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tcm1 Capitulo3
tcm1 Capitulo3
A equação da condução de calor nos casos mais genéricos foi deduzida no capítulo 2. No caso
unidimensional em regime permanente, há fluxo de calor predominante em uma dada direção,
independente do tempo.
material da parede seja isotrópico e homogêneo e que não há geração interna de energia na
parede. Com as hipóteses consideradas, este problema é governado pelo conjunto de
equações:
d 2T
=0 (3.1)
dx 2
T = T0 em x = 0 (3.2)
T = TL em x = L (3.3)
A solução da Eq. (3.1) é obtida integrando-se duas vezes a Eq. (3.1), obtendo-se o
resultado: T = c1 x + c2 . As constantes de integração podem ser obtidas usando as Eqs. (2.2) e
(2.3), cujo resultado final é uma variação linear da temperatura com x na forma:
x
T = T0 + (TL − T0 ) (3.4)
L
44
Li
Rt ,i = (3.9)
ki A
A resistência térmica total será a associação em série das resistências individuais, ou seja,
Li
Rt = ∑ (3.10)
i ki A
45
No caso de trocadores de calor, por exemplo, geralmente, a parede separa dois campos
de escoamento, com um fluido “quente” em uma das faces da parede e outro fluido “frio” na
outra face; Figura 3.3. A transferência de calor do fluido quente para a parede e da parede
para o fluido frio pode ser estimada através do coeficiente de transferência convectiva
definido no capítulo 1. Suponha que do lado do fluido quente a temperatura seja Th com um
Figura 3.3 parede banhada por fluidos em suas faces. Coeficiente global de troca de calor.
Exercício 3.1: A parede de um incubador de ovos é composta por uma camada de fibra de
vidro de 8 cm entre duas camadas de fórmica de 1 cm cada uma. Do lado de fora a
temperatura é Tc = 10o C e o coeficiente de troca de calor do lado externo do incubador é
Muitos trocadores de calor são constituídos por cascas cilíndricas, como no caso do
trocador de calor conhecido como casco-tubo. Nestes casos, o fluxo de calor não se conserva
como ocorre na parede plana, visto que o gradiente de temperatura depende da posição radial.
Entretanto, a taxa de calor que atravessa a casca deve se conservar pela primeira lei da
termodinâmica. Considere uma casca cilíndrica de comprimento l ; de raio interno ri e cuja
fluxo de calor do lado interno é qi′′ e do lado externo será qo′′ ; Figura 3.4.
A taxa de calor pode ser calculada se for determinado o fluxo de calor do lado interno,
por exemplo. Esta taxa pode ser estimada como
q = ( 2π rli ) qi′′ (3.18)
A Eq. (3.26) deve satisfazer as duas condições de contorno (3.21) e (3.22), o que leva
aos resultados:
Ti = C1 ln ( ri ) + C2 (3.27)
To = C1 ln ( ro ) + C2 (3.28)
dT 1 Ti − To
O gradiente de temperatura pode ser obtido como = . Combinando as
dr r ln ( ri / ro )
interno seja Th com hi e do lado seja Tc com ho ; a taxa de calor pode ser calculada como
Th − Tc
q = U i Ai (Th − Tc ) = U o Ao (Th − Tc ) = (3.36)
Rt
Na qual a resistência térmica pode ser calculada como
1 ln ( r1 / ri ) ln ( r2 / r1 ) ln ( ro / r2 ) 1
Rt = + + + + (3.37a)
hi Ai 2π k1l 2π k2l 2π k3l ho Ao
Figura 3.5 Casca cilíndrica composta com transferência convectiva em ambos os lados.
50
1 1 ro ro ln ( r1 / ri ) ro ln ( r2 / r1 ) ro ln ( ro / r2 ) 1
= + + + + (3.37c)
U o hi ri k1 k2 k3 ho
As áreas das superfícies interna e externa da casca são definidas por
Ai = 2π rli ; Ao = 2π rol (3.38)
A geometria esférica, Figura 3.6, pode ser analisada de maneira similar, por notar que
quando a temperatura das superfícies interna e externa são isotérmicas (Ti ,To ) , a temperatura
dentro da casca pode variar apenas radialmente. Neste caso a equação que rege o problema,
com todas as hipóteses simplificadoras consideradas, como no caso do cilindro, fica na forma:
1 d ⎛ 2 dT ⎞
⎜r ⎟=0 (3.39)
r 2 dr ⎝ dr ⎠
sujeita às condições de contorno
T = Ti em r = ri (3.40)
e
T = To em r = ro (3.41)
ri ro (Ti − To )
C1 = (3.46)
ri − ro
Subtraindo a eq. (3.44)de (3.43) e pelo uso de (3.46) obtém-se
ro ⎛ r − ri ⎞
T − Ti = (Ti − To ) ⎜ ⎟ (3.47)
r ⎝ ri − ro ⎠
⎛ dT ⎞ ro Ti − To
qi′′ = −k ⎜ ⎟ =k (3.49)
⎝ dr ⎠ r = ri ri ro − ri
A taxa de calor pode ser obtida multiplicando o fluxo pela área de troca, no caso de
uma esfera, Ai = 4π ri 2 , resultando
Ti − To
q = 4π kro ri (3.50)
ro − ri
Pela observação da Eq. (3.50) pode-se concluir que a resistência térmica da casca esférica é
1 ⎛1 1⎞
Rt = ⎜ − ⎟ (3.51)
4π k ⎝ ri ro ⎠
No caso de uma casca esférica composta de duas camadas, por exemplo, com
convecção interna e externa, a resistência térmica total será
52
1 1 ⎛1 1⎞ 1 ⎛1 1⎞ 1
Rt = + ⎜ − ⎟+ ⎜ − ⎟+ (3.52)
hi Ai 4π k1 ⎝ ri r1 ⎠ 4π k2 ⎝ r1 ro ⎠ ho Ao
ln ( ro / ri ) 1
Rt = + (3.53)
2π kl h ( 2π rol )
Para h e k constantes, Rt será uma função do raio externo ro . E quando a resistência térmica
relação a ro resulta ∂Rt / ∂ro = 1 / 2π klro − 1 / 2π lhro2 . Para se obter o ponto de mínimo ou
máximo faz-se ∂Rt / ∂ro = 0 o que leva ao resultado do raio crítico de isolamento
k
ro ,c = (3.54)
h
A resistência mínima será, portanto,
ln ( k / hri ) + 1
Rt ,min = (3.55)
2π kl
Algumas conclusões que se pode tirar do conceito de raio critico de isolação é que,
quando, o cilindro for espesso, de tal forma que
k
ri > ro ,c ou < 1; (3.56)
hri
o enrolamento de uma primeira camada isolante reduzirá a resistência térmica. O efeito inicial
será um aumento da transferência de calor. Apenas quando material suficiente tenha sido
adicionado de modo que ro exceda ro ,c , a espessura de isolamento aumentará o valor de Rt e
redução de q .
No caso de isolação de um objeto esférico de raio ri , o raio critico de isolação será
estimado pela relação:
k
ro ,c = 2 (3.58)
h
Figura 3.7 Efeito do raio externo sobre a resistência térmica global de uma camada cilíndrica
isolante.
Exercício 3.2: Um fio isolado suspenso no ar gera aquecimento pelo efeito Joule à taxa de
q′ = 1W / m . O fio cilíndrico de raio ri = 0,5 mm está 30 oC acima da temperatura ambiente. É
proposto encapar fio com plástico de isolamento elétrico, cujo raio externo será ro = 1 mm . A
Há casos que ocorre geração interna de energia dentro do objeto, como por exemplo,
por efeito Joule em fio condutores de eletricidade, ou por efeito de aquecimento devido ao
campo de radiação. Estes casos, Figura 3.8, serão considerados neste item.
A incógnita aqui não a taxa total de transferência de calor, pois ela pode ser
determinada multiplicando a taxa de geração pelo volume do corpo. Note que em regime
permanente todo o calor gerado dentro da parede deve ser removido para o reservatório
fluido. A questão é quão aquecido deve se tornar o interior para transferir esta taxa de calor
para os lados. Desde que a incógnita é o campo de temperatura T ( x ) , ela pode ser obtida da
equação:
d 2T q′′′
+ =0 (3.59)
dx 2 k
As condições de contorno, para a parede imersa num reservatório fluido à temperatura T∞ e
coeficiente h , serão do tipo
− q′′ = h (T − T∞ ) em x = − L / 2 (3.60)
q′′ = h (T − T∞ ) em x = L / 2 (3.61)
O sinal negativo é necessário no lado esquerdo da Eq. (3.60) por que (a) q′′ é considerado
positivo quando apontando na direção do eixo x , e (b) na definição de h q′′ é assumido
positivo quando apontando para dentro do fluido. Usando a Lei de Fourier para os fluxos de
calor em ambas as Eqs. (3.60) e (3.61), as condições de contorno de tornam
dT
k = h (T − T∞ ) em x = − L / 2 (3.62)
dx
dT
−k = h (T − T∞ ) em x = L / 2 (3.63)
dx
( )
A solução da Eq. (3.59) tem a forma geral T = ( q′′′ / k ) x 2 / 2 + Ci x + C2 . Diferente do
caso sem geração que leva a uma variação linear da temperatura, neste caso o perfil resultante
é parabólico. As constantes de integração podem ser determinadas pelas condições de
contorno (3.62) e (3.63). O resultado da distribuição de temperatura é da forma:
55
q′′′L2 ⎡ ⎛ x ⎞ ⎤ q′′′L
2
T ( x ) = T∞ + ⎢1 − ⎜ ⎟ ⎥+ (3.64)
8k ⎣⎢ ⎝ L / 2 ⎠ ⎦⎥ 2h
q′′′ro2 ⎡ ⎛ r ⎞ ⎤ q′′′ro
2
T ( r ) = T∞ + ⎢1 − ⎜ ⎟ ⎥ + (3.71)
4k ⎢ ⎝ ro ⎠ ⎥ 2h
⎣ ⎦
No caso de um corpo esférico sólido, a distribuição de temperatura pode ser obtida da
equação:
1 d ⎛ 2 dT ⎞ q′′′
⎜r ⎟+ =0 (3.72)
r 2 dr ⎝ dr ⎠ k
sujeita às seguintes condições de contorno
dT
= 0 em r = 0 (3.73)
dr
dT
−k = h (T − T∞ ) em r = ro (3.74)
dr
A solução de (3.72) com as restrições (3.73) e (3.74) é do tipo (demonstre)
q′′′ro2 ⎡ ⎛ r ⎞ ⎤ q′′′ro
2
T ( r ) = T∞ + ⎢1 − ⎜ ⎟ ⎥ + (3.75)
6k ⎢ ⎝ ro ⎠ ⎥ 3h
⎣ ⎦
1 ⎛ d ρe ⎞
Em (3.77) ρe,o é a resistividade na temperatura To e α = é o coeficiente de
ρe,o ⎜⎝ dT ⎟⎠T =To
temperatura da resistividade.
Considere o caso de um condutor cilíndrico com condutividade térmica constante e
perfeito contato com o ambiente a temperatura To de modo que a temperatura da superfície
seja a própria temperatura ambiente. Neste caso tem-se as equações:
1 d ⎛ dT ⎞ q′′′
⎜r ⎟+ =0 (3.78)
r dr ⎝ dr ⎠ k
sujeita às seguintes condições de contorno
dT
= 0 em r = 0 (3.79)
dr
T = To em r = ro (3.80)
Em vista das equações (3.76) e (3.77) a Eq. (3.78) pode ser reescrita como
1 d ⎛ dT ⎞
⎜r ⎟ + C1 + C2T = 0 (3.81)
r dr ⎝ dr ⎠
na qual C1 e C2 são duas constantes empíricas do condutor
J2 ⎡ ⎛ d ρe ⎞ ⎤ J 2 ⎛ d ρe ⎞
C1 = ρ −
⎢ e,o o ⎜
T ⎟ ⎥ 2 C = ⎜ ⎟ (3.82)
k ⎢⎣ ⎝ dT ⎠T =To ⎥⎦ k ⎝ dT ⎠T =To
O primeiro termo da equação (3.84) por (3.83) será ( rdT / dr )r = r − 2 (Tmax − To ) . A integral
o
pode ser também avaliada substituindo (3.83) no terceiro termo de (3.84) e o resultado será
58
2 ( C1 + C2To )
Tmax − To = (3.85)
(8 / r ) − C
o
2
2
Analisando o denominador de (3.85), pode-se ver que Tmax permanecerá finita apenas
se C2 < 8 / ro2 . Esta desigualdade deve ser satisfeita se uma distribuição de temperatura em
regime permanente deve existir. Assim uma condição de instabilidade térmica será evitada se
1/ 2
23 / 2 ⎛ k ⎞
J< ⎜ ⎟ (3.86)
ro ⎝ ρe′ ⎠
Se for obtida uma solução exata da Eq. (3.81) a solução será em termos de funções de
Bessel. Neste caso, o fator 23 / 2 será substituído por 2,405, valor cerca de 15% menor.
temperatura do fluido é T∞ . Assim a taxa de calor através da superfície pode ser calculada por
O objetivo é ter uma superfície aletada de forma que q > q0 . Isto poder alcançado com aletas
que tenham boa condutividade térmica, de tal forma que a temperatura da superfície da aleta
seja comparável à temperatura da base Tb . Uma maneira de medir a melhoria da troca de
calor é através da definição de efetividade global da área projetada da aleta como
q q
ε0 = = (3.88)
q0 hA0 (Tb − T∞ )
No caso da superfície aletada a área A0 será a soma das áreas sem aletas mais a
projeção das áreas da aletas na base. Designando a área sem aletas por A0,u e a área projetada
A0 = A0 , f + A0 ,u (3.89)
na qual qb′′ é o fluxo de calor médio através da base de um aleta e será o foco de cálculo.
O caso mais simples de aletas é de aletas de seção transversal constante; Figura 3.10.
Num modelo de condução longitudinal o fluxo de calor na base da aleta pode ser calculado
como
⎛ dT ⎞
qb′′ = −k ⎜ ⎟ (3.91)
⎝ dx ⎠ x =0
60
Figura 3.10 Condução longitudinal através de uma aleta de seção transversal constante.
dq′′x
O fluxo de calor em x + Δx pode ser expresso como q′′x +Δx = q′′x + Δx + " que
dx
substituído em (3.92) leva à equação
dq′′x
− ΔxAc − ( pΔx ) h (T − T∞ ) = 0 (3.93)
dx
Usando a Lei de Fourier para expressar q′′x em função da temperatura resulta
d 2T
kAc − hp (T − T∞ ) = 0 (3.94)
dx 2
A Eq. (3.94) expressa o balanço entre o calor que é conduzido e chega à posição x e o que sai
por convecção através da superfície da aleta. A Eq. (3.94) é uma EDO de segunda ordem e
requer portanto duas condições de contorno para sua solução.
61
Aletas Longas. Considere, primeiro, o caso de aleta longa de forma que na sua ponta tem –se
a seguinte condição de contorno:
T → T∞ quando x → ∞ (3.95)
A outra condição de contorno é obtida da hipótese de que sua raiz está na mesma temperatura
da parede base, ou seja,
T = Tb em x = 0 (3.96)
Definido o excesso de temperatura como
θ ( x ) = T ( x ) − T∞ (3.97)
θ → 0 quando x → ∞ (3.100)
m é um parâmetro crucial do arranjo aleta-fluido, definido como
1/ 2
⎛ hp ⎞
m=⎜ ⎟ (3.101)
⎝ kAc ⎠
A solução Eq. (3.98) é do tipo
θ ( x ) = c1 exp ( − mx ) + c2 exp ( mx ) (3.102)
qb = qb′′Ac = θb ( kAc hp )
1/ 2
(3.106)
Aleta de Comprimento Finito com a Ponta Isolada. Muitos projetos não satisfazem o
critério de aleta longa; portanto, a aleta deve ser considerada de comprimento finito. Neste
caso, como a temperatura da ponta da aleta é diferente da temperatura ambiente, a taxa de
calor na ponta da aleta será
qtip = hAc ⎡⎣T ( L ) − T∞ ⎤⎦ (3.107)
Um passo intermediário antes deste caso mais geral é considerar a aleta com a ponta
isolada, caso em que se tem
dT dθ
= 0 ou = 0 em x = L (3.108)
dx dx
Este caso limite é uma boa aproximação para o caso
qb > qtip (3.109)
Este caso é ilustrado na Figura 3.11. A forma final da solução, após algumas
manipulações, é:
cosh ⎡⎣ m ( L − x ) ⎤⎦
θ = θb (3.112)
cosh ( mL )
Figura 3.11 Aleta com a ponta isolada (lado esquerdo) versus aleta com transferência de calor
na ponta ((lado direito)
63
Pode-se demonstrar que o caso de aleta com a ponta isolada é satisfeito quando
1/ 2
qtip 1 ⎛ hAc ⎞
= ⎜ ⎟ << 1 (3.115)
qb senh ( mL ) ⎝ kp ⎠
Efeito de Transferência de Calor na Ponta. Neste caso, ilustrado, do lado direito da Figura
3.11, a condição de contorno é da forma
dθ
− kAc = hAcθ em x = L (3.116)
dx
A solução da Eq. (3.98) com as condições de contorno (3.99) e (3.116) é da forma
cosh ⎡⎣ m ( L − x ) ⎤⎦ + ( h / mk ) s en h ⎡⎣ m ( L − x ) ⎤⎦
θ = θb (3.117)
cosh ( mL ) + ( h / mk ) s en h ( mL )
A taxa de calor na base, neste caso, pode ser estimada da mesma forma que aleta da
ponta isolada, porém, corrigindo o comprimento, de tal forma que
⎛ dT ⎞
qb = Ac ⎜ −k ⎟
⎝ dx ⎠ x =0 (3.118)
= θb ( kAc hp ) tanh ( mLc )
1/ 2
t
Lc = L + (aleta plana) (3.119)
2
Para uma aleta de seção cilíndrica de diâmetro D constante tem-se
D
Lc = L + (pino ou aleta cilíndrica) (3.119)
4
64
dθ m s en h ⎡⎣ m ( L − x ) ⎤⎦ + ( h / k ) cosh ⎡⎣ m ( L − x ) ⎤⎦
= −θb (3.120)
dx cosh ( mL ) + ( h / mk ) s en h ( mL )
1/ 2
⎛ 2h ⎞
Lc ⎜ ⎟ (3.124)
⎝ kt ⎠
Alternativamente, se usa a efetividade da aleta como uma medida de sua performance.
A efetividade ε f é definida como
Figura 3.13 Eficiência de aletas bidimensionais com perfis retangular, triangular e parabólico.
A efetividade da aleta é também maior do que a efetividade global baseada na área superficial
projetada. A relação entre ε 0 e ε f é obtida pela combinação de (3.88), (3.90) e (3.125):
A0 , f A0 ,u
ε0 = ε f + (3.127)
A0 A0
d ⎛ dT ⎞
⎜ kAc ⎟ − hp (T − T∞ ) = 0 (3.130)
dx ⎝ dx ⎠
Figura 3.14 Condução longitudinal através de uma aleta de seção transversal variável.
67
na qual Aexp é área exposta da superfície da aleta, isto é, a área banhada pelo fluido. No caso
de aletas triangulares e parabólicas, apenas a área da seção transversal varia, mas não o
perímetro. No caso de uma aleta na foram de disco, Figura 3.15, ambos Ac e p variam.
dix dT
m ( ix − ix +Δx ) = − m Δx = − mc
Δx
dx dx
Está implícita nesta derivação que a vazão mássica é conservada de uma seção
transversal para outra:
m = ρ AcU (3.135)
Figura 3.16 Conservação da energia num corpo longo com movimento sólido e geração
interna
69
θ → 0 quando x → ∞ (3.139)
Nestes casos pode desprezar efeitos variação de entalpia e considerar o efeito Joule
como geração interna, que é amortecido via condução no suporte, Figura 3.18. A equação a
ser resolvida neste caso é da forma:
d 2θ q′′′
2
− m 2θ + =0 (3.144)
dx k
sujeita às restrições:
θ = θb em x = 0 (3.145)
( )
independente de x , isto é, θ ≅ q′′′ / m 2 k . Isto mostra que a seção do cabo se torna cada vez
mais quente quando q′′′ cresce. Se o suporte será aquecido ou resfriado pelo cabo depende de
como significativo é o efeito de q′′′ . Pelo cálculo da taxa de transferência de calor através da
71
raiz do cabo (saindo do suporte) pode-se mostrar que o suporte será aquecido pelo cabo
( qb < 0 ) se
q′′′Ac
>1 (3.148)
hpθb
Quando o valor do grupo grandeza da Eq. (3.148) for unitário, o cabo inteiro estará
isotérmico.
Figura 3.18 Distribuição de temperatura num cabo elétrico com aquecimento volumétrico.
Nesta parte do curso será realizada a segunda prática de laboratório, que trata da
determinação de perfis de temperaturas em aletas (pinos) cilíndricas e cônicas, utilizando
medidores de temperatura do tipo termopares confeccionados na Prática 1. A equação
genérica da distribuição de temperatura em uma aleta pode ser escrita na forma:
d ⎡ dT ( x ) ⎤ h ( x ) dS ( x )
⎢ A( x) ⎥− ⎡T ( x ) − T∞ ⎤⎦ = 0 ; xb ≤ x ≤ xt (3.149)
dx ⎣ dx ⎦ k dx ⎣
1
na qual T ( x ) = ∫ T ( x ) dA ; A ( x ) é a área da seção transversal da aleta; dS ( x ) é um
A ( x ) A( x )
x T ( x ) − T∞ A( x) h ( x ) dS ( x ) *
X= ; θ ( x) = ; K(X ) = ; W (X ) = ; λ = λ l0 (3.150)
l0 Tb − T∞ A0 p0 h dx
72
com
l0 = comprimento de referência,
hp0
λ2 =
kA0
p0 = perímetro de referência;
d ⎡ dθ ( X ) ⎤ * 2
⎢K ( X ) ⎥ − λ W ( X )θ ( X ) = 0 (3.151)
dX ⎣ dX ⎦
θ ( X ) = 1 em X = X b (3.152a)
dθ ( X )
= 0 em X = X t (3.152b)
dX
Existem várias técnicas para se obter a solução das Eqs. (3.151)-(3.152). Por exemplo,
uma técnica de solução analítica conhecida como Técnica de Transformada Integral pode ser
usada para solução. Se for admitida uma razão de áreas na forma:
A( x)
K (X ) = = X 1− 2 m
A0
W ( X ) = c 2 n 2 X 2c −2 K ( X )
d 2θ ( X ) 1 − 2m dθ ( X )
2
+ − λ *2 n 2 c 2 X 2 c − 2θ ( X ) = 0 (3.153)
dX X dX
A Eq. (3.153) é um caso especial da equação conhecida como equação generalizada de
Bessel. No caso de pinos, ilustrado na Figura 3.19, a área da seção transversal e o perímetro
serão:
73
A ( x ) = π ⎡⎣ r ( x ) ⎤⎦ ; A0 = π rb2
2
(3.154a)
p ( x ) = 2π r ( x ) ; p0 = 2π rb (3.154b)
r ( x) x
R( X ) = , X= (3.155a)
rb b
X t = 0, X b = 1 (3.155b)
e
1/ 2
⎛ 2h ⎞
λ =⎜ ⎟
*
b (3.156a)
⎝ krb ⎠
K ( X ) = ⎡⎣ R ( X ) ⎤⎦ , W ( X ) = R ( X )
2
(3.156b, c)
Tb − T∞ dθ (1)
qb = kπ rb2 (3.157a)
b dX
qb 1 dθ (1)
η= = (3.158)
qmax λ*2 ∫ R ( x ) dX dX
1
0
No caso do pino cilíndrico, Figura 3.20, a seção transversal será constante e, portanto,
pode-se mostrar que
r ( x ) = rb ou R ( X ) = 1 , (3.159a, b)
K ( X ) = 1, W ( X ) = 1 (3.159c, d)
Em tal caso a Eq. (3.151) ficará idêntica à equação da aleta retangular de seção constante, cuja
solução com as condições de contorno (3.152) já foi obtida e é da forma
θ (X ) =
(
cosh λ* X ) (3.160)
cosh λ* ( )
A eficiência da aleta será
75
η=
tanh λ* ( ) (3.161)
λ*
com
1/ 2
⎛ 2h ⎞
λ =⎜ ⎟
*
b (3.156a)
⎝ krb ⎠
No caso do “espinho” (spine) cônico, Figura 3.21, o raio da seção transversal será da
forma
x r ( x)
r ( x ) = rb ou R ( X ) = =X (3.162a)
b rb
Consequentemente,
d 2θ ( X ) 2 dθ ( X ) λ *2
+ − θ (X ) = 0 (3.163)
dX 2 X dX X
76
1 1 m
m = − , c = , n = 2, = −1 (3.164)
2 2 c
Em tal caso a solução da equação de Bessel (3.163) será da forma:
θ (X ) =
1 I1 2λ X
*
( ) (3.165)
X I1 2λ* ( )
Na qual I1 é a função de Bessel modificada de primeiro tipo e ordem 1.
0
No caso quando X = 0 , ponta do pino, aparece uma indeterminação do tipo . Pela
0
regra de L´Hôpital pode mostrar então que
1 dI1 2λ* X / d X ( ) ( )
θ = I 2λ*
( )
lim
X →0 1 ( d X /d X ) (3.166a)
λ
( X ) + I ( 2λ X ) ⎤
*
= ⎡ I 0 2λ * *
I ( 2λ ) ⎣ ⎦
* 2
1
respectivamente. I 0 ( 0 ) = 1 e I 2 ( 0 ) = 0 . Portanto,
λ*
θ ( 0) = (3.166b)
I1 ( 2λ* )
2 I 2 2λ
η= *
*
( ) (3.167)
λ I1 2λ* ( )
Tabela 3.1 - Características das aletas do Lab. TCM, DEM, UNESP – Ilha Solteira.
L [mm] D[in]
X1 X2 X3 X4 X5 X6 X7 X8 X9 X10
2
⎧ ⎫
hD ⎪ 0,387 Ra1D/ 6 ⎪
= ⎨0 , 6 + 8 / 27 ⎬
(3.168)
k ⎪ ⎡1 + ( 0 ,559 / Pr ) ⎤
9 / 16
⎪
⎩ ⎣ ⎦ ⎭
78
gβ
na qual o número de Rayleigh é definido como RaD = (Ts − T∞ ) D3 ; com as propriedades
αν
do ar: Pr, k, α, β, ν avaliadas na temperatura de filme T f = (Ts + T∞ ) / 2 . A taxa de calor por
q = ∫0 h( x ) (T ( x ) − T∞ ) π Ddx
L
(3.169)
Para facilitar os cálculos pode-se organizar os dados, para cada posição x, como na
Tabela 3.3 a seguir.
Barra Posição - x