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HANDEBOL - FUNDAMENTOS TÉCNICOS INDIVIDUAIS DEFENSIVOS

Prof. Paganella. 2020.1.

Fundamentos Técnicos Individuais Defensivos dos jogadores de linha: princípios, conceitos


e fases de transição entre a marcação individual e a marcação coletiva
Marcar, neste contexto, significa evitar ou tentar evitar que o jogador adversário
desenvolva seu jogo individualmente e em benefício de sua equipe, ou seja, é meio pelo qual o
defensor procura de todas as formas recuperar a posse de bola e/ou impedir reais situações de gol
contra o seu Gol/Meta.
Os Fundamentos Técnicos Individuais Defensivos a seguir enumerados são os próprios
dos jogadores de linha, dado que os fundamentos defensivos específicos dos goleiros são
diferentes destes a seguir apresentados.

FUNDAMENTOS TÉCNICOS INDIVIDUAIS DEFENSIVOS/PRINCÍPIOS


DA MARCAÇÃO INDIVIDUAL:
1 Avaliar as características dos adversários.
2 Avaliar onde e com quem a bola está e para onde o adversário poderá mandá-la.
3 Adotar a posição de expectativa – semiflexão dos joelhos em afastamento lateral e
antero-posterior de pernas, retirando levemente os calcanhares do chão para facilitar o
deslocamento e as mudanças de direção, elevação dos braços.
4 Adotar a marcação mais conveniente, isto é, de longe, de perto ou a meia-distância,
sempre de acordo com as circunstâncias da jogada e do posicionamento dos
adversários.
5 Dividir correta, equitativa e equilibradamente os jogadores de defesa em relação aos
jogadores de ataque.
6 Marcar individualmente dentro do setor.
7 Ficar e permanecer sempre atento ao jogador que está com a posse de bola, haja vista
que ele é o mais “importante/perigoso do jogo”, pois somente quem tem a posse de
bola pode marcar um gol.
8 Marcar e acompanhar o jogador de posse de bola até o final da jogada e/ou até o ponto
em que um novo marcador continue fazendo as vezes do defensor que está/estava na
jogada.
9 Posicionar-se sempre entre o adversário que está com a posse de bola e o seu próprio
gol para fazer a marcação, dado que, como já é de conhecimento de todos, dois corpos
não ocupam o mesmo lugar no espaço, o que significa dizer que, ao se colocar entre a
bola e o gol, é certo que diminuem as chances do atacante encontrar um
espaço/vão/buraco no sentido de concluir/chutar a gol.

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10 Indicar e tentar induzir o jogador de posse de bola a ir para o lado “mais fraco” dele
e/ou para as laterais e/ou para o seu campo de defesa, pois, se o atacante for para ‘a
frente’, isto que dizer que ele provavelmente estará indo em direção ao gol, algo que,
por óbvio, não é nada bom para a defesa.
11 Antecipar-se somente com “certeza absoluta”, isto é, como se diz na gíria, não entrar
na corrida, não dar o bote ou não entrar seco, entre outras expressões. Como poucas
situações na vida proporcionam uma “certeza absoluta”, este termo foi cunhado no
sentido de ilustrar uma atenção especial no momento de se antecipar a um
passe/trajetória da bola ou quando um atacante está com a bola dominada à frente do
defensor.
12 Recuperação ao se driblado, ou seja, ter humildade e não desistir ao sofrer um drible.
13 Continuar marcando com lealdade e tentando tomar a posse de bola sem apelar para a
violência mesmo após ter recebido algum drible considerado “humilhante”.
14 Reagir após a ação do atacante: como este está com a bola, então é dele a ação, logo,
cabe ao defensor reagir com inteligência à ação/iniciativa ofensiva do atacante.
15 Prudência sem receio/medo ao marcar, vale frisar, atuar com cautela e segurança não
significa agir de modo intempestivo, atabalhoado e precipitado, o que também quer
dizer que, por ser um processo racional, se deve sempre manter o equilíbrio emocional
independentemente da situação adversa.

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FASE INTERMEDIÁRIA OU DE TRANSIÇÃO OU SETORIZADA ENTRE
A MARCAÇÃO INDIVIDUAL E A MARCAÇÃO COLETIVA REALIZADA
DE MODO ORGANIZADO POR TODA A EQUIPE:

 Cobertura: é o termo que se refere a quando há superioridade numérica na


marcação dos adversários, isto é, ocorre quando, por exemplo, num setor da
quadra há 2 atacantes marcados por 3 defensores, sendo que 2 destes marcam
individualmente cada um dos 2 atacantes que estão de posse de bola e o 3º
defensor fica entre a bola/adversários e o gol na ‘cobertura’ dos 2 defensores que
estão marcando individualmente os 2 atacantes. Isto deve ser bem trabalhado,
organizado e articulado a fim de que se obtenha com eficiência esta cobertura,
haja vista que não é sempre que uma equipe tem menos jogadores que a outra na
soma geral (somente em casos de expulsão, ou de lesões de jogadores em que seja
necessária uma substituição e já se tenha chegado ao número limite delas, ou,
ainda, quando seja possível a troca, mas, não há jogadores reservas).
 Ajuda recíproca: ocorre quando há uma paridade numérica entre os atacantes e
os defensores (2 x 2, 3 x 3, etc.), sendo que estes executam funções duplas, quais
sejam, marcam individualmente seus respectivos adversários/atacantes ao mesmo
tempo em que realizam a cobertura uns aos outros, especialmente ao que está em
confronto direto com o atacante que está com a bola.
 Equilíbrio defensivo: é a situação na qual uma equipe, mesmo com a posse de
bola, deve sempre estar preocupada com a defesa, dado que, a qualquer momento,
pode haver a perda da posse da bola, o que justifica este cuidado. Não se pode
confundir a expressão “Equilíbrio defensivo” com o Fundamento Defensivo nº 5,
que prescreve que se deve “Dividir correta, equitativa e equilibradamente os
jogadores de defesa em relação aos jogadores de ataque”.

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FASES DA DEFESA E DO ATAQUE
Conceito de transição: É o momento em que a equipe/jogador perde a posse de bola para o
adversário, quando então tem que se organizar para se defender, utilizando-se, assim, dos
Fundamentos Técnicos Individuais Defensivos, da Cobertura e da Ajuda recíproca, bem como
quando recupera a posse de bola e precisa se organizar para atacar e/ou buscar o gol.

Defesa:
 Momento da perda da posse da bola.
 Retardamento/cerco.
 Defesa temporária individual.
 Volta pelo caminho mais curto/rápido.
 Defesa temporária coletiva.
 Cobertura/ajuda recíproca.
 Organização.
 Superioridade numérica.
 Compactação.
 Redução de espaços.
 Posicionamento efetivo.
 Sistematização.

Ataque:
 Momento da recuperação da posse da bola.
 Contra-ataque direto.
 Contra-ataque indireto.
 Ataque temporário individual.
 Ataque temporário coletivo.
 Organização.
 Movimentação.
 Deslocamentos, diagonais, infiltrações, tabelas, triangulações, etc.
 Sistematização.
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Considerações importantes:
O Professor deverá pesquisar e/ou ele mesmo deverá criar e propor exercícios aos seus
alunos por meio dos processos pedagógicos e/ou situações retiradas da dinâmica de jogo
(incluindo jogos gerais) para cada um dos princípios/conceitos/elementos/fatores logo atrás
enumerados.
Ao se trabalhar estes princípios/conceitos/elementos/fatores/fases logo atrás enumerados
de modo separados, bem como de modo interligados, relevantes subsídios estão sendo dados aos
defensores no sentido de uma boa execução e de um bom posicionamento para consignar a
marcação, o que estimula sua confiança e sua autoestima, essenciais para o sucesso desta função.
O Professor deve considerar com atenção os conceitos de: a) defensor direto; b) defensor
indireto; c) atacante direto; d) atacante indireto:
a) O defensor direto é aquele que está em confronto direto com o atacante adversário que
está com a posse de bola em qualquer ponto da quadra, mesmo que seja no ataque. Neste caso, o
referencial para definir quem é e porque ele é o defensor, é a bola. O outro ponto de referência
que deve ser levado em conta é a Meta/Gol defendida, isto é, nesta situação, mesmo com a posse
de bola, em relação à sua Meta/Gol o jogador sempre será defensor.
b) o defensor indireto é um companheiro do defensor direto, ou seja, pertence à equipe
do defensor direto, nos termos retro delineados e de acordo com os 2 referenciais (Bola e
Meta/Gol) indicados.
c) O atacante direto é aquele que efetivamente está com a posse de bola e é o
protagonista da ação e da jogada em determinado momento, ou seja, é ele quem efetivamente
executa o Fundamento Técnico Individual Ofensivo mais adequado e apropriado à situação que
se apresenta. Neste contexto, o referencial para definir quem é e porque ele é o atacante, é a bola.
O outro ponto de referência que deve ser levado em conta é a Meta/Gol atacada, isto é, nesta
situação, mesmo sem a posse de bola, em relação à outra Meta/Gol o jogador sempre será
atacante.
d) Da sua parte, o atacante indireto é um companheiro do atacante direto, ou seja,
pertence à equipe do atacante direto, conforme retro mencionado e de acordo com os 2
referenciais (Bola e Meta/Gol) anotados.

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