Você está na página 1de 15

UNIP INTERATIVA – UNIVERSIDADE PAULISTA PROJETO DE PESQUISA

MULTIDISCIPLINAR PIM III

CURSO DE GESTÃO DE
TURISMO

CAMILA DO PRADO TAVARES DO COUTO - RA 2058150

TURISMO NO PAMPA – PROPOSTA DE ROTEIRO


TURÍSTICO DE EXPERIÊNCIAS NA REGIÃO DA CAMPANHA

BAGÉ/RS 2020
CAMILA DO PRADO TAVARES DO COUTO – RA 2058150

TURISMO NO PAMPA – PROPOSTA DE ROTEIRO


TURÍSTICO DE EXPERIÊNCIAS NA REGIÃO DA CAMPANHA

Projeto Integrado
Multidisciplinar III para o
curso de Gestão de
Turismo apresentado à
Universidade Paulista –
UNIP.

Bagé-RS

2020
RESUMO

O presente trabalho tem como linha de pesquisa as disciplinas de


Fundamentos de Roteiros Turísticos, Ciências Sociais e História, Memória e
Patrimônio. Como proposto, indicamos um roteiro turístico fictício a ser
desenvolvido na Região da Campanha, entre as cidades de Bagé e Caçapava
do Sul, fronteira oeste do Rio Grande do Sul.
Para a abordagem, selecionamos três potenciais atrativos turísticos,
visto que apesar de haver uma demanda para esses locais e os mesmos
receberem alguns turistas, não há uma estrutura compatível para que sejam,
de fato, atrativos turísticos: O Rincão do Inferno, a Vila da Mina do Camaquã e
Estancia Paraizo.
Podemos identificar nessa análise, que uma disciplina complementa a
outra e buscou-se aliar nesta apresentação o âmbito social, com a ideia da
preservação histórica dos locais, seja na arquitetura, seja na cultura e
fundamentar um roteiro que possa ser praticado de forma a valorizar a região,
seus povos e atividades.

PALAVRAS-CHAVE: Turismo, roteiro turístico, ciências sociais, turismo na


Região da Campanha
SUMÁRIO

RESUMO ______________________________________________________3

INTRODUÇÃO __________________________________________________5

CAPITULO 1–Roteiro proposto: Raízes do Pampa ____________________6

CAPITULO 2- Os impactos do turismo na sociedade


__________________9
CAPITULO 3 - A Região da Campanha como atrativo_________________11

CONCLUSÃO__________________________________________________14

REFERENCIAS BLIOGRAFICAS __________________________________15

LISTA DE MAPAS

MAPA 1: Trajeto percorrido durante o roteiro proposto, com tempo de ida


e volta ________________________________________________________9

LISTA DE IMAGENS

IMAGEM 1- Formações rochosas do Rincão do Inferno________________7

IMAGEM 2: Vista da localidade de Minas do Camaquã a partir da Pedra da


Cruz __________________________________________________________7

IMAGEM 3: Parreiras na Estancia Paraizo ___________________________8


INTRODUÇÃO

Este trabalho foi desenvolvido seguindo os conhecimentos adquiridos


nas disciplinas de Fundamentos de Roteiros Turísticos, Ciências Sociais e
História, Memória e Patrimônio, onde através de pesquisa bibliográfica e
análise local, levando em consideração a oferta e demanda turística da região,
propomos um roteiro de dois dias, passando por locais desconhecidos até
mesmo de muitos moradores da região, mas que merecem atenção, tanto por
suas formações naturais, que fomentam a prática de atividade ao ar livre e
esportes de aventura, e também para valorizar a história e a cultura dos locais.

No Rincão do Inferno buscamos destacar a beleza natural, por ser um


local diferenciado em meio ao Pampa gaúcho e o orgulho das raízes
demostrada pelos moradores que ainda vivem ali, descendentes de escravos
que formaram um quilombo. Incluir a passagem pela Vila de Minas do
Camaquã visa valorizar um povoado que tem hoje a fama de “cidade
fantasma”, mas que demostra também a ligação com os tempos áureos da
pequena vila, que hoje é mais procurada por praticantes de esportes de
aventura, e tem nos seus visitantes uma movimentação da economia local. Já
na Estancia Paraizo, a intenção é que após dois dias com atividades intensas
ao ar livre e esportes de aventura, o turista possa relaxar com belas paisagens
do pampa, história, arquitetura antiga e degustando vinhos de qualidade
produzidos no local, finalizando um roteiro que busca ser memorável, não só
para viajantes, mas para as pessoas que vivem na região e não tiveram a
oportunidade de conhecer essas paisagens e interagir com culturas tão
próximas que ao mesmo tempo ficam tão distante, muitas vezes por não haver
incentivo em que elas sejam valorizadas.
1- Roteiro proposto: Raízes do Pampa

O Turismo é uma atividade muito antiga, que apesar de não se ter


exatamente como precisar quando foi seu início, visto que desde a are pré-
histórica se tem relatos de viagem, porém o conceito delas vem mudando ao
longo do tempo. Com a evolução tecnológica e a transformação das viagens,
algo que se tornou fundamental foi a roteirização das viagens para ser mais
proveitosa, tanto para o viajante, quanto para a comunidade local, empresas e
governos.

Como salienta De Stefani (2014), o roteiro turístico é um produto


intangível que é consumido ao mesmo tempo que é produzido.

Com base nessas definições, propomos o roteiro denominado Raízes


do Pampa é desenvolvido na Cidade de Bagé, região de fronteira com o
Uruguai e de predominância do Bioma Pampa. Devido às suas características,
a região ganha destaque na pecuária e agricultura. Porém, este roteiro vai além
do convencional, buscando retratar o que difere do comum tanto para os
turistas como para os moradores, que muitas vezes não tem o conhecimento
de paisagens exuberantes e da história de lugares tão próximos, mas por
vezes, de difícil acesso.

Com uma programação de dois dias e uma noite, este itinerário é


proposto para um grupo de até 12 pessoas e se repetirá durante todos os
sábados e domingos entre os meses de outubro a março, podendo ser
suspenso devido às condições climáticas, por motivos de segurança e
aproveitamento do passeio.

O transporte se dará em veículos 4x4, com quatro passageiros por


veículo. O ponto de encontro definido é a Praça Silveira Martins. Com saída
programada para as 9h30 de sábado e retorno às 18h de domingo. No horário
estipulado, o grupo percorrerá 88 quilômetros, em um percurso de duas horas
em direção ao primeiro atrativo, o Rincão do Inferno, uma comunidade
Quilombola situação em uma região de geografia diferenciada, onde além de
vivenciar a cultura dos moradores, é possível desfrutar de belas paisagens
para descanso e até mesmo trilhas e esportes de aventura. Ao chegar no local,
o grupo será recebido por moradores que contarão a história local, bem como
costumes e tradições quilombolas. Em seguida, será servido um almoço
campeiro. Após, o guia conduzirá o grupo por uma trilha até o Rio Camaquã,
onde haverá duas horas de tempo livre para banho, trilhas ou atividades. No
local é possível fazer trekking, escalada, Highline e rapel.

IMAGEM 1- Formações rochosas do Rincão do Inferno

Fonte: Arquivo pessoal

Às 16h o grupo segue em direção ao segundo atrativo, Minas do


Camaquã, distrito da cidade de Caçapava do Sul. Percorrendo 60 quilômetros,
sendo 30 quilômetros em estrada não pavimentada, porém com belas
paisagens. O trajeto tem duração aproximada de duas horas. Ao chegar no
local, será feito o Check in na Pousada Bellamina e o grupo terá tempo livre até
a noite. É sugerido fazer um passeio a pé pelo pequeno centro da cidade até
às margens do Rio Camaquã. O jantar no restaurante da pousada é servido a
partir das 20h e está incluso no pacote.

IMAGEM 2: Vista da localidade de Minas do Camaquã a partir da Pedra da


Cruz
Fonte: Arquivo pessoal

Para o segundo dia está programado um City Tour, com início às 9h,
saindo da Pousada Bellamina. Será apresentada a história da cidade que já foi
uma potência econômica na exploração de cobre, os locais tradicionais, como
o cinema inspirado no Velho Oeste. A Pedreira, onde era feita a extração do
mineral é um dos grandes atrativos da cidade. Será feita a visita externa e
entrada na galeria subterrânea. Após, será conduzida uma trilha até a Pedra da
Cruz, um dos pontos mais altos da região, de onde se tem uma vista
privilegiada da pequena cidade. O local conta com diversas atividades para
adultos e crianças, como caiaque, tirolesa, rapel, arvorismo, passeios de
quadricíclo. Após a trilha, tempo livre para as atividades opcionais, sendo que
às 15h horas o passeio segue para seu terceiro atrativo.

De Minas do Camaquã até a Estância Paraizo são cerca de 100


quilômetros percorridos em duas horas. A Estância Paraizo é uma vinícola
voltada ao turismo rural. O grupo será recebido pelo gerente e somelier que
contará a história do local, da família de imigrantes que idealizou a vinícola e
fará um tour pelo espaço, apresentando o local e o processo de produção dos
vinhos. Após será feito um passeio entre os vinhedos, onde os visitantes
desfrutarão da experiência da colheita das uvas. O roteiro será finalizado com
uma degustação de vinhos e espumantes, acompanhados de petiscos, ao
entardecer em meio aos vinhedos. O local dispõe de uma loja com os produtos
produzidos e o grupo terá tempo livre para compras. A chegada em Bagé, no
ponto de encontro está prevista para as 21h.

IMAGEM 3: Parreiras na Estancia Paraizo


Fonte: www.estanciaparaizo.com

Neste roteiro estão inclusos os seguintes serviços: transporte ida e


volta do ponto de encontro a todos os atrativos, almoço campeiro e ingresso no
Rincão do Inferno, hospedagem com café da manhã na Pousada Bellamina e
jantar no restaurante da pousada, ingresso e degustação na Estancia Paraizo.
Entre os opcionais estão as atividades de esportes e aventura no Rincão do
Inferno e Minas do Camaquã. O valor por pessoa é de R$ 465,00 e pode ser
parcelado em até seis vezes no cartão de crédito.

MAPA 1: Trajeto percorrido durante o roteiro proposto, com tempo de ida


e volta

Fonte: Google Maps

2- Os impactos do turismo na sociedade

Desde que os humanos passaram a viver em sociedade, seguir regras


e padrões, surgiu a necessidade de desenvolver uma reflexão sobre a
sociedade e seus movimentos. Com isso, iniciou-se os estudos da sociologia.

Todos nós vivemos em sociedade e, pela nossa condição humana,


somos capazes de elaborar uma visão sobre o mundo e formular
hipóteses e opiniões sobre os eventos sociais. No entanto, isso ainda
não é ciência. O que vai caracterizar a reflexão científica sobre o
social é a utilização de métodos adequados de análise e formulação
de teorias. Mesmo sem ter estudado uma ciência, todas as pessoas
conhecem certos fatos sociais. (SILVA, 2020, p. 10)

O turismo é um movimento social que interfere nos locais e nas


comunidades que recebem os turistas. Ao se sugerir um roteiro turístico, deve-
se levar em consideração o impacto que isso levará à sociedade envolvida,
desde os moradores, até as empresas do local que irá receber os turistas.
A maior parte dos estudos do turismo, tanto no Brasil quanto no
exterior, tem focalizado, principalmente, os impactos na cultura, os
processos de aculturação e a questão da autenticidade. Menos
atenção têm recebido temas como: alteridade, constituição da
diferença, relações de gênero, relações inter-étnicas no trabalho,
modos de produção e representações sociais, por exemplo. Desde
que no turismo estão sempre sendo colocados estranhos frente a
frente, há o emprego de muita mão-de-obra feminina e de minorias
étnicas excluídas e é uma atividade emblemática do capitalismo [...]
(BARRETO, 2003, p 3)

O roteiro turístico proposto anteriormente possibilita ao turista o contato


com a cultura local de cada local visitado. Para as comunidades este contato
também é benéfico, tanto social quanto economicamente. A troca cultural entre
as pessoas de diferentes origens e culturas é enriquecedora para ambos os
lados. Ao mesmo tempo que a valorização dos costumes e tradições é passado
adiante a cada novo visitante.

Como ressalta Barreto (2003) o turismo é uma atividade realizada


pelos homens em sociedade. Não podemos pensar no conceito de turismo se
pensarmos num homem isolado.

O Rincão do Inferno, primeiro atrativo citado é uma comunidade


Quilombola, onde atualmente residem apenas alguns descendentes de
escravos que sobrevivem de produção agropecuária familiar. Hoje, vivem no
local os patriarcas das famílias, visto que os mais jovens optaram pela rotina
urbana. A implantação de um roteiro turístico no local proporciona mais uma
forma de subsistência para essas famílias e a preservação da história. Os
moradores se envolvem no planejamento das atividades visando valorizar a
cultura e a preservação da natureza.

Já a localidade de Minas do Camaquã é economicamente mais


desenvolvida, visto que se formou uma cidade ao redor da mina de cobre na
década de 1970. Mesmo após o encerramento das atividades extrativistas do
mineral, muitos trabalhadores permaneceram ali e formaram suas famílias com
base em uma economia local. A cidade conta com escola, posto de saúde,
policiamento, comércios e também tem no turismo uma parte da receita. Além
de resgatar a história local para as novas gerações, os moradores e
trabalhadores envolvidos têm a oportunidade de trocar experiências com cada
visitante que chega ao local.
Com uma proposta social diferente, a visita à Estancia Paraizo, busca
atender uma demanda onde além das tradições e história, possa levar o
visitante a fazer parte da experiência, gerando com isso valor social para o
local. Neste caso, a economia principal é baseada na vinícola e
comercialização dos produtos. O turismo no local convida os visitantes a
participarem dos processos que os trabalhadores do local vivenciam,
prestigiando assim, um setor social e econômico diferente do que estão
habituados.

A função social do turismo está além apenas do cenário econômico,


mas este não pode ser desvinculado da ação, visto sua importância aos locais
receptivos de turismo.

Sendo o negócio apenas uma parte do fenômeno turístico, analisá-lo


somente com os paradigmas econômicos que verificam os fluxos de
dinheiro leva ao esquecimento da dimensão antropológica, a enxergar
os turistas não como pessoas, mas como simples portadores de
dinheiro. Ao mesmo tempo, tratar o turismo somente a partir da
dimensão socioantropológica e ambiental leva ao esquecimento das
suas derivações no plano econômico, o que pode constituir-se numa
visão romântica deslocada das atuais condições históricas.
(BARRETO, 2003, p. 4)

A efetiva implantação de um roteiro turístico nas localidades citadas


tende a fortalecer e preservar a cultura, a história, os costumes e saberes de
povos que, mesmo com a proximidade geográfica, são tão diferentes nas suas
raízes e até na forma como se desenvolveram até hoje, proporcionando
interação entre pessoas e valorização dos locais.

3- A Região da Campanha como atrativo

A Região da Campanha é formada pela metade oeste do Rio Grande


do Sul, fazendo fronteira com o Uruguai. Por ter a predominância do Bioma
Pampa, a paisagem natural é tomada pelas planícies das fazendas de gado ou
agrícolas. A região ainda não é adequadamente explorada para o turismo,
porém abriga diversos potenciais atrativos turísticos e um roteiro é essencial
para que essa exploração seja concretizada de forma a viabilizar um contato
consciente dos viajantes com as comunidades locais.

Um roteiro turístico resume um processo de ordenação de elementos


intervenientes na efetivação de uma viagem. O Roteiro pode
estabelecer as diretrizes para desencadear a posterior circulação
turística, seguindo determinados trajetos, criando fluxos e
possibilitando um aproveitamento racional dos atrativos a visitar
(Bahl, 2004, p.32)

Há quem busque o contato com a natureza em outro tipo de relevo em


Bagé. O local, sem estrutura para o turismo, mas ainda assim bastante
procurado na região como o principal ponto turístico natural, é o chamado
Rincão do Inferno, na localidade de Palmas. Uma Comunidade Quilombola
formada em cima de paredões e banhada pelo Rio Camaquã na divisa entre
Bagé e Lavras do Sul.

A região é formada por rochas do período pré-cambriano que chegam


até 240 metros de altura e se estendem por aproximadamente 2 quilômetros e
devido a ser uma paisagem bastante diferenciada do restante da região, o local
é procurado pelos turistas em busca de aventura.

Este conjunto originou-se através de diferentes fenômenos


geológicos, como movimentações tectônicas e processos
geomorfológicos que originaram o topo com formato aplainado e
paredões verticais, oferecendo um cenário para a prática de diversas
modalidades de turismo de aventura, como montanhismo, trekking e
canoagem. (ISMERIO, 2017, p 22)

A comunidade que habita o Rincão do Inferno conserva a preocupação


com a preservação e orienta seus visitantes quanto ao cuidado com o
ambiente, visto que ainda hoje a paisagem tem pouca interferência da ação
humana e os moradores buscam incentivar o contato com a natureza sem
prejudicá-la.

A Vila de Minas do Camaquã tem uma longa história extrativista desde


o século 19, mas foi na década de 1970 que a localidade atingiu seu auge.
Uma vila com estrutura de cidade foi criada pelo empresário milionário
Francisco Matarazzo Pignatari, para dar suporte aos mais de 5 mil moradores,
entre trabalhadores da vila e suas famílias.

Com o enfraquecimento das atividades mineradoras, a maioria das


famílias deixaram a vila, porém alguns trabalhadores ainda vivem no local e
tentam, através do turismo, resgatar a história. Apesar de não haver
investimento para restauração de prédios antigos, como é o caso do Cine
Rodeo, um cinema de madeira inspirado nos sallons do Velho Oeste, os
moradores tentam explorar as paisagens naturais, a geografia e manter as
lembranças da era de ouro do vilarejo.

A comunidade ainda residente e do entorno, direta e indiretamente


envolvidos com a história das Minas do Camaquã, busca alternativas
no turismo para a revitalização da área industrial, contando com a
infraestrutura da vila para o receptivo aos turistas. Além dos atrativos
ecoturísticos, outro segmento está atraindo visitantes para a
localidade — o turismo de aventura. (GEVEHR, 2019, p. 65)

A Estância Paraizo é de propriedade da família Mércio, vinda de


Portugal nos anos 1790 e até o ano de 2000 se dedicava apenas a pecuária e
agricultura. Apenas nessa época é que iniciou a implantação dos vinhedos.

De acordo com a apresentação institucional da empresa seu vinhedo


conta com variedades de uvas importadas da Itália e África do Sul, e para
manter a qualidade da uva e do vinho, seus vinhedos visam uma produtividade
reduzida por hectare. A vinícola integra o projeto de Indicação de Procedência
da Campanha, o qual tem como objetivo estabelecer uma ligação geográfica
para os vinhos finos produzidos na Região da Campanha.

O local mescla a modernidade na produção vitivinícola com a tradição


e suas edificações antigas, preservadas ao longo dos seus 230 anos. O ponto
preferido dos turistas, pela sua história e arquitetura é o Mausoléu da família,
em frente a ele geralmente são oferecidas as degustações. A família Mércio
busca cultivar as tradições de suas origens europeias ao mesmo tempo que
valoriza a Região da Campanha.
CONCLUSÃO
Após esta análise, concluímos que todos os locais que foram incluídos
no roteiro proposto são, até então, potenciais atrativos turísticos, visto que não
possuem uma estrutura ou produtos específicos voltados ao turista. Entretanto,
há muito o que ser explorado, tanto geograficamente, em paisagens naturais,
quando culturalmente, valorizando a história dos locais visitados e das pessoas
que ali vivem.

No geral, a Região da Campanha não é desenvolvida para o turismo e


não há um grande investimento por parte do governo nessa área, porém abriga
uma riqueza de culturas e atividades que merecem ser descobertas e
divulgadas, até mesmo para os moradores da região que ainda não conhecem
esses lugares mais remotos.

A dificuldade de acesso por vezes se torna uma dificuldade em se


visitar tais locais, mas também é justamente esse aspecto que, para os
moradores, mantém os costumes vivos. Como por exemplo, no Rincão do
Inferno onde a comunidade Quilombola mantém as tradições campeiras da
vida isolada, se houvesse sinal de internet no local, quem sabe as tradições
seriam afetadas por outras culturas, como efeito da globalização.

É importante sim que haja um investimento e o conhecimento desses


locais para valorizar o passado e manter viva a cultura e os costumes de locais
que até então são desconhecidos e que com o passar dos anos podem acabar
no esquecimento, como foi o caso da Vila de Minas do Camaquã, que hoje é
conhecida como cidade fantasma, justamente por ter sido deixada de lado após
seus tempos de auge econômico, mas que os moradores vêm tentando
resgatar a valorização do pequeno distrito que têm muito a oferecer.

O turismo na Região da Campanha visa destacar um lugar que, apesar


de toda a globalização do mundo atual, cultua as tradições e suas raízes e
apesar dos avanços tecnológicos, não quer deixar no esquecimento o que os
fez chegar ao que são hoje. A valorização cultural e histórica é de suma
importância não somente em comunidades do interior, mas como um todo,
para possibilitar que as novas gerações conheçam suas raízes.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BAHL, M. Viagens e roteiros turísticos. Curitiba: Protexto, 2004.

BARRETO, M. O imprescindível aporte das ciências sociais para o


planejamento e a compreensão do turismo. Caxias do Sul: UCS, 2003.

DE STEFANI, C. Elaboração de roteiros turísticos: do planejamento à


precificação de viagens. Curitiba: Intersaberes, 2014.

GEVERH, D. L. Do império do cobre ao turismo cultural no sul do Brasil: vila


mina do Camaquã. Canoas: Universidade La Salle Editora, 2019.

ISMÉRIO, C. Rincão do Inferno: Patrimônio geoambiental e cultural situado às


margens do rio Camaquã. Bagé, Confins, 2007.

SILVA, J. A. Ciências Sociais. São Paulo: Editora Sol, 2020.

SITES CONSULTADOS

www.googlemaps.com (consultado em 30 de setembro de 2020)

www.estanciaparaizo.com (consultado em 30 de setembro de 2020)

Você também pode gostar