Discentes:
DISJUNTORES A AR COMPRIMIDO
Nesses termos, com o desenvolvimento deste trabalho constata-se que pelo principio de
funcionamento dos disjuntores existe a formação de Arco Eléctrico no interior dos
mesmos no instante de abertura dos seus contactos ( interrupção de passagem da
corrente eléctrica). Dos diversos métodos de extinção do arco eléctrico formado no
processo de manobra dos disjuntores, destaca-se a extinção por fluxo de ar,
normalmente ar comprimido, designando-se assim esses disjuntores em disjuntores a ar
comprimido.
Disjuntor térmico................................................................................................................... 6
2.1.1.2. Tipos de Disjuntores para média tensão, alta tensão e muito alta tensão .................. 7
Características ....................................................................................................................... 9
1.1. Introdução
O tema abordado neste trabalho é de extrema complexidade, até mesmo para os
profissionais mais experientes da área. A quantidade de material disponível é
imensurável e está em constante atualização, para incorporar as novas tecnologias
aplicáveis e incluir novas abordagens sobre o assunto.
1.2. Objectivos
2.1. Disjuntores
De acordo com Borges (1976), O disjuntor é o dispositivo de proteção mais encontrado
nas instalações, geralmente são instalados no medidor de energia fornecido pela
concessionária e nos quadros de distribuição, para fazer a proteção dos seus respectivos
circuitos.
O comando de abertura e fecho dos disjuntores pode ser realizado manualmente, por um
operador, ou automaticamente, por ordens externas que visam a mudança de
configuração da rede ou outras situações pré-definidas, enquanto o disparo é realizado
por acção das unidades e equipamentos de protecção, que não estão incorporados neles
e que constituem sistemas independentes integrados no designado SCCP (Sistema de
Comando, Controlo e Protecção).
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2.1.1. Tipos de Disjuntores
Existem diversos tipos de disjuntores elétricos, cada um com sua devida aplicação.
Em média, alta e muito alta tensão, para além da potência instalada o que diferencia é
principalmente o método de extinção do arco eléctrico e seu mecanismo de comando,
passando a destacar disjuntores por sopro pneumático (à ar comprimido), a óleo mineral
(pequeno volume de óleo-PVO e grande volume de óleo-GVO), hexafluoreto de enxofre
– SF6 e a vácuo.
Disjuntor monopolar
Utilizado em instalações e circuitos que possuem apenas uma única fase, como por
exemplo circuitos de iluminação e tomadas em sistemas monofásicos fase/neutro, seja
com fase 127V ou 220V.
Disjuntor bipolar
Usado em circuitos ou instalações com duas fases, como circuitos com chuveiros,
torneiras elétricas ou equipamentos de maior potência.
Disjuntor tripolar
Indicado para instalações e circuitos com três fases, como circuitos com motores
elétricos trifásicos.
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Disjuntor magnético
Existem os disjuntores magnéticos que também tem a função de proteger os
equipamentos elétricos contra sobrecargas e curtos-circuitos, porém possuem uma
precisão muito maior.
Disjuntor térmico
Os disjuntores térmicos interrompem o circuito elétrico assim que a detectam uma
elevação da temperatura, que seja anormal. Esse tipo de disjuntor é bastante utilizado
como precaução contra incêndios.
Disjuntores termomagnéticos
O disjuntor termomagnético é a junção da proteção térmica e magnética, sendo muito
utilizado nas instalações elétricas residenciais e comerciais. As vantagens deste
disjuntor é que pode ser usado para manobras de ligar e desligar os circuitos, proteção
contra aquecimentos, curtos circuitos e sobrecargas.
Curva B:
A curva de ruptura B para um disjuntor estipula, que a sua corrente para que seccione o
circuito seja compreendida entre 3 a 5 vezes a sua corrente nominal. Um disjuntor de
10A nesta curva deve operar quando sua corrente de pico atingir entre 30A a 50A.
Curva C:
A curva de ruptura C para um disjuntor estipula, que a sua corrente de ruptura seja entre
5 a 10 vezes a corrente nominal. Um disjuntor de 10A nesta curva deve operar quando a
sua corrente atingir entre 50A a 100A.
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Curva D:
Já a curva de ruptura D para um disjuntor, estipula que a corrente necessária para abrir o
circuito esteja entre 10 a 20 vezes maior que a corrente nominal, um disjuntor de 10A
nesta curva deve operar quando a sua corrente atingir entre 100A a 200A.
2.1.1.2. Tipos de Disjuntores para média tensão, alta tensão e muito alta
tensão
Como anteriormente referido, a diferenciação dos tipos de disjuntores de MT, AT,
MAT, são devidos ao método de extinção do arco eléctrico e seu mecanismo de
comando para abertura e fecho de seus contactos para não deixar ou deixar passar
corrente, respectivamente. Vamos primeiramente considerar a noção do arco eléctrico e
seu mecanismo de extinção.
De acordo com Ferreira (2006), O arco eléctrico pode definir-se como a ruptura
dieléctrica de um gás, produzindo uma descarga eléctrica no plasma e o consequente
estabelecimento de uma corrente eléctrica através de um meio físico normalmente não
condutor. Essa descarga eléctrica ocorre quando se verifica a interrupção da corrente
eléctrica num circuito, o que acontece quando a corrente eléctrica é interrompida (de
forma voluntária, quando se executa uma manobra de abertura de um circuito, ou de
forma automática, quando a interrupção é motivada pela actuação das protecções contra
defeitos dos equipamentos ou circuitos, como acontece nos disjuntores), ou quando a
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distância de segurança entre dois condutores a potenciais diferentes, ou entre um
condutor em tensão e uma parte metálica normalmente sem tensão, diminui, o que
origina uma descarga electrostática entre os referidos condutores em tensão ou entre o
condutor em tensão e a parte metálica normalmente sem tensão. O estabelecimento de
um circuito eléctrico dá também origem a um arco, devido à diminuição da distância
entre dois elementos condutores que se encontram a potenciais diferentes.
Para evitar danos causados nos equipamentos provocados pelo arco eléctrico que se
forma quando o circuito eléctrico é bruscamente interrompido, particularmente quando
as correntes são elevadas, como se verifica no curto-circuito, é necessário que os
equipamentos eléctricos de corte e protecção disponham de mecanismos para a rápida
extinção do arco eléctrico. Essa extinção é realizada em câmaras construídas
especificamente para esse fim. Os métodos mais habituais de extinção do arco eléctrico
nos disjuntores são:
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2.1.1.2.1. Disjuntor a Sopro Pneumático (Ar Comprimido)
Características
Os disjuntores a sopro pneumático (ou ar comprimido), mostrados na figura 2 abaixo,
são Disjuntores de Alta Tensão que utilizam o nitrogênio do ar para a extinção do arco
elétrico e para a sua isolação interna.
Devido a sua construção, esse tipo de disjuntor tem a característica de extinguir o arco
rapidamente, sendo seu tempo de interrupção da ordem de 2 ciclos (Oliveira, 2008).
Geralmente, este tipo de disjuntor não tem grandes dificuldades para interromper altas
correntes, porém, devido a necessidade de altas pressões no seu esquema de controlo, o
seu custo final é relativamente alto. Também é comum serem equipados com
supressores de ruído por possuírem um elevado nível de ruído quando interrompem uma
falha.
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Mesmo com um alto custo final e um nível elevado de ruídos, o grande defeito do
disjuntor a sopro pneumático se deve no seu sistema de ar comprimido, pois, por
extinguir o arco em várias câmeras para poder elevar o poder de ruptura, é preciso que a
tensão total se distribua uniformemente entre os diferentes pontos de ruptura. Por isso é
comum o uso de capacitores acoplados em paralelo com as câmaras de extinção. Já em
valores de ruptura mais elevados, deve-se empregar resistências ligadas em paralelo
com as câmaras de extinção.
Segundo Dutra (2008), a diferença básica entre estes tipos é que nos disjuntores de
sopro numa única direção o fluxo de ar comprimido para a atmosfera ocorre por meio
do contato móvel. Já nos disjuntores de sopro em duas direções uma válvula de sopro
principal e uma auxiliar são abertas para a atmosfera, dando origem a um fluxo de ar
através dos contatos moveis e fixo.
Os disjuntores de ar comprimido do tipo “T” possuem uma coluna isolante que suporta
uma cabeça de interrupção com duas câmaras de extinção. Já a formação do tipo “Y” a
coluna isolante suporta duas cabeças de interrupção com duas câmaras de extinção em
cada uma delas. (Mamede, 2002).
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Princicpio de funcionamento
De acordo com Borges (1976), o princípio da extinção consistindo em criar-se um fluxo
de Ar comprimido (tipo jateamento) sobre o arco, fluxo este provocado por um
diferencial de pressão, quase sempre descarregando o ar comprimido após a extinção
para a atmosfera.
Ao detectar um curto, ou qualquer outro tipo de falta no sistema, será emitido, a partir
do circuito de controlo do disjuntor, um comando para que sejam abertos seus contatos,
seja eliminado o defeito, e protegida a integridade dos componentes do sistema. Um
comando de abertura também pode ser emitido pelo operador sem que tenha ocorrido
qualquer tipo de defeito, no caso de manutenção programada, por exemplo.
Aplicação na indústria
De acordo com Borges (1976), disjuntores a ar comprimido são utilizados em todas as
faixas de tensão, mas principalmente na alta e extra alta tensão, nos Sistemas de
Transporte de Energia Eléctrica, concretamente em Subestações. Isso se deve ao fato de
que apesar da complexidade de concepção e de operação deste tipo de equipamento, a
segurança apresentada por utilizar um meio de extinção não inflamável aliada às suas
boas propriedades extintoras, lhe conferem grandes vantagens para operar nos níveis de
tensão mais elevados.
Para a garantia de todas essas características, o disjuntor deve contar com um sistema de
controlo capaz de monitorar todos esses fatores, além de requisitar manutenção
constante (Stephan, 2008). Caso seja constatado que algum desses requisitos não esteja
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sendo atendido, o sistema de supervisão pode acionar os bloqueios e alarmes para
informar o operador sobre a não conformidade das condições de operação.
De acordo com Ferreira (2006), outra característica de grande relevância com relação à
sua concepção diz respeito à construção modular e individual de seus polos. Essa forma
de conceber os polos permite alcançar diferentes classes de tensão, com diferentes
capacidades de interrupção de corrente a partir da combinação de módulos idênticos.
Para Stephan (2008), dentre as vantagens fornecidas pela construção modular pode-se
destacar o menor número de isoladores de porcelana necessários, pois a coluna suporta
duas ou quatro câmaras, a facilidade de montagem e de obtenção de peças
sobressalentes idênticas, além de permitir futuras modificações para aumentar a
capacidade de interrupção ou da corrente nominal.
Perspectivas futuras
Os disjuntores a ar comprimido utilizam o ar comprimido como meio de extinção do
arco elétrico e na maioria das vezes, para isolamento e acionamento dos contatos
eléctricos.
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III. Conclusão
Por meio da pesquisa realizada sobre disjuntores, conclui-se que o setor de engenharia
elétrica vem desenvolvendo várias técnicas para melhorar o desempenho destes
equipamentos elétricos, buscando obter dispositivos que atendam os requisitos de
segurança e rapidez na interrupção dos circuitos, rapidez e fiabilidade na extinção de
arco eléctrico, nas manobras e em casos de sobrecargas e curtos-circuitos. Vale destacar
também que se busca obter equipamentos que necessitem o mínimo possível de
manutenção e que com peças relativamente baratas.
Com esse trabalho foi possível verificar-se que existe todo um conjunto de normas
regendo a aplicação dos disjuntores nos sistemas elétricos. Pôde-se observar ainda as
várias técnicas de ensaios, bem como os componentes elementares e complementares
desses equipamentos. Ainda, destacam-se as diversas técnicas de extinção de arco, e os
materiais que estas empregam.
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IV. Recomendações
Dessa forma, foram fornecidos detalhes de cada um dos fatores a serem atendidos por
um disjuntor, particularidades de cada uma das mais importantes técnicas de interrupção
de correntes e seus devidos aspectos construtivos. Sempre que possível procurou-se
ilustrar através de imagens ou gráficos que facilitassem a didática e permitissem uma
melhor compreensão do assunto abordado.
Este trabalho deverá ser revisado no futuro de modo a incorporar as novas tecnologias
que estão atualmente em estudo ou que ainda serão desenvolvidas. Afinal, assim como
no caso dos disjuntores, a melhoria deve ser constante.
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V. Referências bibliográficas
Mamede, J. (2002). Instalações elétricas industriais, 6ed., LTC, Rio de Janeiro, RJ.
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