de Apoio ao Domicilio e Lar Residencial Privado, Unidade de Cuidados Continuados e
Integrados, Gabinete de Atendimento e Acompanhamento Social (RSI e Ação Social), Cantina Social,
Clínica de Medicina Física e Reabilitação dispondo de mais de 150 funcionários. A Instituição garante
a igualdade de género no acesso ao emprego e a igualdade salarial entre mulheres e homens.

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A estrutura organizativa da Santa Casa de Misericórdia de Vizela assenta numa Gestão de Topo
representada por uma Direção, composta por 19 membros divididos pelos Órgãos da Mesa
Administrativa, Conselho Fiscal e Assembleia-geral, dos quais 17 são homens e 2 são mulheres.

2. Contextualização geográfica do Projeto

O concelho de Vizela, criado em 1998, pela Lei n.º 63/98 de 1 de Setembro, situa-se no Norte do país
(NUT II) e integra administrativamente o distrito de Braga, que pertence à região tradicional do Minho
e integra ainda os concelhos de Amares, Barcelos, Braga, Cabeceiras de Basto, Celorico de Basto,
Esposende, Fafe, Guimarães, Póvoa de Lanhoso, Terras de Bouro, Vieira do Minho, Vila Nova de
Famalicão e Vila Verde.

Em termos de Nomenclatura de Unidade Territorial (NUT) III, Vizela encontra-se integrado no Ave
com os concelhos de Cabeceiras de Basto, Fafe, Guimarães, Mondim de Basto, Póvoa de Lanhoso,
Vieira do Minho e Vila Nova de Famalicão.

O concelho de Vizela estende-se por


uma área de 24,7 Km² (INE, 2015) e,
resultado da reorganização
administrativa do território de 2013 (Lei
nº 11-A/2013, de 28 de janeiro) é
constituído por cinco freguesias, sendo
que duas são uniões de freguesia: Infias,
Santa Eulália, União das freguesias de
Caldas de Vizela (São Miguel e São
João), União das freguesias de Tagilde e
Vizela (São Paio), Vizela (Santo Adrião).

O concelho é circunscrito pelos


concelhos de Guimarães a norte e oeste,
Santo Tirso a oeste, Lousada a sul e
Felgueiras a leste.

A sede do concelho, cidade de Caldas de Vizela, é constituída pela União das freguesias de Caldas
de Vizela (São Miguel e São João), com mais de 10 600 habitantes, correspondendo a cerca de 45%
da população residente no concelho.

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3. Diagnóstico Social

O concelho de Vizela apresenta uma matriz predominantemente urbana. Tomando-se por referência
o critério da densidade populacional, superior a 500 hab/ Km2, todas as freguesias caracterizam-se
como sendo Áreas Predominantemente Urbanas (APU).

A taxa de urbanização do concelho, que diz respeito à percentagem da população em aglomerados


com mais de 2.000 habitantes, é de 92%. A exceção é a freguesia de Infias, embora apresente um
valor relativamente próximo dos dois milhares de residentes.

Os principais aglomerados populacionais encontram-se localizados ao longo das vias rodoviárias


principais, em particular ao longo do eixo rodoviário que liga a cidade de Vizela aos concelhos de
Guimarães e Lousada (EN 106).

Quadro 1. Principais indicadores demográficos e territoriais do Concelho de Vizela, por freguesia

Concelho e Freguesias 2001 2011


Área População Densidade Área População Densidade
(km²) Residente Populacional (km²) Residente Populacional
Santa Eulália 5,4 5200 1030 5,64 5619 996,2
União das freguesias de
Caldas de Vizela (São
Miguel e São João) 7,3 9999 1369,7 7,68 10633 1384,5
Infias 2,6 1765 690,8 3,11 1840 591
Vizela (Santo Adrião) 3,5 2460 705,2 2,77 2280 757,1
União das freguesias de
Tagilde e Vizela (São Paio) 5,3 3171 598,3 5,49 3364 612,7
Vizela (Concelho) 23,9 22595 953,6 24,7 23736 961

Fonte: INE, Censos 2001 e 2011

É na cidade, Caldas de Vizela (São Miguel e São João), que se concentra a maior parte da oferta de
bens e serviços do concelho.

Ao longo dos últimos momentos censitários, o concelho de Vizela tem registado sempre um
crescimento da população residente. Destaque-se que entre 2001 e 2011, no contexto do Ave o
concelho de Vizela foi o que registou o maior aumento, seguido por Vila Nova de Famalicão, sendo
que os restantes concelhos viram a sua população decrescer.

A freguesia de Caldas de Vizela (São Miguel) é a que apresenta um crescimento mais expressivo
(+15%); enquanto, a freguesia de Caldas de Vizela (São João) perdeu população (-8,3%), uma
tendência também acompanhada pela freguesia de Santo Adrião (-7,3%).

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Quadro 2. Evolução da população residente no município e freguesias, em 1991 e 2001

Censos Censos Variação da Taxa de


população crescimento
2001 2011 residente efetivo (%)

2001-2011 2001-2011
Santa Eulália 5200 5619 +419 ↑8,1
Caldas de Vizela (São João) 3719 3411 -308 ↓8,3
Caldas de Vizela (São Miguel) 6280 7222 +942 ↑15,0
Infias 1765 1840 +75 ↑4,2
Tagilde 1777 1861 +84 ↑4,7
Vizela (Santo Adrião) 2460 2280 -180 ↓7,3
Vizela (São Paio) 1394 1503 +109 ↑7,8
VIZELA (Município) 22595 23736 +1141 ↑5,0

Fonte: INE, Censos 2001 e 2011

Relativamente à distribuição da população residente em Vizela por freguesia, constata-se que Caldas
de Vizela (São Miguel) contribui com a maior proporção de população (30,4%), seguida de Santa
Eulália (23,7%), representando estas duas freguesias mais de 50% da população total do Concelho.

Quadro 3. Distribuição da população residente em Vizela por freguesia, em 2011

Homens Mulheres Total


N % N % N %
Santa Eulália 2 771 49,3 2 848 50,7 5 619 23,7
Caldas de Vizela (São 1 635 48,0 1 776 52,0 3 411 14,4
João)
Caldas de Vizela (São 3 495 48,4 3 727 51,6 7 222 30,4
Miguel)
Infias 912 49,6 928 50,4 1 840 7,8
Tagilde 936 50,3 925 49,7 1 861 7,8
Vizela (Santo Adrião) 1 142 50,1 1 138 49,9 2 280 9,6
Vizela (São Paio) 762 50,7 741 49,3 1 503 6,3
VIZELA (Município) 11 653 49,1 12 083 50,9 23 736 100

Fonte: INE, Censos 2001 e 2011

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Relativamente à estrutura etária, o concelho de Vizela tem-se caracterizado por um duplo
envelhecimento da população, isto é, a população idosa aumentou face à redução da população
jovem. Entre 2001 e 2011, decorreu um crescimento acentuado da população idosa (com 65 ou mais
anos), situado neste último ano em 39,9%.

Verifica-se igualmente o aumento da população em idade ativa (15-64 anos), embora com menor
expressão. De realçar o decréscimo da população jovem (0-14) e jovem em idade ativa (15-24 anos),
que apresentam uma descida de 27,5%.

Quadro 4. Evolução da população residente em Vizela por sexo e grupo etário, entre 2001 e 2011

Censos Censos 2011 Variação da Taxa de


população crescimento
Grupos etários 2001 residente efetivo (%)

2001-2011 2001-2011
População residente 22595 23736 +1141 ↑5,0
Homens 11197 11653 +456 ↑4,1
Mulheres 11398 12083 +685 ↑6,0
0-14 4857 3978 -879 ↓18,1
15-24 3598 3258 -340 ↓9,4
25-64 12195 13779 +1584 ↑13,0
65 ou mais anos 1945 2721 +776 ↑39,9

Fonte: INE, Censos 2001 e 2011~

Relativamente à análise estatística na área dos idosos afigura-se relevante analisar o índice de
dependência total, o índice de dependência dos idosos, o índice de dependência dos jovens e o
índice de envelhecimento.

De acordo com os Censos 2011, o índice de dependência total1 no município de Vizela diminuiu de
43,1 pessoas em idade não ativa, por cada 100 em idade ativa em 2001; para 39,3 em 2011,
refletindo deste modo o acréscimo de população em idade ativa entre os dois períodos censitários,
permitindo percecionar o esforço que a sociedade exerce sobre a população ativa.

Quanto ao índice de dependência de idosos2 aumentou de 12,3 em 2001 para 16,1 em 2011,
enquanto o índice de dependência de jovens3 diminuiu de 30,7 em 2001 para 23,3 em 2011. Estes
dados evidenciam o aumento da população mais idosa face à população mais jovem.

1
Índice de dependência total: Relação entre a população jovem e idosa e a população em idade ativa, definida habitualmente como a
relação entre a população 0-14 anos conjuntamente com a população com 65 ou mais anos e a população com 15-64 anos.

2 Índice de dependência de idosos: Relação entre o número de idosos e a população em idade ativa, definida habitualmente como a
relação entre a população com 65 ou mais anos e a população com 15-64 anos.

8
O envelhecimento da população do município de Vizela tem vindo a acompanhar a tendência
nacional, embora continue a ter mais população jovem do que idosa. Em 2011, a proporção da
população com 65 ou mais anos era de 11,5%, enquanto a da população com menos de 14 anos era
de 16,8%.

Finalmente, quanto ao índice de envelhecimento4 de Portugal os resultados dos Censos 2011 indicam
que é de 129, o que significa que o país tem atualmente mais população idosa do que jovem. O
Concelho de Vizela insere-se nesta tendência, uma vez que em 2011 o índice de envelhecimento era
de 68,4, verificando-se no espaço temporal de 10 anos um aumento substancial, pois em 2001, por
cada 100 jovens existiam 40 idosos.

Relativamente ao índice de envelhecimento nas freguesias do município, Vizela (São Paio) apresenta
o menor índice de envelhecimento: 42,1. No extremo oposto, Caldas de Vizela (São João), com
106,5, apresenta o maior índice de envelhecimento do município.

Quadro 5. Índice de envelhecimento no município de Vizela, em 2011

Censos 2011
Vizela (Município) 68,4
Santa Eulália 50,7
Caldas de Vizela (São João) 106,5
Caldas de Vizela (São Miguel) 83,5
Infias 80,2
Tagilde 45,3
Vizela (Santo Adrião) 62,2
Vizela (São Paio) 42,1

Fonte: INE, Censos 2001 e 2011

Abordando a caraterização das famílias de Vizela, importa salientar que a grande parte dos
agregados familiares se enquadra na tipologia de famílias clássicas5. Entre 2001 e 2011, registou-se
um total de 7869 de famílias clássicas, que representam um aumento de 16%, por referência a 2001.
Destaca-se a freguesia de Caldas de Vizela (São Miguel), a qual registou o maior crescimento
(30,6%).

3 Índice de dependência de jovens: Relação entre o número de jovens e a população em idade ativa, definida habitualmente como a
relação entre a população com 0-14 anos e a população com 15-64 anos.

4 Índice de Envelhecimento: Relação existente entre o número de idosos (população com 65 ou mais anos) e o
número de jovens (população com 0-14 anos), exprimindo-se habitualmente pelo número de idosos por cada
100 pessoas com 0-14 anos.
5
Entende-se por família clássica um conjunto de pessoas que reside no mesmo alojamento e que tem relações
de parentesco (de direito ou de facto) entre si, podendo ocupar a totalidade ou parte de uma unidade de
alojamento.

9
Quadro 6. Famílias clássicas e taxa de variação por freguesia, em 2001, 2011

2001 2011 Variação 2001-2011


Santa Eulália 1560 1827 17,1
Caldas de Vizela (São 1137 1170 2,9
João)
Caldas de Vizela (São 1920 2508 30,6
Miguel)
Infias 531 613 15,4
Tagilde 505 555 9,9
Vizela (Santo Adrião) 731 728 -0,4
Vizela (São Paio) 399 464 16,3
Vizela (Município) 6783 7869 16,0

Fonte: INE, Censos 2001, 2011

Em 2011, a dimensão média das famílias clássicas situava-se nos 3 elementos por família, ao invés
dos dados recolhidos em 2001, em que cada família era constituída, em média, por 3,5 elementos.
Com exceção de Tagilde todas as freguesias do concelho registaram uma redução no número médio
de elementos por família clássica.

Quadro 7. Dimensão média das famílias no município de Vizela e por freguesia, em 2001 e 2011

2001 2011
Santa Eulália 3,3 3,1
Caldas de Vizela (São João) 3,3 2,9

Caldas de Vizela (São Miguel) 3,3 2,9

Infias 3,2 3,0


Tagilde 3,3 3,4
Vizela (Santo Adrião) 3,5 3,1
Vizela (São Paio) 3,4 3,2
Vizela (Município) 3,5 3,0

Fonte: INE, Censos 2001, 2011

Através de uma análise mais aprofundada dos dados constata-se que, entre 2001 e 2011, as famílias
de maior dimensão perderam expressão no concelho de Vizela. Em 2001, as famílias constituídas por
5 ou mais elementos representavam 19,5%, tendo esse valor caído para os 8,2%. Em paralelo, no
mesmo período de tempo, as famílias de menor dimensão registaram um grande aumento. Neste
âmbito, as famílias unipessoais aumentam 83,8% e as de dois elementos aumentaram 49,8%.

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Quadro 8. Evolução das famílias clássicas em Vizela segundo a dimensão (pessoas
residentes), entre 2001 e 2011

Dimensão das Famílias Clássicas Censos Censos 2011 Taxa de crescimento


(pessoas residentes) 2001 (provisórios) 2001-2011
N/% N/% (%)

Com 1 425 (2,3%) 781 (9,9%) ↑83,8

Com 2 1310 (19,3%) 1962 (24,9%) ↑49,8

Com 3 2063 (30,4%) 2475 (31,5%) ↑20,0

Com 4 2067 (30,5) 2000 (25,4%) ↓3,2

Com 5 ou mais 918 (13,5%) 647 (8,2%) ↓29,5

Total 6783 7865 ↑16,0

Fonte: INE, Censos 2001 e 2011

Não descurando a importância dos níveis de ensino na população residente no Município de Vizela,
entre 2001 e 2011, verificaram-se progressos significativos. A população com ensino superior mais
que duplicou em 2011, passando de 880 pessoas para 1 817, representando agora 7,6% da
população total. As habilitações correspondentes ao ensino secundário completo representam 13,6%
do total. O ensino básico 1º ciclo corresponde ao nível de ensino mais elevado e concluído pela maior
proporção da população residente em Vizela, com 35,1%. Os níveis de instrução correspondentes ao
2º e 3º ciclo abrangem 14,1% e 18,3%, respetivamente.

Quadro 9. População residente em Vizela segundo o nível de ensino mais elevado e completo,
em 2001 e 2011

2001 2011
Níveis de Ensino
N % N %
Nenhum 3 351 14,8 2 517 10,6
Ensino básico 1º Ciclo 9 690 42,9 8 330 35,1
Ensino básico 2º Ciclo 3 981 17,6 3 354 14,1
Ensino básico 3º Ciclo 2 493 11,0 4 348 18,3
Ensino Secundário 2 137 9,5 3 236 13,6
Ensino Pós-secundário 63 0,3 134 0,6
Ensino Superior 880 3,9 1 817 7,7
Total 22 595 23 736

Fonte: INE, Censos 2011

11
Relativamente ao desemprego no concelho de Vizela, dados recentes (maio de 2015), apontam para
a existência de 1231 desempregados. Em correlação com os dados em igual período do ano
passado, existe um decréscimo da população desempregada, que corresponde a menos de 251
pessoas, representando – 16.9% de desempregados no concelho. Os dados por sexo evidenciam o
facto de, o desemprego nas mulheres (11.0%) ser superior ao dos homens (8.5%). Por sua vez, a
taxa de desemprego jovem (número de desempregados abaixo dos 25 anos) subiu para 11.6%,
comparativamente a maio de 2014 (10.9%). Em 2011, no momento censitário (março), a taxa de
desemprego era de 15,4%; em maio de 2015, a taxa atual de desemprego fixou-se nos 9,7%.

Quadro 10. População desempregada, residente no concelho de Vizela, Maio 2014-2015

Variação
Taxa de
Indicadores Maio 2014 Maio 2015
Variação (%)
2014-2015
N.º total de desempregados 1482 1231 -251 ↓16.9
N.º de desempregados à procura do 1.º
129 132 +3 ↑2.3
emprego
N.º de desempregados à procura de novo
1353 1099 -254 ↓18.8
emprego
N.º de desempregados abaixo dos 25 anos 145 154 +9 ↑6.2
N.º de desempregados acima dos 25 anos 1337 1077 -260 ↓19.4
N.º de desempregados entre os 25 e os 34
230 199 -31 ↓13.5
anos
N.º de desempregados entre os 35 e os 54
638 483 -155 ↓24.3
anos
N.º de desempregados acima dos 55 anos 469 395 -74 ↓15.8
N.º de desempregados por tempo de
inscrição no Centro de Emprego (- de 12 623 609 -14 ↓2.2
meses)
N.º de desempregados por tempo de
inscrição no Centro de Emprego (+ de 12 859 622 -237 ↓27.6
meses)
N.º de desempregados do sexo Masculino 679 560 -119 ↓17.5
N.º de desempregados do sexo Feminino 803 671 -132 ↓16.4

Fonte: IEFP/Centro de Emprego de Guimarães, 2014 e 2015

12
Os níveis de escolaridade da população desempregada em maio de 2015 evidenciam que 453
desempregados apresentam o 1.ºciclo de escolaridade, representando 36.8% desta população.

Quadro 11. População desempregada, residente no concelho de Vizela, segundo os níveis de


escolaridade, Maio 2015

Níveis de Escolaridade N.º %


<1.º Ciclo EB 58 4.7
1.º Ciclo EB 453 36.8
2.º Ciclo EB 172 14.0 67.3%
3.º Ciclo EB 203 16.5
Secundário 203 16.5
Superior 142 11.5

Fonte: IEFP/Centro de Emprego de Guimarães, 2014 e 2015

Relativamente à medida de política social Rendimento Social de Inserção, adiante designada de


RSI, em Junho de 2015, no concelho de Vizela, existiam 63 agregados familiares num total de 110
beneficiários. Destaca-se a autonomização desta medida de 23 agregados familiares, num total de 40
beneficiários, que, no entanto, permanecem em acompanhamento, tal como previsto na legislação,
uma vez que mantêm os Contratos de Inserção em vigor.

Quadro 12. Distribuição dos processos de RSI, por freguesia de residência dos titulares

Fonte: Santa Casa da Misericórdia de Vizela/GAAS Junho 2015

13
Da análise da distribuição dos processos por freguesia de residência dos titulares, constata-se que a
freguesia de Caldas de Vizela (São Miguel) é a que apresenta o maior número de processos de RSI,
26, seguindo-se a freguesia de Santa Eulália, com 23 processos, facto ao qual não será alheia a
relação com o número total de habitantes.

Quadro 13. Distribuição dos processos de RSI, por freguesia de residência dos titulares

Fonte: Santa Casa da Misericórdia de Vizela/GAAS Junho 2015

A tipologia de família “isolado homem” corresponde à maior percentagem de agregados familiares (44
%), seguindo-se a “família monoparental feminina” que representa 16% dos agregados. O tipo de
família “nuclear com filhos” caracteriza 14% dos titulares de RSI residentes no concelho de Vizela. O
RSI para além de consistir numa atribuição pecuniária prevê a definição de um Contrato de Inserção
que favoreça a progressiva inserção laboral, social e comunitária. Este Contrato tem por referência o
agregado familiar no seu conjunto e, especificamente, cada um dos seus membros.

14
Quadro 14. Distribuição por beneficiário das áreas de intervenção dos Contratos de Inserção

Fonte: Santa Casa da Misericórdia de Vizela/GAAS Junho 2015

Os Contratos de Inserção no âmbito da medida de política social RSI contemplam várias áreas de
intervenção, designadamente ao nível da saúde, educação, formação, emprego, ação social e
habitação. Salienta-se que um Contrato de Inserção pode contemplar mais do que uma área de
intervenção. No concelho de Vizela o Atendimento e Acompanhamento Social dos processos de RSI
é, como já foi referido, efetuado ao abrigo de um protocolo entre a Santa Casa da Misericórdia de
Vizela e a Segurança Social através do Gabinete de Atendimento e Acompanhamento Social (GAAS),
constituído por uma equipa multidisciplinar: uma assistente social, uma educadora social, uma
psicóloga e dois ajudantes ação direta.

No âmbito da proteção social no concelho, especificamente do Programa Alimentar de Vizela, adiante


designado de PAV, promovido pela Santa Casa da Misericórdia de Vizela, enquanto entidade
coordenadora, constata-se que, em Junho de 2015, beneficiavam de apoio nesta iniciativa 164
famílias, num total de 441 beneficiários.

15
Quadro 15. Distribuição dos processos do PAV segundo a freguesia de residência do titular

Fonte: Santa Casa da Misericórdia de Vizela/GAAS Junho 2015

Da análise da distribuição do total de beneficiários por freguesia de residência, constata-se que


Caldas de Vizela (São Miguel) é a que apresenta o maior número de pessoas abrangidas pelo PAV,
seguindo-se as freguesias de Caldas de Vizela (São João) e Santa Eulália, as freguesias mais
populosas do concelho.

A análise sociodemográfica do concelho de Vizela, em consonância com o Diagnóstico Social e o


Plano de Desenvolvimento Social 2010-2015, ainda em vigor, assim como com o processo de
atualização destes mesmos documentos de planeamento estratégico que está a decorrer no âmbito
da Rede Social de Vizela, contribui para a definição das áreas prioritárias de intervenção no âmbito
da presente candidatura ao projeto Rede Local de Intervenção Social, adiante designado RLIS.
Através do atendimento e acompanhamento social integrado, o presente projeto RLIS visa potenciar
uma ação concertada para a coesão social, entre os diferentes serviços de ação social que intervêm
no território, públicos e privados, e os demais agentes da comunidade na prossecução do interesse
público sob os pressupostos de intervenção: modelo de contratualização; cultura de direitos e
obrigações; transversalidade; intervenção de proximidade; e inovação social.
Cumprindo com esta visão, pretende-se assim, proporcionar um atendimento de qualidade e de
proximidade, através de uma lógica de trabalho em parceria e de partilha de responsabilidades,
pressupondo a resolução de problemas ao nível mais próximo das populações e a rentabilização dos
recursos existentes.

Tendo em consideração o crescimento da população no concelho de Vizela urge a necessidade de


alargar a amplitude dos serviços de atendimento e acompanhamento social existentes, tendo por
base a prevenção de problemáticas-chave e a reparação daquelas que já estão instaladas, mediante

16
a implementação de ações que incidam na prevenção secundária e terciária. Estas ações, associadas
ao treino de competências pessoais e sociais, irão permitir trabalhar o projeto de vida pessoal e
familiar da população em situação de vulnerabilidade social e pobreza/exclusão social.

A era moderna tem vindo a provocar alterações profundas nas estruturas e dinâmicas das famílias
portuguesas, às quais o concelho de Vizela não é exceção. A análise sociodemográfica evidencia um
crescimento das famílias constituídas por um ou dois elementos, uma realidade também patente ao
nível dos atendimentos/acompanhamentos sociais efetuados ao longo de dez anos, no âmbito das
medidas de política social de rendimento social de inserção e ação social. A par da diminuição do
número de elementos que constituem os agregados familiares, emerge uma outra realidade, o
isolamento social, que tem sido uma das problemáticas com fortes implicações pessoais, sociais e
mesmo físicas, agravado pela existência de patologia psiquiátrica, muitas vezes associada ao
consumo de substâncias aditivas e à ausência de suporte social e familiar. Este facto revela a urgente
necessidade de agilizar uma articulação com os parceiros no sentido de dotar estas pessoas de
competências e recursos psicossociais internos e externos, promovendo o seu processo de
socialização e inserção social.

É necessário ainda apostar numa intervenção centrada nas famílias, em particular daquelas que
integram crianças e jovens, no desenvolvimento de competências parentais e nas redes informais de
suporte às mesmas.

A realidade concelhia sugere que alguns dos problemas diagnosticados na comunidade escolar são
fruto de stressores psicossociais que surgem de forma inesperada no seio familiar. De facto, apesar
de existir uma percentagem considerável da população inserida no mercado de trabalho, os
rendimentos daí provenientes constituem-se insuficientes para responder às necessidades primárias
que vão surgindo. A título de exemplo, encontram-se famílias nucleares com filhos em que um dos
pais fica numa situação de desemprego ou de doença e necessita de apoio a vários níveis devido à
sua situação de fragilidade social. Neste contexto, a comunidade escolar será um dos espaços
privilegiados de intervenção, que se espera integrada e inclusiva.

Os dados sociodemográficos relativos ao desemprego da população do concelho de Vizela


demonstram que o mesmo regrediu ao longo de dois anos, em particular, nos últimos doze meses. É
de salientar que a integração no mercado de trabalho tem ocorrido sobretudo em setores
economicamente mais frágeis, onde o perfil do trabalhador mantém-se dentro dos mesmos
parâmetros, com a diferença de que os empregadores exigem maiores qualificações a nível
tecnológico. Assim, não obstante o investimento ao nível da educação e formação ao longo de dez
anos no concelho, a população ainda apresenta baixos níveis de qualificação escolar e profissional.

Admitindo que a população ativa aumentou no mercado de trabalho, com particular incidência no
setor secundário (i.e.: têxtil, calçado), torna-se fundamental responder às suas necessidades
específicas, apostando na capacidade de adaptação e de aprendizagem contínua dos indivíduos,

17
traduzida em ações de desenvolvimento social e de promoção de competências (i.e.: autoestima),
bem como, de informação e acompanhamento integrado.

A população idosa regista um crescimento efetivo, inserida num contexto de alterações


sociofamiliares, demográficas e económicas, tal como é possível verificar nos dados estatísticos
acima elencados, especificamente, no índice de dependência dos idosos e o índice de
envelhecimento em algumas freguesias do concelho. Também o isolamento e solidão constituem
fatores de risco para qualidade de vida desta faixa etária, importando definir novas formas de
intervenção, orientadas para o combate a estes problemas.

Mediante a realidade do concelho a nível dos idosos, a experiência de intervenção social da


instituição sugere que a situação destes se enquadra em dois cenários distintos, nomeadamente, a
permanência na residência habitual e a integração em respostas institucionais.

É importante salientar que parte da população idosa do concelho apresenta uma situação
socioeconómica frágil, uma vez que a sua carreira contributiva incidiu sobre baixos salários e, nalguns
casos, curtas carreiras. Como consequência, atualmente, estes idosos apresentam reformas de baixo
valor. Adicionalmente, alguns foram impelidos a requerer as reformas antecipadas, com os cortes que
tal decisão acarreta. Com todo este panorama, são inegáveis, todas as repercussões que parte da
população idosa concelhia sofreu ao nível da sua qualidade de vida.

4. Caracterização do Projeto (Resumo)

A Santa Casa da Misericórdia de Vizela, enquanto Instituição de Solidariedade Social, encara este
projeto como uma estratégia de fortalecimento da sua Missão no território e disponibilização de
um serviço de atendimento e acompanhamento social, que contribua para reforçar a coesão
social, direcionado para pessoas e famílias em estado de vulnerabilidade, de exclusão ou de
emergência social. É intenção da Santa Casa:

• Potenciar com maior eficácia e eficiência as respostas sociais já disponíveis nas


comunidades, inclusive as da própria Instituição, e que dão resposta às necessidades da
população;
• Criar mecanismos diferenciados de intervenção social, conferindo um caráter inovador
às estratégias de ação, nomeadamente a prestação de um serviço descentralizado e
próximo da população, localizado nas Juntas de Freguesia do concelho de Vizela;
• Disponibilizar uma linha de apoio telefónico, que funcionará entre as 09:00 às 20:00 horas;
• Construir um Portal de comunicação online;
• Disponibilizar caixas postais em locais estratégicos;
• Dinamizar Gabinetes de atendimento em estreita articulação com os agrupamentos de
escolas.

18
Assim, o presente projeto RLIS visa, através do atendimento e acompanhamento social integrado,
potenciar uma ação concertada para a coesão social, entre os diferentes serviços de ação social que
intervêm no território, públicos e privados, e os demais agentes da comunidade na prossecução do
interesse público sob os pressupostos de intervenção: modelo de contratualização; cultura de direitos
e obrigações; transversalidade; intervenção de proximidade; e inovação social.

Cumprindo com esta visão, pretende-se assim, proporcionar um atendimento de qualidade e de


proximidade, através de uma lógica de trabalho em parceria e de partilha de responsabilidades,
pressupondo a resolução de problemas ao nível mais próximo das populações e a rentabilização dos
recursos existentes.

A filosofia deste projeto, no entender da Santa Casa da Misericórdia de Vizela, é de


afastamento de lógicas de intervenção meramente assistencialistas para a prestação serviços
de atendimento e acompanhamento social de qualidade, assentes numa perspetiva de
responsabilização, tomada de consciência, participação, decisão partilhada, reforço das
capacidades, consciência de cidadania e, em última instância, autonomização dos beneficiários.

5. Caráter inovador do projeto: implementação de metodologias de atendimento


inovadoras

A Rede Local de Intervenção Social (RLIS), assenta numa lógica de intervenção articulada e
integrada de entidades com responsabilidades no desenvolvimento da ação social que visa potenciar
uma atuação concertada dos diversos organismos e entidades de modo a promover a implementação
de novos mecanismos de atuação e diferentes estratégias de ação em resposta às necessidades
sociais.

São objetivos específicos da RLIS garantir o acolhimento social imediato e permanente em situações
de crise e/ou emergência social; assegurar o atendimento/acompanhamento social das situações de
vulnerabilidade, bem como disponibilizar apoios financeiros de carácter eventual a agregados
familiares em situação de comprovada carência económica, após aprovação da Segurança Social;
assegurar a coordenação eficiente de todos os meios e recursos que integram a rede e reforçar a
plataforma de cooperação estabelecida com as instituições que localmente desenvolvem respostas
sociais no âmbito da ação social.

Para a implementação da Rede é necessário em primeira linha uma estratégia global de comunicação
dos serviços que a equipa técnica (motor de funcionamento da Rede) disponibiliza ao território
abrangido, de forma a informar a população.

19
Numa segunda linha é necessário criar espaços descentralizados de atendimento em todo o território
abrangido pelo projeto, de modo a dotar a Rede do maior número possível de “extensões”,
facilitadoras do contacto entre população/famílias e equipa técnica.

O atendimento eficaz de famílias em situação de vulnerabilidade e exclusão social, bem como de


emergência social, é um fator determinante para o sucesso da RLIS na missão de superar as
dificuldades e carências que resultam precisamente em situações de exclusão social.

Assim, o projeto assentará nas seguintes metodologias de atendimento:

a) Atendimento descentralizado nas sedes de junta de freguesia

A Rede Local de Intervenção Social funcionará a partir da sede da entidade beneficiária localizada no
centro de Vizela, onde estará concentrada a equipa técnica, no entanto, o atendimento e
acompanhamento das famílias será, sempre que se justificar, realizado de forma descentralizado nas
freguesias do concelho/território abrangido. Para tal protocolou-se com Juntas de Freguesia a
cedência de um espaço que funcionará em horário flexível, com a deslocação dos elementos da
equipa técnica para a realização dos atendimentos / acompanhamentos a pessoas e famílias.

Desta forma, a equipa técnica terá espaços de funcionamento nas Juntas de Freguesias do território,
facilitando o contacto de proximidade com as famílias, de acordo com os Protocolos em anexo. De
realçar que, estas entidades parceiras são fundamentais para o sucesso da intervenção social e para
a consolidação da plataforma de colaboração, ou seja, da própria Rede.

b) Linha telefónica de apoio/informação

A RLIS criará uma linha de atendimento de apoio/informação. Esta via de comunicação passará por
um número de telefone direto, que funcionará entre as 09:00 e as 20:00 horas, a qual as pessoas e
famílias poderão recorrer para entrarem em contato com a equipa técnica. Será um canal aberto,
totalmente flexível, para que as pessoas e famílias possam participar os seus problemas e, desta
forma, a equipa técnica agilizar os atendimentos, acompanhamentos e encaminhamentos
necessários a cada situação.

c) Portal de comunicação online (Skype; Chat; Blogue; Fórum; Twiter; Facebook)

Para a dinamização e divulgação da Rede, será criado um sítio na Internet, onde constará toda a
atividade da RLIS. Esta página web será fundamental para dar a conhecer os parceiros que
participam no projeto, bem como o plano de ações a desenvolver, funcionando simultaneamente
como um ponto de contacto entre a equipa técnica, os parceiros e as famílias.

d) Caixa Postal com localização nos espaços de atendimento descentralizados

20
Por forma a aumentar os meios de contacto entre a equipa técnica e as famílias, será colocada uma
caixa postal em cada espaço de atendimento descentralizado, que permitirá que as famílias possam
solicitar ajuda ou denunciar situações, através do depósito de uma carta ou de um
questionário/formulário, disponibilizado na própria caixa postal. Estas cartas serão recolhidas pela
equipa técnica, que entrará em contato com o indivíduo/ família para agendamento de atendimento
ou tomará outras diligências, mediante as exigências da situação.

e) Gabinete de atendimento / articulação com os Agrupamentos de Escola

Um dos públicos-alvo de intervenção são as crianças e jovens em idade escolar. Desta forma, para
facilitar a sinalização e atendimento desta população específica, será articulado um plano conjunto de
intervenção da equipa técnica com os agrupamentos escolares do território, que passará pela
deslocação da equipa técnica às escolas para atendimento dos casos sinalizados pelas entidades
escolares.

f) Ficha de Ligação online

De modo a facilitar a articulação entre instituições e outras entidades do concelho, será


disponibilizada uma Ficha de Ligação online, que permitirá o encaminhamento de pessoas e famílias
por parte das entidades parceiras para a equipa RLIS da Santa Casa de Misericórdia de Vizela,

6. Relevância estratégica do projeto. Grau de cobertura do projeto, em termos de


População-alvo beneficiada com o projeto

A RLIS está vocacionada para o atendimento e acompanhamento da população que se encontra


em situação de vulnerabilidade e exclusão social, bem como de emergência social, que
necessite de resposta imediata, pontual ou continuada. O objetivo primordial desta Rede será
identificar as famílias e indivíduos que se encontram nestas situações e acompanhá-los no
sentido de os orientar e apoiar, numa primeira instância, na resolução de problemas de cariz
mais imediato ou básico e, posteriormente, envolvê-los em processos de capacitação,
autonomia e inclusão social, de forma a que cada cidadão possa contribuir para o
desenvolvimento territorial sustentado e adotar uma postura de cidadania ativa.

A nível territorial, esta RLIS abrangerá a população de todo o concelho de Vizela, motivo pelo
qual a Santa Casa da Misericórdia de Vizela envolveu instituições de grande parte das
freguesias do concelho. Esta concertação institucional está solidificada, em alguns casos, em
protocolos de parceria devidamente assinados pelas entidades, onde os compromissos de
intervenção estão definidos, noutros casos, estão inerentes a parcerias já existentes e relações
de colaboração já fortalecidas. Não obstante, à medida que se for procedendo aos atendimentos
e acompanhamentos, poderão surgir novas formas de colaboração, bem como novos parceiros,

21
sobretudo, garantindo assim que as instituições que compõem a Rede são de áreas de atuação
diversificadas. Esta plataforma colaborativa, que implica, por exemplo, a cedência de espaços
para atendimento ao público, para a equipa técnica da RLIS, nas instalações das diversas
Juntas de Freguesia, descentralizando assim os serviços prestados, reflete a postura de
proximidade que a Santa Casa promove com o meio envolvente e irá reforçar com o
desenvolvimento da RLIS em Vizela.

Deste modo, pretende-se, para além do já mencionado, potenciar a concertação da atuação dos
diversos organismos e entidades envolvidas; assegurar a coordenação eficiente de todos os agentes,
meios e recursos; promover o desenvolvimento de mecanismos e estratégias no âmbito da
intervenção social; reforçar a plataforma de colaboração estabelecida com as entidades que
localmente prestam serviços no âmbito da ação social; promover plataformas de colaboração com as
entidades da administração local e central com intervenção em áreas complementares ao âmbito da
ação social; promover iniciativas de experimentação social que se constituam como novas
abordagens de resposta a problemas emergentes identificados nos territórios; concertar a ação de
todas as entidades públicas e privadas, estruturas e programas de intervenção na área das crianças e
jovens em risco, de modo a reforçar estratégias de cooperação e de racionalização de recursos.

7. Relevância Estratégica do projeto: envolvimento institucional da entidade


beneficiária a nível local

A Santa Casa da Misericórdia de Vizela constitui-se, no concelho, como a única Instituição de cariz
social local com intervenção concelhia, isto é, abrangendo todas as freguesias, ao nível da
intervenção social e comunitária, com grupos sociais vulneráveis e em situação de pobreza/exclusão
social. A operacionalização desta intervenção depende de uma equipa multidisciplinar, a qual adotou
desde sempre a filosofia institucional, centrada no desenvolvimento de uma rede de parcerias formais
e informais, onde a pessoa/família é o centro da atuação, e que resultam numa diversidade de
serviços, essenciais para os cidadãos de Vizela, e numa rede alargada de parceiros.

Assim, fruto da sua atividade social, a Santa Casa da Misericórdia de Vizela tem na Segurança
Social, um parceiro imprescindível na sua atividade, tendo em conta que as diferentes áreas de
atuação têm subjacentes protocolos estabelecidos com o Centro Distrital de Segurança Social em
diferentes valências, nomeadamente:

• Creche, com Acordo de Cooperação celebrado com o Centro Distrital de Braga, adiante
designado CDB desde Maio de 1982, apoiando atualmente 100 utentes;
• Jardim-de-Infância, com Acordo de Cooperação celebrado com o Centro Distrital de Braga
desde Maio de 1982, apoiando 120 utentes;
• Estrutura Residencial para Idosos, com acordo de cooperação de 1999, apoiando 45 utentes;
• Centro de Dia, com acordo de cooperação de 1999, apoiando 17 utentes;
• Serviço de Apoio Domiciliário, com acordo de cooperação de 2007, apoiando 38 utentes;

22
• Lar de Idosos Privado, que se enquadra nas medidas de economia social, com capacidade
para 32 utentes;
• Rendimento Social de Inserção, com Protocolo com o Centro Distrital de Braga a vigorar
desde abril de 2005, tendo como objetivo principal o atendimento e acompanhamento social a
pessoas em situação de vulnerabilidade social e pobreza/exclusão social no concelho de
Vizela. Deste modo, o Gabinete de Atendimento e Acompanhamento Social da Santa
Casa da Misericórdia de Vizela (GAAS) garante a cobertura concelhia no âmbito das medidas
de política social de Rendimento Social de Inserção e Ação Social. No decorrer do ano de
2007, o número de agregados familiares em acompanhamento aumentou de 80 para 100 e a
equipa técnica foi restruturada para cinco elementos: uma assistente social, uma educadora
social, uma psicóloga e dois ajudantes familiares;
• Unidade Cuidados Continuados Integrados. Esta atividade iniciou em 2011, com a prestação
de cuidados de saúde e apoio social integrado, com a abertura da Unidade de Cuidados
Continuados, com capacidade para 60 utentes, 30 em média duração e 30 em longa duração;
• Fundo Europeu de Auxílio a Carenciados (FEAC), onde a Instituição assume o papel de
mediadora e pólo de distribuição no Concelho de Vizela.
• Rede Solidária de Cantinas Sociais, no âmbito do Programa de Emergência Alimentar,
protocolado com o Centro Distrital de Braga em abril de 2012 onde, sem qualquer custo para
o utente, são fornecidas refeições diárias, tendo capacidade para 65 beneficiários.

É de referir que, a estas valências, acrescem mais duas áreas de atuação nomeadamente:

• Programa Alimentar de Vizela (PAV) sob a coordenação da Santa Casa da Misericórdia de


Vizela desde do ano de 2012. Trata-se de uma parceria envolvendo quinze
Associações/Instituições do Concelho que trabalham em prol da comunidade, numa tentativa
de minorar as carências de âmbito alimentar, através do fornecimento de géneros e bens de
primeira necessidade.
• Clínica de Medicina Física e Reabilitação a toda a comunidade, ainda no âmbito das medidas
de economia social, pretendendo assim dinamizar os recursos já existentes na Instituição e
fomentar o desenvolvimento sustentado da instituição.

A instituição integra ainda, na primeira linha, as parcerias que vão sendo estabelecidas no concelho
com particular destaque para a Rede Social de Vizela. A Santa Casa da Misericórdia de Vizela
aderiu ao Conselho Local de Ação Social de Vizela, desde o momento da sua constituição em
2002, integrando desde o seu início o Núcleo Executivo. Assim, mantém uma ligação muito próxima
com a Câmara Municipal de Vizela. Destaque ainda para a disponibilização de técnicos da
instituição para a Comissão de Proteção de Crianças e Jovens de Vizela, desde a sua criação em
2001, nas modalidades alargada e restrita.

23
Não se pode deixar de referir o Instituto de Emprego e Formação Profissional, que é um
parceiro da Santa Casa no que concerne à sinalização de ofertas de emprego e
encaminhamento para a realização de Formação Profissional, bem como na informação de
medidas de apoio ao emprego, o que é uma resposta essencial no acompanhamento dos
beneficiários de RSI. Neste contexto, também não podemos deixar de referir as Escolas do
concelho, que trabalham em parceria com a equipa de RSI para identificar e adotar medidas de
inclusão social.

Em suma, o elevado dinamismo e desenvolvimento verificado na Instituição nos últimos dez anos,
com a criação permanente de novos serviços, permitiu que adquirisse uma importância redobrada na
comunidade onde está inserida, visto ser a única Instituição Local com abrangência concelhia e,
paralelamente, um motor elevado de empregabilidade, que dada a conjuntura atual não é de
descurar. Além disso, estas experiências e relações institucionais colocam esta instituição em posição
privilegiada no que ao estabelecimento e à dinamização de parcerias diz respeito e no
reconhecimento do seu papel em prol da comunidade.

8. Coerência das ações propostas

Tendo em conta a dimensão do território, diagnóstico social e experiência da equipa técnica são
definidos os seguintes objetivos:
Acompanhamento Social – 390 Famílias (36 meses);
Atendimento Social – 5400 (36 meses)

Com o objetivo de promover a inclusão social e comunitária de indivíduos e famílias a RLIS irá
desenvolver mecanismos e estratégias de apoio à população mais desfavorecida e de
capacitação do capital humano, de forma a possibilitar a autonomização pessoal, social e
profissional e a integração plena na sociedade. Assim, serão promovidas as seguintes ações:

8.1. Atendimento Social

Objetivo Geral

- Assegurar o atendimento de pessoas e famílias em situação de vulnerabilidade e


pobreza/exclusão social, bem como de emergência social.

Objetivo(s) Específico(s)

- Prestar um serviço de atendimento de primeira linha, personalizado, que responda de forma


célere e eficaz às situações de crise e/ou de emergência sociais.

24
Atividades

- Atendimento, informação e orientação de cada pessoa e família, tendo em conta os seus


direitos, deveres e responsabilidades, bem como dos serviços adequados à situação e
respetivo encaminhamento, caso se justifique;
- Informação detalhada sobre a forma de acesso a recursos, equipamentos e serviços sociais
que permitam às pessoas e famílias o exercício dos direitos de cidadania e de participação
social;
- Avaliação e diagnóstico social e conjunto com os próprios;
- Encaminhamento, sempre que se justifique, para a modalidade de Acompanhamento Social;
- Atribuição de prestações de carácter eventual com a finalidade de colmatar situações de
emergência social e de comprovada carência económica, mediante aprovação do serviço da
Segurança Social;

População Alvo

Pessoas e famílias em situação de vulnerabilidade e pobreza/exclusão social, bem como de


emergência social.

8.2. Acompanhamento Social

Objetivos Gerais

- Assegurar o acompanhamento social do percurso de inserção social;


- Mobilizar os recursos da comunidade adequados à progressiva autonomia pessoal, social e
profissional.

Objetivo(s) Específico(s)

- Assegurar apoio técnico, tendo em vista a prevenção e resolução de problemas sociais.

Atividades

- Aprofundamento do diagnóstico social já realizado na modalidade de Atendimento Social;


- Planeamento e organização da intervenção social;
- Contratualização no âmbito da intervenção social, assegurando que todos os intervenientes,
cidadãos, famílias, instituições públicas e privadas assumem o compromisso nas
intervenções de que façam parte;
- Coordenação e avaliação da execução das ações contratualizadas;
- Atribuição de prestações de carácter eventual com a finalidade de colmatar situações de
emergência social e de comprovada carência económica.

25
População Alvo

Pessoas e famílias em situação de vulnerabilidade e pobreza/exclusão social, bem como de


emergência social.

Os objetivos do Acompanhamento Social serão alcançados mediante o desenvolvimento de várias


ações, que a seguir apontamos:

a) Plano de Formação, Seminários e workshop’s

Objetivos Gerais

- Desenvolver competências nas pessoas e famílias em situação de vulnerabilidade e exclusão


social, bem como de emergência social, que lhes permitam fazer face aos desafios pessoais,
sociais, profissionais e económicos, visando a plena inclusão na sociedade;
- Promover o desenvolvimento de consciência de cidadania, não só no que respeita ao usufruto
de direitos, mas principalmente no cumprimento de deveres.

Objetivos Específicos

- Reforçar as competências pessoais, sociais e profissionais, promovendo o empowerment e a


empregabilidade;
- Corresponder às necessidades do tecido empresarial da região envolvente no que concerne a
recursos humanos qualificados e especializados;
- Estabelecer hábitos e atitudes adequados ao mercado de trabalho, nomeadamente
responsabilização, dinamismo, iniciativa, cumprimento de horários, hábitos de higiene, etc;
- Potenciar o estabelecimento de laços entre a comunidade, possibilitando a criação de novas
redes sociais e da inclusão social.

Atividades

- Após a realização do diagnóstico de necessidades formativas, realizado pela equipa técnica


nas sessões de atendimento e acompanhamento, os utentes serão encaminhados para a
frequência de ações de formação. De acordo com as necessidades diagnosticadas, os
encaminhamentos serão efetuados para as ofertas formativas adequadas, que podem
corresponder ao Plano de Formação da Santa Casa da Misericórdia de Vizela (que se propõe
a apresentar uma candidatura no âmbito de ofertas formativas nas modalidades da
Capacitação para a Inclusão, Cursos de Educação e Formação de Adultos e Formações
Modulares) quer para ações de formação promovidas por outras entidades. De realçar, nesta

26
matéria, que as boas relações de proximidade e articulação com o IEFP serão traduzidas no
estabelecimento de uma futura parceria com o IEFP;
- Encaminhamento para ações de formação de várias modalidades de formação,
designadamente Cursos de Educação e Formação de Adultos (EFA’s), Capacitação para a
Inclusão, Formação Modular para Desempregados de Longa Duração e Ativos, Sistema de
Aprendizagem, Cursos Profissionais e Cursos Vocacionais, de acordo com os perfis dos
utentes, em áreas de formação estratégias para a região, designadamente Indústria do Têxtil,
Vestuário, Calçado e Couro, Ciências Informáticas, Contabilidade e Fiscalidade, Turismo e
Lazer, Trabalho Social e Orientação, Serviços de Apoio a Crianças e Jovens, Produção
Agrícola e Animal, Hotelaria e Restauração, etc;
- Organização de Seminários e Workshop’s subordinados a várias temáticas, por exemplo:
o Técnicas de Procura de Emprego/Procura Ativa de Emprego, em parceria com o
IEFP;
o Empreendedorismo/ Criação do Próprio Emprego, em parceria com o Município de
Vizela;
o Plano Nacional de Vacinação, em parceria com o ACES do Alto Ave;
o Segurança para Todos/Segurança Rodoviária/ Segurança na Terceira Idade, em
articulação com as Autoridades Locais, designadamente com a GNR;
o Desenvolvimento Sustentável, Problemas Ambientais e Insustentabilidade do uso
excessivo de recursos não renováveis/ Reciclagem/ Utilização sustentável dos
recursos naturais/ Agricultura Biológica, em articulação com Associações Ambientais;
o Educação Parental, dinamizado pela equipa técnica da RLIS em parceria com outras
entidades;
o Gestão do Orçamento Doméstico, promovido pelo Gabinete Jurídico da RLIS;
o Violência Doméstica/Conjugal/No Namoro/Terceira Idade, dinamizado pela equipa
técnica da RLIS em parceria com a Câmara Municipal de Vizela e outras entidades
que desenvolvam atividades/projetos que se enquadram na temática da Igualdade de
Género e da Violência.

População Alvo

Adultos sem ou com baixas qualificações, empregados ou desempregados, que necessitem de


adquirir ou reciclar competências pessoais, sociais e técnico-profissionais;

Jovens em situação de abandono escolar ou integrados no sistema de ensino, que pretendam


enveredar por uma formação qualificante de dupla certificação;

População em geral.

b) Banco do Tempo

27
Objetivos Gerais

- Desenvolver um sistema colaborativo assente na disponibilidade e nas capacidades de cada


indivíduo e na partilha de serviços;
- Valorizar as competências dos indivíduos;
- Renovar o espírito de comunidade, vizinhança e apoio mútuo, fortalecendo o espírito de
solidariedade e de voluntariado.

Objetivos Específicos

- Responder a necessidades da população, recorrendo aos recursos da própria comunidade;


- Trocar reciprocamente serviços entre os membros do Banco do Tempo;
- Envolver os utentes da RLIS em atividades promotoras de dinâmicas comunitárias.

Atividades

- Projeto de intercâmbio de serviços apoiado em voluntariado e assistência mútua, ou seja,


uma pessoa ou grupo presta um determinado serviço, equivalente a um determinado tempo,
que a posteriori reverte em seu próprio favor, através do usufruto de um outro serviço,
correspondente ao mesmo tempo investido anteriormente, funcionando como um círculo de
dar para receber.

População Alvo

População em geral.

c) Gabinete de Apoio Psicossocial

Objetivos Gerais

- Constituir uma mais-valia, quer do ponto de vista do acompanhamento social e psicológico,


quer no que diz respeito à promoção e desenvolvimento de competências pessoais e sociais
que permitam prevenir comportamentos de risco geradores de situações de delinquência,
exclusão social e vulnerabilidade social;
- Contribuir para dar resposta a duas áreas problemáticas no concelho referenciadas na carta
social, sendo elas, a falta de uma estrutura de apoio a jovens em situações de risco e a
toxicodependência que precisa de uma intervenção constante, sobretudo, ao nível da
prevenção primária numa ação tridimensional: família, escolas e comunidade.

Objetivos Específicos

- Contribuir para a melhoria da saúde mental, psicológica e emocional;


- Sensibilizar para a importância da adesão terapêutica para a doença física e mental;

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- Fomentar a construção de uma autoestima positiva e saudável;
- Intervir em estados depressivos, fóbicos, entre outros;
- Intervir em situações de dificuldade com a autoimagem e autoconceito;
- Apoiar na resolução de dificuldades educativas, formativas, sociais e profissionais;
- Apoiar na correção de comportamentos e atitudes de risco e promover a qualidade de vida;
- Evitar e/ou reduzir a duração e a frequência dos consumos e/ou dos comportamentos de risco
prevenindo a progressão para um quadro de dependência e/ou patologias associadas;
- Apoiar nos ciclos de mudança e crescimento das famílias;
- Apoiar na mediação e resolução de conflitos/crises familiares;
- Trabalhar comportamentos de risco, promovendo fatores de proteção;
- Apoiar na clarificação de objetivos individuais, académicos e profissionais;
- Apoiar na delineação de Projeto de Vida;
- Promover a reabilitação e desenvolvimento pessoal, familiar, social e cultural face a
problemáticas de exclusão social, crianças e adolescentes, jovens e adultos, através de uma
intervenção biopsicossocial articulada e adequada às suas necessidades;
- Colaborar, desenvolver, implementar ações de formação/sensibilização e de prevenção aos
vários níveis de intervenientes da comunidade educativa.

Atividades

- Apoio psicossocial, de cariz individual e/ou grupal, desenvolvido por uma equipa
multidisciplinar constituída por profissionais (psicologia, serviço social, educador social,
enfermagem e outros);
- Apoio médico (encaminhamento e articulação sempre que necessário com um médico/a);
- Apoio familiar;
- Articulação entre as várias entidades implicadas, quando necessário, quer ao nível das
respostas, quer ao nível da sinalização, que poderá ser realizada através de qualquer
entidade formal e informal;
- Encaminhamento para Unidades de Saúde especializadas, sempre que necessário.

População Alvo

População em geral que se encontre em situações de risco, nomeadamente, dependências,


problemas do foro psicológico, pessoais e sociais, manifestando necessidade de recorrer a um
gabinete especializado de apoio psicossocial.

d) “Férias para todos”

Objetivo Geral

29
- Promover a socialização e a inclusão social, a evolução intelectual e emocional dos
participantes e, simultaneamente apoiar as famílias que se encontram a trabalhar nos períodos
de interrupção letiva.

Objetivo(s) Específico(s)

- Promover a ocupação de tempos livres, oferecendo novas experiências e hábitos de vida


saudáveis.

Atividades

- Atividades lúdico-pedagógicas e de participação cívica, que propiciem o contato com novos


contextos e realidades, por exemplo, visitas ao quartel dos Bombeiros, GNR, entre outros;
- Articulação com entidades parceiras, prevendo a utilização de equipamentos
desportivos municipais e locais, como o Campo Municipal de Minigolfe Fonseca e
Castro e Campo de Ténis do Parque das Termas, campos de futebol, parques
naturais como o Parque das Termas de Vizela e Marginal Ribeirinha, bem como
culturais, como a Fundação Jorge Antunes / Biblioteca Municipal, Museus.

População Alvo

Crianças e jovens com idade compreendidas entre os 6 e os 16 anos de idade.

e) Apoio Alimentar para Carenciados

Objetivo Geral

- Promover a melhoria das condições de vida de pessoas em situação de maior vulnerabilidade


social, através da atribuição totalmente gratuita de bens de primeira necessidade.

Objetivo(s) Específico(s)

- Suprimir as necessidades básicas (alimentação), promovendo o acesso de pessoas e famílias


a géneros alimentares fornecidos pelo Fundo Europeu de Auxílio a Carenciados e Programa
Alimentar de Vizela;
- Encaminhar beneficiários/agregados familiares cuja situação de dependência social e
financeira for verificada e reconhecida, com base nos Critérios de Elegibilidade aprovados por
Despacho de 06/02/96, do então Secretário de Estado da Inserção Social, para beneficiarem
do cabaz mensal de ajuda alimentar, bem como, dos alimentos do FEAC.

30
Atividades

- Análise dos dados socioeconómicos e da capitação das pessoas e famílias carenciadas;


- Esclarecimento de regras e procedimentos para a receção de bens alimentares;
- Distribuição de cabazes de bens alimentícios nas famílias devidamente identificadas;
- Registo e gestão da distribuição, bem como elaboração da documentação inerente a este
Fundo.

População Alvo

Agregados familiares cuja situação de dependência social e financeira justifique a atribuição


totalmente gratuita de bens de primeira necessidade, designadamente o apoio em géneros
alimentares.

f) Bolsa de Cuidadores

Objetivos Gerais
- Colmatar as necessidades existentes no concelho de Vizela ao nível da prestação de
cuidados no domicílio aos idosos;
- Proporcionar a melhoria da qualidade de vida, respeitando os hábitos e costumes dos
séniores, mantendo-os no conforto do lar e, assim, apoiando os seus familiares;
- Criar postos de trabalho, contribuindo assim para a inclusão laboral e social.

Objetivo(s) Específico(s)
- Prestar cuidados e apoio aos idosos, de acordo com as suas necessidades;
- Constituir uma bolsa de cuidadores formais e informais que possam auxiliar os idosos.

Atividades

Os cuidadores poderão realizar tarefas diversificadas mediante as solicitações dos idosos, por
exemplo:

- Acompanhamento dos idosos nas suas tarefas diárias (consultas médicas, exames médicos,
ida a cabeleireiro, realização de compras, passeios a pé…);

31
- Garantia da higiene do idoso e da sua habitação;
- Orientação na toma da medicação;
- Etc.

População Alvo
População sénior que necessite de cuidados momentâneos ou diários.

g) Espaço de Orientação/Mediação Familiar

Objetivo Geral
- Disponibilizar um serviço de orientação/ mediação familiar, assegurado respetivamente por
um técnico com especialização em mediação familiar, tendo em conta o aumento de
problemas económicos, de relações familiares e conjugais conflituosas, de divórcio, etc.

Objetivo(s) Específico(s)
- Intervir preventivamente e apoiar as famílias na gestão e orientação das crises sentidas,
facilitando o diálogo/comunicação entre os elementos para ajudar na gestão de conflitos;
- Promover junto das famílias com filhos menores a aproximação entre pais – filhos bem como
uma parentalidade positiva
- Valorização da pessoa idosa por parte dos filhos;
- Contribuir para o desenvolvimento de interações sociais e afetivas salutares como forma de
prevenção do conflito e respeito pelo outro;

Atividades
- Realização de sessões de mediação social e familiar;

População Alvo

Pessoas e famílias envolvidas em situação de conflito e problemas de comunicação em diferentes


contextos;

Pessoas e famílias que necessitem aconselhamento jurídico.

h) Apoio ao Empreendedorismo e à procura de emprego

Objetivos Gerais

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- Apoiar a integração ou reintegração de pessoas em situação de desemprego ou à procura do
primeiro emprego no mercado de trabalho;
- Promover e apoiar o Empreendedorismo;
- Contribuir para o desenvolvimento económico local e regional, bem como para a qualidade de
vida da população.

Objetivo(s) Específico(s)
- Fomentar o espírito empresarial empreendedor;
- Potenciar o sucesso de boas ideias;
- Promover o desenvolvimento de competências e know-how empreendedor;
- Apoiar na criação de novas empresas e postos de trabalho;
- Contribuir para a empregabilidade.

Atividades
- Sessões de orientação e informação acerca de medidas de apoio ao empreendedorismo que
visam a informação sobre programas de apoio e financiamento;
- Incentivo dos utentes na definição e prossecução de objetivos, sobretudo, profissionais;
- Encaminhamento para ofertas de emprego e formação;
- Orientação na consulta de ofertas de emprego;
- Apoio na elaboração de curriculum vitae e cartas de apresentação, bem como na preparação
para entrevistas de emprego.

População Alvo

Indivíduos em situação de desemprego ou iminente risco de desemprego.

Empreendedor que ambicionem criar o seu próprio negócio ou implementar novas ideias.

i) Apoio no acesso a bens

Objetivo Geral

- Promover e contribuir para a melhoria de condições de vida dos cidadãos socialmente mais
vulneráveis, através da facilitação na aquisição/atribuição de bens.

Objetivos Específicos

- Suprir as necessidades imediatas dos cidadãos em situação de carência, mediante a


atribuição ou aquisição a baixos preços de diferentes géneros;
- Assegurar o respeito pela dignidade das pessoas e das famílias acompanhadas pela RLIS.

Atividades

33
- Integração online de entidades de cariz social, que disponibilizem a título gratuito ou a preços
acessíveis bens diversificados (Lojas Sociais);
- Divulgação na plataforma e site da RLIS das entidades que facultam/vendem géneros a
públicos desfavorecidos.

População Alvo

- Pessoas e famílias em situação de vulnerabilidade e exclusão social, bem como de


emergência social, que revelem dificuldades na aquisição de bens.

9. Qualidade técnica das ações propostas: capacidade, qualidade e adequação


das infraestruturas e dos recursos humanos afetos ao projeto

A Santa Casa da Misericórdia de Vizela possui infraestruturas adequadas ao atendimento e


acompanhamento social e individual dos utentes da RLIS. Para além de estarem
salvaguardadas as questões de privacidade, também se verificam condições de segurança de
pessoas e informação, funcionalidade e conforto, nomeadamente em matéria de edificado,
segurança e higiene no trabalho e acessibilidades.

A instituição também disponibiliza todos os meios e serviços necessários para um atendimento e


acompanhamento de qualidade, tais como: salas de atendimento, salas para reuniões de
equipa, salas para a realização de atividades de grupo e ações de formação, seminários e
workshops, meios de transporte para a deslocação da equipa para visitas domiciliárias e para
deslocação às instalações dos parceiros, onde se irão realizar atendimentos e
acompanhamentos descentralizados.

Aquando a realização de protocolos de colaboração com as Juntas de Freguesia, de forma a


assegurar um atendimento de proximidade, foi salvaguardado o respeito pela privacidade e a
garantia de segurança, conforto, higiene e acessibilidade.

Não descurando todas os critérios de adequabilidade, a acessibilidade é essencial neste projeto,


pois na perspetiva da Santa Casa, é uma forma de garantir que os serviços estão disponíveis para
todos os cidadãos, independentemente das limitações ou incapacidades motoras, salvaguardando a
igualdade de oportunidades e a não discriminação.

Quanto aos recursos humanos, a Santa Casa possui uma vasta experiência no atendimento e
acompanhamento psicossocial no âmbito do RSI, tendo ao longo dos anos criado laços institucionais
com diferentes serviços do concelho, como se pode verificar pela exposição no ponto 7 - Relevância
Estratégica do projeto: envolvimento institucional da entidade beneficiária a nível local. O serviço de
atendimento e acompanhamento no âmbito do RSI e os demais serviços prestados à comunidade
pela Santa Casa permite-lhe acumular um conhecimento profundo do território, bem como das suas

34
necessidades e problemáticas. Fruto desta experiência, a equipa técnica será, pois, especializada e
diferenciadora no atendimento e acompanhamento de casos graves de vulnerabilidade e exclusão
social, sabendo exatamente como agir e gerir, minimizar ou resolver as situações.

Além disso, esta equipa a constituir terá formação académica adequada às necessidades dos utentes
da RLIS, com relevância à formação contínua e especializada em diferentes contextos de intervenção
que permitirão o desenvolvimento de uma intervenção integrada e teoricamente sustentada,
constituindo uma equipa pluridisciplinar e capaz de dinamizar processos de aprendizagem e
autonomia por parte dos utentes. Estes técnicos estarão, assim, implicados no processo de mudança,
com base na partilha de informação e integração de diferentes perspetivas e níveis de intervenção.

De realçar que a equipa possui formação e experiência nos programas informáticos da Segurança
Social, designadamente ASIP e SISS estando constantemente em processo formativo para
atualização de conhecimentos das respetivas aplicações informáticas.

Integram a equipa os seguintes elementos:

- Coordenador da operação RLIS, com licenciatura em Serviço Social, afeto a 50%;


- Assistente Social, com licenciatura em Serviço Social, afeto a 50%.
- Educadora Social, com licenciatura em Educação Social, afeto a 100%
- Psicóloga, com Mestrado Integrado em Psicologia, afeto a 50%;

10. Qualidade técnica das ações propostas: experiência da entidade beneficiária


no serviço de atendimento e acompanhamento social

Protocolado com o Centro Distrital de Braga, em abril de 2005, o Rendimento Social de Inserção, tem
como objetivo principal o atendimento e acompanhamento social às pessoas em situação de
vulnerabilidade social e pobreza/exclusão social no concelho de Vizela. Deste modo, o Gabinete de
Atendimento e Acompanhamento Social da Santa Casa da Misericórdia de Vizela (GAAS) garante a
cobertura concelhia no âmbito das medidas de política social de Rendimento Social de Inserção e
Ação Social.

No decorrer do ano de 2007, o número de agregados familiares em acompanhamento aumentou de


80 para 100 e a equipa técnica foi restruturada. Atualmente a equipa técnica é constituída por cinco
elementos: uma assistente social, uma educadora social, uma psicóloga e dois ajudantes familiares.
Ao longo de dez anos, esta equipa multidisciplinar tem vindo a desenvolver um trabalho de
excelência, na identificação das problemáticas e necessidades das pessoas e famílias, facilitando e
promovendo junto dos parceiros a definição de contratos de inserção e planos de inserção, com
ações concretas e ajustadas, direcionadas à população-alvo.

35
Relativamente à articulação com os beneficiários da medida RSI, esta equipa, enquanto responsável
pelo primeiro contacto e abordagem com os mesmos, alicerça a sua intervenção na
consciencialização de que o RSI é um processo que mobiliza duas componentes: a prestação
pecuniária (pretende garantir as necessidades económicas) e os percursos de inserção, numa
perspetiva de análise multidimensional dos fenómenos de pobreza e exclusão social e na
multicausalidade que lhes subjaz. Esta metodologia de intervenção adotada por esta equipa promove
a participação dos beneficiários, das parcerias e o acompanhamento sistemático e personalizado, até
que estes estejam aptos ao pleno exercício das competências necessárias à sua autonomização,
pela efetiva inserção social, económica e profissional.

Um dos pontos de partida para a planificação da intervenção social desta equipa advém da realização
do diagnóstico da pessoa e das famílias. Torna-se fundamental compreender a realidade sobre a qual
a equipa irá agir e determinar o seu foco de intervenção, visto que uma visão holística da
pessoa/família permite harmonizar conhecimentos técnicos e construir a matriz básica de toda a
intervenção social. Na fase do acolhimento do utente, é estabelecida uma relação de confiança, sobre
a qual são identificadas e avaliadas as necessidades de todos os níveis; potencialidades, pontos
fortes e fracos; determinados os riscos e é realizada a avaliação de recursos. O recurso à
metodologia qualitativa, histórias de vida, permite a recolha de informações sobre o passado e
presente da pessoa/famílias, a consciencialização destes sobre os problemas e recursos ao seu
dispor, bem como avaliarem as necessidades e riscos. Através deste processo os sujeitos estão no
centro de toda a ação, visto que estes têm uma participação ativa na delineação de objetivos a serem
incluídos nos seus planos individuais de inserção. Nesta fase é aberto um caminho para a descoberta
das causas dos problemas e para as possíveis respostas de resolução. A construção de relações de
respeito e confiança com a pessoa/famílias permite em conjunto definir prioridades e estratégias a
serem incluídos nos planos individuais de inserção. Nesta fase são aplicadas várias técnicas, tais
como, a entrevista, visitas domiciliárias, registos e avaliação dos recursos.

Terminado o diagnóstico, em reunião semanal de equipa, é apresentada uma síntese diagnóstica da


situação da pessoa/famílias. Neste momento, pautado por uma profunda reflexão e interconexão dos
saberes técnicos, é definido um técnico de referência (gestor de caso), o qual irá prestar assessoria
técnica, informar e orientar a pessoa/família. É estabelecida uma relação de respeito e confiança
sobre a qual ambos identificam prioridades e estabelecem metas e resultados a alcançar, bem como
estratégias e os recursos a utilizar, partilhando responsabilidades e tarefas. O gestor de caso
funciona como facilitador no acesso aos recursos, representando os interesses da pessoa/famílias,
defendendo os seus direitos e mantendo estes informados dos contatos estabelecidos. O feedback
da intervenção deste para com a restante equipa deverá ser constante e sistemático pois irá permitir
um follow-up permanente e possibilitará reajustes aos planos individuais de intervenção. Através da
capacitação, o gestor de caso contribui ainda para o processo de autonomia e empowerment da
pessoa/famílias.

A intervenção em contexto in loco baseia-se em metodologias pedagógicas e educativas, sendo um


dos eixos básicos para a intervenção da equipa com a pessoa/família. Como tal, as visitas

36
domiciliárias além de se constituírem numa técnica interventiva e qualitativa, são um instrumento que
potenciam a atuação da equipa ao buscar o cumprimento de objetivos e metas pressupostas nos
planos de intervenção individual. Para a execução dos planos, a equipa seleciona o perfil de cada
auxiliar de ação direta de acordo com a tipologia e problemática de cada caso, munindo-se de um
conjunto de instrumentos de trabalho específicos. No trabalho desenvolvido por estes profissionais
destaca-se a educação para a saúde e para os cuidados pessoais, o desenvolvimento das
competências familiares e sociais e o auxílio à planificação das atividades diárias. Ao nível do
orçamento familiar, é promovido o treino de competências no sentido da organização e controlo das
contas para uma maior sensibilização das falhas na gestão orçamental. Trata-se de uma abordagem
onde os sujeitos são colocados no centro da ação e estes profissionais adotam uma perspetiva
pedagógica e de suporte. É do nosso entendimento, que o contexto in loco favorece o estreitamento
das relações entre o gestor de caso e a pessoa/família, contribuindo para uma significativa mudança
comportamental micro e macrosistémica. Todo este trabalho de proximidade só é possível, com a
unificação dos saberes de cada elemento que constitui a equipa, bem como todo o seu empenho e
envolvimento que se traduz, ao longo dos anos, no aumento do número de famílias autonomizadas
económica e socialmente desta medida de política social.

Uma das apostas da equipa é a metodologia de intervenção em grupo, não pretendendo


desconceituar o atendimento psicossocial individualizado que serve, por vezes, de estratégia para a
seleção do indivíduo ou das famílias em grupos-chave de intervenção. Procede-se a um processo de
seleção criterioso de indivíduos e famílias, a fim de integrarem grupos e a participarem em
workshops, formações psicoeducativas ou de caráter lúdico. Não obstante, o formato de grupo serve
de suplemento à intervenção individualizada. Por exemplo, nos casos em que os pais têm dificuldade
em gerir emoções, numa primeira fase, podem receber, individualmente, orientações no sentido de
conseguirem um melhor autocontrolo e gestão das mesmas em momentos mais difíceis.

O atendimento individualizado constitui-se também num processo de avaliação através do qual se


definem os objetivos, estratégias e respetivos níveis de intervenção (individual, familiar, comunitário).
Dado às multiproblemáticas associadas à pessoa é frequente esta apresentar baixos recursos para
lidar com as mesmas, necessitando de adquirir estratégias para a sua resolução. Como tal, através
de um conjunto de sessões de curta/média duração, é possível promover competências neste
sentido, ensinando o indivíduo a dividi-los em várias etapas que começam pelo brainstorming e
terminam na seleção das estratégias mais eficazes para os resolver. Em contexto individual, é comum
a pessoa evidenciar problemas de comunicação, nomeadamente com a sua família de origem. Assim,
é fundamental trabalhar os padrões de comunicação desadequados e prevenir os efeitos negativos
no seu bem-estar psicológico e na relação com os outros elementos, fomentando a definição de um
projeto de vida estruturado. Desta forma, promovem-se competências com base na assertividade,
abertura e aproximação à família de origem de forma a promover um importante recurso, o suporte
familiar. Em súmula, o atendimento com base na promoção de competências individuais e sociais
permite descortinar algumas das problemáticas que estão por detrás dos comportamentos atuais.

37
Em suma, ao longo destes dez anos de acompanhamento, trabalhamos uma realidade social
complexa e, em processo de constante mutação, que exigiu o desenvolvimento de
práticas/instrumentos de trabalho dinâmicos, criativos, que se foram adaptando a cada especificidade
individual/familiar. Além disso, estabeleceu-se uma relação de proximidade/confiança com os
beneficiários, com o objetivo de apreender os seus valores culturais, sociais e pessoais, numa logica
de intervenção sistémica junto dos indivíduos/famílias. Esta visão permitiu-nos compreender os seus
percursos de vida, a forma como estão inseridos na comunidade e interpretam a realidade social que
os envolve. Um dos mecanismos de aproximação dos indivíduos/famílias foi a promoção de sessões
grupais mensais, onde foram abordadas diversas temáticas com cariz educativo e artístico. Um dos
nossos objetivos principais foi, através destas dinâmicas de grupo, não só demonstrar mas também
desmitificar/desconstruir alguns conceitos/práticas adquiridas ao longo dos seus percursos de vida,
procurando sempre respeitar os seus valores morais, culturais e educacionais. Procurámos a
valorização individual e pessoal, ao ouvirmos as suas histórias de vida, promovendo o seu sentido
crítico acerca da forma como percecionam a sociedade e como esta os encara, desenvolvendo assim
uma cidadania ativa. Assim, se desmitificaram preconceitos, valorizaram-se ambições e sonhos
pessoais. Esta valorização, escuta ativa e respeito pelo indivíduo enquanto pessoa, fez com que
alguns beneficiários desenvolvessem um novo olhar sobre a realidade social que os envolve.
Consequentemente, verificou-se um maior investimento ao nível da sua imagem pessoal e social, o
que se traduziu na redefinição dos seus projetos de vida, passando pelo seu empenhamento no
aumento das suas competências escolares, que em algumas situações, promoveu a integração
profissional e social, levando à autonomização da prestação.

11. Projetos e ações que integrem a dimensão da igualdade de género

A igualdade entre mulheres e homens é um objetivo social em si mesmo, essencial a uma


vivência plena da cidadania, enquanto pré-requisito para se alcançar uma sociedade mais
moderna, justa e equitativa, tornando-se imprescindível a adoção de medidas que promovam a
igualdade de género. Assim, de forma a promover a igualdade entre homens e mulheres, serão
desenvolvidas as seguintes atividades:

- Atendimento e seleção de destinatários igualitário, independentemente do género;


- Atividades e ações de sensibilização, atendendo à diferença de género, por exemplo,
realização de ações de sensibilização para mulheres e homens, acerca da violência
doméstica/conjugal e violência no namoro, bem como na distribuição de informação escrita,
por exemplo, panfletos, uma vez que ambos os sexos vivem estes problemas, mas encaram-
no de forma diferente;

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- Planos de Acompanhamento e workshops de “Técnicas de Procura de Emprego” como
estratégias de apoio à reintegração na vida ativa de mulheres que tenham interrompido a sua
carreira profissional por motivos familiares;
- Ações de sensibilização e informação dirigidas à comunidade em geral, acerca da influência
dos papéis de género, na disseminação dos ciclos de violência (violência doméstica/conjugal
e da violência no namoro);
- Divulgação de material informativo, adaptado às problemáticas de homens e mulheres
relacionados com os papéis de género;
- Colaboração com a Câmara Municipal de Vizela, que promove várias atividades e projetos
alusivos à Igualdade de Géneros, de forma a encontrar “soluções para a promoção da
igualdade entre homens e mulheres e reforçar mecanismos de encorajamento e divulgação
de práticas promotoras da igualdade”.

Para além destas ações, ao longo do projeto usar-se-á sempre uma linguagem inclusiva, através da
utilização do feminino e masculino das palavras, ultrapassando a utilização do masculino como forma
universal de referência a ambos os géneros. As pessoas, independentemente do género, serão
sempre acolhidas com o máximo de respeito e dignidade, salvaguardando-se a igualdade no acesso
aos serviços, no atendimento, acompanhamento, apoio e acesso à informação.

No domínio da Igualdade de Oportunidades e da Não Discriminação, a Santa Casa da


Misericórdia de Vizela promoverá:

- A igualdade e o direito à não discriminação em função do sexo, raça, ideologia política,


crença religiosa, deficiência ou orientação sexual;
- Uma cultura democrática e de cidadania participativa, onde as pessoas têm os mesmos
direitos e deveres;
- Ações de educação para a inclusão, de forma a dotar as pessoas e famílias de condições
para o acesso às mesmas oportunidades, nomeadamente através do incentivo dos jovens
para o prosseguimento de estudos, independentemente da modalidade de formação, e dos
adultos para a aprendizagem ao longo da vida (protocolos com Agrupamento de Escolas,
Centro de Qualificação para o Ensino Profissional e IEFP);
- Operacionalização de uma linha de apoio telefónico, a que todos possam recorrer, sem
necessitarem de se deslocarem às instalações onde funcionará a RLIS, ou sem existir a
obrigatoriedade de identificação, beneficiando da possibilidade de anonimato, evitando o
receio de discriminação ou represálias de terceiros;
- A acessibilidade para todos, garantindo a existência de espaços e locais que permitam a
mobilidade e acessibilidade, independentemente das limitações ou incapacidades motoras.

12. Relevância das instituições que intervêm no projeto e respetiva implantação


no contexto sócio local abrangido

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Um dos eixos fundamentais do projeto Rede Local de Intervenção Social visa potenciar uma
intervenção concertada para a coesão social, entre os diferentes serviços de ação social que intervêm
no território, públicos e privados, e os demais agentes da comunidade, na prossecução do interesse
público sob os pressupostos de uma intervenção social articulada e integrada. Como tal, dando
continuidade e valorizando todo o trabalho desenvolvido no terreno pela Santa Casa da Misericórdia
de Vizela, ao nível das parcerias, as pretensões deste projeto serão, por um lado, reforçar e
aperfeiçoar as existentes, e por outro, buscar novas parcerias que primem pela inovação e
proporcionem o exercício pleno de cidadania, intervindo em áreas fundamentais como o Emprego, a
Educação e Formação.

Assim, serão várias as instituições constituintes da Rede, assumindo papéis complementares


entre si, de forma a garantir a transversalidade e a integração de vários setores e áreas de
intervenção, de entre as quais destacamos:

- Câmara Municipal de Vizela com a qual serão articuladas respostas no âmbito da


Educação, Ação Social, Cultura, Saúde, Desporto, Habitação, Ambiente e promoção da
Igualdade de Género;
- Juntas de Freguesia, com as quais foram assinados Protocolos de Colaboração, com o
intuito de encaminharem utentes em risco de exclusão ou emergência social,
promoverem junto da comunidade os serviços e atividades desenvolvidos no âmbito do
projeto RLIS e cederem um espaço para a realização de atendimento e
acompanhamento de utentes por parte da equipa técnica da RLIS, garantindo um
atendimento e acompanhamento de proximidade. Assim, estão estabelecidos protocolos
com várias Juntas de Freguesias, a saber, União de Freguesias de Caldas de Vizela
(São Miguel e São João), União de freguesias de Tagilde de Vizela (São Paio), Junta de
Freguesia de Infias, Junta de Freguesia de Santa Eulália, Junta de Freguesia de Santo
Adrião;
- Conselho Local de Ação Social (CLAS), do qual a Santa Casa faz parte, e que, por
natureza, contribuirá para garantir maior eficácia do conjunto de respostas sociais no
concelho, promovendo parcerias efetivas e dinâmicas que articulem a intervenção social
dos diferentes agentes locais. Será, pois, um parceiro importantíssimo na consolidação
da Rede e na responsabilização dos diferentes parceiros que a integram,
designadamente Escolas, Centro de Saúde, Centro de Emprego, Juntas de Freguesia,
diversas IPSS’s;
- Instituto de Emprego e Formação Profissional, que será o parceiro privilegiado no que
concerne ao apoio ao Emprego e no encaminhamento para a Formação Profissional, em
articulação muito próxima com o Gabinete de Empreendedorismo, que a esta RLIS
promoverá;
- Comissão de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ), entidade que colaborará com esta
RLIS na identificação de situações de risco para crianças e jovens e na definição de
estratégias que diminuam ou ponham termo a situações suscetíveis de afetar a

40
segurança, saúde, formação, educação ou desenvolvimento integral de crianças e
jovens, salvaguardando os direitos destas faixas etárias;
- Fundo Europeu de Auxílio a Carenciados (FEAC), onde a Instituição já assume o papel de
mediadora e polo de distribuição no Concelho de Vizela, e que continuará a prestar apoio aos
cidadãos mais desfavorecidos do concelho;
- Programa Alimentar de Vizela (PAV) Santa Casa da Misericórdia de Vizela coordena desde
do ano de 2012 e que, por si só, já é uma parceria, envolvendo quinze
Associações/Instituições do Concelho que trabalham em prol da comunidade, numa tentativa
de minorar as carências de âmbito alimentar, através do fornecimento de géneros e bens de
primeira necessidade;
- Segurança Social, que continuará a contribuir para a prestação de serviços sociais de
qualidade, através, por exemplo, do apoio à Rede Solidária de Cantinas Sociais, onde, sem
qualquer custo para o utente, são fornecidas refeições diárias;
- Centro de Saúde, contando com o pessoal médico e de enfermagem especializado na
resposta aos problemas de saúde manifestados pelos utentes da RLIS e na realização
de sessões de esclarecimento e sensibilização sobre doenças, formas de prevenção e
tratamento;
- Paróquias (Protocolo de parceria com as Paróquias de Infias, São Miguel, São João,
Santo Adrião, Santa Eulália, Tagilde e São Paio), tendo em consideração que os
párocos, tal como os Presidentes de Junta de Freguesia, mantêm uma relação de
proximidade com a população, sendo, em muitos casos, os primeiros a identificarem
problemas sociais;
- Gabinetes de Inserção Profissional (GIP’s), com os quais se dinamizarão ações de
sensibilização que reforcem a importância da educação/formação contínua ao longo da vida,
do trabalho enquanto meio de inserção social e profissional, da atualização de conhecimentos
e competências. No que toca à população desempregada a prioridade será promover
estratégias de sensibilização que demonstrem a importância da procura ativa de emprego,
bem como, do desenvolvimento de competências de base essenciais, que aumentem a
probabilidade de inserção profissional. Esta articulação irá permitir uma avaliação mais
profunda e fiel aos interesses dos jovens e adultos, procurando um equilíbrio entre os seus
interesses, capacidades e limites, na construção dos seus projetos de vida;
- Os serviços de apoio à comunidade, de caráter local, que desempenham um papel
fundamental no desenvolvimento comunitário, na medida em que diagnosticam, ativam e
fortalecem a participação dos cidadãos na comunidade. Estas instituições poderão utilizar a
ficha de ligação online para sinalizar casos de vulnerabilidade e exclusão social. Possuem
ainda um conhecimento profundo da realidade de cada zona, através da proximidade à
vizinhança e de um relacionamento sólido com a vida quotidiana da comunidade vizelense;
Articulação com uma instituição local (AIREV) no sentido de evitar a segregação das pessoas
afetadas pela doença mental, facilitando a sua reabilitação psicossocial e inserção social.

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Esta estratégia, por meio da abertura aos espaços de socialização, permitirá o treino refinado
de competências sociais e pessoais, contribuindo significativamente para melhorar o percurso
de vida das pessoas, suas famílias e comunidade envolvente;
- As associações culturais/recreativas, cuja parceria incidirá na operacionalização de ações
promotoras de competências que visem a sensibilização para educação ambiental, cultural,
artística e igualdade de género, procurando contribuir para o pleno exercício de cidadania,
tendo em conta que a inclusão da comunidade em situação de vulnerabilidade e risco social,
em projetos artísticos/culturais concelhios, reveste-se atualmente de uma estratégia de
intervenção social, ao promover a inclusão, melhorar a autoconfiança e combater os
estereótipos e a discriminação positiva e negativa na comunidade envolvente, permitindo
construir capital cultural e social;
- Escolas, como o primeiro contexto de aprendizagem, modelação e transformação social das
crianças e jovens, e onde os pais depositam elevadas expectativas neste contexto, emerge
como prioridade o estabelecimento de uma parceria que aproxime os serviços de ação social
concelhios com a comunidade escolar. Esta parceria assume particular importância tendo em
conta os desafios que os pais encontram atualmente no exercício da parentalidade, em
particular no acompanhamento da vida social e escolar dos filhos. Sendo assim, pretende-se
obter uma negociação concertada entre as diversas entidades, que facilite o encaminhamento
dos pais para programas e atividades, individuais e em grupo, de desenvolvimento de
competências parentais. Esta será uma das estratégias de promoção da qualificação familiar,
executada através de um trabalho de proximidade e sistemático com as famílias, buscando a
sua capacitação e melhoria no desempenho da função parental. Em termos da intervenção
direta com as crianças e jovens, pretende-se, acima de tudo, encaminhar estes grupos para
serviços de proximidade que promovam atividades de ocupação de tempos livres ou outras,
de forma estruturada, sempre numa perspetiva da igualdade de oportunidades.

Realçamos o facto de existirem outras entidades oficiais (IEFP, ACES Alto Ave, GNR, entre
outras) que manifestaram expressamente o seu interesse em estabelecer parceria com este
projeto, contudo aguardamos a formalização da parceria.

Para além das parcerias já estabelecidas, é importante salientar que ao longo do


desenvolvimento do projeto promover-se-á um alargamento da Rede, de forma a torná-la mais
coesa e eficiente na identificação e articulação de respostas sociais, no âmbito da ação social.

13. Contributo do projeto para uma cultura de proximidade

O projeto, assente numa intervenção local, pretende garantir novas e mais adequadas respostas de
proximidade aos seus beneficiários e assegurar uma intervenção integrada e um
atendimento/acompanhamento capaz de assegurar respostas adequadas às necessidades das
pessoas em situação de maior vulnerabilidade social. Neste sentido, pretende-se trabalhar numa

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lógica de descentralização e articulação, rentabilizando os recursos existentes e o conhecimento das
instituições locais relativamente às reais necessidades das suas populações. É colocar em prática
uma política social de intervenção colaborativa de proximidade e de planeamento estratégico,
atuando com maior incidência junto das famílias que se encontram em situação de maior
vulnerabilidade, visando o combate à pobreza e à exclusão social.

A metodologia de trabalho a ser utilizada engloba o trabalho em parceria, em rede e de proximidade


com as famílias beneficiárias e a comunidade.

A intervenção assenta em três dimensões: individual, familiar e comunitária. A dimensão individual


preconiza a inserção social e a participação ativa dos beneficiários, a familiar implica a
coresponsabilização por parte dos vários atores familiares o envolvimento no programa para que haja
um crescimento coletivo da família, e a comunitária que permite a personalização do
acompanhamento social, inclui uma visão mais ampla das problemáticas das comunidades onde os
beneficiários estão inseridos.

A proximidade aos beneficiários será, então, garantida através de:

- Atendimentos e acompanhamentos descentralizados e em horários flexíveis realizados em


instalações próximas da área de residência dos utentes da RLIS e cedidas pelos parceiros,
designadamente as Juntas de Freguesias com as quais foram assinados protocolos de
colaboração;
- Disponibilização online de uma ficha de ligação que permita a qualquer serviço de apoio à
comunidade proceder à sinalização do utente em situação de vulnerabilidade e risco social,
identificando as problemáticas identificadas e encaminhar para a equipa da RLIS, reforçando,
assim, a abrangência territorial, comunitária e institucional da Rede;
- Visitas domiciliárias e acompanhamento a serviços;
- Disponibilização de uma linha telefónica direta, a funcionar entre as 09:00 e as 20:00 horas,
que permitirá prestar um serviço flexível e descentralizado, constituindo-se como uma linha
de apoio social aberta, e que permitirá á equipa técnica da RLIS agilizar atendimentos,
encaminhamentos e acompanhamentos;
- Contactos telefónicos regulares, realizados pela equipa RLIS;
- Colocação de caixas postais disponibilizadas nos locais de atendimento descentralizado, que
possibilitará que as famílias possam solicitar ajuda ou denunciar situações, através do
depósito de uma carta ou de um questionário/formulário, o que permitirá que a equipa técnica
entre em contacto com a pessoa/família para agendamento de atendimento ou tome outras
diligências, mediante as exigências da situação;
- Portal de comunicação online com links para Skype, Chat, Blogue, Fórum, Twiter e Facebook,
onde constarão as atividades promovidas pela RLIS, constituindo um canal de comunicação;

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- Atendimento nas Escolas em articulação com os Agrupamentos de Escolas, de modo a
estabelecer um contacto direto e próximo com as crianças e jovens em idade escolar e,
assim, responder a casos de vulnerabilidade e risco ou situações de exclusão social;
- Dinamização de espaços de encontros e/ou organização de eventos comunitários em
parceria com as entidades locais, tendo em consideração a realidade social local, no sentido
de criar dinâmicas ativas, consciencialização da população para as problemáticas,
coresponsabilizando os cidadãos no desenvolvimento social local.

14. Contributo para a diminuição das emissões de carbono

A preocupação com a Sustentabilidade Ambiental e com a promoção de hábitos de vida


saudáveis é visível nesta RLIS através da dinamização de ações de sensibilização, seminários e
workshops alusivos a estas temáticas, designadamente Desenvolvimento Sustentável, Problemas
Ambientais e Insustentabilidade do uso excessivo de recursos não renováveis, Reciclagem, Utilização
sustentável dos recursos naturais, Agricultura Biológica, etc. A este nível será extremamente
relevante a colaboração com Câmara Municipal de Vizela e com as Associações de caráter
cultural, e ambiental tendo em conta que são instituições vocacionadas para a promoção de
atividades que permitam contactar, conhecer e compreender culturas, povos e geografias;
promover a preservação ambiental, a participação, a cidadania, o conhecimento, a cooperação e
a interculturalidade; potenciar a educação e sustentabilidade ambiental e o eco consumo;
difundir a educação não formal, a animação sociocultural e as atividades de ar livre. A nível das
Ações de Formação, será tida em conta a Educação Ambiental.

15. Grau de cumprimento dos resultados acordados no âmbito de outras


operações de responsabilidade do mesmo beneficiário

Para uma melhor compreensão dos níveis de atuação e relevância do trabalho desenvolvido pela
equipa de RSI da Santa Casa da Misericórdia de Vizela junto de pessoas em situação de
vulnerabilidade, pobreza e exclusão social, deverão ser considerados dois parâmetros: a relação de
proximidade com as pessoas e famílias em situação de vulnerabilidade e risco social; e uma estreita
articulação com os parceiros formais e informais concelhios.

A inserção efetiva dos beneficiários deve ser analisada numa perspetiva idiossincrática, na medida
em que a construção da autonomia socioeconómica depende dos objetivos das metas a atingir pela
pessoa, seja a nível da sua inserção profissional, social ou noutras questões que envolvam o
acompanhamento psicossocial após a cessação da prestação pecuniária. No âmbito da intervenção
com os indivíduos e famílias beneficiárias do RSI, é inegável o impacto deste acompanhamento de
proximidade nas vidas das pessoas.

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Assim, efetuando uma análise evolutiva da inserção efetiva dos beneficiários nos últimos quatro anos,
e tendo por base os relatórios de renovação do protocolo, verifica-se que em ambos os períodos o
número de beneficiários integrados a nível social e profissional perfaz um total de 292 beneficiários.

Outro aspeto de especial importância prende-se com a celeridade na elaboração de informações


sociais e definição de contratos de inserção, o que se tem traduzido no cumprimento dos prazos
legalmente estabelecidos, com um grau de eficácia situado nos 100% de contratos de inserção
assinados pelos beneficiários em acompanhamento. Realça-se a implementação de estratégias de
intervenção por parte desta equipa, em conformidade com as problemáticas identificadas, para a
efetiva diminuição das desigualdades e atenuação da pobreza e exclusão social e na redução do
número de famílias em acompanhamento, designadamente por autonomização económica e social.

No que concerne ao trabalho junto dos parceiros, verifica-se uma preocupação expressa de
informação e articulação junto de cada um, no sentido da definição conjunta, acompanhamento e
avaliação dos contratos de inserção, promovendo a continuidade do bom relacionamento e
potenciando o trabalho e objetivos do Núcleo Local de Inserção (NLI).

Apresenta-se de seguida um quadro síntese do grau de cumprimento dos resultados acordados no

Grau de eficácia - Beneficiários


contratos de integrados a
Data da Média mensal de
Constituição inserção nível social e Território de
Organismo constituição Atendimentos/
da equipa assinados pelos profissional Intervenção
da equipa Acompanhamentos
beneficiários em
acompanhamento

Equipa Técnica:
1 Assistente 2012 – 218
Social
ISS, IP
1 Educadora 2013- 189
Centro 292 Concelho de
04/2005 Social 100%
Distrital de Beneficiários Vizela
1 Psicóloga 2014- 166
Braga

2 Ajudantes de 2015 (até junho) - 155


Ação Direta

âmbito do Serviço de Atendimento e Acompanhamento Social:

Em súmula, a equipa no exercício do trabalho comunitário, ao nível do atendimento,


acompanhamento e encaminhamento dos agregados familiares para os serviços e entidades

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parceiras conseguiu conduzir as pessoas para que obtivessem importantes mudanças na sua vida,
sobretudo no que respeita às dimensões que constituem a inserção social plena.

16. Descrição da Previsão de Custos

Encargos com pessoal interno

Na orçamentação dos encargos com pessoal interno do projeto foram consideradas as


remunerações com 2 técnicos com qualificação superior, com vinculo com a entidade a tempo
inteiro. Para além salário brutal mensal, foram estimados os encargos com subsídio de
alimentação, seguro de acidentes de trabalho, segurança social. No cálculo anual estão
contemplados os encargos com subsídio de natal e férias, ou seja 14 meses anuais.

Os cálculos incluem ainda a remuneração de um coordenador a meio tempo, ou seja afetará ao


projeto 50% do tempo do seu trabalho na instituição. Os custos estimados baseiam-se nos
mesmos pressupostos dos técnicos anteriores, na proporção do tempo despendido.

Encargos com pessoal externo

Os encargos estimados decorrem de serviços de consultadoria externa que assegurarão a


adequada contabilização, bem como acompanhamento e monitorização da execução financeira.
Este serviço manter-se-á ao longo dos 36 meses do projeto, garantido o cumprimento do regime
de financiamento, nomeadamente a apresentação de pedidos de reembolso bimestrais,
apresentação de saldo intermédio até 30 de março de cada ano e no final do projeto o saldo final
no prazo máximo de 45 dias úteis após a última ação do projeto.

A chave de imputação dos custos com o pessoal (interno e externo) deriva do cálculo do peso
individual de cada uma das atividades no total das atividades desenvolvidos no projeto. A
repartição dos encargos diretos por cada atividade teve em conta o peso individual de cada uma
dessas atividades no total das atividades desenvolvidas no projeto.

Encargos diretos com a aquisição de bens e serviços

A orçamentação dos encargos diretos decorreu do plano de atividades que estão definidas para
as ações de atendimento e acompanhamento ao longo dos 3 anos de desenvolvimento do
projeto.

A intervenção social, que está prevista em todo o território abrangido pelas ações a executar,
obrigará a um conjunto de deslocações devido à descentralização das atividades. Na rubrica de
encargos diretos com a aquisição de bens e serviços terão relevo as despesas de alugueres de
bens móveis e imóveis, realização de visitas, viagens a eventos, bem a aquisição de consumíveis
para a concretização das atividades. Incluem-se também nesta rubrica os encargos com o serviço
de atendimento descentralizado nas juntas de freguesia, atendimentos nas residências
familiares, aquisição de documentação técnica, fotocópias, e outros bens necessários à

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prossecução das atividades nomeadamente, assegurando o atendimento de pessoas e famílias
em situação de vulnerabilidade e exclusão social, bem como de emergência social; assegurar o
acompanhamento social do percurso de inserção social; mobilizar os recursos da comunidade
adequados à progressiva autonomia pessoal, social e profissional.

A orçamentação dos encargos diretos decorreu do plano de atividades que estão definidas para
as ações de atendimento e acompanhamento ao longo dos 3 anos de desenvolvimento do projeto
compreendendo encargos com deslocações associadas à realização de visitas, aquisição de
material e documentação técnica e outros custos diretos relacionado com as atividades a
desenvolver.

Encargos gerais

O projeto da Rede Local de Intervenção Local vai obrigatoriamente consumir muitos dos recursos
atuais da entidade promotora porque muitas das ações decorreram nas suas próprias
instalações.

Assim, para estabelecer um critério de imputação objetivo e de alguma forma em consonância


com os gastos reais do projeto, a chave de imputação base corresponderá a um percentual do
financiamento anual do projeto relativamente aos rendimentos totais anuais da instituição. Essa
chave de imputação será aplicada mensalmente às despesas correntes de funcionamento da
instituição de forma a apurar as despesas elegíveis que poderão ser consideradas para efeitos de
pedido de reembolso de saldo. Na estimativa foram considerados as despesas que a instituição
incorre, nomeadamente eletricidade, rendas, comunicações, conservação, água, material
didático, ferramentas e utensílios, combustíveis, gás, entre outros.

Imputaram-se as despesas gerais com base numa chave de imputação que resulta do rácio dos
rendimentos do projeto RLIS face ao total de rendimentos da atividade da instituição. A
repartição pelas atividades desenvolvidas no projeto derivou do cálculo do peso individual de
cada uma destas atividades no total das atividades desenvolvidos no projeto.

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